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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ.

CURSO DE TECNOLOGIA EM GESTÃO PÚBLICA – NOTURNO – 2° SEMESTRE

DISCIPLINA: Planejamento Estratégico

PROFESSOR: ALESSANDRO CASTRO CORREA

ABORDAGEM SISTÊMICA DAS ORGANIZAÇÕES

FORÇAS E INDICADORES ECONÔMICOS

Luiz Fernando Silva da Paz

Renan Abel Valente Maia

Rômulo de Oliveira Figueira

Belém – PA

Outubro 2009
SUMÁRIO

1. Introdução
1.1. Exemplo histórico do nível de influência entre as forças econômicas e as
estratégias de gestão pública
2. Indicadores Econômicos – Conceitos
2.1. Exemplos e conceitos sintéticos de alguns dos mais importantes Indicadores
Econômicos
3. Classificação dos Indicadores Econômicos
3.1. Indicadores de Nível de atividade
3.2. Indicadores de Preços
3.3. Indicadores do Setor externo
3.4. Indicadores de Agregados Monetários ou Financeiros
3.5. Indicadores do Setor público
4. PIB — Produto Interno Bruto (Detalhamento)
4.a. Pib Per Capita / 4.b. Histórico do PIB / 4.c. Comparação PIB países 2008 (Tabela)
4.1. Histórico de variação do PIB no Brasil (Gráfico)
4.2. O PIB no Brasil em 2008 pela ótica do produto (Gráficos)
4.3. O PIB no Brasil em 2008 pelo lado das despesas (Gráfico)
4.4. Variação do PIB Brasil - Taxa Trimestral (%) (Gráfico)
4.5. PIB cresce 1,9% no 2º contra o 1º trimestre de 2009 (Gráfico e Tabelas)
5. PREÇOS – Inflação (Detalhamento), Metas de Inflação e IPCA
5.1. Inflação (Detalhamento)
5.1.1. Histórico da Inflação no Brasil (Tabela)
5.2. Metas de Inflação
5.2.1. Histórico do Regime de Metas para Inflação no Brasil (Tabelas)
5.3. O IPCA no contexto de Meta para Inflação
5.3.1. Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)
5.3.2. Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 2008 / 2009 (Tabela)
5.3.3. IPCA em queda e o regime de metas de inflação (Gráficos)
5.4. Meta de inflação de 2009 fica em 4,5% e TJLP em 6,5%
6. TAXA SELIC – (Detalhamento)
6.1. Taxa de Câmbio vs. Taxa SELIC (Gráfico)
6.2. Variação da Taxa Selic 2007 a 2009 (Banco Central do Brasil) (Tabela)
6.3. Variação da SELIC / TJLP (%) de Set 2008 a Set 2009 (BC) (Gráfico)
7. PREVISÕES (IPCA / PIB / SELIC) – Mercado reduz projeção de inflação IPCA em 2009
8. CONCLUSÃO
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Introdução

Parte integrante de um seminário sobre Análise de Ambiente;


Disciplina Planejamento Estratégico – Turma de Tecnologia em Gestão Pública
do IFPa – este trabalho aborda o aspecto da Economia Geral através de
seus principais Indicadores que, no âmbito da administração pública, são
instrumentos essenciais para a percepção de fatores que deverão direcionar as
decisões dos seus gestores, no sentido de manter a organização preparada
para evitar as ameaças e com a visão necessária para aproveitar as
oportunidades do cenário vigente.

Fatores econômicos como Inflação e variação do PIB, por exemplo,


são variáveis ambientais, em geral, decorrentes do poder público. São difíceis
de se prever a curto prazo, mas possíveis de se projetar a uma tendência de
longo prazo.

Indicadores econômicos (IEs) representam essencialmente dados


e/ou informações sinalizadoras do comportamento (individual ou integrado) das
diferentes variáveis e fenômenos componentes de um sistema econômico de
um país, região ou estado. Por isso, são fundamentais tanto para propiciar uma
melhor compreensão da situação presente e o delineamento das tendências da
economia, quanto para subsidiar o processo de tomada de decisões
estratégicas dos agentes públicos (governo) e privados (empresas e
consumidores).
1.1. Exemplo histórico do nível de influência entre as forças econômicas e
as estratégias de gestão pública:

A alteração do mercado nacional a partir do anos 90 com o aumento


do fluxo de Investimentos Diretos Estrangeiros (IDE). Sabe-se que a retomada
dos IDE’s, no Brasil, foi de maneira clara estimulada pela abertura comercial
(governo Collor em 1991) e a estabilização econômica (que promoveu a
valorização da taxa de câmbio), as privatizações e ainda os maiores fluxos
comerciais proporcionando uma balança comercial superavitária. Neste
contexto, observou-se um crescimento de forma continua o que reduziu os
déficits que ocorriam anteriormente.

O setor de serviços tem atraído e concentrado o maior número de


IED’s nos últimos anos, na atualidade o setor de serviços participa com
aproximadamente 50% do PIB do Brasil. O crescimento do setor deve-se ao
grande volume de recursos provenientes do exterior, acarretando assim um
maior número de vagas e postos de serviço. O fato não ocorre somente no
Brasil, mas em outros países da América Latina que estão em
desenvolvimento.
2. Indicadores Econômicos – Conceitos

Pode-se afirmar que Indicadores Econômicos são grandezas de


caráter econômico apresentadas em forma de valores numéricos. Têm
fundamental utilidade na aferição de níveis de desenvolvimento de países,
regiões, empresas, etc. podendo naturalmente fazer-se a comparação entre
estas. São também ferramentas importantes para a compreensão do
desenvolvimento de uma economia e para o ajuizamento da política econômica
do Governo.

2.1. Exemplos e conceitos sintéticos de alguns dos mais importantes


Indicadores Econômicos

PIB: (Produto Interno Bruto). Refere-se ao valor agregado de todos os bens e


serviços finais produzidos dentro do território econômico de um país,
independentemente da nacionalidade dos proprietários das unidades
produtoras desses bens e serviços.

INFLAÇÃO: Aumento persistente dos preços em geral, de que resulta uma


contínua perda do poder aquisitivo da moeda. É um fenômeno monetário, e
isso coloca uma questão básica: se é a expansão da oferta de moeda que tem
efeito inflacionário ou se ela ocorre como resposta à maior demanda de moeda
provocada pela inflação.

INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor): Média ponderada de


índices elaborados pela Fundação IBGE para dez regiões metropolitanas
brasileiras (São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte,
Salvador, Recife, Belém, Fortaleza e Brasília).

