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Wagner Bettiol (Embrapa Meio Ambiente);
Otávio Antonio de Camargo (IAC)
e Ronaldo S. Berton(IAC)
A crescente demanda da sociedade pela manutenção e melhoria das
condições ambientais tem exigido das autoridades e das empresas públicas e
privadas atividades capazes de compatibilizar o desenvolvimento às limitações da
exploração dos recursos naturais. Dentre os recursos, os hídricos, que até a
geração passada eram considerados fartos, tornaram-se limitantes e
comprometidos, em virtude da alta poluição em algumas regiões, necessitando
portanto de rápida recuperação. Nessas condições, há que se tratar os esgotos
urbanos que são os principais poluidores dos mananciais hídricos.
O tratamento dos esgotos, que com certeza irá despoluir os rios, resulta na
produção de um lodo rico em matéria orgânica e nutrientes, denominado lodo de
esgoto ou biossólido, que necessita de uma adequada disposição final. Entretanto,
diversos projetos de tratamento de esgotos não contemplam o destino final do lodo
produzido e com isso anulam-se parcialmente os benefícios da coleta e do
tratamento dos efluentes. Assim, a comunidade precisa encarar com muita
seriedade este problema e, com auxílio das pesquisas científicas e tecnológicas,
desenvolver alternativas seguras e factíveis para que esse produto não se
transforme num novo problema ambiental, mas sim tirar vantagens ambientais de
sua disposição.
As alternativas mais usuais para o aproveitamento ou disposição final do
lodo de esgoto ou biossólidos são: disposição em aterro sanitário (aterro exclusivo
e co-disposição com resíduos sólidos urbanos); reuso industrial (produção de
agregado leve, fabricação de tijolos e cerâmica e produção de cimento); incineração
(incineração exclusiva e co-incineração com resíduos sólidos urbanos); conversão
em óleo combustível; disposição oceânica; recuperação de solos (recuperação de
áreas degradadas e de mineração); “landfarming”(tratamento no solo com ou sem
vegetação) e uso agrícola e florestal (aplicação direta no solo, compostagem,
fertilizante e solo sintético). Entre as diversas alternativas existentes para a
disposição final do lodo de esgoto ou biossólido, aquela para fins agrícola e florestal
apresenta-se como uma das mais convenientes, pois, como o lodo é rico em
matéria orgânica e em macro e micronutrientes para as plantas , é amplamente
recomendada sua aplicação como condicionador de solo e ou fertilizante.
Entretanto, o lodo de esgoto apresenta em sua composição diversos poluentes
como metais pesados e organismos patogênicos ao homem, dois atributos que
devem ser olhados com muita cautela.
A disposição de esgotos na agricultura é uma prática antiga. As informações
mais conhecidas são as originárias da China. No ocidente sabe-se que na Prússia, a
irrigação com efluentes de esgotos era praticada desde 1560. Na Inglaterra, por
volta de 1800, foram desenvolvidos muitos projetos para a utilização agrícola dos
efluentes de esgoto, especialmente em razão do combate à epidemia de cólera. A
adoção da prática de uso do solo como meio de disposição do esgoto ou do lodo
tem sido freqüente em muitos países.
No Brasil, não é difundida a prática de incorporar resíduos de esgoto, lodo e
efluente aos solos, porque ainda são poucas as cidades dotadas de estações de
tratamento de esgoto (ETE). O Ministério do Meio Ambiente estima que menos de
10% do esgoto urbano produzido são tratados antes de serem lançados nos rios
atualmente .
CARACTERÍSTICAS DO LODO DE ESGOTO OU BIOSSÓLIDO
O lodo de esgoto apresenta uma composição variável, pois depende da
origem e do processo de tratamento do esgoto. Um lodo de esgoto típico apresenta
em torno de 40% de matéria orgânica, 4% de nitrogênio, 2% de fósforo e os
demais macro (Mg, S e Ca)e micronutrientes (B, Cu, Fe, Zn, Mo, Cl, Co, Si, Mn e
Na). Note-se a ausência do potássio.
BENEFÍCIOS DO USO AGRÍCOLA DO LODO DE ESGOTO
A utilização do lodo de esgoto em solos agrícolas, tem como principais
benefícios, a incorporação dos macronutrientes nitrogênio e fósforo, e dos
micronutrientes zinco, cobre, ferro, manganês e molibdênio. Pode-se dizer que,
normalmente, o lodo de esgoto fornece ao solo os nutrientes para as culturas, no
entanto, é necessário ter conhecimento da sua composição, a fim de se
calcularem as quantidades adequadas a serem incorporadas, sem correr o risco de
toxicidade às plantas e em certas situações aos animais e ao homem e também
sem poluir o ambiente.
