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Estrutura e Cúpula
A primeira reunião formal de Chanceleres do BRIC foi realizada em 18 de maio de 2008
na Rússia.
Desde 2009, os Chefes de Estado e de Governo dos BRICs se encontram anualmente. Em
2011, na III Cúpula, a África do Sul passou a fazer parte do grupo.
Nos últimos 10 anos, ocorreram dez reuniões de Cúpula, com a presença de todos os
líderes do mecanismo:
I Cúpula: Ecaterimburgo, Rússia, junho de 2009;
II Cúpula: Brasília, Brasil, abril de 2010;
III Cúpula: Sanya, China, abril de 2011;
IV Cúpula: Nova Délhi, Índia, março de 2012;
V Cúpula: Durban, África do Sul, março de 2013;
VI Cúpula: Fortaleza, Brasil, julho de 2014;
VII Cúpula: Ufá, Rússia, julho de 2015;
VIII Cúpula: Benaulim (Goa), Índia, outubro de 2016;
IX Cúpula: Xiamen, China, agosto de 2017; e
X Cúpula: Joanesburgo, África do Sul, julho de 2018.
Presidência
A presidência do fórum é rotacionada anualmente entre os membros, de acordo com a
sigla BRICS. A África do Sul assumiu a presidência rotativa dos BRICS de 1º de janeiro a 31 de
dezembro de 2018.
Em 2019, o Brasil terá a presidência de turno. Dessa forma, as cerca de cem reuniões, nas
mais de 30 áreas de cooperação setorial, terão lugar em diversas cidades do país. Também o
Fórum Acadêmico, o Festival de Cinema do BRICS, o Festival Cultural do BRICS e outros
encontros relacionados ao diálogo entre sociedades civis, ocorrerão no Brasil.
Dados Econômicos e Estatísticas de Comércio
Os BRICS, reunidos, estendem-se por cerca de 24% da área terrestre do planeta.
Entre 2001 e 2017, as exportações totais dos países do BRICS saltaram de US$ 49
bilhões para US$ 3,22 trilhões, um crescimento de 6500%. Além disso, o comércio intrabloco
teve um grande aumento no mesmo período, passando de US$21 bilhões para US$288 bilhões,
mais de 1300%.
"Essa coalizão permite que os países ampliem o alcance de sua política externa,
principalmente através do arcabouço institucional, se tornando mais do que a soma de suas
partes", afirma Adriana Erthal Abdenur, pesquisadora do Instituto Igarapé e consultora do
Departamento de Assuntos Sociais e Econômico da ONU.
1
SEBRA. Por que os negócios de TI na Índia são tão competitivos? Disponível em:
<http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/por-que-os-negocios-de-ti-na-india-sao-tao-competitivos,d87a
5415e6433410VgnVCM1000003b74010aRCRD> Acesso em 30 de Novembro de 2018
que assegura sua maior independência e capacidade de ação em âmbito educacional2. Além
desses fatores, há um fator cultural muito marcante na cultura indiana: a educação é vista como
uma das únicas maneiras de se melhorar a condição material. Também, a população indiana é
jovem (com média de aproximadamente 25 anos), o que a faz receber com mais entusiasmo
novas formas de trabalho.
Os fatores arrolados acima contribuem em grande medida para o desenvolvimento
relacionado à Tecnologia da Informação. Porém, uma das medidas que podem ser consideradas
de grande peso para o florescimento do setor na Índia são as Special Economic Zones (SPEEZ).
Elas garantem benefícios fiscais, logísticos e de disponibilidade de mão de obra para as empresas
que se instalam naquelas localidades. Dentre eles, estão:
The incentives and facilities offered to the units in SEZs for attracting investments into
the SEZs, including foreign investment include:-
Duty free import/domestic procurement of goods for development, operation and
maintenance of SEZ units
100% Income Tax exemption on export income for SEZ units under Section 10AA of
the Income Tax Act for first 5 years, 50% for next 5 years thereafter and 50% of the
ploughed back export profit for next 5 years. (Sunset Clause for Units will become
effective from 01.04.2020)
Exemption from Minimum Alternate Tax (MAT) under section 115JB of the Income
Tax Act. (withdrawn w.e.f. 1.4.2012)
Exemption from Central Sales Tax, Exemption from Service Tax and Exemption from
State sales tax. These have now subsumed into GST and supplies to SEZs are zero rated
under IGST Act, 2017.
Other levies as imposed by the respective State Governments.
Single window clearance for Central and State level approvals.
2
The Institutes of TechnologyAct, 1961 [as amended by Institutes of Technology,] (Amendment, Act, 1963.].
