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OBSERVAÇÃO IMPORTANTE
AULA 07
Olá pessoal! Nosso tema de hoje é “atos administrativos”, que será
desenvolvido de acordo com o seguinte sumário:
SUMÁRIO
Atos administrativos.....................................................................................................................................................2
Conceito ............................................................................................................................................................................4
Atributos ..............................................................................................................................................................................8
Presunção de legitimidade........................................................................................................................................9
Imperatividade............................................................................................................................................................ 11
Autoexecutoriedade.................................................................................................................................................. 12
Tipicidade...................................................................................................................................................................... 15
Elementos......................................................................................................................................................................... 15
Competência................................................................................................................................................................. 17
Finalidade...................................................................................................................................................................... 22
Forma.............................................................................................................................................................................. 23
Motivo............................................................................................................................................................................. 25
Objeto.............................................................................................................................................................................. 32
Vícios nos elementos de formação ..................................................................................................................... 33
Vícios de competência.............................................................................................................................................. 33
Vícios de finalidade ................................................................................................................................................... 36
Vícios de forma ........................................................................................................................................................... 36
Vícios de motivo ......................................................................................................................................................... 37
Vícios de objeto........................................................................................................................................................... 38
Vinculação e discricionariedade ......................................................................................................................... 39
Mérito administrativo .............................................................................................................................................. 40
Extinção dos atos administrativos ..................................................................................................................... 42
Anulação ........................................................................................................................................................................ 44
Revogação ..................................................................................................................................................................... 46
Convalidação................................................................................................................................................................... 57
RESUMÃO DA AULA..................................................................................................................................................... 62
Questões comentadas na aula............................................................................................................................... 68
Gabarito............................................................................................................................................................................. 75
ATOS ADMINISTRATIVOS
CONCEITO
2 Lucas Furtado ensina que, no Direito Privado, o conceito de ato jurídico compreende tanto as
3. (ESAF – CVM 2010) Assinale a assertiva que não pode ser caracterizada como
ato administrativo.
a) Semáforo na cor vermelha.
b) Queda de uma ponte.
c) Emissão de Guia de Recolhimento da União eletrônica.
d) Protocolo de documento recebido em órgão público.
e) Instrução Normativa da Secretaria de Patrimônio da União.
Comentário: Atos administrativos se caracterizam por expressar uma
manifestação de vontade. Assim, fatos concretos, materiais, produzidos
independentemente de qualquer manifestação de vontade, ainda que
provoquem efeitos no mundo jurídico e no âmbito da Administração Pública,
não são atos administrativos, e sim fatos administrativos.
É o caso, por exemplo, da queda de uma ponte (opção “b”). A princípio,
trata-se de um evento da natureza, não decorrente de manifestação alguma de
vontade dos agentes públicos. A queda pode, é claro, provocar consequências
jurídicas para o Estado (como a necessidade de organizar o trânsito, de
recolher os entulhos, de fazer outra licitação etc.); porém, nem por isso o
evento passa a ser um ato administrativo; pela ausência de manifestação
volitiva da Administração, a queda é simplesmente um fato administrativo.
Das alternativas da questão, as opções “c”, “d” e “e” não suscitam
maiores dúvidas, afinal, evidentemente constituem declarações de vontade da
Administração Pública, ou seja, atos administrativos. Já a alternativa “a” é
PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE
4. (Cespe – MIN 2013) Suponha que determinada secretaria de Estado edite ato
administrativo cujo conteúdo seja manifestamente discriminatório. Nessa situação,
podem os administrados recusar-se a cumpri-lo, independentemente de decisão
judicial, dado que de ato ilegal não se originam direitos nem se criam obrigações.
Comentário: O item está errado. Pelo atributo da presunção de
legitimidade, os atos administrativos são tidos como legais desde sua origem
e, por isso, vinculam os administrados por ele atingidos desde a edição. Por
conseguinte, o particular é obrigado a cumprir as determinações do ato ainda
que, aparentemente, ele esteja eivado de ilegalidade. É claro que o ato poderá
ser questionado judicialmente ou perante a própria Administração. Porém,
enquanto ele não for invalidado, continuará a produzir efeitos normalmente,
obrigando os administrados, que não podem recusar-se a cumpri-lo. De outra
parte, se o ato for invalidado judicialmente (ou pela própria Administração), aí
sim deixará de originar direitos e obrigações. Abre-se um parêntese para
destacar que é possível a sustação dos efeitos dos atos administrativos
através de recursos internos ou de ordem judicial (medidas liminares ou
cautelares); nesse caso, o ato permanece válido mas sem produzir efeitos,
continuando assim até o pronunciamento final de validade ou invalidade do
ato ou até a derrubada da liminar.
