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Nisso precisamos
procurar investigar como se deu esta mutação,
que nos aparece agora, como coisa
absolutamente natural e consequente da evolução do homem,
que acabou se fixando na terra.
Mas será que este processo de fixação não esconde um refl-
exo da opção deliberada degenerativa, com
a dissociação do saudável instinto de sociabilidade que vive a aven-
tura da viagem sem fim... e entende-lo como uma forma de
investigar como se deu esta mutação que opta pela segurança
e degradação de um meio inexaurível, em produtos de consumo,
que não se ressente das consequências da quebra do sistema
orgânico? Dispositivo que nos permita, quem sabe, reorientar o
que poderá ter sido apenas a ocasião de contínuos descobrimentos
que foram de tal forma abrindo o espectro promissor, que tornou-
se de outra forma um engessamento
do que poderia ter sido ameno, se a conotação dos
condicionamentos não fosse expressão da perplexidade das raças
humanas que se encontravam debaixo de animosidades
e perplexidades do instinto de preservação e
dominação imperativos naquele momento.
Algo de sensato
precisa ser colocado por um ato de justiça primária.
Não podemos nos sentir levados pelo sistema que
é claudicante. Não só pela força que tem de suscitar um individualismo
equivocado e ilusório, mas por desvirtuar a noção do bem, que
é gratuito, na possibilidade de franquea-lo na presunção de proporcionar
algo de valor distinto, por ser pago pela moeda. E
com isto insuflamos o mercado da formalidade que traduz a incapacidade
de assentir ao natural. A ele se relaciona como algo distante de ser
reconhecido, pela falta de valor de mercado. Que
surge apenas quando a perspectiva da individualização aflora em contínuos
espasmos de enlevo sob consumismo que possa parecer justificar tal irrisório
sentimento.
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Às vezes fico pensando se este caminho de alienação e aquecimento da
produtividade das civilizações, foi inevitável ou se poderíamos ter nos
desdobrado sem nos comprometermos tanto com as adversidades advindas
do esgotamento dos recursos naturais que pareciam infindáveis. Ou talvez
este caminho tenha sido inevitável e a complexidade e desenvolvimento
tecnológico é que nos trará um novo e inesperado arranjo que, pela riqueza
dos desdobramentos de origem tão diversa das civilizações, vá enfim
possibilitar a dissolução do arcabouço jurídico intransponível constituinte das
nações, que é o que, em última instância dá continuidade ao sistema
beligerante da economia outrora instituída pela moeda de troca.
Então ficamos entre duas premissas importantes que precisam ser levadas
em consideração. A primeira que buscaria uma forma de voltar àquela
estrutura nômade semi produtiva e a segunda que tenta dissolver o
comprometimento institucional da economia advinda do alienamento
produtivo. E parece que a primeira e a segunda são as duas faces de uma
mesma moeda. Porque não poderíamos voltar ao estado de nomadismo sem
resolver o enigma que paira sobre a preterida solubilidade do sistema
econômico.
Então não podemos ou não faz sentido falar em reverter o mecanismo que
tem esgotado os recursos naturais, sem de alguma forma compreender e
dissuadir inteligivelmente a frenesi do consumo sistêmico. Da sociedade que
continua excessivamente produtiva. Só a partir do contraste dos valores
integrais primitivos, com o apelo da busca imponderável da
individualidade, que nasceu incontestavelmente da possibilidade de
conquista da independência através dos recursos financeiros, que colocou em
perspectiva a liberdade como busca de atingir objetivos sem orientação
fundamentada.
Só ponderando sobre a probabilidade de haver a busca desta liberdade
atenuada, não pela repressão mas pelo incremento da coletividade,
dissuadindo os valores objetivos competitivos que paira entre as
discriminações constituídas na formação dos povos que incorpora as
diferentes nações. Só procurando uma via que esgote finalmente a
necessidade de combater os resquícios de inferioridade que sugerem a
asserção na apropriação desproporcional, assegurada pelo sistema
econômico.
É claro que veremos surgir sempre os obstáculos que a nossa mente vai
construir para justificar nossa comodidade, nosso equilíbrio material que tem
origem na oportunidade de termos tido a sorte de não pertencermos à
descendência menos favorecida, que de alguma forma não justificaria o
sentido de justiça, qual poderia revestir nossa consciência timidamente.
Sabemos que esta descendência como justificativa é muito frágil e nossa
consciência estará sempre emitindo sinais de inconformismo, quando vemos
as pessoas morrendo de fome ao nosso redor, ou envolvidas em situações de
risco na desintegração social pela qual passa nosso pais e muitos outros, da
América do Sul ou África, Oriente Médio. A guerra sem fim na Síria, Iraque,
Palestinos etc.
