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Aprovada por:
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Prof. Roberto Quental Coutinho, D.Sc.
__________________________________________
Prof. Orencio Monje Vilar, D.Sc.
__________________________________________
Prof. Silvio Romero de Melo Ferreira, D.Sc.
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Prof. Francisco de Rezende Lopes, D.Sc.
__________________________________________
Prof. Fernando Artur Brasil Danziger, D.Sc.
__________________________________________
Prof. Márcio de Souza Soares de Almeida, Ph.D.
DEDICATÓRIA
A Deus;
meus irmãos.
iv
AGRADECIMENTOS
Aos meus familiares pelo amor, paciência e apoio que sempre me dedicaram.
Aos professores Willy Alvarenga Lacerda e Roberto Quental Coutinho pelo estímulo,
amizade e orientação.
Ao CNPq pelo suporte financeiro através da bolsa de estudo e pelo projeto PRONEX,
imprescindíveis durante a realização deste trabalho.
Aos técnicos Francisco, Severino, Antônio Brito e João Telles do Laboratório de Solos
da UFPE pela ajuda nas atividades de campo e de laboratório.
Aos alunos de Iniciação Científica pelo apoio operacional, em especial Rafael Galvão.
Aos meus amigos do GEGEP/UFPE Joaquim, Sarita, Leonardo, Alan, Everaldo e Ana
Patrícia pela excelente convivência, especialmente, a Karina Dourado, Marília, Kalinny,
Isabela e Gustavo pela “Força Tarefa” montada na etapa final deste trabalho.
v
Aos amigos da República, Francisco Abreu, Roberto Gimarães, Carlos Carrilo, Patrício
Junqueira e Dona Luzmar pelo apoio recebido durante minha estadia no Rio.
Aos meus amigos Sílvia e Marcos Massao, o qual, apesar da distância, sempre
contribuiu com referências bibliográficas e com valiosas sugestões no meu trabalho.
Resumo da Tese apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessário para
a obtenção do grau de Doutor em Ciências (D.Sc).
Agosto/2004
August/2004
This thesis presents a study including in situ and laboratory testings aiming: to
evaluate the variation on behavior of an unsaturated soil with potential of collapse, due
to wetting; to discuss the procedures to identification of a collapsible regional soil; and
to evaluate predictions methods of collapse settlements of superficial foundation. The
studied area is an agricultural school located in Petrolândia city in site of collapsible
soils. In the field were performed many activities including SPT-T, in situ permeability
test, soil sampling, in situ permeability tests, soil sampling, in situ collapse testings
using a plate with a diameter of 0.80 m and the “down hole collapse test
(Expansecollapsometer)” . In the laboratory were performed characterization tests,
mineralogy studies, soil-water characteristic curve (SWCC), and conventional and
suction controlled collapse tests. The results of the investigation (research) showed the
presence of a layer with higher potential to collapse, which can justify the damages
observed in the buildings. The in situ collapse testings results showed that the collapse
settlements basically occurred in the halph upper part of the stress bulb. The equipment
Expasecollapsometer showed a single, economical and useful way as an identification
method and to provide parameters to collapse settlement predictions.
viii
ÍNDICE
CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO 1
I.1 CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES 1
I.2 OBJETIVOS 3
I.3 ORGANIZAÇÃO DOS CAPÍTULOS DA TESE 4
LISTA DE FIGURAS
COLAPSÍVEL
Figura II.17 Perfis de umidade para dois solos típicos de Pernambuco: (a) 48
Argila Expansiva do litoral (JUCÁ e PONTES FILHO, 1997);
(b) Areia Colapsível do semi-árido (FERREIRA, 1995).
Figura II.24 Perfil de solo referente aos dados da Tabela II.8 (HOUSTON et 59
al 1988)
xvi
al., 1988).
Figura II.27 Superfícies de escoamento nos espaços: (a) (p,q) e (b) (p,s) 70
(ALONSO et al., 1990).
Figura II.30 Curva de escoamento no plano (p,q) para uma sucção constante 76
(WHEELER e SIVAKUMAR, 1995).
Figura II.43 Variação da relação φb/φ’ com a sucção matricial para típicos 96
solos brasileiros (De CAMPOS, 1997).
Figura II.45 (a) Representação gráfica da Equação II.95; (b) Ajuste da elipse 97
de grau 2,5 dos dados experimentais (ESCÁRIO e JUCÁ,
1989).
Figura III.3 Precipitação: ano 2000 a 2002 e média mensal dos últimos 30 109
anos no município de Petrolândia - PE (LAMEPE / ITEP).
Figura III.4 Precipitações anuais: período de 2000 a 2002 e média dos 111
últimos 30 anos (LAMEPE / ITEP)
xviii
Figura III.8 Locação das atividades de campo realizadas na área de estudo. 116
Figura III.9 Resultados de sondagem SPT-T com perfis de umidade e grau 118
de saturação – furos SPT-T1 e SPT-T1b.
Figura III.10 Resultados de sondagem SPT-T com perfis de umidade – furo 119
SPT-T2.
Figura III.11 Resultados de sondagem SPT-T com perfis de umidade – furo 119
SPT-T3.
Figura III.12 Resultados de sondagem SPT-T com perfis de umidade – furo 120
SPT-T4.
Figura III.17 Curvas de compactação – ensaio Proctor Normal com reuso da 132
amostra.
Figura III.19 Variação do peso específico seco (γd), peso específico natural 136
(γnat) e do índice de vazios com a profundidade obtidos a partir
dos ensaios edométricos e de cisalhamento direto.
(Permeâmetro Guelph).
Figura III.22 Análise mineralógica da fração areia por lupa binocular. 141
Figura IV.1 Valores médios, máximos e mínimos dos índices de vazios 163
iniciais de cada amostra.
Figura IV.2 Comparação entre os valores dos teores de umidade e graus de 163
saturação iniciais e finais dos corpos de provas dos ensaios na
xx
Figura IV.4 Curvas e versus σv log – ensaios na umidade natural da estação 167
seca (EDN).
Figura IV.6 Curvas εv versus σv log – ensaios na umidade natural da estação 169
seca (EDN).
Figura IV.11 Variação das deformações de colapso total e parcial com a 178
tensão vertical para as amostras da Camada I.
Figura IV.13 Variação das deformações de colapso com a tensão vertical 184
obtida a partir dos resultados dos ensaios edométricos duplos.
Figura IV.14 Curvas e versus σv log dos ensaios EDS e valores médios, 187
máximos e mínimos dos índices de vazios inicial.
Figura IV.15 Curvas εv versus σv log dos ensaios EDN e EDI valores médios, 188
máximos e mínimos dos índices de vazios inicial.
Figura IV.17 Variação da deformação específica de colapso (εc) com a tensão 191
vertical de inundação (σvi) - ensaios edométricos simples (EDS).
Figura IV.18 Comparação entre deformação específica de colapso (εc) obtida 193
a partir de ensaios edométricos simples (EDS) e obtida a partir
de ensaios edométricos duplos (EDD): a) εc dos EDD obtidos a
partir das curvas médias dos ensaios EDI e EDN; b) εc dos EDE
obtidos a partir dos pares de curvas formados pelos ensaios
EDN menos compressíveis e pelos ensaios EDI mais
compressíveis.
Figura IV.19 Comparação entre deformação de colapso (εc) obtidas dos 195
ensaios EDS e previstas pelas propostas de BASMA e
TUNCER (1992).
Figura IV.20 Curvas εv versus σv log dos ensaios em amostras compactadas: 198
a) comparações entre as curva EDCI e EDCN, b) comparação
dos resultados dos ensaios EDCI e EDCN com os ensaios EDI e
EDN das amostras naturais – prof.: 0,5 a 0,8m.
Figura IV.21 Curvas εv versus σv log dos ensaios em amostras compactadas: 199
a) comparações entre as curva EDCI e EDCN, b) comparação
dos resultados dos ensaios EDCI e EDCN com os ensaios EDI e
EDN das amostras naturais – prof.: 1,0 a 1,3m.
Figura IV.22 Curvas εv versus σv log dos ensaios em amostras compactadas: 200
a) comparações entre as curvas EDCI e EDCN, b) comparação
dos resultados dos ensaios EDCI e EDCN com os ensaios EDI e
EDN das amostras naturais – prof.: 1,5 a 1,8m.
Figura IV.25 Típicas curvas de estabilização das deformações nos ensaios 205
EDSC.
xxii
Figura IV.29 Curvas de estabilização dos estágios de sucção no ensaio EDSV 211
para a amostras referentes a profundidade de 1,5 a 1,8m.
Figura IV.30 Comparação entre sucção e umidade volumétrica final dos 213
corpos de prova dos ensaios EDSC com a curva característica
do solo.
Figura IV.38 Variação do parâmetro λ(s) com a sucção: a) amostra entre 1 a 226
1,3m (Camada I); b) amostra entre 1,5 a 1,8m (Camada II), e c)
amostra de 2 a 2,3m (Camada II).
Figura IV.39 Variação do parâmetro κ(s) com a sucção: a) amostra entre 1 a 227
1,3m (Camada I), b) amostra de 1,5 a 1,8m (Camada II), e c)
amostra entre 2 a 2,3m (Camada II).
Figura IV.41 Resultados de ensaios de colapso CLRS – Amostra entre 1,5 a 230
1,8m.
Figura IV.44 Comparação das deformações de colapso obtidas a partir dos 236
ensaios edométricos simples (EDS) e edométricos com sucção
controlada (CLRS).
Figura IV.48 Previsão do caminho de tensões dos ensaios edométricos EDSC 246
através dos modelos de ALONSO et al. (1990) e FUTAI (1997)
– amostra de 1 a 1,3m.
Figura IV.49 Previsão do caminho de tensões dos ensaios edométricos EDSC 247
através dos modelos de ALONSO et al. (1990) e FUTAI (1997)
– amostra de 1,5 a 1,8m.
xxiv
Figura IV.50 Previsão dos caminhos de tensões dos ensaios edométricos 249
CLRS através dos modelos de ALONSO et al. (1990) e FUTAI
(1997).
Figura IV.51 Previsão das deformações de colapso através dos modelos de 250
ALONSO et al. (1990) e FUTAI (1997).
CAPÍTULO V - RESISTÊNCIA
Figura V.10 Envoltórias de resistência da amostra de 2,5 a 2,8m (SPT >50) – 266
ensaios convencionais.
Figura V.13 Curvas tensão-deformação dos ensaios com sucção controlada – 272
amostra de 1 a 1,3m ( Camada I) e sucção de 1000kPa.
Figura V.14 Curvas tensão-deformação – amostra de 1,5 a 1,8m (Camada II) 273
dos ensaios com sucção controlada: a) sucção de 50kPa; b)
sucção de 200kPa.
Figura V.15 Curvas tensão-deformação – amostra de 1,5 a 1,8m (Camada II) 274
dos ensaios com sucção controlada: a) sucção de 500kPa; b)
sucção de 1000kPa.
Figura V.18 Envoltórias de resistência dos ensaios com sucção controlada no 277
espaço (s, τ), ajustadas segundo a função hiperbólica de GENS
(1993) – amostra de 1 a 1,3m.
Figura V.19 Envoltórias de resistência dos ensaios com sucção controlada no 277
espaço (s, τ), ajustadas segundo a função hiperbólica de GENS
(1993) – amostra de 1,5 a 1,8m.
Figura V.22 Variação da sucção limite (slim) com a tensão normal (σn). 280
Figura V.28 Variação dos pesos específicos com a profundidade: a) peso 289
específico seco (γd); b) peso específico natural (γnat); e peso
específico saturado (γsat).
Figura VI.9 Perfis de umidade obtidos antes e após as provas de carga. 309
Figura VI.10 Curvas tensão vs. recalques das provas de carga. 309
Figura VI.13 Volume de água consumido para umedecer cada profundidade 312
do solo abaixo da placa.
Figura VI.16 Massa específica antes e após o ensaio obtida por tomografia 317
computadorizada (CONCIANI, 1997).
Figura VI.17 Representação esquemática das profundidades dos ensaios com 319
o Expansocolapsômetro, em relação ao bulbo de tensões dos
ensaios de referência.
extensômetros.
Figura VI.22 Variação da umidade do solo sob a sapata após o ensaio com o 329
Colapsômetro.
Figura VI.23 Curvas tempo-recalque de colapso obtidas a partir dos ensaios 331
com o Colapsômetro.
Figura VI.29 Comparação entre os recalques, para o solo no estado natural 336
(antes da inundação), obtidos nos ensaios ECT e nas provas de
carga.
Figura VI.30 Variação dos recalques de colapso com a tensão vertical de 338
inundação.
Figura VI.31 (a) Granulometria sem defloculante, (b) peso específico seco 339
(γ ) ( ) l ifi ã d REGINATTO FERRERO (1973) (d)
xxix
Figura VII.6 Representação gráfica do ajuste das curvas segundo JENNINGS 361
e KNIGTH (1975).
Figura VII.7 Resultados dos ensaios edométricos (EDI e EDN) considerados 363
para compor o par de curvas dos ensaios edométricos duplos
(EDD).
Figura VII.8 Resultados dos ensaios edométricos duplos (EDD) ajustados 364
segundo procedimentos gráficos propostos por JENNINGS e
KNIGTH (1975): a) amostra entre 0,5 e 0,8 m; b) amostra entre
xxx
Figura VII.10 Variação dos recalques de colapso com a tensão vertical de 368
inundação.
Figura A.1 Tipos de fluxos do solo para o papel (MARINHO, 1994). 398
Figura B.3 Bulbo de solo saturado estabelecido a partir de uma carga 404
d’água constante (SOILMOISTURE, 1991).
Figura C.2 Adaptações na prensa do tipo Bishop para realização de ensaios 414
com a célula de sucção controlada (FERREIRA, 1995).
Figura C.3 Caminhos de tensões dos ensaios EDSC – Amostra de 1 a 1,3m. 415
Figura C.4 Caminhos de tensões dos ensaios EDSC – Amostra de 1,5 a 416
1,8m.
Figura C.5 Caminhos de tensões dos ensaios EDSC – Amostra de 2 a 2,3m. 417
Figura C.7 Caminhos de tensões dos ensaios EDSV – (a) amostra de 1 a 419
1,3m; (b) amostra de 1,5 a 1,8m.
Figura C.9 Curvas típicas de calibração das células com sucção controlada: 423
a) diferentes conjuntos de célula e prensa; b) diferentes
calibrações para o mesmo conjunto de célula e prensa.
Figura C.14 Comparação entre os módulos edométricos (Eed) obtidos dos 429
resultados considerando e desconsiderando a deformação do
sistema.
Figura C.15 Variação do módulo edométrico (Eed) com a tensão vertical 430
média, com e sem a deformação do sistema.
Figura C.16 Relação entre a diferença entre o módulo edométrico com e sem 430
a correção da deformação do sistema e o módulo corrigido, em
função da tensão vertical média.
Figura C.17 Comparação entre as tensões de escoamento (σvm) obtidas dos 431
resultados dos ensaios com e sem a deformação do sistema.
xxxiii
LISTA DE TABELAS
Tabela II.4 Valores típicos de NSPT para alguns solos colapsíveis da região 31
sudeste e centro-oeste.
Tabela III.7 Resumo dos resultados dos ensaios de permeabilidade “in situ”. 138
Tabela IV.2 Condições iniciais e finais dos corpos de prova dos ensaios 162
EDN e EDI.
Tabela IV.3 Resumo dos resultados dos ensaios EDI e EDN. 171
Tabela IV.4 Condições iniciais e finais dos corpos de prova referentes aos 186
ensaios EDS.
