Você está na página 1de 14

SUGESTÃO DE ESPECIFICAÇÃO DE SERVIÇO

Título: RECICLAGEM PROFUNDA DE PAVIMENTO COM ADIÇÃO DE


ESPUMA DE ASFALTO

1 OBJETIVO

Esta Especificação apresenta as características exigidas para materiais empregados em


reciclagem de pavimento “in situ” com adição de espuma de asfalto. Também define
critérios para execução, controle, aceitação e medição dos serviços. As condições a serem
adotadas visam obter camada de pavimento “reciclada” aproveitando-se materiais
existentes, agregados virgens adicionais (quando necessário), cimento Portland e cimento
asfáltico de petróleo (CAP), conforme estabelecido no projeto de dosagem da mistura.

2 REFERÊNCIAS

Na aplicação desta Norma é necessário consultar:

a) DNER-EM 036/95 – Cimento Portland – recebimento e aceitação;


b) DNIT EM 095/2006 – Cimento asfáltico de petróleo;
c) DNER ME 003/99 – Material Betuminoso – Determinação da Penetração;
d) DNER ME 004/94 - Material Betuminoso – Determinação da Viscosidade Saybolt Furol a
alta temperatura – Método da película delgada;
e) DNER-ME 024/94 – Pavimento – Determinação das deflexões pela Viga Benkelman;
f) DNER-ME 035/98 – Agregados – Determinação da Abrasão “Los Angeles”;
g) DNER-ME 043/95 – Mistura betuminosas a quente – Ensaio Marshall;
h) DNER-ME 052/94 – Solos e agregados miúdos – Determinação da umidade com o
emprego do “speedy”;
i) DNER-ME 053/94 – Misturas betuminosas – percentagem de betume;
j) DNER-ME 054/97 – Equivalente de areia;
k) DNER-ME 080/94 – Solos – Análise granulométrica por peneiramento;
l) DNER-ME 083/98 – Agregados – análise granulométrica;
m) DNER-ME 086/94 – Agregados – Determinação do índice de forma;
n) DNER-ME 089/94 – Agregados – Avaliação da durabilidade pelo emprego de soluções
de sulfato de sódio ou magnésio;
o) DNER-ME 092/94 – Solo – Determinação da massa específica aparente, ‘in situ”, com o
emprego do frasco de areia;
p) DNER-ME 117/94 – Misturas betuminosas – determinação da densidade aparente;
q) DNER-ME 129/94 – Solos – Compactação utilizando amostras não trabalhadas;
r) DNER-ME 138/94 – Misturas Betuminosas – Determinação da resistência a tração por
compressão diametral;
s) DNER-ES 279/97 – Terraplenagem – Caminhos de serviço;

RECICLAGEM PROFUNDA DE PAVIMENTO COM ADIÇÃO DE ESPUMA DE ASFALTO

Página 2 de 14
SUGESTÃO DE ESPECIFICAÇÃO DE SERVIÇO

t) DNER-ES 307/97 – Pavimentação – Pintura de ligação;


u) DNER-PRO 273/96 – Determinação de deflexões utilizando deflectômetro de impacto
tipo “Falling Weight Deflectometer (FWD)”;
v) DNER-PRO 277/97 – Metodologia para controle estatístico de obras e serviços;
w) DNIT 011/2004 – PRO – Gestão da qualidade em obras rodoviárias;
x) DNIT 068/2004 – PRO – Gestão da qualidade em obras rodoviárias - procedimento;
y) NBR 6118/80 – Projeto e execução de obras de concreto armado;
z) NBR 5732/91 – Cimento Portland comum
aa) NBR 11579/91 – Cimento Portland – Determinação da finura por meio da peneira
75 μm (Nº 200)

ASPHALT A C A D E M Y . Thechnical Guideline: Bitumen Stabilised Materials. A Guideline for


the Design and Construction of Bitumen Emulsion and Foamed Bitumen Stabilised
Materials. TG 2 – Second edition. Pretoria, África do Sul, 2009.

CALIFORNIA DEPARTMENT OF TRANSPORTATION – CALTRANS - CA101069D. Full-Depth


Pavement Reclamation with Foamed Asphalt in California: Guidelines for Project Selection,
Design, and Construction. Sacramento, EUA, 2009.

MINNESOTA DEPARTMENT OF TRANSPORTATION Recycled Pavements Using Foamed


Asphalt in Minnesota. St. Paul, EUA, 2009.