JURO: Remuneração que o tomador de um empréstimo deve pagar ao


proprietário do capital emprestado. Quando o juro é calculado sobre o
montante do capital, é chamado de juro simples. Para o cálculo do juro
composto, o juro vencido e não pago é somado ao capital emprestado,
formando um montante sobre o qual é calculado o juro seguinte.

SELIC: Iniciais de Sistema Especial de Liquidação e Custódia, que significa


uma forma de registro escritural de débitos e créditos de operações financeiras
utilizado pelos Bancos de liquidação de títulos depósitos de cheques etc.
3. Classificação dos Indicadores Econômicos

Os Indicadores Econômicos podem ser classificados em cinco subconjuntos de


variáveis macroeconômicas relevantes:
a) Nível de atividade;
b) Preços;
c) Setor externo;
d) Agregados monetários;
e) Setor público.

3.1. Indicadores de Nível de atividade


Os indicadores do nível de atividade funcionam como um termômetro
das condições gerais dos elementos mais sensíveis às flutuações cíclicas do
lado real da economia, sintetizados no comportamento do produto interno bruto
(PIB), da Produção Industrial e das estatísticas de Emprego e Desemprego.

3.2. Indicadores de Preços


A inflação pode ser entendida com uma elevação generalizada e
permanente dos níveis de preços do sistema econômico, resultando em
deterioração do poder aquisitivo da moeda e depreciação dos valores dos
ativos. A complexidade do cálculo da inflação decorre da necessidade de aferir
a variação de preços de produtos distintos fisicamente, e de serviços, que
variam a taxas diferenciadas. Para o cumprimento dessa tarefa, existem
diversos índices de preços que procuram medir a inflação em toda a cadeia de
produção e de comercialização, ou em partes relevantes da mesma. Daí a
existência de índices gerais, no atacado (indústria e agricultura), no varejo
(consumidores) e na construção (insumos e materiais de construção). O cálculo
da inflação é efetuado por meio de uma média da variação dos preços
pesquisados para os diferentes produtos, ponderada pelas quantidades
produzidas, consumidas ou comercializadas dos bens, a partir de parâmetros
primários obtidos das pesquisas de orçamentos familiares e até de matrizes de
relações inter-setoriais. Os índices de preços mais importantes do país são
aqueles produzidos pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), e pelo IBGE.
3.3. Indicadores do Setor externo

• Exportações - valor das vendas e outras remessas de bens e serviços


de propriedade para o exterior, realizadas por agentes econômicos
residentes do país, a preços de embarque, excluindo o pagamento de
fretes, seguros, impostos e taxas.

• Importações - valor das compras e outros ingressos de mercadorias e


serviços procedentes do exterior do país.

• Saldo da balança comercial - exportação menos importação.

• Saldo em transações correntes - consolidação das balança comercial e


de serviços e das transferências unilaterais. Os serviços compreendem
transportes, seguros, viagens internacionais, assistência técnica, lucros
e dividendos e juros da dívida externa. As transferências unilaterais
correspondem às doações, remessas de imigrantes etc.

• Dívida externa - valor total de débitos do país, contratados com


residentes no exterior e garantidos pelo governo, decorrentes de
empréstimos e financiamentos, com prazo de vencimento superior a um
ano.

3.4. Indicadores de Agregados Monetários ou Financeiros

• Juros Over / Selic - taxa de juros média (em %) praticada pelo Banco
Central para a rolagem dos títulos da dívida pública por um dia. Apesar
de terem sido concebidos para propiciar a gestão da liquidez do sistema
econômico, os papéis do governo sempre representaram ativos de
primeira linha, indicando o piso da rentabilidade do mercado financeiro,
devido à sua pronta liquidez e à plena garantia de recompra.

• Poupança - rendimento calculado para a remuneração mensal dos


depósitos em caderneta de poupança, a partir da Taxa Referencial de
Juros (TR), acrescida de 0,5%. A TR é obtida a partir da combinação da
remuneração média mensal, livre de impostos, dos depósitos à prazo
fixo captados pelos bancos comerciais e de investimentos e agências
operadoras com títulos públicos.
3.5. Indicadores do Setor público

• Dívida líquida - somatório do endividamento dos governos federal


(inclusive Banco Central), estadual e municipal e por suas empresas
junto ao sistema financeiro (público e privado), ao setor privado não
financeiro e ao resto do mundo, descontados os valores
correspondentes aos créditos do governo. Ao contrário do ocorrido em
outros países, no Brasil o conceito inclui a base monetária, por
contemplar os ativos e passivos financeiros do Banco Central.

• Necessidades de financiamento - déficit ou superávit resultante da


variação líquida da dívida pública, deduzidos os empréstimos
concedidos ao setor privado. O conceito nominal incorpora a totalidade
das receitas e despesas, o operacional exclui as correções monetária e
cambial da dívida pública e o primário desconta a correção monetária e
as receitas e despesas financeiras (juros nominais).
4. PIB — Produto Interno Bruto (Detalhamento)

Conforme item 2.1.: Refere-se ao valor agregado de todos os bens e


serviços finais produzidos dentro do território econômico de um país,
independentemente da nacionalidade dos proprietários das unidades
produtoras desses bens e serviços. Exclui as transações intermediárias, é
medido a preços de mercado e pode ser calculado sob três aspectos:

Pela ótica da produção, o PIB corresponde à soma dos valores


agregados líquidos dos setores primário, secundário e terciário da economia,
mais os impostos indiretos, mais a depreciação do capital, menos os subsídios
governamentais.

Pela ótica da renda, é calculado a partir das remunerações pagas


dentro do território econômico de um país, sob a forma de salários, juros,
aluguéis e lucros distribuídos; somam-se a isso os lucros não distribuídos, os
impostos indiretos e a depreciação do capital e, finalmente, subtraem-se os
subsídios.

Pela ótica do dispêndio, resulta da soma dos dispêndios em


consumo das unidades familiares e do governo, mais as variações de
estoques, menos as importações de mercadorias e serviços e mais as
exportações. Sob essa ótica, o PIB é também denominado Despesa Interna
Bruta.

O PIB de uma maneira geral é a forma de mensurar a riqueza de um


país. Apesar de ser um indicador muito questionado, ainda possui seu caráter
de referência na economia de um território, podendo ser o país, estado ou
município. Corresponde ao valor de mercado do fluxo de bens e serviços finais
disponibilizados por uma economia em um determinado período de tempo
(normalmente um ano), propiciando o acompanhamento de suas modificações
estruturais e de seu curso conjuntural.

É calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística


(IBGE), com base em metodologia recomendada pela Organização das Nações
Unidas (ONU), a partir de minucioso levantamento e sistematização de
informações primárias e secundárias apuradas ou apropriadas por aquela
instituição.

