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Metodologia Científica
Segurança do Trabalho
LUIS PAULO NEVES
Ensino a Distância — E a D
Revisão 07/2008
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO 1
1 DEFINIÇÃO 2
2 O CONHECIMENTO 5
3 A CIÊNCIA 7
4 A PESQUISA 9
5 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA 12
5.1 PESQUISA PRELIMINAR 12
5.2 PESQUISA TEÓRICA 12
5.3 PESQUISA APLICADA 12
5.4 PESQUISA DE CAMPO 13
5.5 FASES DA PESQUISA 13
5.6 COLETA DE DADOS 13
6 ANTEPROJETO DE PESQUISA 14
7 PROJETO DE PESQUISA 15
7.1 PARTES DO PROJETO DE PESQUISA 15
8 NOÇÕES DE TEXTUALIDADE 20
9 CONCEITUAÇÃO DE TRABALHOS MONOGRÁFICOS 23
10 PRODUÇÃO DO TRABALHO MONOGRÁFICO 24
10.1 DETERMINAÇÃO DO TEMA-PROBLEMA DO TRABALHO 24
10.2 LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO 25
10.3 LEITURA E DOCUMENTAÇÃO 26
10.4 A CONSTRUÇÃO LÓGICA DO TRABALHO DISSERTATIVO 27
10.5 A REDAÇÃO DO TRABALHO 28
11 ELEMENTOS E ESTRUTURA DE TRABALHO DE
CONCLUSÃO DE CURSO, MONOGRAFIA, DISSERTAÇÃO E
29
TESE
11.1 ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS 30
11.1.1 Capa 30
11.1.2 Lombada 30
11.1.3 Folha de rosto 30
11.1.3.1 Modelos de notas explicativas para Folha de Rosto 31
11.1.4 Errata 32
11.1.5 Folha de aprovação 32
11.1.6 Dedicatória, agradecimento e epígrafe 32
11.1.7 Resumo 33
11.1.8 Lista de ilustrações, lista de tabelas, lista de abreviaturas e
33
símbolos
11.1.9 Sumário 34
11.2 ELEMENTOS TEXTUAIS 35
11.3 ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS 36
11.3.1 Referência 36
11.3.2 Glossário (opcional) 36
11.3.3 Apêndices (opcional) 36
11.3.4 Anexos 37
11.3.5 Índice (opcional) 37
11.4 REGRAS DE APRESENTAÇÃO 37
11.4.1 Formato 37
12 ELEMENTOS DE APOIO AO TEXTO 40
12.1 CITAÇÕES 40
12.1.1 Sistema numérico 40
12.1.2 Sistema autor-data 40
12.1.3 Citação direta ou textual 42
12.1.4 Citação indireta 43
13 NORMAS PARA REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS –
44
ABNT
13.1 ELEMENTOS ESSENCIAIS 44
13.2 ELEMENTOS COMPLEMENTARES 44
13.3 LOCALIZAÇÃO 45
13.4 MODELOS DE REFERÊNCIAS 45
13.4.1 Monografia no todo 45
13.4.2 Monografia considerada em parte 47
13.4.3 Dissertações e teses 47
13.4.4 Publicações periódicas 48
13.4.4.1 Publicações periódicas como todo 48
13.4.4.2 Parte de publicações periódicas 48
13.4.5 Eventos (congressos, seminários, simpósios, etc.) 49
13.4.6 Vídeos, DVD’s, filmes, fitas de vídeo 49
13.4.7 Documentos de acesso exclusivo em meio eletrônico 50
14 OUTROS TRABALHOS: CONCEITUAÇÃO E
51
ESTRUTURA
14.1 RESENHA 51
14.1.1 Tipos de resenhas 51
14.1.2 Estrutura de uma resenha 52
14.2 RESUMO 52
14.2.1 Definição 52
14.2.2 Tipos de resumo científico 53
14.2.3 Redação do resumo 53
14.2.4 Modelos 53
14.2.4.1 Resumo em monografias 53
14.2.2.2 Resumo em artigos científicos 54
14.3 RELATÓRIOS 54
14.3.1 Relatório técnico-científico 55
14.3.2 Relatório de estágio 57
14.4 ARTIGOS CIENTÍFICOS 57
14.4.1 O que pode ser conteúdo de um artigo? 58
14.4.2 Estrutura 58
14.5 COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA 59
14.6 PAINEL 59
14.6.1 Estrutura 59
REFERÊNCIAS 62
ANEXOS 65
ANEXO A - CAPA 65
APRESENTAÇÃO
1. DEFINIÇÃO
Por exemplo, até pouco tempo era comum a extração de dentes. Hoje esse
procedimento só é utilizado em último caso. Tudo o que for possível fazer para recuperar um
dente é feito antes de adotar um procedimento mais radical. E o mesmo poderíamos dizer de
outras áreas de conhecimento.
Em outras palavras, trata-se do aprendizado das diversas formas de se fazer uma
pesquisa, alcançar os resultados buscados e publicá-los, torná-los conhecidos, pois só assim
serão válidos.
E aqui entramos em outro ponto: o que significa dizer que a metodologia é científica?
Também nesse momento o leitor pode se adiantar e dizer que é por se tratar de fazer ciência.
Em sentido geral, podemos dizer que sim. Porém há muitas formas de produção de
conhecimento que cabem nesse qualificativo de ciência. Não é a mesma coisa uma pesquisa
na área de medicina, que na área de astronomia e na de literatura. São métodos muito
diferentes. Além disso, estamos falando de metodologia científica. Ou seja, dos instrumentos
que irão embasar a prática dessas e de outras áreas de conhecimento.
Então o que propriamente significa científico no caso da metodologia?
Segundo Umberto Eco (1977), um estudo é científico quando atende alguns quesitos.
Em primeiro lugar, deve tratar de um objeto reconhecível e definido de tal maneira que possa
ser reconhecido por outros. Claro que não se trata apenas de algo físico. Quando falamos de
números matemáticos, termos de economia – como a inflação –, e de questões morais, não se
trata de objetos palpáveis mas perfeitamente reconhecíveis por qualquer pessoa.
Porém – e me permito utilizar o próprio exemplo de Umberto Eco (1977, p. 21) – se
me proponho a estudar centauros eu devo torná-lo identificável. Uma possibilidade é dizer em
qual literatura mitológica estarei me baseando (neste caso, a grega); ou então aventarei a
hipótese de que tal criatura venha existir num mundo possível e deixar bem clara essa
condição hipotética e os limites que ela impõe; agora, se pretendo afirmar que centauros
existem, terei então de apresentar provas cabíveis dessa tese que quero defender: fósseis,
fotografias, hábitos como, por exemplo, onde e em que momento ele costuma beber água etc.
Enfim, deverei apresentar todos os dados necessários para que meu objeto de pesquisa possa
ser identificado por outros pesquisadores. Percebe-se então que a última alternativa não é
cientificamente válida para centauros.
Um segundo quesito implica dizer do objeto de estudo algo que ainda não foi dito ou
rever sob uma ótica diferente o que já se disse. Também é cientificamente válida, e muito útil,
uma compilação das opiniões e afirmações já ditas acerca de um dado objeto de estudo.
4
É claro que durante o curso de graduação não se espera que o aluno diga algo
absolutamente original. Mesmo por que ele está aprendendo a estudar com mais eficiência e a
fazer pesquisa. Espera-se dele que demonstre o aprendizado das habilidades requeridas para
sua área de estudos. Nesse sentido, não há problema em não produzir algo que seja diferente
do que já foi dito. Aos poucos, e isso deve acontecer já na graduação, o aluno irá se interessar
por uma dada área de pesquisa e irá então começar a produzir um conhecimento próprio.
Começará então a estar apto para oferecer uma contribuição original.
