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Nova Cartografia Social dos Povos e Comunidades Tradicionais do Brasil

Nova Cartografia Social dos Povos e Comunidades Tradicionais da Bacia do São Francisco

Nova Cartografia dos Povos e Comunidades Tradicionais do Brasil Povos Indígenas do Nordeste 5
Série:
Povos e Comunidades Tradicionais da Bacia do São Francisco
Povos Indígenas do Nordeste

1 - Povo indígena Tuxá de Rodelas


2 - Povo indígena Pankararu
3 - Povo indígena Truká
4 - Povo indígena Tumbalalá
5 - Povo indígena Pipipã
6 - Povo indígena Kambiwá
7 - Povo indígena Kariri-Xocó
8 - Povo indígena Xocó

Realização

POVO PIPIPÃ

PIPIPÃ
Apoio
2 11

Participantes da Oficina Maria Aparecida dos Santos Silva - Travessão do Ouro com as entidade de apoio, para trazer o direito para sua
Adriana Maria das Dores Alves da Silva - Travessão do Ouro A ORGANIZAÇÃO comunidade. Assim o direito de nós sobreviver. Procurar o
Ana Paula da Silva Maria de Lourdes dos Santos Lopes direito de demarcação, demarcar terra, tirar posseiro, nós
Antonia Flor de Mauro - Travessão do Ouro Maria Edvania do Nascimento (Vânia) - Faveleira ficar livre na nossa terra sem ter o posseiro, o fazendeiro, que
Carolina Maria Francisca dos Santos - Faveleira O Pajé é escolhido pelo povo, o pessoal escolhe o Pajé e nos prejudique porque a gente acha que fazendeiro, posseiro,
Ciani Maria Jesuína bota e vai vê, se for um Pajé para sempre ele é, se não for,
Cilene Maria de Souza - Travessão do Ouro Maria José Alves da Cunha - Travessão do Ouro essas coisas assim, traz coisa ruim pra nós, não gosta da
com pouco tempo também ele não dá certo, vamos gente, só quer tirar a cobertura do índio só quer discriminar,
Edilene Alves de Lima - Dilene - Travessão do Ouro Maria Jose dos Santos (Nega) - Travessão do Ouro
encontrar outro até que chega aquele que é. Quando não tá se ele puder tomar nossa casa e dizer “saía daqui e vá pra
Edite Elza de Souza (Mena) - Travessão do Ouro Maria Josina de Jesus - Travessão do Ouro
Eduarda do Nascimento Lopes - Travessão do Ouro Maria Jucilene da Silva (Juci) - Travessão do Ouro dentro da comunidade mesmo, nos terreiro, no ritual, nas outro canto”, ele faz isso. Delso.
Eleuza Marias dos Santos - Faveleira Maria Rosene dos Santos (Nininha) - Travessão do Ouro cura... ensinar alguma coisa pros índio, contar alguma Também, é eleito pela comunidade, o povo escolhe a
Eunice Maria Rosilene história dos antigo e aí vai dos antepassado, ele vai aprender liderança, e bota na comunidade pra trabalhar para
Expedito Roseno - Pajé - Travessão do Ouro Maria Saúde dos Santos - Travessão do Ouro alguma coisa com o brabi, esse é o Pajé. E o cacique é pra aconselhar o povo, nas horas de necessidade. As liderança
Francisco Sergio da Silva (Chico de Rosa) - Capoeira do Barro Maria Sineane dos Santos - Travessão do Ouro procurar os direito no governo, o Pajé sempre mais junto da vão aconselhando, se for uma boa liderança vai, até quando
Helberth Silva Oliveira (Beto) - Tabuleiro Marluce Maria Duarte da Silva - Travessão do Ouro comunidade, o cacique mais viajado. Ele sai mais. Delso. morre ou, cansa,... tô cansado, não quero mais e pronto! Às
Inácio Francisco da Silva - Travessão do Ouro Natalicio Cordeiro dos Santos O cacique é escolhido pela comunidade, pelo povo .[...] vezes acontece. Tem deles que desiste da luta,... não quer
Jaciane Alves dos Santos - Travessão do Ouro Olimpio Ribeiro da Silva - Travessão do Ouro
se aquele que tá não presta, vamos dizer, não está lutando mais e pronto! É assim, escolhido pela comunidade. Delso.
Jerôncio- Vice Pajé Paulo Alves Laurentino - Travessão do Ouro
João Avelino Ronalda pelos direitos indígenas, aí a comunidade se junta, tira ele e Nós temos aqui Associação Indígena Comunitária Pau
Joelma Rosalia Roseno da Silva (Rosa) - Capoeira da Barra aí bota outro, é escolhido pelo povo. A função do cacique é Ferro Grande dos Índios, nós temo a Associação de Mães.
José Antonio Lima - Travessão do Ouro Sebastiana da Silva (Adriana) - Travessão do Ouro procurar os direitos da aldeia, viajar pelo mundo, conversar Silvana.
Jose Arnaldo João da Silva - Travessão do Ouro Sebastião Pereira Lopes (Tião) - Travessão do Ouro
José Ildo dos Santos (Zé de Gabriel) - Faveleira Silvana Cleuza Santos Silva - Faveleira
Lindalva Roseno da Silva (Lindaura) - Travessão do Ouro Silvano REIVINDICAÇÕES
Luciana Alves Pereira - Travessão do Ouro Silvia Maria dos Santos
Luís Pereira Lopes - Travessão do Ouro Valdirene Edite de Couza (Valda) - Travessão do Ouro Nós índios Pipipã da Serra Negra, por meio de nossas lideranças, cacique, pajé,
Márcia Maria da Silva - Travessão do Ouro Williany da Silva (Mazinha) - Travessão do Ouro conselho tribal tradicional e associação Indígena comunitária, denominada Pau-ferro
Grande dos Índios, com sede administrativa na aldeia Travessão do Ouro.Solicitam:
Equipe de Pesquisa levantamento antropológico entre os Pipipã e Kambiwá, hoje habitando na área
Alzení Tomáz (CPP NE/NECTAS/UNEB) conhecida como Kambiwá. Queremos que a área seja demarcada. Terra demarcada a
Bruna Graziela (NECTAS/UNEB) gente tem um grito diferente, a gente manda e acabou. Jerôncio – vice Pajé.
Juracy Marques (NECTAS/UNEB)
Juliana Barros (AATR) A demarcação do território Pipipã é o que nós queremos e partindo da Serra Negra,
Paulo Wataru Morimitsu (NECTAS/UNEB) percorrendo os limites da demarcação da área Kambiwá em direção a Lagoa do Jacaré
Transcrição (antigo terreiro das missões), seguindo na direção da Serra dos Pipipã para o Serrote
Alzení Tomáz dos Taiado e fechando com a Serra Negra e, ainda, permanecer em parte do Território
Juliana Barros dos Kambiwá, compreendendo a área em que estão situadas as aldeias, Faveleira,
Elaboração do Mapa Capoeira do Barro, Travessão do Ouro, porque participaram do processo de luta por
Álvaro Ribas estas terras e durante os anos fizeram benfeitorias nessa área. Jerôncio – vice Pajé.
Alzení Tomáz Nós Pipipã queremos que os Kambiwá tenha direito de fazer os rituais na Serra
Juracy Marques
Lucas Martins do Santos Negra, mais ela é nossa e deve ser demarcada como território Pipipã. Quanto ao
