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ANTIDIABÉTICAS
Coordenador:
Luiz Antonio Ranzeiro de Bragança
Mestre em Endocrinologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Professor assistente de Farmacologia do Departamento de Fisiologia da Universi-
dade Federal Fluminense (UFF). Fundador do Laboratório de Etnofarmacologia
e Produtos Naturais do Instituto Biomédico da UFF, onde vem desenvolvendo
pesquisas sobre plantas medicinais úteis no tratamento de doenças endócrinas e
metabólicas. Subchefe do Departamento de Fisiologia.
Colaboradores:
Marília Martins Guimarães, doutora em Endocrinologia, é professora e coor-
denadora adjunta do curso de pós-graduação em Endocrinologia da Universidade
Federal do Rio de Janeiro.
Plantas Medicinais
Antidiabéticas
uma abordagem multidisciplinar
Direitos desta edição reservados à EDUFF - Editora da Universidade Federal F luminense - Rua
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É proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem autorização expressa da Editora.
Catalogação-na-fonte
P713 Plantas medicinais antidiabéticasi:iuma abordagem multidisciplinar.
Luiz Antonio Ranzeiro de Bragança, coordenador. — Niterói : EDUFF,
1996.
300 p. ; 21 cm.
Bibliografia : p. 285
ISBN 85-228-0168-1
1. Plantas medicinais. I. Bragança, Luiz Antonio Ranzeiro, coord.
CDD 633.88
Prefácio ......................................................................................7
Apresentação .............................................................................9
Luiz Antonio Ranzeiro de Bragança
1 Plantas medicinais: conceitos e benefícios .....................15.
Luiz Antonio Ranzeiro de Bragança
2 Considerações sobre o histórico dos medicamentos e
plantas medicinais ........................................................27.
Fernando Cesar Ranzeiro de Bragança
3 Aspectos botânicos ...........................................................53.
Paulo Cesar Ayres Fevereiro
4 Diabetes mellitus: diagnóstico
e recursos terapêuticos ................................................69
Luiz Antonio Ranzeiro de Bragança e
Marília Martins Guimarães
5 Aspectos gerais no preparo e controle de qualidade
de plantas e fitoterápicos hipoglicemiantes .............103
Paulo José Sixel
6 Estudos etnofarmacológicos com plantas
medicinais e antidiabéticas .......................................123.
Fernando Cesar Ranzeiro de Bragança e
Luiz Antonio Ranzeiro de Bragança
7 Plantas brasileiras usadas no tratamento
do diabetes ..................................................................143.
Luiz Antonio Ranzeiro de Bragança
8 Plantas antidiabéticas no mundo ..................................181.
Luiz Antonio Ranzeiro de Bragança
9 Estudos farmacológicos de plantas antidiabéticas ......215.
Luiz Antonio Ranzeiro de Bragança
10 Fitoquímica e mecanismo de ação das plantas
antidiabéticas .............................................................241.
Luiz Antonio Ranzeiro de Bragança
11 Considerações finais .. .....................................................261.
Luiz Antonio Ranzeiro de Bragança
Sumário de estudos científicos
com plantas antidiabéticas ............................................273
Referências bibliográficas ....................................................285
Lista de Abreviaturas
utilizadas
1 Conceitos gerais
2 a fitoterapia no brasil
do século xvi ao xviii
Num país como o nosso, onde a flora medicinal é tão rica, a pro-
dução de medicamentos a baixo custo constituiria uma grande
vantagem econômica. (Peigen, 1981) Características como
eficácia na ação terapêutica e baixa toxicidade tornaram as plantas
medicinais e suas preparações amplamente aceitas. Assim, elas
não apenas exercem um papel importante nos serviços de saúde
pública, como também oferecem embasamento para a busca de
novas drogas, através da pesquisa científica moderna.
Acredita-se que o Brasil disponha de 60 a 250 mil espécies vegetais
superiores, das quais a absoluta maioria ainda não foi objeto de
descrição científica. Embora 40% delas devam conter propriedades
terapêuticas, o país gasta entre 2 a 3 bilhões de dólares, por ano, na
importação das matérias-primas de 90% dos remédios sintéticos
que a população consome. (Oliveira et al., 1992) O número de
espécies botânicas nativas no país, de acordo com Barreiro (1981,
p. 53), situa-se em torno de 120 mil. Porém, o desenvolvimento
da fitoquímica brasileira é tido como recente, apesar de diversas
espécies de nossa flora encontrarem “aplicações terapêuticas na
medicina tradicional”.