Gabarito: Errado
AUTOEXECUTORIEDADE
TIPICIDADE
ELEMENTOS
COMPETÊNCIA
12. (Cespe – TCE/ES 2012) A competência para a prática dos atos administrativos
depende sempre de previsão constitucional ou legal: quando prevista na CF, é
denominada competência primária e, quando prevista em lei ordinária, competência
secundária.
Comentário: Tanto as competências previstas na CF quanto as previstas
nas leis são denominadas competências primárias, daí o erro. São chamadas
de competências secundárias aquelas previstas em normas infralegais.
Gabarito: Errado
Delegação e Avocação
Delegação consiste na transferência de funções de um agente a
outro, normalmente de plano hierárquico inferior.
A Lei 9.784/1999, que cuida do processo administrativo no âmbito
federal, trata da delegação de competência nos seguintes termos:
12Frise-se, porém, que parte da doutrina entende que a delegação de competência só é possível nos casos
em que a norma expressamente autoriza (Carvalho Filho 2014, p. 109)
FINALIDADE
FORMA
15. (Cespe – PGE/BA 2014) Incorre em vício de forma a edição, pelo chefe do
Executivo, de portaria por meio da qual se declare de utilidade pública um imóvel,
para fins de desapropriação, quando a lei exigir decreto.
Comentário: O quesito está correto. No caso, o decreto é a forma prevista
na lei para que ocorra a exteriorização da vontade do Chefe do Poder
Executivo. Assim, o ato de declaração de utilidade pública para fins de
desapropriação deveria ser emitido mediante decreto, e não portaria. Logo,
houve vício de forma.
Gabarito: Certo
MOTIVO
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos
fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
OBJETO
VÍCIOS DE COMPETÊNCIA
▪ Excesso de poder.
▪ Função de fato.
VÍCIOS DE MOTIVO
MÉRITO ADMINISTRATIVO
admitidas várias razões que podem configurar uso indevido dos critérios
de conveniência e oportunidade, por exemplo:
▪ Desvio de poder, que ocorre quando a autoridade usa o poder
discricionário para desviar-se da finalidade de persecução do interesse
público;
Todos esses quesitos têm sido usados pelo Poder Judiciário como
fundamento para decretar a anulação de atos administrativos
discricionários. Isso, contudo, não implica invasão na discricionariedade
administrativa; o que se procura é colocar essa discricionariedade em
seus devidos limites, impedindo arbitrariedades que a Administração
Pública pratica sob o pretexto de agir discricionariamente 29.
21. (Cespe – Anatel 2012) Embora tenha competência para analisar a legalidade
dos atos administrativos, o Poder Judiciário não a tem relativamente ao mérito
administrativo desses atos.
Comentário: O item está correto. O controle judicial sobre os atos
administrativos se restringe à aferição da legalidade e da legitimidade. O Poder
Judiciário não pode entrar no mérito do ato, quer dizer, não pode fazer juízo de
conveniência e oportunidade em relação a atos discricionários praticados
dentro dos limites da lei e com observância aos princípios administrativos.
Caso a Administração ultrapasse esses limites, o Judiciário poderá invalidar
ato, sem que isso caracterize controle de mérito; uma vez rompidos os limites
da lei, o controle passa a ser de legalidade.
Gabarito: Certo
22. (Cespe – TJ/RJ 2008) O ato se extingue pelo desfazimento volitivo quando sua
retirada funda-se no advento de nova legislação que impede a permanência da
situação anteriormente consentida.
Comentário: A anulação, a revogação e a cassação são classificadas
como formas do chamado desfazimento volitivo, eis que são resultantes da
manifestação expressa do administrador ou do Poder Judiciário. Todas as
demais formas de extinção vistas no tópico acima, inclusive a caducidade de
que trata o item em questão, independem de qualquer manifestação ou
declaração, daí o erro.