Elder Marinho usufruto comum aos dois povos, há uma proposta de que sejam usufruto comum aos
Fotografias povos que fazem referencia imemorial a Serra Negra. Tem que ser criado um conselho
Alzení Tomáz pra administrar a Serra Negra onde os índios cuide melhor. Pajé Expedito Roseno. Ritual do Povo Pipipã (Juracy Marques/2008)
Juracy Marques
João Zinclar
Projeto Gráfico
José Fernandes F. Neto Grupo da Oficina da Cartografia do Povo Pipipã
Contatos NECTAS-UNEB
Rua do Gangorra, 503, Alves de Souza
Associação Indígena Comunitária
Paulo Afonso-BA, 48.608-240
Ficha Catalográfica Pau Ferro Grande dos Índios
Tel/Fax: (75) 3281 7364
Aldeia Travessão do Ouro
N935 Nova Cartografia Social dos Povos e Comunidades Tradicionais do Brasil: Povo Indígena Pipipã / Coordenadores Alfredo Floresta – PE. CEP: 56.400-000 CPP - Conselho Pastoral dos Pescadores
Wagner Berno de Almeida, Rosa Elizabeth Acevedo Marin; Organizadores Juracy Marques dos Santos...[et al] . – Telefone: 87. 3877 3025 Av. Beira Rio, 913 - Jardim Bahia, Paulo Afonso, BA
Manaus, AM : Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia / UEA Edições, 2010. Luiz Alves Lourentino – Presidente – 81. 9909 2138 Tel-Fax: (75) 3281-0848
alzenitomaz@gmail.com
12 p. : il. ; 25 cm. – (Povos Indígenas do Nordeste ; 5). APOINME - Articulação dos Povos e Organizações
ISBN: 978-85-7883-171-4 Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo AATR - ASSOCIÇÃO DOS ADVOGADOS DE
Responsável: Manoel Uilton Santos - Coordenador Geral TRABALHADORES RURAIS DO ESTADO DA BAHIA
1. Comunidades Indígenas do Nordeste – Floresta (Pernambuco). I. Almeida, Alfredo Wagner Berno de. II. Marin,
Av. Sigismundo Gonçalves, 654, Varadouro. Olinda - PE. Ladeira dos Barris, 145, Barris, Salvador-Bahia
Rosa Elizabeth Acevedo. III. Santos, Juracy Marques IV. Série. CEP: 40070310
53.010-240
CDU 301.185.2(813.41=98) (81) 3429-5191/Cel. 81.96073191 - Skype: uilton.tuxa Tel-Fax: 71 – 33-739329
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Pipipã é habitante de Serra Negra, somo filho de
ORIGEM E Serra Negra. A muito tempo expulsaram os índios veio de
lá. Por isso, Serra Negra é terra Pipipã. É lá a morada dos
O SER PIPIPÃ encantados, Serra Negra é nosso maior lugar sagrado. Ser
Pipipã é ser filho de Serra Negra. É do Sertão de Serra
Negra que existe o Povo Pipipã. É dos antigos de rama que
nós existe. Nós era considerado extinto. O coração dos
Pipipã está entre o Rio Moxotó e o Rio Pajeú, na Serra da
Cangalha, na Serra Pipipã, Lagoa do Jacaré, Aldeia da
Missão onde os antigos Pipipã vivia. Pajé Expedito
Roseno.
A Lagoa do Jacaré é o lugar da Missão onde muitos
índios foram batizado lá. Ainda tem um pé de coitê onde
se faz os maracá. Só tem um pé e a gente briga mais que
Busca de água nas nascentes e poços artesianos existentes no território Pipipã (ZINCLAR/2008) pela terra. Ninguém conhece o tempo dele, ele é uma
parte da história Pipipã. Pajé Expedito Roseno.
Ser Pipipã, o significado Pipipã é uma coisa que ainda
tá em segredo, é morar na aldeia e fazer parte de tudo
Os desmatamento, as doenças, a prostituição, querem botar um laço promete água, casa, tem gente que
que é da aldeia, de todas as atividades e reunião, e a
violência, a gente só vai ter prejuízo com a transposição. Nós quer ser enganado e aceita. Você tá com fome, tem que ter
gente participar do ritual, a gente fazer o nosso Ouricuri
fica sem a terra e ainda fica sem a água. Se tiver demarcada a alimento, eles chegam com a alimentação, mas a gente não
porque a gente sabe que a gente tem, aí a gente ta
gente tem que ataiar essa obra. Tem que juntar todo mundo sabe o que essa alimentação vai trazer mais tarde. Inácio.
participando dos Pipipã porque a gente tem a nossa
pra lutar, num pode deixar essa linha passar aí não. Inácio. Aí botaram o número de muitas casas pros Pipipã, em
cultura, a gente andar unido a gente já sabe que a gente ta
O Canal vai trazer conflito, se a terra fosse nossa a troca do que eu não sei né, porque na verdade eu entrei na
fazendo parte e o significado a gente não sabe porque é
gente empata essa obra. O canal é a briga nossa contra esse parte da liderança desse tempo era eu tinha poucos meses
em segredo e só quem sabe dizer é o pajé, porque isso aí a
governo é uma briga maior do que com o governo. Inácio. de liderança aí disseram que pra os Pipipã tinha casa, tinha
gente sabe por certo que ele não vai dizer tão cedo esse
A riqueza é pro governo, pro branco, sem falar no canal, posto de saúde, e tinha água, aí hoje eu vejo que chegou o
segredo. Jerôncio - vice Pajé.
tem também o desmatamento, poluição, prostituição, que eles tão dizendo que vem setenta e poucas casas hoje
Mas ser Pipipã eu acho que é o seguinte a gente ter o
alcoolismo, drogas, tudo isso pode acontecer. As ameaças já pra os Pipipã então na época era cento e poucas, a água não
que tem a cultura, participar do seu ritual, tanto do ritual
existem, para nós não tem serventia para nada, não tem ouvi falar porque a gente sabe que quando cuida é quando
do terreiro que a gente tem de 15 em 15 dias o nosso ... de
terreno, não tem água, o eixo é lá no assentamento Serra tem o pessoal da FUNASA e eles cuida da saúde e quando
ano em ano a gente tem de 10 em 10 dias ele é realizado
Negra, além de perder é área preservada, intocada. E aí fala saúde tem que ter água, então a gente sabe que é uma
todo mês de Outubro e eu acho que é isso não sei se o
nossas terras não esta demarcada ninguém pode ter força. O responsabilidade da FUNASA, é quando fala de terra a gente
pessoal tem alguma a dizer, mas a minha opinião é essa...
que tem que fazer é atalhar logo para eles não passar. Inácio. sabe que a FUNAI a gente tem a FUNAI pra brigar junto com
Pau Ferro da Serra Negra (Alzení Tomáz/2008) Ser Pipipã é ser Pipipã mesmo. Jerôncio - vice Pajé.
Governo chega dizendo “Pipipã é um povo sofrido, o índio, e eu acredito que é assim que quando pega um
deve ter água, casa, saúde, quando a transposição chegar eixozinho assim aí diz tem FUNASA tem FUNAI nós vamos
vou dar tudo isso. Nem sabemos direito o que é a trans- debater junto com desse pessoal. Vice-Pajé Jerôncio.
posição. Quando um governo entra numa área dessas, Serra Negra - Reserva Biológica (NECTAS/2008)