Disponível em: <http://www.iitb.ac.in/sites/default/files/IITsAct_1.pdf>. Acesso em 30 de Novembro de 2018
Income Tax exemption on income derived from the business of development of the SEZ
in a block of 10 years in 15 years under Section 80-IAB of the Income Tax Act. (Sunset
Clause for Developers has become effective from 01.04.2017)
Exemption from Minimum Alternate Tax (MAT) under Section 115 JB of the Income
Tax Act. (withdrawn w.e.f. 1.4.2012)
Exemption from Dividend Distribution Tax (DDT) under Section 115O of the Income
Tax Act. (withdrawn w.e.f. 1.6.2011)
Exemption from Central Sales Tax (CST).
Exemption from Service Tax (Section 7, 26 and Second Schedule of the SEZ Act).3
Outro fator interessante a ser citado é a aceitação de grandes indústrias ou empresas de
CEOs indianos. Dentre elas, temos: Sundar Pichai (Google), Satya Nadella (Microsoft), Sanjay
Kumar Jha (Global Foundries - Semicondutores), Nikesh Arora (Softbank Internet and Media
Inc - Data Storage), Shantanu Narayen (Adobe), Francisco D'Souza (Cognizant - Inteligência
Artificial aplicada à negócios), Rajeev Suri (Nokia), George Kurian (NetApp - Data Storage),
Indra Nooyi (Pepsico)4
Setor Aeroespacial
3
Ministry of Commerce & Industry, Department of Commerce. Special Economic Zones in India
Disponível em <http://sezindia.nic.in/cms/facilities-and-incentives.php>. Acesso em 30 de Novembro de 2018
4
Top 10 Indian CEO’s Who Are Ruling the World | Indian CEO. Disponível em:
<https://www.diarystore.com/top-10-indian-ceo%27s-who-are-ruling-world-10-outstanding-indian-ceo>. Acesso em
30 de Novembro de 2018
Antrix Corporation Limited. Essa é a estrutura do programa, que responde diretamente ao
primeiro ministro indiano. O caso da Antrix Corporation Limited é exemplar na área
aeroespacial: desde 1992, é uma empresa privada que tem como acionista majoritário o governo
indiano. Ele fornece aplicações espaciais ponta-a-ponta, isto é, fornece desde lançamentos até
fornecimento de software para sistemas espaciais. A empresa é engajada em permitir a
comercialização de produtos gerados a partir do desenvolvimento espacial na Índia.
As aplicações espaciais do país tem uma tradição relativamente extensa. Desde os
meados dos anos 70, os indianos contam com o apoio dos satélites de comunicação Aryabhata e
Bhaskara: um desenvolvimento rápido, pois feito em apenas 10 anos. Atualmente, os indianos
possuem uma sólida indústria de lançamentos, e, além disso perspectivas de viagens tripuladas à
Lua. (Chandrayaan - 3)
Setor Farmacêutico
A inserção da indústria farmacêutica indiana é enorme. Além de deter uma massa enorme
de cientistas, o país provê 80 % dos medicamentos retrovirais para o tratamento de câncer no
mundo. Além disso, fabrica 40 % dos medicamentos genéricos demandados pelos EUA e 50 %
das vacinas produzidas no mundo.
O valor da indústria indiana de medicamentos alcançou a incrível cifra de US$ 33 bi em
2017, até 2020 a expectativa é que o setor atinja US$ 55 bi. A exportações em 2017 atingiram
US$ 17.27, mais da metade do total de mercado. As projeções apontam que, em dois anos, esse
valor pode chegar mais de US$ 19 bi.
Outros serviços relacionados à indústria farmacêutica, como bio-fármacos, bio-serviços,
bio-agricultura, bio-informática e bio-indústria devem crescer a uma taxa de 30 % ao ano até
2025, alcançando o montante de US$ 100 bi.
Como se explicam esses valores exorbitantes da indústria farmacêutica indiana?
Ultimamente, foi aprovada lei que possibilita 100 % de Investimento Direto Estrangeiro em áreas
farmacêuticas na Índia. A medida atraiu não menos que US$ 15,84 em investimentos em 18
anos. Portanto, a política industrial indiana é agressiva na atração de investimentos estrangeiros.
Ademais, houve as seguintes medidas por parte do governo indiano que são de relevância para a
discussão:
Atualidade
5
India Brand Equity Foundation. Indian Pharmaceutical Industry. Disponível em:
<https://www.ibef.org/industry/pharmaceutical-india.aspx> . Acesso em 30 de Novembro de 2018
Atualmente, a Índia que tem quase um bilhão e trezentos milhões de habitantes, caminha
para ter a maior população do Planeta (ultrapassando a China até 2030) e ser a terceira maior
economia do globo (atrás somente da China e dos Estados Unidos). A Índia cresce mais de 20
milhões de habitantes a cada ano, e as bocas para se alimentar parecem não acompanhar o
crescimento econômico, o quê pode levar o país a uma grande crise ambiental e nos limites da
disponibilidade de recursos naturais, como a degradação dos solos e a escassez de água potável.
20% da população indiana ainda vive em condições abaixo do nível da pobreza, tanto no meio
rural quanto no urbano.
Cerca de 80% da população da Índia é hindu, mas em Mizoram eles são apenas 3,5%.
