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7 - Flexibilidad Apçicada Ao Personal Trainner PDF
7 - Flexibilidad Apçicada Ao Personal Trainner PDF
Estélio H. M. Dantas.-c...
Prof. Titular do Programa de Pós-graduação
Stricto Sensu em Ciência da Motricidade Humana
– Universidade Castelo Branco – Brasil
Juliana S. Soares
Mestranda do PROCIMH – UCB/RJ
Resumo: O objetivo deste trabalho é apresentar o modo como a flexibilidade deve ser utilizada pelo
Personal Trainer, partindo das informações publicadas e das observações colhidas num ambiente de
treinamento de alto rendimento, considerando os princípios da “Individualidade Biológica” e da
“Especificidade”. Depois de caracterizar as possíveis formas de treinamento da flexibilidade, distinguindo
as exigências máximas (flexionamento) das sub-máximas (alongamento), se descrevem as
possibilidades, limitações, efeitos biofísicos e as técnicas de trabalho dos métodos ativo, passivo e de
facilitação neuro-muscular proprioceptiva(FNP). Para aprofundar o estudo, se consideram os prós e os
contras da aplicação dos métodos citados no personal training sugerindo a forma de corrigir os erros e
de otimizar os efeitos positivos, enfatizando a conveniência de se utilizar apenas insistências de apenas
10 a 15 segundos no Flexionamento Passivo. Depois se indica a técnica adequada para trabalhar a
flexibilidade em cada fase e período do macrociclo, á saber: Período de Adaptação e Fase Básica –
Flexionamento Ativo e Passivo; Fase Específica – Flexionamento FNP; Período de Manutenção –
Alongamento e Período de Transição – Flexionamento Passivo.
Unitermos: Flexibilidade, Alongamento, Flexionamento, Periodización, Personal Training.
INTRODUÇÃO
A Flexibilidade foi definida por Holland (1986), citado por ALTER (1988, p. 3) como a qualidade
física responsável pela “...amplitude de movimento disponível em uma articulação ou conjunto de
articulações.”. Esta definição poderia ser complementada e enunciada como: “Qualidade física
responsável pela execução voluntária de um movimento de amplitude angular máxima, por uma
articulação ou conjunto de articulações, dentro dos limites morfológicos, sem o risco de provocar
lesão.” (DANTAS, 1998, p. 33).
Falar em flexibilidade é, portanto, se referir aos maiores arcos de movimentos possíveis nas
articulações envolvidas. Como a prática desportiva exige a utilização completa dos arcos articulares
especificamente envolvidos nos gestos desportivos, fica muito difícil, se não impossível, a
performance de alto rendimento sem se dispor de um bom nível de flexibilidade nos segmentos
musculares empenhados.
Quanto mais alta for a exigência de performance, mais atenção deve ser dada à flexibilidade.
Ressalte-se que isto não significa alcançar o máximo possível de mobilidade. A flexibilidade, ao
contrário de todas as outras qualidades físicas, não é melhor quanto maior for. Existe um nível ótimo
de flexibilidade para cada pessoa, em função das exigências que a prática exercerá sobre o aparelho
locomotor e a estrutura dos seus componentes (ligamentos, articulações, músculos e outras
estruturas envolvidas).
Um nível de flexibilidade acima do desejado, além de não acarretar melhora da performance
nem diminuição do risco de distensão muscular, propiciará aumento da possibilidade de luxações
(DANTAS, 1995, p. 51; KRIVICKAS & FEINBERG, 1996 e TWELLAAR, VERSTAPPEN, HUSON &
VANMECHELEN, 1997).
O treino de alto rendimento se fundamenta nos Princípios Científicos do Treinamento
Desportivo (DANTAS, 1998, p. 37-54). O trabalho de flexibilidade no personal training não poderia ser
diferente. O texto dos parágrafos precedentes apenas destaca a necessidade de serem levados em
conta os preceitos de dois dos citados Princípios:
• Individualidade Biológica • Especificidade
Para trabalhar a flexibilidade no personal training, visando obter o máximo de resultados com o
mínimo de riscos, será necessário um conhecimento bastante amplo dos três fatores envolvidos: as
características biológicas do cliente, as exigências específicas de sua vida e os fundamentos
fisiológicos e metodológicos da flexibilidade.
Para se empregar este método deve-se, lentamente, chegar ao limite normal do arco articular
do atleta (limiar entre o alongamento e o flexionamento), forçar suavemente além deste limite,
aguardar cerca de seis segundos e realizar novo forçamento suave, procurando alcançar o maior
arco de movimento possível. Neste ponto, o arco articular obtido deve ser mantido por 10 a 15
segundos (DANTAS, 1998, p.75). A rotina deve ser repetida por três a seis vezes, com intervalo de
descontração entre elas. O objetivo deste método é o aumento da Flexibilidade pelo incremento
prioritário sobre a Mobilidade Articular.