ECOLOGIA PIPIPÃ, RIQUEZAS E TRADIÇÕES.

A tradição é mais que a gente, todas são boa e forte, A grande riqueza nós temos, é a água encanada, nós
mas na consideração nossa, que nós adora como seja DEUS tem nossas roças, nossos antepassados, nosso toré,
é nossa Aricuri e a mesa da Jurema. Na Jurema nós chama jurema, artesanato de croá e madeira, tem história , porque
nosso antepassado, nós temos nosso toante certo, o não existe povo sem historia. Temo também sossego,
terreiro aqui é só pra gente se reunir e usar esse costume temos os nossos antepassados. No dia 19 de abril a agente
que nosso antepassado deixou, não é lugar que a gente trata comemora o dia do Índio. Temos escolas. Temos união, nem
de ninguém, só se for uma grande necessidade, o lugar que que seja pouca mas tem. Serra Negra é nossa mãe. E essa é
nós trata do próprio povo Pipipã é na Jurema ou até no nossa maior riqueza. O auricuri, nosso segredo que tem
Ouricuri, nela nós chama o nosso antepassado pra nós ver todo ano, mata , ervas tradicionais como o umbu, pau
por onde é que nós parte pra curar os nosso povo que estão d´alho que serve pra febre de criança, jurema, baço, jucá. É
doente. A linha usada no ritual ela é ligada da terra as matas muito fruto que nós temos: umbu, araçá, murici, aricuri,
e a nosso senhor Jesus Cristo, porque é difícil nós ter uma xique-xique, rabo de raposa, umbu d´agua, maracujá de
linha pra nós não falar no nome dele, aí nós acha que seja estralo, maracujá de boi, quixaba, pitomba, ameixa, fruta
mesmo que seja DEUS a linha do Toré pra nós. Pajé Expedito da incor, quina-quina. Pajé Expedito Roseno.
Roseno.
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Ensinar alguma coisa pros índio, contar alguma história tá aqui nos 'Mandante', tem um pessoal por aqui família dos Os conflitos são muitos, aqui tem os fazendeiros que
dos antigos e aí vai dos antepassado, ele vai aprender Biró, tem uns aqui no “Tabulero do Porco”, outros aqui na AMEAÇAS E CONFLITOS querem tomar conta das terras dos Pipipã. Esse MST que ta
alguma coisa com o brabi, esse é o Pajé. Aí tio Joaquim Serra do Pipipã e por aqui no Travessão do Ouro tem umas aí e o INCRA assentou um monte de família, a FUNAI não
Roseno foi e contou a história da Serra Negra, que disse que duas mulheres que é da família de Biró, da raça Biró (...). Aí Essa transposição vai ser, que mais tarde quando demarca nosso lugar, o IBAMA vez ou outra vem encharcar
tinha visto o caminho, o caminho de Serra Negra cruzando a tem os Chiquinho... que é nas Caraíbas, aquela raça é alguém disser os índios cobraram por aqui você dizer, na com Serra Negra que é nosso lugar sagrado. Jerôncio – vice
frente da casa dele, assim, e aí ele viu compadre Expedito, Chiquinho de Serra Negra (... ). Expedito Roseno. verdade nós estivemos lá e a marcação deles é Lagoa do Pajé.
ele era rapazote assim. Compadre Expedito que vinha na Sou filha natural da terra, filha natural de Serra Negra. Jacaré, Serrote do mocambo e Serra do Pipipã, Serrote dos A Segurança de Serra Negra é a demarcação. A
frente, aí ele disse: 'Olha Joaquim [pai de Expedito], ele é o Nós somos filhos natural, faz parte de Serra Negra e temos Pereiro e baixa do Urubu, Cabeça dos jiquiri e voltando pra Segurança de Serra Negra é o tronco. Se a terra não tá
Pajé. Delso. nossa cultura. Quando meu pai morreu disse que é ser encontrar com a ponta da serra do Periquito que é nossa demarcada, a gente não tem ela por direito. Com a
Seu Joaquim Roseno era do tronco veio. O nome Pipipã Pipipã, tem um segredo que a gente não pode revelar. Na demarcação, é nosso lugar sagrado dos índio veio. Pajé demarcação, a segurança sobre Serra Negra aumenta. Serra
foi passado por ele que é meu pai e o segredo só pode ser Baixa da Alexandra meu pai puxou nós pra lá por causa que Expedito Roseno. Negra é o tronco Pipipã. Helber.
contado no momento certo. Somo guardião da tradição. era fundo de pasto da ribeira. Lindaura.
Pajé Expedito Roseno. Eu acho que esse Pipipã é um segredo. Nós viemo de
Vendo a serra de frente, já vai com o coração contrito, a Kambiwá, veio lá de Baixa da Alexandra; nós começamos lá,
ela, que é chamando (...) é o brabi que tá lá, que era do de lá arrastemos e tamo aqui. Ser Pipipã é participar do
antepassado é o brabi, não é nós hoje em dia, nós somos Ouricuri, do ritual, da nossa cultura, é andar junto. A gente
O RIO SÃO FRANCISCO E A TRANSPOSIÇÃO
ponta de rama do brabi. Lourdes Roseno. ter a cultura, fazer nosso ritual no mês de outubro. Ser
É porque se conhece uma serra de serrar ferro, aí o Pipipã é ser Pipipã. Ter raíz de Serra Negra, somos uma Eu acho que essa lei que o governo criou é uma
branco chama serra com aquele monte que tem acolá. Não, mistura de Kambiwá e outros. Ser Pipipã é morar na aldeia, desmoralização para o próprio índio, porque ele tá tirando o
na língua indígena é um KAMBI, é por causo que a Serra participar das atividades, fazer nosso ouricuri, a gente andar cafofo dessa terra brasileira que se chama nós índio, em
Negra, não sei quem botou esse nome, deve ter sido o unido porque a gente sabe o que tá fazendo. Ter cultura, tudo que ele faz um canal desse no meio de nossa aldeia,
branco, aí ela é Serra Negra, em tudo que a Serra se chama participar do ritual de 15 em 15 dias, do ouricuri, uma vez isso é uma falta de consideração e tá desmoralizando a nós
Kambi e o negro é Xuru aí dá a palavra Kambixuru por causa por ano, durante 10 dias em outubro. Ter raiz, ser a raiz de povo índio, eu acho que é uma fraqueza muito grande e pra
que o nome dela é Serra Negra, aí na língua Kambixuru, Serra Negra. Jerôncio – vice Pajé. nós é uma guerra pesada. Pajé Expedito Roseno.
Kambi é o nome da nascença e Pipipã é o nome indígena que ... O segredo de Pipipã vai ainda um bom tempo, mas só A transposição do Rio São Francisco se o governo
usa na Serra. É o povo, o povo todo é Pipipã, agora tem raça, descobre o segredo de Pipipã quando nós vê as áreas passar agora com esse canal sem demarcar o nosso
são seis raça dos índio Pipipã, seis raça que nasceram dentro demarcadas... Se não for eu nem ele que chegue a esse território os fazendeiros vão tomar conta e nunca vai deixar
da Serra Negra que é índio Pipipã. Expedito Roseno. ponto, mas terá outras pessoas que descubra esse segredo nós em paz. E aí vão dizer que a culpa é do Pajé e do Cacique.
No Riacho do Navio e a Ribeira do Pajeú, aqui é toda sem que nós afrouxar de mão, ele disser assim vou parar, A gente sabe que a transposição é só pra beneficiar os
família Baé, toda é Pipipã (...) só não são reconhecido, mas Pipipã tá descoberto o segredo, porque ele (Expedito) grandes proprietários, a gente mermo não vai se beneficiar.
pode ainda chegar e se chegar é o mesmo índio. Eu vou dizer lançou o nome de Pipipã, só que os outros não sabem o que O índio não vai ter direito por esta água. A riqueza sempre é
(...) tem uma aqui na serra do “Cambembe”, pra Mata significa Pipipã, [...] o segredo de Pipipã é grande, porque pro branco e para o governo. Inácio. Riachos e biodiversidade da área indígena Pipipã (Alzení Tomaz/2008)
Grande, é a família que se chama Guêa, da Serra Negra, ele vem do antepassado, ele vem do gentio e vem do
vivem aqui na Serra do Cambembe. Tem outra família Biró, capataz, então isso é segredo nosso. Alírio Avelino