Gabarito: Errado
23. (FGV – OAB 2013) O Estado X concedeu a Fulano autorização para a prática
de determinada atividade. Posteriormente, é editada lei vedando a realização
daquela atividade. Diante do exposto, e considerando as formas de extinção dos
atos administrativos, assinale a afirmativa correta.
A) Deve ser declarada a nulidade do ato em questão.
B) Deve ser declarada a caducidade do ato em questão.
C) O ato em questão deve ser cassado.
D) O ato em questão deve ser revogado.
Comentário: No caso, o ato de autorização deve ser extinto mediante
caducidade, modalidade de retirada aplicável aos casos em que uma norma
jurídica posterior torna inviável a permanência da situação antes permitida
pelo ato.
Gabarito: alternativa “b”
24. (FGV – OAB 2012) Acerca das modalidades de extinção dos atos
administrativos, assinale a alternativa correta.
A) A renúncia configura modalidade de extinção por meio da qual são extintos os
efeitos do ato por motivo de interesse público.
B) A cassação configura modalidade de extinção em que a retirada do ato decorre
de razões de oportunidade e conveniência.
C) A revogação configura modalidade de extinção que ocorre quando a retirada do
ato se dá por ter sido praticado em contrariedade com a lei.
D) A caducidade configura modalidade de extinção em que ocorre a retirada do ato
por ter sobrevindo norma jurídica que tornou inadmissível situação antes permitida
ANULAÇÃO
REVOGAÇÃO
32 STF MS 28.273/DF
25. (Cespe – OAB 2010) Assinale a opção correta no que se refere à revogação
dos atos administrativos.
A) A revogação do ato administrativo produz efeitos ex tunc.
B) Atos vinculados não podem ser objeto de revogação.
C) A revogação pode atingir certidões e atestados.
D) Atos que gerarem direitos adquiridos poderão ser revogados.
Comentários: vamos analisar cada assertiva:
a) ERRADA. A revogação somente produz efeitos prospectivos, para
frente (ex nunc).
b) CERTA. A revogação somente se aplica aos atos discricionários
(controle de mérito), portanto, atos vinculados não podem ser revogados.
Além dos atos vinculados, também não podem ser objeto de revogação os
atos: exauridos ou consumados; que geraram direitos adquiridos; integrantes
de um processo administrativo; meros atos administrativos; complexos e
quando se exauriu a competência relativamente ao objeto do ato.
c) ERRADA. Como visto acima, os meros atos administrativos, de que são
exemplo as certidões e os atestados, não podem ser revogados.
d) ERRADA. Como visto, os atos discricionários que eventualmente
gerarem direitos adquiridos não poderão ser revogados.
Gabarito: alternativa “b”
26. (FGV – OAB 2011) A revogação representa uma das formas de extinção de um
ato administrativo. Quanto a esse instituto, é correto afirmar que
(A) pode se dar tanto em relação a atos viciados de ilegalidade ou não, desde que
praticados dentro de uma competência discricionária.
(B) produz efeitos retroativos, retirando o ato do mundo, de forma a nunca ter
existido.
(C) apenas pode se dar em relação aos atos válidos, praticados dentro de uma
competência discricionária, produzindo efeitos ex nunc.
(D) pode se dar em relação aos atos vinculados ou discricionários, produzindo ora
efeito ex tunc, ora efeito ex nunc.
Comentários: vamos analisar cada alternativa:
a) ERRADA. Os atos viciados de ilegalidade devem ser anulados, e não
28. (Cespe – AGU 2012) Embora a revogação seja ato administrativo discricionário
da administração, são insuscetíveis de revogação, entre outros, os atos vinculados,
os que exaurirem seus efeitos, os que gerarem direitos adquiridos e os chamados
meros atos administrativos, como certidões e atestados.
Comentário: O quesito está correto. Determinados atos não são passíveis
de revogação. Além dos atos citados no comando da questão, podem-se
relacionar também os atos que geraram direitos adquiridos, os atos
integrantes de um procedimento administrativo e os atos complexos.
Gabarito: Certo
29. (ESAF – AFRFB 2014) Na cassação há perda dos efeitos jurídicos em virtude
de norma jurídica superveniente contrária àquela que respaldava a prática do ato.
Comentários Na caducidade (e não na cassação) há perda dos efeitos
jurídicos em virtude de norma jurídica superveniente contrária àquela que
respaldava a prática do ato. Na cassação, por sua vez, a Administração cessa
defesa.