Tabela IV.5 Condições iniciais, antes da inundação dos corpos de prova, 189
coeficientes de colapso estrutural (i) e deformações de colapso
(εc) obtidos dos ensaios EDS.
Tabela IV.6 Condições iniciais e finais dos corpos de prova dos ensaios 197
EDCI e EDCN.
Tabela IV.7 Condições inicial e final dos corpos de prova referentes aos 211
ensaios EDSC.
Tabela IV.8 Umidade volumétrica final dos corpos de prova dos ensaios 212
EDSC.
Tabela IV.10 Condições iniciais e finais dos corpos de prova dos ensaios 228
CLRS.
xxxv
Tabela IV.12 Condições iniciais e finais dos corpos de prova dos ensaios 237
EDSV.
Tabela IV.14 Parâmetros dos modelos de ALONSO et al. (1990) e FUTAI 241
(1997), e as funções das superfícies de escoamento.
CAPÍTULO V - RESISTÊNCIA
Tabela V.1 Condição inicial dos corpos de prova dos ensaios de 255
cisalhamento direto convencionais.
Tabela V.2 Condições dos corpos de prova na ruptura dos ensaios 267
convencionais.
Tabela V.3 Condição dos corpos de prova pós-ruptura dos ensaios 268
convencionais na umidade natural.
Tabela V.4 Condição inicial dos corpos de prova dos ensaios de 270
cisalhamento direto com sucção controlada.
Tabela V.6 Parâmetros de ajuste das hipérboles (das Figuras V.18 e V.19). 280
Tabela. V.7 Parâmetros do solo para estimativa da resistência no estado não 283
saturado.
Tabela V.8 Resumo dos valores dos pesos específicos dos solos. 288
Tabela V.9 Resumo dos resultados das estimativas da capacidade de carga. 290
Tabela VI.4 Recalques de colapso obtidos a partir dos ensaios ECT. 338
Tabela VI.6 Deformações de colapso obtidas dos ensaios edométricos e dos 344
ensaios ECT.
Tabela VII.1 Resumo dos parâmetros utilizados nos critérios de identificação 347
baseado nos índices físicos, características granulométricas e
plasticidade do solo.
Tabela VII.4 Resumo das previsões dos recalques de colapso a partir dos 362
resultados dos ensaios edométricos duplos.
Tabela VII.5 Resumo das previsões dos recalques de colapso a partir dos 365
resultados dos ensaios edométricos simples.
Tabela VII.6 Resumo das previsões dos recalques de colapso a partir dos 368
resultados dos ensaios ECT.
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
I.2 OBJETIVOS
A tese está dividida em oito capítulos e três apêndices. Além deste apresentam-
se:
Capítulo V: “Resistência”
placa (ensaios do primeiro grupo) a partir dos resultados dos ensaios edométricos
convencionais e dos resultados dos ensaios com o Expansocolapsômetro.
CAPÍTULO II
s = so + sm II.1
Ressaltam, porém, que o efeito da sucção osmótica foi avaliado por meio de ensaios de
colapso ou expansão inundados com diferentes concentrações de sais. Este
comportamento é também observado em solos saturados quando submetidos a variações
na concentração do soluto na água do solo, sendo atribuído à interação química entre as
partículas de argila e os íons dissolvidos na água (MITCHELL, 1993).
sm = ua - uw II.2
II.1.2 Princípio de Tensões Efetivas e sua validade para solos não saturados
expressões foram apresentadas. Na Tabela II.1 está apresentada uma síntese destas
expressões reunidas por JUCÁ (1993), juntamente com as respectivas referências.
Tabela II.1. Principais expressões para tensões efetivas em solos não saturados (JUCÁ,
1993).
p” = pressão intersticial da
DONALD (1956) σ’= σ + p” (II.3)
água sob tensão atmosférica
β’ = fator de influência
CRONEY et al.
σ’= σ + β’. uw (II.4) medido de um número de
(1958)
ensaios sob tensão efetiva.
χ = parâmetro referente ao
BISHOP (1959) σ’= (σ - ua) + χ(ua-uw) (II.5)
grau de saturação.
aa = parte da área total que
corresponde ao contato ar-ar,
ó = óam + uaaa + uwa w + R - A
LAMBE (1960) R = força de repulsão
(II.6)
elétrica
A = força de atração elétrica
p” = poro-pressão de água
AITCHINSON
σ’= σ + Φp” (II.7) negativa;
(1961)
Φ = parâmetro entre 0 e 1
β = fator estatístico do
JENNINGS (1961) σ’= σ + β.p” (II.8) mesmo tipo que a área de
contato.
χm = parâmetro de tensão
efetiva para sucção matricial;
hm = sucção matricial;
σ’= σ - ua + χm(hm+ua)+ χs(hs+ua)
RICHARDS (1966) χs = parâmetro de tensão
(II.9)
efetiva para sucção
osmótica;
hs = sucção osmótica.
AITCHINSON p” = sucção matricial;
σ’= σ χm.p”m + χs.p”s (II.10)
(1973) p”s = sucção osmótica.
10
______________________________________________________________________
1“
Superfície de Estado” de um elemento de solo é representada pelo conjunto de pontos, em um sistema
de eixos coordenados num espaço tridimensional, definidos pelas variáveis de estado e o estado de tensão.
2 “
Variáveis de Estado” ou “Parâmetros de Estado” são aquelas variáveis físicas do solo que são
necessárias e suficientes para descrever completamente o seu estado, independente de sua história
passada. Em solos não saturados estas variáveis são o índice de vazios e o grau de saturação
(POOROOSHAB, 1961 citado por MATYAS e RADHAKRISHNA, 1968).
12
No caso onde o solo é constituído de areia, com ou sem uma fina camada de silte
(Figuras II.1a e II.1b), assume-se que os vínculos são mantidos por forças capilares
desenvolvidas entre os contatos areia-areia, silte-areia e silte-silte. Nos casos onde a
estabilidade estrutural é mantida por placas de argila, vários arranjos podem ser
possíveis. Quando à argila é formada no local por antigênese, ela pode formar uma fina
camada revestindo as partículas de quartzo (Figura II.1c), apresentando elevada
resistência sob baixo teor de umidade. Quando as partículas de argila provêm de
suspensão na água dos poros, a eventual evaporação causará a retração das placas de
argila com a água dos meniscos. Em tais condições a argila forma uma estrutura
floculada e aleatória (Figura II.1d), mantendo os grãos maiores interligados por
contrafortes de argila. No arranjo da Figura II.1e, a estabilidade estrutural é mantida por
(d) Vínculo com partículas (e) Vínculo em solos (f) Vínculos através de
de argilas floculadas formados após corridas pontes de argila
de lama
Figura II.2. Estrutura do Silte/Argila sugerida por CASAGRANDE (1932) antes e após
o colapso (HOUSTON et al., 1988).
17
Δe
PC = åc = x 100 II.11
1 + e0
1 10 100 σv1000
(log) 1000 1 10 100 σv1000
(log) 1000
0 0
Amostra na Inundação
2
Umidade 2
Natural
e4 e
4
ou ou
ε
6
ε6 Δe
8
8
10 Amostra
Inundada
10
12
14 12
(a) (b)
Figura II.3. Ensaios edométricos: (a) Edométricos duplos; (b) Edométricos simples.
Para que o colapso seja deflagrado duas condições básicas devem ser satisfeitas:
a elevação do teor de umidade até um certo valor limite e a atuação de um estado de
tensões crítico. Há, portanto, um grau de saturação crítico (limite inferior) para gerar a
instabilidade da estrutura do solo, característica do colapso. Além desse limite, o
acréscimo do grau de saturação implica maiores recalques de colapso, porém até atingir
outro valor crítico (limite superior) do grau de saturação, a partir do qual o recalque de
colapso deixa de aumentar (CINTRA, 1998).
21
7
ES1
POTENCIAL DE COLAPSO (%)
6
ES2
5
0
10 100 1000 10000
foi pequena, enquanto solos com mais de 30 % de argila apresentaram expansão. Dentro
destes limites, houve muitos casos onde comportamento colapsível e expansivo foram
observados, dependendo da tensão. Solos com maior índice de atividade apresentaram
tanto maior expansão quanto menor colapso. Fato semelhante foi observado por
LAWTON et al. (1991), porém com valores distintos aos apresentados por DUDLEY
(1970).
A velocidade com que a água penetra nos vazios do solo tem influência na sua
desintegração estrutural, podendo ser menor, maior ou igual à velocidade de destruição
das ligações entre as partículas, estando relacionada, entre outros fatores à afinidade
interna do solo pela água (permeante) e à intensidade da força de coesão que mantém as
partículas agregadas (FERREIRA, 1995). Em geral a inundação ocorre de forma,
relativamente, lenta. Inundação brusca geralmente estão relacionadas com evento
inesperado, tal como a ruptura de um duto. Por esta razão é importante que inundação
nos ensaios de laboratório deva ser realizada numa vazão próxima a prevista no campo.
-10
Umidade de Compactação
Inundada
(%)
-2
v
2
Def. Volum.,
10
14
18
10 100 1000 10000
Tensão Vertical, σv (kPa)
Embora o mecanismo de colapso possa ser muito complexo (pelo menos a nível
microestrutural), há uma tendência no meio técnico em identificar solos colapsíveis
partindo de ensaios simples e de uso corriqueiro em laboratórios de mecânica dos solos.
Neste sentido, muitos autores têm apresentado métodos para identificar solos
colapsíveis. A depender do critério de identificação, os métodos podem ser classificados
em dois grupos: métodos diretos e métodos indiretos (FERREIRA, 1995). Os métodos
indiretos são aqueles que se utilizam os índices físicos e limites de consistência, ou
parâmetros ligados à textura de simples obtenção em ensaios de laboratório e de campo,
para identificar a potencialidade ao colapso estrutural, sendo de informação orientativa.
Os métodos diretos baseiam-se na medida do potencial de colapso do solo. A Tabela
II.2 resume alguns critérios de identificação de acordo com a classificação de
FERREIRA (1995). Nos itens seguintes serão apresentados e discutidos alguns dos
métodos desses métodos diretos e indiretos.
desses métodos restrito a solos particulares. É bem provável que existam solos
colapsíveis com características diferentes daqueles utilizados na formulação das
expressões e que sejam classificados como não colapsíveis dentro dos limites impostos
pelos autores (FUTAI, 2000).
PC – potencial de colapso, %;
Cu – coeficiente de uniformidade;
(S-C) – diferença entre os teores de areia e argila (diâmetro dos grãos < 0,002mm);
γs – peso específico seco do solo (kN/m3);
σvi – tensão vertical de inundação (kPa).
100
95 Muito baixo wi = ótima
Grau de Compactação (%)
90 σv i = 200 kPa
85 Baixo
80
Médio
75
70
65 Alto
60
55 Muito Alto
50
0 20 40 60 80 100
0, 6
⎡ e Sr ⎤
Δε c max = 4,2 ⎢ ⎥ II.14
⎣ A(1 + IP) ⎦
Onde: e = índice de vazios natural;
Sr = grau de saturação em percentual;
A = teor de areia em valor absoluto;
IP = índice de plasticidade.
18
Deformação de colapso max (%)
Tabela II.4. Valores típicos de NSPT para alguns solos colapsíveis da região sudeste e
centro-oeste.
PROF. NSPT
REFERÊNCIA LOCAL SOLO
(m) (Golpes)
Carvalho e Souza (1990) Ilha Solteira -SP até 10m 3a6 SC
Ferreira et al. (1990) São Paulo até 5m <5 SC
Conciani (1997) Rondonópolis - MT até 4m <5 SC
Conciani (1997) Campo Novo – MT até 10m 1a5 CL
Camapum de Carvalho et al.
Brasília - DF até 4m 2a6 Argiloso
(2001)
Barbosa e Conciani (2000) Primavera Leste - MT até 12m 1a8 SM
Kw = Pq/Pqw II.15
Tabela II.5. Coeficiente de colapso com a carga aplicada ao cone, REZNIK (1989).
kPa Kw >
100 2,0
200 1,5
300 1,3
óvms − óvo
C= II.16
óvmn − óvo
Onde:
σvms, σvmn e σv (tensão vertical total após a imposição das cargas no terreno),
determina-se se há perigo de colapso e para qual nível de tensão esse colapso ocorrerá.
Dessa forma tem-se:
1) quando σvms < σvo e C < 0, o solo será considerado “verdadeiramente colapsível”,
onde grandes recalques ocorrerão sob saturação, até mesmo sob o peso próprio;
2) quando σvms > σvo e 0 < C < 1, o solo será considerado “condicionalmente
tensão que o solo pode suportar será σvms – σvo. Se σvms < σv < σvmn, o colapso
ocorrerá quando o solo for inundado após o carregamento. Se σv > σvmn, o colapso
3) quando C = 1 o colapso não ocorrerá, sendo uma condição restrita a poucos solos.
Na maioria dos casos C é menor que 1, incluindo alguns solos não colapsíveis;
34
consolidados.
Δe
i= 100 II.17
1 + ei
Onde: Δe = variação do índice de vazios devido à inundação sob uma tensão específica,
de 300 kPa.
Baseado neste índice, ABELEV (1948) classifica como solos colapsíveis todo
aquele que apresente i > 2%. LUTENEGGER e SABER (1988), classificam os danos
em uma obra de leve a alto, a depender o valor de i. Esta proposta encontra-se resumida
na Tabela II.7. VARGAS (1978) considera colapsível todo solo que apresente i > 2%,
porém para uma tensão de inundação qualquer, o que é um critério mais sensato, uma
vez que muitos solos colapsíveis apresentam valores de i superiores a este limite para
tensões inferiores a 300 kPa.
35
Translação da curva
Δr
Umidade natural
Pressão Colapso
ri Solo saturado
(rf , P f )REF
P0
Expansão
livre
ronat rosat
Raio
r f − ri − ro
2 2 2 2
r sat nat
C press = 2
− o 2
ri ro nat
II.18
Onde: ri e rf são os raios da cavidade para o solo sob condição de umidade natural e
para o solo saturado, respectivamente, ambos para o nível de tensão igual à
pressão de plastificação Pf do ensaio pressiométrico saturado;
⎛ ÄH ⎞
PC = ⎜ ⎟ x100% II.19
⎝ H ⎠
Figura II.11. Equipamento “Expanso-colapsômetro” para realização de ensaios de colapso no campo (FERREIRA e LACERDA, 1993).
40
O ensaio “Down -hole Collapse Test” é feito através da aber tura de um furo de
sondagem até a profundidade desejada, onde se apóia uma placa (sapata) com diâmetro
variando entre 70 e 150mm. Após aplicação de uma carga inicial, o solo sob a placa é
inundado e os recalques são medidos até a frente de umedecimento alcançar uma
determinada profundidade (Ztar), a qual varia entre 30 a 100% do diâmetro da placa
(MAHMOUD et al., 1995). O tempo necessário (ttar) para a frente de inundação alcançar
(b) (c)
41
(a) (d)
Figura II.12. Equipamento do “Down-Hole Collapse Test” para realização de ensaios de colapso “in situ” (MAHMOUD et al., 1995).
