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UNIVERSIDADE FEDERA DE C AMPINA GR ANDE

CENTRO DE ENGENH ARI A ELÉTRICA E INFORMÁTIC A


D E P ART AM E N TO DE E NG E NH ARI A E LÉ T RI C A

GUSTAVO PEREIRA SOARES

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

TÍTULO: EFICIÊNCIA ENERGÉTICA PARA SISTEMAS


DE ILUMINAÇÃO

Campina Grande - PB, 2010


GUSTAVO PEREIRA SOARES

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE ILUMINAÇÃO

Trabalho de Conclusão de Curso,


na área de Engenharia Elétrica,
apresentado à Coordenadoria do
Curso de Engenharia Elétrica da
Universidade Federal de Campina
Grande em cumprimento parcial às
exigências para obtenção do Grau
de Engenheiro Eletricista.

Orientador: Benedito Antonio Luciano

CAMPINA GRANDE - PB, 2010.


GUSTAVO PEREIRA SOARES

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE ILUMINAÇÃO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenadoria do Curso de


Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Campina Grande, como
requisito para obtenção do Título de Bacharel em Engenharia Elétrica.

Aprovado dia __ de julho de 2010.

BANCA EXAMINADORA

---------------------------------------------
Prof. Benedito Antonio Luciano
Orientador

------------------------------------------------------------
Prof.
Examinador
AGRADECIMENTOS

A Deus, pela vida, coragem e bençãos alcançadas durante esta


caminhada.

Ao professor Benedito Luciano, pela oportunidade e orientação deste


trabalho.

A minha namorada Priscilla, por todo carinho e incentivo a mim


dedicado.

As minhas irmãs, Manoela e Marcela, pela amizade, carinho e afeto.

E por fim, aos meus pais, Manoel e Celma, por toda a paciência, carinho
e constante incentivo.
SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO ............................................................................................p.11
2.DEFINIÇÕES ..............................................................................................p.12
2.1. RADIAÇÃO SOLAR E ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO ...................p.12
2.2. ÁREA PROJETADA ...............................................................................p.13
2.3. CAMPO VISUAL......................................................................................p.14
2.4. CONTROLADOR DE LUZ.......................................................................p.14
2.5. DEPRECIAÇÃO DO FLUXO LUMINOSO...............................................p.15
2.6. EFICIÊNCIA LUMINOSA (EL) DE UMA FONTE.....................................p.15
2.7. FLUXO LUMINOSO ( )...........................................................................p.16
2.8. ILUMINÂNCIA (E)....................................................................................p.17
2.9. ÍNDICE DE REPRODUÇÃO DE COR (IRC)...........................................p.18
2.10. LUMINÂNCIA (L)...................................................................................p.18
2.11. LUXÍMETRO..........................................................................................p.19
2.12. MORTALIDADE DE LÂMPADAS..........................................................p.20
2.13. REATOR................................................................................................p.20
2.14. DIAGRAMA DE ISOLUX........................................................................p.20
2.15. TEMPARATURA DE COR.....................................................................p.21
3. TIPOS DE LÂMPADAS .............................................................................p.22
3.1. LÂMPADAS INCANDESCENTES...........................................................p.22
3.1.1 Lâmpadas Incandescentes Comuns ................................................p.23
3.1.1.1. Características Construtivas .............................................................p.23
3.1.1.2. Principais características:..................................................................p.25
3.1.1.3. Aplicações ........................................................................................p.25
3.2. LÂMPADAS HALÓGENAS .....................................................................p.26
3.3. LÂMPADAS DE DESCARGA..................................................................p.27
3.3.1. Funcionamento.....................................................................................p.27
3.3.2. Características construtivas..................................................................p.28
3.3.3. Vida das lâmpadas de descarga elétrica..............................................p.29
3.3.4. Reposição coletiva das lâmpadas........................................................p.30
3.4. LÂMPADAS FLUORESCENTES ............................................................p.30
3.4.1. Lâmpadas fluorescentes compactadas ...........................................p.32
3.4.1.1. Vida útil e eficiência luminosa............................................................p.33
3.4.1.2. Sistema fluorescente circular.............................................................p.34
3.4.2. Lâmpadas fluorescentes tubulares ..................................................p.34
3.5. LÂMPADAS A VAPOR DE MERCÚRIO DE ALTA PRESSÃO ..............p.34
3.5.1. Vida útil e eficiência luminosa .........................................................p.35
3.6. LÂMPADAS A VAPOR METÁLICO.........................................................p.36
3.6.1. Vida útil e eficiência luminosa .........................................................p.37
3.7. LÂMPADAS MISTAS ..............................................................................p.38
3.7.1. Vida útil e eficiência luminosa ..........................................................p.39
3.8. LÂMPADAS A VAPOR DE SÓDIO .........................................................p.39
3.8.1. Lâmpadas a vapor de sódio de baixa pressão ...............................p.39
3.8.2. Lâmpadas a vapor de sódio de alta pressão ..................................p.40
3.9. LÂMPADAS MULTI- VAPOR METÁLICO ..............................................p.42
3.10. LÂMPADAS DE LUZ NEGRA ...............................................................p.42
4. NOVAS TECNOLOGIAS ...........................................................................p.43
4.1. DIODOS EMISSORES DE LUZ (LEDs) .................................................p.43
5. ESTUDO DE CASO ..................................................................................p.44
5.1. MEDIÇÃO DE ILUMINAMENTO DE INTERIORES ................................p.44
5.2. CÁLCULO ILUMINAMENTO MÉDIO ......................................................p.45
5.3. CÁLCULO DA CURVA ISOLUX .............................................................p.49
5.4. DIALUX ...................................................................................................p.50
6. PROJETO DE EFICÊNCIA ENERGÉTICA PARA SALA .........................p.52
7. CERTIFICADOS ........................................................................................p.53
7.1 PROCEL ..................................................................................................p.53
7.2 INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E
QUALIDADE INDUSTRIAL (Inmetro) ........................................................p.54
7.3 ISO 9000 .................................................................................................p.54
8. CONCLUSÃO ............................................................................................p.55
BIBLIOGRAFIA
LISTAS DE FIGURAS

Figura 1: Espectro eletromagnético................................................................p.12

Figura 2: Área projetada de uma luminária.....................................................p.13

Figura 3: Campo visual do olho......................................................................p.14

Figura 4: Luminária com refletor.....................................................................p.14

Figura 5: Efeito da depreciação, limpeza e reposição de lâmpadas na


iluminância E, de uma instalação de lâmpadas fluorescentes.....................p.15

Figura 6: Eficiência luminosa para alguns tipos de lâmpadas........................p.16

Figura 7: Fluxo luminoso de uma lâmpada.....................................................p.16

Figura 8: Iluminância de uma fonte de luz......................................................p.17

Figura 9: Luminância de uma superfície vista por um observador.................p.19

Figura 10: Luxímetro digital............................................................................p.19

Figura 11: Diagrama Isolux de uma Luminária para Iluminação Pública........p.21

Figura 22: Lâmpada Incandescente...............................................................p.23

Figura 13: Lâmpada Hálogena.......................................................................p.26

Figura 14: Lâmpada Fluorescente..................................................................p.31

Figura 15: Esquema de ligação de lâmpada fluorescente de catodo quente pré-


aquecido.........................................................................................................p.31
Figura 16: Esquema de ligação de lâmpada fluorescente de catodo quente e
partida rápida..................................................................................................p.32

Figura 17: Lâmpadas Fluorescentes compactas............................................p.33

Figura 18: Lâmpada a vapor de mercúrio de alta pressão.............................p.35

Figura 19: Lâmpadas de vapor metálico: revestida, com eletrodo auxiliar e com
tubo de descarga cerâmico.............................................................................p.37

Figura 20: Lâmpada Mista..............................................................................p.38

Figura 21: Lâmpadas a vapor de sódio de baixa pressão..............................p.40

Figura 22: Lâmpada a vapor de sódio de alta pressão...................................p.41

Figura 23: Luz emitida pelo LED.....................................................................p.44

Figura 24: Esboço da planta de recinto..........................................................p.46

Figura 25: Foto do laboratório de Alta Tensão...............................................p.46

Figura 26: Posições de medições de nível de iluminamento..........................p.47

Figura 27: Rotina do MATLAB utilizada para obter a curva isolux do recinto
estudado.........................................................................................................p.49

Figura 28: Curva isolux obtida........................................................................p.49

Figura 29: Simulação 3D da sala....................................................................p.50

Figura 30: Quantidade e característica das lâmpadas usadas.......................p.50

Figura 31: Fluxo luminoso e potência elétrica utilizada..................................p.51


