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AULA 02

NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL
É o ato através do qual se pode dar conhecimento oficial e legal do texto de um documento registrado a
determinada pessoa.

Notificar é fazer prova de recebimento ou de se ter dado conhecimento, de maneira incontestável, do


conteúdo de qualquer ato jurídico levado a registro, fazendo-se, dessa maneira, inequívoca constatação
de que o notificado recebeu o documento que lhe foi entregue, dele tomando ciência de todo o conteúdo e
provando-se, quando necessário, qual foi o teor de que tomou conhecimento.

A notificação é personalíssima, isto é, ela só poderá ser entregue a quem estiver destinada ou a seus
representantes legais, em caso de pessoa jurídica. Por essa razão, o notificado não pode alegar
desconhecimento do documento, muito menos do seu conteúdo. Assim, como não pode furtar-se ao
cumprimento de obrigações sob a alegação de ignorância.

O escrevente notificador - aquele que entrega a sua notificação a quem você destinar - possui fé pública,
o que significa que quando o notificado se negar a receber ou assinar o documento, ele registrará a
ocorrência, fazendo uma descrição física de quem se recusou a aceitá-la, tendo essa declaração valor
legal.

PARA QUE SERVE A NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL

A notificação extrajudicial pode ser usada em inúmeros os casos. A título de exemplo listamos algumas
das situações em que ela, rápida e eficazmente, pode servir como gatilho inicial de responsabilizar,
provar, provocar provas, desmascarar engodos, prevenir responsabilidades, chamar à autoria, precaver-
se contra danos, alegar para depois provar, constituir mora, solicitar cumprimento de obrigações, Através
dela, colhendo a prova da entrega oficialmente, as partes podem: exigir, contestar, defender interesses,
prevenir responsabilidades, fixar prazos, propor acordos, pois as diligências são feitas pelo próprio oficial
ou por seus prepostos, os quais, como já dito antes, são detentores de fé pública.

Enfim, são incontáveis as conseqüências ou efeitos das notificações como fatores de prova.

Graças à tecnologia de última geração e à equipe de profissionais constantemente treinados, o Serviço de


Notificações é um eficiente aliado para encaminhar rapidamente a solução de muitos problemas. Seja em
São Paulo, onde elas são cumpridas pessoalmente, seja em qualquer outra parte do País, através da
extensa rede de serviços registrais que mantém completa reciprocidade com o CDT.

Casos mais comuns de Notificação

a) Comunicação de prazo para que o inquilino exerça direito de preferência, no caso de alienação de
imóveis;

b) Constituição em mora do devedor insolvente nos contratos de financiamento com cláusula de alienação
fiduciária;

c) Entrega das duplicatas de prestação de serviços, a fim de instruir protesto;

d) Pedido de retomada de imóvel, ao final do prazo de locação, ou no caso de prazo indeterminado;

e) Constituição em mora de devedor insolvente, no caso de compra e venda de imóvel em prestações;

f) Comunicação de revogação de poderes outorgados em procuração, após o cancelamento da respectiva


procuração.

Enfim, são infinitas as utilidades das Notificações Extrajudiciais, já que constituem-se em ferramenta de
trabalho do advogado, seja como documentação de suas provas iniciais e tentativas de conciliação ou
como canal para a solução por vias amigáveis.
Importante frisar as Notificações que são registradas e remetidas para cumprimento em qualquer cidade
do País. Esse serviço proporciona significativa economia de tempo e dinheiro para aqueles que
dependem desse instrumento para atender às suas necessidades. Ou seja, sem sair de sua cidade, é
possível notificar pessoas físicas ou jurídicas por todo o Brasil.

Recife (PE), 24 de outubro de 2007.

Ao Condômino do apt 801


Av. Visconde de Jequitinhonha, 518. Boa Viagem.
Recife – PE CEP 51030-020
ATT: PAULO BARBOSA COUTINHO
Ref.: OBRIGAÇÃO DE FAZER

Prezado Senhor,

Na qualidade de advogada e bastante procuradora do CONDOMÍNIO CONDE


DE NASSAU, comunico que V. Sª, nos termos da convenção condominial anexa,
descumpriu um dever condominial seu ao pintar a sua fachada em
desconformidade com os padrões estéticos do prédio.

