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RESUMO
Este artigo discute o argumento central da Professora Marilda Vilela Iamamoto no livro
que escreveu com o professor Raul de Carvalho em 1982 – “Relações Sociais e Serviço
Social no Brasil: esboço de uma interpretação histórica metodológica” – de que o
Serviço Social é uma especialização do trabalho no capitalismo e encontra-se inserido
em processos de trabalho. Embora os princípios desta afirmação tenham sido
incorporados ao currículo mínimo da profissão em 1996, tornou-se uma das maiores
polêmicas no interior da profissão. Dentre os principais oponentes à tese defendida por
Iamamoto encontra-se o professor Sergio Lessa que argumenta que o Serviço Social não
poderia ser trabalho porque não transforma a natureza. Apesar da seriedade teórica do
debate, não se trata de uma divisão no interior da categoria entre aqueles que afirmam e
aqueles que negam, ao contrário, a discussão instaurada procura afirmar a natureza da
profissão e suas finalidades. Tanto defensores como opositores destas afirmações são
assistentes sociais comprometidos com a profissão, que se fundamentados na teoria
marxista procuram demonstrar o significado histórico desta profissão.
1
Mestre em Serviço Social pela UERJ. Docente do Curso de Serviço Social e Direito da Faculdade de Ciências
Gerenciais (FACIG) de Manhuaçu-MG.
1
INTRODUÇÃO:
A pretensão deste artigo é fazer uma aproximação ao debate instaurado no
interior da categoria profissional de que o Serviço Social é trabalho de forma a
explicitar a controvérsia que a envolve, evidenciando as divergências e convergências
entre os dois conceituados autores que se posicionam.
Em relação a esta polêmica, Lessa (2000) afirma:
O debate acerca da relação entre trabalho e Serviço Social é sinal do
crescimento e intensificação da produção no Serviço Social, das
investigações teóricas de que necessita e, ao mesmo tempo, indica o
desenvolvimento de uma relação mais rica e dinâmica com o conjunto das
Ciências Humanas. Sem termos isto em mente, poderemos deixar escapar
algumas das mais dinâmicas potencialidades do debate em curso (LESSA
2000, p. 37).
2
A ABESS, reconhecendo as dificuldades de implementação da proposta crítica de 1982, deflagrou o
processo da revisão curricular, que teve início em 1993. O novo currículo mínimo deveria manter a
orientação político-ideológica aprovada em 1982, e avançar na formulação dos modos operativos
adequados àquela orientação. O novo currículo mínimo foi aprovado na Convenção do Rio de Janeiro de
1996, e foi nela que se incorporou de maneira explicita a ideia de que o Serviço Social era uma forma de
trabalho social.
2
Assim, embora a revisão curricular fosse reconhecidamente necessária, suas
modificações não foram consensuais no meio acadêmico e no âmbito profissional.
Neste dissenso, Iamamoto põe a discussão do Serviço Social sob a perspectiva do
trabalho, declarando utilizar, para isso, a matriz teórica e metodológica marxista. Para
esta autora,
O Serviço Social contribui para a produção e reprodução desta sociedade, ele
participa deste processo enquanto trabalhador coletivo que, por meio de seu
trabalho, garante a sobrevivência e a reprodução da força de trabalho. É desta
forma, uma profissão socialmente necessária "[...] por que ela atua sobre
questões que dizem respeito à sobrevivência social e material dos setores
majoritários da população trabalhadora" (IAMAMOTO, 2000, p. 67).
3
A partir do pressuposto de que a instituição empregadora organiza o processo de trabalho do assistente
social, Iamamoto afirma que este profissional não tem um único processo de trabalho, este variaria de
acordo com o campo no qual atua o profissional, o que há são processos de trabalho no qual se insere o
assistente social (IAMAMOTO, 2000, p. 106).
3
algumas formulações implicam que repensemos a relação da prática profissional do
Serviço Social com o trabalho devido as suas implicações:
De uma relação fundante/fundado passaríamos a uma relação de identidade.