Figura 32: Curva isolux vista de cima.............................................................p.51

Figura 33: Lâmpada utilizada no projeto de eficiência energética .................p.52

Figura 34: Novo fluxo luminoso e potência elétrica utilizada..........................p.52

Figura 35: Nova curva isolux vista de cima....................................................p.52


LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Faixa do comprimento de onda do espectro visível........................p.13

Tabela 2: Níveis de iluminância recomendados pela norma NBR 5413.........p.18

Tabela 3: Valores de iluminância da sala em estudo.....................................p.45

Tabela 4: Pontos “r” utilizados para o cálculo do iluminamento médio da


sala.................................................................................................................p.48

Tabela 5: Pontos “q” utilizados para o cálculo do iluminamento médio da


sala.................................................................................................................p.48

Tabela 6: Pontos “t” utilizados para o cálculo do iluminamento médio da


sala.................................................................................................................p.48

Tabela 7: Pontos “p” utilizados para o cálculo do iluminamento médio da


sala.................................................................................................................p.48
11

1. INTRODUÇÃO

O consumo de energia é um dos principais indicadores do


desenvolvimento econômico e do nível de qualidade de vida de qualquer
sociedade. Ele reflete tanto o ritmo de atividades dos setores industrial,
comercial e de serviço, quanto à capacidade da população para adquirir bens,
tais como eletrodomésticos e eletrônicos que utilizam energia elétrica.
O crescente consumo de energia elétrica possui aspectos negativos
como, o esgotamento dos recursos para produção de energia, impacto ao meio
ambiente produzido por essa atividade. Uma maneira de conter esta expansão
do consumo de energia elétrica, sem comprometer a qualidade de vida e
desenvolvimento econômico sustentável, tem sido o estimulo ao uso eficiente
desse insumo.
As práticas para estimular o uso eficiente da energia elétrica se dividem
em dois grupos principais: ações educativas da população e investimentos em
equipamentos e instalações, sendo comum a ação de uso de lâmpadas,
reatores e refletores eficientes para reduzir o consumo de energia elétrica.
O sistema de iluminação é responsável por 24% do consumo de energia
elétrica no setor residencial, 44% nos setores comerciais e serviços públicos,
2% no setor industrial e 17% de toda energia consumida no Brasil
Este trabalho teve por objetivo realizar estudos sobre a eficiência
energética relacionada com os sistemas de iluminação, por meio de um
levantamento dos principais tipos de lâmpadas utilizadas em sistemas de
iluminação residencial, comercial, industrial e componentes elétricos e
eletrônicos utilizados em sistemas de iluminação pública.
12

2. DEFINIÇÕES

Nesta seção faz-se uma seleção de termos e definições relacionadas


com a iluminação eficiente para melhor entendimento do assunto.

2.1. RADIAÇÃO SOLAR E ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO

Uma fonte de radiação emite ondas eletromagnéticas com diferentes


comprimentos de onda.
Para o estudo da iluminação, são importantes os comprimentos de onda
variando de 380 a 780 nanometros (nm), pois elas são capazes de estimular a
retina do olho humano. As radiações com comprimento de onda entre 100 e
380 nm são chamadas de radiação ultravioleta e entre 780 e 1000 nm são
chamadas de radiação infravermelho.

Figura 2_ espectro eletromagnético


Fonte: OSRAM – Manual Luminotécnico Prático, Brasil, 2007
13

Tabela 1_ faixa do comprimento de onda do espectro visível


Fonte: MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA – PROCEL/ELETROBRÁS, ”Conservação de
Energia, Eficiência Energética de Equipamentos e Instalações”, Brasil, 2006

Comprimento de onda Cor


De 380 a 436 nm Violeta
De 436 a 495 nm Azul
De 495 a 566 nm Verde
De 566 a 589 nm Amarelo
De 589 a 627 nm Laranja
De 627 a 780 nm Vermelho

2.2. ÁREA PROJETADA

A área projetada de uma luminária, numa dada direção, é a área de


projeção ortogonal da superfície luminosa, num plano perpendicular à direção
especifica.

Figura 2_ Área projetada de uma luminária


fonte: MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA – PROCEL/ELETROBRÁS, ”Conservação de
Energia, Eficiência Energética de Equipamentos e Instalações”, Brasil, 2006
14

2.3. CAMPO VISUAL

O campo visual do olho é a extensão angular do espaço no qual um


objeto pode ser percebido, é dado por: 50° para cima, 60° para baixo e 80°
horizontalmente para cada lado.

Figura 3_ Campo visual do olho


fonte: MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA – PROCEL/ELETROBRÁS, ”Conservação de
Energia, Eficiência Energética de Equipamentos e Instalações”, Brasil, 2006

2.4. CONTROLADOR DE LUZ

Controlador de luz é a parte da luminária projetada para modificar a


distribuição espacial do fluxo luminoso das lâmpadas. Ele pode ser do tipo
refletor, refrator, difusor, lente e colméia. O tipo de refletor irá influenciar no
rendimento do sistema de iluminação.

Figura 4_ Luminária com refletor


fonte: ELETROBRÁS/PROCEL EDUCAÇÃO, UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ –
UNIFEI, “Eficiência Energética: teoria & Prática’’, 1º Ed., Itajubá, 2007
15

2.5. DEPRECIAÇÃO DO FLUXO LUMINOSO

A depreciação do fluxo luminoso é a diminuição progressiva da


iluminância do sistema de iluminação devido ao acúmulo de poeira nas
lâmpadas e luminária, e, ao decréscimo do fluxo luminoso das lâmpadas. Na
figura 6 são apresentados os ganhos obtidos com a limpeza das lâmpadas e
luminárias.

Figura 5_ Efeito da depreciação, limpeza e reposição de lâmpadas na iluminância E, de uma


instalação de lâmpadas fluorescentes
fonte: MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA – PROCEL/ELETROBRÁS, ”Conservação de
Energia, Eficiência Energética de Equipamentos e Instalações”, Brasil, 2006

2.6. EFICIÊNCIA LUMINOSA (EL) DE UMA FONTE

A eficiência de cada tipo de lâmpada é obtida pelo quociente do fluxo


luminoso total emitido por uma fonte de luz em lúmens e a potência por ela
consumida em watts. Por exemplo, uma lâmpada incandescente de 100 W, que
produz um fluxo luminoso de 1.470 lúmens, apresenta uma EL de 14,7 lm/W.
16

Por outro lado, uma lâmpada fluorescente compacta de 23 W, que produz um


fluxo luminoso de 1500 lúmens, apresenta uma EL de 65,2 lm/W.

Figura 6_ Eficiência luminosa para alguns tipos de lâmpadas


fonte: OSRAM – Manual Luminotécnico Prático, Brasil, 2007

2.7. FLUXO LUMINOSO ( )

O fluxo luminoso é a radiação total da fonte luminosa entre os limites de


comprimento de onda entre 380 nm e 780 nm, de acordo com a sua ação sobre
um receptor seletivo. Unidade: lúmen – lm.

Figura 7_ Fluxo luminoso de uma lâmpada


Fonte: OSRAM – Manual Luminotécnico Prático, Brasil, 2007
17

2.8. ILUMINÂNCIA (E)

A iluminância é definida como sendo o fluxo luminoso incidente por


unidade de área iluminada, ou ainda, em um ponto de uma superfície, a
densidade superficial de fluxo recebido.

equação 2.1

A unidade de medida usual é o lux, definido como sendo a iluminância


de uma superfície plana, de área igual a 1 m², que recebe, na direção
perpendicular, um fluxo luminoso igual a 1 lm, uniformemente distribuído.

Figura 8_ Iluminância de uma fonte de luz


Fonte: ELETROBRÁS/PROCEL EDUCAÇÃO, UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ –
UNIFEI, “Eficiência Energética: teoria & Prática’’, 1º Ed., Itajubá, 2007

Considerando agora ambientes de trabalho, a iluminância é definida


como iluminância mínima no plano de trabalho, cujos valores recomendados
pela NBR 5413 estão apresentados na Tabela 2.
18

Tabela 2_ Níveis de iluminância recomendados pela norma NBR 5413


ATIVIDADE ILUMINÂNCIA (Lux)
Mínimo Maximo
Mínimo para ambientes de trabalho 150 ---
Tarefas visuais e variadas 250 500
Observações contínuas de detalhes médios e finos 500 1000
(trabalho normal)
Tarefas visuais continuas e precisas 1000 2000
Trabalho muito fino 2000 ---
(iluminação local, por exemplo, conserto de relógio)

Fonte: MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA – PROCEL/ELETROBRÁS, ”Conservação de


Energia, Eficiência Energética de Equipamentos e Instalações”, Brasil, 2006

2.9. ÍNDICE DE REPRODUÇÃO DE COR (IRC)

O IRC, no sistema internacional de medidas, é um numero de 0 a 100


que classifica qualidade relativa de reprodução de cor de uma fonte, quando
comparada com uma fonte padrão de referência da mesma temperatura de cor.
O IRC identifica a aparência como as cores dos objetos e pessoas serão
percebidas quando iluminados pela fonte de luz em questão. Assim, quanto
maior o IRC, melhor será o equilíbrio entre as cores.