Na leitura de Farnsworth (1984), calcula-se que existam de 250 a
750 mil espécies de vegetais superiores. Cerca de 10% estariam
sendo utilizadas na medicina tradicional. Até o ano daquela publi-
cação, havia trabalhos científicos reconhecendo valor terapêutico
em cerca de 1% (de 250 a 750) das espécies c onhecidas.
Na primeira edição da Farmacopéia Brasileira – tratado que contém
a relação oficial dos fármacos (do grego phármakon, ‘medicamen-
to, substância, preparado ou matéria-prima com ação terapêutica’),
em 1929, as plantas eram a fonte, quase exclusiva, da maioria dos
itens. Na edição de 1976, pouco mais de 20 fármacos ativos não
eram químicos. O Brasil produzia 294 e importava os demais,
que se transformavam em cerca de 14 mil marcas de remédios.
Secagem
Identificação botânica
Biodiversidade
Plantas Medicinais
Plantas antidiabéticas
A respeito da listagem (na página 275 deste livro) das plantas anti-
diabéticas que já foram estudadas no mundo, podemos afirmar que:
1º parece não existir nenhuma ligação entre o efeito hipoglicemi
ante e um grupo taxinômico que seja relevante com essa ação;
2º muitas das plantas citadas são cultivadas e há muito tempo
conhecidas pelo homem;
3º também é grande o número de espécies citadas como hipogli
cemiantes que apresentam outras características terapêuticas
(Provérbio russo)
Diagnóstico e Epidemiologia
1 Dieta
2 Exercícios
4.1 Sulfoniluréias
1. gravidez e lactação;
2. alergia prévia a uma sulfonamida;
3. insuficiência renal;
4. insuficiência hepática;
5. hipersensibilidade aos SU; e
6. contra-indicações relativas: cirurgia, intercorrências clínicas
de maior gravidade etc.
1. Gravidez e lactação;
2. Insuficiência renal orgânica ou funcional, inclusive casos le-
ves (creatinina sérica ³ 1,5 mg/dl em adultos, ou ainda menor
conforme a idade e a massa muscular);
3. Enfermidades agudas que representem risco de alteração da
função renal: desidratação (diarréias e vômitos), febre, estados
1. transtornos gastrointestinais;
2. meteorismo, flatulência, distensão abdominal;
3. diarréia;
4. elevação das enzimas hepáticas em doses superiores a 600mg/
dia;
5. anemia.
Os distúrbios gastrointestinais acima descritos são causados pela
fermentação intestinal de carbohidratos não absorvidos e podem
ser minimizados com o tempo de uso ou iniciando-se o tratamento
com doses baixas. As manifestações sistêmicas são raras (BAL-
FOUR, McTAVISH, 1993). A redução da ingesta de carbohidratos
parece atenuar a severidade dos efeitos adversos gastrointestinais
da acarbose, pois depende da quantidade de CH presente na ali-
mentação (MOORADIAN, 1996).
Na eventualidade da ocorrência de hipoglicemia, em paciente
1. gravidez;
2. lactação;
3. transtornos crônicos da digestão e absorção intestinal;
4. úlceras de instestino grosso.
1 Complicações agudas
2 Complicações Crônicas
2.1 Angiopatia
2.2 Retinopatia
2.3 Nefropatia
2.4 Neuropatia
Introdução
Variações Qualitativas
Preparações
Conclusões
ETNOFARMACOLOGIA
Aspectos antropológicos devem ser considerados e melhor conhe-
cidos a partir do estudo de plantas medicinais. É interessante obser-
var que, tradicionalmente, um significativo número de pessoas, faz
uso de plantas como terapêutica alternativa e complementar. Não
apenas no diabetes, mas para um bom número de doenças, existe
um elenco de plantas que, na sua maioria, não recebeu confirmação
científica de suas ações e efeitos. Mesmo sem haver informações
objetivas e seguras determinando se os vegetais são recursos
eficazes, aumenta o número de pessoas submetidas a tratamentos
com plantas medicinais, possivelmente de forma indiscriminada.
No exercício da Medicina, com freqüência, o médico é surpreen-
dido com perguntas acerca da eficácia de determinados vegetais,
cujas indicações, nomenclatura e características apresentam va-
riações impressionantes.
Inicialmente motivo de curiosidade, o uso de espécies botânicas,
vêm sendo, ao longo dos anos, objeto de estudos e levantamentos
bibliográficos. Acredita-se que boa parte das plantas empregadas
com fins medicinais pode ainda não estar registrada nos compên-
dios de terapêutica e farmacologia, mas se encontra viva nas flo-
restas e hortas, nos campos e jardins, conhecidas e experimentadas
pela população, com suas ‘farmácias caseiras’.