Para superar as dúvidas que possam persistir quanto à eficácia de aumentar o tempo de
insistência para conseguir um melhor efeito de treinamento, cabe citar o trabalho de BANDY, IRION &
BRIGGLER (1997), que compararam os efeitos de insistências de 30 e de 60 segundos, com uma ou
três repetições e não encontraram diferenças significativas entre os resultados.
O único estudo encontrado, de BANDY & IRION (1994), que se opõe ao que foi exposto até
aqui, aponta melhoras de flexibilidade, depois de seis semanas de treinamento, dos grupos que
realizaram insistências de 30 e de 60 segundos, sobre o grupo que realizou insistências de 15
segundos. No entanto, os autores consideraram o tempo total de atividade e não a insistência depois
de se alcançar o arco máximo de movimento, detalhe que exige que estes resultados não sejam
levados em consideração.
A tensão isométrica provocada pela insistência estática a que se submete o músculo, atua
sobre o Órgão Tendinoso de Golgi, provocando um relaxamento da musculatura agonista,
acarretando que o fator limitante do movimento seja, normalmente, a articulação. Por ser esta
estrutura que suporta a força que se está realizando, ela tende a se adaptar, aumentando a
extensibilidade de seus tecidos moles e diminuindo, desta forma, sua estabilidade. O fenômeno
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exposto torna contra indicado o Método Passivo para o treinamento da flexibilidade das articulações
sujeitas a choques nos desportos de contato. (Mc NAIR & STANLEY,1996).
FLEXIBILIDADE E PERIODIZAÇÃO
O principal fator determinante na escolha do método de flexionamento utilizado, será,
conforme foi explanado, a necessidade do aumento da flexibilidade. Este efeito será obtido,
prioritariamente, devido ao aumento da mobilidade articular ou da elasticidade muscular.
As articulações sujeitas a choques nos desportos de contato devem ter preservada sua
estabilidade pela ênfase no aumento da elasticidade muscular em detrimento da atuação sobre a
mobilidade articular. O efeito inverso será desejável para o treinamento da flexibilidade dos grupos
musculares que necessitam realizar sustentação de um segmento corporal ou que apresentarão
contrações explosivas durante a performance.
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gestos do cotidiano do cliente a qualidade física Flexibilidade se faz presente e qual a amplitude
máxima necessária a uma performance ótima.
É importante ressaltar que durante o treinamento, deve-se procurar dotar o cliente de um arco
articular cerca de 20% maior que sua necessidade de performance, para que possa realizar cada um
dos gestos desportivos específicos do desporto sem esforço muscular desnecessário.
Tal fato pode ser compreendido com a explanação de DANTAS (1998);
Os últimos 10 a 20% do arco articular são caracterizados por apresentarem
uma maior resistência ao movimento devido ao fato de se estar chegando ao
limite de distensibilidade dos músculos, ligamentos e outros tecidos conjuntivos
envolvidos. Assim, cada vez que se entra nesta Zona de Alta Resistência
(ZAR), a pessoa se vê compelida a realizar um esforço extra, além do
normalmente exigido para a execução do movimento. No caso de ser
necessário realizar movimentos de grande amplitude, deve-se certificar de que
se dispõe de uma margem de segurança de cerca de 20 % a mais do que o
arco articular que vai ser utilizado. Esta precaução reduzirá o desgaste
energético do atleta.(p. 48)
CONCLUSÃO
Uma vez determinados os movimento que necessitam de um boa flexibilidade, quais os
métodos que serão utilizados para seu treinamento e qual a amplitude adequada para cada um
destes arcos, o personal trainer montará uma “rotina” de exercícios que serão utilizadas
quotidianamente, possibilitando sua memorização pelo cliente, para que, ele possa executar o
procedimento correto de alongamento de forma automatizada.
Tranqüiliza o profissional envolvido com o treinamento de jovens saber que o treinamento da
flexibilidade não terá efeitos nefastos posteriores, pelo menos na coluna vertebral, conforme afirmam
os estudos de RATY, BATTIE, VIDEMAN & SARNA (1997)
É importante se relembrar que a flexibilidade embora não seja uma qualidade física de
importância prioritária na performance, se comparada com a força a velocidade ou a resistência, ela
está presente em quase todos os momentos da vida cotidiana. Por isso também causa surpresa se
constatar que talvez seja ela a qualidade física menos estudada. Este fato pode fazer com que seu
treinamento seja mais influenciado por crenças e costumes do que por conhecimentos científicos.
O presente estudo buscou colocar ao alcance do personal trainer subsídios que o auxiliassem
na escolha da forma de treinar a flexibilidade, baseados na fundamentação da fisiologia e da biofísica
e não nos hábitos costumeiros ou na “achologia”.
Buscar na ciência a forma de aperfeiçoar nossa forma de agir é um hábito saudável que todo
o profissional deve perseguir, pois como disse Churchill: “Só os tolos aprendem exclusivamente
com sua experiência.”.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS