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1. SIGNIFICADO DA PALAVRA
1. Definição
A palavra mordomo tem um significado importante para a vida cristã. Dizer a um crente, entretanto,
que ele é mordomo de Deus, nem sempre faz sentido para ele, por ser pouco conhecido o significado
da palavra.
Mordomo quer dizer, literalmente, ecónomo, isto é, aquele que é incumbido da direcção da casa, o
administrador. É aquela pessoa a quem é entregue tudo quanto o senhor possui para ser cuidado e
desenvolvido. É aquele a quem o senhor dá o governo daquilo que lhe é mais precioso. Em linguagem
bíblica isto quer dizer não só terras, dinheiro, jóias e os bens materiais em geral, mas também o
cuidado da esposa e dos filhos, o bom testemunho e até sua própria vida.
2. Exemplos
0 primeiro é Eliezer, servo de Abraão. "E disse Abraão ao seu servo, o mais velho da casa, que tinha o
governo sobre tudo o que possuía...", Gn. 24:2. Eliezer foi mandado para procurar uma esposa para
Isaque, o que representava um trabalho difícil; sabemos, porém, que ele o desempenhou com grande
sabedoria, de modo a alegrar o coração do seu senhor. Poderá o Senhor depender de nós, como Abraão
do seu mordomo? Lembremo-nos de que a qualidade de Eliezer era seu espírito de oração.
O segundo exemplo bíblico é José. Em Génesis 39:4 e 6 lemos que José achou graça aos olhos de
Potifar, assistente do rei, "e ele o pôs sobre a sua casa, e entregou na sua mão tudo o que tinha. E
deixou tudo o que tinha na mão de José, de maneira que de nada sabia do que estava com ele, a não ser
do pão que comia". Tal pessoa devia, portanto, ser alguém de confiança, capaz de administrar os bens
entregues. Não era um lugar insignificante, mas o serviço de mais importância na casa. 0 mordomo só
era inferior ao seu senhor.
A Bíblia ensina, por preceitos e exemplos, que somos mordomos de Deus. Ele nos confiou a
administração de bens e poderes que lhe pertencem.
Daremos, em resumo, o que a Escritura tem a dizer sobre mordomia, na certeza de que as passagens
indicadas hão-de merecer um estudo cuidadoso.
Vale a pena que o aluno tome tempo para ler cada uma das passagens e meditar em suas verdades.
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A. 0 Universo pertence a Deus
Gn. 1:1; 14:22; Dt. 10:14; I Crn. 29:13-16; Sl. 24:1; 50:10-12; 89:11; Jr. 27:5.
De modo mais específico, o solo pertence a Deus, Lv. 25:23; II Crn. 7:20: os minerais e tesouros que a
terra e o mar escondem, Sl. 95:5; 146:6; Ag. 2:8; Os. 2:8; Jl. 3:5; tudo o que a terra produz, Gn. 2:9;
Sl. 104:4; Jr. 5:24; toda vida animal, Gn. 1:24; 9:2-3; Sl. 50:10-11.
Depois de haver completado a obra da criação, Deus colocou Adão num jardim aprazível e a ele confiou
as coisas criadas. "E tomou o Senhor Deus o homem e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o
guardar", Gn. 2:15; Sl. 8:3-9. Deus nunca entregou os títulos de propriedade a Adão ou a outro
qualquer representante da raça, mas conservou-os para si mesmo como Criador. Adão era simples
mordomo.
O homem só poderia ter direito de propriedade sobre aquilo que ele pudesse criar; entretanto nunca
homem algum jamais foi capaz de criar qualquer coisa. Tudo que ele pode fazer é utilizar-se das coisas
criadas, adaptá-las, e combinar as forças e os elementos criados por Deus.
- Por direito de criação, Gn. 1:27; 2:7; Is. 42:5; 43:1-7; Ez. 18:4.
- Por direito de preservação, At. 14:15-17; 17:22-28; Cl. 1:17; I Pe. 1:5.
Deus não somente nos criou, ele também nos sustenta na sua providência. Não é ele um Deus que criou
o mundo e o abandonou à sua própria sorte. Pelo contrário, está profundamente interessado em tudo
que se passa entre os homens, acompanhando o desenrolar da história e orientando-a para atingir seus
propósitos eternos. Não fora Deus sustentador do universo, e este mundo e a vida humana seriam uma
impossibilidade.
- Por direito de redenção, Êx. 19:5; 1 Cor. 6:19-20; Tt. 2:14: Ap. 5:9.
Fomos criados para glorificar a Deus, Is. 43:7; I Cor. 6:19-20, mas o pecado desviou o homem desse
alvo. Era preciso que Deus o restaurasse, libertando o do pecado que o separava dele, Is. 59:2. Isso se
realizou na pessoa de Jesus Cristo, que se ofereceu como propiciação pelos nossos pecados. Escravos
que éramos, fomos resgatados pelo sangue de Cristo, o mais alto preço que Deus podia pagar pela
redenção humana. Uma vez remidos, foi reconquistado o alvo com que Deus nos criou, e nosso prazer
constante deve ser buscar sua glória.
Um menino tinha feito, com muito esforço e capricho, um barquinho a motor. Satisfeito, brincava com
ele a beira do rio, quando, de repente, o barquinho impelido pela correnteza, lhe escapou das mãos.