42
suficiente tempo para que o colapso ocorra sob a tensão máxima. A profundidade da
frente de umedecimento avança segundo uma função parabólica com o tempo, (EL-
As diferenças nas duas condições limites conduzem a duas curvas distintas dos
valores de fatores de influência. Para o primeiro carregamento, o fator de influência
considerado no cálculo da qave será IF, enquanto nos carregamentos subseqüentes o fator
de influência será IS. A deformação média de colapso dentro da zona inundada
corresponde ao recalque observado dividido pela profundidade (espessura) final
ÄH i
åpi = II.21
Z wfinal
qave.
de ensaios de colapso “in situ”. Na ocasião a limpeza do f uro foi realizada pela cravação
de um tubo de parede fina além do solo perturbado pelo trado utilizado na abertura do
furo, algumas vezes aplicando um vácuo para auxiliar na remoção do solo solto.
Ressaltam ainda que a carga devido ao peso próprio da estrutura do carregamento é
suficiente para alcançar um adequado assentamento entre o solo e a placa. Com respeito
às correlações com ensaios de laboratório, os autores enfatizam que a variabilidade
espacial dos solos estudados tem dificultado comparações precisas, embora os autores
não descartam a importância deste procedimento e esperam maior quantidade de dados
para tratarem desta questão. Embora a relação tensão-deformação obtida segundo estas
metodologias destina-se, principalmente, a previsão de recalques em fundação, o
resultado poderá também ser utilizado como um método de identificação, seguindo o
mesmo princípio dos ensaios edométricos simples.
0 0
1 1 Zona Ativa..
Zona
PROFUNDIDADE (m)
2 Ativa 2
Areia Colapsível
3 3
Petrolândia - PE
Jul/91 (Ferreira, 1995)
4 4
Jan/92
Argila Expansiva
Jul/92 Paulista - PE 2/11/1991
5 5
Mar/93 (Jucá e Pontes 1/5/1992
Jul/93 Filho, 1997) 9/12/1992
Valor de
6 6
Set/94 Valor de Equilíbrio Equilíbrio 10/12/1992
Mar/95 14/12/1992
7 7
0 10 20 30 40 50 0 5 10 15
Figura II.17. Perfis de umidade para dois solos típicos de Pernambuco: (a) Argila
Expansiva do litoral (JUCÁ e PONTES FILHO, 1997); (b) Areia Colapsível do semi-
árido de Petrolândia – PE (FERREIRA, 1995).
c) irrigação;
Zw = Cit1/2 II.23
transição do estado saturado para um estado não saturado pode reduzir o valor da
condutividade hidráulica em até 100 vezes.
0 0
10 10
RECALQUE (mm)
20 20
Experimental Experimental
50 50
Previsão Previsão
60 60
0 10 20 30 40 50 60 0 10 20 30 40 50
TENSÃO (kPa) TENSÃO (kPa)
(a) (b)
Uma vez que, no campo não existe restrição das deformações horizontais (como
ocorre nos ensaios edométricos), a depender do valor da tensão vertical de inundação,
significativos deslocamentos horizontais podem ocorrer, acentuando os recalques.
Apesar destas limitações vários autores têm admitido previsões de recalques
satisfatórias utilizando estes procedimentos, a exemplo de JENNINGS e KNIGHT
(1957 e 1975) e HOUSTON et al. (1988). A seguir serão apresentadas e discutidas duas
propostas de previsão de recalques em solos colapsíveis.
de ensaio compara duas curvas e ou ε vs. log σv (uma na umidade natural e outra
inundada) proveniente de duas amostras “idênticas”. Todavia, por mais homogêneo que
pareça, os solos são heterogêneos e a hipótese de se obter amostras idênticas é uma
situação rara. Mesmo quando dois corpos-de-prova apresentem índice de vazios iguais é
possível que fatores associados à microestrutura (ex: distribuição dos poros;
concentração de agentes de cimentação resistentes à ação da água; variações na
granulometria) possam influenciar na compressibilidade do solo.
uma das curvas para o ponto (eo, σvo), definido pelo índice de vazios do solo na tensão
(a) Ajuste das curvas para um solo (b) Ajuste das curvas para um solo pré-
normalmente adensado adensado.
correspondente a um acréscimo de tensão total Δσv, além da tensão devido ao peso das
1) antes da inundação
Δes
s1 = II.24
1 + eo
Δec
s2 = II.25
1 + eo
onde: Δes é a variação do índice de vazios, desde antes da inundação até a tensão σv
considerada,
mecanismo de colapso, que pode ser controlado por outro fator do que, meramente, a
sucção, tal como a interação química.
0.9 0.9
Ensaio No.16 16A Inundado em σv i
0.8 16B 0.8
Tensão de 16C
ÍNDICE DE VAZIOS
0.2 0.2
10 100 1000 10000 10 100 1000 10000
(a) (b)
1) Uma amostra na umidade natural é colocada no aparelho edométrico sob uma tensão
de ajuste de 5kPa. Assume-se que as deformações decorrentes desse carregamento
são provenientes de efeito de perturbação da amostra, não sendo incluídas na
construção gráfica da curva ε ou e vs. logσv a deformação decorrente deste
carregamento.
57
2) A amostra na umidade natural é carregada, por estágio, até uma tensão igual ou
superior a prevista de campo. Para cada incremento de carga, as leituras são tomadas
a cada meia hora até que menos de 1% da compressão ocorra em uma hora. Neste
ponto, a amostra é inundada e as deformações de colapso acompanhadas.
Figura II.24. Perfil de solo referente aos dados da Tabela II.6 (HOUSTON et al., 1988).
No fim da década de 80, uma grande contribuição foi dada por ALONSO et al.
(1987). Estes autores apresentaram as bases conceituais para o desenvolvimento de um
modelo elastoplástico para solos não saturados. As expressões analíticas desse modelo
são apresentadas em ALONSO et al. (1990). Alterações posteriores foram realizadas
por outros autores, possibilitando considerar o colapso máximo.
Alguns desses modelos serão apresentados nos itens subseqüentes, com ênfase
aos modelos elastoplásticos em função de sua aplicação nesta tese.
As relações constitutivas deste modelo foram elaboradas como uma extensão das
equações da teoria da elasticidade para solos não saturados, similar à proposta de
BRIOT (1941), considerando as variáveis de tensão (σ-ua) e (ua-uw).
61
(óx - u a )
åx = −
ì1
(σ y + σ z − 2u a ) + (u a - u w ) II.26
E1 E1 H1
(ó - ua ) ì1 (u - u )
åy =
y
− (σ x + σ z − 2u a ) + a w II.27
E1 E1 H1
(óz - u a )
åz = −
ì1
(σ x + σ y − 2u a ) + (u a - u w ) II.28
E1 E1 H1
Sendo:
μ1 = coeficiente de Poisson; e
Onde:
62
σ* = σ-mua e m = {1,1,1,0,0,0,};
De: matriz do modelo elástico não linear com (K, G), onde K é o módulo de
⎡ (ó − ó3 ) R ⎤
G = [G 0 + M (u a − u w )]⎢1 − 1 ⎥ II.30
⎣ (ó1 − ó3 ) f ⎦
Onde:
M = constante;
R = constante próxima de 1;
Num plano p versus s (Figura II.25) o espaço elástico será definido por duas curvas de
escoamento: a LC (“load collapse”) definida pela tensão de escoamento isotrópica em
diferentes valores de sucção; e a outra SI (“suction increase”), que é paralela ao eixo de
tensão isotrópica, definida pela sucção so (Figura II.25b), idealizada como sendo a
v
p0* p01 p02 p
s2
s1
s=0
(a)
SI
s0
s2 LC
s1
Figura II.25. a) Caminhos de tensões para carregamento isotrópico (p) e sucção (s)
constantes; b) Superfícies de escoamento SI e LC (ALONSO et al., 1987).
ALONSO et al. (1990) utilizaram o espaço de tensão (p, s) para definir o estado
de tensão isotópico. Analogamente ao comportamento dos solos saturados, o volume
específico (v = 1 + e) para o trecho virgem será definido por:
65
p
v = N(s ) − ë(s )ln II.31
pc
dp
dv = − ê II.32
p
v3 = v1 + Δvp+Δvs II.33
As variações volumétricas de 1-2 e 2-3 serão do tipo elástica uma vez que
ocorrem dentro do domínio elástico. Para o trecho correspondente ao descarregamento
de s (caminho 2-3) a variação volumétrica pode ser dada por uma expressão logarítmica,
semelhante a Equação II.34.
ds
dv = - ês II.34
(s + p atm )
700
N(0)
N(s)
650
600
Expansão 1
550v κ
3 3
Δ vs 1
v2
500v 1 Δ vp 2 κ 1
λ (s)
1
450 s
λ (0)
Colapso
400
350 s=0
(a)
v
300
350s
300s 2 1
1
250
200
150
LC
100
3
50
p0* p0 p
(b)
p0 p0 p0 s + p at p *0
N(s) - ë(s) ln + ê ln + κ ln + ês ln = N(0) - ë(0) ln II.35
pc p *0 p *0 p at pc
redução da sucção de s para zero, sob uma tensão constante equivalente a pc, dentro do
domínio elástico, alcance o trecho virgem da curva saturada mediante expansão elástica,
de forma que:
0 s + p at
Δv (p c ) = N(0) - N(s) = ês ln II.36
s p at
ë(s → ∞)
r= II.39
ë(0)
ds
dv = - ës II.40
(s + p at )
68
dv ê dp
dåevp = − = II.41
v v p
ë(s) dp 0
dåvp = II.42
v p0
ë(s) − ê dp 0
dåpvp = II.43
v p0
ë(0) − ê dp*0
dåpvp = II.44
v p*0
ês ds
dåevs = II.45
v (s + p at )
ës ds 0
dåvs = II.46
v (s 0 + p at )
ës − ês ds 0
dåpvs = II.47
v (s 0 + p at )
dp*0 v
*
= dåpv II.48
p0 ë(0) - ê
ds 0 v
= dåpv II.49
s 0 + p at ës − ês
Para considerar o efeito das tensões cisalhantes, a tensão desvio (q = σ1-σ3) foi
introduzida como um terceiro parâmetro de tensão. Para este novo estado tensão, o
estado de deformação é definido segundo a mesma formulação do modelo Cam Clay
Modificado.
εv = ε1 + 2ε3 II.50
2
ås = (å1 − å3 ) II.51
3
Assim como no modelo Cam Clay Modificado, a curva de escoamento para uma
sucção s constante, no plano p versus q, é descrita por uma elipse, a qual exibirá no eixo
de tensão isotrópica p uma tensão de escoamento dada por p0, relacionada com a curva
de escoamento LC (Figura II.27).
70
SI
LC
s1
k
1
p
p0* p0
(a)
q
linha de estados críticos s= cte
M
M
linha de estados críticos s = 0
p
-ps p0 * p0
(b)
Figura II.27. Superfícies de escoamento nos espaços: (a) (p,q) e (b) (p,s) (ALONSO et
al., 1990).
A condição ruptura em uma sucção s qualquer, foi definida por retas paralelas à
linha de estado crítico (LEC). Como hipótese, o efeito da sucção será representado por
um aumento no intercepto de coesão, mantendo a inclinação da LEC constante.
Segundo ALONSO et al. (1990) esta hipótese é aceitável para uma limitada faixa de
tensões. Admitindo-se que o aumento da coesão segue uma relação linear com a sucção,
a elipse interceptará o eixo isotrópico p em um ponto dado por:
As elipses serão descrita pela Equação II.52, tendo o eixo maior limitado pelos
seguimentos –ps(s) e po(s).
q 2 − M 2 (p + ps )(p0 − p ) = 0 II.53
s
dεpp sp
dε
dεvp p
dåsp 2qá
= 2 II.54
dåvp M (2p + ps − p 0 )
p
6 − 2M
K 0 = 1 − senφ , = II.55
6+M
⎧ ⎫
⎪ ⎪
M (M − 9)(M − 3) ⎪ 1 ⎪
á= ⎨ ⎬ II.56
9(6 − M ) ⎪ ⎡1 − ê⎤ ⎪
⎪⎩ ⎢⎣ ë(0) ⎥⎦ ⎪⎭
⎛1 ⎞
dåse = ⎜ G ⎟dq II.57
⎝3 ⎠
⎛ p ⎞
v = N(s) − ë(s)ln⎜⎜ ⎟⎟ II.58
⎝ p atm ⎠
B D C
A
p
p0(0) p0
(a)
v p0(0) p0
p
A
-Δv D C
B
s1
s= 0
(b)
Figura II.29. (a) Caminho de tensões e (b) curvas de compressibilidade (v, p) para
definir a equação da superfície de escoamento LC (WHEELER e SIVAKUMAR,1995).
ao aumento da tensão isotrópica sob s constante, até alcançar o estado virgem não
saturado (ponto C). A variação volumétrica para este caminho de tensão será dada pela
expressão:
⎛ s + p atm ⎞ ⎛ p (s) ⎞
Äv = -ês ln⎜⎜ ⎟⎟ − ê ln⎜⎜ 0 ⎟⎟ II.59
⎝ p atm ⎠ ⎝ p(0) ⎠
Uma vez que tanto o ponto A quanto o ponto C estão sobre a curva de
compressão virgem saturada e na sucção s, respectivamente, a variação volumétrica de
A para C pode ser calculada pela expressão alternativa:
⎛ p ⎞ ⎛ p (0) ⎞
Äv = N(s) - ë(s) ln⎜⎜ 0 ⎟⎟ − N(0) + ë(0) ln⎜⎜ 0 ⎟⎟ II.60
⎝ p atm ⎠ ⎝ p atm ⎠
⎛ p(0) ⎞
[λ (s ) − κ ]ln⎛⎜⎜ p0 ⎞
⎟⎟ = [λ (0) − κ ]ln⎜⎜
⎛ s + p atm
⎟⎟ + N (s ) − N (0) + κ s ln⎜⎜
⎞
⎟⎟ II.61
⎝ p atm ⎠ ⎝ p atm ⎠ ⎝ p atm ⎠
⎛ p ⎞
v = Γ(s) - ø(s) ln⎜⎜ ⎟⎟ II.63
⎝ p atm ⎠
⎡ ⎛ p ⎞ ⎤
⎢ N(s) − ë(s) ln⎜⎜ ⎟⎟ − v ⎥
p0
= exp ⎢ ⎝ p at ⎠ ⎥ II.64
p ⎢ ë(s) − ê ⎥
⎢ ⎥
⎣⎢ ⎦⎥
⎡ ⎛ p ⎞ ⎤
⎢ Ã(s) − ø(s) ln⎜⎜ ⎟⎟ − v ⎥
px
= exp ⎢ ⎝ p at ⎠ ⎥ II.65
p ⎢ ø(s) − ê ⎥
⎢ ⎥
⎣⎢ ⎦⎥
76
linha de estados M
críticos
1
B C
M*
μ(s) A
1 p
px p p0
(a)
v
px p p0 p
1
λ(s)
B
C A
1
linha de adensamento
ψ(s)
istrópico
linha de estados
críticos
(b)
Figura II.30. Curva de escoamento no plano (p,q) para uma sucção constante
(WHEELER e SIVAKUMAR, 1995).
sendo:
M(s)p x + ì(s)
M* = II.67
p 0 (s) − p x
77
v ln p
s2 s3 região II
s1
região I
região III
s=0
s3 > s2 > s1
região IV
3) região III – é a região virgem propriamente dita, que pode ser aproximada a
uma reta com inclinação λ(s);
para λ(∞) > λ(0), a função é crescente e com concavidade para cima;
para λ(0) > λ(∞), a função é decrescente e com concavidade para baixo;
⎛ p⎞
v = N(s) - ë(s) ln⎜⎜ ⎟⎟ II.69
⎝ pc ⎠
⎛p ⎞
N(s) = N f + ë(s) ln⎜⎜ f ⎟⎟ II.70
⎝ pc ⎠
⎛p ⎞
N(s) = N(0) + [ë(s) - ë(0)] ln⎜⎜ f ⎟⎟ II.73
⎝ pc ⎠
onde pc será considerada igual a pressão atmosférica patm e esta igual a 100 kPa.