Identificaríamos, então, produção e organização; transformaríamos uma
relação de necessidade entre esferas distintas da práxis (não há produção sem
organização, nem organização que não atenda às necessidades da produção)
em uma relação de identidade. Esta identidade é afirmada diluindo-se a
diferença entre trabalho e sociabilidade ou, então, convertendo todas as
práxis sociais em "produtivas". Qualquer que seja o caso, estamos em um
terreno ideológico e filosófico distinto do de Marx. A segunda consequência
da identificação entre Serviço Social e trabalho é mais diretamente
sociológica e política. Se identificarmos as práxis voltadas à organização da
sociedade com a produção material, ou seja, se identificamos todas as outras
formas de práxis (inclusive o Serviço Social) ao trabalho, não nos resta
alternativa senão identificarmos como trabalhadores todos aqueles que
realizam toda e qualquer atividade social (LESSA, 2006, p.22).
4
É somente na ordem societária comandada pelo monopólio que se gestam as
condições histórico-sociais para que, na divisão social (e técnica) do trabalho,
constitua-se um espaço em que se possam mover práticas profissionais como
as do assistente social. A profissionalização do Serviço Social não se
relaciona decisivamente com a “evolução da ajuda”, a “racionalização da
filantropia” nem a “organização da caridade”, vincula-se, com a dinâmica da
ordem monopólica (NETTO, 2006, p.73).
4
Segundo Iamamoto, o trabalho improdutivo seria “aquele que não se troca por capital, mas diretamente
por renda, salário ou lucro”.
5
Assim denomina-se todo e qualquer tipo de trabalho, posto em sua realização há dispêndio da força de
trabalho humana- física e/ou intelectual- no sentido fisiológico, e que desta forma, embora muito
diferente, podem ser considerados iguais (GRANEMANN, 1999, p.163).
5
É uma profissão. Isto significa, em termos clássicos, competência técnica
especializada e cientificamente reconhecida, deontologia de serviço e
utilidade pública e consequentemente autonomia técnica (BARBOSA;
CARDOSO; ALMEIDA, 1998, p.117).
Porém, Iamamoto ressalta que os assistentes sociais não detêm todos os meios
para efetivar seu trabalho [...] dependem de recursos previstos nos programas e projetos
da instituição que o requisita e o contrata (IAMAMOTO, 1998, p.63).
No tocante ao trabalho enquanto atividade, como dispêndio da força física e
expressão de “sujeitos de classe”, argumenta que os assistentes sociais são marcados
pelo recorte de gênero, pelo traço de subalternidade com que interagem com outras
profissões, pela marca concreta do componente cultural da tradição católica e, por fim,
pelos valores humanistas com os quais se compromete (IAMAMOTO, 1998, p. 64 apud
ARAÚJO 2008, p. 16).
Diante destas afirmações, conclui que o efeito útil do trabalho do assistente
social incide sobre as condições materiais e sociais daqueles que são objeto de sua ação,
“cuja sobrevivência depende do trabalho”. E reconhece que o assistente social é um
desses profissionais que atua “na criação de consensos”. Sua intervenção é polarizada
pelos interesses de classes sociais antagônicas.
[...] Responde tanto a demandas do capital como do trabalho e só pode
fortalecer um ou outro polo pela mediação de seu oposto. Participa tanto dos
mecanismos de dominação e exploração como, ao mesmo tempo e pela
mesma atividade, da resposta às necessidades de sobrevivência da classe
trabalhadora e da reprodução do antagonismo nesses interesses sociais,
reforçando as contradições que constituem o móvel básico da história
(IAMAMOTO e CARVALHO, 1985, p. 75).
6
Para esta autora, o assistente social é um executor direto das políticas sociais, as
quais têm como objetivo, a manutenção e o controle da força de trabalho, e, ao mesmo
tempo e pela mesma atividade, suprir algumas das necessidades dos trabalhadores. Esse
caráter não decorre exclusivamente das intenções profissionais, pois sua intervenção
sofre condicionamentos objetivos dos contextos onde atuam, consequentemente,
desenvolve atividades e cumpre funções que estão além de sua vontade ou intensão,
assim como qualquer trabalhador assalariado.