O PIB pode ser aferido a preços correntes (nominais ou monetários)


e constantes (reais). Ambos representam importantes medidas de
desempenho. Os valores monetários servem para dar uma idéia da dimensão
do sistema, pois resultam da agregação da produção física de todos os bens e
serviços pelos respectivos preços, descontadas as transações intermediárias.

O PIB é o indicador-síntese de uma economia.


4.a. PIB per capita

Para se chegar a renda per capita de uma região, basta dividir o


valor PIB pelo número de habitantes dessa área em estudo. No caso do Brasil,
teríamos o seguinte:

PIB (2,889 trilhões de reais*) / 190 milhões de habitantes** = 15.205 reais / habitante

Isso significa que, em um ano, cada brasileiro seria responsável em


média pela produção de riquezas correspondentes a 15.205 reais.

*Dado relativo a 2008 (IBGE)


** Estimativa para junho de 2009 (IBGE)

4.b. Histórico do PIB

O método moderno de aferição do desempenho dos diversos setores


da economia foi estabelecido pelo economista britânico Richard Stone (1913-
1991). Ele formulou os princípios do cálculo na década de 1940. Stone foi
imediatamente reconhecido, como fica claro pela adoção quase instantânea de
seu método em quase todo o mundo. Outra forma de reconhecimento foi o
Nobel de Economia, com o qual o economista foi agraciado em 1984.

A medição foi aplicada no mundo e, consequentemente, no Brasil em


1948, ficando em seguida sob responsabilidade do Fundo Monetário
Internacional (FMI) – que tratou de espalhar seus conceitos às nações. No
Brasil, a responsabilidade pelo cálculo já esteve a cargo da Faculdade Getúlio
Vargas até 1990. Em seguida, o IBGE passou a fazer a medição.

O método foi modificado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) no


mundo diversas vezes – o mesmo ocorrendo no Brasil. Um exemplo: até 2000,
algumas atividades econômicas ficavam de fora das estatísticas ou tinham
peso menor no cálculo do que seu real valor na economia. É o caso da
consultoria de software, processamento de dados, agências de notícias,
atividades de cinema, rádio e TV, serviços de telefonia celular e serviços
financeiros.

4.c. Comparação do PIB entre países


4.1. Histórico da variação do PIB no Brasil

O Brasil teve recessão em 2001. Naquele ano, foram três trimestres


consecutivos de recuo na economia, abalada pelo “apagão” e pelos
atentados ao World Trade Center. Com uma alta no PIB no último trimestre,
no entanto, a economia fechou o ano com expansão de 1,3%.

Recessão Técnica em 2003, no primeiro e segundo trimestres, a


economia do país “encolheu” 1,44% e 0,23%, respectivamente, após uma forte
desvalorização cambial. Nos trimestres seguintes, a economia se recuperou,
e o país fechou o ano com alta de 1,1% no PIB.
4.2. O PIB no Brasil em 2008 pela ótica do produto (Gráficos):

Total do PIB em 2008 segundo o IBGE:

2,889 trilhões de reais

4.3. O PIB no Brasil em 2008 pelo lado das despesas (Gráfico):


4.4. Variação do PIB Brasil - Taxa Trimestral contra o trimestre
imediatamente anterior (com ajuste sazonal) (%) (Gráfico)

O gráfico acima apresenta as taxas de crescimento com ajuste sazonal para o


PIB a preços de mercado, a partir do primeiro trimestre de 2007.

O gráfico permite uma leitura da evolução do PIB no período de 2007 a 2008,


quando atingiu o pico no terceiro trimestre de 2008 6,8%, desacelerando para
1,27% no quarto trimestre de 2008 e dados consolidados para os quatro
trimestres de 2007 e 2008.

“A nossa economia estava caminhando para crescer 7 ou 8%, mas a


queda brusca ocorrida no final do ano impediu isso, mesmo assim, nos deu
uma taxa bastante razoável considerando o ano como um todo. Devemos
confessar que essa queda foi mais forte do que esperávamos, mas temos
como consolo, pelos números que já estão surgindo, que a economia já estar
dando mostras de que está se recuperando, levando-nos a crer que o pior já
passou (pelo menos para a nossa economia) e que este ano de 2009 não será
de recessão, mas de muitas batalhas e muitas vitórias em termos da economia
brasileira.”

Francisco Castro – Economista especializado em finanças públicas e


mestre em economia (11/03/2009)
4.5. PIB cresce 1,9% no 2º contra o 1º trimestre de 2009

Publicação de 11 de setembro de 2009 no site do IBGE

Na mesma comparação, levando-se em consideração a série com


ajuste sazonal1, o maior destaque foi a indústria (2,1%), seguida pelos serviços
(1,2%). A agropecuária apresentou variação negativa de 0,1%.

Na comparação com o segundo trimestre de 2008, o PIB registrou


queda de 1,2%, resultado da retração de 0,9% no valor adicionado a preços
básicos e da redução de 2,8% nos impostos sobre produtos. Dentre as
atividades, destacaram-se, nesse confronto, os serviços (2,4%). Por outro lado,
a indústria caiu 7,9%, e a agropecuária teve redução de 4,2%.

Nos quatro trimestres (12 meses), o PIB apresentou crescimento de


1,3% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores. Já no
acumulado no ano (1º semestre de 2009), o PIB caiu 1,5%, em relação a igual
período de 2008, sendo que, somente os serviços cresceram (2,1%), enquanto
a indústria (-8,6%) e a agropecuária (-3,0%) caíram.

Em valores correntes, o PIB, no segundo trimestre de 2009,


alcançou R$ 756,2 bilhões.
O gráfico a seguir, da evolução do PIB acumulado em quatro
trimestres desde 1996, mostra como, após elevação de 3,3% no segundo
trimestre de 2006, houve um aumento progressivo da taxa, que chegou a 6,3%
no terceiro trimestre de 2008, recuando para 1,3% no segundo trimestre de
2009.

No 1º semestre de 2009, o PIB registra queda de 1,5% No primeiro


semestre de 2009, o PIB caiu 1,5%, em relação a igual período de 2008, com
crescimento apenas entre os serviços (2,1%) e quedas na indústria (-8,6%) e
agropecuária (-3,0%).

Todas as quatro atividades da indústria apresentaram taxas


negativas na comparação semestral, sendo a maior redução na indústria de
transformação (-11,2%), seguida pela construção civil (-9,6%); eletricidade e
gás, água, esgoto e limpeza urbana (-4,1%); e indústria extrativa (-0,9%).