⎛p ⎞
( )
N(s) = N(0) + [ë(∞) - ë(0)]1 − e -â ln⎜⎜ f ⎟⎟ II.74
⎝ pc ⎠
Para κ(∞) > κ(0) a função é crescente e com concavidade para cima.
Para κ(∞) < κ(0) a função é decrescente e com concavidade para baixo.
⎛ s + p at ⎞ ⎛p ⎞
Äv = -ês ln⎜⎜ ⎟⎟ − ê(s) ln⎜⎜ *0 ⎟⎟ II.76
⎝ p at ⎠ ⎝ p0 ⎠
⎛ p ⎞ ⎛ p* ⎞
Äv = N(s) - ë(s) ln⎜⎜ 0 ⎟⎟ − N(0) + ë(0) ln⎜⎜ 0 ⎟
⎟ II.77
⎝ p atm ⎠ ⎝ p atm ⎠
p0 ⎧⎪ 1 ⎡ p *0 ⎤ ⎫⎪
= exp⎨ ⎢ N(s) − N(0) + (ë(0) − ê(s))ln ⎥⎬ II.78
p atm ⎪⎩ ë(s) − ê(s) ⎣ p atm ⎦ ⎪⎭
Deformações
ê(s) dp
dåevp = II.79
v p
κ s ds
dε vse = II.80
v s + p atm
82
ë(s) − ê(s) dp 0
dåevp = II.81
v p0
ou
ë(0) − ê(0) dp *0
dåpvp = II.82
v p *0
ës − ês ds 0
dåpvs = II.83
v s 0 + p at
dp *0 dåvp + k ps dåvs
p p
= II.84
p *0 ë(0) − ê(0)
ds 0 k sp dåpvp + dåpvs
= II.85
s 0 + p at ës − ês
Os ensaios para obtenção dos parâmetros são os mesmos para todos os modelos
apresentados. ALONSO et al. (1990) propuseram dois grupos de ensaios.
v ln p
pf
Nf
s2
s1
s=0 p
(a)
v
p0 * p0(s1) p0(s2)
ln p
κ
λ(s2)
λ(s1)
λ(0) s2
s1
(b) s= 0
⎛ p ⎞
• parâmetro que descreve o aumento da coesão com a sucção ⎜ k = − s ⎟ .
⎝ s ⎠
85
p
(a)
v
s0
ln s
κs
λs
(b)
O segundo grupo de ensaios propostos por ALONSO et al. (1990) são ensaios
com caminhos de tensões múltiplos, objetivando diminuir o número de ensaios. Estes
caminhos são mostrados na Figura II.37.
86
s2
para a
ruptura
(a) p
q
s1
(b) p
q
para a
ruptura
s1
p
(c)
Figura II.37. Caminhos de tensões múltiplos para obtenção dos parâmetros do modelo
(ALONSO et al., 1990).
O modelo de ALONSO et al. (1990) pode ser considerado o marco inicial das
outras propostas de modelos elastoplásticos apresentadas.
Várias considerações foram feitas tais como: rigidez crescente com a sucção,
independência dos parâmetros κ e M com a sucção, que têm sido contestadas com base
87
Vale ressaltar que existem vários outros modelos elastoplásticos paras solos não
saturados. Em sua maioria partem das mesmas hipóteses fundamentais de ALONSO et
al. (1990). Como exemplos têm-se os modelos de BALMACEDA (1991), GEHLING
(1994) e SILVA FILHO (1998).
Uma das dificuldades na aplicação dos modelos para solos não saturados, na
prática da engenharia, está nos ensaios necessários para obtenção dos parâmetros do
solo.
88
o peso da água com o peso seco do solo) ou o grau de saturação. Nesta Figura está
apresentado o procedimento gráfico adotado por FREDLUND e XING (1994) para
determinação dos pontos críticos da curva, a saber: o valor de entrada de ar (também
conhecido como pressão de borbulhamento), o qual corresponde à sucção matricial onde
o ar passa a entrar nos grandes poros do solo; e a umidade residual (θr), correspondente
àquela onde grande variação de sucção é necessária para remover água do solo. A
umidade de saturação (θs) é o valor mínimo da umidade necessário para o solo
permanecer saturado.
60
Valor de Entrada de ar
θs
UMIDADE VOLUMÉTRICA
50
Ar residual
40
30
Umedeci-
20
mento
Secagem
10 Umidade
residual θr
0
0.1 10 1000 100000 10000000
SUCÇÃO (kPa)
100
90 Solo Argiloso
UMIDADE VOLUMÉTRICA (inicialmente lama)
80
Solo Siltoso
70
60
50
Solo Arenoso
40
30
20
10
0
0.1 1 10 100 1000 10000 100000 1000000
SUCÇÃO (kPa)
Figura II.39. Típicas curvas características para três solos distintos (FREDLUND e
XING, 1994).
II.10.2 Resistência
EQUAÇÃO REFERÊNCIA
(ès − èr )
èw = èr + bg
II.86 GARDNER (1958)
1 + a g .h
⎧ (ès − èr ) , (á .h > 1)
⎪èr +
èw = ⎨ (ábc .h )ëbc bc II.87 BROOKS e COREY (1964)
⎪è , (ábc .h ≤ 1)
⎩ s
ès − èr
èw = èr +
[1 + (á .h ) ] n vg m vg
II.88 VAN GENUTCHEN (1980)
vg
ès − èr
èw = èr + ⎛ ⎞
II.89 VAN GENUTCHEN e
[1 + (á .h ) ]
vg
n vg
⎜ 1− 1
⎜ n vg
⎝
⎟
⎟
⎠ MUALEM (1980)
ès − èr
èw = èr + ⎛ ⎞
II.90 VAN GENUTCHEN e
[1 + (á .h ) ]
vg
n vg
⎜ 1− 2
⎜ n vg
⎝
⎟
⎟
⎠ BURDINE (1980)
ès − èr
èw = èr + ⎛ h − a mb ⎞
II.91
⎜⎜ ⎟⎟ McKEE e BUMB (1987)
1+ e ⎝ b mb ⎠
⎡ ⎛ h⎞⎤
⎢ ln⎜⎜1 + ⎟⎟ ⎥
hr ⎠ ⎥
èw = ès ⎢1 − ⎝
1
II.92
⎢ 6 ⎥
⎛ 10 ⎞ ⎧ ⎡ n fx
⎤ ⎫
m fs FREDLUND e XING (1994)
⎢ ln⎜⎜1 + ⎟⎥ ⎪ ⎛ h ⎞ ⎪
⎣⎢ ⎝ h r ⎠⎟ ⎦⎥ ⎨ln ⎢e + ⎜⎜ ⎟⎟ ⎥ ⎬
⎪⎩ ⎢⎣ ⎝ a fx ⎠ ⎥⎦ ⎪⎭
313.8 Sucção
293.8 (ua - uw) b
φ
b φ
Tensão Cisalhante ( )
273.8
φ'
253.8
233.8
213.8 c=(ua-uw) f tanφb
c'
193.8
173.8 φ'
153.8
133.8
c'
113.8
62.18 112.18 162.18 212.18 262.18 312.18 362.18
Tensão Normal Líquida (σn - ua)
Figura II.40. Envoltória de resistência para solos não saturados no espaço tridimensional
(FREDLUND et al., 1978).
94
300
Tensão Cisalhante,
280
(σ - ua)3 >(σ - ua)2
260
b
φ (σ - ua)2 >(σ - ua)1
240
b (σ - ua)1 > 0
220
φ
b
200
φ (σ - ua)f = 0
b
180 φ
160
c
140
c'
120
63.31 163.31 263.31 363.31
Sucção Matricial (ua-uw )
300
Tensão Cisalhante, τ
280
260
(ua - uw)2 >(ua - uw)1
240
φ' (ua - uw)1 > 0
220
200
φ' (ua - uw)f = 0
180 φ'
160
c
140
c'
120
63.31 163.31 263.31 363.31
Tensão Normal Líquida (σ - ua)
WOOD (1979) citado por SANTOS (2001) comparou as Equações II.93 e II.94 e
deduziu que tgφb = χtgφ’. Como conseqüência, se o parâmetro χ não é constante para
um dado material, logo não há razão para que o ângulo φb seja. A Figura II.43 apresenta
a variação da relação φb/φ’ com a sucção para solos típi cos brasileiros. Conforme pode-
se observar, no início das curvas a razão φb/φ’ permanece relativamente constante ( ≅ 1)
até um determinado nível de sucção, a partir do qual ocorre um decréscimo acentuado
desta relação, de forma não linear. Ao se atingir um segundo nível, maior, de sucção,
φb/φ’ passa a variar pouco ou torna -se novamente constante, dentro dos níveis máximos
de sucção considerados. Segundo De CAMPOS (1997) um solo pode apresentar pressão
negativa (sucção) na água mesmo estando suturado. Nestas condições, admitindo-se
ua=0, a resistência do solo poderá ser representada tanto pela Equação II.93 quanto pela
Equação II.92, podendo-se esperar φb = φ’, justificando o trecho, aproximadamente,
linear da relação φb/φ sob baixos valores de sucção.
1
0.9 Colúvio Amarelo
/ ' 0.5
b
0.4
0.3
0.2
0.1
0
0 50 100 150 200 250 300
Figura II.43. Variação da relação de φb / φ´ com a sucção matricial para típicos solos
brasileiros (De CAMPOS, 1997).
2,5 2,5
⎛ sm − s ⎞ ⎛ ô+ ôb ⎞
⎜⎜ ⎟⎟ + ⎜⎜ ⎟⎟ =1 II.95
⎝ sm − sa ⎠ ⎝ ôm + ôb ⎠
1.4
TENSÃO CISALHANTE, (MPa)
1
Elipse (grau 2.5) 0.3 MPa
0.8
0.12 MPa
0.6
0.4
( τ + 0.88) 2.5 = 148-00248 (80 -s) 2.5
0.2 tg φ' = 0.636 Argila de Guadalix
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16
SUCÇÃO, s = ua - uw (MPa)
(a) (b)
Figura II.45 (a) Representação gráfica da Equação II.95; (b) Ajuste da elipse de grau 2,5
dos dados experimentais (ESCÁRIO e JUCÁ, 1989).
98
Segundo GENS (1993) citado por SANTOS (2001), uma função hiperbólica
alternativa pode ser também utilizada pra representar a resistência ao cisalhamento dos
solos não saturados. Neste caso, a resistência adicional Δτ com relação à resistência
saturada τfsat pode ser expressa por:
s
Äôf = ôf − ôf =
sat
II.96
s
cotg (ö') + *
c
∂ô
Esta expressão assegura a hipótese = tg (ö') na origem. Como o parâmetro c*
∂s
não representa o máximo aumento na resistência ao cisalhamento, por que esta
hipérbole é uma função assintótica crescente, cuja assíntota é cmáx, o mesmo deve ser
c máx
c* = II.97
r
Voltando à Figura II.43, observa-se uma certa semelhança entre a variação da
relação φb/φ’ com a curva característica (Figura II.38). Várias evidências experimentais
têm indicado a existência de uma relação entre a curva característica do solo e a
variação da resistência no plano τ vs (ua-uw). Em função disso, existem vários propostas
para estimativa da resistência de um solo não saturado baseadas nos parâmetros do solo
saturado e a na curva característica do solo (ex: FREDLUND et al., 1995b;
VANAPALLI et al., 1996 e FREDLUND et al., 1996).
valor de entrada de ar, o ar passa a entrar nos grandes poros, reduzindo a área de
influência dos meniscos. Neste estágio (transição primária e secundária, conforme
Figura II.46c e II.46b), há uma redução não linear da contribuição da sucção na
resistência, até um valor limite, correspondente ao estágio residual (Figura II.46d), a
partir do qual pouca ou nenhuma contribuição da sucção ocorrerá. Há situações (ex.
areia e silte) nas quais pode ocorrer, inclusive, a redução da resistência sob sucções
elevadas. Um exemplo simples e prático é o desmoronamento de esculturas de areia
após a secagem. A Figura II.47 apresenta, esquematicamente, a relação entre a
resistência e a curva característica, conforme comentado neste parágrafo.
corrente:
100
Grau de Saturação (%)
90
Desaturação
Transição Estágio residual
80 secundária de não saturação
Dessaturação
Transição primária
Zona de
70 ar ocluso
60
50
0 100 200 300 400 500 600 700 800
100
(a)
60
Zona de Dessaturação
40
Valor de entrada de ar
20
Saturação Residual
0
0 50 100 150 200
120
Resistência Cisalhamento (kPa)
b
Valor de entrada φ
100 de ar
80
Envoltória de Resistência
60 ao Cisalhamento não linear
40
Resistência ao Cisalhamento Saturada
20
(b)
0
0 50 100 150 200
dτ = CAwd(ua-uw) II.98
Aw = [Se]p II.99
101
S − Sr
Se=saturação efetiva = II.100
1 − Sr
A integral da Equação II.101 pode ser resolvida utilizando uma das propostas
existentes na literatura para representação numérica da curva característica (Tabela II.9).
Para solos arenosos e siltosos pode-se admitir p = 1.
(u −u )
⎡ − a w ⎤
ô= c'+(ón − u a )tanö'+(u a − u w )b tan ö'+ b1 ⎢1 − e b1 ⎥ tan ö' II.102
⎢⎣ ⎥⎦
b1 = parâmetro de ajuste.
Para b2 ≠ 1
(u a − u w )b
b2
⎛ 1 1 ⎞
ô= c'+ (ón − u a )tanö'+(u a − u w )b tan ö'+ ⎜ − ⎟ tan ö' II.103
b2 − 1 ⎜ (u − u ) b 2 −1
(u a − u w ) ⎟⎠
b 2 −1
⎝ a w b
⎡ (u − u w ) ⎤
ô= c'+(ón − u a )tanö' (u a − u w )b tanö'+(u a − u w )b ln ⎢ a ⎥ tan ö' II.104
⎣ (u a − u w )b ⎦
102
⎛ − [(u a −u w )−f(u a −u w )b ] ⎞
k
⎡ (u − u w )b ⎤
f'
⎡ ⎛ è− èr ⎞⎤
ô= c'+(ón − u a ) tan ö'+ (u a − u w )⎢ tan ö' ⎜⎜ ⎟⎟⎥ ' II.108
⎣ ⎝ ès − èr ⎠⎦
ou
103
⎡ ⎛ S − Sr ⎞⎤
ô= c'+(ón − u a ) tan ö'+(u a − u w )⎢ tan ö' ⎜⎜ ⎟⎟⎥ ' II.109
⎣ ⎝ 100 − S r ⎠⎦
As Equações II.93 e II.94, são meras funções de ajustes aos dados experimentais
definidas com base em resultados de um solo específico, podendo mostrar-se
inadequadas quando aplicadas aos resultados em outros solos.
CAPÍTULO III
III. 1 INTRODUÇÃO
ANO Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Anual
2000 50 113 63 34 7 4 0 2 2 0 11 116 402
ANO Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Anual
Média 90 118 71 24 13 12 5 9 11 29 50 492
71
30 Anos
Belém de São Francisco
Média 76 134 88 30 16 13 3 4 7 33 58 550
88
30 Anos
140
Ano de 2000
120 Ano de 2001
Precipitação Acumulada (mm)
Ano de 2002
100
Média mensal dos 30 anos
80
Petrolândia - PE
60
40
20
0
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Figura III.3. Precipitação: ano 2000 a 2002 e média mensal dos últimos 30 anos no
município de Petrolândia - PE (LAMEPE / ITEP).