índios viviam na Serra Negra eles trabalham da Serra Negra


O TERRITÓRIO PIPIPÃ pra Serra do Periquito era o lugar deles viver, aí quer dizer e
quando ela sair daqui a ponta dela emenda com a Serra
Ele é um lugar sagrado que é onde a gente se reúne e Negra e porque a Serra Negra é mais alta, a gente considera
dança o nosso Toré. Sobre o nosso Toré é uma vitamina que a que ela seja filha da Serra Negra. Pajé Expedito Roseno.
gente carrega que o antepassado deixou a gente usa como A terra indígena Kambiwá está Identificada e demarcada.
seja uma alimentação pra gente provar que somos Dentro da Terra Indígena Kambiwá encontra-se a Serra do
indígenas. A luta tá muito cansada, a gente luta muito, a Periquito, desta Serra na direção da Terra Pipipã, essa parte da
gente luta com atenção e forte, que a luta do índio nunca se área Kambiwá é de domínio dos Pipipã, nela se encontram as
acaba, ela é forte todo o tempo, agora sobre o governo ta Aldeias Travessão do Ouro, Capoeira do Barro e Faveleira. O
muito cansada porque o tempo que nós sofre dentro desse canal da transposição, segundo informações repassadas aos
território aqui Pipipã, eu mesmo aqui nós temos gente aqui índios em 2005, entra na terra dos Pipipã atingindo
com uns 40, 45 anos que nasceu aqui dentro desse travessão diretamente a aldeia Caraíbas e sai no outro extremo na
do ouro e até hoje o governo não demarcou nossas terra, aí direção da Lagoa do Jacaré. Faz um recorte visual de
eu acho muito fraco a ação do governo, agora nossa luta aproximadamente 35 a 40% do território tradicional dos
sempre é forte. Pajé Expedito Roseno. Pipipã. Ficam de fora, Lagoa de baixo, Caraíba de baixo, Baixa
É porque a Serra Negra quando do jeito que ela tem a dos Caibo, Serrote dos Junco, Tabuleiro dos Ururu, Serra dos
mata a Serra do Periquito também tem, quando a Serra Pipipã, Barra do Juá. Os limites do território Pipipã tomando
Negra zoa a Serra do Periquito também zoa, quando os como referência o lado do Rio Moxotó ela parte do Caldeirão,
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segue em direção a Lagoa do Jacaré, sobe para a Barra do não índios que foram assentados pelo INCRA, Aldeia
Juá, deixando dentro do território a Serra dos Pipipã, passa Faveleira onde tem índios e não índio, Aldeia Serra Negra só
pelo Tabuleiro dos Urubu, Serrote dos Junco, Baixa dos tem gente quando vamos fazer ritual do aricuri lá é perto da
Caibo, até Caraíbas de Baixo, segue pela Lagoa de Baixo até a Serra Negra mesmo, Aldeia Caraíbas é perto da Serra do
Baixa do Urubu, daí até o Jiquiri , deixando a Serra Negra Taiado e o Serrote do Tamanduá é a única aldeia dentro do
dentro do território tradicional dos Pipipã, e segue os limites território Pipipã, mais o território demarcado como área
do território Kambiwá, de quem são vizinhos. Joselito Kambiwá é autodeterminada como território Pipipã que é
Arcanjo. as Aldeias Travessão do Ouro, Faveleira e Capoeira do Barro.
O território que é tudo, abaixo de Deus, é nossa vida, A gente sofre com os fazendeiros que tomou conta de
nossa terra: Lagoa do Jacaré, Aldeia da Missão, Serrote do muitas terras, terra boa nossa o INCRA veio e assentou um
Lampião e dos Brabo, Faveleira, Cabeça do Queno. As bocado de não índio. E agora a transposição quer cortar o
Aldeias são: Aldeia Travessão do Ouro que é perto da Serra nosso território que ainda não ta nem demarcado. Jerôncio
do Periquito, a Aldeia Capoeira do Barro, aqui tem muitos - vice Pajé.

Artesanato Pipipã,
A SERRA NEGRA E A ECOLOGIA PIPIPÃ
os símbolos da diversidade
de animais da caatinga
(Alzení Tomáz/2008) O que representa a Serra Negra é que ela pra nós ela é Serra Negra é a mãe das aldeias todinhas. Todos os
uma ciência, ela é nosso sangue, é nossa vida, é nossos parentes choram pela Serra Negra. Lourdes Roseno.
olhos, porque é uma serra sagrada que foi onde nasceu O Ibama reconheceu que Serra Negra é território
nosso antepassado, foi onde nosso antepassado teve toda sagrado dos índios; ele vai fazer cobertura mas só em
A letra das músicas do Toré, tem a busca do Ser Pipipã. E tem a dimensão da ciência e foi onde ele ficou lá e pra nós ele encantou-se conjunto com o índio. A Serra Negra é uma área de
Ecologia Pipipã. Os marcos da identidade Pipipã estão associados às plantas: O Pau Oco, dentro da serra, aí ela é pra nós ela é como uma igreja de preservação ambiental de mata grande, densa, primeira
o Pau Ferro, a Mata do Ventador, o Pau d'Alho. Roma. Pajé Expedito Roseno. reserva biológica do Brasil, criada pelo Decreto número
28.384, de 07 de junho de 1950. É uma área de 1.100
Quando eu fui pra Serra Negra, hectares, englobando os municípios de Inajá–PE e
Eu passei lá no Pau Ferro. Floresta–PE. Na base da Serra, o Ibama mantém três casas
Eu fui direto ao Pau Alho grandes em situação de abandono, é uma área toda cercada
Lá na mata do Ventador. com estacas de cimento. No Pé da Serra Negra o Povo
A natureza, como a “salambaia”, cantada no Toré, que fica pendurada nas grande Indígena se reúne pra fazer os rituais sagrados. Jerôncio –
maçaranduba. Em nas ida pra Serra Negra a gente pega as plantas medicinais, a casca do vice Pajé.
Pau d'Alho e muitas outras. Eu como pajé dos Pipipã tenho muitos anos de luta sobre a
Serra Negra, todo papel, todo caminho que eu sempre andei , sempre pedindo nossa
Área de Reserva Biológica de Serra Negra (Alzení Tomaz/2008)
Mãe Serra Negra que foi de onde saiu toda nascença dos Pipipã. Pajé Espedito Roseno
Porque Serra Negra nós quer é pra reproduzir, ta com muitos anos que eu trabalho
sobre Serra Negra. Nossos antepassados, nunca se usou de ele morar na Serra Negra. O
Antepassado morava na Serra do Pipipã, Lagoa do Jacaré que é a Aldeia da Missão,
Riacho do São Braz, Riacho do Navio, Serra do Saco. Viviam no Serro dos Brabo, Lagoa da
Mucuna, Serra da Pindoba, Caraíba, Roças Velha, Baixa de Faveleira, Serra do Periquito,
era onde viviam nossos antepassados, respeitavam a Serra Negra, só ia lá de ano em
ano, noventa dias, para o ritual sagrado que se chama Ouricuri. Pajé Expedito Roseno.
Nós somos os fiscais da Serra, nós somos os donos da Serra, o Ibama sabe que a
Serra Negra ele fez cobertura, muito bem, gostei, a parte do Ibama que ele fez pelos
índios, que se o Ibama não toma aquela posição naquele tempo, ela tinha se acabado,
mas em 95 quando eu pedi pra o Ibama, que eu levantei o Ouricuri Sagrado lá na Serra
Negra, o Ibama não fez mais nada e nem ela foi destruída, porque nós não deixamos,
nós índios, porque nós visita e temos cuidado nela. Nós mesmos somos os ficais da
Serra Negra e garanto por a nossa mata. Ai por isso que a gente tem essa Serra Sagrada...
Pajé Expedito Roseno.
Eu já pedi pra Funai. A Funai, eu acho que ela está se escondendo. Tá jogando as
costas pra o lado do índio Pipipã, sabemos que nós somos de raiz, nós não somos índio
inventado, nós somos de raiz, prova nas nossas histórias, prova pelos nossos
antepassados, nós tem nossas leitura, nós tem nossas língua, nós tem nosso Toré, nós
Aldeia Caraíba - visão de Serra Negra
no fundo e o Pau Ferro de Serra Negra
tem nossos passos e por o tempo que nós pede a demarcação de Serra Negra. Pajé
(Alzení Tomáz/2008) Expedito Roseno.
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segue em direção a Lagoa do Jacaré, sobe para a Barra do não índios que foram assentados pelo INCRA, Aldeia
Juá, deixando dentro do território a Serra dos Pipipã, passa Faveleira onde tem índios e não índio, Aldeia Serra Negra só
pelo Tabuleiro dos Urubu, Serrote dos Junco, Baixa dos tem gente quando vamos fazer ritual do aricuri lá é perto da
Caibo, até Caraíbas de Baixo, segue pela Lagoa de Baixo até a Serra Negra mesmo, Aldeia Caraíbas é perto da Serra do
Baixa do Urubu, daí até o Jiquiri , deixando a Serra Negra Taiado e o Serrote do Tamanduá é a única aldeia dentro do
dentro do território tradicional dos Pipipã, e segue os limites território Pipipã, mais o território demarcado como área
do território Kambiwá, de quem são vizinhos. Joselito Kambiwá é autodeterminada como território Pipipã que é
Arcanjo. as Aldeias Travessão do Ouro, Faveleira e Capoeira do Barro.
O território que é tudo, abaixo de Deus, é nossa vida, A gente sofre com os fazendeiros que tomou conta de
nossa terra: Lagoa do Jacaré, Aldeia da Missão, Serrote do muitas terras, terra boa nossa o INCRA veio e assentou um
Lampião e dos Brabo, Faveleira, Cabeça do Queno. As bocado de não índio. E agora a transposição quer cortar o
Aldeias são: Aldeia Travessão do Ouro que é perto da Serra nosso território que ainda não ta nem demarcado. Jerôncio
do Periquito, a Aldeia Capoeira do Barro, aqui tem muitos - vice Pajé.