Um terceiro quesito apresentado por Eco (1977, p. 22) afirma que a pesquisa deve ser
útil aos demais, e o será se os trabalhos científicos posteriores sobre o mesmo tema tiverem de
levá-lo em conta.
E por fim, quarto quesito, a pesquisa deve fornecer elementos para a verificação e a
contestação das hipóteses apresentadas. Ou seja, devo proceder de forma a permitir que outros
continuem a pesquisa, para contestá-la ou confirmá-la.
Com isso esclarecemos o que significa qualificar um método de científico. Trata-se de
caminhos rigorosos, sistematizados, ordenados com o intuito de atingir determinados fins que
dizem respeito à nossa busca por conhecimentos válidos. Deve-se, além do rigor, tornar o
objeto de estudo reconhecível e passível de verificação pelos demais. Nesse sentido, são
contrários à postura científica conhecimentos fechados, reservados a uns poucos ditos
iniciados, saberes obscuros que não possam ser divulgados, partilhados e questionados.
5
2. O CONHECIMENTO
Esta palavra já apareceu diversas vezes neste texto: métodos são caminhos buscados
para alcançar conhecimentos de forma objetiva, eficaz e eficiente. Mas e o conhecimento,
como podemos defini-lo?
A palavra “conhecimento” é bastante conhecida. Mas como outras palavras familiares,
nem sempre temos dela uma noção mais apropriada. Tentemos então aprofundá-la.
Como os demais animais, o ser humano sabe coisas. Ao longo de sua experiência de
vida, vai adquirindo uma série de saberes que utiliza em seu dia-a-dia, com o intuito de
garantir sua sobrevivência e de resolver as pequenas tarefas necessárias para o seu viver.
Todo ser humano tem então saberes, fruto da sua capacidade para conhecer. Um
lavrador adquiriu conhecimentos que o capacitam para cultivar a terra. Da mesma forma, uma
mãe aprendeu como cuidar de uma criança, de forma a garantir-lhe o crescimento.
Percebe-se então que conhecimento está estreitamente relacionado com a vida, com a
garantia das condições para a existência, seja nos seus aspectos materiais, seja em outras
questões que dizem respeito ao bem-estar. Por exemplo, também se aprende com a
experiência a se relacionar com os demais, qualquer que seja o nível do relacionamento.
Logo, podemos afirmar que o conhecimento se dá quando vamos além das
experiências vividas e pensamos sobre elas, relacionamos umas com as outras e delas
extraímos informações relevantes para nossa vida, saberes de que necessitamos para viver
melhor.
Sendo assim, todos aprendemos a buscar conhecimentos e a utilizá-los conforme deles
necessitamos. A própria busca de conhecimentos nos torna mais aptos para conhecer e para
melhor utilizá-los.
É preciso destacar que esse processo de conhecimento pode se dar de forma
espontânea, como acontece em nossa vida diária, ou de forma mais organizada, como alguém
que aprende um ofício.
Mas, se além disso, esse conhecimento for buscado de forma mais sistematizada, com
métodos específicos e mais eficientes, com rigor cada vez maior, então temos um tipo de
conhecimento que denominamos de científico. O conhecimento ensinado pelas diferentes
6
graduações são formas de conhecimento científico, com métodos e práticas próprias, com o
intuito de atingir os objetivos específicos de uma dada área de conhecimento.
Até aqui falamos de conhecimento em geral e de conhecimento científico. É costume
denominar de senso comum a isso que aqui foi chamado de conhecimento geral, ou seja, essa
busca de conhecimento inerente a todo ser humano, com o objetivo de organizar e garantir sua
subsistência.
O senso comum é um tipo de conhecimento que resulta do uso espontâneo da razão,
mas que também é fruto dos sentidos, da memória, do hábito, dos desejos, da imaginação, das
crenças e tradições. Como interpretação do mundo, o senso comum nos orienta na busca do
sentido da existência, ao mesmo tempo em que nos dá condições de operar sobre ele.
Mesmo sendo racional, nem sempre o senso comum faz uso refletido da razão. Por se
tratar de um conjunto de concepções fragmentadas, muitas vezes incoerentes, condiciona a
aceitação mecânica e passiva de valores não-questionados e se impõe sem críticas ao grupo
social. Às vezes se torna fonte de preconceitos, quando desconsidera opiniões divergentes.
Porém não deve ser visto como algo desqualificado de valor. É um erro sobreestimar o
conhecimento científico em detrimento do chamado senso comum. Qualquer pessoa que vai a
uma feira fazer compras possui conhecimentos e habilidades que a capacitam para analisar e
selecionar os produtos, bem como para fazer contas e escolher o que vai levar e o que vai
deixar de comprar.
O que acontece é que o conhecimento científico busca métodos e sistematicidade que
superem dificuldades e preconceitos na busca de conhecimentos objetivamente válidos. Nem
sempre no dia-a-dia fazemos isso. Ao contrário, na maioria das vezes o conhecimento
cotidiano se dá de forma espontânea, sem o rigor e o controle que se busca na produção de
conhecimentos científicos. Pode-se afirmar então que o conhecimento científico vai além do
senso comum e o acomoda às suas investigações.
7
3. A CIÊNCIA
O que hoje se conhece com o trabalho das diferentes ciências é fruto dos esforços de
vários pensadores ao longo da história da humanidade. Se lançarmos um olhar para o passado,
veremos que na antiguidade os seres humanos eram marcados pelas diferentes experiências
religiosas. Não que isso não ocorra agora, mas era uma experiência que extrapolava o âmbito
das necessidades subjetivas, determinando as formas de relação e organização social. Isso
ainda acontece hoje, mas de um modo menos marcante, dada a pluralidade cultural em que
vivemos hoje.
No passado, as religiões determinavam a forma como eram compreendidos os
fenômenos da vida. Nesse sentido, eram oferecidas explicações para o porquê dos
acontecimentos e até mesmo acerca da origem do ser humano e do próprio universo.
Em seguida, o ser humano, por uma série de motivos que não cabe aqui discutir,
passou a fundamentar-se mais na sua capacidade racional de compreensão do que nas suas
crenças. Num primeiro momento conciliando conhecimentos racionais e os oriundos de suas
crenças religiosas e, depois, pautando-se cada vez mais pelas respostas que conseguia obter
apenas pelo uso de suas faculdades racionais.
Mesmo assim, as primeiras respostas que conseguiu elaborar eram ainda muito
pautadas pelas questões de origem religiosa. Só depois foi focando-se em questões e
problemas que traziam a característica de serem investigados empiricamente.
Dessa forma, se no início buscava-se a essência do ser humano, depois essa questão
passou a ser vista como metafísica. Ou seja, especulações que não encontram seu fundamento
na experiência sensível, no que nossos órgãos dos sentidos podem comprovar empiricamente.
E esse é o paradigma que ainda hoje fundamenta a prática científica.
Auguste Comte, grande pensador do Século XIX, ao discutir essas questões propôs
uma curiosa interpretação do desenvolvimento da racionalidade humana. Pode parecer um
tanto simplista, mas muito influenciou o modo de ver de várias gerações de entusiastas da
ciência e ainda o faz até hoje.
8
Para fundamentar seu pensamento, Comte (MORA, 2001, p. 609) propõe que se pode
entender a história da humanidade como dividida em três estágios ou estados: o estado
religioso, o metafísico e o positivo.
Comte os compara às fases pelas quais passa o ser humano. Na primeira fase da nossa
vida somos marcados pela religião, acreditamos em deus e pautamos nossa conduta por aquilo
que nos ensina a doutrina religiosa. Na adolescência e juventude passamos a acreditar em
formas ocultas e/ou de energias, essências do mundo e forças metafísicas que interfeririam na
realidade das coisas. E por fim, na idade adulta, passamos a crer apenas naquilo que vemos e
tocamos e já não estamos tão dispostos a prestar nossa adesão a qualquer doutrina que se
coloque como verdadeira. Precisamos avaliar sua relevância.