3 DEFINIÇÕES

Para efeitos desta Norma, aplicam-se as seguintes definições:

3.1 Reciclagem profunda de pavimento com adição de espuma de asfalto é um processo


de reconstrução parcial da estrutura do pavimento com emprego de equipamentos
próprios para esta finalidade. Utilizam-se materiais existentes no pavimento, agregados
novos (quando necessário), cimento asfáltico de petróleo sob forma de espuma, cimento
Portland e água em proporções previamente definidas no projeto de dosagem específico. O
processo construtivo compreenderá operação simultânea de desagregação do pavimento e
incorporação de materiais novos (espalhados previamente sobre a pista), mistura e
homogeneização “in situ”, compactação e acabamento segundo alinhamento e cotas
definidas no projeto geométrico, resultando numa camada nova na estrutura do
pavimento.

3.2 Espuma de asfalto é o nome dado ao processo de expansão do cimento asfáltico de


petróleo (CAP), cujo objetivo é baixar temporariamente sua viscosidade. A produção da
espuma é conseguida quando pequena quantidade de água (normalmente 2% em peso) é
injetada sob elevadas pressões no CAP aquecido (geralmente acima de 165 ºC). Na
condição de espuma, a superfície específica do CAP aumenta consideravelmente tornando-
o capaz de recobrir agregados frios e/ou úmidos na temperatura ambiente e na umidade

RECICLAGEM PROFUNDA DE PAVIMENTO COM ADIÇÃO DE ESPUMA DE ASFALTO

Página 3 de 14
SUGESTÃO DE ESPECIFICAÇÃO DE SERVIÇO

“in situ” sem que haja necessidade de incorporação de solventes ou agentes


emulsificantes.

3.3 Simulador de espuma de asfalto: Equipamento específico para produção de espuma


de asfalto. Permite determinar em escala laboratorial as propriedades do asfalto espumado
utilizando-se diferentes tipos e teores de CAP. O ensaio consite numa série de testes onde
são alteradas as temperaturas do betume e quantidades de água para definição das
propriedades ótimas da espuma de asfalto (meia-vida e expansão).

3.4 Meia-vida é uma medida da estabilidade da espuma. Este parâmetro mede o tempo
de duração em que o CAP se mantém na forma de espuma. Calcula-se o intervalo de
tempo (em segundos) necessário para que o volume da espuma reduza à metade do
volume máximo alcançado.

3.5 Taxa de expansão é um parâmetro de viscosidade da espuma. Esta medida é realizada


para avaliar se a espuma de asfalto vai se dispersar de forma satisfatória no material
reciclado. É calculada como a razão entre o volume máximo do CAP no estado de “espuma”
em relação ao seu volume original.

3.6 Tensão retida é a relação entre a resistência à tração indireta na condição saturada e a
resistência à tração indireta na condição seca, obtidas por meio de ensaio de compressão
diametral dos corpos de prova Marshall, a 25 ºC.

R
 retida  saturada  100
Rsec a

3.7 Prazo de trabalhabilidade da mistura reciclada: Intervalo de tempo compreendido


entre a passagem da recicladora e o término das operações de compactação e
acabamento.

4 CONDIÇÕES GERAIS

4.1 Não é permitida a execução dos serviços, objeto desta especificação:

a) Sem o preparo prévio da plataforma de trabalho, caracterizado por sua limpeza e


remoção de obstáculos, se necessário;
b) Sem implantação prévia da sinalização da obra, conforme Normas de Segurança para
trabalhos em Rodovias do DNIT;
c) Sem a aprovação prévia pelo DNIT, do projeto de dosagem e da metodologia de
trabalho instituída no trecho experimental;
d) Temperatura inferior a 10° C e superior a 35° C;
e) Em dias de chuva.

5 CONDIÇÕES ESPECÍFICAS

RECICLAGEM PROFUNDA DE PAVIMENTO COM ADIÇÃO DE ESPUMA DE ASFALTO

Página 4 de 14
SUGESTÃO DE ESPECIFICAÇÃO DE SERVIÇO

5.1 Materiais

5.1.1 Cimento Portland

5.1.1.1 Deve obedecer às especificações da Norma DNER EM 036/95 e às da ABNT


NBR 5732/91, NBR 11579/91;

5.1.1.2 Todo carregamento de cimento que chegar à obra deverá vir acompanhado de
certificado de fabricação com informações sobre a data de fabricação, origem,
além da sigla correspondente, a classe, a denominação normalizada, a massa
líquida entregue;
5.1.1.3 Entre os cimentos recomendáveis estão os compostos, do tipo CP II E, CP II F e
CP II Z, todos de classe de resistência intermediária (classe 32).

5.1.2 Outros tipos de aglomerantes

a) A critério do DNIT pode-se utilizar a cal hidratada como aglomerante, desde que a
eficácia seja devidamente comprovada. O fornecedor deverá apresentar certificado
de análise de seu produto.