Quanto à melhoria das condições físicas do solo, o lodo de esgoto, de
maneira semelhante à matéria orgânica, aumenta a retenção de umidade pelos
solos arenosos e melhora a permeabilidade e infiltração nos solos argilosos e por
determinado tempo mantém uma boa estrutura e estabilidade dos agregados na
superfície. Por outro lado, a capacidade de troca de cátions do solo, o teor em sais
solúveis e de matéria orgânica podem ser aumentados o que é extremamente
benéfico para a maioria de nossos solos agrícolas que geralmente são pobres e têm
baixa capacidade de troca de cátions.
Embora não tenham sido feitas ainda em quantidade desejável, várias
pesquisas conduzidas no pais já mostraram que o lodo é um produto que tem uma
perspectiva muito animadora no que diz respeito ao seu uso no solo para produção
de plantas. Assim já existem informações do aproveitamento do lodo de esgoto
para milho, cana-de-açúcar, arroz, aveia, trigo, pastagens, feijão, soja, girassol,
café, espécies florestais (Eucalyptus e Pinus), frutíferas (pêssego, citros) e outras
culturas.
CONSIDERAÇÃO SOBRE OS COMPONENTES POTENCIALMENTE POLUENTES
DO LODO DE ESGOTO
Apesar de todas as vantagens, o lodo de esgoto pode apresentar em sua
composição altas concentrações de nitrogênio, elementos tóxicos (metais pesados)
e patógenos ao homem. Dessa forma, há necessidade de se conhecerem os efeitos
desses poluentes no solo quando utilizado na agricultura.
Uma questão fundamental é a que diz respeito à presença e concentração de
elementos potencialmente tóxicos. O lodo contém normalmente um nível desses
elementos maior que o solo, mesmo que seja, eminentemente doméstico. Assim, a
sua incorporação nos solos agrícolas deve ser adequadamente controlada e
monitorada.
Os lodos de esgoto contêm patógenos humanos como coliformes fecais,
salmonela e helmintos, que são passíveis de serem eliminados durante o
processamento. Entretanto é muito importante o seu monitoramento, tanto no lodo
a ser utilizado na agricultura, como no solo onde ele foi aplicado.
ESTUDOS CONDUZIDOS NA EMBRAPA MEIO AMBIENTE
Com a finalidade de estudar os diversos aspectos envolvidos no uso agrícola
do lodo de esgoto, a Embrapa Meio Ambiente, em parceria com o Instituto
Agronômico de Campinas, a Embrapa Solos, o Instituto Biológico, a Universidade
Federal do Paraná, a Universidade Federal de Lavras, a SABESP e o CENA, coordena
um projeto, denominado “Impacto Ambiental do Uso Agrícola do Lodo de Esgoto”,
com objetivos de avaliar os efeitos do lodo sobre as propriedades físicas, químicas e
biológicas do solo, no desenvolvimento das plantas e na contaminação do meio
ambiente por possíveis contaminantes existentes nele. Os experimentos,
inicialmente com a cultura do milho, estão sendo desenvolvidos com lodos
gerados na Estação de Tratamento de Franca, SP, cidade que tem esgoto somente
doméstico, e na de Barueri, SP, que trata os esgotos da “Grande São Paulo”, região
industrializada. Os experimentos estão sendo executados em 30.000 m² da área
experimental da Embrapa Meio Ambiente em Jaguariúna, SP.
CONCLUSÃO
Apesar do valor agronômico do lodo de esgoto ser inquestionável, sua
utilização na agricultura deve ser feita de maneira cuidadosa, de modo a não
provocar danos ao ambiente, à cultura ou a quem o aplica.
INFORMAÇÕES DETALHADAS SOBRE O USO AGRÍCOLA DO LODO DE
ESGOTO
Uma das práticas para a conservação e a recuperação dos solos difundidas no Brasil é o uso
de lodo de esgotos domésticos em áreas agrícolas. Além de ser uma solução ambiental para
os resíduos, vários estudos no Brasil comprovaram a eficácia do uso dos chamados
biossólidos. Entretanto, a possível presença de poluentes — como metais pesados,
patógenos e compostos orgânicos persistentes — pode provocar impactos ambientais e na
saúde. Um estudo feito pela Embrapa Meio Ambiente em Jaguariúna (SP), órgão da Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária, mostrou que o uso do lodo de esgoto em uma cultura
de milho pode causar contaminação do solo em médio e em longo prazos. Reportagem Silvia
Pacheco, no Correio Brasiliense.