Da mesma forma, a humanidade passou também por essas três fases. No estado
religioso, predominaram instituições e formas de organização e explicação religiosas. Em
seguida a humanidade passou para o estado metafísico, em que as explicações religiosas
foram substituídas por explicações racionais que se propunham buscar a essência das coisas,
baseando-se em forças e/ou elementos invisíveis que responderiam pela ordem de tudo que
existe.
Por fim, a humanidade teria atingido um estado maior de maturidade e entrado na fase
do estado positivo. Positivo pode-se ser entendido como o que não admite dúvidas, o que se
baseia em fatos e na experiência, algo afirmativo, decisivo, certo, real. Com isso a
humanidade teria atingido o ponto mais alto de sua capacidade de conhecer, por ter chegado
ao desenvolvimento do conhecimento científico que o século XIX conheceu. Todas as outras
especulações religiosas e filosóficas, Comte as viu como um estágio anterior de
desenvolvimento, uma fase necessária para que a humanidade pudesse crescer na sua busca
por conhecimento.
Concordando ou não com Comte, essa visão predominou na história do conhecimento
e deu origem à distinção entre ciências humanas e ciências naturais, sendo estas as dotadas de
maior objetividade e validade. Isso já foi bastante questionado e discutido mas sua influência,
às vezes, ainda se faz notar. No caso do Brasil, apenas por curiosidade, a influência do
Positivismo de Comte foi tão grande no final do século XIX, cujos adeptos participaram
intensamente da Proclamação da República, que o lema positivista foi estampado na bandeira
brasileira: ordem e progresso.
9
4. A PESQUISA
Mas tudo isso que até agora foi discutido diz respeito a uma única atividade: a
pesquisa. Pesquisa todos fazemos sempre que temos uma problema para resolver: seja uma
pesquisa de preço, entender os porquês de determinada situação, os sintomas de uma doença,
o fim de um relacionamento e por que o arroz saiu grudado. Ou seja, do mais banal ao mais
importante.
Trata-se daquela investigação que empreendemos em busca de uma resposta, de uma
compreensão que nos traga luz, conforto, controle... Enfim, nos possibilite tomar decisões de
forma mais segura.
Em ciência é fundamental! Algo que costuma passar despercebido é que atribuímos
demasiada confiança ao que as ciências são capazes de nos ensinar. A tal ponto que
extrapolamos o que os métodos científicos podem nos oferecer quanto a certezas e garantias.
Mas como assim? Não há garantias ou confiabilidade no que o conhecimento científico pode
produzir? Bem, a questão é mais complexa. O que acontece é que se atribui à ciência algo que
não lhe cabe.
Depois de termos abandonado as respostas religiosas e filosóficas de explicação do
mundo, nos agarramos à ciência como a única capaz de nos ajudar a resolver nossos
problemas de saúde, de relacionamento, de organização social, de relação com a natureza etc.
E fizemos isso de tal modo que deixamos a verdade religiosa mas em seu lugar
colocamos a verdade científica. E o fizemos de forma tão dogmática que passamos a nos
apoiar religiosamente no conhecimento científico. Resultado disso é aquela famosa pergunta:
isso é científico? Se a resposta for afirmativa, então nos tranqüilizamos, ficamos confiantes e
seguros.
Isso corresponde ao que é a ciência? Ou será que corresponde mais ao modelo de
colocar alguém num programa de televisão, ou numa revista, para opinar “cientificamente”
sobre alguma coisa, como se fosse um sacerdote transmitindo a verdade de um deus?
Parece-me que a ciência não é bem isso!
A ciência tem um método rigoroso e sistemático que lhe garante confiabilidade, pois é
algo que pode ser controlado, repetido, questionado, revisado e, se não houver contradições,
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confirmado. Mas dúvidas é o que não falta nas discussões da ciência. Dogmas não fazem
parte do método científico.
Tanto é assim que constantemente estamos revendo o que já sabemos. Se o
conhecimento científico fosse dogmático, não seria mais preciso fazer pesquisas. É preciso
então rever o conceito de verdade na ciência.
Quando se encontra uma verdade na ciência, isso significa que uma dada concepção de
mundo, ou seja, uma teoria, foi confirmada empiricamente. Mas isso não significa que essa
teoria provou que o mundo seja assim ou assado. Não podemos saber de como as coisas são
exatamente. Só podemos discuti-las a partir dos parâmetros de nossa capacidade racional.
Quando uma teoria científica é testada e comprovada empiricamente, significa que se
as coisas não forem exatamente daquele jeito, devem ser de uma forma muito próxima, uma
vez que os experimentos deram certo.
Bom, se o conceito de verdade da ciência não pode ser entendido de forma absoluta, se
os testes empíricos não provam que o mundo seja de uma dada maneira, o que se propõe
então com o trabalho científico?
A ciência de fato não pretende provar que as coisas sejam da forma como
cientificamente afirmamos. Fosse assim e então encerraríamos as pesquisas e não reveríamos
constantemente o que já sabemos em busca de modelos teóricos melhores. Muito do que já foi
chamado de ciência, hoje não é assim considerado. Além de que muitos procedimentos
adotados no passado foram abandonados por outros melhores. Devemos então ser muito mais
modestos quanto à nossa capacidade para conhecer. Temos muito mais dúvidas que certezas.
Porém, apesar desses limites, muito pode ser feito e o fazemos.
O objetivo da ciência é o de melhorar a posição em que nos encontramos no mundo
onde vivemos. E para isso, buscamos meios eficazes para tentar controlar os acontecimentos e
prevê-los, para disso retirar proveito em favor do nosso conforto e melhor sobrevivência.
Dessa forma, as teorias e leis científicas, se não provam que o mundo tenha esta ou
aquela estrutura, permitem que se façam explicações e previsões – ainda que com toda a
provisoriedade que lhes é inerente.
Muito bem! Mas o que se pretende dizer com todo esse discurso? Pretende-se
ressaltar, valorizar, destacar o valor das pesquisas científicas. Esse é o sentido de todo esse
texto e do trabalho dessa disciplina.
Em uma graduação não se formam profissionais apenas para reproduzir um
conhecimento que é repassado mecanicamente. Deve-se formar também o pesquisador, aquele
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que deve questionar sua própria prática e os conhecimentos adquiridos em busca de outros
melhores e mais eficazes.
Nesse sentido, a pesquisa é fundamental! Logo, esta disciplina não visa apenas ensinar
meros instrumentos a serem repetidos pelos graduandos. Muito mais que isso, visa formar
aqueles que continuarão a produzir conhecimento em sua área específica de atuação.
Esse é todo o sentido, essa é a beleza do que fazemos!
Lamentável é considerar esses e outros conhecimentos como mais uma obrigação a
cumprir em busca de um diploma. O que fazer com um diploma num mundo em que se exige
conhecimento?
Antes, devem ser vistos como instrumentos eficazes para resolver problemas,
aumentar nossa capacidade de conhecer e melhorar nossa condição de vida, para ajudar
pessoas a terem qualidade de vida, para nos ajudar a ter uma melhor relação com os demais
seres vivos e com o planeta.
Sendo assim, ainda mais lamentável é com o intuito de cumprir uma obrigação
escolar, a atitude de apenas copiar um trabalho feito por outra pessoa. Além da falsidade
ideológica, engana-se a si mesmo por não ter o domínio de um saber que lhe será exigido a
todo momento.
Apesar de esse discurso soar moralizante, seu objetivo é o de despertar para o prazer
da descoberta, da construção de conhecimento, para a aquisição daquilo que nunca será tirado:
o saber.
Feitas essas considerações, que pretenderam situar e fundamentar a importância do
estudo dos métodos para a produção do conhecimento, passemos então à parte prática, à
descrição dos métodos que propiciam atingir os objetivos buscados nas diferentes áreas do
conhecimento.