Artesanato Pipipã,
A SERRA NEGRA E A ECOLOGIA PIPIPÃ
os símbolos da diversidade
de animais da caatinga
(Alzení Tomáz/2008) O que representa a Serra Negra é que ela pra nós ela é Serra Negra é a mãe das aldeias todinhas. Todos os
uma ciência, ela é nosso sangue, é nossa vida, é nossos parentes choram pela Serra Negra. Lourdes Roseno.
olhos, porque é uma serra sagrada que foi onde nasceu O Ibama reconheceu que Serra Negra é território
nosso antepassado, foi onde nosso antepassado teve toda sagrado dos índios; ele vai fazer cobertura mas só em
A letra das músicas do Toré, tem a busca do Ser Pipipã. E tem a dimensão da ciência e foi onde ele ficou lá e pra nós ele encantou-se conjunto com o índio. A Serra Negra é uma área de
Ecologia Pipipã. Os marcos da identidade Pipipã estão associados às plantas: O Pau Oco, dentro da serra, aí ela é pra nós ela é como uma igreja de preservação ambiental de mata grande, densa, primeira
o Pau Ferro, a Mata do Ventador, o Pau d'Alho. Roma. Pajé Expedito Roseno. reserva biológica do Brasil, criada pelo Decreto número
28.384, de 07 de junho de 1950. É uma área de 1.100
Quando eu fui pra Serra Negra, hectares, englobando os municípios de Inajá–PE e
Eu passei lá no Pau Ferro. Floresta–PE. Na base da Serra, o Ibama mantém três casas
Eu fui direto ao Pau Alho grandes em situação de abandono, é uma área toda cercada
Lá na mata do Ventador. com estacas de cimento. No Pé da Serra Negra o Povo
A natureza, como a “salambaia”, cantada no Toré, que fica pendurada nas grande Indígena se reúne pra fazer os rituais sagrados. Jerôncio –
maçaranduba. Em nas ida pra Serra Negra a gente pega as plantas medicinais, a casca do vice Pajé.
Pau d'Alho e muitas outras. Eu como pajé dos Pipipã tenho muitos anos de luta sobre a
Serra Negra, todo papel, todo caminho que eu sempre andei , sempre pedindo nossa
Área de Reserva Biológica de Serra Negra (Alzení Tomaz/2008)
Mãe Serra Negra que foi de onde saiu toda nascença dos Pipipã. Pajé Espedito Roseno
Porque Serra Negra nós quer é pra reproduzir, ta com muitos anos que eu trabalho
sobre Serra Negra. Nossos antepassados, nunca se usou de ele morar na Serra Negra. O
Antepassado morava na Serra do Pipipã, Lagoa do Jacaré que é a Aldeia da Missão,
Riacho do São Braz, Riacho do Navio, Serra do Saco. Viviam no Serro dos Brabo, Lagoa da
Mucuna, Serra da Pindoba, Caraíba, Roças Velha, Baixa de Faveleira, Serra do Periquito,
era onde viviam nossos antepassados, respeitavam a Serra Negra, só ia lá de ano em
ano, noventa dias, para o ritual sagrado que se chama Ouricuri. Pajé Expedito Roseno.
Nós somos os fiscais da Serra, nós somos os donos da Serra, o Ibama sabe que a
Serra Negra ele fez cobertura, muito bem, gostei, a parte do Ibama que ele fez pelos
índios, que se o Ibama não toma aquela posição naquele tempo, ela tinha se acabado,
mas em 95 quando eu pedi pra o Ibama, que eu levantei o Ouricuri Sagrado lá na Serra
Negra, o Ibama não fez mais nada e nem ela foi destruída, porque nós não deixamos,
nós índios, porque nós visita e temos cuidado nela. Nós mesmos somos os ficais da
Serra Negra e garanto por a nossa mata. Ai por isso que a gente tem essa Serra Sagrada...
Pajé Expedito Roseno.
Eu já pedi pra Funai. A Funai, eu acho que ela está se escondendo. Tá jogando as
costas pra o lado do índio Pipipã, sabemos que nós somos de raiz, nós não somos índio
inventado, nós somos de raiz, prova nas nossas histórias, prova pelos nossos
antepassados, nós tem nossas leitura, nós tem nossas língua, nós tem nosso Toré, nós
Aldeia Caraíba - visão de Serra Negra
no fundo e o Pau Ferro de Serra Negra
tem nossos passos e por o tempo que nós pede a demarcação de Serra Negra. Pajé
(Alzení Tomáz/2008) Expedito Roseno.
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Ensinar alguma coisa pros índio, contar alguma história tá aqui nos 'Mandante', tem um pessoal por aqui família dos Os conflitos são muitos, aqui tem os fazendeiros que
dos antigos e aí vai dos antepassado, ele vai aprender Biró, tem uns aqui no “Tabulero do Porco”, outros aqui na AMEAÇAS E CONFLITOS querem tomar conta das terras dos Pipipã. Esse MST que ta
alguma coisa com o brabi, esse é o Pajé. Aí tio Joaquim Serra do Pipipã e por aqui no Travessão do Ouro tem umas aí e o INCRA assentou um monte de família, a FUNAI não
Roseno foi e contou a história da Serra Negra, que disse que duas mulheres que é da família de Biró, da raça Biró (...). Aí Essa transposição vai ser, que mais tarde quando demarca nosso lugar, o IBAMA vez ou outra vem encharcar
tinha visto o caminho, o caminho de Serra Negra cruzando a tem os Chiquinho... que é nas Caraíbas, aquela raça é alguém disser os índios cobraram por aqui você dizer, na com Serra Negra que é nosso lugar sagrado. Jerôncio – vice
