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Capítulo
13
BENEFICIAMENTO DE GRÃOS
1. INTRODUÇÃO
A retirada das impurezas de um lote de grãos é feita com base na utilização das
diferenças físicas dos materiais que compõem o lote original (grãos perfeitos, impurezas
ou materiais estranhos e outros). O método mais primitivo de beneficiamento utilizado
foi o abano, que se baseia na diferença de densidade entre o produto perfeito e as
impurezas. No caso do café, as folhas são levadas pelo vento e o produto menor que o
2.1. Tamanho
Quanto ao tamanho, os grãos podem ser diferenciados por suas dimensões
(largura, espessura e comprimento), que podem ser mais bem caracterizadas segundo a
espécie em questão. Os grãos, que diferem em uma ou mais dimensões, podem ser
separados por:
a) Largura: de modo geral, quando é a única dimensão variável, isto é, quando
o comprimento e a espessura são iguais, podem ser separados nas peneiras de
crivos circulares ou de malhas quadradas (Figura 2A), que podem ser planas,
como nas máquinas de ventilador e peneiras, ou cilíndricas alveoladas, como
as usadas no classificador por largura.
b) Espessura: quando a espessura é a com maior variabilidade, isto é, com
mesmo comprimento e mesma largura, podem ser separados com peneiras de
crivos oblongos ou retangulares (Figura 2B). A largura do furo deve estar
relacionada com a espessura do grão ou semente. Para uma separação
efetiva, pode-se usar peneiras planas, ou separador cilíndrico, como no caso
anterior.
c) Comprimento: grãos que possuem a mesma largura e espessura, mas que
diferem em comprimento, podem ser separados pela máquina de discos ou
pelo separador cilíndrico alveolado (Figuras 3A e B). O separador cilíndrico
é o mais usado ultimamente.
2.2. Peso
Os grãos que apresentam diferenças de peso ou de densidade entre si ou entre os
materiais estranhos podem ser separados com máquinas em que o material impuro passa
por uma corrente de ar. Nessa passagem, o componente de baixa densidade será
carreado pelo fluxo de ar, e os grãos pesados passam por um sistema contendo uma
mesa densimétrica (Figura 4) ou, ainda, por um sistema em leito fluidizado. Antes de
passar pela mesa densimétrica, o material deve passar primeiramente por um separador
do tipo ar e peneira (Figura 5).
2.3. Forma
Os grãos esféricos podem ser separados dos materiais de formato irregular ou de
outros grãos que tenham a forma achatada, usando-se um separador espiral. Este
equipamento não possui partes móveis, mas permite que sementes esféricas rolem com
mais facilidade sobre um plano inclinado em forma de aspiral (Figura 6). Com maior
velocidade de descida, as sementes esféricas, com maior força centrífuga, são
descarregadas para uma espiral inferior, onde são separadas.
2.4. Cor
Os separadores por cor (seletron) tornam possível a separação de sementes que
não podem ser separadas por nenhum dos métodos citados. Como exemplo, pode-se
citar o caso de grãos de café, que apresentam homogeneidade quanto a tamanho, forma
e densidade, mas têm colorações diferenciadas. O separador por cor (Figura 6) consiste
de um sistema de células fotoelétricas, que mudam sua características elétricas de
acordo com a intensidade luminosa emitida pelos grãos.
3. ETAPAS DO BENEFICIAMENTO
3.1. Recepção
Dependendo das condições em que chegam à unidade de beneficiamento (em
sacos ou a granel), os grãos podem ser colocados nos depósitos ou silos para produtos a
granel (armazenagem provisória para produtos úmidos ou para produtos secos). Podem
também ser transportados diretamente para a linha de beneficiamento, iniciando-se,
primeiramente, pela operação de pré-limpeza para o café, veja.
3.2. Pré-Limpeza
Grãos colhidos com máquinas ou trilhadoras mecânicas apresentam grande
quantidade de impurezas, como pedaços de ramos, folhas, palhas, torrões, poeira etc.
Com o objetivo de facilitar e melhorar a eficiência dos sistemas de secagem, o
transporte e as demais operações de beneficiamento deve-se eliminar total ou
parcialmente as impurezas. Para realizar esta operação, utilizam-se máquinas
denominadas peneirões ou abanadoras. Estas máquinas são constituídas de uma ou mais
peneiras, cilíndricas ou planas vibratórias, geralmente acompanhadas de um sistema de
ventilação, para eliminação de poeira e materiais leves.
3.3. Secagem
Quando os grãos ou sementes chegam à unidade de beneficiamento com
umidade inadequada para o processamento ou para armazenamento por tempo mais
prolongado, o produto deve ser encaminhado o mais rapidamente possível para a
operação de secagem, depois de passar pela máquina de pré-limpeza. Quanto aos
sistemas de secagem a ser utilizados, sugere-se leitura detalhada do capítulo 5 –
Secagem e Secadores e do capítulo 17 – Secagem e Armazenagem de Produtos
Agrícolas.
3.4. Limpeza
A operação de limpeza visa essencialmente separar impurezas remanescentes da
pré-limpeza e as produzidas pelo sistema de secagem. Esta operação consta de uma
separação rigorosa de todos os materiais indesejáveis, como sementes ou grãos de
outras espécies (cultivadas ou silvestres), sementes defeituosas e imaturas, sementes ou
grãos quebrados etc.
Na operação de limpeza, usa-se, normalmente, a máquina de ventilador e
peneira, que, dependendo do rigor de separação, pode possuir várias peneiras e mais de
um ventilador. Estas máquinas são consideradas primordiais em toda Unidade de
Beneficiamento de Sementes (UBS).
3.6. Tratamento
Essas operações consistem na aplicação de produtos químicos em formas
líquida, suspensão ou pó, visando proteger as sementes contra o ataque de fungos e
insetos. No caso em que o uso de um equipamento comercial não seja viável, pode-se
utilizar um tratador simples, que pode ser feito na própria fazenda (Figura 10). Esses
equipamentos produzem resultados aceitáveis, porém não permitem controle ideal da
dosagem e, se não forem operados com cuidado, podem provocar danos às sementes.
Usando tanto o tratador caseiro como o comercial, deve-se cuidar para que a aplicação
do produto seja o mais uniforme possível. Além disso, nunca se deve deixar que as
sementes tratadas fiquem sem identificação, a qual é feita pela aplicação de um corante,
para diferenciar das sementes não-tratadas. Uma identificação indicando que o produto
é prejudicial à saúde deve ser bem posicionada na embalagem.
7. PADRONIZAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO
mercados.
d) Possibilitam a comercialização sem o exame prévio do produto.
e) Facilitam a realização de negócios nas bolsas para entregas imediatas ou
futuras.
f) Evitam a comercialização de produtos inadequados ao consumo.
nacional.
Alguns segmentos do setor produtivo vêm realizando esforços em órgãos
competentes, no sentido de suprimir a validade do certificado de classificação,
transferindo ao interessado, comprador ou vendedor, a opção de exigir o certificado
recente ou aceitar o certificado emitido na época de depósito do produto na unidade
armazenadora.
O certificado de classificação somente será válido se emitido pelo órgão
conveniado com Ministério da Agricultura, em cada estado. Não poderá conter emendas
ou rasuras e deverá ser assinado por um classificador devidamente registrado no
Ministério da Agricultura.
8. LITERATURA CONSULTADA