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5. CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA
A maioria das pesquisas é feita a partir de objetivos que visam a sua utilização prática,
por causa da gama de interesses que envolve – principalmente interesses econômicos.
Valem-se das contribuições de teorias e leis já existentes.
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São definidas como aplicadas por seu objetivo ser mais imediatista, pela pressa, por
exemplo, do retorno dos recursos aplicados.
Por exemplo: tão importante quanto o conforto que um carro oferece, é o número de
quilômetros que ele percorre com um litro de combustível.
6. ANTEPROJETO DE PESQUISA
7. PROJETO DE PESQUISA
Título
Indica e sintetiza o conteúdo a ser trabalhado.
Pode ser:
16
Introdução
Tem a função de introduzir o leitor no assunto. Deve explicitar os pressupostos
teóricos, descrevendo o que é conhecido sobre o tema e quais as questões já respondidas por
outras pesquisas. O referencial teórico tem ainda a função de fornecer subsídios para a
problematização do tema. Deve-se esclarecer que o conhecimento acumulado não é suficiente
para a solução do problema em foco.
É o momento da caracterização e delimitação do tema e do problema. Diante de um
tema mais geral, é necessário realizar escolhas, fazer um recorte e selecionar um aspecto, um
dado da questão para realizar o estudo de aprofundamento: é o problema da pesquisa. Trata-se
da pergunta a ser respondida, da razão de ser do trabalho.
Após a indicação dos pressupostos teóricos, definição e delimitação do tema e
formulação do problema de pesquisa, este deverá ser enunciado de forma interrogativa. A
pergunta deve ser clara e objetiva, indicando os aspectos e/ou variáveis a serem trabalhados.
Nesse sentido, em relação ao tema e ao problema, é preciso estar atento aos seguintes
aspectos:
caracterização, de maneira mais desdobrada, do conteúdo da problemática a pesquisar;
Definição dos vários aspectos da dificuldade a ser estudada;
esclarecimento dos limites da pesquisa e do raciocínio demonstrativo (delimitação do
tema e do problema);
dar-se conta de que quanto mais abrangente for, menor a profundidade;
ter gosto do assunto a ser desenvolvido é fundamental, mas também não esquecer as
condições para executá-lo em termos de tempo, acesso a informações e recursos;
pode-se inserir apresentação que indique a gênese do problema (como o autor chegou
a ele), como também a explicitação dos motivos mais relevantes que conduziram a
essa abordagem;
pode-se fazer contraposição com trabalhos que já versaram sobre o mesmo problema.
Justificativa
Trata-se do porquê, da importância de se realizar a pesquisa. Deve abranger os
seguintes aspectos:
razão da escolha;
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relevância do estudo;
significação social;
contribuição para o crescimento e aperfeiçoamento da área;
ressaltar a importância da pesquisa num contexto mais amplo;
contexto também pode justificar pesquisa que contenha abrangência mais restrita. Ex.
de professor que trabalha com comunidades no sertão do Nordeste.
Formulação de hipóteses
São formuladas principalmente para projetos de pesquisa das ciências naturais e da
saúde. As hipóteses são formulações de soluções provisórias a respeito de determinado
problema em estudo. Portanto, são formulações que serão confirmadas ou não, considerando a
pesquisa feita. A hipótese deve ser enunciada de forma clara, indicando a relação entre as
variáveis que deram origem ao problema de pesquisa. Deve, também, ser formulada com
fundamento em conhecimento teórico e raciocínio lógico, sendo, por isso,
denominada hipótese científica. Faz-se necessário atentar para o fato de que existem hipóteses
de partida (as iniciais) e as de chegada (finais); e cuidar para que, na tentativa de
demonstrar as hipóteses, o trabalho não fique tendencioso.
Em suma, ter em conta que:
são proposições provisórias para a solução do problema;
é em função das hipóteses estabelecidas que se estrutura todo o caminho a ser
percorrido;
hipótese poderá não se confirmar no decorrer da pesquisa, de aí a importância da
perseverança do cientista na busca da verdade;
pode haver hipótese geral (idéia central que se propõe demonstrar) e hipóteses
particulares (complementares);
não confundir hipótese geral com pressuposto, que é uma evidência prévia (o que já
está demonstrado como ponto de partida).
Objetivos
Os objetivos devem ser centrados na busca de respostas para as questões relevantes,
identificadas no problema de pesquisa e que ainda não foram respondidas por outras
pesquisas. Devem ser bem definidos, claros e realistas, mantendo coerência com o problema
que deu origem ao projeto.
Os objetivos podem ser:
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Procedimentos metodológicos
Deve-se apresentar o tipo de pesquisa quanto à natureza, aos objetivos, aos
procedimentos e ao(s) objeto(s). Neste último caso, explicitar se a pesquisa confirma-se como
de campo, bibliográfica ou laboratorial. Deve-se informar a respeito dos métodos de
procedimento, de abordagem e das técnicas utilizadas.
É preciso apresentar quais procedimentos serão empregados na busca das respostas às
indagações formuladas. Para tanto, conforme os tipos de pesquisa, deve-se apresentar uma
definição da amostra e quais técnicas serão utilizadas na coleta de dados (entrevista,
observação, formulário, consulta a arquivos e outros).
De forma esquemática, não esquecer que:
Trata-se do como? com quê? onde? quando? quanto?
método é o caminho a ser percorrido pra se atingir os objetivos propostos;
existem métodos gerais, aplicados a todo tipo de pesquisa, e específicos de cada área
de trabalho;
em coerência com o tema, os objetivos, o problema e a hipótese, será definido o tipo
de pesquisa: teórica, empírica, histórica etc;
não confundir método, que são procedimentos mais amplos de raciocínio, com
técnicas, que são procedimentos mais restritos que operacionalizam o método com
auxílio de instrumentos adequados. Exemplo: pesquisa de campo e entrevista com
questionário.
Referências:
Textos fundamentais em que se aborda a problemática em questão.
As referências do projeto serão enriquecidas durante a pesquisa.
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Plano de Trabalho
O projeto deve apresentar um plano de trabalho contendo, de forma sucinta e objetiva,
as principais etapas (atividades) a serem desenvolvidas durante sua execução em função do
tempo (mês, semana). Deve, também, compatibilizar as etapas com a metodologia a ser
aplicada no desenvolvimento do projeto.
Orçamento
Este item estará presente nos projetos que pleiteiam financiamento para sua realização. Deve
prever: gastos com pessoal, material de consumo, material permanente entre outros.
Observações
São incluídos anexos e apêndices, se for o caso.
O projeto pode ser alterado no decorrer da pesquisa, como conseqüência do
aprofundamento, desde que devidamente justificado.
Não confundir projeto de pesquisa com plano de trabalho da monografia – um não tem
necessariamente de espelhar o outro.
20
8. NOÇÕES DE TEXTUALIDADE
Análise
É a decomposição dos vários níveis de pensamento que constituam sentido. Analisar é
examinar parte por parte de um todo. A análise se opõe à síntese, que supõe a conjugação do
21
que estava separado. A compreensão das partes constituintes de um texto é o primeiro passo
rumo à desmontagem dos seus vários planos expressivos e dos diversos elementos que o
compõem.
Ao analisar um problema financeiro, uma conta de telefone muito alta, por exemplo,
decompomos todas as possibilidades e elementos implicados nessa situação, com o intuito de
saber como agir para que o valor dessa despesa seja compatível com o orçamento de que se
dispõe.
Explicação
É enunciar o que há num texto: desdobrar, mostrar o que está exposto, pressuposto,
implicado, subentendido, suas articulações, os termos-chave. Envolve momentos de
explicitação que é revelação, desvendamento do conhecimento: traduzir o que no texto está
apresentado de forma simbólica ou implícita.