Triste, o garoto voltou para casa, sem esperanças de tornar a ver o barco, que tanto trabalho lhe
custara. Qual não foi seu espanto ao ver o barquinho, certo dia, na vitrina de uma das lojas da cidade.
Entrou e insistiu que o barco era seu, mas o negociante disse que só lho daria mediante o pagamento
do preço estipulado. 0 menino voltou ao lar e narrou o incidente ao pai, que lhe forneceu o dinheiro
necessário para a compra do barquinho. Rápido, dirigiu-se à loja, onde comprou o barco que, de direito,
já lhe pertencia. Ao sair, segurando bem firme em seus braços o precioso objecto, exclamou: "Agora
és duas vezes meu: meu porque te fiz, e meu porque te comprei." Assim também nos pertencemos a
Deus: por direito de criação e direito de redenção. Quando as correntezas do pecado nos afastaram
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das mãos divinas, e nos achávamos debaixo do domínio de Satanás, Cristo nos comprou pelo preço do
seu sangue.
Talvez não haja outra doutrina capaz de influenciar mais a vida de um crente do que a da mordomia,
quando devidamente compreendida e praticada.
A. Atitude diferente
Antes de tudo, deixará de existir em nossa vida a diferença que se faz entre actividades religiosas e
seculares. A religião não será mais uma actividade que tome de nós certos dias e horas. Cada minuto
de nossa vida será sagrado, porque pertence a Deus. Nosso trabalho deixará de ser uma coisa
mecânica para ser algo que fazemos para agradar a Deus. Estamos cooperando com Deus no
desenvolvimento e progresso de um mundo criado e mantido por ele mesmo. Quando Jacob fugia de
seu irmão, teve a visão maravilhosa de uma escada, cujo topo tocava os céus, e pode ver o Senhor no
seu trono de glória. Ao despertar do sono, exclamou: "Na verdade o Senhor está neste lugar e eu não
o sabia", Gn. 28:16.
0 mordomo fiel, despertado por uma visão nova e mais ampla, verá Deus e sua mão em lugares e coisas
que antes pareciam não ter nenhum carácter religioso. Deus está presente não só Na igreja, mas no
lar, na oficina de trabalho, na escola onde estudamos, e em qualquer outro lugar como criador e
preservador. Não haverá mais coisas lícitas aqui e ilícitas acolá, porque todo o lugar onde nosso pé
pisar será “terra santa”. Êx. 3:1-5.
B. Senso de responsabilidade
Ainda, o conceito cristão de mordomo fará crescer o senso de nossa responsabilidade. Aqui está
perante nós um mundo criado por Deus, com tudo quanto nele há, por cujo desenvolvimento nós somos
responsáveis. Aqui estamos nós mesmos, criados à imagem de Deus, e tendo de prestar contas da
nossa vida, em toda a riqueza de suas manifestações. Aqui estão almas imortais, sem conhecimento da
graça salvadora de Cristo, às quais nos cabe levar a boa nova. Grandes são as nossas
responsabilidades como mordomos de Deus!
C. Senso de dependência
Sabendo da nossa fragilidade e incapacidade para bem desempenharmos nossa mordomia, somos
levados a depender do Espírito Santo, que Deus faz habitar em nós para conduzir-nos à vida
abundante de despenseiros da sua multiforme graça. I Pe. 4:10.
Temos a promessa preciosa de Jesus, que nos garante a assistência do Espírito a fim de nos orientar
no bom exercício de nossa mordomia. Ele nos esclarece quanto aos nossos deveres cristãos, fortalece-
nos para o desempenho da tarefa de cada dia, purifica-nos a fim de que sejamos "vaso para honra,
santificado e idóneo para uso do Senhor e preparado para toda a boa obra'', II Tm. 2:21. Nenhum
mordomo poderá servir com eficiência, se não viver uma vida orientada pelo Espírito divino.
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4. O SUPREMO EXEMPLO
Jesus não só ilustra a verdade da mordomia em seus ensinos (Parábola dos Talentos – Mateus 25:14-
30), mas a ilustra de modo muito claro e sobremodo inspirador em sua própria vida. Ele se reconhecia
mordomo de Deus, encarregado da tarefa suprema de alcançar a reconciliação da raça humana. Sua
vida toda, viveu-a ele orientado por esse propósito. Seu desejo constante era fazer a vontade daquele
a cujo serviço se encontrava na terra.
Inspirados na boa personalidade de Jesus, caminhemos a passos firmes, como mordomos que não tem
de que se envergonhar, que procuram desempenhar com fidelidade a tarefa que lhes foi entregue!
A Mordomia envolve todas as áreas da vida do crente. Devemos saber que, cuidar bem apenas de
nossos bens e dinheiro não basta, o Mordomo fiel deve servir integralmente a Deus e, portanto,
vejamos as outras áreas que o bom Mordomo cuidar:
“Eis, que os céus e os céus dos céus são do Senhor teu Deus,
a terra e tudo o que nela há”.