frente da casa dele, assim, e aí ele viu compadre Expedito, Chiquinho de Serra Negra (... ). Expedito Roseno. verdade nós estivemos lá e a marcação deles é Lagoa do Pajé.
ele era rapazote assim. Compadre Expedito que vinha na Sou filha natural da terra, filha natural de Serra Negra. Jacaré, Serrote do mocambo e Serra do Pipipã, Serrote dos A Segurança de Serra Negra é a demarcação. A
frente, aí ele disse: 'Olha Joaquim [pai de Expedito], ele é o Nós somos filhos natural, faz parte de Serra Negra e temos Pereiro e baixa do Urubu, Cabeça dos jiquiri e voltando pra Segurança de Serra Negra é o tronco. Se a terra não tá
Pajé. Delso. nossa cultura. Quando meu pai morreu disse que é ser encontrar com a ponta da serra do Periquito que é nossa demarcada, a gente não tem ela por direito. Com a
Seu Joaquim Roseno era do tronco veio. O nome Pipipã Pipipã, tem um segredo que a gente não pode revelar. Na demarcação, é nosso lugar sagrado dos índio veio. Pajé demarcação, a segurança sobre Serra Negra aumenta. Serra
foi passado por ele que é meu pai e o segredo só pode ser Baixa da Alexandra meu pai puxou nós pra lá por causa que Expedito Roseno. Negra é o tronco Pipipã. Helber.
contado no momento certo. Somo guardião da tradição. era fundo de pasto da ribeira. Lindaura.
Pajé Expedito Roseno. Eu acho que esse Pipipã é um segredo. Nós viemo de
Vendo a serra de frente, já vai com o coração contrito, a Kambiwá, veio lá de Baixa da Alexandra; nós começamos lá,
ela, que é chamando (...) é o brabi que tá lá, que era do de lá arrastemos e tamo aqui. Ser Pipipã é participar do
antepassado é o brabi, não é nós hoje em dia, nós somos Ouricuri, do ritual, da nossa cultura, é andar junto. A gente
O RIO SÃO FRANCISCO E A TRANSPOSIÇÃO
ponta de rama do brabi. Lourdes Roseno. ter a cultura, fazer nosso ritual no mês de outubro. Ser
É porque se conhece uma serra de serrar ferro, aí o Pipipã é ser Pipipã. Ter raíz de Serra Negra, somos uma Eu acho que essa lei que o governo criou é uma
branco chama serra com aquele monte que tem acolá. Não, mistura de Kambiwá e outros. Ser Pipipã é morar na aldeia, desmoralização para o próprio índio, porque ele tá tirando o
na língua indígena é um KAMBI, é por causo que a Serra participar das atividades, fazer nosso ouricuri, a gente andar cafofo dessa terra brasileira que se chama nós índio, em
Negra, não sei quem botou esse nome, deve ter sido o unido porque a gente sabe o que tá fazendo. Ter cultura, tudo que ele faz um canal desse no meio de nossa aldeia,
branco, aí ela é Serra Negra, em tudo que a Serra se chama participar do ritual de 15 em 15 dias, do ouricuri, uma vez isso é uma falta de consideração e tá desmoralizando a nós
Kambi e o negro é Xuru aí dá a palavra Kambixuru por causa por ano, durante 10 dias em outubro. Ter raiz, ser a raiz de povo índio, eu acho que é uma fraqueza muito grande e pra
que o nome dela é Serra Negra, aí na língua Kambixuru, Serra Negra. Jerôncio – vice Pajé. nós é uma guerra pesada. Pajé Expedito Roseno.
Kambi é o nome da nascença e Pipipã é o nome indígena que ... O segredo de Pipipã vai ainda um bom tempo, mas só A transposição do Rio São Francisco se o governo
usa na Serra. É o povo, o povo todo é Pipipã, agora tem raça, descobre o segredo de Pipipã quando nós vê as áreas passar agora com esse canal sem demarcar o nosso
são seis raça dos índio Pipipã, seis raça que nasceram dentro demarcadas... Se não for eu nem ele que chegue a esse território os fazendeiros vão tomar conta e nunca vai deixar
da Serra Negra que é índio Pipipã. Expedito Roseno. ponto, mas terá outras pessoas que descubra esse segredo nós em paz. E aí vão dizer que a culpa é do Pajé e do Cacique.
No Riacho do Navio e a Ribeira do Pajeú, aqui é toda sem que nós afrouxar de mão, ele disser assim vou parar, A gente sabe que a transposição é só pra beneficiar os
família Baé, toda é Pipipã (...) só não são reconhecido, mas Pipipã tá descoberto o segredo, porque ele (Expedito) grandes proprietários, a gente mermo não vai se beneficiar.
pode ainda chegar e se chegar é o mesmo índio. Eu vou dizer lançou o nome de Pipipã, só que os outros não sabem o que O índio não vai ter direito por esta água. A riqueza sempre é
(...) tem uma aqui na serra do “Cambembe”, pra Mata significa Pipipã, [...] o segredo de Pipipã é grande, porque pro branco e para o governo. Inácio. Riachos e biodiversidade da área indígena Pipipã (Alzení Tomaz/2008)
Grande, é a família que se chama Guêa, da Serra Negra, ele vem do antepassado, ele vem do gentio e vem do
vivem aqui na Serra do Cambembe. Tem outra família Biró, capataz, então isso é segredo nosso. Alírio Avelino