Quando um professor solicita a um aluno, ou a um grupo de alunos, que dê uma aula
sobre determinado assunto, está pedindo que faça uma explicação: que diga tudo o que está
enunciado, implicado, implícito no tema a ser abordado.
Para fazer esse trabalho de explicação e explicitação de determinado tema ou
problema, é preciso um bom trabalho de análise que propicie uma adequada compreensão,
para que seja capaz de fazer uma exposição. Trocando em miúdos, não se pode falar ou
escrever do que não se sabe.
Interpretação
É a busca da síntese ou da reintegração das partes no todo. A interpretação encontra-se
intimamente vinculada ao ponto de vista, que varia segundo variam os interesses e os
contextos formativos, culturais, geográficos etc. Com isso, um determinado texto pode
produzir uma multiplicidade de interpretações.
Para dar um exemplo cultural, considere como são interpretados os diferentes papéis
sociais ocupados por mulheres, segundo as diferentes culturas. E até no interior de uma
mesma cultura, como a nossa. Como no caso do aborto, que é tratado como um problema de
mulher. Nem no campo jurídico, nas leis, aparece a responsabilidade do homem que
contribuiu para a situação de gravidez.
22
Comentário
É um diálogo com o texto, procurando situá-lo em relação ao autor e à sua obra ou
contribuição. No comentário, são introduzidos acréscimos exteriores ao texto, buscando
estabelecer juízos de valor acerca da sua produção.
Para dar um exemplo muito simples, considere os comentários de ambas torcidas
acerca de um lance de futebol, que nem precisa ser muito polêmico. Como se percebe, o
comentário está intrinsecamente relacionado à interpretação, ao ponto de vista de quem o
profere.
Definição
O trabalho monográfico é um documento escrito que visa à aferição do trabalho
escolar em uma ou mais disciplinas, solicitado e orientado por professor(es) de uma ou mais
disciplinas. Segundo o grau de complexidade envolvido, tais trabalhos são classificados
como:
Trabalho de Conclusão de Curso: resultado de um estudo visando à conclusão de
um Curso de Graduação.
Monografia: resultado de um estudo visando à obtenção do título de Especialista.
Dissertação: documento escrito visando à obtenção do título de Mestre, que
representa o resultado de um trabalho experimental, de tema único, com o objetivo de
reunir, analisar e interpretar informações ou a exposição de um estudo cientifico
retrospectivo (trabalho de revisão de literatura). Deve evidenciar o conhecimento de
literatura existente sobre o assunto e a capacidade de sistematização do candidato.
Tese: documento escrito visando à obtenção do título de Doutor, que representa um
estudo científico de tema único, bem delimitado e original. Deve ser elaborado com
base em investigação original, constituindo-se em real contribuição para a
especialidade em questão.
24
Em primeiro lugar é preciso delimitar com precisão o tema: não é o mesmo tratar da
liberdade em geral e da liberdade psicológica ou política. Trata-se da perspectiva do tema.
Para trabalhos com finalidade didática, escolher temas já abordados por outros, para que haja
obras a respeito nas quais pesquisar.
A delimitação do tema é a maior dificuldade apresentada pelos estudantes. A tentação
é fazer uma tese panorâmica e dizer muita coisa. Por exemplo, a literatura hoje; a literatura
brasileira do pós-guerra aos anos 60. Umberto Eco (1977, p. 07) discute bem essa questão e
apresenta algumas indicações acerca de como superar essa dificuldade:
tese panorâmica não pode fazer análises críticas que soam como presunção. Tais
análises supõem muito trabalho e delimitação;
com tese panorâmica, o pesquisador expõe-se a muitas contestações, como omissões
de temas e autores;
se for bem preciso, o pesquisador terá um material bem conhecido e ignorado pelos
examinadores: torna-se um experto nesse assunto;
monografia pode ser também a abordagem de um tema e não apenas de um autor.
Neste caso, analisam-se alguns autores do ponto de pista de um tema específico: ex. o
mundo às avessas nos poetas carolíngios;
tratar de um tema especificamente monográfico não significa fazer algo aborrecido, é
preciso ter em conta o panorama em que está inserido e estudá-lo;
mas o panorama é pano de fundo, não se pode confundir as relações: uma coisa é
pintar o retrato de um cavalheiro sobre o fundo de um campo, e outra coisa é pintar
campos e regatos: alteram-se técnicas, focos, perspectivas;
quanto mais se restringe, melhor e com mais segurança se trabalha.
com a perspectiva adotada, especifica o método a ser utilizado. Quando o autor se define por
uma solução a ser demonstrada no curso do trabalho, pode-se então falar de tese a ser
demonstrada pelo raciocínio.
O trabalho deve:
Demonstrar uma única idéia
Defender uma única tese
Assumir uma única posição frente ao problema específico: é o seu ponto de vista, sua
tese.
Leitura
Realizar uma primeira triagem para ver o que realmente será lido e interessante para a
pesquisa.
Para tanto:
- recorrer a resenhas das obras
- opinião de especialistas
- tomar contato com a obra:
sumário
prefácio
introdução
passagens do texto.
Critérios para a leitura:
- atualidade: dos textos mais recentes para os mais antigos – as obras recentes
retomam contribuições do passado, vindo a dispensar algumas leituras. Porém,
os clássicos são indispensáveis;
- generalidade: das obras mais gerais (enciclopédias, dicionários, tratados) para
as monografias especializadas e artigos científicos.
27
Não é uma mera leitura analítica de toda obra, nem reconstituir raciocínio analítico do
autor.
Será feita tendo em vista o aproveitamento direto apenas dos elementos que sirvam
para a pesquisa.
Às vezes, é necessário leitura de todo o texto, mesmo assim não se deve perder a idéia
mestra que direciona o trabalho.
Documentação
Tomar nota de todos os elementos que serão utilizados na elaboração do trabalho.
Usar citação livre (indireta) e textual (direta), indicando a fonte.
Documentar as idéias pessoais que forem surgindo durante a leitura – para não se
perderem.
Elaborar fichas, arquivos de documentação ou outra forma de anotação das idéias que
irão compor o trabalho.
A linguagem do texto
Ter estilo sóbrio e preciso. Adjetivos supérfluos, rodeios e repetições ou explicações
inúteis devem ser evitadas
Também deve ser evitada a forma excessivamente compacta, que pode prejudicar a
compreensão do texto.
O que importa é a clareza, mais que outras características estilísticas.
Usar a terceira pessoa do singular.
Usar terminologia técnica na medida do necessário.
Evite-se pomposidade pretensiosa, verbalismo vazio, fórmulas feitas e linguagem
sentimental.
Não cabe linguagem comum, expressões corriqueiras e gírias. Infelizmente é comum
deparar com o uso de expressões e fórmulas da oralidade em trabalhos que requerem
fórmulas próprias da linguagem e escrita e formal.
Quanto ao estilo, depende da natureza do raciocínio e das áreas do saber.
Os parágrafos
Parte do texto que tem por finalidade expressar as etapas do raciocínio.
Seqüência, tamanho e complexidade dependem da natureza do raciocínio.
Reproduz a estrutura do texto: apresenta uma introdução, um corpo e uma conclusão.
Como determina a articulação do texto, tendo em vista a construção lógica do
trabalho, são iniciados por conjunções que indicam as formas de passar de uma etapa
lógica à outra. São os conectivos e devem ser muito bem trabalhados.
29
11.1.1 Capa
A capa é um elemento obrigatório. Deve conter as informações seguintes, na mesma
ordem (cf. ANEXO A):
a- nome da instituição (opcional)
b- o nome do autor deve ser colocado no alto da página;
c- o título e o subtítulo (este se houver) ficam no centro da folha;
d- o número do volume, se houver mais de um, também precisa ser colocado;
e- o nome da cidade em que se situa a instituição a qual o trabalho está vinculado;
f- e o ano de entrega.