5.1.3 Água

Deverá ser limpa e isenta de substâncias nocivas como: sais, ácidos, óleos, álcalis,
açucares, matéria orgânica ou outros elementos prejudiciais à reação do cimento.

5.1.4 Agregados adicionais

A incorporação de agregados adicionais será definida com base nos resultados do projeto
de dosagem ou a partir de outros requisitos tecnicamente ou operacionalmente
justificáveis. O agregado adicional deverá atender aos seguintes requisitos:

5.1.4.1 Agregado pétreo ou seixo rolado britados, adicionais, devem ser constituídos
por fragmentos sãos, limpos e duráveis, livres de torrões de argila e de
substâncias nocivas, e apresentar as características seguintes:

a) Desgaste Los Angeles igual ou inferior a 55% (DNER ME 035/98), admitindo-se


agregados com valores maiores, no caso de desempenho satisfatório
comprovado, ou quando submetidos a ensaios tecnológicos específicos;
b) Índice de forma superior ou igual a 0,5 (DNER ME 086/94);
c) Durabilidade, perda inferior a 12% (DNER ME 089/94).

5.1.4.2 Agregado miúdo deve ser constituído por pó de pedra, apresentando partículas
individuais resistentes, livres de torrões de argila e outras substâncias nocivas.
Devem ser atendidos, ainda, os seguintes requisitos:

RECICLAGEM PROFUNDA DE PAVIMENTO COM ADIÇÃO DE ESPUMA DE ASFALTO

Página 5 de 14
SUGESTÃO DE ESPECIFICAÇÃO DE SERVIÇO

a) As perdas no ensaio de durabilidade (DNER-ME 089/94), em cinco ciclos, com


solução de sulfato de sódio, devem ser inferiores a 15%;
b) O equivalente de areia (DNER-ME 054/97) do agregado miúdo deve ser igual ou
superior a 40%;
c) Desgaste Los Angeles igual ou inferior a 55% (DNER ME 035/98), admitindo-se
agregados com valores maiores, no caso de desempenho satisfatório
comprovado, ou quando submetidos a ensaios tecnológicos específicos;

5.1.5 Cimento Asfáltico de Petróleo (CAP)

a) Os cimentos asfálticos de petróleo usados na produção de espuma deverão ser do


tipo CAP 30/45, CAP 50/70, CAP 85/100 ou CAP 150/200 em atendimento a
especificação DNIT EM 095/2006;
b) Todo carregamento de ligante betuminoso que chegar à obra deverá apresentar
certificado de análise que caracterize o produto, além de trazer indicação clara da
procedência, tipo e quantidade do conteúdo e distância de transporte entre a
refinaria/fornecedor e o canteiro de serviço;
c) Em princípio, qualquer um dos ligantes citados poderão ser usados, no entanto, a
escolha deverá recair no ligante que conseguir maximizar valores de expansão e meia
vida da espuma de asfalto;
d) As características de espumação deverão ser determinadas no simulador de espuma
de asfalto, assim como uma faixa de trabalho aceitável para temperatura de CAP e
taxa de água para produção de espuma;
e) Opcionalmente, à critério do DNIT e desde que respaldado por testes específicos de
laboratório, pode-se utilizar na produção de espuma, asfalto de baixa viscosidade
(diluído ou fluxado) para permitir uma melhor espumação e assim assegurar melhor
dispersão da espuma sobre os agregados e maior envolvimento do ligante ao material
pétreo. Na inexistência de especificações de materiais para estes produtos, o
fornecedor deverá apresentar certificado de garantia do uso do mesmo.

5.1.6 Espuma de asfalto

5.1.6.1 As características mínimas que a espuma de asfalto deverá apresentar são:

a) Expansão ≥ 10 vezes (em relação ao volume original);


b) Meia Vida ≥ 6 segundos.

5.1.7 Mistura reciclada

5.1.7.1 A mistura reciclada deverá apresentar uma composição granulométrica bem


graduada e deverá se enquadrar na faixa granulométrica abaixo:

RECICLAGEM PROFUNDA DE PAVIMENTO COM ADIÇÃO DE ESPUMA DE ASFALTO

Página 6 de 14
SUGESTÃO DE ESPECIFICAÇÃO DE SERVIÇO

Peneira de malha
Percentagem
quadrada
passando em peso
Abertura
ABNT (%)
(mm)
2” 50 100
1 ½” 37,50 87 – 100
1” 25 77 – 100
3/4” 19 66 – 99
1/2” 12,50 67 – 87
3/8” 9,50 49 – 74
1/4” 6,3 40 – 62
Nº 4 4,75 35 – 56
Nº 8 2,36 25 – 42
Nº 16 1,18 18 – 33
Nº 30 0,600 14 – 28
Nº 40 0,425 12 – 26
Nº 50 0,300 10 – 24
Nº 100 0,150 7 – 17
Nº 200 0,075 4 - 10