Com base nesse entendimento, vamos analisar cada alternativa:
a) ERRADA. A autotutela administrativa não afasta a necessidade de
abertura de procedimento administrativo garantidor do contraditório
previamente à revisão de atos que repercutam negativamente no patrimônio do
administrado.
b) CERTA. O devido processo legal é exigível em qualquer espécie de
desfazimento de ato administrativo que repercuta na esfera individual dos
administrados, abrangendo, portanto, anulação, revogação e cassação.
c) ERRADA. As possibilidades de acesso ao Poder Judiciário e de
interpor recurso administrativo contra a anulação das vantagens não suprem a
ausência de defesa prévia do servidor. Em outras palavras, o direito de defesa
deve ser assegurado antes do desfazimento do ato, e não apenas depois.
d) ERRADA. Como dito, o contraditório e a ampla defesa devem ser
garantidos em qualquer espécie de desfazimento de ato administrativo,
incluindo revogação e anulação.
e) ERRADA. No caso, o direito de defesa deve ser garantido ao servidor
ainda que as vantagens por ele recebidas sejam, de fato, ilegais. A
executoriedade do ato de anulação não autoriza a suspensão do pagamento
sem o devido processo legal.
Gabarito: alternativa “b”
34. (Cespe – Bacen 2013) No que se refere aos atos administrativos e ao silêncio
da administração pública, assinale a opção correta.
a) Os atos de revogação e de anulação devem ser motivados com a indicação dos
fatos e fundamentos jurídicos, de forma explícita, exigência que não se estende aos
atos de convalidação.
b) Considere que a administração pública tenha constatado, após o devido processo
administrativo, que a conduta praticada por servidor público se amoldava à hipótese
de cassação de aposentadoria. Nessa situação, a penalidade a ser imposta não tem
natureza vinculada, já que, à luz da legislação de regência e da jurisprudência, a
administração pública disporá de discricionariedade para aplicar a pena menos
gravosa.
c) De acordo com o posicionamento do STJ, o prazo decadencial de cinco anos
CONVALIDAÇÃO
o quesito, daí o erro. Atos nulos são aqueles com vícios insanáveis nos
elementos motivo e objeto; atos anuláveis apresentam vícios sanáveis nos
elementos competência e forma.
Gabarito: Errado
*****
Bons estudos!
Erick Alves
▪ Certos atos administrativos podem ser executados pela própria Administração, sem
necessidade de intervenção judicial.
▪ Desdobra-se em:
✓ Exigibilidade: coerção indireta (ex: aplicação de multas);
✓ Executoriedade: coerção direta (ex: demolição de obra irregular)
Autoexecutoriedade
▪ Está presente apenas quando:
✓ expressamente prevista em lei (ex: poder de polícia; penalidades disciplinares).
✓ tratar-se de medida urgente.
▪ Não está presente quando envolve o patrimônio do particular (ex: cobrança de multa
não paga; desconto de indenização ao erário nos vencimentos do servidor).
➢ ELEMENTOS:
VINCULAÇÃO e DISCRICIONARIEDADE:
➢ Poder Judiciário não aprecia o mérito administrativo: caso a Administração ultrapasse os limites da
discricionariedade, o Judiciário poderá anular o ato (jamais convalidar), sem que isso caracterize controle
de mérito; uma vez rompidos os limites da lei, o controle passa a ser de legalidade.
▪ Atos vinculados: a lei fixa os requisitos e condições de sua realização, não deixando
Quanto ao liberdade de ação para a Administração.
grau de
▪ Atos discricionários: a Administração tem liberdade de ação dentro de determinados
liberdade
parâmetros previamente definidos em lei.
Quanto à ▪ Atos internos: atingem apenas o órgão que os editou. Ex: portaria de remoção de servidor.
situação de ▪ Atos externos: também atingem terceiros. Ex: multas a empresas contratadas, editais de
terceiros licitação, atos normativos etc.
▪ Ato válido: é aquele praticado em conformidade com a lei, sem nenhum vício.
▪ Ato nulo: é aquele que nasce com vício insanável. Ex: ato com motivo inexistente, ato com
Quanto aos objeto não previsto em lei e ato praticado com desvio de finalidade.
requisitos de
▪ Ato anulável: é o que apresenta vício sanável. Ex: vícios de competência e de forma (regra).
validade
▪ Ato inexistente: apenas tem aparência de ato administrativo, mas, em verdade, não chega a
entrar no mundo jurídico, por falta de um elemento essencial. Ex: usurpador de função.