O nome do autor, colocado no alto da página, significa que ele é o responsável
intelectual pelo trabalho. Por isso, não se justifica colocar o nome da instituição nessa posição
em trabalhos, cuja responsabilidade intelectual e direitos autorais não são dela.
11.1.2 Lombada
Lombada é a parte que reúne as margens internas do lado esquerdo, mantendo-as
juntas quer por cola, costura ou grampos, formando um caderno. Ela constitui um elemento
opcional, pois quando as folhas se reúnem por espiral ou em número bastante reduzido, por
exemplo, a junção das mesmas não forma lombada.
A lombada de trabalhos acadêmicos deve trazer o nome do autor, ou dos autores, e o
título; a de livros, além disso, precisa apresentar a logomarca da editora; e a de periódicos
deve conter os elementos alfanuméricos que permitem identificar o volume, o fascículo e a
data de publicação.
d- a natureza do trabalho (tese, TCC e outros), sua finalidade, isto é, motivo que
determinou sua elaboração, dentre outros, por exemplo, a aprovação em dada
disciplina;
e- o nome da instituição a que o trabalho está vinculado deve ser colocado aqui;
f- o nome do orientador e sua titulação, o da cidade, o da instituição e o ano de
entrega devem também estar registrados na folha de rosto.
O verso da folha de rosto deve conter também a ficha catalográfica, feita segundo o
Código de Catalogação Anglo-Americano em vigor. Este código é de competência da FEBAB
— Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários, Cientistas e Instituições. A ABNT
assume o que esse órgão dispõe.
Monografia
Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Biologia Vegetal da Universidade de
santo Amaro, orientada pela Profª Drª Olívia Gomes, como requisito parcial para obtenção do
título de especialista em Biologia Vegetal.
Projeto de Pesquisa
Projeto de pesquisa apresentado ao Curso de Especialização em Gestão Ambiental do Curso
de Especialização Lato Sensu da Universidade de Santo Amaro, orientado pelo Prof. Mário
Mariano, como requisito parcial para avaliação.
32
11.1.4 Errata
A errata é opcional; se colocada, porém, tem lugar após a folha de rosto e seus dados
são apresentados do seguinte modo:
ERRATA
Folha Linha Onde se lê Leia-se
28 2 aprovacao aprovação
Após a dedicatória, são colocados os agradecimentos que devem ser feitos às pessoas
que efetivamente contribuíram para a elaboração do trabalho. É elemento opcional.
Aos agradecimentos, segue a epígrafe, também opcional. A epígrafe, excerto retirado
de alguma obra, alusivo ao assunto que será tratado, pode ser colocada tanto no início do
trabalho como também na abertura de cada seção primária (capítulo). Colocada no início do
trabalho, a folha da epígrafe será contada, mas não será numerada, nem conterá título, tal qual
a folha de aprovação.
11.1.7 Resumo
Após a epígrafe, vem o resumo. Os trabalhos acadêmicos, além do resumo na língua
vernácula, devem apresentá-lo também em uma língua estrangeira (graduação, mestrado) ou
duas (doutorado), por exemplo: Abstract (inglês), Resumen (espanhol) e Résumé (francês).
O resumo deve conter de 150 a 500 palavras e ser seguido da expressão Palavras-
chave, colocando-se após estas, descritores ou palavras que sejam representativas do conteúdo
que o trabalho oferece.
O resumo deve pôr em evidência o objetivo, o método, os resultados e as conclusões
do trabalho; da introdução retira-se o conteúdo necessário para contextualizar a questão
analisada. É necessário que ele seja elaborado na forma de texto discursivo, usando-se o verbo
na 3ª. pessoa, na voz ativa, formando frases concisas e afirmativas, compondo,
preferentemente, um parágrafo apenas. Deve-se evitar símbolos e contrações que não são de
uso corrente, bem como fórmulas, equações, diagramas que não são absolutamente
necessários. Se forem incluídos, na primeira vez em que aparecerem, precisam estar
acompanhados da devida explicação.
O resumo de um trabalho, que vem inserido nele próprio, não se faz acompanhar da respectiva
referência; se, porém, for colocado em outro contexto, ela deve precedê-lo.
Uma só lista de ilustrações pode mencionar todos os tipos: mapa, fotografia, desenho e outros.
Quando há várias ilustrações do mesmo tipo, pode-se fazer uma lista para cada tipo, por
exemplo: lista de mapas, lista de fotografias etc. Se, porém, a quantidade desses elementos
não justificar listas específicas, todas as figuras podem ser relacionadas numa só, havendo,
entretanto, para cada tipo de ilustração uma ordenação numérica.
Exemplo:
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Fotografia 1 - Equipe de operação 20
Gráfico 1 - Desenvolvimento urbano 23
Fotografia 2 - Assembléia Geral Ordinária ABNT 25
Mapa 1 - Região Sudeste do Brasil 30
Desenho 1 - Programa das Nações Unidas para o meio ambiente 33
11.1.9 Sumário
O sumário é um elemento obrigatório que deve proporcionar visão de conjunto do
conteúdo do trabalho, trazendo relacionadas as seções que o compõem, acompanhadas do
número da página em que se acham o que facilita sua localização no texto. É, quase sempre, o
último elemento pré-textual; não o será se for incluído prefácio no trabalho.
Os elementos pré-textuais não são incluídos no sumário; os títulos das seções do texto
são nele colocados, utilizando-se a tipologia gráfica com que aparecem no texto. Os
indicativos de seção do texto devem ser alinhados à esquerda: sugere-se que sejam alinhados
pela margem do indicativo de título mais extenso. A paginação faz-se alinhando, à direita, o
número das páginas em que se acham os títulos referidos.
Modelo de Sumário
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
RESUMO
1 INTRODUÇÃO ................................................................... 15
2 MATERIAIS E MÉTODOS ................................................ 33
2.1 Tipo de pesquisa ............................................................... 33
35
A introdução
Delimita o assunto, situa o problema a ser tratado, isto é, mostra em que contexto ele
está inserido e que há conhecimento acumulado, disponível para isso. É chamado
conhecimento partilhado por se entender que ele é de domínio dos que atuam na área:
constitui a fundamentação teórica, pois possibilita a definição e delimitação dos objetivos da
pesquisa. O nível de teorização e interpretação do conhecimento partilhado deve ser limitado
em função do problema a ser tratado e da abrangência que se deseja alcançar. A introdução
tem como função nortear as tarefas de investigação e sustentar a interpretação dos dados
levantados, relacionando-se desse modo com o elemento que a segue, ou seja, o
desenvolvimento. Por isso, se a seleção do conteúdo do quadro teórico e sua análise não
forem criteriosas, todo o trabalho poderá ficar comprometido.
O desenvolvimento
É a principal parte do texto, apresenta o assunto pormenorizado, de modo explicativo;
é dividido em seções e subseções, de acordo com a amplitude e a profundidade definidas para
o tratamento de dados: é aconselhável que o autor se limite à quarta seção. Aqui são expostos
os argumentos selecionados para defender a tese proposta, ou seja, atingir os objetivos
fixados. Os argumentos precisam ser explicitados logicamente; ou melhor, é necessário
demonstrar como as provas foram alcançadas e, na falta de consenso, discuti-las.
A conclusão
Deve apresentar de forma sintetizada um resumo da argumentação e das provas
explicitadas no desenvolvimento. Além disso, deve demonstrar logicamente a relação
existente entre os argumentos e as provas levantadas; apresenta as inferências extraídas dos
resultados com base na fundamentação teórica. Por isso, muitas vezes se diz que a conclusão é
um retorno à introdução.