No princípio, vemos que Deus criou todas as coisas e colocou o Homem como mordomo para tomar
conta delas:
“Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e, sim, como sábios, remindo o tempo,
porque os dias são maus.” Efésios 5:15 e 16
Certa vez um jovem aproximou-se de um rico comerciante que vendia jóias e era possuidor de
muitas riquezas. O comerciante parecia muito triste e preocupado. O jovem perguntou qual era a
causa de sua frustração ao que o homem respondeu: Acabo de perder uma jóia muito preciosa. O
jovem surpreso disse: Mas alguém tão rico como você não terá dificuldade em repor essa jóia. O
comerciante olhou para o jovem seriamente e disse: Logo se vê que você não conhece muito da vida.
Acabo de perder um dia de trabalho por motivo de doença. Esse dia que perdi jamais poderá ser
restituído, nem por toda a fortuna do mundo.
Há coisas que devemos fazer todos os dias, como trabalhar. Porém, devemos ter sabedoria de Deus
em como usar nosso tempo livre, quando não estamos a trabalhar.
3 - MORDOMIA DO CORPO
Ou Não sabeis que vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós,
proveniente de Deus e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom
preço; glorificai pois a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a
Deus.
1 Coríntios 6:19-20
- Alimentar-nos bem, com alimentação saudável, tomando sempre cuidado com a limpeza dos alimentos
para evitar doenças como o cólera, dentre outras; fazer uma pequena horta em sua casa ajudaria a ter
uma alimentação balanceada;
- Evitar comer exageradamente, acumulando calorias desnecessárias e prejudiciais à sua saúde;
- Faça exercícios regularmente;
- Trabalhar é fundamental e algumas pessoas trabalham muito. É importante também ter alguma
forma de lazer para descansar. Sair com a família ou amigos para um passeio, por exemplo, poderia
ajudar,
- Se é possível, tenta evitar a malária usando mosquiteiros ou telas em sua casa,
- Procura o hospital em sinal de doença, não espere até agravar-se pois depois ficar mais difícil curar,
- Procurar vestir-se com simplicidade, mas também com limpeza. O crente deve andar com roupas
limpas e não rasgadas,
- Cuida bem dos dentes escovando-os regularmente após as refeições.
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4 - A MORDOMIA DA MENTE
O Conhecimento: Se Deus está a lhe dar oportunidades de estudar ou aprender um ofício então
você deve usar isso com responsabilidade. São poucas pessoas que podem estudar então se você
é uma delas, use isso da melhor forma, estudando com zelo e procurando oferecer seu
conhecimento ou ofício para servir a Deus. Muitos usaram
suas mentes para criar coisas destrutivas para a
humanidade: armas, bombas, etc.
Dinâmica: Escrevam em uma folha de papel, todos os conhecimentos ou talentos especiais que eles
acreditam ter e que poderiam de alguma forma ser usado para o Reino de Deus.
Nosso Pensamento: Filipenses 4:8 e Colossenses 3:1 e 2. Devemos ocupar nosso pensamento com coisas
que agradem a Deus. Você teria coragem de deixar que tudo o que você pensa fosse mostrado às
pessoas como em uma grande tela de cinema?
Devemos cultivar pensamentos puros. Há um ditado inglês que diz “Não podemos evitar que um pássaro
pouse em nossa cabeça, mas podemos impedir que ele faça aí seu ninho”.
Algumas sugestões para ocupar a mente com coisas boas:
- ler bons livros
- evitar conversas levianas ou maliciosas
- evitar ler revistas ou assistir programas que exploram a sensualidade ou maldade
- ouvir boa música, de preferência cristã
5 - MORDOMIA DO ESPÍRITO
O Cristão verdadeiro, reconhece que Deus é quem dá condições para adquirir seus bens, não importa
qual o que seja: uma casa, uma bicicleta, um terreno, uma machamba, um rádio, seus livros, os móveis
da casa, suas roupas, tudo enfim.
Há pessoas que não tem cuidado com as coisas que possuem e, como consequência, perdem esses bens
muito rapidamente e logo precisam de mais dinheiro para comprar um novo.
- se você tem uma casa, deve usa-la para o Senhor e cuidar dela para que não se estrague e tenhas que
construir uma nova ou fazer reparos dispendiosos.
- se possui uma bicicleta, deves cuidar que ninguém a roube ou que se estrague por mau uso ou falta de
manutenção.
- seus livros são importantes e poderão ser conservados para outras pessoas de sua família, economizando
assim algum dinheiro.
- algumas pessoas compram roupas desnecessariamente, por descuido com as que possui, ou às vezes por
vaidade também, gastando um dinheiro desnecessário.
O cristão verdadeiro reconhece que Deus é quem lhe dá forças para adquirir fortuna. Dt. 8:18. "Eu fiz
a terra, o homem, e os animais que estão sobre a face da terra, pelo meu grande poder, e com meu
braço estendido, e a dou àquele que me agrada em meus olhos". Jr. 27:5.
Visto que esses bens são dados ao homem como usufruto, não por qualquer merecimento especial, e
sim pela bondade de Deus e seu desejo de tornar a existência do homem agradável sobre a face da
terra, o mordomo procura usar as riquezas que Deus lhe confia para o bem da raça humana e para a
extensão do reino de Deus na terra.
