Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A História de Jerusalém
A História de Jerusalém
Uma das cidades mais antigas da humanidade, Jerusalém deveria ser um símbolo da
tolerância e da busca pela paz — cristãos, muçulmanos e judeus consideram o local
sagrado por abrigar símbolos que são pilares dessas religiões.
Não seria a primeira vez que as diferenças dividem Jerusalém. Por sinal, nos últimos
milênios foram raros os momentos em que a cidade alcançou a mensagem de paz e
concórdia pregada pelas três maiores religiões monoteístas do planeta. Mais do que
uma curiosidade, conhecer a história de Jerusalém nos ajuda a entender por que
precisamos realizar uma análise atenta da realidade e fugir dos estereótipos de
"mocinhos" e "vilões". Durante séculos, afinal, as principais vítimas dessa guerra
fratricida são pessoas inocentes de distintas origens e religiões.
Um novo período de relativa paz seria encerrado no século 4 a.C com as conquistas
militares de Alexandre, o Grande, que tomararam Jerusalém como parte do Império
Macedônico. Revoltas populares buscavam maior autonomia da região, que jamais
reconquistaria sua completa autonomia: no século I a.C, os romanos passaram a
administrar a região, colocando no poder um monarca alinhado com os interesses dos
dominadores. É nessa época que dá-se início à narrativa do Novo Testamento: na
região da Judeia controlada pelos romanos, nasce um judeu chamado Jesus que
reúne seguidores e torna-se um mestre que inspiraria uma nova religião.
A destruição de parte de Jerusalém culminou com uma política liderada pelo Império
Romano de expulsar sistematicamente os judeus que viviam na região, em um
período conhecido como Diáspora. Os imperadores trataram de sufocar a cultura
judaica e as manifestações religiosas, mudando o nome de Jerusalém para Élia
Capitolina. Apesar de outros períodos de revoltas judaicas durante o século 2 d.C,
Roma exerceu sua hegemonia sobre a região.
PINTURA SOBRE A DESTRUIÇÃO DE JERUSALÉM PELAS TROPAS
ROMANAS (FOTO: REPRODUÇÃO)
Tempos de Cruzadas
No século 4 d.C, o Império Romano foi convertido ao cristianismo, o que também
influenciou definitivamente a cidade de Jerusalém. Após a divisão do império entre a
administração ocidental e oriental (que ficou conhecido como Império Bizantino), a
administração local tratou de reforçar os símbolos que representavam os episódios
sagrados para os cristãos. Em 335, foi construída a Igreja do Santo Sepulcro, que
corresponderia ao local onde Jesus teria sido crucificado, enterrado e depois
ressuscitado.
Durante séculos, houve relativa estabilidade na região. Uma iniciativa liderada por
nobres europeus e autoridades cristãs, no entanto, levaria Jerusalém para um novo
período de guerras: em 1095, o Papa Urbano II fez uma convocação para que o
território conhecido como Terra Santa voltasse ao domínio cristão.
A relação entre os dois povos começou a escalar em tensão à medida em que grupos
judaicos iniciavam um movimento político que ficou conhecido como sionismo: em
um cenário de antissemitismo histórico na Europa (que culminaria com a política
deliberada de extermínio durante o regime nazista na década de 1940), membros da
comunidade judaica defendiam o retorno das populações historicamente dispersas
após a Diáspora para as cidades que faziam parte do antigo reino de Israel.
Desde então, tratados de paz tentam costurar um acordo que garanta a soberania de
Israel, mas também promovam a independência dos territórios palestinos (a maior
parte dessas regiões está ocupada pelos israelenses). No entanto, a falta de diálogo e
os episódios de movimentos paramilitares muçulmanos, que realizaram atentados
terroristas pela região durante as últimas décadas, não fornecem um vislumbre
sequer para uma solução a curto prazo.