➢ Atos normativos
▪ Possuem efeitos gerais e abstratos, atingindo todos aqueles que se situam em idêntica situação jurídica
(não têm destinatários determinados). C .
▪ Não podem inovar o ordenamento jurídico (ao contrário das leis).
▪ São atos administrativos apenas em sentido formal (e não em sentido material).
▪ Não podem ser objeto de impugnação direta por meio de recursos administrativos ou ação judicial
ordinária; devem ser impugnados por ação direta de inconstitucionalidade.
▪ Exemplos: regulamentos, portarias, circulares, instruções normativas.
➢ Atos ordinatórios
▪ São os atos com efeitos internos, endereçados aos servidores públicos, que visam a disciplinar o
funcionamento da Administração e a conduta funcional de seus agentes.
▪ Possuem fundamento no poder hierárquico; de regra, não atingem os particulares em geral.
▪ São inferiores em hierarquia aos atos normativos.
▪ Exemplos: portarias de delegação de competência, circulares internas, ordens de serviço, avisos.
➢ Atos negociais
▪ São aqueles em que a vontade da Administração coincide com o interesse do administrado.
▪ Representam a anuência prévia da Administração para o particular realizar determinada atividade de
interesse dele, ou exercer determinado direito .
▪ Não cabe falar em imperatividade, coercitividade ou autoexecutoriedade nos atos negociais.
▪ Licença:
o Ato administrativo vinculado e definitivo. Permite ao particular exercer direitos subjetivos.
o Não pode, em regra, ser revogada (exceto licença para construir). Admite apenas cassação (vício na
execução) ou anulação (vício na origem). Pode gerar direito a indenização ao particular, caso ele não
tenha dado causa à invalidação da licença.
▪ Autorização:
o Ato administrativo discricionário e precário. Permite ao particular exercer atividades materiais, prestar
serviços públicos ou utilizar bem público.
o Pode ser revogada a qualquer tempo pela Administração, em regra, sem a necessidade de pagar
indenização ao interessado.
▪ Permissão: ato administrativo discricionário e precário. Enquanto ato administrativo, refere-se apenas ao
uso de bem público; em caso de delegação de serviços públicos, a permissão deve ser formalizada
.
▪ Outros exemplos: admissão, aprovação e homologação.
3. (ESAF – CVM 2010) Assinale a assertiva que não pode ser caracterizada como ato
administrativo.
a) Semáforo na cor vermelha.
b) Queda de uma ponte.
c) Emissão de Guia de Recolhimento da União eletrônica.
d) Protocolo de documento recebido em órgão público.
e) Instrução Normativa da Secretaria de Patrimônio da União.
4. (Cespe – MIN 2013) Suponha que determinada secretaria de Estado edite ato
administrativo cujo conteúdo seja manifestamente discriminatório. Nessa situação, podem
os administrados recusar-se a cumpri-lo, independentemente de decisão judicial, dado que
de ato ilegal não se originam direitos nem se criam obrigações.
5. (Cespe – MTE 2014) Caso seja fornecida certidão, a pedido de particular, por servidor
público do quadro do MTE, é correto afirmar que tal ato administrativo possui presunção de
veracidade e, caso o particular entenda ser falso o fato narrado na certidão, inverte-se o
ônus da prova e cabe a ele provar, perante o Poder Judiciário, a ausência de veracidade do
fato narrado na certidão.
10. (Cespe – Anatel 2012) Competência, finalidade, forma, motivo e objeto são requisitos
de validade de um ato administrativo.
12. (Cespe – TCE/ES 2012) A competência para a prática dos atos administrativos
depende sempre de previsão constitucional ou legal: quando prevista na CF, é denominada
competência primária e, quando prevista em lei ordinária, competência secundária.
14. (FGV 2011) O chefe de determinado órgão público integrante da estrutura do Poder
Executivo Federal, visando a conferir maior celeridade na tramitação de processos
administrativos, decide delegar a competência para decidir recursos administrativos a seu
chefe de gabinete. Considerando a situação hipotética acima narrada, é correto afirmar que
tal conduta se revela juridicamente
(A) incorreta, em decorrência da regra geral de indelegabilidade de competências
administrativas.