2 - MORDOMIA DO DINHEIRO
É ensino da Palavra de Deus que toda riqueza a Ele pertence e isso inclui nosso dinheiro. Nosso
trabalho é apenas de administrar esse dinheiro para Deus.
O bom mordomo procura utilizar seu dinheiro da melhor maneira, para seu bem, para o bem de seus
semelhantes e para a expansão do Reino de Deus.
Ter dinheiro não é pecado - Organizar nossa casa, vestirmo-nos bem, comer com qualidade, não é
pecado, pelo contrário, é algo que agrada a Deus e dá bom testemunho aos de fora.
Portanto, Ter dinheiro não é pecado. A Bíblia diz que o pecado está no apego ao
MAL
dinheiro. Quando a pessoa é agarrada ao dinheiro, isso é pecado.
I Timóteo 6:6-10 diz que ser agarrado ao dinheiro é a raiz de todos os males
(por causa do dinheiro as pessoas matam, roubam, adulteram, mentem...).
I Timóteo 3:1-3 diz como deve ser a atitude do líder cristão quanto às
finanças.
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O amor ao dinheiro impede o crescimento da Palavra de Deus na vida do mordomo: Marcos 4:13-14 e
18-19.
O dinheiro, portanto, não é mau em si mesmo, depende:
Para Reflectir: Deixar de pagar imposto quando compramos uma mercadoria, é desonesto?
Podemos chamar isso de roubo?
c) Ganhar muito dinheiro - Isso mesmo! Ganhar muito dinheiro pode ser um problema. A riqueza pode
corromper o coração de uma pessoa e inundar seu coração com desejos pecaminosos: ganância,
egoísmo, soberba, idolatria ao dinheiro. É preciso estar sempre firma na verdade de que Deus é o
senhor e dono de tudo que temos, mesmo que isso for muito dinheiro.
Leia Lucas 12:15.
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2.2 - Mordomia no gastar
Responsabilidade - Se ganhar dinheiro com responsabilidade não é fácil, gasta-lo com sabedoria é
ainda mais difícil e pode ser um grande problema na vida do cristão. A maneira como você gasta seu
dinheiro mostra um pouco de seu carácter.
Economia - Guardar um pouco de seu dinheiro todo mês é uma atitude muito sábia e que poderá
trazer-lhe muitos benefícios futuros.
- numa emergência de saúde
- para comprar uma casinha ou uma bicicleta
- para planejar seu casamento
- para financiar seus estudos
- para começar seu próprio negócio
Os perigos no gastar:
a) Cobiça - Alguns sofrem do pecado da cobiça, ou seja, querem tudo que vêem, e por isso nunca têm
dinheiro no bolso. Outros arrumam dívida pois compram tudo o que apreciam, sem antes pensar se de
facto podem ou precisam comprar aquilo.
b) Falta de Plano - Não sabem definir o que é mais importante e saem comprando coisas que não
precisam, deixando a parte da alimentação quebrada. Devemos ter um planeamento mensal de quanto
recebemos e quanto podemos gastar com cada item ou necessidade.
c) Engano das prestações - Algumas pessoas assumem compromissos para meses e meses seguidos,
prometendo pagar pouco a pouco, ficando assim “amarrados”, isso porque assumem dívidas maiores que
podem pagar, mas ficam iludidos com a proposta de pagarem aos poucos.
d) Desperdício entre a classe pobre - É nossa tendência pensar que só entre os que tem muitos bens
materiais há mordomos infiéis, que desperdiçam seus recursos. A verdade é que entre a classe pobre
há tantos ou mais mordomos infiéis. Na parábola de Jesus, aquele que menos tinha, foi quem não soube
administrar sua porção. Na experiência diária vemos que crentes sem recursos, que vivem do seu
vencimento somente, são muitas vezes aqueles que não sabem distribuir o seu dinheiro. Os pobres
podem, nesse caso, ser tão gastadores como os ricos, levando-se em conta as devidas proporções.
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IV - PROBLEMAS ÉTICOS NA VIDA DO MORDOMO
1 - O SUBORNO
No contexto Bíblico
Êxodo 23:8 Também suborno não aceitarás, porque o suborno cega até o perspicaz e perverte as
palavras dos justos.
Deuteronómio 10:17 Pois o SENHOR, vosso Deus, é o Deus dos deuses e o Senhor dos senhores, o
Deus grande, poderoso e temível, que não faz acepção de pessoas, nem aceita suborno;
Deuteronómio 16:19 Não torcerás a justiça, não farás acepção de pessoas, nem tomarás suborno;
porquanto o suborno cega os olhos dos sábios e subverte a causa dos justos.
Deuteronómio 27:25 Maldito aquele que aceitar suborno para matar pessoa inocente. E todo o povo
dirá: Amém!
I Samuel 8:3 Porém seus filhos não andaram pelos caminhos dele; antes, se inclinaram à avareza, e
aceitaram subornos, e perverteram o direito.
II Crónicas 19:7 Agora, pois, seja o temor do SENHOR convosco; tomai cuidado e fazei-o, porque
não há no SENHOR, nosso Deus, injustiça, nem parcialidade, nem aceita ele suborno.
Job 6:22 Acaso, disse eu: dai-me um presente? Ou: oferecei-me um suborno da vossa fazenda?