110
A média anual dos últimos 30 anos para o município de Petrolândia (450 mm)
foi próxima aos 437,5mm do período relatado por FERREIRA (1995). Entre 2000 e
2002 as precipitações anuais foram sempre inferiores às medias históricas. No período
que foram realizados os estudos de campo (2001 e 2002), as precipitações anuais foram
inferiores ao ano que antecedeu as atividades (2000). Ao comparar os registros anuais
de Floresta e Belém de São Francisco, Petrolândia apresenta os menores índices
pluviométricos (máxima de 402 mm) da região (Figura III.4).
700
400
300
200
100
0
2000 2001 2002 30 Anos
Figura III.4. Precipitações anuais: período de 2000 a 2002 e média dos últimos 30 anos
(LAMEPE / ITEP).
Com base nos dados pluviométricos de Petrolândia entre de 2000 a 2002 (Tabela
III.1), procurou-se classificar o solo segundo a proposta de De MARTONNE (1941)
citado por FERREIRA (1995), considerando a temperatura média do período de 1964 a
1979 (25,4oC). Na Tabela III.3 apresenta-se um resumo das precipitações anuais e do
índice de aridez, acrescidos dos dados de FERREIRA (1995). Os dados da Tabela III.3
encontram-se representados na Figura III.5, com a correspondente classificação segundo
esta proposta.
30
A = P / (T +10)
25 ÚMIDO P - Precipitação
T - Temperatura
ÍNDICE DE ARIDEZ (A).
20
15
10
SEMI-ÁRIDO
5
DESERTO
0
1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002
Na primeira campanha foram realizados quatro furos, três deles (SPT-T1, SPT-
T2 e SPT-T3) em pontos, eqüidistantes entre si, formando uma triangulação em torno da
área destinada aos outros ensaios de campo (Figura III.7 e Figura III.8). Todos os furos
foram executados a seco (a trado). O quarto furo (SPT-T4) foi realizado fora dos limites
desta área, próximo às edificações que apresentam danos. O objetivo de realizar um furo
além desse limite é o de verificar se o perfil do solo próximo às edificações é
semelhante aos demais. Na segunda campanha foram realizados três furos, sendo um a
seco e dois por circulação d’água. O objetivo destes dois últimos furos foi avaliar a
possibilidade de definir um critério de identificação para solos colapsíveis a partir da
comparação dos resultados. Os furos da segunda campanha são diferenciados dos furos
Os furos da primeira campanha por uma letra minúscula após o número de identificação
(SPT-T1b, SPT-T2b, SPT-T3b).
ESCOLA AGRÍCOLA - CAMPO EXPERIMENTAL
POÇO
GH1
SPT-T3
N SPT-T1
SPT-T1b,T2b e T3b
GH2 2 4
3 3 2 2B
1
1 2A
1 PC01 1A 2
SPT-T4 SECÇÃO
1A 1B
4
1B 4A
SEC
ÃOÇ
3A
2
SPT-T2
ÁREA DE ESTUDO
fossa
115
fossa
fossa
fossa LEGENDA
cx. d'água Sondagem SPT-T
Expansolapsômetro
cx. d'água Pressiômetro *
Guelph
Catavento Poço de Amostragem
Prova de Carga
5 0 5 10m Parabólica
Coqueiro
POÇO
GH1
SPT-T3
SPT-T1
SPT-T1b
GH2 SPT-T3b
SPT-T2b 4
2
3 2B
1 3 2
2A
PC01 2
1 1A LEGENDA
1A
1B Sondagem SPT-T
4 4A Expansolapsômetro
1B
Pressiômetro *
Guelph
3A Poço de Amostragem
Prova de Carga
Parabólica
Coqueiro
SPT-T2 * OBS: Ensaios PMT
(DOURADO, 2003)
ÁREA DE ESTUDO
2 0 2 4m
torque
Profundidade (m)
Arenito da
5 Formação Tacaratu 5 48/17 5 5 5
50/15
Poço (Jul./01)
SPT-T1 (Fev./02) SPT-T1 (Fev./02) Poço (Jul./01)
6 6 6 6 SPT-T1 (Fev./02) 6
SPT-T1b (Out./02) SPT-T1b (Out./02)
Fim da sondagem SPT-T1b (Out./02) SPT-T1 (Fev./02)
SPT-T2b (Out./02) SPT-T2b (Out./02)
SPT-T3b (Out./02) SPT-T3b (Out./02) Umidade Saturação SPT-T1b (Out./02)
7 7 7 7 7
0 0.5 1 0 10 20 30 40 50 0 1 2 3 4 5 6 0 7 14 21 28 0 20 40 60 80 100
N (SPT) T/N Teor de Umidade (%) Grau de Saturação (%)
Figura III.9. Resultados de sondagem SPT-T com perfis de umidade e grau de saturação.
119
Descrição
0 0 0 0
Areia fina siltosa,
não plástica Estação
fofa a chuvosa
1 medianamente 1 1 1
compacta.
Ar. fina siltosa, c/plastic.
fofa a median. Compacta
2 medianamente compacta
2 2 2
Profundidade (m)
a compacta
50/30
Impenetrável à
3 percussão 3 50/10 3 3
Irrealizável
Arenito da Formação
o ensaio de
Tacaratu
4 4 55/15 4 torque 4
5 5 50/6 5 5
Fim da sondagem
Poço (Jul./01)
SPT-T2 (Fev./02) SPT-T2 SPT-T2 (Fev./02)
6 6 6 6
0 0.5 1 0 10 20 30 40 50 0 1 2 3 4 5 6 0 2 4 6 8 10 12
N (SPT) T/N Teor de Umidade (%)
Figura III.10. Resultados de sondagem SPT-T com perfis de umidade – furo SPT-T2.
Descrição
0 0 0 0
Areia fina siltosa Estação
não plástica, chuvosa
fofa
1 1 1 1
Areia fina siltosa, com
plasticidade, median.
compacta a muito compacta
2 2 45/12 2 2
Profundidade (m)
Impenetrável à
percussão Irrealizável o
ensaio de
3 Arenito da 3 51/12 3 torque 3
formação Tacaratu
53/15
4 Fim da sondagem 4 4 4
5 5 5 5
Poço (Jul./01)
SPT-T3 (Fev./02) SPT-T3 SPT-T3 (Fev./02)
6 6 6 6
0 0.5 1 0 10 20 30 40 50 0 1 2 3 4 5 6 0 4 8 12 16
Figura III.11. Resultados de sondagem SPT-T com perfis de umidade – furo SPT-T3.
120
Descrição
0 0 0 0
Areia fina siltosa
não plástica,
Estação
fofa a medianamente chuvosa
1 compacta. 1 1 1
Median. compacta
Areia fina
2 siltosa com 2 2 2
Profundidade (m)
plasticidade,
medianam. compacta
a compacta
3 3 3 3
Medianamente
compacta
4 4 4 4
Medianamente
compacta a
nuito compacta
5 72/30 Irrealizável o
Impenetrável - arenito 5 5 5
ensaio de torque
da form ação Tacaratu Poço (Jul./01)
Fim da sondagem
SPT-T4 (Fev./02) SPT-T4 (Fev./02) SPT-T4 (Fev./02)
6 6 6 6
0 0.5 1 0 10 20 30 40 50 0 1 2 3 4 5 6 0 4 8 12
N (SPT) T/N Teor de Umidade (%)
Figura III.12. Resultados de sondagem SPT-T com perfis de umidade – furo SPT-T4.
Nos furos realizados na área de estudo (Figura III.7 e Figura III.8) a condição de
impenetrável está compreendida entre 2 e 3m de profundidade, com a espessura do solo
reduzindo à medida que aumenta a distância do furo em relação às edificações (Figura
III.13). Tomando-se como referência o furo SPT-T1, observa-se uma suave declividade
(entre 3 e 4 %) na direção dos furos SPT-T2 e SPT-T3. As diferenças de cota entre o
furo SPT-T1 (cota 319,85m) e os furos SPT-T2 (cota 319,05) e SPT-T3 (cota 319,15m)
são 0,8m e 0,7m, respectivamente. No furo SPT-T4 (Figura III.12), o mais próximo das
edificações (Figura III.7), a condição de impenetrável a percussão ocorre em 5 metros
de profundidade. Em todos perfis, o índice de torque, em geral, acompanha a mesma
tendência do N(SPT).
1
CAMADA 1 5 10 SPT - T3
Areia Fina Siltosa NP 4
319 8 319
12 44
2
19
9 4
6
318 22 318
11 5
28
20
CAMADA 2 20 14
Areia Fina Siltosa (3 < IP% < 6) 45/12
317 12 317
COTA (m)
COTA (m)
42 61
75/23
50/12
316 13 316
45/11
53/15
Camada com SPT > 50
121
315 72 315
48/17
50
0 10 20 30 40 50 60
DISTÂNCIA (m)
LEGENDA
Areia siltosa não plástica (camada 1) Ensaio de permeabilidade Guelph Provas de carga em placa
(ensaios de referência)
Areia siltosa com pouca plasticidade (camada 2) Ensaio ECT (Expansolapsômetro)
Amostra em bloco
Nos perfis SPT-T1 e SPT-T1b (Figura III.9) obtidos no final da estação chuvosa
e da estação seca, respectivamente, observa-se um considerável aumento (45 a 55%) no
valor do índice de penetração no ensaio SPT-T1b, conseqüente do aumento da sucção
do solo. O aumento no valor de N neste ensaio veio a classificar a areia de
medianamente compacta a compacta (19 < N < 40) até 2m de profundidade.
A umidade de saturação (Figura III.9) foi cerca de duas vezes o valor da máxima
umidade obtida na sondagem da primeira campanha (final da estação chuvosa),
sugerindo que, para as condições de campo, a saturação é pouco provável de ocorrer
neste solo.
124
Estes resultados (Figuras III.9 a III.12) sugerem que as águas decorrentes das
chuvas tendem a alterar todo a camada de solo colapsível, provavelmente devido a
pequena espessura e elevada permeabilidade que esta apresenta.
O perfil SPT-T4 (Figura II.12) se destaca dos demais por apresentar teores de
umidade superiores até a profundidade de 2,0 m, embora os ensaios tenham sido
realizados na mesma época e sem a ocorrência de chuvas eventuais durante esta
atividade. Uma explicação para esta discrepância pode estar associada a uma maior
concentração de água devido à alteração nas condições naturais de drenagem por conta
da construção, associada à implantação de vegetação de origem não nativa (coqueiros,
etc.) existente em torno das edificações, constantemente irrigada.
Areia
Areia
Grossa
Argila Silte Areia Fina Média Pedregulho
100
90
80
Percentual passando (%)
70
60
50
40
Areia Areia
Argila Silte Areia Fina Média Grossa Pedregulho
100
90
80
Percentual passando (%)
70
60
50
40
vez que os percentuais de finos das respectivas amostras (12,3 e 13,8 %) encontram-se
próximos a este limite, o bom senso conduz a classificá-las no grupo SP-SM (areia fina
siltosa mal-graduada), o qual seria restrito a solos com percentuais de fino entre 5 e
12%.
III.3.3.2 Compactação
Tendo em vista que uma das soluções adotadas na prática da engenharia ao tratar
solos colapsíveis é a destruição da estrutura original do solo através da compactação,
ensaios de compactação foram realizados com o objetivo caracterizar o solo nesta
condição. Estes ensaios servirão, também, como referência na preparação de amostras
compactadas para avaliar o efeito da compactação na redução da colapsibilidade do
solo.
Nas condições de peso específico aparente seco máximo e umidade ótima, o solo
estudado apresenta grau de saturação entre 62 e 85% (Tabela III.6), aumentando com a
profundidade, estando, na maioria dos casos, abaixo do que normalmente se observa em
outros solos (geralmente mais argilosos) da literatura (85 a 90%). O aumento do grau de
saturação com a profundidade pode ser explicado pelo aumento no teor de argila
(Tabela III.4), que tende a ser mais significativo a partir de 1,5m (>14%). Nas amostras
limitadas pela profundidade máxima de 1,3m (amostra 1 e 2), o grau de saturação (62,4
e 71,2%) aproxima-se ao observado por FERREIRA (1995) (67,14%) em solo similar
investigado por este autor.
O grau de compactação (GC) definido pela relação entre o peso específico seco
do solo natural e o peso específico seco do solo na umidade ótima varia entre 82 e 92%,
estando fora da faixa de valores (GC < 80%), sugerida por MELLO (1973) citado por
FERREIRA (1995), de solo potencialmente colapsível. Todavia, os valores dos pesos
específicos secos médios do solo no estado natural (< 17kN/m3) estão, na maioria das
amostras, compatíveis com o observado em muitos solos colapsíveis da literatura (11 a
17kN/m3), o que resultará numa porosidade da ordem de 40%, conforme THORNTON
e ARULANANDIAN (1975). A única exceção ocorre na amostra referente à
profundidade de 2,5 a 2,8m, que apresentou γd natural de 18,8 kN/m3.
131
19.5 19.5
Peso específico seco (kN/m ) Prof.: 0,5 a 0,8m Prof.: 1 a 1,3m
3
18.0 18.0
17.5 17.5
17.0 17.0
1,0-1,3m
S=31,8% 1,5-1,8m
20.0 20.0
2,0-2,3m
2,5-2,8m
19.0 19.0 Ferreira (1995)
18.0 18.0
S=100%
17.0 S=84% 17.0
Condicção de campo
(e) (f)
16.0 16.0
0 5 10 15 20 25 0 5 10 15 20 25
Figura III.17. Curvas de compactação – ensaio Proctor Normal com reuso da amostra.
133
(SM)
Profundidade (m)
18% 92%
2 com plasticidade 2 Pedregulho 2 2 2 2 2
(3 < IP < 6%)
SPT > 50
2.5 Areia fina 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5
siltosa/argilosa Silte
(SM/SC), IP = 6%, Método
Natural Cápsulas
presença de óxido Argila Papel Filtro
de ferro. (a) Seco (b) CP (c) (d) (e) (f)
3 3 3 3 3 3 3
0 20 40 60 80 100 15 17 19 21 23 0 2 4 6 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0 20 40 60 0 10 20 30
3
Granulometria (%) γ d e γ nat (kN/m ) w (%) e S (%) Sucção (MPa)
Figura III.18. Variação da granulometria sem defloculante, umidade, grau de saturação e sucção com a profundidade, obtidos durante a
amostragem (Julho/2001).
135
torno desta profundidade. Todavia, os índices físicos (γnat, γd e eo) determinados a partir
da moldagem dos corpos de prova dos ensaios edométricos (Capítulo IV) e dos ensaios
de cisalhamento direto (Capítulo V) indicam (Figura III.19), para profundidades
0 0 0
1 1 1
Profundidade (m)
2 2 2
Figura III.19. Variação do peso específico seco (γd), peso específico natural (γnat) e do
índice de vazios com a profundidade obtidos a partir dos ensaios edométricos e de
cisalhamento direto.
onde: α = Kfs/φm é uma constante que depende das propriedades dos poros do solo;
ϕ = sucção da água no solo em cm de coluna d' água;
e = 2,71828.