Segundo Lourival Costa Paraíba, coordenador da pesquisa, o perigo está nos hidrocarbonetos
policíclicos aromáticos (HPAs), compostos químicos geralmente formados a partir da queima
incompleta de material orgânico e que podem ser responsáveis pela formação do câncer ou
causar mutações na molécula do DNA.
De acordo com o estudo feito em cultura de milho, os níveis de HPAs encontrados não
chegaram a afetar a segurança do alimento, mas podem comprometer o solo com o passar
do tempo. Segundo Paraíba, os resultados da pesquisa fornecem subsídios e orientação para
decisões técnicas e políticas no sentido de cultivar ou não plantas utilizando o lodo dos
esgotos. “Cada lodo deve ser caracterizado quanto a presença de todos os tipos de
substâncias. Acho também que a sociedade deve ser informada quando comprar um produto
agrícola produzido com esse material. Portanto, a pesquisa, a informação e as decisões
políticas devem aprovar ou desaprovar o uso de lodo como adubo de plantas cultivadas para
a alimentação e indicar que destinos seguros podem ser dados ao lodo.”
Metais pesados
EcoDebate, 19/10/2009
Assim com projetos e reformulações, uma única saída pareceu clara e objetiva: o
reaproveitamento desse logo, muito rico por sua vez em nutrientes orgânicos na agricultura em
favorecimento do solo.
As causa do logo na agricultura não poderia ser melhor, esse acúmulo é o responsável pela sua
própria reciclagem e maior fertilização do solo, que estabelece assim uma agricultura mais
saudável nas propriedades físicas, químicas e biológicas, de forma natural e equilibrada.
Sistemas
Todo o lodo reciclável é ainda pouco conhecido pela agricultura, mas defende seu uso com
inovações e projetos responsáveis por reaproveitá-lo de forma saudável e econômica. Lembrando
que essa substância orgânica também tem a importante função de ajudar no combate de doenças
de plantas, estimulando os microorganismos dessas doenças a se tornarem cada vez menores.
As agriculturas de um modo geral podem ser beneficiadas com o lodo de esgoto em várias causas
e circunstâncias. Segundo especialistas, a função que o mesmo faz ainda não foi descoberta em
sua totalidade, mas afirmam que ele é sim essencial nas culturas agrícolas e ecossistemas.
Dentre os projetos o mais conhecido é o United States Environmental Protection Agency (USEPA),
que inserido em legislações federias utiliza do reaproveitamento de lodo de maneira prática,
ecológica, sustentável e acima de tudo legalizada, movendo assim projetos também de incentivos
ao uso de resíduos poluentes na agricultura, melhorando suas condições de plantio e fertilização
dos solos.
No Brasil um dos projetos mais importantes no mercado desenvolveu-se com o CONAMA (Câmara
Técnica de Saúde, Saneamento Ambiental e Gestão de Resíduos do Conselho Nacional do Meio
Ambiente), que por sua vez com outras parcerias em conjunto, estabelece que o lodo de esgoto
deve ser reaproveitado na agricultura, contudo com responsabilidade e organização de pequenos
grupos, para separação das atividades e meios de novos vínculos com regiões próximas e
agricultores interessados; sempre motivando os mesmos a se preocupar com o meio ambiente e
deveres ecológicos que hoje são indispensáveis a uma vida mais saudável.
Reciclagem agrícola de lodo de esgoto como adubo
nitrogenado: risco ou benefício ao meio ambiente?
Rita Carla Boeira
Engenheira Agrônoma e pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente
Nas áreas urbanas, os principais agentes poluidores de águas são os esgotos, que são
lançados diretamente nos corpos de água, na maioria das vezes.
Frente à degradação intensa dos recursos hídricos, os esgotos de diversas cidades brasileiras
começaram a ser tratados, com a construção de estações de tratamento de esgoto (ETEs), que
operam com diferentes sistemas tecnológicos. Nestes sistemas de tratamento de águas
residuárias, a água retorna aos mananciais com bom grau de pureza. No entanto, ocorre a
geração de um resíduo semi-sólido, pastoso e de natureza predominantemente orgânica,
chamado de lodo de esgoto. A destinação deste lodo residual que é gerado nas ETEs é, no
entanto, um grande problema ambiental.