5.1.7.2 Além do atendimento à faixa granulométrica apresentada, deve-se atentar para


os seguintes aspectos visando bom desempenho da mistura reciclada:

a) Existência mínima de 4% de finos passantes na peneira Nº 200, sem o que a espuma


não se dispersa convenientemente no âmbito da mistura;
b) Inexistência de patamares ou fortes descontinuidades na curva granulométrica;
c) Teor de cimento deverá ser limitado em 1% e a cal hidratada em 1,5% em peso em
relação a massa seca de material reciclado;
d) Teor de CAP a ser utilizado normalmente situa-se entre 1,8% a 3,5% em peso em
relação a massa seca de material reciclado;
e) A água para espumação usualmente está compreendida entre 2% e 3% sobre o peso
do CAP, respeitando-se valores admissíveis para taxa de expansão em meia vida
indicadas no projeto de dosagem;
f) Apresentar valor mínimo de 0,25 MPa, para resistência à tração indireta seca, e de
0,15 MPa para resistência a tração indireta saturada, a 25° C;
g) Relação entre tensões mínima de 60%;
h) A quantidade de água a ser adicionada na mistura deverá ser correspondente a 80%
do teor ótimo de umidade obtido no ensaio de compactação (DNER ME 129/94 –
Método C – Energia Proctor Modificado);

5.1.7.3 Orientações para dosagem de mistura reciclada:

a) Coleta de amostras

a.1) A coleta de amostras para elaboração do projeto de dosagem da mistura


reciclada deverá ser efetuada preferencialmente com o auxílio da própria recicladora
que será utilizada nos serviços de reciclagem. Na ausência deste equipamento é
permitida a utilização de fresadora de asfalto;

RECICLAGEM PROFUNDA DE PAVIMENTO COM ADIÇÃO DE ESPUMA DE ASFALTO

Página 7 de 14
SUGESTÃO DE ESPECIFICAÇÃO DE SERVIÇO

a.2) É fundamental que a coleta de amostras seja feita de forma cobrir todas as
possíveis variações da estrutura do pavimento existente. A cada uma destas variações
corresponde um segmento homogêneo, para o qual deve ser elaborado um projeto
de dosagem específico.

b) Produção da espuma em laboratório específico

b.1) Deverá se efetuada em laboratório com emprego de equipamento capaz de


simular condições de espumação da recicladora;

c) Apresentação do projeto de dosagem

c.1) O relatório de dosagem deverá conter as seguintes informações:

- Granulometria do material reciclado;


- Granulometria dos agregados (caso haja necessidade de adição dos mesmos);
- Composição granulométrica da mistura entre o material reciclado e agregados e seu
enquadramento na faixa de trabalho;
- Certificado de análise do cimento asfáltico de petróleo utilizado na dosagem
trazendo indicação clara de sua procedência e identificação do fornecedor;
- Teor de CAP para produção de espuma, bem como a percentual de água para
produzí-la;
- Temperatura de aquecimento do CAP;
- Taxa de expansão e meia vida;
- Massa específca aparente seca máxima da mistura reciclada;
- Umidade ótima da mistura reciclada;
- Energia de compactação especificada (Proctor Modificado);
- Resistência à tração indireta, para as condições seca e saturada;
- Relação de tensões.

5.2 Equipamentos

5.2.1 Antes da execução do serviço, todo equipamento deverá ser cuidadosamente


examinado e estar de acordo com esta especificação, sem o que não é dada a
autorização para seu início. Os equipamentos requeridos são os seguintes:

5.2.2 Recicladora de pavimentos

5.2.2.1 As características mínimas que o equipamento de reciclagem deverá apresentar


são:

a) Equipamento autopropelido, com tração nas quatro rodas e potência de motor


mínima de 600 HP para permitir empurrar carreta de CAP e caminhão de água
simultaneamente além de fresar profundidades de pelo menos 300 mm numa única
passada;
b) Câmara de mistura dotada de dispositivo para permitir fragmentação da capa
asfáltica e/ou pedregulhos e assim restringir o diâmetro máximo admissível;

RECICLAGEM PROFUNDA DE PAVIMENTO COM ADIÇÃO DE ESPUMA DE ASFALTO

Página 8 de 14
SUGESTÃO DE ESPECIFICAÇÃO DE SERVIÇO

c) Sistema automático de profundidade e nivelamento para manter a espessura de


corte nivelada e uniforme. A largura mínima efetiva, em uma única passada, deverá
ser de 2,50 metros;
d) Rolo misturador/fresador equipado com ferramentas de cortes especiais. Deverá ser
capaz de operar em quatro velocidades diferentes, conforme necessidade, para
permitir melhor desagregação e homogeneização dos materiais;
e) Dispositivo eletrônico para ajustar com precisão a taxa de aplicação de CAP
independentemente da velocidade de avanço;
f) Sistema de injeção de asfalto, água e ar para formação de espuma, controlado por
microprocessador para assegurar precisão e uniformidade nas taxas de aplicação;
g) O equipamento deverá ser dotado de bico teste para obter amostras de espuma de
asfalto durante a operação.