Sendo um trabalhador assalariado, vende sua força de trabalho especializada
aos empregadores, em troca de um equivalente expresso em forma monetária
(...). Em decorrência o caráter social desse trabalho assume uma dupla
dimensão: a) enquanto trabalho útil assume as necessidades sociais e efetiva-
se através de relações com outros homens, incorporando o legado material e
intelectual de gerações passadas (...); b), mas só pode atender às necessidades
sociais se seu trabalho puder ser igualado a qualquer outro, enquanto trabalho
abstrato. (IAMAMOTO, 2008, p. 421)
7
A conjuntura atual coloca desafios mais complexos ao mundo do trabalho. O
assistente como trabalhador só se realiza quando sua força de trabalho é
vendida no mercado por intermédio de determinadas condições e relações de
trabalho. Meios e mediações tais como: um contrato (formal ou informal) que
define as bases nas quais se dará o exercício profissional do assistente social
(em termos de jornada de trabalho, funções, atribuições etc.), além de
normas, rotinas, enfim, pela legislação trabalhista vigente. Estas definem o
tipo de relação existente entre o profissional e a instituição, bem como
determina as atividades/projetos para as quais é contratado, limita a sua
autonomia que será sempre relativa ao contexto sócio histórico e à
capacidade estratégica do profissional(GUERRA, 2008, p. 06).
Por outro lado, considerar o Serviço Social apenas como trabalhador é uma das
exigências mínimas para se compreender a relação profissional, mas reduzir a
intervenção profissional à relação patrão/empregado e a intervenção ao esquema
althusseriano de: objeto-instrumento-resultado é empobrecer toda prática profissional
que implica um multilateralidade de relações, além da relação trabalhador /patrão
(FALEIROS, 2000, p.168 apud ARAÚJO, 2008, p.20).
Por isso, Sara Granemann (1999, p. 161) afirma que a primeira indicação
importante a fazer é a de que o Serviço Social, como profissão inserida na divisão
sociotécnica do trabalho, não se auto determina. Isto quer dizer que esta profissão, como
qualquer outra, não pode prescindir de uma análise da sociedade em sua auto
compreensão. O trabalho do assistente social não se desenvolve independentemente das
circunstancias históricas e sociais que o determinam.
A não consideração desse processo de subordinação, aliada a uma frágil
discussão sobre as particularidades da prática profissional nos diferentes
espaços sócio ocupacionais, constituem uma das variáveis que interferem na
tensão existente entre as exigências do mercado e a idealização dos
profissionais sobre as suas ações profissionais (COSTA, 2000, p. 63).
10
se transformam em produtos separáveis da existência daqueles que lhes executam
quando desfrutados. Lessa vê nessa definição uma contradição que culminará numa
dualidade ontológica.
Isso porque, primeiramente, o produto da atividade teria uma materialidade –
interferir na reprodução da força de trabalho – e também uma não
materialidade (por se expressar sob a forma de serviços). Ele considera isso
uma dualidade ontológica e chega a afirmar que segundo esse entendimento
“Haveria no ser social uma porção material e, outra, não material”, depois
questiona como o Serviço Social disporia de uma interferência na
“reprodução material” sendo ele “não material” (CASTRO, 2012, p.17).
Para este autor, a tese da identidade entre trabalho e Serviço Social termina
perdendo – o sujeito revolucionário– ao cancelar o intercâmbio orgânico com a natureza
(o trabalho) como o complexo fundante do ser social (LESSA, 2007a: 105).