Nos serviços, as maiores elevações foram em outros serviços


(7,2%); instituições financeiras e seguros (7,0%); serviços de informação
(6,1%); administração, educação e saúde públicas (3,0%); e serviços
imobiliários e aluguel (1,5%). Já transporte, armazenagem e correio (-5,4%) e
comércio (-5,0%) apresentaram quedas.
Na análise da demanda interna da comparação semestral, destacam-
se os crescimentos de 2,5% da despesa de consumo da administração pública
e de 2,3% na despesa de consumo das famílias. A formação bruta de capital
fixo, por sua vez, caiu 15,6%. Analisando-se o setor externo, as importações (-
16,3%) e a exportações (-13,1%) de bens e serviços tiveram quedas.
Em valores correntes, PIB fecha 2º trimestre em R$ 756,2 bilhões No
segundo semestre, o PIB medido a preços de mercado alcançou R$ 756,2
bilhões, sendo R$ 652,4 bilhões referentes ao valor adicionado e R$ 103,8
bilhões aos impostos sobre produtos.

A agropecuária registrou R$ 56,1 bilhões; a indústria, R$ 163,4


bilhões; e os serviços, R$ 432,9 bilhões. A despesa de consumo das famílias
totalizou R$ 471,2 bilhões; a despesa de consumo da administração pública,
R$ 155,9 bilhões; e a formação bruta de capital fixo, R$ 118,8 bilhões.
A balança de bens e serviços ficou superavitária em R$ 7,6 bilhões, e
a variação de estoques foi positiva em R$ 2,8 bilhões.

http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=1452&id_pagina=1
5. PREÇOS – Inflação (Detalhamento), Metas de Inflação e IPCA

5.1. Inflação (Detalhamento)

Conforme item 2.1.: Aumento persistente dos preços em geral, de


que resulta uma contínua perda do poder aquisitivo da moeda. É um fenômeno
monetário, e isso coloca uma questão básica: se é a expansão da oferta de
moeda que tem efeito inflacionário ou se ela ocorre como resposta à maior
demanda de moeda provocada pela inflação.

A inflação, normalmente, pode resultar de fatores estruturais (inflação


de custos), monetários (inflação de demanda) ou de uma combinação de
fatores. Entretanto, independentemente da causa inicial do processo de
elevação dos preços, a inflação adquire autonomia suficiente para se auto-
alimentar por meio de reações em cadeia (a elevação de um preço “puxando” a
elevação de vários outros). Desse modo, configura-se a chamada espiral
inflacionária.

Em princípio, o índice ideal para medir a inflação resultaria do


deflator implícito do produto nacional gerado em determinado período de
tempo, que daria uma medida, a uma certa periodicidade, do crescimento dos
preços dos bens de consumo, dos bens de produção e de todos os serviços
gerados no intervalo de tempo relevante com o concurso da força de trabalho.

Por motivos de ordem prática, outros índices são usados. Para medir
a variação dos preços dos produtos finais consumidos pela população, usam-
se os Índices de Custo de Vida (ICV) ou de Preços ao Consumidor (IPC), tendo
como base os hábitos de consumo de uma família-padrão (para toda a
sociedade ou para certa classe).

Para medir a variação nos preços dos insumos e fatores de produção


(e demais produtos intermediários), usam-se índices de Preços ao Produtor ou,
em termos agregados, o Índice de Preços ao Atacado (IPA). No Brasil, a
inflação é medida pelo Índice Geral de Preços (IGP), da Fundação Getúlio
Vargas, e pelo IPC, elaborado pela Fundação IBGE.
5.1.1. Histórico da Inflação no Brasil

O Brasil tem longa experiência inflacionária. Nas primeiras décadas


do século XX, os indicadores disponíveis, embora precários, indicam uma
média anual de aumento de preços de cerca de 5% ao ano. Na década de
1940, quando indicadores de inflação de base mais ampla se tornam
disponíveis, a porcentagem de aumento anual de preços atinge, regularmente,
dois algarismos. Daí em diante, a tendência geral é de crescimento constante
dos índices inflacionários, até os valores estratosféricos, superiores a 2.000%
por ano, observados no início dos anos 1990. Há apenas uma interrupção
nessa propensão de longo prazo à aceleração inflacionária: o período entre
1964 o início dos anos setenta, quando a inflação tendeu a cair de forma
continuada. Foi só após 1994, ano do Plano Real, que se interrompeu a
tendência a taxas de inflação cada vez mais altas: os aumentos de preços
observados, desde então (ou quedas, em alguns períodos), passaram a ter
ordens de grandeza mais congruentes com a experiência internacional. Ver os
números da Tabela 1, onde se mostra a evolução, entre 1939 e 2002, de três
índices de inflação: o Deflator Implícito do PIB, o Índice Geral de Preços
(Disponibilidade Interna), da Fundação Getúlio Vargas, e o Índice do Custo de
Vida para a cidade de São Paulo, da Fundação Instituto de Pesquisas
Econômicas da Universidade de São Paulo.1

1 Notar que o índice inflacionário mais usado, atualmente, no balizamento da


política econômica, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA, só passou a ser
produzido em 1979.
5.2. Metas de Inflação
O regime de metas para a inflação é um regime monetário no qual o Banco
Central se compromete a atuar de forma a garantir que a inflação observada
esteja em linha com uma meta pré-estabelecida, anunciada publicamente.

O regime de metas para a inflação caracteriza-se geralmente por quatro


elementos básicos:

a) Conhecimento público de metas numéricas de médio-prazo para a inflação;


b) Comprometimento institucional com a estabilidade de preços como objetivo
primordial da política monetária;
c) Estratégia de atuação pautada pela transparência para comunicar
claramente o público sobre os planos, objetivos e razões que justificam as
decisões de política monetária;
d) Mecanismos para tornar as autoridades monetárias responsáveis pelo
cumprimento das metas para a inflação.

Portanto, o regime de metas para a inflação envolve mais do que o


anúncio público de metas numéricas para a inflação. A transparência e a
prestação de contas regulares à sociedade e a seus representantes são
elementos essenciais desse regime.

Entre as principais características presentes na determinação de um


regime de metas para a inflação, temos:

1) Escolha do índice de inflação: usualmente existem duas alternativas - o


índice cheio ou um núcleo de inflação;
2) Definição da meta, que pode ser pontual ou intervalar, com uma banda. No
caso da banda, ainda existe a alternativa de ter ou não uma meta central;
3) Horizonte da meta: definição do período de referência para avaliar o
cumprimento da meta para a inflação;
4) Existência de cláusulas de escape: estabelecimento a priori de situações
que podem justificar o não cumprimento das metas;
5) Transparência: formas de comunicação da autoridade monetária visando
informar a sociedade sobre a condução do regime de metas.

