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FACULDADE ADELMAR ROSADO – FAR

PÓS – GRADUAÇÃO EM SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA, SAÚDE E


ASSISTENCIA SOCIAL
DISCIPLINA: ORÇAMENTO E FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL
PROFESSORA: LUCIANE EVAGELISTA FERNANDES FRANCO

ATIVIDADE AVALIATIVA
Lina Rosa dos Santos Melo

FEVEREIRO/2019
1.
Após a segunda guerra mundial, os países capitalistas que marcaram avanços
na proteção social, passaram por profundas transformações: a luta dos trabalhadores
por melhores condições de vida; a intervenção do estado atrelada com políticas de
cunho keynesiano; as modificações redistributivas no orçamento público.

A partir dos anos 80, foram adotadas estratégias que garantiam formas de
acumulação de capital de maior concorrência no setor bancário, assim nascem os
novos instrumentos financeiros, tais como a securitização das dívidas e os derivativos.
Os avanços tecnológicos em informática e telecomunicações no sistema financeiro, o
pagamento de juros e a amortização é prioridade para o Fundo Público, as despesas
financeiras que representavam 26,86% dos orçamentos da Seguridade Social e Fiscal
de 2004, sobem para 30,77% em 2007. No âmbito das políticas monetárias e fiscais
o governo brasileiro agiu rápido no socorro ao grande capital, especialmente o
financeiro, com medidas de combate a crise, que não tem impacto direto no caixa do
governo, já no campo da política monetária destacaram-se as mudanças nas regras
do depósito compulsório, leilões com dólar e a linha de trocas de moeda, associados
a expansão do crédito destacou-se o potencial do consumo interno proporcionado
pelas políticas sociais no campo da seguridade social: Previdência e Assistência
Social. Essas políticas são alvo permanente de ataques do neoliberalismo, o
orçamento da Seguridade Social continua perdendo recursos de suas fontes
tributárias devido a transferência de recursos para o orçamento fiscal, por meio da
Desvinculação das Receitas da União (DRU), que transforma os recursos destinados
ao financiamento da Seguridade Social em recursos fiscais para a composição do
superávit primário e por consequência, a sua utilização em pagamentos de juros da
dívida.

Com os recursos da Seguridade Social o governo também paga os benefícios


previdenciários dos servidores públicos federais, por princípios constitucionais, não
incluíram este tipo de gasto, essa despesa com inativos e pensionistas da união e
que são pagos com recursos da Seguridade Social superam o patamar de R$
50.000.000.000,00 (Cinquenta Bilhões de Reais), o que representa 15% do montante
gasto nas funções orçamentárias da previdência, assistência social e saúde.
2.

Em relação a situação do fio condutor que originou o problemático


financiamento da saúde na década de 90, a previdência social passou por dificuldades
financeiras devido ao baixo resultado da receita de contribuições de empregados e
empregadores e o aumento da despesa com benefícios que resultaram em alteração
estratégica da previdência social no interior da Seguridade Social, com a criação do
Sistema Único de Saúde – SUS, ampliando-se assim o espaço de atuação dos
assistentes sociais na saúde. Antes da implantação do SUS, a medicina previdenciária
era administrada pelo Ministério da Previdência Social e financiada principalmente por
meio de contribuições previdenciárias, as demais fontes de financiamento para a
saúde, o Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Social – FAS, a Companhia de
Financiamento Social – FINSOCIAL e os recursos financeiros do próprio Tesouro
Nacional tinham uma participação minoritária no total de gastos com a saúde. Nesse
diapasão tem-se como grandes dificultadores para a consolidação destas políticas
pós-constituinte, o neoliberalismo, os limites orçamentários e o controle social
fragmentado. O neoliberalismo defende a pouca intervenção do governo no mercado
de trabalho, a política de privatização de empresas estatais, a livre circulação de
capitais internacionais e ênfase na globalização, a abertura da economia para a
entrada de multinacionais, etc., em relação aos limites orçamentários este entrave
está diretamente ligado ao orçamento público, aos limites deste. O conceito de
orçamento público, está ligado a toda arrecadação e despesas realizadas por um
governo, quer sejam federal, estadual ou municipal, sendo que são fixados
anualmente as despesas e estimativas de receita de toda administração direta e
indireta. A Constituição Federal, em seu artigo 195, definiu que o financiamento do
SUS e da Assistência Social é realizado pelo orçamento da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos municípios, além de outras fontes. Assim, a responsabilidade
financeira ficou compartilhada pelos três níveis de gestão. Já os instrumentos de
gestão e controle social que se encontram regulamentados nestas Leis para a
execução destas Políticas na esfera da Administração Pública têm-se os Conselhos
de Saúde e Assistência Social. Tais Conselhos são mecanismos políticos de
democratização, deliberativos (de tomada de decisão), que são amparados por
legislação nacional, e apresentam um caráter decisório e sistêmico, sendo previsto de
atuar nas esferas governamentais (Nacional, Estadual, Distrito Federal e Municipal).
3.

O Fundo Público envolve toda a capacidade de mobilização de recursos que o


Estado tem para intervir na economia, seja por meio das empresas públicas, pelo uso
de suas políticas monetárias e fiscais, no capitalismo contemporâneo, o fundo público
exerce função ativa nas políticas macro econômicas essenciais, ou seja, tanto na
esfera da acumulação produtiva ou no âmbito das políticas sociais. O orçamento
público é a expressão mais visível do fundo público, no Brasil os recursos do
Orçamento Público Federal são expressos na Lei Orçamentária Anual – LOA,
aprovada pelo Congresso Nacional. Se tem uma definição no país para orçamento
público, ela é feita em uma única fase, o orçamento é financiado pelos pobres, via
impostos sobre os salários e por meio de tributos indiretos, sendo apropriado pelos
mais ricos, através de transferência de recursos para o mercado financeiro e acumulo
de capital.

O Financiamento da Política Social pode ser estudado por três óticas: a) Pela
ótica tributária que permite verificar o caráter progressivo ou regressivo das fontes de
financiamento da política social, ponto fundamental para averiguar se a proposta
sugere de fato uma redistribuição de renda; b) Pela análise da gestão financeira dos
recursos, o que permite analisar as decisões no campo político administrativo da
política, a descentralização como controle democrático de orçamento e c) Pela
identificação das renúncias tributárias, isto é, o financiamento indireto da política
social.

Na área da assistência social as ações governamentais são realizadas com


recursos do orçamento da seguridade social, previstos no art. 195 da Constituição
Federal, além de outras fontes como o art. 204, também da CF/88.

O Financiamento da Política de Saúde enfrenta problemas desde o início do


Sistema Único de Saúde – SUS, cujo ápice foi a crise de 1993, quando o ministério
da saúde teve de tomar recursos emprestados do Fundo de Amparo ao Trabalhador
– FAT.

A Política de Educação é uma das únicas políticas sociais executadas no


orçamento fiscal da união, como recursos vinculados e de gastos obrigatórios que
garantem uma relativa estabilidade nas fontes orçamentárias ao longo dos anos.

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