36
11.3.1 Referência
Relação das obras efetivamente utilizadas como base na elaboração do trabalho. Por
ser um elemento obrigatório no texto, a seção “Referências” deve ser numerada e seu título
alinhado à esquerda. As fontes mencionadas em notas de rodapé, ou pelo sistema autor-data,
devem ser incluídas na seção de referências, exceto as que indicam os dados obtidos por
informação verbal.
Considerando que a produção de um trabalho acadêmico, independentemente de sua
tipologia, demanda a leitura de outras fontes que vão além daquelas indicadas na seção
“Referências”, sugere-se a elaboração de uma lista dessas obras, se houver mais de cinco itens
a serem informados. Essa lista deve ser incluída na estrutura do trabalho como apêndice,
ficando seu título a critério do autor, podendo ser: “Sugestões de Leitura sobre o Tema”,
“Leitura Complementar Sobre o Tema”, etc.
APÊNDICE A –
APÊNDICE B –
11.3.4 Anexos
Segundo a NBR 14724:2005, anexo é texto ou documento, não elaborado pelo autor
do trabalho, que contribui para fundamentação, comprovação e ilustração do trabalho.
Identificado pela palavra ANEXO e letras maiúsculas consecutivas, travessão e título,
alinhado à esquerda. A paginação deve ser contínua à do texto principal.
Exemplo:
ANEXO A –
ANEXO B –
11.4.1 Formato
PAPEL
O texto deve ser digitado em papel branco, no anverso de folhas A4 (21 cm por
29,7cm), na cor preta; as ilustrações, contudo, podem apresentar outras cores (NBR
14724:2005).
TIPOLOGIA DA FONTE
A fonte a ser utilizada é a Times New Roman ou Arial, do seguinte modo:
a- fonte 12 para o texto;
b- fonte 11 para títulos colocados abaixo de figuras, ilustrações e outros;
c- fonte 10 para notas de rodapé;
d- fonte 11, nas citações de três linhas ou mais;
38
e- fonte 12, 14, 16, em caixa alta, negrito, itálico e outros para diferenciar títulos de
subtítulos, ou seja, seções e subdivisões.
f – fonte 16 para título e autor, 14 para subtítulo e 12 para demais elementos, na capa e
folha de rosto.
ESPACEJAMENTO
O texto deverá ser digitado com espaço entrelinhas 1,5 (um e meio); os títulos e
subtítulos de seções e subseções ficam separados do texto que os precede e do que os sucede
por dois espaços de mesma medida.
MARGENS
Observam-se as seguintes medidas para as margens: para as margens superior e
esquerda são deixados 3 cm, para a direita e a inferior, 2 cm.
PAGINAÇÃO
Da folha de rosto em diante, todas as demais são contadas; devendo-se, porém, colocar
algarismos arábicos para numerá-las somente a partir da Introdução. A posição do número é a
2 cm da borda superior e 2 cm da borda lateral direita da folha, portanto no alto da folha, à
direita. Havendo anexos e apêndice, a numeração das folhas continuará normalmente até a
última.
NOTA DE RODAPÉ
As notas de rodapé são digitadas dentro da margem inferior, em fonte 10, ficando
separadas do texto por um espaço simples de entrelinha e por um filete de três centímetros.
Deve-se evitar o uso desnecessário de nota de rodapé, pois sua leitura implica
interrupção da leitura do texto e, conseqüentemente, do raciocínio que o leitor vem
desenvolvendo a partir das idéias expostas.
INDICATIVOS DE SEÇÃO
Os números indicativos de seção, ou seja, das partes que estruturam um documento
(monografia) seguem ordem progressiva e são colocados à esquerda, precedendo o respectivo
título ou subtítulo, de acordo com a NBR 6024: 2003.
39
Os elementos sem título (epígrafe) ou os elementos com título, mas sem inúmero
indicativo de seção, são sempre colocados no centro da linha, por exemplo: agradecimentos,
anexos e referências e outros.
NUMERAÇÃO PROGRESSIVA
A NBR 6024: 2003 normaliza a numeração progressiva; mostra como indicar as
subdivisões do texto, por exemplo: primária, secundária, terciária e outras, ficando assim: 2.3
Elementos pós-textuais em que 2 representa uma seção primária e 3 a secundária (subseção,
subdivisão).
Os elementos textuais – introdução, desenvolvimento e conclusão – compõem, cada
um, uma seção primária; o desenvolvimento, porém, poderá estar estruturado em várias
seções primárias (anteriormente denominadas capítulos), divididas ou não em subseções
(títulos e subtítulos), dependendo do enfoque e da abrangência do tema.
A numeração progressiva deve mostrar essa divisão juntamente com a tipologia
gráfica utilizada, por exemplo, as letras usadas nos títulos das seções primárias serão sempre
iguais e mais chamativas do que as das demais seções. O mesmo tipo de seção terá sempre o
mesmo tipo de letra, tamanho e forma, tanto no texto quanto no sumário.
A divisão em seções e subseções deve ser feita de forma lógica e de acordo com a
estrutura do trabalho. A numeração progressiva deve demonstrar a seqüência das seções e
subseções e o nível de inserção, primeira, segunda, terceira seção etc. que deve, também, ser
marcado pelo uso de tipologia gráfica diferente, conforme o exemplo a seguir mostra.
Exemplo:
1 SEÇÃO PRIMÁRIA (caixa alta, fonte 14, negrito)
1.1 SEÇÃO SECUNDÁRIA (parte da primária: caixa alta, fonte 12, negrito)
1.1.1 Seção terciária (inserida na primária e na secundária; caixa baixa, fonte 14,
negrito)
1.1.1.1 seção quaternária (inserida na primária, na secundária e na terciária: caixa
baixa, fonte 12, negrito).
Além disso, abre-se página nova sempre que se inicia uma seção primária, ficando,
assim, evidente a divisão do trabalho acadêmico em seções e subseções.
40
12.1 CITAÇÕES
É a menção, no texto, de uma informação obtida de outra fonte. Pode ser uma
transcrição ou paráfrase, direta ou indireta, de fonte escrita ou oral.
As citações podem figurar incluídas no texto, em nota de rodapé ou remetendo às
referências no final do texto. As citações podem ser representadas pelos sistemas numérico ou
autor-data, devendo, o sistema escolhido, ser mantido ao longo de todo o trabalho.
E ainda:
Conforme Moran, Masetto e Behrens (2002, p.37) ...
ou
“O ver está, na maior parte das vezes, apoiando o falar, narrar, o contar histórias.”
(MORAN; MASETTO; BEHRENS, 2002, p.37)
Citação de citação
É a transcrição de palavras textuais ou conceitos de um autor a cuja obra não se teve
acesso direto. A citação de citação é indicada pelas expressões “apud” ou “citado por”. A
citação de citação deve ser evitada, uma vez que a obra original não foi consultada e há risco
de falsa interpretação e incorreções.
Exemplos:
Marinho, citado por Markoni e Lakatos (1982, p.150), apresenta a formulação do
problema como a fase da pesquisa, que, sendo bem delimitada, simplifica e facilita a
maneira de conduzir a investigação.
ou
Marinho (apud MARKONI; LAKATOS, 1982, p.150) ...
Importante: A entrada da citação deve ser idêntica à entrada estabelecida para a referência
bibliográfica do referido documento.
13.3 LOCALIZAÇÃO
As referências podem aparecer em notas de rodapé, mas devem compor uma lista
alfabética ou numérica, que estará localizada ao fim do trabalho, respeitando-se a ordem
estabelecida em 11.3.1.
Em formato eletrônico:
47
Em formato eletrônico:
Em formato eletrônico:
Em formato eletrônico:
Em formato eletrônico:
Em formato eletrônico:
14.1 RESENHA
Resenha informativa
Um tipo de resenha mais completa e abrangente que apresenta um resumo detalhado
do texto original, ressaltando os diferentes aspectos válidos, sem entrar em
pormenores, pois o objetivo da resenha não é entrar em detalhes, mas, sim, informar o
leitor.