(B) incorreta, uma vez que é legalmente vedada a delegação da competência para decidir
recursos administrativos.
(C) correta, uma vez que o chefe do órgão público exerce a direção superior da
Administração Pública Federal.
(D) correta, desde que o ato de delegação seja publicado em meio oficial.
(E) correta, desde que exista previsão legal e que o ato seja acompanhado de aceitação
expressa do agente delegatário.
15. (Cespe – PGE/BA 2014) Incorre em vício de forma a edição, pelo chefe do Executivo,
de portaria por meio da qual se declare de utilidade pública um imóvel, para fins de
desapropriação, quando a lei exigir decreto.
17. (Cespe – Ministério da Justiça 2013) O motivo do ato administrativo não se confunde
com a motivação estabelecida pela autoridade administrativa. A motivação é a exposição
dos motivos e integra a formalização do ato. O motivo é a situação subjetiva e psicológica
que corresponde à vontade do agente público.
19. (Cespe – Anatel 2012) Josué, servidor público de um órgão da administração direta
federal, ao determinar a remoção de ofício de Pedro, servidor do mesmo órgão e seu
inimigo pessoal, apresentou como motivação do ato o interesse da administração para suprir
carência de pessoal. Embora fosse competente para a prática do ato, Josué,
posteriormente, informou aos demais servidores do órgão que a remoção foi, na verdade,
uma forma de nunca mais se deparar com Pedro, e que o caso serviria de exemplo para
todos. A afirmação, porém, foi gravada em vídeo por um dos presentes e acabou se
tornando pública e notória no âmbito da administração.
À luz dos preceitos que regulamentam os atos administrativos e o controle da administração
pública, julgue o item seguinte, acerca da situação hipotética acima.
Ainda que as verdadeiras intenções de Josué nunca fossem reveladas, caso Pedro
conseguisse demonstrar a inexistência de carência de pessoal que teria ensejado a sua
remoção, por força da teoria dos motivos determinantes, o falso motivo indicado por Josué
como fundamento para a prática do ato afastaria a presunção de legitimidade do ato
administrativo e tornaria a remoção ilegal.
21. (Cespe – Anatel 2012) Embora tenha competência para analisar a legalidade dos atos
administrativos, o Poder Judiciário não a tem relativamente ao mérito administrativo desses
atos.
22. (Cespe – TJ/RJ 2008) O ato se extingue pelo desfazimento volitivo quando sua
retirada funda-se no advento de nova legislação que impede a permanência da situação
anteriormente consentida.
23. (FGV – OAB 2013) O Estado X concedeu a Fulano autorização para a prática de
determinada atividade. Posteriormente, é editada lei vedando a realização daquela
atividade. Diante do exposto, e considerando as formas de extinção dos atos
administrativos, assinale a afirmativa correta.
A) Deve ser declarada a nulidade do ato em questão.
B) Deve ser declarada a caducidade do ato em questão.
C) O ato em questão deve ser cassado.
D) O ato em questão deve ser revogado.
24. (FGV – OAB 2012) Acerca das modalidades de extinção dos atos administrativos,
assinale a alternativa correta.
A) A renúncia configura modalidade de extinção por meio da qual são extintos os efeitos do
ato por motivo de interesse público.
B) A cassação configura modalidade de extinção em que a retirada do ato decorre de razões
de oportunidade e conveniência.
C) A revogação configura modalidade de extinção que ocorre quando a retirada do ato se dá
por ter sido praticado em contrariedade com a lei.
D) A caducidade configura modalidade de extinção em que ocorre a retirada do ato por ter
sobrevindo norma jurídica que tornou inadmissível situação antes permitida pelo direito e
outorgada pelo ato precedente.
25. (Cespe – OAB 2010) Assinale a opção correta no que se refere à revogação dos atos
administrativos.
A) A revogação do ato administrativo produz efeitos ex tunc.
B) Atos vinculados não podem ser objeto de revogação.
C) A revogação pode atingir certidões e atestados.
D) Atos que gerarem direitos adquiridos poderão ser revogados.
26. (FGV – OAB 2011) A revogação representa uma das formas de extinção de um ato
administrativo. Quanto a esse instituto, é correto afirmar que
27. (Cespe – MPU 2013) A revogação do ato administrativo, quando legítima, exclui o
dever da administração pública de indenizar, mesmo que esse ato tenha afetado direito de
alguém.