0 0 0
Areia Média
e Grossa
0.5 0.5 0.5
Silte
Profundidade (m)
1 1 1
Areia Fina
Tabela III.7. Resumo dos resultados dos ensaios de permeabilidade “in situ”.
Fato semelhante pode ocorrer em areias carbonáticas, onde a quebra dos grãos
devido às cargas externas pode resultar em aumento da compressibilidade do solo e
redução da resistência com o aumento da tensão confinante. O índice de compressão de
uma areia carbonática, por exemplo, pode ser superior a 100 vezes de uma areia
constituída de minerais silicatos (MURFF, 1987). Isso é uma conseqüência, dentre
outras, da menor dureza dos minerais carbonáticos (ex: calcita, dolomita) que variam
entre 3 e 4 na escala de dureza de Moh, enquanto areias compostas de minerais silicatos,
tal como o quartzo, este valor pode chegar a 7. Além disso os minerais carbonáticos
apresentam maior sensibilidade a líquidos agressivos, o que pode vir a ter forte
influência no comportamento mecânico neste tipo de solo.
Angular
Subangular
Subarredondado
Arredondado
Bem arredondado
(a) Prof.: 1,5 a 1,8m (0,062 <φgrão mm < 2) (b) Prof.: 2,0 a 2,3m (0,062 < φgrão mm < 2)
(c) Prof.: 1,5 a 1,8m (φgrão > 2mm) (d) Prof.: 2,0 a 2,3m (φgrão > 2mm)
(e) Prof.: 2,5 s 2,8m (0,062 <φgrão mm < 2) (f) Prof.: 2,5 s 2,8m (0,062 <φgrão mm < 2)
14 (M)
o (M)
3,36A o
12 10,1 A
(C) Caulinita
10
(M) Mica
8
(M)o
6 5,04A
4
o
K - 550 C
2
0
40 30 20 10 0
9 (C) o (
3,57A (C) o
8
7,16 A
7
6
(M)
o
5 3,36 A
4
(M) o
3
10,1 A
2 Mg-Glicerol
1
0
40 30 (C) o 20 (C) o10 0
9
5,57 A 7,16 A
8
7
6
5
4
(M) o (M) o
3 3,36 A 10,1 A
2 (M) o
o 5,04 A
1 K-25 C
0
40 35 30 25 20 15 10 5
2θ 0
12 (M) o
(C) Caulinita 3,36 A
10
(M) Mica
8 (M) o
10,1 A
6
(M)
o
4 5,04 A
o
2 K - 550 C
0
40 30 20 10 0
9 (C) o (C) o
3,57 A 7,16 A
8
7
6
(M)
o
5 3,36 A
4
(M)o
3 10,1A
2 Mg - Glicerol
1
0
40 30 20 (C)10
o
0
9
(C) o 7,16 A
8 3,57 A
7
6
5
4
(C) o (M) o
3 2,13 A 3,36 A
(M) o
2 (M) o 10,1 A
1 o 5,04 A
K-25 C
0
40 35 30 25 20 15 10 5 0
2θ
(M) o (M) o
9 3,36 A 10,1 A
8 (C) Caulinita
7
(M) Mica
6
? Possivel
5 interestratificação
incluindo minerais expansivos (M)o
4 2:1
do tipo 5,04A
?
3
o
2 K - 550 C
1
0
40 30 20 10 0
10 (C) o (C) o
3,57A 7,16 A
9
8
7
6 (M)
o
5 3,36 A
4 (M)
o
10,1 A
3
Mg-Glicerol
2
1
0
40 30 20 (C) 10
o 0
10
7,16 A
9 (C) o
8 3,57 A
7
6
5
4
3 (M) o (M) o
2 3,36 A 10,1 A
o
1 K-25 C
0
40 35 30 25 20 15 10 5 0
2θ
(Q) o
10 (Q) o
3,34 A
4,26 A
9 (Q) Quartzo
8
7 Prof.: 0,5 a 0,8m
6
(Q) o
5
2,46 A
4 (Q) o
(Q) o 2,28 A
3 1,98 A
2
1
0
50 40 30 20 10 0
9 (Q) o
3,34 A
8 (Q) o
Prof.: 1,0 a 1,3m
7 4,26 A
(Q) o
6
2,46 A
5
4
3 (Q) o
2 1,98 A
1
0
50 40 30 (Q) 20 10 0
9 o
3,34 A (Q) o
8 4,26 A
Prof.: 1,5 a 1,8m
7
6
5
4 (Q) o
(Q) o
(Q) 2,16 A 2,46 A
3 o
1,98 A
2
1
0
50 40 30 20 10 2θ 0
solo, facilmente desagregável com o manuseio, nem sempre esta operação resultou em
amostras com as dimensões bem definidas. Embora o solo encontrava-se com o teor
umidade próximo à umidade higroscópica, os pequenos cubos eram conduzidos, em
uma cápsula, à estufa, e mantido por 24 h para completa secagem.
O equipamento utilizado para tal fim foi o microscópio da marca Jeol JSM - T
200 (scanning microscope). Uma vez que o mesmo permite o acoplamento de uma
câmera fotográfica, os resultados das observações das superfícies das amostras são
registrados através de fotografias.
observada por FERREIRA (1995) para outro local de Petrolândia. Os revestimentos dos
grãos são típicos do processo de iluviação, notadamente nas amostras 1 (0,5 a 0,8m) e 2
(1,0 a 1,3m).
(a) (b)
Amostra 1 (prof. 0,5 a 0,8m): (a) e (b) grãos de quartzo na dimensão de areia fina e silte (parcialmente
revestidos por películas de fração menores) conectados com grãos de quartzo na dimensão de areia média,
deixando entre si poros.
(c) (d)
Amostra 2 (prof. 1,0 a 1,3m): (c) grãos de quartzo na dimensão de areia fina circundados por grãos de
quartzo na dimensão de areia média e fina, formando um pacote; (d) semelhante às micrografias (a) e (b).
(e) (f)
Amostra 3 (prof. 1,5 a 1,8m): (e) similar a micrografia (f); presença de pontes de argila e silte interligando
os grãos de quartzo, apresentando maior revestimento que as Amostras 1 e 2.
16 16
Umedecimento Umedecimento
14 14 Secagem
Teor de Umidade (%)
12 12
10 10
8 8
6 6
4 4
2 2
Prof.(m): 0,5 a 0,8 Prof.(m): 1,0 a 1,3
0 0
1 10 100 1000 10000 100000 1 10 100 1000 10000 100000
(a) (b)
16 16
Umedecimento Umedecimento
14 Secagem 14 Secagem
12 12
Teor de Umidade (%)
10 10
8 8
6 6
4 4
2 2
Prof.(m): 1,5 a 1,8 Prof.(m): 2,0 a 2,3
0 0
1 10 100 1000 10000 100000 1 10 100 1000 10000 100000
(c) (d)
45 45
Umedecimento Umedecimento
40 40 Secagem
Van Genutchen (1980)
Van Genutchen (1980)
35 Parâmetros 35
Parâmetros
θs = 40,2%
Umidade Volumétrica,
30 30 θs = 38,2%
θr = 39%
θr = 45%
25 αv g = 0,0137 25
αv g = 36,1
nv g = 0,8288
20 20 nv g = 3,005
mv g = 8,3374
mv g = 0,334
15 R2 = 0,95 15
R2 = 0,9
10 10
5 5
Prof.(m): 0,5 - 0,8 Prof.(m): 1 - 1,3
0 0
0.01 1 100 10000 1000000 0.01 1 100 10000 1000000
Sucção (kPa) Sucção (kPa)
(a) (b)
45 45
Umedecimento Umedecimento
40 Secagem 40 Secagem
Van Genutchen (1980) Van Genutchen (1980)
35 35
Parâmetros Parâmetros
Umidade Volumétrica,
30 30 θs = 34,5%
θs = 38%
25 θr = 43% 25 θr = 6%
αv g = 0,5621 αv g = 0,9441
20 nv g = 4,7426 20 nv g = 2,4489
mv g = 0,15 mv g = 0,1883
15 15
2
R = 0,97 R2 = 0,94
10 10
5 5
Prof.(m): 1,5 - 1,8 Prof.(m): 2,0 - 2,3
0 0
0.01 1 100 10000 1000000 0.01 1 100 10000 1000000
Sucção (kPa) Sucção (kPa)
(c) (d)
120 120
Umedecimento Umedecimento
110 110 Secagem
Van Genutchen (1980)
Van Genutchen (1980)
100 100
90 Prof.(m): 0,5 - 0,8 90 Prof.(m): 1 - 1,3
80 80
Grau de Saturação
70 70
60 60
50 50
40 40
30 30
20 20
10 10
0 0
0.01 1 100 10000 1000000 0.01 1 100 10000 1000000
Sucção (kPa) Sucção (kPa)
(a) (b)
120 120
Umedecimento Umedecimento
110 Secagem 110 Secagem
100 Van Genutchen (1980) 100 Van Genutchen (1980)
90 90
Prof.(m): 1,5 - 1,8 Prof.(m): 2 - 2,3
80 80
Grau de Saturação
70 70
60 60
50 50
40 40
30 30
20 20
10 10
0 0
0.01 1 100 10000 1000000 0.01 1 100 10000 1000000
Sucção (kPa) Sucção (kPa)
(c) (d)
S.e
èw = III.3
1+ e
ès − èr
èw = èr +
[1 + (á .h ) ]
n vg m vg
III.4
vg
Das curvas ajustadas (Figuras III.29 e III.30) pode-se perceber que a sucção
correspondente ao valor de entrada de ar (primeiro ponto de inflexão) foi da ordem de
1kPa, para algumas amostras, e não excedendo este valor para outras. Os perfis de
umidades obtidos na estação úmida (Figuras III.9 a III.12) e os dados experimentais da
Figura III.28 a III.30 sugerem que sucções da ordem do valor de entrada de ar é pouco
provável de ocorrer no campo, sob condições normais.
γs Umidade de Saturação
Prof. (m) CP No wo (%) eo So (%)
(kN/m3) ws (%) θs (%)
01 0,53 15,9 0,67 2,09 25,4 0,40
0,5 – 0,8
02 0,61 15,9 0,68 2,38 25,3 40
03 1,32 16,3 0,62 5,65 23,3 38
1,0 – 1,3
04 1,13 16,3 0,62 4,82 23,5 38
05 2,55 16,1 0,64 10,52 24,2 39
1,5 – 1,8
06 2,55 16,6 0,59 11,48 22,2 37
07 2,23 17,1 0,54 10,8 20,6 35
2,0 – 2,3
08 2,23 17,3 0,53 11,2 19,9 34
157
CAPÍTULO IV
IV.1 INTRODUÇÃO
PROF.
CAMADA AMOSTRA ENSAIO / TIPO
(m) EDN EDI EDN* EDNC EDIC EDS EDSC CLRS EDSV
BL 05 e 06 1,5 a 1,8 04 02 02 02 07 02 04 01
II
BL 07 e 08 2,0 a 2,3 04 2 ----- 02 07 02 04 -----
Impen.
BL 09 2,5 a 2,8 03 2 ----- 02 07 ----- ----- -----z
SPT
O solo é uma areia fina siltosa (SM), com percentual de areia entre 69 e 78%,
que apresenta pouca plasticidade (3 < IP < 6) a partir de 1,5m de profundidade. A
estrutura é do tipo empacotamento simples, caracterizada por grãos de quartzo
conectados por agregações de silte e argila. A fração argila é composta, essencialmente
de Caulinita e Mica.
todas amostras. A exceção ocorreu numa série de ensaios duplos realizados em amostras
compactadas, os quais foram restringidos às três profundidades superiores de coleta.
Nos ensaios EDI a inundação foi feita da base para o topo da célula, numa vazão
de inundação de 0,25 ml/s, a mesma adotada por FERREIRA (1995) como padrão. Nos
160
Por tratar-se de uma região semi-árida, com índices de evaporação que chega a
serem superiores a quatro vezes aos índices pluviométricos e levando em consideração
que as obras são construídas, geralmente, na estação seca, um conjunto de ensaios
161
EDNC foi realizado em amostra compactada previamente seca ao ar. Estes ensaios
tiveram o objetivo de simular a situação de uma obra onde o solo é compactado na
ótima e exposto às condições atmosféricas durante um período de tempo (um fim de
semana, por exemplo) resultando na secagem do mesmo antes da construção da
fundação. A curva assim obtida será comparada com o resultado do ensaio EDIC,
avaliando se a simples secagem pode induzir algum colapso sob futura inundação.
Tabela IV.2. Condições iniciais e finais dos corpos de prova dos ensaios EDN e EDI.
INICIAL FINAL
Camada Amostra CP Ensaio
Gs wo γso So wf γsf Sf
Prof. (m) No Tipo eo ef
(%) kN/m3 (%) (%) kN/m3 (%)
0.8
Média Máximo Mínimo
0.7
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
0
0.5-0.8 1.0-1.3 1.5-1.8 2.0-2.3 2.5-2.8
Figura VI.1 Valores médios, máximos e mínimos dos índices de vazios iniciais de cada
amostra.
8 40
Grau de Saturação Final (%)
7 35 1
1
Umidade Final (%)
6 30 1
1
5 25
4 20
3 15
2 10
1 5
(a) (b)
0 0
0 2 4 6 8 0 10 20 30 40
Figura IV.2. Comparação entre os valores dos teores de umidade e graus de saturação
iniciais e finais dos corpos de provas dos ensaios na umidade natural (EDN e EDN*).
Nos ensaios inundados (EDI) o grau de saturação final (Sf) (Tabela IV.2), em
quase a totalidade dos corpos de prova, foi inferior a 90 %, numa média de 86 %. A
única exceção ocorreu no ensaio referente ao corpo de prova CP26, correspondente à
amostra entre 2,5 e 2,8 m (camada impenetrável, com SPT > 50 golpes), cujo grau de
saturação foi de 100 %.
0.65 1
CP01-EDI CP07-EDI
0.63 1
CP02-EDI CP08-EDI
0.61 1
Camada I Camada I
Prof.(m): Prof.(m):
Índice de Vazios
0.59 1
0,5 a 0,8 1,0 a 1,3
0.57 1
0.55 1
0.53 1
0.51 1
0.49 0
0.55 1
1,5 a 1.8 2,0 a 2,3
0.50 1
0.45 0
0.40 0
(c) (d)
0.35 0
0.43 1 10 100 1000 100001 10 100 1000 10000
CP25-EDI
0.41 CP26-EDI Tensão Vertical (kPa)
0.35
0.33
0.31
0.29
0.27
(e)
0.25
1 10 100 1000 10000
0.69 1
CP03-EDN (wi=0,89%) Camada I
0.67 CP04-EDN (wi=1,22%) 1 Prof.(m):
1,0 a 1,3
Camada I
0.65 Prof.(m): 1
Índice de Vazios
0,5 a 0,8
0.63 1
0.61 1
0.59 1
0.61 1 Camada II
Índice de Vazios
Prof.(m):
0.59 1 2,0 a 2,3
0.57 1
0.55 1
0.53 Camada II 1
Prof.(m): 1,5 a 1.8
0.51 1
CP15-EDN (wi=2,08%)
0.49 0
CP16-EDN (wi=2,22%) (c) (d)
0.47 0
0.49 1 10 100 1000 10000
1 10 100 1000 10000
SPT > 50 Tensão Vertical (kPa)
Prof.(m):
0.48
2,5 a 2,8
Índice de Vazios
0.47
0.46
0.45
0.44
Figura IV.4.Curvas e versus σv log – ensaios na umidade natural da estação seca (EDN).