Deve ser seletiva e não mera repetição das idéias do autor. Nela devem ser usadas as
próprias palavras do resenhista. Deve seguir a seqüência lógica do assunto.
Pode dispensar a leitura do texto original pela abrangência do conteúdo resenhado.
Ex: resenhas universitárias, resenhas de textos não traduzidos para o vernáculo.
Desenvolvimento
Iniciar a resenha apresentando a estrutura da obra:
O artigo divide-se em ... Primeiramente... No item seguinte...
Na abordagem das partes do texto, o resenhista deve deter especial atenção à
importância de traduzir o efeito que o autor do texto quis causar no leitor, o que pode ser
realizado por meio do emprego de verbos que demonstrem os atos do autor, tais como:
sustentar, contrapor, confrontar, opor, justificar, defender a tese, debruçar-se, dedicar-se ao
estudo, eleger, propor-se a, demonstrar.
Em um segundo momento, expõe-se o conteúdo apresentado na obra. Esta etapa é o
momento em que o resenhista deve expor as principais idéias defendidas pelo autor, na
mesma seqüência lógica em que se apresentam. Vale relembrar que o autor da resenha não
deve depreciar a obra, mas informar o leitor, de maneira polida, sobre o assunto nela tratado,
evidenciando, em primeiro lugar, a contribuição do autor no que concerne à produção de
novos conhecimentos.
Conclusão
Na conclusão da resenha, deve-se ordenar os conhecimentos adquiridos com a leitura,
apresentando as conclusões do autor. Pode-se abordar a relevância dessas conclusões, de
modo a evidenciar os resultados obtidos com a leitura do texto.
14.2 RESUMO
14.2.1 Definição
O resumo é a apresentação concisa, porém globalizada, dos pontos relevantes de um texto.
A elaboração formal do resumo varia de acordo com sua natureza.
53
14.2.4 Modelos
14.2.4.1 Resumo em monografias
Esta tese investiga os novos procedimentos da lírica e da pintura modernas, no
momento em que a sociedade coetânea se depara com o advento da realidade virtual que traz
consigo o primado da imagem. Analisa também os aspectos filosóficos e estéticos que
acarretaram a “crise de representação” instaurada nas modalidades artísticas do ocidente por
meio da abordagem comparativa de artistas representativos da poesia e da pintura na
modernidade: Baudelaire e Cézanne, Rimbaud e Dalí, Mallarmé e Mondrian. O método
consiste na análise qualitativa dos textos desses autores enquanto precursores da lírica
54
14.3 RELATÓRIOS
Agradecimentos
Referências
Os artigos científicos são estudos criteriosos que abordam uma questão de relevância
científica, ou seja, manifestam o resultado de uma investigação de uma pesquisa cientifica
sistemática a respeito de determinado assunto. Freqüentemente, decorrem da realização de
pesquisas inéditas.
Em geral, são textos publicados em revistas acadêmicas ou que se constituem,
considerando um conjunto deles, em livros. Para as ciências humanas e sociais os resultados
de pesquisa podem ser apresentados em forma de ensaio, que apesar de conter a mesma
estrutura textual do artigo, apresenta-se de maneira cursiva, sem as divisões das partes.
58
14.4.2 Estrutura
O artigo estrutura-se da mesma forma que os demais textos científicos. Importante, no
entanto, é o destaque de alguns desses aspectos:
Título - Deve sintetizar seu aspecto essencial.
Autor - Nome completo, titulação, seguido do nome da instituição a que pertence, com
referido endereço eletrônico.
Resumo - Deve ressaltar o objetivo, o material e os métodos (ou casuística e métodos), os
resultados e as conclusões do trabalho, observando o máximo de 250 palavras, compondo
único parágrafo.
Palavras-chave ou descritores - Visam à indexação do artigo e se destinam a descrever
cientificamente o assunto. A definição das palavras-chave deve ter base em vocabulários
controlados, ou seja, Decs/Bireme (área da saúde), Inep (área da educação); Sibinet USP
(área de humanas).
Introdução - Deve apresentar uma exposição breve do tema tratado, apresentando-o de
uma maneira geral. Também, na introdução, são apresentados os objetivos do estudo
realizado, a justificativa da escolha do tema. Devem situar o problema da investigação no
contexto geral da área e indicar os pressupostos necessários à sua compreensão. A
introdução pode, ainda, conter conceituações básicas ou revisão bibliográfica.
59
14.6 PAINEL
14.6.1 Estrutura
Título - Deve apresentar letras com tamanho mínimo de 1,5 cm de altura, fonte arial 28,
caixa alta, negrito.
60
obtidos para a comunidade científica e/ou geral, além das possíveis próximas etapas do
trabalho executado, também pode figurar neste tópico.
Referências - Este item não é obrigatório na estrutura do painel. Entretanto, quando
houver citação de autor no texto, faz-se necessário indicá-lo.
62
REFERÊNCIAS
______. NBR 6024 Numeração progressiva das seções de um documento escrito. Rio de
Janeiro: ABNT, 2003.
______. NBR 6027 Sumário. Rio de Janeiro: ABNT, 2003. ______. NBR 10719
Elaboração de relatórios técnico-científicos. Rio de Janeiro: ABNT, 1989.
BASTOS, D.R. Apresentação de trabalhos acadêmicos: uso das normas da ABNT. Apostila
Universidade de Santo Amaro, São Paulo, 2008.
CHALMERS, A. O que é ciência, afinal? Trad. Raul Fiker. 3. reimp. São Paulo: Brasiliense,
1999, 225p.
ECO, U. Como se faz uma tese. Trad. Gilson Cesar Cardoso de Souza. 15. ed. São Paulo:
Perspectiva, 1999, 170p.
FÁVERO, L. L. Coesão e coerência textuais. 8. ed. São Paulo: Ática, 2000, 104p.
MORA, J.F. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Loyola, 2000, Tomos I - IV.
63
PARRA FILHO, D.; SANTOS, J.A. Metodologia científica. 5. reimp. São Paulo: Futura,
2003. 277p.
RUIZ, J. A. Metodologia científica: guia para eficiência nos estudos. São Paulo: Atlas, 1982.
SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 21. ed. rev. e ampl. São Paulo:
Cortez Editora, 2000, 279p.
64
APÊNDICE
ALVES, R. Filosofia da ciência: introdução ao jogo e suas regras. 9. ed. São Paulo: Loyola,
2005. 223p.
BOAVENTURA, E. Como ordenar as idéias. 7 ed. São Paulo: Ática, 1999, 59p.
CHÂTELET, F. Uma história da razão: entrevistas com Émile Noël. Trad. de Lucy
Magalhães. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994. 159 p.
FIORIN, J. L. & SAVIOLI, F. P. Para entender o texto: leitura e redação. 16. ed. 2. reimp.
São Paulo: Ática, 2001.
GLEISER, M. A dança do universo: dos mitos de criação à teoria do Big-bang. São Paulo:
Companhia das Letras, 1997.
KUHN, T. S. A estrutura das revoluções científicas. Trad. Beatriz Boeira e Nelson Boeira.
S. Paulo: Perspectiva, 1975. 262 p.
MARTINS FILHO, E. L. Manual de redação e estilo de O Estado de São Paulo. 3. ed. rev.
e ampl. São Paulo: Ed. Moderna, 1997, 400p.
VERA, A.A. Metodologia da pesquisa científica. 7. ed. Porto Alegre: Globo, 1983.
65
ANEXOS
ANEXO A - CAPA
← borda da folha
borda da folha →
LINGUAGEM DE CRIANÇAS
EDUCADAS EM ORFANATO
São Paulo
2006
66
←borda da folha
borda da folha →
LINGUAGEM DE CRIANÇAS
EDUCADAS EM ORFANATO
São Paulo
2008