2.10. LUMINÂNCIA (L)

A luminância de uma superfície é uma medida da luminosidade que um


observador percebe refletido nesta superfície. Unidade: candela por metro
quadrado – cd/m².
19

Figura 9_ luminância de uma superfície vista por um observador


Fonte: OSRAM – Apostila: Conceitos e Projetos, Brasil, 2008

2.11. LUXÍMETRO

O instrumento utilizado para medição de iluminâncias em ambientes com


iluminação natural e /ou artificial é o luxímetro, conforme ilustrado na Figura 10,
no caso um luxímetro digital.

Figura 10_ luxímetro digital


Fonte: MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA – PROCEL/ELETROBRÁS, ”Conservação de
Energia, Eficiência Energética de Equipamentos e Instalações”, Brasil, 2006
20

2.12. MORTALIDADE DE LÂMPADAS

Mortalidade de lâmpadas é o número de horas de funcionamento das


lâmpadas antes que certa percentagem delas deixe de funcionar. Essa
mortalidade depende do número de vezes que essas lâmpadas são acesas e
apagadas em um dia.

2.13. REATOR

O reator é um dispositivo que limita a corrente em uma lâmpada


fluorescente e também fornece a tensão adequada para dar partida à mesma.
Ele pode ser do tipo eletromagnético ou eletrônico, com partida rápida ou
convencional, e com alto ou baixo fator de potência. O tipo de reator utilizado
irá influenciar no consumo de energia.

2.14. DIAGRAMA DE ISOLUX

Uma curva de isolux é uma linha traçada em um plano, referida a um


sistema de coordenadas apropriadas, ligando pontos de uma mesma superfície
que tem iluminamento igual. Um diagrama de isolux é um conjunto de curvas
de isolux. Na Figura 11 é apresentado um diagrama de isolux.
21

Figura 11_ Diagrama Isolux de uma Luminária para Iluminação Pública


Fonte: Laboratório de Instalações Elétricas: GUIA EXPERIMENTAL DE FOTOMETRIA, 2008

2.15. TEMPARATURA DE COR

Segundo a Lei de Planck, um objeto muda de coloração em função de


sua temperatura. Uma peça de ferro não polido tem cor escura na temperatura
ambiente, mas será vermelha a 800 K, amarelada em 3.000 K. Sua cor será
cada vez mais clara até atingir seu ponto de fusão.
Pode-se então, estabelecer uma correlação entre a temperatura de uma
fonte luminosa e sua cor, cuja energia do espectro varia segundo a
temperatura de seu ponto de fusão. Uma lâmpada incandescente opera com
temperaturas entre 2.700 K e 3.100 K, dependendo do tipo de lâmpada a ser
escolhido.
A escolha de um determinado tipo de lâmpada deve basear-se na
temperatura da cor e no IRC. As cores neutras situam-se entre 3.000 K e 4.000
K, e as cores frias acima deste último valor. Cores quentes são empregadas
quando se deseja uma atmosfera íntima, sociável, pessoal e exclusiva
(residências, bares, restaurantes); as cores frias são usadas quando a
22

atmosfera deva ser formal, precisa, limpa (escritórios, recintos de fábricas,


salas de cirurgia).
Seguindo esta mesma linha de raciocínio, conclui-se que uma
iluminação usando cores quentes realça os vermelhos e seus derivados; ao
passo que as cores frias, os azuis e seus derivados próximos. As cores neutras
ficam entre as duas e são, em geral, empregadas em ambientes comerciais.

3. TIPOS DE LÂMPADAS

As lâmpadas comerciais utilizadas para iluminação podem ser


classificadas, de acordo com o seu mecanismo básico de produção de
luz em: lâmpadas incandescentes e lâmpadas de descarga.

3.1. LÂMPADAS INCANDESCENTES

As lâmpadas incandescentes constam basicamente de um filamento


espiralado, duas ou três vezes, que é levado à incandescência pela passagem
da corrente elétrica (efeito Joule). Sua oxidação é evitada pela presença de gás
inerte ou vácuo dentro o bulbo que contém o filamento.
Em 1879, Thomaz A. Edison realizou a primeira lâmpada incandescente
praticamente utilizável. O filamento era constituído por um fio de linha
carbonizada em um cadinho hermeticamente fechado. Conseguiam-se, assim,
lâmpadas cuja eficiência era de somente 1,4 lm/W.
As primeiras lâmpadas incandescentes industriais foram fabricadas em
1881, sendo seu filamento constituído de papel carbonizado. Nos anos
seguintes, o processo de fabricação do filamento foi sendo modificado, tendo
sido utilizada celulose carbonizada, o ósmio, o tântalo e o tungstênio.
23

Um grande passo tecnológico foi dado em 1911, com o desenvolvimento


da técnica da trefilação do tungstênio, o que permitiu a produção de filamentos
mais robustos e que podiam trabalhar em temperaturas mais elevadas.

3.1.1 Lâmpadas Incandescentes Comuns

A iluminação incandescente resulta da incandescência com a passagem


de uma corrente elétrica por um filamento de tungstênio enrolado em forma
espiralada.

3.1.1.1. Características Construtivas

Uma lâmpada incandescente é composta pelos seguintes elementos:

Figura 12_ Lâmpada Incandescente


Fonte: MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA – PROCEL/ELETROBRÁS,”Conservação de
Energia, Eficiência Energética de Equipamentos e Instalações”, Brasil, 2006

• Bulbo: Serve para isolar o filamento do meio externo, proteger o


conjunto interno, alterar a iluminância da fonte de luz e também como
decoração para o ambiente. Serve também para modificar a composição
espectral do fluxo luminoso produzido e alterar a distribuição fotométrica
de fluxo luminoso produzido. As lâmpadas incandescentes são
construídas normalmente de vidro-cal, tipo de vidro macio e em baixa
24

temperatura de amolecimento, de vidro boro-silicato, tipo duro que


resiste a altas temperaturas, ou ainda de vidro pirex que resiste a
choques térmicos.
• Filamento: para que o filamento possa emitir luz, eficientemente, deverá
possuir um elevado ponto de fusão e baixa evaporação. Os filamentos
são, atualmente, construídos de tungstênio trefilado, pois apresentam
um ponto de fusão de 3.655 K, além de possuírem uma boa resistência
mecânica e ductilidade. A fim de conseguirem menores dimensões e
maior eficiência das lâmpadas, utiliza-se o filamento em forma de
espiral, pois as perdas de calor são menores num filamento mais curto.
Consegue-se aumentar ainda mais a eficiência luminosa quando se
emprega um filamento em espiral dupla. Nessa nova forma, o filamento
tem apenas 1/25 do comprimento do fio esticado.
• Meio interno: para diminuir a evaporação e a oxidação do filamento das
lâmpadas incandescentes, antigamente, era feito o vácuo no interior
destas, ou seja, retirada de todo o oxigênio. Hoje, é utilizado como meio
interno uma mistura de argônio e nitrogênio e, em alguns casos,
criptônio, que cria certa pressão interna no bulbo, diminuindo a
vaporização do filamento e, sendo gases neutros, não se combinam com
o tungstênio, deixando de provocar oxidação. A pressão desses gases,
contudo, aumenta as perdas de calor por meio de conexão. Para
minimizá-las, o filamento é concentrado em espiral, apresentando desse
modo, maior aquecimento mútuo e menor área de contato com o gás
inerte. O criptônio tendo menor condutividade térmica e maior peso
molecular que o argônio, além de aumentar a eficiência luminosa, reduz
também a evaporação do filamento, sendo seu uso indicado em
lâmpadas especiais, quando se necessita eficiência e vida mais longa,
ainda que um custo mais elevado. Com sua utilização, conseguem-se
aumentos de 7 a 20 % na eficiência luminosa. Somente em lâmpadas
especiais onde se procura maior eficiência luminosa, ainda que em
detrimento de sua vida útil, continua-se a empregar lâmpadas a vácuo.
• Base: têm como função fixar a lâmpada mecanicamente ao seu suporte
e fazer a ligação elétrica desta com o seu circuito de alimentação. A
maior parte das lâmpadas usa a base de rosca tipo Edison, estas são
25

designadas pela letra E seguida de um número que indica


aproximadamente seu diâmetro externo em milímetros. As bases tipo
baioneta são indicadas quando se deseja uma fixação que resista a
vibrações intensas (lâmpadas para trens, automóveis, etc.) ou nos tipos
“focalizados”, onde a fonte de luz tenha uma posição precisa num
sistema óptico (projetores de cinemas, slides, etc.). Estas são
designadas pela letra B seguida de seu diâmetro em milímetros.