Quando as metas para a inflação fixadas pelo Conselho Monetário


Nacional não são cumpridas, isto é, quando a inflação rompe, acima ou abaixo,
os limites do intervalo de tolerância em torno da meta central, as razões para o
descumprimento, bem como as providências tomadas para retornar à trajetória
de metas, são explicitadas pelo Presidente do Banco Central do Brasil em
Carta Aberta ao Ministro da Fazenda. Tal procedimento confere maior
transparência e credibilidade ao processo de convergência às metas
inflacionárias.

5.2.1. Histórico do Regime de Metas para Inflação no Brasil

Após vários anos de elevado crescimento econômico, a década de


80 foi marcada pela conjunção de dois fatores: forte queda da taxa de
crescimento da economia brasileira e grande aumento da taxa de inflação,
situação que se estendeu durante a primeira metade dos anos 90, e que levou
à adoção de sete planos de estabilização em menos de dez anos. Hoje, há
consenso na sociedade sobre as vantagens da estabilidade de preços,
condição necessária para que possa haver crescimento auto-sustentado. Além
disso, no médio e longo prazos, maior inflação não gera maior crescimento,
pelo contrário, cria um ambiente desfavorável aos investimentos e penaliza as
camadas mais pobres da sociedade, promovendo concentração de renda. Vale
adicionar que os principais bancos centrais do mundo adotam, de forma
implícita ou explícita, a estabilidade de preços como principal objetivo da
política monetária.

No início de março de 1999, num ambiente ainda marcado pela


incerteza quanto ao impacto da desvalorização do real sobre a inflação, o
governo brasileiro anunciou a intenção de passar a conduzir a política
monetária com base no arcabouço de metas para a inflação. Em 1º de julho
de 1999, o Brasil adotou formalmente o regime de metas para a inflação
como diretriz da política monetária, com a edição do Decreto nº 3.088 pelo
Presidente da República, em 21 de junho de 1999. Em 30 de junho de 1999, o
Conselho Monetário Nacional (CMN) editou a Resolução nº 2.615, tratando da
definição do índice de preços de referência e das metas para a inflação para
1999 e para os dois anos subseqüentes.

O Brasil adotou o regime de metas para a inflação em 1999, após o


fim do regime de câmbio fixo que estava em vigor desde meados de 1995 e se
encerrou em janeiro de 1999, após um ataque especulativo contra o Real.
Desde o começo ficou claro que o Brasil deveria adotar um programa de metas
para a inflação com o objetivo de reduzir a taxa de inflação de forma gradual,
que, no fim desse processo, convergiria para uma taxa ótima de inflação para a
economia brasileira. O que não estava claro era o número de períodos em que
esse processo de desinflação se daria ou qual deveria ser a meta de inflação
ao fim desse processo.

Assim, estabeleceu-se que, em três períodos, o Brasil deveria sair de


uma inflação em torno de 9% para uma inflação de 4%. Esse programa foi feito
adotando-se as metas de 8% para 1999, 6% para 2000 e 4% para 2001. Em
2000, estipulou-se que a meta para 2002 seria de 3,5%, na qual se indicava
que o processo de desinflação na economia brasileira estaria perto do fim.
A partir de uma sucessão de choques, que se iniciaram em 2001 e
atingiram seu ápice na eleição de 2002, o Brasil adotou um novo programa de
desinflação, pois a inflação começava a dar sinais de descontrole. Em 2002, ela
atingiu 12,53% (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA); em 2003,
atingiu 9,30%; e, em 2004, atingiu 7,60%.

A tabela a seguir mostra a evolução das metas para a inflação, da inflação


medida pelo IPCA e da dívida líquida do setor público. Observa-se que existe uma
correlação positiva entre a inflação observada e a dívida líquida do setor público, o que
sugere que o banco central acaba por flexibilizar o regime de metas (não as
alcançando) com o intuito de não acelerar a dívida pública.

TABELA: Inflação e dívida líquida do setor público (DLSP)


Anos Meta para inflação Inflação (IPCA) DLSP

1999 8,0% 8,94% 48,68%

2000 6,0% 5,97% 48,78%

2001 4,0% 7,67% 52,63%

2002 3,5% 12,53% 55,50%

2003 4,0% 9,30% 57,18%

2004 5,5% 7,60% 51,67%

2005 5,1% 5,52%* 51,60%*

Fonte: Banco Central e IBGE.


Obs.: *Expectativa de mercado em 11 de novembro de 2005 – Relatório Focus.

A determinação da meta para inflação no Brasil deveria considerar a


capacidade de o Banco Central atingir esse objetivo, dado o peso que esse atribui ao
equilíbrio fiscal. Em outras palavras, um programa de metas para a inflação pouco
flexível pode gerar perda de credibilidade ao Banco Central, pois, ao observar o
impacto fiscal de suas ações, ele acaba por optar por uma posição intermediária entre
inflação e dívida pública.

A partir de 2005 a meta para inflação estacionou em 4,5%.

Anos Meta para inflação Inflação (IPCA)


2005 4,5% 5,69%
2006 4,5% 3,14%
2007 4,5% 4,46%
2008* 4,5% 6,5%
2009* 4,5% 5,0%
2010* 4,5% 4,5%
Fonte: IBGE. *Estimativa
5.3. O IPCA no contexto de Meta para Inflação

No Brasil, a meta para a inflação foi definida em termos da variação


do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo
IBGE. O IPCA, como o nome indica, é um índice de preços ao consumidor, em
oposição a outros índices, como de preços no atacado e gerais. A escolha de
índice de preços ao consumidor é freqüente na maioria dos regimes de metas
para a inflação, pois é a medida mais adequada para avaliar a evolução do
poder aquisitivo da população. Dentro do conjunto de índices de preços ao
consumidor, o IPCA foi escolhido por ser, dentre os dois índices com cobertura
nacional (o outro é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC), o que
tem maior abrangência: enquanto o INPC mede a inflação para domicílios com
renda entre 1 e 6 salários-mínimos (na época da escolha, entre 1 e 8 salários-
mínimos), o IPCA inclui domicílios com renda entre 1 e 40 salários-mínimos.

O regime de metas de inflação tem sido questionado no Brasil desde


sua adoção em 1999. No oitavo ano do seu funcionamento, porém,
entendemos que os benefícios são maiores que os problemas. Em particular,
as críticas que se faziam nos seus primeiros anos, embora, em alguns casos,
pertinentes nas circunstâncias iniciais, podem ter perdido validade no momento
em que o país se encaminha para o quarto ano consecutivo de reduções
sucessivas da inflação e com uma variação do Índice de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA) próxima da meta.