11
As considerações do autor se justificam, pelo fato do mesmo ter uma
perspectiva de análise reducionista, diferente de Iamamoto, Lessa assim como Gilmaísa
baseiam suas análises sobre o mundo do trabalho em Luckács. Assim, para Lessa “o
trabalho é um processo exclusivo entre homem e a natureza, ou seja, só constitui o
trabalhador coletivo, aqueles trabalhadores produtivos que transformam a natureza”
(LESSA, 2005). Sendo assim, o objeto de trabalho só pode ser a própria natureza, em
seu estado bruto, ou transformada em matéria-prima. E os meios de trabalho, são
elementos da natureza que o homem emprega na transformação da natureza, são "[...] as
propriedades mecânicas, físicas, químicas [...]." (MARX apud LESSA, 2005, p. 10) que
o homem utiliza para converter a natureza nos meios de produção e de subsistência
necessários à reprodução social. O autor conclui que "[...] nas relações entre os homens,
não temos, para Marx, nem a presença de matéria-prima nem o emprego de 'meios de
trabalho" (LESSA, 2005, p.10). Com isso, o autor defende que o Serviço Social não é
trabalho.
O Serviço Social, para este autor, se insere na organização humana e não no
trabalho em si. Ou seja, atua nas relações puramente sociais. Esta atuação profissional
tem como objetivo mediar as relações entre os homens ─ influenciando
ideologicamente ─, e não a transformação da natureza. E por operar na sociedade, onde
os indivíduos singulares estão sujeitos aos complexos ideológicos, o Serviço Social não
pode ser considerado trabalho. Baseado nesta interpretação, afirma, que os assistentes
sociais constituem parte daqueles estratos chamados de “classes de transição”6;
diferente da burguesia, que se apropria no capitalismo da grande parcela do excedente
de produção, estas classes ficam com parcelas menores desse “conteúdo material da
riqueza” que é produzido pelos operários com o seu trabalho (LESSA, 2007; 2007a).
Lessa distingue o lugar ocupado pelos indivíduos enquanto classe na estrutura
produtiva ─ enquanto uns produzem o “conteúdo material da riqueza”, os demais são
assalariados que compõem a chamada classe parasitária que sobrevive do “conteúdo
material da riqueza” produzido pelo proletariado. Neste segundo, entre tantos outros
profissionais, se encontra os assistentes sociais.
O estatuto de trabalho abstrato decorrente da condição de componente do
trabalhador coletivo não autoriza a identificação da categoria dos assistentes sociais
com a classe operária, não cancela ou dilui diferenças que são próprias das funções
peculiares aos diversos assalariados no processo de produção e reprodução da vida
6
A denominação é apontada por ele à Marx, que teria feito referência no capitalismo maduro a essas classes
intermediárias, a qual chamou de “classes de transição”. Teria sido feita essa afirmativa em O 18 Brumário (op. cit.: p.
70).
12
social. Por isso, Lessa considera inadequada a afirmação de que o exercício profissional
dos assistentes sociais seria portador de objeto, matéria-prima, meios de trabalho e
produto tal como o próprio trabalho.
Lessa argumenta também, que todas as profissões têm origem na divisão sócio
técnica do trabalho. Tais profissões surgem em decorrência do desenvolvimento do
modo de produção, no caso o capitalista, mas isso não significa que sejam trabalho.
Assim, temos práxis que não são trabalho, mas que contribuem para a reprodução do
capital, fazendo parte da divisão sócio técnica do trabalho, ou seja, produzindo mais-
valia. Dito de outra forma, para Lessa, participar da reprodução social, não faz com que
o Serviço Social seja trabalho, pois somente a transformação da natureza pelo homem,
nos bens materiais necessários à reprodução social pode ser considerada trabalho. Para
ele, a condição de trabalhador assalariado é a única semelhança existente entre o
trabalho do assistente social e o trabalho operário – aquele que transforma a natureza em
meios de subsistência e de produção, ou mesmo quando opera sobre uma “matéria-
prima”.
Partindo desta análise, Lessa refuta o que denomina de “argumento da
necessidade”, que consiste em afirmar que a práxis do assistente social é trabalho
porque é necessário ao capital, fazendo parte do trabalhador coletivo. Para este autor,
incluir o assistente social no trabalhador coletivo, tendo como justificativa, o
“argumento da necessidade” implicaria em aceitar que todas as atividades são trabalho,
pois, sem elas, a reprodução da sociedade se daria de modo diferente, e ainda, teríamos
que admitir que o próprio capital é necessário à reprodução da sociedade.