3.1.1.2. Principais características:

• Vida útil: 600 a 1000 horas;


• Eficiência luminosa média: 15 lúmens/watt;
• O rendimento cresce com a potência;
• A vida útil depende da tensão de alimentação;
• Para cada 10% de sobretensão, a vida útil reduz-se em 50%.

3.1.1.3. Aplicações

As lâmpadas incandescentes são muito utilizadas em iluminação


residencial e de pequenas áreas devido a sua baixa eficiência luminosa.
Existem alguns tipos de lâmpadas que são utilizadas para aplicações
específicas como, por exemplo, aparelhos domésticos, vitrines de amostra de
produtos, painéis de sinalizações e decorativos.
26

3.2. LÂMPADAS HALÓGENAS

Lâmpadas halógenas são também conhecidas como lâmpadas de


quartzo (Quartzline), de iodo ou iodina. Foram desenvolvidas na América do
Norte, a partir de 1959.
As lâmpadas halógenas pertençam à família das lâmpadas
incandescentes de construção especial, pois contêm halogênio dentro do
bulbo, adicionado ao gás criptônio, e funcionam sob o princípio de um ciclo
regenerativo que tem como funções evitar o escurecimento, aumentar a vida
útil e a eficiência luminosa da lâmpada.
Em uma lâmpada incandescente normal, a alta temperatura do filamento
causa evaporação das partículas de tungstênio, que se condensam nas
paredes internas do bulbo e causam seu escurecimento. Nas lâmpadas
halógenas, a temperatura do bulbo é suficientemente alta para evitar a
condensação do tungstênio evaporado.

Figura 13_ Lâmpada Hálogena


Fonte : MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA – PROCEL/ELETROBRÁS,”Conservação de
Energia, Eficiência Energética de Equipamentos e Instalações”, Brasil, 2006

A lâmpada halógena possui uma vida útil e uma eficiência luminosa um


pouco maiores do que a incandescente comum. Devido ao fato de
apresentarem um fluxo luminoso maior e uma melhor reprodução de cores,
suas aplicações são diversas, tais como: iluminação de fachadas, áreas de
lazer e de estacionamentos, artes gráficas, teatros e estúdios de TV, máquinas
fotocopiadoras, filmadoras, faróis de automóveis, entre outras.
Recomendam-se os seguintes cuidados em sua instalação:
• Não tocar o bulbo de quartzo com as mãos para evitar engordurá-lo;
• Caso necessário, limpar as manchas com álcool;
27

• Nas lâmpadas de maior potência, protegê-las individualmente por fusíveis,


pois, devido a suas reduzidas dimensões, no fim de sua vida, poderão
ocorrer arcos elétricos internos;
• Verificar a correta ventilação das bases e soquetes, pois temperaturas
elevadas poderão danificá-los e romper a selagem na entrada dos lides;
• Só instalar a lâmpada na posição para a qual foi projetada.

3.3. LÂMPADAS DE DESCARGA

Nas lâmpadas de descarga o fluxo luminoso é gerado direta ou


indiretamente pela passagem da corrente elétrica através de um gás, mistura
de gases ou vapores. As primeiras lâmpadas de descarga, chamadas de arco
voltaico, muito utilizadas na iluminação pública no início do século, hoje estão
com sua aplicação limitada aos aparelhos de projeção cinematográfica e
projetores de grande potência para aplicações especiais (Teatro, Artilharia,
etc.). Nelas a descarga elétrica se dá através do ar, sendo grande parte do
fluxo luminoso produzido pela incandescência dos seus eletrodos de carvão.

3.3.1. Funcionamento

Conforme apresentado anteriormente, em uma lâmpada incandescente,


a luz é produzida pelo aquecimento de um filamento. No caso de uma lâmpada
de descarga, a luz é produzida por uma descarga elétrica contínua em um gás
ou vapor ionizado, às vezes, combinado com fósforo depositado no bulbo que,
excitado pela radiação de descarga, provocam uma luminescência.
Uma lâmpada de descarga sempre funciona com equipamento auxiliar
(reator e em alguns casos um ignitor) ligado ao seu circuito elétrico. O reator
tem como função limitar a corrente da lâmpada e o ignitor ajudar a produzir a
tensão necessária para o inicio da descarga elétrica.
28

Após a ignição acontece à estabilização do gás, dependendo do tipo de


lâmpada, pode demorar mais ou menos tempo. Durante este tempo o fluxo
luminoso aumenta ate que a lâmpada atinja seu valor nominal.
As lâmpadas de descarga são divididas em lâmpadas de baixa e de alta
pressão sendo:
• Lâmpadas de alta pressão: Mercúrio, Sódio, Misto e Vapores
Metálicos;
• Lâmpadas de baixa pressão: Mercúrio (Fluorescente) e Sódio de
baixa pressão.

De uma maneira geral são utilizadas em iluminação residencial,


comercial e de grandes áreas.

3.3.2. Características construtivas

• Meio interno: as lâmpadas de descarga possuem, internamente, gases ou


vapores que podem variar de acordo com o tipo de lâmpada. Os gases
utilizados com maior freqüência são o argônio, o neônio, o xenônio, o hélio
ou o criptônio e os vapores de mercúrio e de sódio muitas vezes com
alguns aditivos. A pressão do gás ou vapor dentro do bulbo pode variar
desde fração de atmosfera até dezenas de atmosfera. Podem-se classificar
as lâmpadas como de baixa, média e alta pressão. As lâmpadas de neônio
(anúncios de gás de neônio) e as fluorescentes são lâmpadas de baixa
pressão. As lâmpadas de vapor de mercúrio e gás xenônio são de alta
pressão.
• Tubo de descarga: onde é feita a composição dos gases e vapores e onde
ocorre a descarga elétrica. Apresenta normalmente a forma tubular e é
constituído por materiais diferentes, conforme o tipo de lâmpada.
• Eletrodos: são normalmente feitos de tungstênio espiralado de forma
helicoidal, contendo um material emissivo (óxido de bário ou estrôncio) que
facilita a emissão dos elétrons. É fixada á base da lâmpada através de uma
29

ligação hermética (selo). Algumas lâmpadas possuem dois eletrodos


principais e um auxiliar, e outras, somente os dois principais. Em certas
lâmpadas os eletrodos são mantidos em baixa temperatura (lâmpada de
catodo frio), em outras, elas são aquecidas até a incandescência (lâmpadas
de catodo quente). Neste último caso, podem-se ter catodo com ou sem
pré-aquecimento.
• Bulbo: tem por função proteger o tubo de descarga, que é colocado em seu
interior, contra influências externas. O bulbo é preenchido por um gás inerte
(nitrogênio) ou opera a vácuo e, pode ser internamente coberto com uma
camada difusora ou de fósforo para melhorar a reprodução de cores, além
de servir para absorver a radiação ultravioleta emitida pelas lâmpadas. A
lâmpada fluorescente não possui bulbo externo, sendo que o próprio tubo
de descarga tem essa função. Nas lâmpadas de baixa pressão, em que os
bulbos funcionam em temperaturas reduzidas, estes são normalmente
construídos de vidro. Já as lâmpadas de alta pressão, funcionando em
elevadas temperaturas, exigem bulbos de quartzo e, em casos especiais,
de cerâmica transparente.

3.3.3. Vida das lâmpadas de descarga elétrica

É uma boa idéia diminuir o número de vezes que se acendem e se


apagam, em um dia, as lâmpadas de descarga elétrica. Quando se reduz o
número de partidas, aumenta a vida das lâmpadas. Isso se deve ao fato de
existir maior desgaste do material ativo dos eletrodos no momento da ignição e,
também, nesses momentos, a lâmpada fica sujeita às variações de tensão
elétrica, de temperatura e de pressão internas.
30

3.3.4. Reposição coletiva das lâmpadas

Nas grandes instalações, quase todas as lâmpadas são acesas e


apagadas no mesmo instante. Em tais casos, todas deveriam inutilizar ao
mesmo tempo e, portanto, seriam trocadas em uma só grande operação. Na
prática, contudo, elas vão se inutilizando segundo suas curvas de mortalidade.
Nesses casos, torna-se mais econômico repor todo um grupo de
lâmpadas ao mesmo tempo, ou seja, executar a reposição coletiva. Na
execução desde plano, escolhe se um ponto, por exemplo, 85% da vida
nominal, e todas as lâmpadas são repostas em uma mesma operação.
Outro processo de reposição em grupo é o seguinte: em lugar de
substituir todas as lâmpadas quando atingirem 85% da sua vida nominal leva-
se em consideração as substituições de lâmpadas que se inutilizam
prematuramente e, então, quando essas constituições tenham atingido 20%
das unidades instaladas é feita a reposição coletiva.
Com a utilização da manutenção coletiva, o emprego de pessoal bem
treinado e com equipamentos especialmente projetados para a tarefa,
consegue-se uma grande economia nos custos de reposição. Deve-se
combinar a reposição coletiva com a limpeza e manutenção periódica das
luminárias.