168
0 0
CP01-EDI CP07-EDI
1 1
Deformação Volumétrica (%) CP02-EDI CP08-EDI
2 2
Camada I Camada I
3 Prof.(m): 3 Prof.(m):
0,5 a 0,8 1,0 a 1,3
4 4
5 5
6 6
7 7
8 8
9 9
10
(a)10 (b)
11 11
-1 1 10 100 1000 -1 1
10000 10 100 1000 10000
0 CP13-EDI 0 CP19-EDI
1 CP14-EDI 1 CP20-EDI
Deformação Volumétrica (%)
2 2
Camada II Camada II
3 3
Prof.(m): Prof.(m):
4 1,5 a 1.8 4 2,0 a 2,3
5 5
6 6
7 7
8 8
9 9
10 10
11 11
12 12
13 (c) 13 (d)
14 14
-1 1 10 100 1000 100001 10 100 1000 10000
CP25-EDI
0
CP26-EDI Tensão Vertical (kPa)
1
Deformação Volumétrica (%)
2 SPT > 50
Prof.(m):
3
2,5 a 2,8
4
5
6
7
8
9
10
11
12 (e)
13
1 10 100 1000 10000
0 0
Camada I Camada I
Deformação Volumétrica (%) Prof.(m): Prof.(m):
1 0,5 a 0,8 1 1,0 a 1,3
2 2
3 3
4 4
CP03-EDN (wi=0,89%) CP09-EDN (wi=1,78%)
(a) CP10-EDN (wi=1,49%)
(b)
CP04-EDN (wi=1,22%)
5 5
0 1 10 100 1000 0 1
10000 10 100 1000 10000
Camada II Camada II
Prof.(m): Prof.(m):
1 1
Deformação Volumétrica (%)
2 2
3 3
4 4
5 5
CP15-EDN (wi=2,08%) CP21-EDN (wi=2,16%)
CP16-EDN (wi=2,22%) (c) CP22-EDN (wi=1,99%) (d)
6 6
0 1 10 100 1000 1
10000 10 100 1000 10000
SPT > 50
Prof.(m): Tensão Vertical (kPa)
2,5 a 2,8
Deformação Volumétrica (%)
Figura IV.6.Curvas εv versus σv log– ensaios na umidade natural da estação seca (EDN).
170
Nos ensaios na umidade natural (EDN) as curvas (Figuras IV.4 e IV.6) nem
sempre indicam com clareza um trecho linear que caracterize o trecho virgem ou uma
acentuação nas deformações que caracterize o escoamento do solo. No ensaio referente
à amostra de 1,5 a 1,8 m (Figuras VI.4c e IV.6c) da Camada II observa-se mais de um
trecho retilíneo com diferentes inclinações, até alcançar o trecho virgem. Fato
semelhante é observado, com menos intensidade, nos CP04 e CP10 das amostras
referentes à Camada I (Figura VI.4a e IV.4b). Comportamento semelhante foi
apresentado por VAUGAN (1988), para um solo estruturado, o qual atribui à existência
de estágios intermediários de escoamento na curva de compressão, à medida que as
ligações são destruídas, até atingir o trecho virgem, caracterizado pela intensificação das
deformações. Este comportamento encontra-se exemplificado na Figura IV.7.
A partir dos resultados dos ensaios inundados (EDI) e dos ensaios na umidade
natural (EDN), foram determinados a tensão de escoamento (σvm) e os parâmetros de
compressibilidade (Cc e Cs) do solo. Estes resultados encontram-se na Tabela IV.3. A
tensão de escoamento foi determinada pelo método gráfico de Pacheco Silva. Este
método possui uma vantagem em relação ao de Casagrande, uma vez que não se faz
necessária a determinação de um raio mínimo na curva do ensaio, muita vezes de difícil
identificação. Nos ensaios na umidade natural onde o trecho virgem não ficou bem
evidenciado, Cc foi determinado considerando os últimos estágios de tensão (640 – 1280
171
IV.8e), para o solo no estado natural (σvmn) foram sempre superiores a tensão de
escoamento do solo na condição inundada (σvms), porém sem uma faixa de valor
característica para cada camada do perfil de solo. Vale ressaltar que a tensão de
escoamento é também referida, também, como tensão de pré-consolidação virtual por
alguns autores (ex: VARGAS, 1973; FERREIRA, 1995).
Observa-se (Figura IV.8) que os maiores valores de σvmn (Tabela IV.3), entre
230 e 280 kPa, estão compreendidos entre 1,0 e 1,8 m de profundidade, envolvendo o
limite inferior da Camada I e a Camada II. Neste mesmo trecho ocorrem os menores
0 0 0 0 0
EDI EDN
CAMADA I
EDN EDN EDI
0.5 0.5 0.5 0.5 0.5
Areia Média EDN
EDI
e Grossa
EDI
1 1 1 1 1
Profundiade (m)
Areia Fina
Pedregulho
2 2 2 2 2
Silte
2.5 2.5 2.5 2.5 2.5
SPT > 50
Argila (a) (b) (c) (d) (e)
3 3 3 3 3
0 20 40 60 80 100 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.04 0.07 0.1 0.13 0 0.005 0.01 0.015 0 100 200 300
Granulometria (%) eo Cc Cs σvm (kPa)
Figura IV.8. Variação da granulometria sem defloculante, índice de vazios inicial (eo),
parâmetros de compressibilidade (Cc e Cs) e as tensões de escoamento do solo saturado
Camada II, estes são inferiores ao valores obtidos a partir dos ensaios da amostra de 0,5
a 0,8 m da Camada I. Na Camada de SPT > 50 não foram determinados σvmn nem Cc
pois há dúvidas que a curva de compressão desse ensaio tenha atingido o trecho virgem.
σvmn > σvms. Quanto maior a diferença entre estas duas tensões, maior será a faixa de
Os valores de Cs (Tabela IV.3) variaram ente 0,002 e 0,014, com média de 0,008, nos
ensaios inundados (EDI) e ligeiramente inferior nos ensaios na umidade natural (entre
0,002 e 0,009, com média de 0,005). Estes baixos valores sugerem que a
expansibilidade neste solo seja pequena. Portanto, amostras coletadas tanto no período
seco quanto no período úmido deverão apresentar pesos específicos secos similares.
0,002 a 0,004, estando o valor mínimo para a amostra no estado natural (wo = 1,70 %).
0.70 1
(a) (b)
0.65 1
0.60 1
Índice de Vazios
0.55 1
0.50 1
0.45 0
CP02-EDI CP08-EDI
Camada I Camada I
0.40 CP03-EDN (wi=0,89%) CP10-EDN (wi=1,49%)
Prof.(m): 0 Prof.(m):
CP05-EDN* (wi=3,60%) CP11-EDN* (wi=3,58%)
CP06-EDN* (wi=6,40%) 0,5 a 0,8 CP12-EDN* (wi=6,5%) 1,0 a 1,3
0.35 0
0.65 1 10 100 1000 1 1
10000 10 100 1000 10000
(c) (d)
0.60 1
Índice de Vazios
0.55 1
0.50 1
0.45 0
0.40
Índice de Vazios
0.35
0.30
0.25
CP25-EDI
0.20 CP27-EDN (wi=3,04%) SPT>50
CP28-EDN* (wi=3,96%) Prof.(m):
CP29-EDN* (wi=6,0%) 2,5 a 2,8
0.15
1 10 100 1000 10000
0 0
(a) (b)
Deformação Volumétrica (%) 2 2
4 4
6 6
8 8
10 10
CP02-EDI
CP08-EDI
CP03-EDN (wi=0,89%) Camada I Camada I
12 CP10-EDN (wi=1,49%)
CP05-EDN* (wi=3,6%) Prof.(m):12 Prof.(m):
CP11-EDN* (wi=3,58%)
0,5 a 0,8 1,0 a 1,3
CP06-EDN* (wi=6,4%) CP12-EDN* (wi=6,5%)
14 14
-1 1 10 100 1000 -1 1
10000 10 100 1000 10000
(c) (d)
1 1
Deformação Volumétrica (%)
3 3
5 5
7 7
9 9
11 11
13 13
CP14-EDI CP19-EDI
15 15
CP16-EDN (wi=2,22%) Camada II CP22-EDN (wi=1,99%) Camada II
Prof.(m): Prof.(m):
17 CP17-EDN* (wi=3,7%) 17 CP23-EDN* (wi=3,78%)
1,5 a 1.8 2,0 a 2,3
CP18-EDN* (wi=5,94%) CP24-EDN* (wi=6,04%)
19 19
-1 1 10 100 1000 10000
1 10 100 1000 10000
(e)
1
Tensão Vertical (kPa)
Deformação Volumétrica (%)
11
13 CP26-EDI SPT>50
CP27-EDN (wi=3,0%) Prof.(m):
15 CP28-EDN* (wi=4,0%)
2,5 a 2,8
CP29-EDN* (wi=6,0%)
17
1 10 100 1000 10000
das curvas dos ensaios EDN* para as curvas dos ensaios EDI ocorre para tensões
relativamente baixas. Um exemplo disso pode ser visto na curva de compressão
referente ao ensaio EDN* do CP12 (Figura IV.10b), cuja convergência inicia-se numa
tensão de aproximadamente 40 kPa, para um grau de saturação inicial de 25 % (Tabela
IV.2).
Como se pode perceber na Figura IV.11, para uma tensão da ordem de 100 kPa,
e um grau de saturação da ordem de 15 % (Figura IV.11a) a deformação de colapso foi
178
6 120
Colapso Total - Inundação Total - EDI (CP02)
Colapso Parcial - (w i = 3,6% e So=14,6%) - EDN* (CP12)
[Colapso Parcial / Colapso Total]
(%)
5 100
[ c (parcial) /
c
CAMADA I - Prof. (m): 0,5 a 0,8
Deformação de Colapso,
4 80
3 60
c
(total)] (%)
2 40
1 20
(a)
0 0
1 10 100 1000
8 160
Colapso Total - Inundação Total - EDI (CP08)
Colapso Parcial - (w i=6,5% e So=25,2%) - EDN* (CP12)
7 [Colapso Parcial / Colapso Total]
140
(%)
[ c (parcial) /
6 120
c
5 100
4 80
c
(total)] (%)
3 60
2 40
1 20
(b)
0 0
1 10 100 1000
Figura IV.11. Variação das deformações de colapso total e parcial com a tensão vertical
para as amostras da Camada I.
179
ii. caso a tensão máxima alcançada no ensaio não seja elevada o suficiente, o
ensaio estará na Região II (trecho A-B-C). Neste caso, as curvas do ensaio
inundado e na umidade natural se divergirão e o índice de compressão do
natural caminha para a Região III, devendo haver uma região de transição
(trecho C-D) onde as curvas inundada e na umidade natural seguem
182
paralelas (Ccn = Cci). É nesta região onde ocorrerá o colapso máximo. Isto
iv. à medida que σvi aumenta, as ligações que mantém a estrutura metaestável
(trecho D-E-F), onde as curvas tendem a convergir (Ccn > Cci). A partir daí
3,5
A
Umidade Natural
B
3 C
Região I
D
2,5
Região III
e ou εv
2
Inundado E
Região II
1,5 F
0,5
0
1 10 100 1000 10000
1,6
Deformação de Colapso ( c )
0,8
0,6
Colapso
0,4
0,2
0%0
-0,2 Expansão
-0,4
1
σv0 10 σvA σvB
100
σvC σvD σ
1000 vE σvF 10000
edométrica ou isotrópica, apresente um pico na curva σvi versus εc, que poderá ser
ii. à medida que o solo é umedecido (ensaios EDN* na Figura IV.9 e IV.10) os
vínculos que mantém a estrutura estável são enfraquecidos e o solo perde
rigidez. Ao alcançar um valor limite de tensão, as deformações são
intensificadas e a curva não saturada converge para a curva inundada. Neste
caso o solo é conduzido à Região III da curva de compressão, onde as
deformações de colapso devem ser decrescentes com a tensão vertical.
Na curvas onde as deformações de colapso foram calculadas com base nos ensaios
EDN (Região II), observa-se aumento de εc com a tensão vertical, chegando próximo à
região de transição onde ocorre o colapso máximo. Na curva onde εc foi calculada com
184
base no ensaio EDN*, os colapsos são menos intensos, alcança um valor máximo (εc ≅
2,4%) na tensão de 40 kPa seguido de uma brusca redução até um valor mínimo (εc ≅
0
(%)
2
v
Deformação Volumétrica
10
CP08-EDI
12 CP10-EDN (wi=1,49%; So=5,7%)
CP12-EDN* (wi=6,5%; So=25,2%) (a)
14
8 1 10 100 1000 10000
CP10-EDN (wi=1,49%; So=5,7%) e CP08-EDI
Deformação Espec. de Colapso (%)
7
CP12-EDN* (wi=6,5%; So=25,2%) e CP08-EDI
6
Camada I
5 Prof.(m): 1,0 a 1,3
1
(b)
0
1 10 100 1000 10000
Figura IV.13. Variação das deformações de colapso com a tensão vertical obtida a partir
dos resultados dos ensaios edométricos duplos.
185
Pode haver situações onde a curva inundada apresenta o trecho virgem não linear.
Em média, os valores dos índices de vazios foram equivalentes aos dos ensaios
na umidade natural (EDN) e inundados (EDI), porém com maiores diferenças entre os
valores máximo e mínimo de cada amostra (Figura IV.14f). Observa-se, também,
comportamento semelhante ao observado nos ensaios EDI, EDN e EDN* (Figura IV.1),
com as amostras inferiores à profundidade de 1,8 m apresentando valores médios
equivalentes (entre 0,63 e 0,64). Para profundidades superiores a 1,8 m, os valores do
índice de vazios iniciais médios foram de 0,58 na amostra entre 2,0-2,3 m (Camada II) e
0,45 na amostra de 2,5-2,8 m (camada de SPT > 50).
inundação (σvi). Estão também representados nesta tabela os resultados referentes aos
ensaios inundados (EDI) que apresentaram colapso durante a inundação.
Equações II.11 e II.17 (Capítulo II), respectivamente, são similares. A máxima diferença
186
Tabela IV.4. Condições iniciais e finais dos corpos de prova referentes aos ensaios EDS.
entre eles de 0,35 (εc=8,1% e i = 8,45%) ocorreu na amostra entre 1,0 e 1,3 m (Camada
I), sob a tensão de inundação de 640 kPa.
187
0.7 1
(a) (b)
0.65 1
0.6 1
Índice de Vazios
0.55 CP30-20kPa 1
CP31-40kPa CP37-20kPa
CP32-80kPa CP38-40kPa
0.5 1
CP33-160kPa CP39-80kPa
CP40-160kPa
CP34-320kPa
0.45 0 CP41-320kPa
CP35-640kPa
CP42-640kPa
CP36*-200kPa
0.4 CAMADA I CP43*-200kPa
0 CAMADA I
CP01-5kPa (EDI) CP07-5kPa (EDI)
Prof.(m): 0,5 a 0,8
Prof.(m): 1 a 1,3
CP02-5kPa (EDI) CP08-1,25kPa (EDI)
0.35 0
0.7 1 10 100 1000 1 1
10000 10 100 1000 10000
CP51-20kPa CP52-40kPa
(c) CP53-80kPa CP54-160kPa
0.65 1 CP55-320kPa CP56-640kPa
CP57*-200kPa CP19-1,25kPa (EDI)
CP20-1,25kPa (EDI)
0.6 1
Índice de Vazios
0.55 1
CP44-20kPa
0.5 CP45-40kPa 1
CP46-80kPa
0.45 CP47-160kPa 0
CP48-320kPa
CP49-640kPa
0.4 0
CP50*-200kPa CAMADA II CAMADA II
CP14-1,25kPa (EDI)
Prof.(m): 1,5 a 1.8 Prof.(m): 2 a 2,3 (d)
0.35 0
0.5 1 10 100 1000 10000 1 10 100 1000 10000
0.6
Índice de Vazios Inicial
0.4
0.5
CP58-20kPa
0.4
0.35 CP59-40kPa
CP60-80kPa
0.3
CP61-160kPa
CP62-320kPa 0.2
0.3
CP63-640kPa
CP64-200kPa SPT > 50 0.1
CP26-1,25 kPa (EDI) Prof.(m): 2,5 a 2,8
0.25 0
1 10 100 1000 10000 0.5-0.8 1.0-1.3 1.5-1.8 2.0-2.3 2.5-2.8
Figura IV.14. Curvas e versus σv log dos ensaios EDS e valores médios, máximos e
mínimos dos índices de vazios inicial.