Tal atitude é vedada não só pela convenção deste prédio na Cláusula VIII,
Artigo 6°, alínea C. In verbis:

CLÁUSULA VIII ARTIGO 6°, alínea C : Não decorar as


paredes e esquadrias externas com tonalidades de, material
ou cores, diversos dos empregados no conjunto do edifício.

O descumprimento deste dever dá ensejo ao pagamento de multa nos termos


do artigo 28 da Convenção e gerará multa à sua unidade de apartamento caso não
seja desfeita celeremente. Se não, vejamos:

PENALIDADE - ARTIGO 28: A infração do disposto na


presente convenção sujeitará o infrator à multa de valor
variável nos limites ½ a 20 salários mínimos, que será
aplicada pela assembléia geral por proposta do síndico
ou de qualquer condômino, cobrada em dobro em caso
de reincidência.

Nestas condições, fica V. Sª CONSTITUÍDO EM MORA, para retirar a pintura


restabelecendo as cores originais da fachada do prédio em 48 horas, a contar do
recebimento da presente, evitando, com isto, a propositura e instalação de demanda
judicial.
Na expectativa do pronto atendimento de V. Sa. aos termos da presente
NOTIFICAÇÃO, sou, MARIA CARLA DE GÓES MOUTINHO, advogada, e aguardo o
seu retorno no endereço e telefone constante no timbre.

Atenciosamente,

___________________________________
MARIA CARLA DE GÓES MOUTINHO
OAB/PE 21.576
Recife (PE), 07 de outubro de 2008.

Gerência do Peugot

Ref. NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL

Prezado (a) Senhor (a),

Eu, Vania Suzy Marques Guedes Leite, brasileira, casada, administradora, residente na Rua da
Amizade, 116 / 601, Graças, Recife – PE, Fones 81 – 32234254, 99225896, RG 1495873 SSP –
PE, CPF/MF 255.801.834-54, cliente desta loja, venho por meio desta informar, notificar e
requerer o que se segue:

1. No dia 26.06.2008, adquiri o carro Peugot 206, modelo Feline, ano 2008, zero KM, no
valor de R$ 50.250,00 (cinqüenta mil duzentos e cinqüenta reais). No entanto,
somente recebi o carro no dia 04.07.2008 em razão da greve do Detran.

2. No dia 09.09.2008, o veiculo teve sua primeira pane elétrica e desde então vem
freqüentemente causando transtornos e panes de funcionamento. Nunca se sabe ao
certo quando e como o carro vai parar de funcionar.

3. No dia 30.09.2008 foi necessário que um guincho viesse transladar o carro ate a Rivoli,
concessionária onde a compra foi realizada. No entanto, assim que o reboque chegou
o carro, estranhamente, resolveu funcionar.

4. Nos dias 01,02 e 03 o carro continuou sem funcionar quando, então, resolvi entregá-lo
na Rivoli para avaliação técnica. Em resposta, apenas me foi dito que nenhum vicio
encontrado.

5. Por fim, não sinto mais segurança no funcionamento regular de um veiculo novo que
não atende aos fins a que se presta. Fico sujeita aos rompantes que seu sistema
elétrico pode apresentar a qualquer hora e local.
O Código de Defesa do Consumidor estabelece:

1. Art. 6º São direitos básicos do consumidor:


VI – a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais,
coletivos e difusos.

2. Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornem
impróprios ao consumo (...) podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua
escolha: I – a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível; II – a
restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de
eventuais perdas e danos; III – o abatimento proporcional do preço. § 2° São
impróprios os serviços que se mostrem inadequados para os fins que razoavelmente
deles se esperam, bem como aqueles que não atendam as normas regulamentares de
prestabilidade.

Assim, com o objetivo de constituí-lo em mora, NOTIFICO EXTRAJUDICIALMENTE Vossa


Senhoria para que proceda a troca do veiculo por um de mesmo modelo e valor ou a
devolução do dinheiro pago no prazo de 5 (cinco) dias, evitando, com isto, a propositura e
instalação de demanda judicial.

Cabe ressaltar que utilizo o carro diariamente para trabalhar e estou sofrendo transtornos em
virtude do seu mau funcionamento.