5.2.3 Caminhão tanque para abastecimento de água

5.2.3.1 Capacidade mínima de 10.000 litros equipado com registro de água


(diâmetro 3”), engate para mangueira do tipo rápido (macho / fêmea) e engate
para cambão;
5.2.3.2 Adicionalmente utiliza-se um caminhão tanque de água para umidificar a
superfície durante as operações de compactação, assim como controlar a emissão
de poeira e para manter a umidade na superfície da camada reciclada após o
acabamento. Um segundo caminhão tanque poderá ser necessário para abastecer
de água o caminhão tanque do trem de reciclagem.

5.2.4 Caminhão tanque para transporte de cimento asfáltico deverá ser dotado de
sistema de aquecimento térmico compatível com as temperaturas de aquecimento
requeridas, bem como termômetro calibrado para verificação da temperatura do
asfalto no interior do tanque.

5.2.5 Caminhão basculante equipado com caçamba inclinável para transporte de sobra
de materiais oriundos das operações de acabamento da superfície. O caminhão
deverá ter capacidade para 22 toneladas ou 12 m³ de volume de carga.

5.2.6 Pá carregadeira articulada capacidade da caçamba de 2,5 m³ de volume de carga


para remoção do material excedente da reciclagem.

5.2.7 Vassoura mecânica para varrer material solto previamente à abertura ao tráfego,
como também deverá ser usada para varrer a superfície da camada reciclada antes
da aplicação da pintura de proteção.

5.2.8 Motoniveladora autopropelida com largura mínima de lâmina de 3,6 metros e


potência de motor suficiente para espalhar, aplicar e nivelar o material reciclado.

5.2.9 Equipamentos para espalhamento de insumos

5.2.9.1 Espalhamento de agregados (caso necessário)

RECICLAGEM PROFUNDA DE PAVIMENTO COM ADIÇÃO DE ESPUMA DE ASFALTO

Página 9 de 14
SUGESTÃO DE ESPECIFICAÇÃO DE SERVIÇO

a) Deverão ser utilizados equipamentos específicos ou do tipo “spreader” para permitir


distribuição homogênea e na quantidade especificada de material, como também
permitir melhor controle das taxas de aplicação;

5.2.9.2 Espalhamento de cimento portland

a) O cimento deverá ser espalhado uniformemente nas direções longitudinal e


transversal. O equipamento deverá ser dotado de controle eletrônico para permitir
máxima precisão na taxa de aplicação, independentemente da velocidade de avanço.
Também deverá possuir sistema de espalhamento controlado por um computador de
bordo capaz de ser ajustado a qualquer momento e sempre que necessário.

5.2.10 Equipamentos para compactação da camada reciclada

5.2.10.1 Deverão assegurar uma compacidade adequada e homogênea em toda


espessura da camada sem produzir alterações de densidade e/ou esmagamento
de partículas. Deverão também reunir características que permitam que o fundo
da camada seja bem densificado para lhe assegurar uma boa resistência à fadiga;

5.2.10.2 Rolos metálicos lisos e pés de carneiro poderão ser utilizados, desde que sejam
auto propulsores e que tenham dispositivos para ajustar as amplitudes e
freqüencias de vibração para as condições de trabalho requeridas. Tais
equipamentos deverão ser dotados de inversores de sentido e possuir
deslocamento suave;

5.2.10.3 Também poderão ser utilizados rolos pneumáticos auto propusores desde que
sejam dotados de dispositivos que permitam a calibragem de variação da pressão
dos pneus de 0,25 MPa a 0,84 Mpa (35 a 120 psi);

5.2.10.4 A composição do trem de compactadores deverá ser definida


experimentalmente para definir a combinação ideal dos tipos de equipamentos
que irão otimizar o número de passadas e alcançar o grau de compactação
desejado.