3.4. LÂMPADAS FLUORESCENTES

Lâmpadas de descarga de baixa pressão, o feixe luminoso é produzido


por substâncias fluorescentes que são ativadas pela energia ultravioleta
resultante da descarga no interior do bulbo. A lâmpada possui, normalmente, o
formato do bulbo tubular longo com um filamento em cada extremidade,
contendo vapor de mercúrio em baixa pressão com uma pequena quantidade
de gás inerte para facilitar a partida. O bulbo é recoberto internamente com um
pó fluorescente que, compostos, determinam a quantidade e a cor da luz
emitida.
31

Figura 14_ Lâmpada Fluorescente


Fonte : MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA – PROCEL/ELETROBRÁS,”Conservação de
Energia, Eficiência Energética de Equipamentos e Instalações”, Brasil, 2006

As lâmpadas fluorescentes podem ainda possuir os eletrodos (catodos)


quentes com ou sem pré-aquecimento ou frios. No caso da lâmpada com
catodo quente com pré- aquecimento, a lâmpada necessita de um reator e de
um “starter”. Na de catodo quente sem pré-aquecimento, é necessário apenas
um reator de construção especial. As de catodo frio também utilizam somente
um reator de construção especial.
O “starter” é um dispositivo que consiste em um pequeno bulbo de vidro
que contém em seu interior gás argônio ou neônio e dois eletrodos, sendo um
fixo e o outro numa lâmina bimetálica em forma de curva.
O reator é constituído por uma bobina de fio de cobre esmaltado e por
um núcleo de lâminas de material ferromagnético prensadas. Existem, hoje,
reatores eletrônicos mais modernos que proporcionam maior economia de
energia e menos manutenção, além de serem mais leves e de pequenas
dimensões. O esquema de ligação de uma lâmpada fluorescente de catodo
quente pré-aquecido é representado a seguir:

Figura 15_ Esquema de ligação de lâmpada fluorescente de catodo quente pré-aquecido


Fonte: MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA – PROCEL/ELETROBRÁS,”Conservação de
Energia, Eficiência Energética de Equipamentos e Instalações”, Brasil, 2006
32

As lâmpadas fluorescentes de cátodo quente e partida rápida diferem


das de cátodo quente com pré-aquecimento por terem eletrodos de construção
especial, que são aquecidos continuamente, desde a partida, por bobinas de
baixa tensão que são incorporados ao reator. Para possibilitar sua partida é
necessária uma fita de ignição externa à lâmpada, normalmente constituída
pela luminária metálica devidamente aterrada, por motivos de segurança.
O reator de construção especial funciona no período de partida como um
autotransformador, elevando a tensão da rede elétrica ate se iniciar o arco
elétrico no interior do bulbo.

Figura 16_ Esquema de ligação de lâmpada fluorescente de catodo quente e partida rápida
Fonte: MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA – PROCEL/ELETROBRÁS,”Conservação de
Energia, Eficiência Energética de Equipamentos e Instalações”, Brasil, 2006

3.4.1. Lâmpadas fluorescentes compactadas

As lâmpadas fluorescentes compactas foram desenvolvidas visando


obter a redução do consumo de energia elétrica quando estas substituem as
lâmpadas incandescentes comuns. São lâmpadas mais eficientes, pois
economizam até 80% de energia em relação às lâmpadas incandescentes, vida
longa (10.000 horas), ótimo índice de reprodução de cores (80%) e adaptável a
base comum (E-27), com potências que variam de 9 a 85W.
Exemplos: PL * Eletronic da Philips, Dulux da Osram.
São lâmpadas fluorescentes com tamanho reduzido, criadas para
substituir com vantagens as lâmpadas incandescentes em várias aplicações.
Elas tão disponíveis em várias formas e tamanhos, podendo vir com o conjunto
de controle incorporado ou não, e ainda com base tipo Edison (rosca) ou Pino.
33

Figura 17_ Lâmpadas Fluorescentes compactas


Fonte : MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA – PROCEL/ELETROBRÁS,”Conservação de
Energia, Eficiência Energética de Equipamentos e Instalações”, Brasil, 2006

3.4.1.1. Vida útil e eficiência luminosa

A eficiência luminosa de uma lâmpada fluorescente é maior em


comparação com as incandescentes, conforme mostram abaixo os cálculos
para lâmpadas incandescentes de 100 W e fluorescente compacta de 23 W,
que produzem respectivamente 1.470 e 1.520 lúmens:

-incandescente: 14,7 lm/W

- fluorescente compacta: lm/W

A vida útil das lâmpadas fluorescentes é considerada em função de seu


tipo, ou seja:

- lâmpadas de catodo quente = 7.500 a 20.000 horas


34

- lâmpadas compactas = 3.000 a 12.000 horas

3.4.1.2. Sistema fluorescente circular

Composto de uma lâmpada fluorescente circular e um adaptador para


soquetes comuns, também podendo substituir diretamente as lâmpadas
incandescentes em cozinhas, áreas de serviço, garagens, etc.
Tem vida útil menor do que as lâmpadas fluorescentes tubulares, em
média 3000 horas.

3.4.2. Lâmpadas fluorescentes tubulares

São as tradicionais lâmpadas fluorescentes de comprimentos diversos


que variam entre aproximadamente 400 mm a 2400 mm, a vida útil varia entre
7500 a 20000 horas, a potência varia de 15 a 110 W, tonalidades de cor
distintas e em dois diâmetros (26mm e 33,5mm) para operação em partida
rápida, convencional ou eletrônica. As lâmpadas fluorescentes da Série 80
apresentam IRC igual a 85, possibilitando muito boa reprodução de cores
sendo muito utilizadas em iluminação de grandes áreas como escritórios,
bancos, lojas, escolas, hospitais, hotéis, supermercados, etc.

3.5. LÂMPADAS A VAPOR DE MERCÚRIO DE ALTA PRESSÃO

Lâmpadas a vapor de mercúrio de alta pressão consta basicamente de


um bulbo de vidro duro, que contém em seu interior um tubo de descarga feito
de quartzo para suportar altas temperaturas. Possui em seu interior argônio e
mercúrio que, quando vaporizado, produzira o efeito luminoso. Em cada uma
de suas extremidades possui um eletrodo principal de tungstênio. Junto a um
35

dos eletrodos principais existe um eletrodo auxiliar ligado em série com um


resistor de partida que se localiza na parte externa do tubo de descarga.
No interior do bulbo externo é colocado gás inerte na pressão
atmosférica, para estabilizar a lâmpada mantendo-a numa temperatura
constante.

Figura 18_ Lâmpada a vapor de mercúrio de alta pressão


Fonte : MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA – PROCEL/ELETROBRÁS,”Conservação de
Energia, Eficiência Energética de Equipamentos e Instalações”, Brasil, 2006

A distribuição de cores na composição do espectro do fluxo luminoso


desta lâmpada é pobre (luz branca azulada com emissão na região visível nos
comprimentos de onda de amarelo, verde e azul, faltando o vermelho), porém,
o tubo de descarga emite uma quantidade considerável de energia ultravioleta.
Torna-se então necessário fazer uma correção de cor nesta lâmpada,
visando aumentar a cor vermelha. Isso é feito através da transformação da
radiação ultravioleta em luz vermelha, adicionando-se uma camada de fósforo
ao bulbo.

3.5.1. Vida útil e eficiência luminosa

A vida útil de uma lâmpada a vapor de mercúrio de alta pressão é


superior a 15.000 horas com 30% de depreciação do fluxo luminoso no
36

período, e sua eficiência luminosa pode ser calculada, por exemplo, para uma
lâmpada de 400 W que produz 22000 lúmens como:

lm/W

Comparando-a com as lâmpadas incandescentes a fluorescente do tipo


série SPX 27 que apresentam respectivamente uma eficiência luminosa de 15
e 66 lm / W, pode-se concluir que a fluorescente é que apresenta uma melhor
eficiência luminosa.
Estas lâmpadas devem ser instaladas em locais que possuam um pé
direito (altura) superior a 4 metros para não produzir ofuscamento para as
pessoas.