5.3.1. Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)

Este índice reflete as variações dos preços dos bens e serviços consumidos
por famílias com renda mensal urbana entre 01 e 40 salários mínimos,
independentemente da fonte. Os preços são pesquisados em dez regiões
metropolitanas: Belém, Recife, Fortaleza, Salvador, Belo Horizonte, Rio de
Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre e Goiânia, além do Distrito Federal.
O peso dos produtos é fornecido pela Pesquisa de Orçamentos Familiares
(POF), realizada entre 01 de outubro de 1995 e 31 de setembro de 1996. O
índice nacional é determinado a partir da agregação dos índices regionais,
ponderados pelo rendimento total urbano, extraído da Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios (PNAD). O IPCA é adotado pelo Banco Central do Brasil
para a fixação das metas de inflação do país, acordadas entre o governo
brasileiro e o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Indicadores Econômicos 30-set-2009

5.3.2. Tabela - Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)


Variações percentuais nos últimos 12 meses
Saúde e
Alimentaçã Artigos de Despesas
Período Geral Habitação Vestuário Transporte cuidados Educação Comunicação
o e Bebidas residência pessoais
pessoais

2008 Jan 4,56 11,52 1,85 -2,60 3,90 1,86 4,41 6,37 4,30 0,59
Fev 4,61 11,32 1,86 -2,27 4,08 1,85 4,45 6,48 4,29 1,09
Mar 4,73 11,22 2,26 -2,24 4,37 2,05 4,63 6,14 4,52 1,11
Abr 5,04 12,62 2,05 -1,75 5,62 1,69 4,94 6,17 4,53 0,93
Mai 5,58 14,63 2,18 -1,42 5,94 1,79 5,02 6,56 4,50 0,84
Jun 6,06 15,79 2,20 -0,64 5,42 2,46 5,38 6,69 4,51 1,18
Jul 6,37 15,54 3,57 -0,20 5,56 3,02 5,52 6,68 4,42 1,12
Ago 6,17 13,75 4,32 -0,05 6,00 3,03 5,53 6,83 4,47 1,10
Set 6,25 12,94 4,28 0,15 6,27 3,60 5,65 7,53 4,53 1,52
Out 6,41 13,14 4,95 0,45 6,85 3,49 5,41 7,63 4,54 1,64
Nov 6,39 13,00 4,97 1,60 7,02 3,08 5,39 7,79 4,57 1,76
Dez 5,90 11,12 5,09 1,99 7,30 2,32 5,72 7,35 4,58 1,79
2009 Jan 5,84 10,28 5,44 2,29 7,44 2,27 5,87 7,47 4,73 1,87
Fev 5,90 9,91 5,46 2,69 7,77 2,46 5,89 7,23 6,04 1,80
Mar 5,61 9,27 5,04 3,58 7,71 1,96 5,76 7,50 5,40 1,82
Abr 5,53 8,04 5,63 2,73 7,24 1,79 6,11 9,27 5,44 1,84
Mai 5,20 6,44 6,05 2,61 7,43 1,27 6,14 9,77 5,44 1,85
Jun 4,80 4,97 6,06 3,33 7,55 1,03 5,96 9,71 5,42 1,40
Jul 4,50 3,82 6,60 3,66 7,57 0,71 5,80 9,44 5,56 0,93
Ago 4,36 4,00 6,28 3,18 7,29 0,54 5,68 8,94 5,99 0,22
Média em 12 meses1/ 0,36 0,33 0,51 0,26 0,59 0,04 0,46 0,72 0,49 0,02
Fonte: IBGE

1/ Média mensal dos últimos 12 meses.


5.3.3. IPCA em queda e o regime de metas de inflação

Publicado em 19/09/2009

http://www.vitorwilher.com/2009/09/19/ipca-em-queda-e-o-regime-de-metas-de-inflacao/

O IPCA acumulado em 12 meses (conforme gráfico abaixo) tem tido


franco recuo desde que a crise externa se tornou excessivamente aguda.
Reflexo óbvio de uma guinada na atividade econômica.

IPCA AGO 2008 a AGO 2009

O que se segue é que alguns analistas estão enxergando nessa


reversão de tendência uma brecha para o COPOM reduzir a taxa básica de
juros em uma das próximas reuniões de 2009 (outubro e dezembro). Isso,
entretanto, está fora do escopo do modelo de metas de inflação. Neste o
objetivo do Banco Central é fazer com que as expectativas de inflação dos
agentes convirjam para a meta de inflação. Ora, sob este aspecto, a
preocupação da autoridade monetária não é com a inflação passada e sim com
a inflação futura, onde as expectativas dos agentes são uma meta
intermediária de política monetária, como bem define Svensson.
Nesse contexto, o recuo do IPCA nos últimos meses não deve ser
visto como condicionante para uma redução da SELIC nas próximas reuniões
do COPOM. A autoridade monetária tem se demonstrado bastante reticente em
momentos de parada técnica na condução da política econômica e, o mais
provável é que mantenha os juros básicos em 8,75% a.a. Contribui para isso o
fato de que o PIB voltou a crescer na margem no segundo trimestre de 2009,
conforme pode ser visto no gráfico abaixo:

Assim sendo, a tendência é que haja uma continuação do crescimento do PIB


nos próximos trimestres, consequência direta da melhora do cenário externo
(redução da aversão à risco) e do relaxamento monetário. Isso, por sua vez,
manterá a cautela do Banco Central, que olhando a inflação futura, esperará ao
menos as próximas duas reuniões do COPOM para uma avaliação melhor do
seu comportamento.
5.4. Meta de inflação de 2009 fica em 4,5% e TJLP em 6,5%

http://www.tribuna.inf.br/

BRASÍLIA - O Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu que a


meta de inflação para 2009 será de 4,5% do IPCA (Índice de Preços ao
Consumidor Amplo), a mesma de 2008, mantendo também a margem de
tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. A TJLP (Taxa
de Juros de Longo Prazo) foi mantida em 6,5% ao ano - a taxa irá vigorar de
julho a setembro.

Com as previsões do mercado de uma inflação abaixo de 4% em


2007 e 4,5% para o 2009, havia expectativa de que a meta fosse fixada em um
patamar menor. A posição adotada era a defendida pelo ministro Guido
Mantega (Fazenda). Para ele, essa meta permite que o país cresça sem exigir
do Banco Central uma política monetária muito rigorosa, como a elevação da
taxa de juros para coibir o aumento de preços. Apesar da manutenção,
Mantega acredita que a inflação ficará abaixo.

Para Mantega, o sistema de metas de inflação conseguiu combinar


os preços sob controle com o crescimento da economia, o que é positivo para o
maior consumo da população. "Esse instrumento está sendo muito bem
sucedido. Não só pelo controle por anos seguidos, mas porque permite um
crescimento maior do país", disse.