5.2.10.5 Tipos de rolos compactadores

a) Rolo vibratório pé de carneiro com peso operacional mínimo de 11,3 toneladas;


b) Rolo vibratório liso com peso operacional mínimo de 11,3 toneladas;
c) Rolo pneumático de pressão variável e com peso operacional entre 28 a 33 toneladas;

6 EXECUÇÃO

6.1 A responsabilidade civil e ético profissional pela qualidade, solidez e segurança da


obra ou do serviço é da executante.
6.2 Os operadores da recicladora deverão ter experiência e treinamento para manusear
asfalto com temperaturas elevadas.

RECICLAGEM PROFUNDA DE PAVIMENTO COM ADIÇÃO DE ESPUMA DE ASFALTO

Página 10 de 14
SUGESTÃO DE ESPECIFICAÇÃO DE SERVIÇO

6.3 É obrigatória a execução de segmento experimental para estabelecimento de


metodologia de trabalho que será adotada pela executante. A partir do segmento
experimental será instituído pelo órgão um padrão de serviço para permitir o
acompanhamento e fiscalização das atividades.
6.4 A metodologia de trabalho deverá atender aos limites definidos nesta especificação e
estando aprovada será emitido Relatório de Segmento Experimental com as
observações pertinentes feitas pelo DNIT, as quais devem ser obedecidas em toda a
fase de execução da obra.
6.5 A reciclagem “in situ” do pavimento deverá ser executada nas condições e seqüência
a seguir descritas:

a) Espalhamento do agregado adicional (caso necessário) na espessura determinada,


preferencialmente com o emprego de distribuidor de agregados. Opcionalmente é
admitido o emprego de motoniveladora;
b) Espalhamento de cimento sobre a superfície na taxa indicada no projeto de mistura.
O cimento será distribuído preferencialmente por equipamento dotado de controle
eletrônico para permitir precisão na taxa de aplicação. Excepcionalmente, poderá ser
admitido espalhamento manual desde que área a ser coberta pelo conteúdo de um
saco de cimento seja previamente demarcada;
c) Reciclagem na seção e espessura de corte indicada em projeto. Nesta operação o
cimento Portland, agregados adicionais (caso necessário), espuma de asfalto e água
para compactação são simultaneamente incorporados e homogeneizados com o
pavimento existente na câmara de mistura da recicladora. O processo se dá por meio
do trem de reciclagem, que é uma composição formada pela recicladora, carreta
tanque de asfalto (na frente e "empurrado" pela recicladora) e um caminhão tanque
de água (rebocado pela recicladora);
d) Para execução de juntas longitudinais entre cortes adjacentes, recomenda-se uma
sobreposição mínima de 15 cm entre passadas da recicladora. Deve-se tomar cuidado
para não aplicar espuma de asfalto e água para compactação na largura de
sobreposição, pois ela já foi tratada no corte anterior;
e) Imediatamente após a passagem da recicladora deverá ser realizada a pré-
compactação para confinar a mistura reciclada e evitar perdas de umidade à medida
que a recicladora avança. Essa atividade é recomendável principalmente em dias
muito quentes e quando o segmento de trabalho possui extensão superior a 200
metros. O equipamento de compactação vem imediatamente atrás da recicladora
para dar consistência à mistura antes que qualquer conformação geométrica seja
feita pela motoniveladora;
f) Após a pré compactação é realizada a conformação inicial dos perfis transversais e
longitudinais da camada com emprego de motoniveladora;
g) Finalizada a pré compactação, inicia-se efetivamente a compactação final, devendo
ser concluída dentro do prazo de trabalhabilidade do material reciclado. À medida
que se processa a compactação, a motoniveladora vai modelando a superfície
conforme indicado no projeto geométrico. O formato desejado pode ser obtido com
a ajuda de referências fixas (piquetes e estacas);
h) O objetivo da compactação é atingir a máxima densidade em toda a espessura da
camada reciclada. A determinação do número de passagens e a composição da
patrulha de rolos deverão ser previamente definidas no trecho experimental;

RECICLAGEM PROFUNDA DE PAVIMENTO COM ADIÇÃO DE ESPUMA DE ASFALTO

Página 11 de 14
SUGESTÃO DE ESPECIFICAÇÃO DE SERVIÇO

i) A compactação será executada longitudinalmente de forma contínua e sistemática,