Minorias religiosas em todo o país reclamam que são alvo de ataques devido à fé. A maioria dos
ataques são direcionados a cristãos e muçulmanos.
Outras dificuldades enfrentadas pelo país são: a crescente falta de oportunidade no
campo, o que causa uma superpopulação de migrantes empobrecidos nas cidades; a violência
religiosa e entre castas; e a violência cultural contra as mulheres. A primeira mulher a governar o
país foi Pratibha Patil, que governou de 2007 até 2012.
As mulheres, particularmente, são uma parcela bastante desfavorecida da população
indiana e um relatório da ONU, de 2013, chegou a apontar que 90% delas têm medo de sair às
ruas sozinhas, na Índia, deixando o país com a infeliz marca de “um dos piores lugares do mundo
para uma mulher viver”. Déli, conhecida internacionalmente como “a capital mundial do
estupro”, foi inclusive palco de demonstrações públicas de repúdio à violência contra a mulher,
em 2012. Protestos em Raisina Hill, bairro administrativo de Nova Déli, reuniram mais de 20 mil
pessoas contra a absurda série de violentos estupros de gangues e assassinatos ocorridos no
mesmo ano. Hoje, ainda se tentam, disparatadamente, justificar casos de estupros, abortos de
meninas, abusos, ataques com ácido e tantas outras violências contra a mulher com base em leis
religiosas e práticas culturais aceitas pela tradição; como se a mulher que andar sozinha seja
culpada por uma eventual agressão ou um aborto de menina seja abraçado como a solução
financeira para uma família pobre.
Os problemas atuais e persistentes da índia parecem poder se explicar exatamente pela
sua história recente. Depois da independência, os ingleses foram embora do país, deixando para
trás rodovias, canais, universidades, um serviço civil organizado e um exército disciplinado – o
quarto maior do mundo, e mais nada, entretanto. A Índia não tinha indústrias e ainda abarcava
uma população de analfabetos, congelada, na sua grande parte, no retrógrado sistema de castas.
A população, em 1947, também já estava perigosamente alta (já eram quase 400 milhões). Além
de tudo isso, o país tinha acabado de se partir em dois.
A liberação do jugo colonial acabou trazendo mais decepções do que alegrias e o preço
da independência foi alto. A maior imigração forçada na história da humanidade começava: 15
milhões de pessoas perderam suas raízes; muçulmanos seguiam para o Paquistão, cruzando com
milhões de hindus e sikhs sem teto, refugiados do Punjabe, em direção à Índia, em especial a
Déli, duplicando o tamanho da cidade e se apropriando de lojas e estabelecimentos abandonados
por muçulmanos, em Old Delhi. A imigração da partição gerou pobreza e inflacionou as cidades,
além de exacerbar diferenças religiosas.
Ainda, parece ser um consenso no país que a corrupção na Índia seja o maior problema
atualmente. É comum a ideia de que os ingleses os roubaram, mas tinham sim um senso de
propriedade pública, assim como Nehru e seus colegas do movimento por liberdade, mas,
infelizmente, esse idealismo parece ter-se perdido.
Em vilas rurais, onde as pessoas ainda se reconhecem como indivíduos, hindus,
muçulmanos e sikhs vivem em suficiente paz. Porém, nas grandes e anônimas cidades,
ressentimentos religiosos fervem abaixo da superfície, amadurecidos pela exploração por
políticos negligentes que sacrificam o bem comum por ganhos imediatos.
Atualmente, o presidente da Republica da Índia, nome oficial do país, é Ram Nath
Kovind (desde 25 de julho de 2017), que fazia parte dos “intocáveis”, sendo candidato do partido
nacionalista hindu BJP. Sua eleição causou preocupação às minorias religiosas, que lembraram
seu comentário de sete anos atrás: “Cristianismo e islamismo são estranhos à nossa nação”. Em
novembro, um editorial do órgão de imprensa do BJP publicou que “a Índia não é um país para
cristãos” e outras fés não-hindus; “eles têm seus próprios países”, concluiu. No entanto, em
discursos recentes, o presidente eleito tem defendido a diversidade religiosa.
REFERÊNCIAS
História da Índia. InfoEscola. Disponível em:
<https://www.infoescola.com/india/historia-da-india/> Acesso em: 29 nov. 2018
Breve História da Índia. Mochilana. Disponível em:
<https://mochilana.wordpress.com/asia/india/breve-historia-da-india/> Acesso em: 29. Nov 2018
BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Ministério das Relações Exteriores.
Disponível em:
<http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/politica-externa/mecanismos-inter-regionais/3672-brics>
Acesso em: 29 nov. 2018.
BULLOCH, Douglas. India, Not China, Is Now Central To The Future Of The BRICS.
FORBES, 20 set. 2017. Disponível em:
<https://www.forbes.com/sites/douglasbulloch/2017/09/20/india-not-china-is-now-central-to-the
-future-of-the-brics/#613a5e045d1e> Acesso em: 29 nov. 2018