3.6. LÂMPADAS A VAPOR METÁLICO

Com a popularização das lâmpadas a vapor de mercúrio sob alta


pressão e aperfeiçoamento da tecnologia, surgiram as lâmpadas de vapor de
mercúrio com iodetos metálicos, ou simplesmente, as lâmpadas de vapor
metálico.
As lâmpadas de vapor metálico são semelhantes as lâmpadas de vapor
de mercúrio, com exceção da presença de iodetos metálicos, pelo seu maior
desempenho, e pela possibilidade de variação da coloração da lâmpada em
função da seleção dos iodetos metálicos presentes dentro do tubo de
descarga. Esta lâmpada possui um revestimento de alumina nas extremidades
do tubo de descarga, cujo objetivo é refletir o calor produzido pela descarga
para os eletrodos, impedindo a condensação dos iodetos no interior do tubo de
descarga da lâmpada.
A lâmpada de vapor metálico opera em conjunto com reator, que irá
produzir picos de alta tensão de até 5.000 volts para a ignição. Existem no
mercado versões que possuem eletrodo auxiliar tornando desnecessária a
geração de pulsos de alta tensão, ou ainda, modelo contendo um ignitor interno
tipo “starter”.
37

Figura 19_ Lâmpadas de vapor metálico: revestida, com eletrodo auxiliar e com tubo de
descarga cerâmico
Fonte: MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA – PROCEL/ELETROBRÁS,”Conservação de
Energia, Eficiência Energética de Equipamentos e Instalações”, Brasil, 2006

3.6.1. Vida útil e eficiência luminosa

A vida útil de uma lâmpada a vapor metálico esta na ordem de 15.000


horas com 30% de depreciação do fluxo luminoso no período, e sua eficiência
luminosa pode ser calculada, por exemplo, para uma lâmpada de 400 W que
produz 36000 lúmens como;

lm/W

Comparando-a com a lâmpada de vapor de mercúrio apresentada no


item anterior, que possui uma eficiência luminosa de 55 lm/W, pode-se concluir
que a vapor metálico apresenta uma melhor eficiência luminosa.
As lâmpadas de vapor metálicas possuem um grande número de
aplicações, a se destacar a iluminação de lojas de departamentos, estádios de
futebol, monumentos, industriais, iluminação residencial, e até para iluminação
automotiva, com as lâmpadas de xenônio, capazes de acender
instantaneamente.
38

3.7. LÂMPADAS MISTAS

Lâmpadas mista são idênticas às lâmpadas a vapor de mercúrio de alta


pressão, diferenciando-se apenas por possuírem um filamento montado ao
redor do tubo de descarga e ligado em série com este. O fluxo luminoso
produzido é composto de radiações azuladas provindas do arco elétrico, das
radiações amareladas do filamento incandescente e de radiações vermelhas da
camada de correção de cor.

Figura 20_ Lâmpada Mista


Fonte: MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA – PROCEL/ELETROBRÁS,”Conservação de
Energia, Eficiência Energética de Equipamentos e Instalações”, Brasil, 2006

Seu funcionamento é similar ao da lâmpada a vapor de mercúrio, porém,


a lâmpada mista não necessita de reator para funcionar, pois o filamento além
de emitir a energia luminosa, funciona também como elemento de estabilização
da lâmpada.
A luz produzida por essa lâmpada é de cor branca difusa, derivada da
lâmpada a vapor de mercúrio de alta pressão e da luz de cor quente da
incandescente, o que dá uma aparência agradável.
A única vantagem que poderiam apresentar, quando comparada com a
de vapor de mercúrio, seria um menor custo de instalação inicial, visto não
exigir o reator, e um elevado fator de potência.
39

3.7.1. Vida útil e eficiência luminosa

A vida útil de uma lâmpada mista é superior a 6.000 horas com 30% de
depreciação do fluxo luminoso no período e, sua eficiência luminosa pode ser
calculada para uma lâmpada de 250 W que produz 5500 lúmens como:

lm/W

Por apresentarem boa reprodução de cores podem ser usados em vias


públicas, jardins, praças, estacionamentos, comércio em geral e na
modernização de instalações feitas com lâmpadas incandescentes. Quanto à
altura de montagem tem a mesma restrição das lâmpadas a vapor de mercúrio
de alta pressão, ou seja, devem ser instaladas em locais onde o pé direito for
superior a 4 metros.

3.8. LÂMPADAS A VAPOR DE SÓDIO

As lâmpadas a vapor de sódio podem ser divididas em duas classes: as


de baixa pressão e as de alta pressão, conforme apresentados a seguir:

3.8.1. Lâmpadas a vapor de sódio de baixa pressão

Lâmpadas a vapor de sódio de baixa pressão consta de um tubo de


descarga de forma de U, com um eletrodo em cada extremidade, e cheios de
gás de argônio e neônio em baixa pressão para facilitar a partida, contendo
também sódio metálico que ira se vaporizar durante o funcionamento.
40

O conjunto é protegido por um invólucro de vidro tubular no qual existe


vácuo coberto por oxido de índio na superfície interna, que funciona como
refletor infravermelho, mantendo a parede do tubo de descarga na temperatura
de funcionamento apropriada (270ºC).

Figura 21_ Lâmpadas a vapor de sódio de baixa pressão


Fonte : MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA – PROCEL/ELETROBRÁS,”Conservação de
Energia, Eficiência Energética de Equipamentos e Instalações”, Brasil, 2006

A descarga elétrica na partida inicia-se com o gás neônio, que provoca a


produção de um pequeno fluxo luminosa de cor rosa e elevação da
temperatura, o que causa uma progressiva vaporização do sódio. A lâmpada
atinge sua condição normal de funcionamento em aproximadamente 15
minutos, produzindo um fluxo luminoso de cor amarela, devido à descarga no
vapor de sódio.
A vida útil de uma lâmpada a vapor de sódio de baixa pressão é superior
a 15.000 horas com depreciação de 30% do fluxo luminoso no período e sua
eficiência luminosa é da ordem de 200 lm/W, portanto, maior do que todas as
lâmpadas apresentadas anteriormente.
Devido ao fato de sua luz ser monocromática, sua aplicação fica limitada
a locais em que não é necessário um alto índice de reprodução de cores, ou
seja, auto-estradas, portos, pátios de manobras, entre outras.

3.8.2. Lâmpadas a vapor de sódio de alta pressão

Lâmpadas a vapor de sódio de alta pressão diferem das tradicionais


lâmpadas de vapor de sódio de baixa pressão pelo fato de o tubo de arco
41

trabalhar em pressão mais elevada. O formato das lâmpadas de vapor de sódio


é similar ao da lâmpada de vapor de mercúrio de alta pressão, diferenciando-se
apenas pelo formato do tubo de descarga, que é comprimido, estreito e feito de
oxido de alumínio sintetizado translúcido. O tubo de descarga é colocado
dentro de um bulbo externo onde é produzido o vácuo entre eles visando
diminuir a perda de calor externo, além de aumentar a pressão no tubo de
descarga e a eficiência luminosa da lâmpada.

Figura 22_ Lâmpada a vapor de sódio de alta pressão


Fonte : MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA – PROCEL/ELETROBRÁS,”Conservação de
Energia, Eficiência Energética de Equipamentos e Instalações”, Brasil, 2006

O funcionamento das lâmpadas a vapor de sódio de alta pressão é


similar ao das lâmpadas de descarga de modo genérico, frisando-se apenas
que esta necessita de tensões altas para a partida em função da geometria do
tudo de descarga e, portanto, é necessário o uso de ignitor.
Essas lâmpadas demoram cerca de 3 a 4 minutos para atingir seu brilho
máximo, e neste tempo, existem varias mudanças das cores emitidas devido à
composição dos gases internos, até chegar a sua cor branco-dourada.
A vida útil de uma lâmpada a vapor de sódio de alta pressão é superior a
24.000 horas com 25% de depreciação do fluxo luminoso no período e sua
eficiência luminosa é de ordem de 120 lm/ W, menor que sua similar de baixa
pressão.
Pelo fato de possuírem uma propriedade de cor mais agradável que as
lâmpadas de baixa pressão, encontram um número maior de aplicações, sendo
42

usadas em vias públicas ferrovias, áreas de estacionamento, e todo tipo de


iluminação externa, bem como em iluminação interna de indústrias.
Lâmpadas a vapor de sódio de alta pressão podem ser encontradas nas
versões com bulbo oval, no caso com camada difusora na parede interna ou
bulbo tubular de cor clara. Devem também ser instaladas em locais cujo pé
direito seja superior a 4 metros.