Job 15:34 pois a companhia dos ímpios será estéril, e o fogo consumirá as tendas de suborno.
Salmos 15:5 o que não empresta o seu dinheiro com usura, nem aceita suborno contra o inocente.
Quem deste modo procede não será jamais abalado.
Salmos 26:10 em cujas mãos há crimes e cuja destra está cheia de subornos.
Provérbios 15:27 O que é ávido por lucro desonesto transtorna a sua casa, mas o que odeia o suborno,
esse viverá.
Provérbios 17:23 O perverso aceita suborno secretamente, para perverter as veredas da justiça.
Eclesiastes 7:7 Verdadeiramente, a opressão faz endoidecer até o sábio, e o suborno corrompe o
coração.
Isaías 1:23 Os teus príncipes são rebeldes e companheiros de ladrões; cada um deles ama o suborno e
corre atrás de recompensas. Não defendem o direito do órfão, e não chega perante eles a causa das
viúvas.
Isaías 33:15 O que anda em justiça e fala o que é recto; o que despreza o ganho de opressão; o que,
com um gesto de mãos, recusa aceitar suborno; o que tapa os ouvidos, para não ouvir falar de
homicídios, e fecha os olhos, para não ver o mal,
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Amós 5:12 Porque sei serem muitas as vossas transgressões e graves os vossos pecados; afligis o
justo, tomais suborno e rejeitais os necessitados na porta.
Miquéias 3:11 Os seus cabeças dão as sentenças por suborno, os seus sacerdotes ensinam por
interesse, e os seus profetas adivinham por dinheiro; e ainda se encostam ao SENHOR, dizendo: Não
está o SENHOR no meio de nós? Nenhum mal nos sobrevirá.
Miquéias 7:3 As suas mãos estão sobre o mal e o fazem diligentemente; o príncipe exige condenação,
o juiz aceita suborno, o grande fala dos maus desejos de sua alma, e, assim, todos eles juntamente
urdem a trama.
“Dar dinheiro ou outros valores a alguém para conseguir coisa ilícita ou imoral”.
A História nos mostra que o dinheiro não serve apenas como meios de pagamento na aquisição de
coisas. Serve também para comprar a consciência dos homens.
A Bíblia é o livro da verdade. Por isso se mantém como o maior best seller de todos os tempos. Não
somente porque conta a verdade, mas porque é a Verdade: “Santifica-os na tua verdade; a tua palavra
é a verdade” (Jo 17.17). A Bíblia regista os fatos com fidelidade, até mesmo quando fala dos justos.
Davi era um homem do coração de Deus, porém está escrito que ele praticou adultério e foi o autor
intelectual da morte do marido ofendido. Para ficarmos só neste exemplo.
“E, quando iam, eis que alguns da guarda, chegando à cidade, anunciaram aos príncipes dos sacerdotes
todas as coisas que haviam acontecido. E, congregados eles com os anciãos, e tomando conselho entre
si, deram muito dinheiro aos soldados, dizendo: Dizei: Vieram de noite aos seus discípulos e, dormindo
nós, o furtaram. E, se isto chegar a ser ouvido pelo presidente, nós o persuadiremos, e vos poremos em
segurança. E eles, recebendo o dinheiro, fizeram como estavam instruídos. E foi divulgado este dito
entre os judeus, até ao dia de hoje” (Mt 28.11-15).
O dinheiro fora usado pelos ditos “príncipes dos sacerdotes” para pagar o “trabalho” de Judas
Iscariotes. Porém, o esquema deu mais autenticidade à ressurreição corporal de Jesus. A mentira não
prevaleceu.
Em nosso país, o suborno é um problema que está presente no quotidiano das pessoas:
- quando se quer encontrar um bom emprego,
- para conseguir vagas na escola,
- para fazer agilizar o processo quando se mete algum documento,
- no transito, para fugir às multas,
- no hospital, etc.
Cada pessoa deveria viver com aquilo que recebe e não fazer planos contando com o dinheiro do outro.
Romanos 13:8 diz que não devemos ficar a dever nada a ninguém. A Bíblia ensina sobre as
consequências de quando emprestamos dinheiro para outros: Pv 6:1-6; Pv 20:16 e Pv 22:26-27. Quando
emprestamos dinheiro, corremos o risco também de ficar sem o amigo que já não nos visita e nem ao
menos nos saúda - prejuízo!
Comunicação entre o casal para evitar que um gaste sem que o outra saiba. A mulher vai pensar que o
marido está a sustentar outra mulher - confusão! Ou então a esposa pensa que o marido ganha bem e
gasta sem responsabilidade.
Cuidar bem da família - A Bíblia ensina em I Timóteo 5:8 que devemos cuidar bem dos membros de
nossa família. Alguns homens são egoístas e quando recebem dinheiro só pensam
neles (novas roupas, novos sapatos...) deixando a família em desgraça. Egoísmo é
pecado.
Responsabilidade do casado - Aquele que casou formou uma nova família e a sua
responsabilidade em primeiro lugar, agora, será com essa nova família, e depois com
outros parentes. É bom zelar pelos pais, avós, sobrinhos etc, mas a prioridade
sempre é da nova família - Leia Gn 2;24
1 - Faça uma lista de tudo quanto está a dever, e depois organize o que escreveu, ou seja, coloque em
ordem o que tem mais importância primeiro. Se você tem dívidas com juros elas devem ser pagas
primeiro para evitar que aumentem.