índios viviam na Serra Negra eles trabalham da Serra Negra


O TERRITÓRIO PIPIPÃ pra Serra do Periquito era o lugar deles viver, aí quer dizer e
quando ela sair daqui a ponta dela emenda com a Serra
Ele é um lugar sagrado que é onde a gente se reúne e Negra e porque a Serra Negra é mais alta, a gente considera
dança o nosso Toré. Sobre o nosso Toré é uma vitamina que a que ela seja filha da Serra Negra. Pajé Expedito Roseno.
gente carrega que o antepassado deixou a gente usa como A terra indígena Kambiwá está Identificada e demarcada.
seja uma alimentação pra gente provar que somos Dentro da Terra Indígena Kambiwá encontra-se a Serra do
indígenas. A luta tá muito cansada, a gente luta muito, a Periquito, desta Serra na direção da Terra Pipipã, essa parte da
gente luta com atenção e forte, que a luta do índio nunca se área Kambiwá é de domínio dos Pipipã, nela se encontram as
acaba, ela é forte todo o tempo, agora sobre o governo ta Aldeias Travessão do Ouro, Capoeira do Barro e Faveleira. O
muito cansada porque o tempo que nós sofre dentro desse canal da transposição, segundo informações repassadas aos
território aqui Pipipã, eu mesmo aqui nós temos gente aqui índios em 2005, entra na terra dos Pipipã atingindo
com uns 40, 45 anos que nasceu aqui dentro desse travessão diretamente a aldeia Caraíbas e sai no outro extremo na
do ouro e até hoje o governo não demarcou nossas terra, aí direção da Lagoa do Jacaré. Faz um recorte visual de
eu acho muito fraco a ação do governo, agora nossa luta aproximadamente 35 a 40% do território tradicional dos
sempre é forte. Pajé Expedito Roseno. Pipipã. Ficam de fora, Lagoa de baixo, Caraíba de baixo, Baixa
É porque a Serra Negra quando do jeito que ela tem a dos Caibo, Serrote dos Junco, Tabuleiro dos Ururu, Serra dos
mata a Serra do Periquito também tem, quando a Serra Pipipã, Barra do Juá. Os limites do território Pipipã tomando
Negra zoa a Serra do Periquito também zoa, quando os como referência o lado do Rio Moxotó ela parte do Caldeirão,
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Pipipã é habitante de Serra Negra, somo filho de
ORIGEM E Serra Negra. A muito tempo expulsaram os índios veio de
lá. Por isso, Serra Negra é terra Pipipã. É lá a morada dos
O SER PIPIPÃ encantados, Serra Negra é nosso maior lugar sagrado. Ser
Pipipã é ser filho de Serra Negra. É do Sertão de Serra
Negra que existe o Povo Pipipã. É dos antigos de rama que
nós existe. Nós era considerado extinto. O coração dos
Pipipã está entre o Rio Moxotó e o Rio Pajeú, na Serra da
Cangalha, na Serra Pipipã, Lagoa do Jacaré, Aldeia da
Missão onde os antigos Pipipã vivia. Pajé Expedito
Roseno.
A Lagoa do Jacaré é o lugar da Missão onde muitos
índios foram batizado lá. Ainda tem um pé de coitê onde
se faz os maracá. Só tem um pé e a gente briga mais que
Busca de água nas nascentes e poços artesianos existentes no território Pipipã (ZINCLAR/2008) pela terra. Ninguém conhece o tempo dele, ele é uma
parte da história Pipipã. Pajé Expedito Roseno.
Ser Pipipã, o significado Pipipã é uma coisa que ainda
tá em segredo, é morar na aldeia e fazer parte de tudo
Os desmatamento, as doenças, a prostituição, querem botar um laço promete água, casa, tem gente que
que é da aldeia, de todas as atividades e reunião, e a
violência, a gente só vai ter prejuízo com a transposição. Nós quer ser enganado e aceita. Você tá com fome, tem que ter
gente participar do ritual, a gente fazer o nosso Ouricuri
fica sem a terra e ainda fica sem a água. Se tiver demarcada a alimento, eles chegam com a alimentação, mas a gente não
porque a gente sabe que a gente tem, aí a gente ta
gente tem que ataiar essa obra. Tem que juntar todo mundo sabe o que essa alimentação vai trazer mais tarde. Inácio.
participando dos Pipipã porque a gente tem a nossa
pra lutar, num pode deixar essa linha passar aí não. Inácio. Aí botaram o número de muitas casas pros Pipipã, em
cultura, a gente andar unido a gente já sabe que a gente ta
O Canal vai trazer conflito, se a terra fosse nossa a troca do que eu não sei né, porque na verdade eu entrei na
fazendo parte e o significado a gente não sabe porque é
gente empata essa obra. O canal é a briga nossa contra esse parte da liderança desse tempo era eu tinha poucos meses
em segredo e só quem sabe dizer é o pajé, porque isso aí a
governo é uma briga maior do que com o governo. Inácio. de liderança aí disseram que pra os Pipipã tinha casa, tinha
gente sabe por certo que ele não vai dizer tão cedo esse
A riqueza é pro governo, pro branco, sem falar no canal, posto de saúde, e tinha água, aí hoje eu vejo que chegou o
segredo. Jerôncio - vice Pajé.
tem também o desmatamento, poluição, prostituição, que eles tão dizendo que vem setenta e poucas casas hoje
Mas ser Pipipã eu acho que é o seguinte a gente ter o
alcoolismo, drogas, tudo isso pode acontecer. As ameaças já pra os Pipipã então na época era cento e poucas, a água não
que tem a cultura, participar do seu ritual, tanto do ritual
existem, para nós não tem serventia para nada, não tem ouvi falar porque a gente sabe que quando cuida é quando
do terreiro que a gente tem de 15 em 15 dias o nosso ... de
terreno, não tem água, o eixo é lá no assentamento Serra tem o pessoal da FUNASA e eles cuida da saúde e quando
ano em ano a gente tem de 10 em 10 dias ele é realizado
Negra, além de perder é área preservada, intocada. E aí fala saúde tem que ter água, então a gente sabe que é uma
todo mês de Outubro e eu acho que é isso não sei se o
nossas terras não esta demarcada ninguém pode ter força. O responsabilidade da FUNASA, é quando fala de terra a gente
pessoal tem alguma a dizer, mas a minha opinião é essa...
que tem que fazer é atalhar logo para eles não passar. Inácio. sabe que a FUNAI a gente tem a FUNAI pra brigar junto com
Pau Ferro da Serra Negra (Alzení Tomáz/2008) Ser Pipipã é ser Pipipã mesmo. Jerôncio - vice Pajé.
Governo chega dizendo “Pipipã é um povo sofrido, o índio, e eu acredito que é assim que quando pega um
deve ter água, casa, saúde, quando a transposição chegar eixozinho assim aí diz tem FUNASA tem FUNAI nós vamos
vou dar tudo isso. Nem sabemos direito o que é a trans- debater junto com desse pessoal. Vice-Pajé Jerôncio.
posição. Quando um governo entra numa área dessas, Serra Negra - Reserva Biológica (NECTAS/2008)

ECOLOGIA PIPIPÃ, RIQUEZAS E TRADIÇÕES.

A tradição é mais que a gente, todas são boa e forte, A grande riqueza nós temos, é a água encanada, nós
mas na consideração nossa, que nós adora como seja DEUS tem nossas roças, nossos antepassados, nosso toré,
é nossa Aricuri e a mesa da Jurema. Na Jurema nós chama jurema, artesanato de croá e madeira, tem história , porque
nosso antepassado, nós temos nosso toante certo, o não existe povo sem historia. Temo também sossego,
terreiro aqui é só pra gente se reunir e usar esse costume temos os nossos antepassados. No dia 19 de abril a agente
que nosso antepassado deixou, não é lugar que a gente trata comemora o dia do Índio. Temos escolas. Temos união, nem
de ninguém, só se for uma grande necessidade, o lugar que que seja pouca mas tem. Serra Negra é nossa mãe. E essa é
nós trata do próprio povo Pipipã é na Jurema ou até no nossa maior riqueza. O auricuri, nosso segredo que tem
Ouricuri, nela nós chama o nosso antepassado pra nós ver todo ano, mata , ervas tradicionais como o umbu, pau
por onde é que nós parte pra curar os nosso povo que estão d´alho que serve pra febre de criança, jurema, baço, jucá. É
doente. A linha usada no ritual ela é ligada da terra as matas muito fruto que nós temos: umbu, araçá, murici, aricuri,
e a nosso senhor Jesus Cristo, porque é difícil nós ter uma xique-xique, rabo de raposa, umbu d´agua, maracujá de
linha pra nós não falar no nome dele, aí nós acha que seja estralo, maracujá de boi, quixaba, pitomba, ameixa, fruta
mesmo que seja DEUS a linha do Toré pra nós. Pajé Expedito da incor, quina-quina. Pajé Expedito Roseno.
Roseno.
2 11