Uma alternativa técnica viável de reuso desses resíduos orgânicos é a sua utilização como
adubo, desde que considerados outros aspectos envolvidos, como composição em metais
pesados, compostos tóxicos ou presença de patógenos ou ainda seu potencial de salinização
ou de acidificação do solo. Seu valor fertilizante é muito alto, em função dos teores elevados
em nitrogênio e carbono orgânicos.
Dessa forma, a geração excessiva de nitrato é um grande risco ambiental do uso agrícola de
lodo de esgoto, justamente pela possibilidade da contaminação de corpos d’água. Este risco é
possível de ser minimizado com a aplicação de doses seguras de lodos de esgoto. Essas
doses devem ser determinadas com base em informações técnicas tais como:
a) avaliações laboratoriais e em campo do comportamento do lodo de esgoto no solo em que
será aplicado;
b) recomendações de adubação para a cultura de interesse.
Orgânico
Estes HPAs são compostos químicos provenientes da queima incompleta do material orgânico, cuja
presença é encontrada no lodo de esgoto, afirma Lourival Costa Padilha, pesquisador da Embrapa
sobre ocontrole do Meio Ambiente, o que pode vir a se tornar um grande problema ambiental e
com resultados danosos sobre a saúde da população. Segundo os pesquisadores da Embrapa,
amostras de solo onde foi utilizado o lodo de esgoto como adubo, apresentaram substâncias
nocivas aosorganismos, tanto aquáticos, como terrestres, sendo alguns deles carcinogênicos ou
mutagênicos.
Foliar
Introdução
Alguns municípios brasileiros têm estações de tratamento de esgoto, onde é gerada grande quantidade de resíduo sólido, cujo destin
final deve levar em consideração fatores econômicos, ambientais, sanitários e sociais envolvidos.
O reaproveitamento desse resíduo em plantações florestais como fertilizante e condicionador de solo parece ser uma das opções ma
indicadas, pois além de vantagens nos diferentes fatores citados anteriormente, o lodo de esgoto tratado (biossólido) pode traz
benefícios ao plantio florestal com a diminuição da adubação química convencional e o aumento da produtividade.
Área Florestal
É importante ressaltar que o lodo de esgoto urbano deve ser devidamente tratado antes de ser utilizado nas plantações florestai
Nesse tratamento os objetivos principais são a diminuição dos patógenos e do teor de água. Depois de tratado, torna-se um produ
rico em matéria orgânica, nitrogênio, fósforo, cálcio e micronutrientes, agregando ainda partículas minerais que podem melhorar
características físicas e químicas do solo.
O uso do lodo em plantações florestais pode ser considerado ainda mais atrativo, se considerarmos que:
Por outro lado, sabe-se que nas grandes cidades industrializadas (por exemplo, São Paulo), o esgoto doméstico chega à estação d
tratamento misturado com o esgoto industrial, o qual freqüentemente carrega metais pesados. Esses componentes, quando em níve
elevados, são tóxicos e podem tornar inviável a utilização do lodo nos plantios florestais e nos agroecossistemas de modo geral.
Os experimentos têm duas vertentes: a primeira de caráter florestal - diminuir a adubação química convencional mantendo o
incrementando a produtividade das plantações florestais e a segunda, de caráter ambiental e ecológico - destinar esse resíduo, e
larga escala, de modo seguro ao ecossistema.
Estudos sobre a utilização do lodo em plantações florestais estão sendo conduzidos desde 1998 sob coordenação do professor Fáb
Poggiani, do Departamento de Ciências Florestais da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” e têm apresentado resultado
interessantes.
Inicialmente foram implantados dois experimentos na Estação Experimental de Itatinga, pertencente a ESALQ/USP e atualmen
existem seis experimentos na Estação Experimental e diversos outros implantados nas empresas florestais: Duratex, Eucate
International Paper, Ripasa, Suzano e Votorantin Celulose e Papel. Esses experimentos, de modo geral, estão avaliando o melhor mod
de aplicação, a dosagem adequada, o crescimento das árvores, a sustentabilidade florestal e os possíveis impactos ambientais.
O projeto envolve pesquisadores da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (ESALQ) e é desenvolvido em parceria com
Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais (IPEF), Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA), Companhia de Saneamento Bási
do Estado de São Paulo (SABESP) e empresas florestais.