2 - Concentre suas forças para sair da dívida. Durante esse período, pare com todos os gastos
desnecessários (bolos, refrescos, fruta-gelo...).
3 - Use a cabeça para pensar e ore buscando a sabedoria de Deus para encontrar um meio de
aumentar as entradas (o vencimento é pouco para quem está em dívidas) - Leia Pv 16:19
4 - Converse com as pessoas a quem está a dever, demonstrando real interesse em pagar. Faça um
plano com ela e negocie as parcelas. Não fuja das pessoas - enfrente o problema.
5 - Resista aos vendedores. Alguns têm boa conversa e convencem as pessoas de comprarem coisas
que de facto não precisam.
6 - Evite ficar como fiador ou testemunha de outros, pois essa é uma das maiores causas de fracasso
na área das finanças pessoais. Quando essa pessoa não paga a dívida ela passa a ser sua.
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V - PRINCÍPIOS DIVINOS PARA O SUCESSO MATERIAL
Texto Base: Ageu 1:5 e 6 e Mateus 6:31-33
INTRODUÇÃO
C. Seja o que você realmente é – (Prov. 13:7, 16:18). Não queira mostrar-se o que não é. Não minta a
dizer que é coitado nem fique a gingar aos outros.
D. Não caia na armadilha da mulher adúltera – (Prov. 6:23-26). Muitos homens têm muita cabeça para
ganhar dinheiro e até fortuna, mas, por serem fracos por mulheres são capazes de entregar em uma
semana o que levam dez anos para construir.
E. Não seja escravo dos prazeres – (Prov. 21:17, 23:20 e 21). O dinheiro, sem dúvidas, pode nos trazer
conforto e prazeres que, sem ele não poderíamos desfrutar. Porém algumas pessoas se encantam
tanto com estes tais prazeres, que se incapacitam a dar continuidade a sua vida normal, de forma que
vão dizimando os seus bens. O filho pródigo, da parábola contada por Jesus, é um excelente exemplo
disso.
F. “A ninguém devais coisa alguma...” – (Rom. 13:8). Não entre em dívidas e compromissos
desnecessários, correndo o risco de não Ter com que pagar ou ficar preso a alguém. Aprenda a viver
dentro do que você tem e ganha.
G. Não se contente em somar / Aprenda a dividir - (Prov. 3:27 e 28, 11:24 e 25, 14:31, 19:17). Seja
liberal e generoso, repartindo o que é direito e justo a cada um e ajudando aos necessitados com amor
e compaixão, conforme Deus te permitir e abençoar, ou seja, conforme a tua prosperidade (II Cor. 9:1
e 6-13). Quando feito isso SEM SEGUNDAS INTENÇÕES, certamente Deus retribui através da Sua
infinita misericórdia.
H. Faça as contas antes de erguer a torre – (Prov. 13:16 e Luc. 14:28 e 29). Faça as contas e trabalhe
sua vida financeira com prudência. Não dê início a um projecto se não tem certeza se aguenta chegar
até o final.
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VI - REFLEXÕES SOBRE O DÍZIMO
1 - INTRODUÇÃO:
Origem
DEUS Dízimo
Deus é a origem de tudo. Ele tem um plano para tudo. Vemos isso claramente em toda a história da
humanidade e por toda a Bíblia. Deus teve um plano na criação, teve um plano na construção da arca, na
construção do Tabernáculo, do Templo de Salomão., e Ele tem um plano para o destino da humanidade.
Ele tem também um plano para o estabelecimento da sua igreja na terra e isso inclui uma forma de
sustentar a sua obra para que ela possa expandir por toda a terra. O Dízimo está incluso nesse plano.
Existem muitas passagens que empregam a palavra dízima na Bíblia e muitas outras que falam acerca
da prática de contribuir e ofertar ao nosso Deus. Deus pensou numa forma justa onde cada pessoa
(ganhe muito ou ganhe pouco poderia contribuir). Ou seja, cada pessoa contribui proporcionalmente
com a sua renda.
A percentagem é 10% (igual para todos) mas os valores mudam de acordo com a realidade de cada um.
Para uma pessoa contribuir com fidelidade para a obra de Deus é preciso que esteja convencida pelo
Espírito Santo. É Ele quem motiva o crente pelo poder da palavra de Deus. Dar, deve ser fruto de uma
decisão pessoal, mas para tal, é preciso estudar os exemplos bíblicos de modo que o crente possa se
sentir motivado para isso.
Há pessoas que pensam que o dízimo e as ofertas eram práticas apenas do Velho Testamento e que
isso foi abolido no Novo Testamento, entretanto, isso não é verdade. Tanto o Velho Testamento como
o Novo Testamento nos incentivam a contribuir com a obra de Deus, e nos ensinam princípios que
podem nos ajudar na nossa prática diária.
Vemos que a Lei veio com Moisés (de modo que Abraão e Jacob existiram antes do recebimento da Lei
por Moisés no livro de Êxodo. Portanto o Dízimo não foi um Lei criada, mas uma ordem.