Participantes da Oficina Maria Aparecida dos Santos Silva - Travessão do Ouro com as entidade de apoio, para trazer o direito para sua
Adriana Maria das Dores Alves da Silva - Travessão do Ouro A ORGANIZAÇÃO comunidade. Assim o direito de nós sobreviver. Procurar o
Ana Paula da Silva Maria de Lourdes dos Santos Lopes direito de demarcação, demarcar terra, tirar posseiro, nós
Antonia Flor de Mauro - Travessão do Ouro Maria Edvania do Nascimento (Vânia) - Faveleira ficar livre na nossa terra sem ter o posseiro, o fazendeiro, que
Carolina Maria Francisca dos Santos - Faveleira O Pajé é escolhido pelo povo, o pessoal escolhe o Pajé e nos prejudique porque a gente acha que fazendeiro, posseiro,
Ciani Maria Jesuína bota e vai vê, se for um Pajé para sempre ele é, se não for,
Cilene Maria de Souza - Travessão do Ouro Maria José Alves da Cunha - Travessão do Ouro essas coisas assim, traz coisa ruim pra nós, não gosta da
com pouco tempo também ele não dá certo, vamos gente, só quer tirar a cobertura do índio só quer discriminar,
Edilene Alves de Lima - Dilene - Travessão do Ouro Maria Jose dos Santos (Nega) - Travessão do Ouro
encontrar outro até que chega aquele que é. Quando não tá se ele puder tomar nossa casa e dizer “saía daqui e vá pra
Edite Elza de Souza (Mena) - Travessão do Ouro Maria Josina de Jesus - Travessão do Ouro
Eduarda do Nascimento Lopes - Travessão do Ouro Maria Jucilene da Silva (Juci) - Travessão do Ouro dentro da comunidade mesmo, nos terreiro, no ritual, nas outro canto”, ele faz isso. Delso.
Eleuza Marias dos Santos - Faveleira Maria Rosene dos Santos (Nininha) - Travessão do Ouro cura... ensinar alguma coisa pros índio, contar alguma Também, é eleito pela comunidade, o povo escolhe a
Eunice Maria Rosilene história dos antigo e aí vai dos antepassado, ele vai aprender liderança, e bota na comunidade pra trabalhar para
Expedito Roseno - Pajé - Travessão do Ouro Maria Saúde dos Santos - Travessão do Ouro alguma coisa com o brabi, esse é o Pajé. E o cacique é pra aconselhar o povo, nas horas de necessidade. As liderança
Francisco Sergio da Silva (Chico de Rosa) - Capoeira do Barro Maria Sineane dos Santos - Travessão do Ouro procurar os direito no governo, o Pajé sempre mais junto da vão aconselhando, se for uma boa liderança vai, até quando
Helberth Silva Oliveira (Beto) - Tabuleiro Marluce Maria Duarte da Silva - Travessão do Ouro comunidade, o cacique mais viajado. Ele sai mais. Delso. morre ou, cansa,... tô cansado, não quero mais e pronto! Às
Inácio Francisco da Silva - Travessão do Ouro Natalicio Cordeiro dos Santos O cacique é escolhido pela comunidade, pelo povo .[...] vezes acontece. Tem deles que desiste da luta,... não quer
Jaciane Alves dos Santos - Travessão do Ouro Olimpio Ribeiro da Silva - Travessão do Ouro
se aquele que tá não presta, vamos dizer, não está lutando mais e pronto! É assim, escolhido pela comunidade. Delso.
Jerôncio- Vice Pajé Paulo Alves Laurentino - Travessão do Ouro
João Avelino Ronalda pelos direitos indígenas, aí a comunidade se junta, tira ele e Nós temos aqui Associação Indígena Comunitária Pau
Joelma Rosalia Roseno da Silva (Rosa) - Capoeira da Barra aí bota outro, é escolhido pelo povo. A função do cacique é Ferro Grande dos Índios, nós temo a Associação de Mães.
José Antonio Lima - Travessão do Ouro Sebastiana da Silva (Adriana) - Travessão do Ouro procurar os direitos da aldeia, viajar pelo mundo, conversar Silvana.
Jose Arnaldo João da Silva - Travessão do Ouro Sebastião Pereira Lopes (Tião) - Travessão do Ouro
José Ildo dos Santos (Zé de Gabriel) - Faveleira Silvana Cleuza Santos Silva - Faveleira
Lindalva Roseno da Silva (Lindaura) - Travessão do Ouro Silvano REIVINDICAÇÕES
Luciana Alves Pereira - Travessão do Ouro Silvia Maria dos Santos
Luís Pereira Lopes - Travessão do Ouro Valdirene Edite de Couza (Valda) - Travessão do Ouro Nós índios Pipipã da Serra Negra, por meio de nossas lideranças, cacique, pajé,
Márcia Maria da Silva - Travessão do Ouro Williany da Silva (Mazinha) - Travessão do Ouro conselho tribal tradicional e associação Indígena comunitária, denominada Pau-ferro
Grande dos Índios, com sede administrativa na aldeia Travessão do Ouro.Solicitam:
Equipe de Pesquisa levantamento antropológico entre os Pipipã e Kambiwá, hoje habitando na área
Alzení Tomáz (CPP NE/NECTAS/UNEB) conhecida como Kambiwá. Queremos que a área seja demarcada. Terra demarcada a
Bruna Graziela (NECTAS/UNEB) gente tem um grito diferente, a gente manda e acabou. Jerôncio – vice Pajé.
Juracy Marques (NECTAS/UNEB)
Juliana Barros (AATR) A demarcação do território Pipipã é o que nós queremos e partindo da Serra Negra,
Paulo Wataru Morimitsu (NECTAS/UNEB) percorrendo os limites da demarcação da área Kambiwá em direção a Lagoa do Jacaré
Transcrição (antigo terreiro das missões), seguindo na direção da Serra dos Pipipã para o Serrote
Alzení Tomáz dos Taiado e fechando com a Serra Negra e, ainda, permanecer em parte do Território
Juliana Barros dos Kambiwá, compreendendo a área em que estão situadas as aldeias, Faveleira,
Elaboração do Mapa Capoeira do Barro, Travessão do Ouro, porque participaram do processo de luta por
Álvaro Ribas estas terras e durante os anos fizeram benfeitorias nessa área. Jerôncio – vice Pajé.
Alzení Tomáz Nós Pipipã queremos que os Kambiwá tenha direito de fazer os rituais na Serra
Juracy Marques
Lucas Martins do Santos Negra, mais ela é nossa e deve ser demarcada como território Pipipã. Quanto ao
Elder Marinho usufruto comum aos dois povos, há uma proposta de que sejam usufruto comum aos
Fotografias povos que fazem referencia imemorial a Serra Negra. Tem que ser criado um conselho
Alzení Tomáz pra administrar a Serra Negra onde os índios cuide melhor. Pajé Expedito Roseno. Ritual do Povo Pipipã (Juracy Marques/2008)
Juracy Marques
João Zinclar
Projeto Gráfico
José Fernandes F. Neto Grupo da Oficina da Cartografia do Povo Pipipã
Contatos NECTAS-UNEB
Rua do Gangorra, 503, Alves de Souza
Associação Indígena Comunitária
Paulo Afonso-BA, 48.608-240
Ficha Catalográfica Pau Ferro Grande dos Índios
Tel/Fax: (75) 3281 7364
Aldeia Travessão do Ouro
N935 Nova Cartografia Social dos Povos e Comunidades Tradicionais do Brasil: Povo Indígena Pipipã / Coordenadores Alfredo Floresta – PE. CEP: 56.400-000 CPP - Conselho Pastoral dos Pescadores
Wagner Berno de Almeida, Rosa Elizabeth Acevedo Marin; Organizadores Juracy Marques dos Santos...[et al] . – Telefone: 87. 3877 3025 Av. Beira Rio, 913 - Jardim Bahia, Paulo Afonso, BA
Manaus, AM : Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia / UEA Edições, 2010. Luiz Alves Lourentino – Presidente – 81. 9909 2138 Tel-Fax: (75) 3281-0848
alzenitomaz@gmail.com
12 p. : il. ; 25 cm. – (Povos Indígenas do Nordeste ; 5). APOINME - Articulação dos Povos e Organizações
ISBN: 978-85-7883-171-4 Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo AATR - ASSOCIÇÃO DOS ADVOGADOS DE
Responsável: Manoel Uilton Santos - Coordenador Geral TRABALHADORES RURAIS DO ESTADO DA BAHIA
1. Comunidades Indígenas do Nordeste – Floresta (Pernambuco). I. Almeida, Alfredo Wagner Berno de. II. Marin,
Av. Sigismundo Gonçalves, 654, Varadouro. Olinda - PE. Ladeira dos Barris, 145, Barris, Salvador-Bahia
Rosa Elizabeth Acevedo. III. Santos, Juracy Marques IV. Série. CEP: 40070310
53.010-240
CDU 301.185.2(813.41=98) (81) 3429-5191/Cel. 81.96073191 - Skype: uilton.tuxa Tel-Fax: 71 – 33-739329
Nova Cartografia Social dos Povos e Comunidades Tradicionais do Brasil
Nova Cartografia Social dos Povos e Comunidades Tradicionais da Bacia do São Francisco

Nova Cartografia dos Povos e Comunidades Tradicionais do Brasil Povos Indígenas do Nordeste 5
Série:
Povos e Comunidades Tradicionais da Bacia do São Francisco
Povos Indígenas do Nordeste

1 - Povo indígena Tuxá de Rodelas


2 - Povo indígena Pankararu
3 - Povo indígena Truká
4 - Povo indígena Tumbalalá
5 - Povo indígena Pipipã
6 - Povo indígena Kambiwá
7 - Povo indígena Kariri-Xocó
8 - Povo indígena Xocó

Realização

POVO PIPIPÃ

PIPIPÃ
Apoio

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