Nos experimentos implantados na Estação Experimental, foram realizados vários estudos podendo-se destacar:
Estudo 1 - Ciclagem de nutrientes após aplicação de lodo de esgoto (biossólido) sobre latossolo cultivado com Eucalyptu
grandis - Autores: Pesquisador Dr. Marcelino Carneiro Guedes e Prof. Dr. Fábio Poggiani
O objetivo do trabalho foi estudar o efeito da utilização do lodo em um povoamento de Eucalyptus grandis tanto na produção
biomassa como na ciclagem de nutrientes. Os resultados mostraram que a aplicação de lodo alterou o desenvolvimento e o estad
nutricional dos eucaliptos, bem como os padrões de reciclagem dos nutrientes:
i) A produção de fitomassa arbórea pelos eucaliptos que receberam o lodo foi significativamente maior do que no tratamen
testemunha e, em média, maior também do que na fertilização minera
ii) A aplicação do lodo propiciou, na fase final da rotação, maiores estoques de nutrientes em todos os compartimentos do ecossistem
obtendo maiores teores de P, Ca e Zn no solo onde biossólido foi aplicado, o que evidencia maior capacidade em manter
sustentabilidade produtiva do ecossistema quando se aplica biossólido.
Tratamento sem aplicação de lodo (7 anos) Tratamento com aplicação de lodo (7 anos)
Estudo 2 - Influência da aplicação do lodo de esgoto (biossólido) sobre a concentração e o estoque de nutrientes n
biomassa do sub-bosque, na serapilheira e no solo de um talhão de E.grandis. - Autores: Eng. Florestal Claudia Irene d
Oliveira Rezende e Prof. Dr. Fabio Poggiani
O objetivo do trabalho foi estudar a influência do lodo, 68 meses após sua aplicação, no estoque de nutrientes do sistema “solo- su
bosque - serapilheira” em parcelas experimentais de Eucalyptus grandis. Os resultados evidenciaram que o lodo aplicado aumentou
fertilidade do solo e a biomassa vegetal do sub-bosque:
i) O lodo aplicado aumentou as concentrações do P, Ca, Zn e o pH no solo, sem aumentar os teores totais dos metais pesados Cu, Ni
Zn;
ii) Na vegetação de sub-bosque foi observado o aumento da biomassa vegetal, das concentrações e dos estoques de N, P, Ca, S e C
nas gramíneas e de K, Ca, B e Cu nas folhas das dicotiledônea
iii) Os teores e os estoques de N, P, Ca e Zn aumentaram na serapilheira acumulada sobre o solo.
Sub-bosque no experimento
Estudo 3 - Efeito da aplicação de lodo de esgoto úmido e seco no crescimento e na ciclagem dos nutrientes emEucalyptu
grandis - Autores: Eng. Florestal Paulo Henrique Müller da Silva e Prof. Dr. Fabio Poggiani
O objetivo do trabalho é verificar a influência de dois tipos diferentes de lodo de esgoto (úmido e seco), aplicados em diferent
doses, no crescimento e na ciclagem dos nutrientes em parcelas experimentais de Eucalyptus grandis. Nos primeiros resultados obtid
foram observados que a aplicação do lodo influenciou de maneira positiva o crescimento do eucalipto, servindo como fonte d
nutrientes nessa fase inicial de crescimento.
i) A produção de biomassa pelos eucaliptos que receberam o lodo foi superior a biomassa dos eucaliptos do tratamento testemunha
em média, maior também do que na fertilização minera
ii) A utilização do lodo influenciou nos valores de concentração foliar de alguns nutrientes principalmente do P, Zn e Mn
iii) As utilizações do lodo úmido ou seco não diferenciam entre si de maneira significativa na influencia no crescimento ou nos valore
de concentração foliar dos nutrientes em plantio de eucalipto.
Tratamento sem adubação (6 meses) Tratamento com aplicação de lodo (6 meses)
Considerações finais
Em geral, a aplicação de lodo de esgoto tratado como adubo organo-mineral em plantios florestais resultou em efeitos positivos sob
a taxa de crescimento, na ciclagem dos nutrientes e na sustentabilidade do ecossistema florestal. O monitoramento de possíve
impactos ecológicos decorrentes da aplicação não apresentou nenhum fato preocupante até o presente momento.
Adubação comercial sem adição de lodo (9 meses) Adubação comercial com aplicação de lodo (9 meses)