Na expectativa do pronto atendimento de V. Sa. aos termos da presente NOTIFICAÇÃO, sou,


VANIA SUZI MARQUES GUEDES LEITE e aguardo o seu retorno no endereço e telefone acima
mencionados.

Atenciosamente,

VANIA SUZI MARQUES GUEDES LEITE


NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL

Recife/PE, 16 de outubro de
2001.

NOTIFICANTES

REGINALDO VENTURA ARAÚJO, inscrito no CPF/MF sob o


n.º 000.274.134-20, e MARIA HELENA ANTUNES ARAÚJO,
inscrita no CPF/MF sob o n.º 235.510.114-00, brasileiros, casados,
empresários, residentes na Avenida Boa Viagem, n.º 3772, bairro de
Boa Viagem, nesta cidade do Recife/PE.

NOTIFICADA

MERFA EMPREENDIMENTOS E CONSTRUÇÕES LTDA.,


pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o n.º
10.178.447/0001-30, com sede na Avenida Agamenon Magalhães,
n.º 2885, bairro da Encruzilhada, nesta cidade do Recife/PE.

Prezados Senhores

1. Em 08 de maio de 1996, formulou essa empresa Proposta de


Permuta de Terreno, por área construída, com torna em dinheiro, aos
notificantes e ao casal Waldecy Fernandes Pinto e Lourdes Lins Pinto, tendo
todos manifestado a sua concordância, na qualidade de proprietários dos
imóveis destinados à construção do empreendimento imobiliário.

2. O documento dessa empresa, mencionado no item anterior,


formalizou proposta “a título de ajuste preliminar, com vistas à futura permuta
dos imóveis urbanos de suas propriedades, caracterizados como sendo os
terrenos próprios desmembrados do “Sítio Mãejaquinha” e “Sítio Prazeres”,
lote n.º 1A, situados na Praia do Janga, Município do Paulista, deste Estado de
Pernambuco”.

3. O referido lote n.º 1A, com frente para a Avenida Cláudio


Gueiros Leite, decorreu do remembramento das Áreas A-5 - “resultante do
desmembramento da Área A-3, que por sua vez resultou do remembramento da
Área A-1, do Sítio Prazeres, com uma área remanescente do Sítio
Mãejaquinha” - e BC-4 - “integrante do Sítio Prazeres” -, de propriedade,
respectivamente, dos notificantes e do casal antes identificado,

4. Dito remembramento foi aprovado pela Prefeitura Municipal do


Paulista em 17 de dezembro de 1996, através do Processo n.º 216/96, tendo
assinado a respectiva planta os proprietários e essa empresa, na condição de
promitente compradora.

5. Em 03 de fevereiro de 1997, foi celebrado entre o BOMPREÇO


S.A. - SUPERMERCADOS DO NORDESTE e essa empresa, com
interveniência do primeiro notificante e do Dr. Waldecy Fernandes Pinto,
Compromisso Particular de Permuta e Outras Avenças, tendo como objeto a
integração da loja do Janga do BOMPREÇO ao Multishopping Norte, nome do
empreendimento a ter a construção iniciada, como loja âncora independente.

6. Após o remembramento das áreas antes identificadas, com a


participação expressa dessa empresa, através da sua assinatura na respectiva
planta, foi celebrado, em 08 de setembro de 1997, Instrumento Particular de
Promessa de Compra e Venda de Fração Ideal, Instituição de Condomínio Pro-
Diviso, Contrato de Empreitada de Lavor, Materiais e Outras Avenças, sendo
partes essa mesma empresa e os proprietários do imóvel.

7. Por evidente lapso, constou do citado Instrumento a obrigação de


os proprietários promoverem o remembramento das Áreas A-5 e B-C4, o que
já havia sido feito com a participação dessa empresa, em 17 de dezembro de
1996, mais de 08 (oito) meses antes da assinatura do mesmo Instrumento,
ocorrida em 08 de setembro de 1997.