"Uma meta de 4% no longo prazo seria desejável, mas com 4,5%


você aumenta o grau de liberdade do Banco Central", disse o presidente do
Banco Central, Henrique Meirellles. Ele reafirmou que o ideal, porém, é que a
inflação fique em um intervalo inferior ao centro da meta. O regime de metas de
inflação foi adotada no país em 1999. São membros do CMN os ministros da
Fazenda e do Planejamento e o presidente do Banco Central.

A fórmula para estabelecer a TJLP, que serve de referência para os


empréstimos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social), leva em conta a expectativa de inflação para os próximos 12 meses e o
risco-país do Brasil. Embora a meta de inflação seja de 4,5% do IPCA (Índice
de Preços ao Consumidor Amplo), a expectativa do mercado está abaixo disso
-a projeção para 2007 está abaixo de 4%. Já o risco Brasil está em torno de
150 pontos.

A redução da TJLP é uma reivindicação constante do setor produtivo,


já que costuma ser o custo mais baixo para as empresas investirem. A TJLP é
definida para o trimestre que irá começar. A taxa que vigorou entre abril de
2004 e dezembro de 2005 foi de 9,75% ao ano. Na reunião do CMN de
dezembro daquele ano, ela foi reduzida para 9% ao ano, em março, para
8,15%, em junho, para 7,5% ao ano e, em setembro, para 6,85% ao ano e, no
encontro de dezembro, caiu para 6,5% ao ano.
6. TAXA SELIC – (Detalhamento):

Conforme item 2.1.: “Iniciais de Sistema Especial de Liquidação e


Custódia, que significa uma forma de registro escritural de débitos e créditos
de operações financeiras utilizado pelos Bancos de liquidação de títulos
depósitos de cheques etc.”

Uma das siglas mais conhecidas para quem acompanha o noticiário


financeiro e segue de perto a realidade econômica brasileira é a Selic. Afinal de
contas, todos os meses o Comitê de Política Monetária do Banco Central
(COPOM), se reúne e decide se a taxa básica de juros da economia brasileira
vai subir, cair ou ser mantida estável.

A taxa Selic é a taxa de financiamento no mercado interbancário


para operações de um dia, ou overnight, que possuem lastro em títulos
públicos federais, títulos estes que são listados e negociados no Sistema
Especial de Liquidação e Custódia, ou Selic.

Em outras palavras, esta taxa é usada para operações de curtíssimo


prazo entre os bancos, que, quando querem tomar recursos emprestados de
outros bancos por um dia, oferecem títulos públicos como lastro, visando
reduzir o risco, e, conseqüentemente, a remuneração da transação.

Assim, como o risco final da transação acaba sendo efetivamente o


do governo, pois seus títulos servem de lastro para a operação e o prazo é o
mais curto possível, ou apenas um dia, esta taxa acaba servindo de referência
para todas as demais taxas de juros da economia.

Esta taxa não é fixa e varia praticamente todos os dias, mas dentro
de um intervalo muito pequeno, já que, na grande maioria das vezes, ela tende
a se aproximar da meta da Selic, que é determinada mensalmente pelo
Copom.

Assim, embora quase todo mundo acredite que o Copom determina


efetivamente a Selic, no fundo o colegiado está determinando a meta da Selic.

Em situações normais a Selic é a taxa mais baixa, o que, porém, não


ocorre sempre. De forma geral, quanto maior o prazo maior o risco e, portanto,
maior a taxa.

Esse não é o caso, porém, quando o governo está adotando uma


política monetária restritiva, com o objetivo de conter a inflação. Neste caso a
taxa pode ser maior do que as taxas de longo prazo, o que indica que o
mercado acredita que a política econômica adotada irá reduzir a inflação,
levando à queda dos juros de longo prazo.
O efeito sobre o dia-a-dia das pessoas de mudanças na Selic pode
ser direto ou indireto, dependendo do perfil financeiro de cada um. Um dos
efeitos mais diretos é sobre quem investe em fundos DI, pois boa parte da
carteira destes fundos é investida em papéis pós-fixados, ou seja, que seguem
a rentabilidade da Selic. Assim, um corte na Selic irá necessariamente reduzir a
rentabilidade destes investimentos.

Já o efeito sobre quem tomou dinheiro emprestado é indireto e


geralmente mais lento. Uma redução da Selic, em geral, leva a uma queda
nas taxas de captação dos bancos e demais instituições financeiras, que,
assim, teriam, condições de cobrar menos pelos seus empréstimos.

Porém, outras variáveis estão envolvidas na determinação das taxas


de empréstimos, tal como as taxas de inadimplência, a margem de lucro dos
bancos, a carga de impostos sobre operações financeiras e outros, de forma
que as alterações acabam sendo mais sentidas no médio e longo prazo.

6.1. Taxa de Câmbio vs. Taxa SELIC

Publicado em 16/09/2009

http://www.vitorwilher.com/2009/09/16/taxa-de-cambio-vs-taxa-selic/

Existe uma interessante correlação entre a taxa básica de juros e a


taxa de câmbio. Há quem acredite que a estabilidade (ou tendência apreciativa)
do câmbio é uma condição necessária para que a autoridade monetária
brasileira baixe a taxa básica de juros (a SELIC). No gráfico abaixo existe uma
evidência empírica para esse argumento:
Note que o Banco Central só começou a baixar os juros em janeiro
deste ano, justamente após a taxa de câmbio ter “batido no teto”, ou seja, ter
demonstrado que o movimento de desvalorização tinha cedido. Nos meses
seguintes há uma correlação positiva entre queda da SELIC e queda da taxa
de câmbio. Tal evidência não é casual. Como dito, as quedas na taxa básica de
juros só são possíveis se o câmbio está se apreciando ou está estável. Desse
modo, é possível enxergar correlações entre movimentos na taxa SELIC e
movimentos no câmbio nos últimos dez anos, sob o regime de metas de
inflação.

O movimento é, por suposto, dinâmico. Se a taxa de câmbio


influencia os policymakers na condução da política monetária brasileira, não há
dúvidas de que o contrário também é verdadeiro. Movimentos na taxa SELIC
balisam o fluxo de capitais estrangeiros em estratégia de carry-trade (agentes
que buscam ganhar dinheiro com arbitragem de juros).

Note-se que quedas na taxa SELIC tendem a repelir a entrada de


capitais estrangeiros, o que por sua vez faz com que a moeda pare de se
apreciar (ou comece a se desvalorizar). Isso significa que existe um limite, do
ponto de vista do câmbio, para que a SELIC caia. Nesse ponto, os movimentos
de câmbio são maléficos para o controle da inflação, influenciando os
policymakers a parar a queda nas taxas de juros.