3.9. LÂMPADAS MULTI- VAPOR METÁLICO

Lâmpadas multi- vapor metálico são lâmpadas de vapor de mercúrio nas


quais se introduzem outros elementos (iodetos, brometos) em seu tubo de
descarga, de forma que o arco elétrico se realize numa atmosfera de vários
vapores misturados. Obtém-se assim maiores eficiências luminosas, até 90
lm/W e melhor composição espectral. São especialmente recomendadas
quando se quer ótima qualidade na reprodução de cores como em lojas,
shoppings, estádios, pistas de corrida.
O IRC varia entre 65 e 85, conforme tipo e potência, bem como a
temperatura de cor, que varia entre 3000K a 4900K.
Todas as lâmpadas a vapor metálico necessitam de um reator e de um
ignitor, os quais influenciam sua performance, ademais a tensão não deve
flutuar mais que ± 5% da tensão do reator.

3.10. LÂMPADAS DE LUZ NEGRA

Lâmpadas de luz negra são lâmpadas a vapor de mercúrio, diferindo


destas somente no vidro utilizado na confecção da ampola externa. Nesse
caso, utiliza-se o bulbo externo de vidro com óxido de níquel (vidro de “Wood”),
que sendo transparente ao ultra-violeta próximo absorve em grande parte o
fluxo luminoso produzido.
43

Lâmpadas de luz negra são usadas em exames de gemas e minerais,


apuração de fabricações, setores de correio, levantamento de impressões
digitais, na indústria alimentícia para verificar adulterações, etc.

4. NOVAS TECNOLOGIAS

Pesquisas recentes mostram que num futuro próximo, daqui a


aproximadamente 20 anos, as lâmpadas a LEDs poderão ser usados para
substituir todos os outros tipos de lâmpadas.

4.1. DIODOS EMISSORES DE LUZ (LEDs)

Os diodos emissores de luz (LEDs) são componentes semicondutores


que convertem corrente elétrica em luz visível. Com tamanho bastante
reduzido, o LED oferece vantagens através de seu desenvolvimento
tecnológico, tornando-o numa alternativa real na substituição das lâmpadas
convencionais. Diferentemente do que ocorre com a lâmpada incandescente,
que abrange todo o espectro de cores o LED é monocromático, gerando
apenas uma única cor, que depende do tipo de material utilizado, como por
exemplo, galênio, arsênio e fósforo.
Os LEDs estão disponíveis em encapsulamentos comerciais de 3 mm, 5
mm e 10 mm nas cores vermelho, verde, laranja, azul, branco entre outros. Os
LEDs de alto brilho mais encontrados no mercado são o azul, o branco, o
vermelho e o verde.
A eficiência do LED tem aumentado e atualmente, dependendo da cor
chega a 40 lm/W. Esta alta eficiência foi obtida devido às melhorias no
processo produtivo e ao avanço tecnológico.
A tecnologia LED está sendo produzida com custos cada vez menores e
está sendo utilizada em iluminação para diversas aplicações, como por
exemplo, sinalização e orientação (degraus e escadas), letreiros luminosos,
iluminação de piso, balizamento, etc.
44

Figura 23_ Luz emitida pelo LED


Fonte : MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA – PROCEL/ELETROBRÁS,”Conservação de
Energia, Eficiência Energética de Equipamentos e Instalações”, Brasil, 2006

Os LEDs apresentam alguns benefícios conforme listados a seguir:

• Longa durabilidade (pode-se obter até 100.000 horas de funcionamento);


• Alta eficiência luminosa;
• Variedade de cores;
• Dimensões reduzidas;
• Alta resistência a choques e vibrações;
• Não gera radiação ultravioleta e infravermelha;
• Baixo consumo de energia e pouca dissipação de calor;
• Redução nos gastos de manutenção, permitindo a sua utilização em
locais de difícil acesso;
• Possibilidade de utilização com sistemas fotovoltaicos em locais
isolados.

5. ESTUDO DE CASO

5.1. MEDIÇÃO DE ILUMINAMENTO DE INTERIORES

Um dos processos mais simples e utilizável em áreas regulares e que


conduz a resultados com erros inferiores a 10% é o recomendado pela ABNT
NBR 5382, de 1985 e Illuminating Engineering Society.
45

5.2. CÁLCULO ILUMINAMENTO MÉDIO

A princípio, divide-se a sala estudada em quadrados de


aproximadamente 0,40m. A sala em questão se encontra no Laboratório de
Alta Tensão (LAT) da Universidade Federal de Campina Grande. A distância de
aproximadamente 40 cm foi determinada, em razão da distância entre duas
cerâmicas subsequentes no piso do recinto. Tal distância atendeu a proposição
máxima estabelecida de 0,50m.
Utilizando o luxímetro medimos o iluminamento em cada ponto, os
valores encontram-se na Tabela 3.
Os pontos de iluminância zero indicados na Tabela 3 não indicam,
entretanto, a ausência de luz. Quando encontrava-se obstáculos que impediam
a realização das medidas, como bancadas e equipamentos elétricos de grande
porte, atribuía-se zero a seus respectivos valores de iluminância.

Tabela 3_ Valores de iluminância da sala em estudo


Valores de iluminamento encontrados
0 0 0 128 134 133 123 95
0 0 154 153 160 140 130 95
0 170 174 179 164 170 134 103
148 174 184 188 182 176 0 0
159 186 195 196 180 164 0 0
164 188 200 200 193 189 0 0
165 187 197 202 203 177 0 0
148 184 207 202 209 199 0 0
0 176 207 211 213 203 0 0
0 162 206 205 212 204 0 0
0 141 185 183 194 179 0 0
0 0 158 162 156 142 0 0

É importante observar a disposição das lâmpadas na sala, para que


desta forma possa-se inferir a que caso da resolução da ABNT se enquadra a
46

configuração. Isto é feito a partir do layout da sala, conforme a figura 25, cujo
ambiente é apresentado na figura 26.

Figura 24- Esboço da planta do recinto

Figura 25- Sala do laboratório de Alta Tensão – DEE/CEEI/UFCG.

O cálculo do iluminamento foi realizado segundo o item 4.4 descrito pela


norma ABNT NBR 5382 de 1985, que trata do iluminamento médio numa área
com duas ou mais filas contínuas de luminárias, como pode ser visto na figura
47

25. De acordo com a metodologia sugerida na citada norma, o luxímetro deverá


ser colocado:

1. Em quatro pontos “r” quaisquer, situados aproximadamente no centro


da sala;
2. Em dois pontos “q”, situados um em cada centro das partes laterais
da sala;
3. Em quatro pontos “t”, sendo dois em cada uma das áreas
elementares aproximadamente centrais dos outros dois lados da
sala;
4. Em dois pontos “p”, centro das duas áreas elementares situadas em
cantos opostos da sala.

Figura 26- Posições de medições de nível de iluminamento

O iluminamento médio para o quarto caso deverá ser calculado pela


fórmula:

equação 5.1

Em que R é a média dos iluminamentos medidos nos quatro pontos “r”;


N, o número de luminárias por fila; M, o número de filas; Q, a média dos
iluminamentos medidos nos dois pontos “q”; T, a média dos iluminamentos
medidos nos dois pontos “t”; e P, a média dos iluminamentos medidos nos
pontos “p”.
Os valores utilizados estão presentes na Tabela 4, 5, 6 e 7.
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Tabela 4- Pontos “r” utilizados para o cálculo do iluminamento médio da sala.


R1 R2 R3 R4 R
200 193 197 203 198,25

Tabela 5- Pontos “q” utilizados para o cálculo do iluminamento médio da sala.


Q1 Q2 Q
128 162 145

Tabela 6- Pontos “t” utilizados para o cálculo do iluminamento médio da sala.


T1 T2 T3 T4 T
95 148 159 103 126,25

Tabela 7 Pontos “p” utilizados para o cálculo do iluminamento médio da sala.


P1 P2 P
141 95 118

Sendo o número de luminárias por fila (N) igual a 2 e o número de filas


(M) também igual a 2, o iluminamento médio será:

lux

A norma NBR 5413 define que o iluminamento para laboratórios de uso


geral, classifica-se em: baixo, médio e alto, cujos valores são respectivamente:
150, 200 e 300 lux.
Conclui-se, então, que o ambiente em estudo está de acordo com a
norma.
Tomando a média de todos os pontos da tabela 2, o valor encontrado
será 160,80 lux. Comparando com o valor obtido anteriormente pela norma
NBR 5413 (L = 153,13 lux), vê-se que o processo recomendado pela ABNT,
conduz a resultados aceitáveis, com erro inferior a 10%.
49

5.3. CÁLCULO DA CURVA ISOLUX

Utilizando o software MATLAB foi criado uma rotina para o cálculo e


desenho das curvas isolux.
A rotina encontra-se descrito na figura 27 e a curva isolux na figura 28.