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Este é o primeiro ensinamento: Algumas igrejas estabelecem uma lei, uma regra, um decreto, uma
obrigação e as pessoas dão por lei e não por amor a Deus ou porque entenderam o bem que isso lhes
trás pessoalmente e para a obra.
Dizimo era uma prática antiga tanto na Babilónia, entre os gregos, árabes, romanos etc. Mesmo povos
pagãos contribuíam com seus falsos Deuses. Por que não então contribuir com o Único e Deus
verdadeiro?
Semelhança com a forma de contribuir com seu avô Abraão (certamente aprendeu em casa).
Isso nos ensina a Importância de ensinar as crianças. Dar exemplos práticos usando moedas.
ex. (10 moedas 1.000,00 Mt )
Ele decidiu (não foi obrigado) Você também precisa decidir.
Era um ato de adoração a Deus
Foi depois de uma experiência profunda com Deus (se não reconhece o amor de Deus não tem
motivação para dar).
O Velho testamento está repleto de textos acerca do dízimo, mas por limitação de espaço vamos citar
apenas alguns para aprofundar os dois exemplos já mencionados:
Levítico 27:30-32, Números 18:20-32 - O Dízimo foi incorporado à lei
II Crónicas 31:2 –6 – O povo deu generosamente para Deus.
Que darei ao Senhor por todos os benefícios que me tem feito? (Salmo 116:12)
Nas duas passagens que Jesus menciona o dízimo Ele condena a atitude dos Fariseus e não o acto de
dar dízimo (Mt 23:23 e Lc 11:42). Entre outras coisas eles davam prioridade as coisas materiais e
esqueciam as espirituais, e queria se autojustificar dando dízimos.
Devemos lembrar que Jesus veio para cumprir a lei e não condená-la ou combatê-la. Existiam dois
tipos de “LEI” a cerimonial e a moral. Jesus sempre combateu a escravidão á lei cerimonial e valorizou
a lei ética ou moral. Até hoje o problema é o mesmo (o ritual, a cerimónia, o ato externo é mais fácil
de cumprir do que a ética, o coração a atitude interior).
Por exemplo, há quem consiga entrar na água para o baptismo, cumprindo uma cerimónia com droga no
bolso (cumpriu a lei mas permanece escravo do pecado e da tradição), há quem consiga entregar
ofertas mas vida moral é zero. Isso é negativo pois nesse caso não tem nenhuma ligação entre o
interior e o exterior, o que está dentro e o que está fora do coração do homem.
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Duas atitudes no dar:
A Bíblia incentiva a contribuição, mas combate as atitudes erradas e interesseiras ao dar. O que
percebemos no Novo Testamento é que a vinda de Jesus trouxe uma significação mais ampla acerca do
dízimo. Ou seja, no Novo Testamento as contribuições vão além do dízimo. Por exemplo:
O caso da viúva pobre (ela deu tudo e não só a décima parte) Mar12:41-44.
Zaqueu deu a metade dos seus bens - Lc 19:8.
Os crentes de Jerusalém ofereceram tudo o que tinham - Actos 2:44-45.
Os crentes da Macedónia deram com sacrifício – II Cor 8:1-5.
O dízimo é motivado pelo amor e não pela obrigação e é portanto o ponto de partida, o mínimo que
podemos oferecer a Deus.
Alguns dão para serem perdoados os pecados (sentem-se culpados e querem compensar o seu
pecado dando ofertas e dízimos em troca de perdão). Isso não tem base bíblica.
Outros para serem vistos (ter prestígio, serem elogiados),
Outros por ambição (para alcançar boa fama, cargos na igreja),
Outros por interesse, para receberem bênção de Deus,
Outros por medo (de doenças, desemprego...) Dão oprimidos.
a) Sustento dos obreiros, dos que trabalhavam para o Senhor (Levitas) Nm18:20-32
b) Amparo aos necessitados (órfãos, viúvas) Dt 14:22-29
c) Para a casa do Senhor (templo) 2 Cro 31:10 –13
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Vemos na prática que algumas igrejas não têm “plano” para o uso do dinheiro, o que se gasta é só
para petróleo para iluminação, ou para algum apoio de funeral vez por outra, ou mesmo para
celebrações de festas ou conferência. Há muito o que fazer para a expansão do Reino de Deus. Os
líderes precisam se reunir, pensar, orar e planear. Quando a igreja é desafiada ela contribui.
Dar com sacrifício, com esforço (não vale a pena dar as sobras);Mc 12: 41-44
Dar com alegria - II Cor 8:2, e 9:7
Dar voluntariamente e não por obrigação como se fosse uma lei - II Co 8:2, 9:7
Dar de boa vontade, livre, sem medo - II Co 8: 12-19
Dar sem avareza (avarento é aquele que é agarrado ao dinheiro) II Co 9:5
Dar regularmente (sempre, cada mês) e não somente quando entende.
O DÍZIMO deve ser a primeira coisa a ser tirada, como reconhecimento que tudo o que recebemos
veio pela força de Deus. Se a pessoa começa a gastar para por último tirar o dízimo, nunca vai sobrar.
A parte do Senhor deve vir em primeiro lugar - Malaquias 3:10
Definição: oferta voluntária além do dízimo e sem valor definido. Não é uma esmola.