até atingir o grau de compactação pretendido. Se a reciclagem se realizar por faixas
paralelas os cilindros deverão sobrepor na faixa adjacente em pelo menos 15 cm;
j) O início da compactação deverá ser pelo bordo mais baixo da faixa, prosseguindo até
o bordo mais elevado, sobrepondo as passagens sucessivas;
k) Durante as operações finais de compactação deverá ser realizada a umidificação da
superfície por meio da adição de pequenas quantidades de água a fim de evitar
secagem prematura do material reciclado;
l) O Grau de Compactação (GC) a ser obtido deve ser de, no mínimo, 98% em relação à
densidade de referência obtida com a energia Modificada;
m) Após a conclusão da compactação será feito o acerto final da superfície, de acordo
com projeto geométrico. Nesta etapa, as saliências deverão ser eliminadas com o
emprego de motoniveladora e a superfície da base deverá ser comprimida até que se
apresente lisa e isenta de partes soltas ou sulcadas. A motoniveladora deverá atuar
exclusivamente em operação de corte, portanto não é permitida a correção de
depressões pela adição de material;
n) Concluída as operações de compactação e acabamento, a camada reciclada deverá
ser protegida contra evaporação da água por meio da aplicação de produto
betuminoso isento de solventes. A película protetora deverá se constituir numa
membrana capaz de gerar coesão superficial, impermeabilidade e permitir condições
de aderência entre a superfície e o revestimento a ser executado. O tratamento de
cura deverá ser aplicado à taxa de 0,5 kg/m² de betume residual;
o) A liberação ao tráfego será permitida após execução de capa selante sobre a pintura
de proteção. Também é permitido a aplicação de revestimentos delgados do tipo
tratamento superficial ou micro revestimento asfáltico;
p) Caso a exposição ao tráfego promova degradação na base reciclada, uma nova
camada de proteção deverá ser aplicada após varredura do material solto;
q) A camada reciclada deverá ser submetida à ação do tráfego, por período de 3 a 7
dias, de forma que eventuais deficiências se exteriorizem e possam ser sanadas antes
da aplicação do revestimento final.

7 CUIDADOS CONSTRUTIVOS

7.1 Cada vez que a operação de reciclagem é iniciada ou parada, juntas transversais são
formadas. Mesmo nas paradas que levam apenas alguns minutos para carregar
tanque de água ou para trocar carreta de CAP, cria-se uma junta que é
essencialmente uma alteração na uniformidade do material reciclado. Portanto, deve-
se ter atenção no sentido de minimizar as paradas e, quando for inevitável, tratar
cuidadosamente a junta formada;
7.2 Se houver alguma paralisação temporária, deverá ser feita uma marca no local exato
onde a recicladora parou. Quando a operação for recomeçada, a recicladora voltará
alguns metros e reiniciará o corte sem adição de espuma de asfalto e/ou água para
compactação. No momento em que chegar ao local marcado, o operador deverá
acionar o sistema de incorporação de aditivo para que a camada seja tratada
novamente. A recicladora, portanto, somente deve ser interrompida quando os
tanques estiverem vazios, ou por alguma outra necessidade imperiosa;

RECICLAGEM PROFUNDA DE PAVIMENTO COM ADIÇÃO DE ESPUMA DE ASFALTO

Página 12 de 14
SUGESTÃO DE ESPECIFICAÇÃO DE SERVIÇO

7.3 A largura das faixas longitudinais será fixada de modo a executar-se o menor número
possível de juntas e se consiga a maior continuidade de tratamento;
7.4 Caso o cimento seja espalhado manualmente, deve-se tomar cuidado para que não
haja excessos ou falta do aglomerante na área em que está sendo distribuído. A falta
de uniformidade na aplicação pode acarretar dispersão de resultados no controle
tecnológico;
7.5 O prazo de trabalhabilidade da mistura reciclada não deverá ultrapassar 2 horas. Prazos
maiores que este poderá acarretar em perda de umidade do material dificultando a
compactação, especialmente em dias quentes e com baixa umidade relativa do ar;
7.6 A recicladora deve ser ajustada para fragmentar ao máximo o revestimento asfáltico. As
eventuais placas produzidas durante a operação tendem a quebrar no interior da
camada podendo resultar num ponto frágil, além do que dificultam o acabamento
quando ficam soltas na superfície. Portanto, as eventuais placas de asfalto devem ser
removidas manualmente;
7.7 É vedado o emprego de asfalto diluído sobre a base tratada com espuma de asfalto. O
solvente contido no ligante pode prejudicar a coesão gerada pela espuma. Além do
mais, material tratado com espuma apresenta baixa capacidade de absorção
deixando um excesso de resíduo betuminoso na superfície podendo provocar
instabilidades no revestimento asfáltico;

8 CONTROLE DE QUALIDADE

8.1 Controle de materiais:

8.1.1 Cimento asfáltico de petróleo (CAP):

Para todo carregamento que chegar à obra, devem ser realizados:

a) Um ensaio de penetração a 25 °C, conforme DNER ME 003/94;


b) Um ensaio de viscosidade de Saybolt Furol, conforme DNER 004/94.