A medicina caseira ou popular não contradiz a oficial, na medida
em que não corresponde a uma alternativa excludente, na maioria
dos casos, mas apenas atua como um reconhecido complemento
terapêutico. (BRAGANÇA,F., 1995)
A abrangência do ESTUDO
etnofarmacológico
Friedrich Tobler
NOTAS DE FITOTERAPIA
BARDANA
CAJUEIRO
*
Não encontrado nas fontes pesquisadas.
CARQUEJA
DENTE-DE-LEÃO
ESTÉVIA
*
Não encontrado nas fontes pesquisadas.
*
Não encontrado nas fontes pesquisadas.
GRAVIOLA
JAMBO
*
Não encontrado nas fontes pesquisadas.
JUCÁ (PAU-FERRO)
MELÃO-DE-SÃO-CAETANO
PATA-DE-VACA
PEDRA-HUME-CAÁ
QUIXABEIRA
*
Não encontrado nas fontes pesquisadas.
*
Não encontrado nas fontes pesquisadas.
2 Ensaios clínicos
3 Planejamento racional
ESTUDOS FARMACOLÓGICOS
COM PLANTAS ANTIDIABÉTICAS
Modelos pré-clínicos e clínicos sugeridos pela CEME
ESTUDOS CLÍNICOS
COM PLANTAS ANTIDIABÉTICAS
ESTUDOS DE TOXICIDADE
2. Toxicidade subaguda
Esse estudo tem como objetivo observa os efeitos de doses múlti-
plas, em duas espécies animais em três doses, sendo especialmente
importante na análise de medicamentos destinados ao uso prolon-
gado – crônico – em seres humanos. Pode haver necessidade de
cerca de 6 meses antes do ensaio clínico. Quanto mais demorada
for a previsão de tempo para este último, maior deve ser a duração
dos testes subagudos.
Nesta etapa são utilizados estudos de sangue (bioquímica, hemato-
logia etc.), da urina e de tecidos (histologia, autópsia e microscopia
eletrônica) na busca de órgãos-alvo de toxicidade.
3. Toxicidade crônica
Durante o período de um a dois anos, os animais são submetidos,
diariamente, ao medicamento para se identificar, por meio dos
testes descritos acima, quais os órgãos susceptíveis à toxicidade
da nova droga. Pelo menos duas espécies de animais devem ser
usadas – uma roedora e outra não roedora –, devendo ser acom-
panhados regularmente os seguintes parâmetros:
aparência e comportamento;
ganho ou perda de peso;
consumo de água e alimento;
alterações oculares;
5. Potencial carcinogênico:
Avalia, por dois anos, em duas espécies animais, a possível capa-
cidade do medicamento induzir câncer. São realizados estudos de
hematologia, histologia e autópsia.
6. Potencial mutagênico:
Analisa o efeito da droga sobre a estabilidade genética das bactérias
(teste de Ames) ou das células cultivadas de mamíferos.
Outras medidas de investigação incluem a dose sem efeito, a dose
limite onde determinado efeito tóxico não é observado; a dose letal
mínima, a menor dose capaz de provocar a morte para qualquer
animal. A DL50 é empregada para comparar as toxicidades dos
compostos em relação as doses terapêuticas. As “doses” descritas
acima são úteis para o cálculo das doses iniciais a serem testadas
em humanos. (Berkovitz, Katzung, 1994)
ESTUDOS TOXICOLÓGICOS
RECOMENDADOS PELA CEME
CONSIDERAÇÕES GERAIS
SOBRE EXPERIMENTOS TOXICOLÓGICOS:
ESPÉCIE ANIMAL:
As diferentes espécies animais devem pertencer a linhagens bem
definidas, não devem ser utilizadas linhagens com propriedades
genéticas especiais.
ESPÉCIE ANIMAL:
2 ou 3, sendo 1 de não-roedor.
SEXO E NÚMERO DE ANIMAIS:
10 machos e 10 fêmeas (roedores);
3 machos e 3 fêmeas (não roedores).
IDADE:
Animais adultos ou também recém-nascidos, quando o composto
tem sua utilização proposta para o período perinatal.
VIA DE ADMINISTRAÇÃO:
Usar aquela proposta para uso no homem e, em uma das espécies,
uma outra via.
PERÍODO DE OBSERVAÇÃO:
Acima do período durante o qual os sintomas aparecem ou são
esperados. Pelo menos uma semana.
ESTUDOS TOXICOLÓGICOS
EM VOLUNTÁRIOS NORMAIS
Ações periféricas
Efeito de proteção
ou regeneração da célula beta
Fornecimento de nutrientes