Nossa consciência é sã e os excessos dos governantes são um grande
obstáculo. Dificultam qualquer possibilidade de entendimento e a articulação
popular é tão inconsequente e burra. Geralmente acabam por abordar
questões sem relevância para com as causas principais e trazem um desgaste
aos articuladores das mobilizações. Principalmente aos da linha de frente,
que muitas vezes ainda acabam sendo absorvidos pelos interesses espúrios
das instituições.
E então continuamos levando nossa vida, até com um certo alívio, por
estarmos vendo que o mundo se desmorona à nossa volta mas nós ainda
estamos resguardados pelo que conquistamos com esforço, uma vez
que tivemos a sorte de pertencermos a famílias
ajustadas, mas não podemos justificar-nos indefinidamente por isso e
sermos assim impotentes com relação á agressão que outros sofrem, e
acabam por compor esse outro lado que vai se deteriorando e ruindo os
valores de solidariedade que sabidamente hoje, estão mais para justificativas
dialéticas do politicamente correto.
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Na política jamais existiu tal tipo de contrato onde
realmente o governo celebrasse um verdadeiro acordo com o povo,
mas sim um pseudo contrato com representantes de uma minoria do
povo governado, que cognominavam de
maioria votante e expressão de uma vontade generalizada, mas
que em verdade não poderia traduzir o anseio dos liderados, mas
apenas pontos que aleatoriamente são colocados em votação.
Mas estariam longe de manifestar um acordo, e sim o resultado de
uma campanha competitiva de interesses que surgem sem uma
deliberação para se chegar a um acordo,
porque nunca houve mecanismo para isto em nenhum sistema
de governo, ainda que se conseguisse deliberar com o fim de
servir a população. Mas o que há é
a subentendida acomodação de conceitos que
manipulam a força de trabalho como algo completamente natural,
mas que jamais foi resultado consensual, o papel da política de administrar a
força de produção de um país através da força
de trabalho dos cidadãos e leis que foram lentamente sendo construídas com
o intuito de sedimentar conceitos de pseudoliberdades
que não poderão permanecer por tempo indeterminado,
porque por um lado, com a tecnologia, nem
o emprego continuará fazendo muito sentido como imprescindível á
dignidade humana e esta construção fictícia da fábrica da
vida não faria mais sentido.
Não se acreditou na construção da idéia,
como lei natural, com a qual seria intrínseca a noção de justiça e
que em razão disso não viesse a ser realmente preciso
o comprometimento da política com os demais, e que
se propusesse uma noção de imperativos tal que
orientasse naturalmente as prioridades da natureza humana e
de acordo com as necessidades do momento fosse
então através da política que se desenhasse, da
forma como fosse, sem uma lei
definida, como queria dizer Marx Lock,
mas construída, participativa como dizia
Aristóteles e mais recentemente Rawls.
Não que a justiça tivesse base
no conceito de exploração do trabalho compensado com um valor
distributivo, atribuído àquela disponibilidade em realizar determinado
bem produtivo em favor da sociedade, como propunha Marx ou
o Utilitarismo, a noção de justa compensação relacionada com
a capacidade de transformar e ser retribuido com proporcionalidade ao grau
de satisfação e contentamento. Um artifício proposto na
construção de uma sociedade justa que traduzia o espírito do cientificismo,
o iluminismo da época, mas
que não abarcava a complexidade da natureza humana e
sua vocação menos associativa do que
se queria admitir inata e só compulsoriamente
aplicável aos fins sociais desde então.
A questão toda passa pela necessidade de
haver uma melhor compreensão ou qualquer que seja,
a respeito da iniciativa que leva o indivíduo a participar da sociedade.
Se ela deve ser uma questão de opção pessoal e parece razoável
que assim seja, pois a essência da existência é a liberdade,
mas nas condições existentes parece ter havido uma
imposição e domínio de alguma ordem que
na prática não dá a opção de não se abster do que
a sociedade ou mesmo uma pequena população admite,
sem penalizar o indivíduo com consequências danosas que irão coloca-
lo na marginalidade.