28. (Cespe – AGU 2012) Embora a revogação seja ato administrativo discricionário da
administração, são insuscetíveis de revogação, entre outros, os atos vinculados, os que
exaurirem seus efeitos, os que gerarem direitos adquiridos e os chamados meros atos
administrativos, como certidões e atestados.
29. (ESAF – AFRFB 2014) Na cassação há perda dos efeitos jurídicos em virtude de
norma jurídica superveniente contrária àquela que respaldava a prática do ato.
33. (Funiversa – Seplag/DF 2011) Em relação aos atos administrativos, é correto afirmar
que
a) a finalidade administrativa é requisito necessário, constituindo-se em elemento
discricionário de todo ato administrativo.
b) o ato administrativo, embora ilegítimo ou ilegal, admite o arbítrio dos interessados para
sua manutenção ou sua invalidação.
c) um ato inoportuno ou inconveniente pode ser revogado tanto pela Administração quanto
pelo Poder Judiciário.
d) a declaração de nulidade de um ato será possível quando não houver observância de
formalidade, ainda que não resulte em prejuízo.
34. (Cespe – Bacen 2013) No que se refere aos atos administrativos e ao silêncio da
administração pública, assinale a opção correta.
a) Os atos de revogação e de anulação devem ser motivados com a indicação dos fatos e
fundamentos jurídicos, de forma explícita, exigência que não se estende aos atos de
convalidação.
b) Considere que a administração pública tenha constatado, após o devido processo
administrativo, que a conduta praticada por servidor público se amoldava à hipótese de
cassação de aposentadoria. Nessa situação, a penalidade a ser imposta não tem natureza
vinculada, já que, à luz da legislação de regência e da jurisprudência, a administração
pública disporá de discricionariedade para aplicar a pena menos gravosa.
c) De acordo com o posicionamento do STJ, o prazo decadencial de cinco anos previsto, na
legislação de regência, para que a administração pública promova o exercício da autotutela
é aplicável apenas aos atos anuláveis, não aos atos nulos.
d) Quando a lei estabelece que o decurso do prazo sem a manifestação da administração
pública implica aprovação de determinada pretensão, o silêncio administrativo configura
aceitação tácita, hipótese em que é desnecessária a apresentação de motivação pela
administração pública para a referida aprovação.
e) Em algumas hipóteses, quando não contemplado o atributo da autoexecutoriedade, a
administração pública é impedida de realizar a execução material de ato administrativo sem
prévia autorização judicial, a exemplo do que ocorre com o fechamento de restaurante pela
vigilância sanitária.
35. (Cespe – TRE/RJ 2012) Tanto o direito administrativo quanto o direito privado
distinguem os atos nulos dos atos anuláveis. Os atos e negócios jurídicos contrários ao
ordenamento jurídico poderão, no âmbito do direito privado, estar eivados de vícios de
nulidade ou anulabilidade, já os atos administrativos praticados em desacordo com o
ordenamento jurídico serão considerados inválidos.
36. (Cespe – Polícia Federal 2013) Quanto um ministério pratica ato administrativo de
competência de outro, fica configurado vício de incompetência em razão da matéria, que
pode ser convalidado por meio de ratificação.
*****
Referências:
Alexandrino, M. Paulo, V. Direito Administrativo Descomplicado. 22ª ed. São Paulo:
Método, 2014.
Bandeira de Mello, C. A. Curso de Direito Administrativo. 32ª ed. São Paulo: Malheiros,
2015.
Borges, C.; Sá, A. Direito Administrativo Facilitado. São Paulo: Método, 2015.
Carvalho Filho, J. S. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. São Paulo: Atlas, 2014.
Di Pietro, M. S. Z. Direito Administrativo. 28ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2014.
Furtado, L. R. Curso de Direito Administrativo. 4ª ed. Belo Horizonte: Fórum, 2013.
Knoplock, G. M. Manual de Direito Administrativo: teoria e questões. 7ª ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2013.
Justen Filho, Marçal. Curso de direito administrativo. 10ª ed. São Paulo: Revista dos
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Meirelles, H. L. Direito administrativo brasileiro. 41ª ed. São Paulo: Malheiros, 2015.
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