1. Esmola: dá-se o que tem.
2. Oferta: dá-se o melhor.
Quando damos uma oferta, a nossa atitude deve ser de dar o melhor e não uma esmola.
Deus exige o dízimo, mas merece as ofertas.
Padrão das ofertas
1. Segundo a nossa prosperidade (1 Cor.16:2).
a) Se Deus o está a abençoar e você não dá na medida em que é abençoado, antes
retém com avareza, você está a roubar a Deus.
b) Se Deus o está a abençoar mais, abençoe mais também.
2. Segundo o que propõe no seu coração (2 Cor. 9:7).
a) Peça direcção a Deus.
b) Coloque um propósito no seu coração.
c) Cumpra.
9 - O LUGAR DA RESTITUIÇÃO
A igreja local é a casa do tesouro. É o local onde devemos entregar os nossos dízimos e
ofertas.
1. Dízimos e ofertas ( não somente os dízimos).
2. Ofertas para outros lados são para além dos dízimos e ofertas alçadas.
3. Eles devem ser entregues na Igreja local, independentemente da aplicação e
administração que é feita pela liderança da Igreja local.
A. O líder não trabalha sozinho, senão governa em colaboração com outros líderes cristãos: A Igreja
de Jesus Cristo é dirigida por um grupo de anciãos,
entre os quais encontram-se os pastores, os
pregadores, os profetas, etc. É importante
entender que as decisões da Direcção quanto às
finanças são sempre tomadas em conjunto; o ensino
e o exemplo da Bíblia é da liderança do grupo dos
anciãos: as escrituras não conhecem um pastor, nem
um apóstolo que liderava sozinho!
B. O grupo de líderes não governa sem consultar o rebanho, senão consulta sempre o grupo de pessoas
influenciado pela sua decisão: A Bíblia ensina que todos os crentes recebem o Espírito Santo ao
converter e portanto o líder sábio ajuda o seu rebanho para participar nas decisões que afectam o
ministério da igreja que constituem.
C. O líder é responsável perante Deus pelo uso do dinheiro, bens e dons que possui: Todos os crentes
possuem bens, dinheiro e habilidades que recebem de Deus. Havemos de justificar diante Deus o
nosso aproveitamento destas coisas, e o abuso ou falta de usar os nossos bens e habilidades para o
reino de Deus, é pecado.
D. Os bens da igreja devem ser administrados pelo conselho dos líderes da igreja para o ministério da
igreja. É pecado uma pessoa usar estes bens para fins pessoais, ou enganar a igreja sobre o uso destes
bens: Os bens e o dinheiro da igreja pertencem a Deus e devem ser usados para o avanço do Seu reino
e para nenhum outro fim. Nem o pastor, nem o tesoureiro podem aproveitar este dinheiro para uso
pessoal e a decisão sobre o uso dos bens, imóveis e fundo da igreja deve ser tomada pelo conselho
directivo da igreja, em conjunto.
E. O líder é responsável diante da sua igreja e deve entregar relatórios a esta sobre o dinheiro que é
lhe entregue, e sobre as suas actividades: O líder cristão deve sempre informar a igreja e os seus
colegas das suas actividades e do seu uso de aquele dinheiro e dos recursos que lhe são entregues.
Esta acção anima os crentes e liberta o líder de aquelas pessoas que costumam falar mal e espalhar
boatos acerca das actividades e carácter dele.
exemplo: Os 72 discípulos, PEDRO, PAULO (Lucas 10:17, Actos 11: 1-4, 14:27).
O Povo Moçambicano de modo geral (na sua própria cultura) é generoso, gosta de dar, ofertar,
dividir os seus bens e isso deve ser aproveitado, explorado, para canalizar para a obra do
Senhor.
Falta ensino por palavras e exemplos (próprios líderes não dão e isso causa falta de motivação
nos crentes).
Falta transparência na administração (quando as pessoas sabem o quanto entra, e como dinheiro
tem sido gasto isso trás segurança na contribuição). Uma boa tesouraria pode organizar e dar
relatórios frequentes.
Relatórios muito distanciados (de modo geral são anuais, apenas nas conferências), favorece
que pessoas usem o dinheiro do caixa. Usam sem pedir ao dono. A maioria não vê isso como um
pecado porque acha que uma vez que tem desejo de colocar no lugar antes de ser “apresentado
o relatório”, sentem como se fosse um tipo de “empréstimo”, e acham isso é normal. É uma
forma de aproveitar a sua posição. A realidade é que acabam sendo tentados de usar o dinheiro
para fins pessoais e na altura dos relatórios tenta colocar no lugar. Isso é perigo.
Bibliografia
HOLLAND, Fred e Grace. Cuidando das coisas de Deus. Nairobi: Casa Publicadora do Evangelho.
KASCHEL, Wlater. Não sou meu: se Jesus Cristo é meu senhor, o que ele quer de mim? Belo
Horizonte: Editora Betânia, 1979
LINDHOLM, Paul R. Mordomia cristã e finanças da igreja. São Paulo: Casa Editora Presbiteriana,
1981.
MANOEL, Maura. Finanças Pessoais: padrão de Deus para suas finanças pessoais. Beira: IDLC,
2003.