Na prática esse pretenso limite mínimo na taxa SELIC ainda não foi
encontrado, já que a tendência apreciativa do câmbio prossegue. Isto porque, a
autoridade monetária tem parado o relaxamento monetário bem antes de
encontrá-lo, seja por pressões inflacionárias, seja por excessivo
conservadorismo ou por paradas técnicas de avaliação (como a atual), dado o
gap na transmissão da política monetária.

Há outro fator contra-balanceador para que esse limite mínimo ainda


não tenha sido enfrentado: a taxa básica do Brasil é uma das maiores do
mundo. Isso significa que mesmo com quedas consecutivas, a taxa SELIC
continua sendo uma das mais altas e, portanto, continua atraindo capitais
estrangeiros.

Ainda estamos bem distantes desse limite mínimo. Isto porque, em


um cenário onde o Brasil é investment grade, a continuação da queda da taxa
básica é bastante plausível. Mesmo que tenhamos mais dois ou três pontos
percentuais de queda em 2010 e 2011 dificilmente haverá fuga de capitais.
Estas estão muito mais relacionadas com aumento de aversão à risco. Há,
portanto, espaço para maiores quedas da taxa SELIC por parte do
câmbio.
6.2. Tabela de Variação da Taxa Selic (Banco Central do Brasil)
30-set-
Indicadores Econômicos
2009

III.1 - Taxas de juros efetivas


Selic overnight TJLP
Período %
% a.m. % a.a. % a.a.
a.m.
2007 Dez 0,84 11,18 0,51 6,25
2008 Jan 0,93 11,18 0,51 6,25
Fev 0,80 11,18 0,51 6,25
Mar 0,84 11,18 0,51 6,25
Abr 0,90 11,37 0,51 6,25
Mai 0,88 11,63 0,51 6,25
Jun 0,96 12,09 0,51 6,25
Jul 1,07 12,36 0,51 6,25
Ago 1,02 12,92 0,51 6,25
Set 1,10 13,39 0,51 6,25
Out 1,18 13,66 0,51 6,25
Nov 1,02 13,64 0,51 6,25
Dez 1,12 13,66 0,51 6,25
2009 Jan 1,05 13,32 0,51 6,25
Fev 0,86 12,66 0,51 6,25
Mar 0,97 11,70 0,51 6,25
Abr 0,84 11,11 0,51 6,25
Mai 0,77 10,16 0,51 6,25
Jun 0,76 9,54 0,51 6,25
Jul 0,79 9,01 0,49 6,00
Ago 0,69 8,65 0,49 6,00
Set 0,69 8,65 0,49 6,00

6.3. Gráfico de Variação da SELIC ■ / TJLP ■ (%) de Set 2008 a Set 2009
(Banco Central do Brasil)

13,66 13,64 13,66


14,00 13,39 13,32
12,66
11,70
12,00 11,11
10,16
10,00 9,54
9,01
8,65 8,65

8,00

6,25 6,25 6,25 6,25 6,25 6,25 6,25 6,25 6,25


6,25 6,00 6,00 6,00
6,00

4,00

2,00

0,00
Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set
7. PREVISÕES (IPCA / Inflação / PIB / SELIC)

Mercado reduz projeção de inflação pelo IPCA em 2009

Agência Estado – O Estadão 17/082009

SÃO PAULO - O mercado financeiro reduziu a expectativa para o


Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2009, de 4,40% para
4,37%, de acordo com a pesquisa semanal Focus, divulgada nesta segunda-
feira, 17, pelo Banco Central (BC). Com a redução, a previsão dos analistas se
manteve abaixo do centro da meta de inflação para este ano, que é de 4,5%.
Na mesma pesquisa, a estimativa para o IPCA em 2010 passou de 4,32% para
4,3%, abaixo do centro da meta, que também é de 4,5% no ano que vem.

Entenda os índices

A estimativa para a inflação de curto prazo caiu. Para agosto, a


previsão para o IPCA foi reduzida de 0,30% para 0,26%. O dado do IPCA de
agosto deve ser divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) no dia 10 de setembro. Para setembro, a estimativa de IPCA manteve-
se em 0,25%.

A pesquisa Focus também manteve a previsão de que a taxa básica


de juros (Selic) deve terminar o ano nos atuais 8,75% ao ano. Para o final de
2010, foi mantida a projeção de que a Selic encerre o período com taxa de
9,25% ao ano.

PIB

A estimativa para o desempenho da economia brasileira em 2009 e


2010 teve leve melhora na pesquisa semanal Focus. No levantamento
realizado junto a instituições financeiras, a previsão para o Produto Interno
Bruto (PIB) neste ano passou de um recuo de 0,35% para uma contração de
0,34%. Para 2010, a previsão para o PIB passou de um crescimento de 3,6%
projetado na pesquisa anterior para uma expansão de 3,8% no relatório de
hoje.

No mesmo levantamento, a estimativa para a produção industrial em


2009 segue negativa, mas teve discreta melhora, passando de uma queda de
7,31% para uma baixa de 7,18%. Para 2010, a projeção para o desempenho
da indústria se mantém em crescimento de 5%.
8. CONCLUSÃO

O presente trabalhou apresentou uma visão geral dos principais


indicadores que direcionam a economia brasileira, considerando seus
conceitos, classificações e históricos. Buscou ilustrar algumas das informações
com o auxílio de gráficos e tabelas obtidas em fontes oficiais de dados
econômicos como o Banco Central do Brasil e o IBGE. Apresentou também
recortes de artigos jornalísticos publicados recentemente para uma melhor
compreensão do contexto atual e das expectativas para o setor.

Indicadores Econômicos são fundamentais tanto para propiciar uma


melhor compreensão da situação presente e o delineamento das tendências de
curto prazo da economia, quanto para subsidiar o processo decisório,
importante aspecto de planejamento em qualquer segmento de atividade
profissional, em especial no nosso caso, futuramente, a Administração Pública.
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Gilmar Mendes, Mario Romero; Coleção Gestão Empresarial – Economia


Empresarial – Capítulo 3: Indicadores Econômicos.

PAULO SANDRONI; NOVÍSSIMO DICIONÁRIO DE ECONOMIA;; 1999 Editora


Best Seller – São Paulo – SP

Flávio Rabelo Versiani; INFLAÇÃO E POLÍTICA ANTIINFLACIONÁRIA NO


BRASIL; Universidade de Brasília – FACE – Departamento de Economia
INTRODUÇÃO À ECONOMIA – 2º/2005; 4ª Unidade - Texto de Leitura nº 23

Banco Central do Brasil; Regime para Metas de Inflação – Série “Perguntas


Mais Freqüentes” – Gerência-Executiva de Relacionamento com Investidores
(Gerin);

Site do Banco Central do Brasil - http://www.bcb.gov.br/

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