Ao contrário disso, Lessa afirma que o Serviço Social é uma profissão típica da
sociedade capitalista, e como tal, pode ser explorada por este sistema de produção, mas,
sua ação incide nas relações sociais, entendidas enquanto complexo ideológico. Assim,
por não atribuir transformação na natureza, por não produzir um conteúdo novo à
riqueza material, não é trabalho. Ou seja, seu exercício profissional possibilitará ao
capitalista, somente se apropriar da riqueza já produzida pelo operário. É por isso, que a
práxis do assistente social – do mesmo modo que a práxis de outras profissões
assalariadas – mesmo sendo explorada pelo sistema e gerando mais-valia, não é
trabalho. Assim, em relação à geração de mais valia, Lessa (2005) afirma,
Há duas consequências possíveis da geração da mais-valia. Quando a mais-
valia é produzida pela conversão da natureza no ‘conteúdo material da
riqueza’, a riqueza social total é acrescida pelo tempo de trabalho que o
proletário plasmou na nova mercadoria. Todavia, quando a mais-valia é
produzida fora da relação com a natureza, o que temos é um processo em que
um dado montante de riqueza social já produzida pelo proletário, [...] é
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transferido para o dono da escola, em seguida, parte é transferido ao
professor sob a forma de salário (LESSA, 2005, p. 22).
Nesta citação aparece o que Marx entende por trabalhador coletivo. Nada se diz
aqui de “diferenciações” dentro do trabalhador coletivo como quer Lessa. Todo o
contrário. Marx explicita a absoluta indiferença de “... que a função deste ou daquele
trabalhador, mero elo deste trabalhador coletivo, esteja mais próxima ou mais distante
do trabalho manual direto”. Mais ainda, o que Marx destaca, e isso nos parece
decisivo, é o atributo essencial do trabalho coletivo. Qual seja, o de valorizar capital
pelo seu consumo direto.
Para Iamamoto, há uma frequente tendência em se separar a esfera da produção
da esfera da reprodução, aprisionando a primeira aos muros fabris e reduzindo a
segunda apenas “à reprodução de um dos elementos da produção, o seu componente
subjetivo, a força de trabalho, pela via do consumo de bens e serviços”. E conclui: “Daí
a reiterada afirmativa de que o ‘Serviço Social se situa na esfera da reprodução’” (2007,
p. 247), consequência, para ela, de uma interpretação empobrecida das categorias
analíticas marxianas.
Para Lessa (2000) a polêmica posta no interior do debate atual não traz essa
muralha entre as esferas da produção e da reprodução social, conforme assegura
Iamamoto, mas expressa uma cuidadosa demonstração, tomando Marx e Lukács como
referências centrais, em não atribuir ao Serviço Social as categorias marxianas do
trabalho tais como: matéria-prima, meios de trabalho, produto do trabalho, o que acaba
por “generalizar a todas as práxis sociais o que é específico do trabalho”, por um lado e,
por outro, conduz a “cancelar o que o trabalho tem de específico e que o distingue,
enquanto categoria fundante, de todas as demais categorias sociais” (LESSA, 2007b, p.
92).
Considerações finais
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Procurou-se demostrar aqui, a existência de um caloroso debate teórico no
interior da categoria profissional quando o assunto é vínculo existente entre Serviço
Social e a categoria trabalho em Marx. Cabe salientar, no entanto, que “ambas as
perspectivas fundamentam se no que há de mais profícuo na tradição intelectual
progressista de caráter ontológico” (ARAÚJO, 2008, p.25). Tanto Marilda Iamamoto
quanto Sérgio Lessa contribui significamente com a profissão na medida em que
influenciam dois blocos diferentes de interpretação acerca da natureza e funcionalidade
do Serviço Social. A partir deles, vários profissionais se vêm “desestabilizados” e
provocados a assumir seu posicionamento, motivando assim produções acadêmicas que
visam aprofundar o tema. Apesar, disso, tal debate não se faz suficientemente conhecido
entre a categoria dos Assistentes Sociais, sobretudo, entre aqueles que estão diretamente
ligados à “prática”.
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