Figura 27_ Rotina do MATLAB utilizada para obter a curva isolux do recinto estudado

Figura 28_Curva isolux obtida


50

5.4. DIALUX

Outra maneira de medir o iluminamento da sala é usando o software


Dialux. Com esse programa, foi feito uma simulação do ambiente em 3D,
conforme ilustrado na figura 29.

Figura 29_ Simulação 3D da sala

Ao final da simulação o programa gera um documento contendo vários


dados acerca do projeto, como quantidade e características das lâmpadas
usadas, figura 30, fluxo luminoso total e potência elétrica utilizada, figura 31,
curva isolux, figura 32, etc.

Figura 30_ Quantidade e característica das lâmpadas usadas


51

Figura 31_ Fluxo luminoso e potência elétrica utilizada

Figura 32_ Curva isolux vista de cima

Não foi possível na simulação utilizar o mesmo tipo de lâmpada


encontrado no laboratório, pela mesma não constar no catálogo que a
fabricante dispõe para o dialux. Então, procurou-se utilizar uma que tivesse
potência elétrica e fluxo luminoso semelhantes com a lâmpada original.
Outro problema encontrado foram as unidades utilizadas pelo software.
Na figura 32, a curva de isolux utiliza candela por pé (“footcandle”). Uma
candela por pé equivale a 10,76 lux, o que daria algo próximo ao que foi
encontrado utilizando o luxímetro.
Observa-se, também, que na bancada ao lado da janela tem incidência
de luz insuficiente para as atividades lá realizadas.
Usando o Dialux não foi considerado o fluxo luminoso que passa pela
janela, porque as medidas do iluminamento com o luxímetro foram coletadas
em horário noturno, tornando assim a simulação mais real.
52

6. PROJETO DE EFICÊNCIA ENERGÉTICA PARA SALA

Foi usada uma lâmpada com refletor de menor potência elétrica, tendo
como objetivo iluminar a sala mais igualitariamente e economizar energia
elétrica. A nova lâmpada utilizada, apresentada na figura 33, obteve como
resultado os dados encontrados na figura 34.

Figura 33_ Lâmpada utilizada no projeto de eficiência energética

Figura 34_Novo fluxo luminoso e potência elétrica utilizada.

Figura 35_ Nova curva isolux vista de cima


53

Comparando os dados apresentados com o projeto original, houve uma


redução de 11,11% no consumo de energia elétrica além de uma melhor
distribuição da iluminância.
Há uma maior incidência de luminosidade sobre as bancadas, local onde
os experimentos acontecem.

7. CERTIFICADOS

O certificado é mais uma ferramenta para saber se o produto adquirido é


de qualidade ou não.
Alguns certificados que podem ser encontrados quando se adquire
alguns tipos de lâmpadas:

7.1 PROCEL

Programa do Governo Federal voltado para o Combate ao Desperdício


de Energia Elétrica.
Instituído em dezembro de 1985 e implantado no ano seguinte, o
PROCEL é coordenado pelo Ministério das Minas e Energia, cabendo à
Eletrobrás o controle de sua execução. Seu principal objetivo é combater o
desperdício de energia elétrica, tanto no lado da produção quanto no consumo,
concorrendo para a melhoria da qualidade de produtos e serviços, reduzindo os
impactos ambientais e promovendo a criação de empregos.
Adquirindo produtos com o selo “Procel”, além de estar diminuindo o
consumo, o cliente estará também lutando contra o desperdício de energia
elétrica sem perder a eficiência e qualidade dos serviços.
54

7.2 INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E


QUALIDADE INDUSTRIAL (Inmetro)

Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial -


Inmetro - é uma autarquia federal, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior. Criado juntamente com o Sinmetro (Sistema
Nacional de Metrologia) e o Conmetro (Conselho Nacional de Metrologia) para
substituir o então Instituto Nacional de Pesos e Medidas (INPM) e ampliar o
seu raio de atuação a serviço da sociedade brasileira.
Dentre as suas principais atribuições, destacam-se o Gerenciamento dos
Sistemas Brasileiros de Credenciamento de Laboratórios de Calibração,
Ensaios, Organismos de Certificação e de Inspeção, Fiscalização e Verificação
dos Instrumentos de medição, Supervisão de Emissão de Regulamentos
Técnicos no âmbito governamental, entre outras.

7.3 ISO 9000

ISO 9000 é o conjunto de Normas Internacionais que engloba a existência


de um sistema de garantia da qualidade implementado na empresa, verificando
os requisitos da norma com a realidade encontrada. A ISO 9000 é composta
por cinco outras normas (ISO 9000 a ISO 9004). Além destas, existem a ISO
8402 (Conceitos e Terminologia da Qualidade), ISO 10011 (Diretrizes para
Auditoria de Sistemas da Qualidade), ISO 14000 (Gestão Ambiental) e outras
referentes à Certificação e Registros de Sistemas da Qualidade.
55

8. CONCLUSÃO

Neste trabalho foram apresentadas as principais definições relacionadas


à iluminação eficiente, bem como, os principias tipos de lâmpadas, suas
características, funcionamento e melhores aplicações.
Em termos práticos, foi realizado um estudo de caso de uma sala
localizada no laboratório de Alta Tensão da Universidade Federal de Campina
Grande, com o objetivo de propor melhoria na iluminação do citado ambiente.
Para medir seu iluminamento utilizou-se um luxímetro digital. Verificou-
se que a curva de isolux obtida nesta sala apresenta a concentração do fluxo
luminoso no centro da mesma, sendo a área de maior utilização dessa sala, as
bancadas, onde ocorre os experimentos, com iluminação ineficiente.
No projeto de eficiência energética realizado teve por objetivo aumentar
o fluxo luminoso nas bancadas e diminuir o consumo de energia elétrica.
Foi utilizado o software Dialux para se obter a simulação do novo
projeto, usando uma lâmpada com maior eficiência energética quando
comparado com a existente na sala.
Alguns problemas foram encontrados no novo projeto. A lâmpada
utilizada não foi a mesma que se encontra presente na sala, pois esta não
consta no catálogo que o fabricante dispõe para o Dialux e as unidades usadas
no programa, candela por pé, não é o padrão recomendado pela ABNT.
Como o Dialux é um programa de simulação de ambiente seus valores
não são tão confiáveis como os valores encontrados usando o luxímetro, mas o
estudo serviu para se ter uma noção da eficiência energética que seria obtida,
caso fosse utilizado outro tipo de lâmpada com maior eficiência luminosa.
Conclui-se que o estudo do sistema de iluminação é importante para
saber como melhor aproveitar cada tipo de lâmpadas em diferentes ambientes,
e que é possível obter uma eficiência luminosa como parte de um projeto mais
abrangente de eficiência energética.
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9. BIBLIOGRAFIA

AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA-ANEEL, “Atlas de Energia


Elétrica do Brasil”, 3º Ed.,Brasília, 2008.

ARRUDA, P. R. ”Iluminação e Instalações Elétricas”, 2º Ed., São Paulo:


Discubra, 2000.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR-5382 –


Verificação de iluminância de interiores. Rio de Janeiro, 1985.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR-5413 –


Iluminância de Interiores. Rio de Janeiro, 1992.

ELETROBRÁS/PROCEL EDUCAÇÃO, UNIVERSIDADE FEDERAL DE


ITAJUBÁ – UNIFEI, “Eficiência Energética: teoria & Prática’’, 1º Ed., Itajubá,
2007

Laboratório de Instalações Elétricas: GUIA EXPERIMENTAL DE


FOTOMETRIA, 2008

MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA – PROCEL/ELETROBRÁS,


“Conservação de Energia, Eficiência Energética de Equipamentos e
Instalações”, Brasil, 2006.

MOREIRA, V. A., “Iluminação e Fotometria”, 2º Ed., São Paulo: Edgard


Blucher Ltda, 1999.

OSRAM – Apostila: Conceitos e Projetos, Brasil, 2008.

OSRAM. Manual Luminotécnico Prático. 2000.

PHILIPS ILUMINAÇÃO - Guia de Iluminação, Brasil, 2007.


57

PHILIPS. Iluminação – Noções Básicas de Iluminação. Informação de produto


– Informação de Aplicação.

Vinícius de Araújo Moreira, Iluminação e Fotometria – teoria e aplicação,


Edgard Blucher ltda, 1987.

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