Para todo carregamento de cimento asfáltico que chegar a obra deve-se retirar uma amostra
que será identificada e armazenada, para possíveis ensaios posteriores

8.1.2 Cimento Portland:

Ensaio de determinação de finura, conforme NBR 11579/91 a cada 250 metros de extensão
de faixa de tráfego, ou quando houver dúvidas sobre a sua sanidade;

8.1.3 Agregado Adicional:

a) Abrasão Los Angeles, conforme DNER ME 035/98: Um ensaio no início da utilização


do agregado na obra e sempre que houver variação da natureza do material;
b) Índice de forma e porcentagem das partículas lamelares, conforme DNER ME 086/94:
Um ensaio no início da utilização do agregado na obra e sempre que houver variação
da natureza do material;

RECICLAGEM PROFUNDA DE PAVIMENTO COM ADIÇÃO DE ESPUMA DE ASFALTO

Página 13 de 14
SUGESTÃO DE ESPECIFICAÇÃO DE SERVIÇO

c) Durabilidade, conforme DNER ME 089/94: Um ensaio no início da utilização do


agregado na obra e sempre que houver variação da natureza do material;

Para o agregado miúdo, determinar o Equivalente de Areia, conforme DNER ME 054/97: Um


ensaio no início da utilização do material na obra e sempre que houver variação da natureza
do mesmo.

8.1.4 Água:

Deve ser examinada sempre que houver dúvida sobre sua qualidade.

8.2 Controle da mistura reciclada:

Os controles para produção da mistura serão realizados no campo e no laboratório. Os


ensaios de campo serão realizados a cada 250 metros de extensão por faixa de tráfego, como
a seguir:

a) Coleta de material para ensaio de granulometria (antes da adição de espuma de


asfalto, cimento e agregados);
b) Determinação da umidade do material “in situ” (antes da adição de espuma de
asfalto, cimento e agregados);
c) Coleta de material para determinação do percentual de betume residual (antes da
adição de espuma de asfalto, cimento e agregados);
d) Determinação da taxa de aplicação de cimento;
e) Determinação da taxa de aplicação de agregados;
f) Coleta de material para determinação do percentual total de betume (após adição de
espuma de asfalto, cimento e agregados);
g) Moldagem de quatro corpos de prova Marshall, conforme DNER ME 043/95 (após
adição de espuma de asfalto, cimento e agregados);
h) Determinação da expansão e da meia vida da espuma de asfalto;

O controle em laboratório consistirá nos ensaios a seguir:

a) Análise granulométrica por peneiramento (material coletado na pista), conforme


DNER ME 080/94;
b) Determinação do percentual de betume (material coletado na pista), conforme DNER
ME 053/94;
c) Após moldagem no campo, os corpos de prova Marshall deverão permanecer em
repouso no molde cilíndrico por 24 horas a temperatura ambiente e em seguida os
mesmos serão curados em estufa a 60 °C por 72 horas.
d) Determinação das resistências a tração (seca e saturada) e tensão retida, conforme
DNER ME 138/94.

RECICLAGEM PROFUNDA DE PAVIMENTO COM ADIÇÃO DE ESPUMA DE ASFALTO

Página 14 de 14
SUGESTÃO DE ESPECIFICAÇÃO DE SERVIÇO

8.3 Controle da camada reciclada:

a) Moldagem de corpo de prova em molde CBR na energia Proctor Modificado (após


adição de espuma de asfalto, cimento e agregados) para determinação da densidade
(úmida) de referência a ser utilizada na aferição do Grau de Compactação;
b) Determinação do Grau de Compactação, conforme DNER ME 092/94;
c) Determinação da taxa de aplicação da pintura de proteção.

A cada 20 metros por faixa de tráfego, determinar:

a) Espessura de corte imediatamente após a passagem da recicladora; a tolerância


admitida é ± 1,0 centímetro da definida em projeto;

A cada 100 metros por faixa de tráfego, determinar:

a) Deflexões recuperáveis sobre a superfície acabada, segundo método DNER


ME 024/94, com auxílio da viga Benkelman ou FWD (Falling Weight Deflectometer)
DNER PRO 273/96;
b) A deflexão obtida deve ser inferior ao valor considerado no projeto de
dimensionamento do pavimento. Os segmentos que apresentarem valores superiores
aos considerados no projeto devem ser pesquisados individualmente, para se tentar
definir a causa do aumento nos valores da deformabilidade elástica. Caso o aumento
tenha sido causado por falha executiva ou uso de material inadequado, ou presença
de material com excesso de umidade, o serviço deve ser refeito e corrigido o
problema, antes da execução da camada seguinte.

RECICLAGEM PROFUNDA DE PAVIMENTO COM ADIÇÃO DE ESPUMA DE ASFALTO

Página 15 de 14

Você também pode gostar