8. É indiscutível que a obrigação dos proprietários era a de tão


somente providenciar o remembramento das duas áreas, tanto que a equivocada
notificação dessa empresa, mencionando suposta mora dos mesmos
proprietários, expressamente afirma o seguinte:

“Conforme já exposto nos prolegômenos, o contrato firmado


estabelece direitos e obrigações, para as partes
convencionadas, desta forma, os NOTIFICADOS se
obrigaram para com a NOTIFICANTE na cláusula sexta, do
pré-falado documento, que providenciariam o
remembramento ou a fusão das duas áreas que foram
prometidas em venda à MERFA, para que providenciasse a
escritura definitiva e conseqüentemente a legalização frente
aos órgãos públicos da obra como um todo, o que não ocorreu
até a presente data, causando, assim, prejuízos de difícil
reparação e transtornos frente aos compradores dos imóveis
que por força do referido contrato pertencem à MERFA.”

9. Fácil é concluir, pela própria equivocada notificação dessa


empresa, que constam na referida cláusula sexta duas obrigações:

9.1. a primeira dos proprietários - “que providenciariam o


remembramento ou a fusão das duas áreas que foram
prometidas em venda à MERFA” - já cumprida desde 17 de
dezembro de 1996, portanto há quase 5 (cinco) anos, com a
participação dessa empresa;

9.2. a segunda dessa empresa - “... à MERFA, para que


providenciasse a escritura definitiva e conseqüentemente a
legalização frente aos órgãos públicos da obra como um todo,
o que não ocorreu até a presente data, causando, assim,
prejuízos de difícil reparação e transtornos frente aos
compradores dos imóveis que por força do referido contrato
pertencem à MERFA” (note-se que o verbo - providenciasse -
encontra-se no singular, a evidenciar a obrigação dessa empresa,
diversamente de quando trata o texto da obrigação dos
proprietários, em que o verbo está grafado no plural -
providenciariam).

10. Não há assim como se cogitar de mora dos proprietários, que há


quase 05 (cinco) anos cumpriram a sua obrigação, ao passo que essa empresa já
ultrapassou o prazo de entrega do empreendimento.

11. Noutro trecho da equivocada Notificação, distanciando-se


inteiramente da verdade, essa empresa afirma o seguinte:

“Em que pesem os esforços da NOTIFICANTE junto aos


NOTIFICADOS para terem a regularização escritural e o
remembramento executado e, conseqüentemente em nome da
NOTIFICANTE, eis que no contrato particular de promessa
de compra e venda assim ficou firmado e obrigado, nenhum
êxito obteve, o que deixa a NOTIFICANTE frente aos seus
clientes e à sociedade, de forma geral, vulnerável e passível de
punições pecuniárias, penal e indenizatórias junto aos
terceiros, com quem assumiu obrigações referentes às lojas
que compõem o empreendimento que são de sua
propriedade.”

12. Em verdade, como já demonstrado, os proprietários cumpriram a


sua obrigação de remembrar as Áreas desde 17 de dezembro de 1996.

13. Igualmente em verdade, essa empresa não cumpriu a sua


obrigação de providenciar a escritura definitiva, tanto que não refere
concretamente a qualquer ato praticado visando satisfazer a citada obrigação,
que reconhece ser exclusivamente sua, de forma expressa, na equivocada
Notificação.

14. Assim, a vulnerabilidade dessa empresa frente aos seus clientes e


à sociedade, de forma geral, decorre de outros motivos que não o
remembramento antes mencionado.

15. Em face a todo o exposto, tem a presente NOTIFICAÇÃO:

15.1. o caráter de CONTRANOTIFICAÇÃO face à equivocada


NOTIFICAÇÃO dessa empresa, datada de 03 de outubro de
2001, vez que os notificantes cumpriram integralmente a sua
obrigação;

15.2. a finalidade de constituir em mora essa empresa, inclusive


para aplicação da cláusula oitava, alínea b, do Instrumento
Particular de Promessa de Compra e Venda de Fração Ideal,
Instituição de Condomínio Pro-Diviso, Contrato de Empreitada
de Lavor, Materiais e Outras Avenças, por não haver
providenciado a escritura definitiva e não haver entregue as
unidades imobiliárias dos notificantes e do casal WALDECY
FERNANDES PINTO e LOURDES LINS PINTO, no prazo
contratualmente estabelecido.

Atenciosamente

REGINALDO VENTURA ARAÚJO

MARIA HELENA ANTUNES ARAÚJO

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