Ou
poderia-se pensar que o processo envolveria de qualquer forma
a iniciativa de alguém que enxerga mais longe e lidera como forma de
se anteceder aos percalços comuns da vivência,
trazendo com isto uma perspectiva nova que extrapola a simples
forma despreparada de aceitar o perigo ou infortúnio
sem qualquer reação. Mas é preciso contrastar o que é esta idéia inicial com
a ideia que foi se sofisticando até chegar aos dias de hoje, deixando de ser
uma articulação inclusiva para ao contrário conferir certa forma
de privilégio à determinada categoria sem levar em conta
a possibilidade e necessidade da proposição que remonte
ao início de tudo. Ou se perde o foco do
que teria sido a proposta inicial ou seja a gratuidade de uma liderança que
se fortaleceu com a cooperação e livre contribuição de quem quisesse
participar em determinada ação.
Se a sociedade atual se
articula politicamente através de decretos e leis,
contratos, não consegue minimamente manter aquela coerência inicial,
causando deformidades, e a consciência grita palavras de mera formalidade
para referendar o sistema que não reflete o mínimo de qualidade
e não se tem como corrigi-lo. Se nos afastamos e
nos perdemos da coerência inicial que encontrava força para
os desafios, em decorrência da cooperação consentida e
de alguma forma bem direcionada justamente pela liberdade
comum propugnada na integração do meio, podemos supor que
o sistema atual é apenas formal mas não é comunicativo como
deveria e usa de formas e imagens sem um feedback factível para
dar ensejo às proposições que nasçam de necessidades envolvidas
com esta peculiaridade, na falta de comunicabilidade e aprovação
das partes, trilhando um caminho de opressão que não mede as
consequências destas deformações, se garantindo com a criação de mais
normas e poder bélico de opressão, sem consideração com a opção original
e sem levar em conta a degradação do ambiente. Como se realmente os
condicionamentos e a forma artificiosa do mundo construído
com propostas mal arregimentadas ou sem um comedimento qualquer
que considerasse uma opção fora da fábrica comercial que
se torna inconsequente por priorizar o lucro
inconteste, que dá origem deliberada a estas deformidades.
E como já foi salientado antes, esta
propensão à ideia de conivência com o lucro a partir
da criação da moeda paralelamente ou
artificiosamente propelida, motiva desproporções insanáveis quanto
à possibilidade que se cria de discriminação e justificativas irreais do fator
que acaba sendo a fonte da opressão na sua origem.
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Mas não podemos admitir que a lógica daquele contexto seja até
hoje a única que permeia e dá sentido à subsistência das nações com sua
política criteriosamente análoga em todo ponto do planeta. Agora difundida
pela tecnologia da informação instantânea que torna mais pobre e uniforme
os critérios belicosos, da supremacia de uma raça sobre a outra.
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A força do trabalho
POLÍTICA DE LIDERANÇA
Os sistemas políticos foram se formando dentro de uma lógica
temporal, conforme o papel de liderança da aventura humana na terra foi
evoluindo, saindo do estágio inicial paternalista até os dias atuais que
culmina com a tentativa de representatividade do indivíduo que se
emancipa e se sintoniza com o mundo. Sabe que deveria ter voz ativa na
direção e desenvoltura nos termos cruciais que o mundo atual deverá
priorizar, para não conduzir sua raça ao extermínio.
Mas como não temos como complicar ainda mais as coisas e torna-lo
juridicamente impedido, devidamente os meios de comunicação na sua gama
diversa, sabemos que no exercício desta individualidade e atual capacidade
de ele próprio procurar sua comunicabilidade, este indivíduo deverá ter cada
vez mais a noção da necessidade desta representatividade vir a ser cada vez
mais desvinculada do monopólio do poder instalado. Mas com suas idéias e
convivência local, estabelecer diuturnamente com a despretenciosidade de
seu relacionamento informal, o ambiente mais propício ao restabelecimento
de processos criativos coletivos e originais, quebrando lentamente a
sistemática criada por estes meios de propaganda e ordinarialização do
sistema biológico, do caráter diverso proeminente da vida.
CONCLUSÃO
É isto que tem de ser feito. Não podemos mais viver a reboque de
decisões tomadas em instâncias desconhecidas, que se autodenominam
tutoras do bem social. A liberdade é o único bem verdadeiramente
circunstancial e definitivo. Nada nem ninguém poderá nega-lo calcado em
iniciativas que poderiam por qualquer obstáculo a essa simples configuração
do bem social por excelência. Não faz sentido reivindicar qualquer outra coisa
que não passasse primeiro pela efetividade desta premissa natural de
existência. Não há, na verdade, a possibilidade de negar que aí se evidencia
plenamente a objetividade da existência na particularidade do bem intocável
que nos é primariamente assentido, quando começamos perceber as opções
da existência, e de maneira subjetiva percebemos que somos livres, cada qual
com sua percepção.