188
0 0
(a) (b)
Deformação Volumétrica (%) 2 2
4 4
6 6
CP37-20kPa
CP30-20kPa
CP38-40kPa
8 CP31-40kPa 8
CP32-80kPa CP39-80kPa
10 CP33-160kPa 10 CP40-160kPa
CP34-320kPa CP41-320kPa
12 CP05-640kPa 12 CP42-640kPa
CP36*-200kPa CP43*-200kPa
14 CP01-5kPa (EDI)
CAMADA I 14 CP07-5kPa (EDI) CAMADA I
Prof.(m): 0,5 a 0,8 Prof.(m): 1 a 1,3
CP02-5kPa (EDI) CP08-1,25kPa (EDI)
16 16
0 1 10 100 1000 10000
0 1 10 100 1000 10000
(c) (d)
2 2
Deformação Volumétrica (%)
4 4
6 6 CP51-20kPa
CP44-20kPa
CP52-40kPa
CP45-40kPa
8 8
CP53-80kPa
CP46-80kPa
CP54-160kPa
10 CP47-160kPa 10
CP55-320kPa
CP48-320kPa
CP56-640kPa
12 12
CP49-640kPa CP57*-200kPa
14 CP50*-200kPa CAMADA II 14 CP19-1,25kPa (EDI) CAMADA II
CP14-1,25kPa (EDI) Prof.(m): 1,5 a 1.8 CP20-1,25kPa (EDI) Prof.(m): 2,0 a 2,3
16 16
0 1 10 100 1000 10000 1 10 100 1000 10000
(e) Tensão Vertical (kPa)
2
Deformação Volumétrica (%)
6
CP58-20kPa
8 CP59-40kPa
CP60-80kPa
10
CP61-160kPa
CP62-320kPa
12
CP63-640kPa
Figura IV.15. Curvas εv versus σv log dos ensaios EDN e EDI e valores médios,
máximos e mínimos dos índices de vazios inicial.
189
Tabela IV.5. Condições iniciais, antes da inundação dos corpos de prova, coeficientes
de colapso estrutural (i) e deformações de colapso (εc) obtidos dos ensaios EDS.
1
8 1
0
0 2 4 6 8 10
vertical de inundação, sem indicar com clareza um valor de σvi a partir do qual εc
0,8 m (Camada I), observa-se aumento de εc até um valor máximo (≅ 4,7%) na tensão
9 9
(%) c
8 Prof.(m): 0,5 a 0,8 8 Prof.(m): 1,0 a 1,3
7 7
Deformação de Colapso,
CAMADA I CAMADA I
6 6
5 5
4 4
3 3
2 2
1 (a) 1 (b)
0 0
9 1 10 100 1000
9 1 10 100 1000
Prof.(m): 2,0 a 2,3
(%)
7 CAMADA II 7 CAMADA II
Deformação de Colapso,
6 6
5 5
4 4
3 3
2 2
1
(c) 1 (d)
0 0
1 10 100 1000 1 10 100 1000
9 9
(%)
4 4
3 3
2 2
1
(e) 1 (f)
0 0
1 10 100 1000 1 10 100 1000
Figura IV.17. Variação da deformação específica de colapso (εc) com a tensão vertical
exemplo disso é o valor de εc (7 %) obtido no ensaio (CP36) da amostra entre 0,5 a 0,8
m (Camada I), inundado na tensão de 200 kPa (Figura IV.17a). Neste ensaio, o valor de
εc foi superior ao obtidos nos demais ensaios realizados nesta amostra, independente da
tensão de inundação. É interessante notar que este ensaio apresenta índice de vazios
inicial de 0,68, superior aos observados nos demais corpos de prova (Tabela IV.5) que
variou entre 0,61 e 0,65. Estas divergências sugerem que as variações na estrutura do
solo podem ter forte influência nos resultados dos ensaios, mesmo numa mesma
amostra.
de colapso comparando os valores de εc, para uma dada tensão de inundação, com o
peso específico seco inicial (γdo) ou o peso específico seco no início da inundação (γdi)
dispersão observada não foi possível estabelecer alguma correlação entre εc e γdo ou γdi.
inundação adotadas nos EDS. Onde havia duplicidade de ensaios EDI e EDN, εc foi
calculada considerando a média das variações de altura dos corpos de prova de cada
ensaios EDI mais compressíveis (CPs: 02, 08, 14, 20 e 28) e os ensaios EDN menos
compressíveis (CPs: 04, 09, 16, 21 e 27).
formados pela média dos resultados de dois ensaios EDN e dois ensaios EDI (Figura
IV.18a), com os valores de εc obtidos a partir dos ensaios edométricos simples (EDS),
os obtidos a partir dos ensaios EDS foram ligeiramente, superiores. Por outro lado,
considerando os pares de curvas dos ensaios EDD formados pelos ensaios EDI mais
10 10
1
9 9 εc(EDD) = 1,01εc(EDS)
εc(EDD) = 0,85εc(EDS)
ε c (%) - Edométrico Duplo
1 1
2
8 2 1 8 R = 0,74
R = 0,81
7 7
6 6
5 5
4 4
3 3
2 2
1 (a) 1 (b)
0 0
0 2 4 6 8 10 0 2 4 6 8 10
Figura IV.18. Comparação entre deformação específica de colapso (εc) obtida a partir de
ensaios edométricos simples (EDS) e obtida a partir de ensaios edométricos duplos
(EDD): a) εc dos EDD obtidos a partir das curvas médias de dois ensaios EDI e dois
ensaios EDN; b) εc dos EDD obtidos a partir dos pares de curvas formados pelos
ensaios EDN menos compressíveis e pelos ensaios EDI mais compressíveis.
194
14 14
Prof.(m): 0,5 a 0,8 Prof.(m): 1,0 a 1,3
Deformação de Colapso (%) (1) Basma e Tuncer (1992) (1) Basma e Tuncer (1992)
(2) Basma e Tuncer (1992) (2) Basma e Tuncer (1992)
9 9
4 4
-1 -1
-6 -6
(a) (b)
-11 -11
14 14
Prof.(m): 1,5 a 1,8 Prof.(m): 2,0 a 2,3
Deformação de Colapso (%)
4 4
-1 -1
-6 -6
(c) (d)
-11 -11
7 1 10 100 1000 1 10 100 1000
Prof.(m): 2.5 a 2,8
Deformação de Colapso (%)
Figura IV.19. Comparação entre deformação de colapso (εc) obtidas dos ensaios EDS e
previstas pelas propostas de BASMA e TUNCER (1992).
196
prejudicada, uma vez que quase a totalidade das curvas εc versus σvi não indicou valor
0,5 a 0,8 m (Camada I), única exceção, εcmáx previsto foi de 5,42 %, estando próximo
Para uma mesma amostra compactada observam-se diferenças nos valores dos
pesos específicos secos iniciais (γdo) entre os corpos-de-prova (Tabela IV.6). Ao
comparar o corpo-de-prova mais denso com o menos denso, para cada amostra, a
197
diferença nos valores de (γdo) varia entre 4 e 8 %, estando este máximo restrito à
amostra entre 1,5 a 1,8 m (Camada II) de profundidade.
com relação ao γdo, os quais foram, em média, inferiores 0,8 a 2,3 % em relação aos
Assim como os ensaios inundados no solo natural, nos ensaios inundados nas
amostras compactadas inundadas (EDCI) a inundação foi feita sob uma pequena tensão
de 1,25 kPa. Também nestes ensaios (Figuras IV.20a a IV.22a) observa-se um pequeno
Tabela IV.6. Condições iniciais e finais dos corpos de prova dos ensaios EDCI e EDCN.
0
(a)
4
Prof.(m): 0,5 a 0,8
5 CP65 (EDCI)
CP66 (wi=9,47%)
CP67 (wi=2,35%)
6
1 10 100 1000 10000
0
(b)
1
2
Deformação Volumétrica (%)
7
Prof.(m): 0,5 a 0,8
8
EDI (CP01 e CP2) EDN (CP03 e CP04)
CP65 (EDCI) CP66 (w i=9,47%)
9
CP67 (w i=2,35%)
10
1 10 100 1000 10000
0
(a)
4
Prof.(m): 1,0 a 1,3
5 CP68 (EDCI)
CP69 (wi=9,44%)
CP70 (wi=2,39%)
6
1 10 100 1000 10000
0
(b)
2
Deformação Volumétrica (%)
10
Prof.(m): 1,0 a 1,3
EDI (CP08) EDN (CP09 e CP10)
12
CP68 (EDCI) CP69 (w i=9,44%)
CP70 (w i=2,39%)
14
1 10 100 1000 10000
0
(a)
Prof.(m):1,5 a 1,8
5 CP71 (EDCI)
CP72 (wi=8,30%)
CP73 (wi=2,39%)
6
1 10 100 1000 10000
0
(b)
2
Deformação Volumétrica (%)
10
12
Prof.(m): 1,5 a1,8
EDI (CP13 e CP14) EDN (CP15 e CP16)
14
CP71 (EDCI) CP72 (w i=8,30%)
CP73 (w i=2,39%)
16
1 10 100 1000 10000
colapso (εc < 0,5 %) durante a inundação. É possível que este colapso esteja associado a
algum efeito de perturbação do solo durante a moldagem do corpo-de-prova,
especialmente na fase de acabamento. Esta hipótese é reforçada quando se compara o
resultado do ensaio realizado na umidade de compactação (EDCN) referente ao corpo-
de-prova CP69 da amostra entre 1,0 e 1,3 m (Camada I), o qual apresenta deformação
próxima ao ensaio EDCI (CP68) desta amostra na mesma tensão de inundação (Figura
IV.21a).
Figura.
5
Compactado (CP65 e CP67)
4,5
0,5
(a)
0
9 1 10 100 1000 10000
Compactado (CP68 e CP70)
8
Deformação de Colapso (%)
1
(b)
0
1 10 100 1000 10000
10
Compactado (CP79 e CP80)
9
Deformação de Colapso (%)
(Figura IV.23c). Isto pode ser justificado por duas razões (ver Capítulo III): 1) o peso
específico seco máximo (γmáx) do solo compactado na umidade ótima aumenta com o
A sucção máxima utilizada nos ensaios foi 1.500 kPa. Valores superiores foram
evitados devido a possíveis vazamentos da graxa de vedação da pressão na célula, o que
resultaria na perda de pressão e, conseqüentemente, do ensaio. Esta decisão foi tomada
após vazamentos terem ocorrido em alguns ensaios das primeiras séries. A solução
adotada para conter o vazamento da graxa consistiu na utilização de um diafragma de
Ensaio EDSC
Sucção (kPa)
A B
D C
s F
E
σvo
Tensão Vertical (kPa)
plástico envolvendo a graxa e o pistão. Nas outras séries dos ensaios EDSC a sucção
máxima foi 1.000 kPa.
0 0
Deformação Volumétrica (%)
(a) (b)
0.5 0.5
1 1
1.5 1.5
2 2
S = 50 kPa
2.5 2.5
σv = 160 kPa
3 3
S = 50 kPa
3.5 5 kPa 10 kPa 21 kPa 3.5 S = 200 kPa
42 kPa 83 kPa 167 kPa S = 500 kPa
4 4
334 kPa 667 kPa 1335 kPa S = 1000 kPa Prof.: 1,5 a 1,8m
4.5 4.5
0 10 20 30 40 50 0 20 40 60 80 100
Raiz de t (min) Raiz de t (min)
Figura IV.25. Típicas curvas de estabilização das deformações nos ensaios EDSC.
207
A B Ensaio
CLRS
Sucção
C
E D
σvi
σv
Tensão Vertical
Posteriormente o solo foi carregado até 1.335 kPa (trecho CD) e descarregado
até 10,4 kPa (trecho DE). No Apêndice C encontram-se os caminhos seguidos em cada
ensaio.
Cada valor de sucção reduzido era mantido até a estabilização das deformações
de colapso. O tempo de estabilização variou de 5 a 49 dias, com o máximo ocorrendo
quando a sucção era reduzida a 0 kPa. Em praticamente todos ensaios observou-se
pouca expansão (< 0,05%) ou nenhuma deformação mensurável durante as primeiras 24
horas. Após este prazo o comportamento geral era compressão.
200 kPa, resultando numa expansão entre 0,02 e 0,11% no final do ensaio,
respectivamente. As curvas de estabilização para este ensaio encontram-se
representadas na Figura IV.27. A Figura IV.27a apresenta todos os estágios de redução
da sucção, enquanto a Figura IV.27b uma ampliação dos três primeiros estágios (500,
200 e 100 kPa).
-0.5
Deformação Volumétrica (%)
0.5
CP 86
1
σv i = 60 kPa
1.5 Prof.(m): 1 a 1,3m
2 S = 500 kPa
2.5 S = 200 kPa
S = 100 kPa
3
S = 0 kPa (a)
3.5
0 10 1000 100000 10000000
Tempo (min)
-0.25
S = 500 kPa
Deformação Volumétrica (%)
CP 86
-0.2
σv i = 60 kPa S = 200 kPa
-0.15 Prof.(m): 1 a 1,3m S = 100 kPa
-0.1
-0.05
0.05
0.1
(b)
0.15
0.1 1 10 100 1000 10000
Tempo (min)
realizados com a finalidade de obter os parâmetros λs, κs e so, descritos no Capítulo II.
Estes ensaios foram realizados nas amostras referentes às profundidades de 1,0 a 1,3 m
(Camada I) e 1,5 a 1,8 m (Camada II). No ensaio correspondente a amostra de 1,0 a 1,3
m houve problema de perda de pressão na sucção de 400 kPa, optando-se pela não
continuidade do mesmo.
A estabilização das deformações para cada estágio de sucção foi observada pela
variação da altura do corpo de prova em função da raiz do tempo. A Figura IV.29
210
C
Ensaio
EDSV
Sucção (kPa)
D
F E
A
σvoB σv
Tensão Vertical (kPa)
-0.05
-0.04 Prof.(m): 1,5 a 1,8m
Raiz de t (min)
25 kPa 50 kPa
100 kPa 200 kPa
400 kPa 800 kPa
1500 kPa 800kPa (Umedecimento)
400 kPa (Umedecimento) 200 kPa (Umedecimento)
100 kPa (Umedecimento) 50 kPa (Umedecimento)
Figura IV.29. Curvas de estabilização dos estágios de sucção no ensaio EDSV para a
amostras referentes a profundidade de 1,5 a 1,8m.
Tabela IV.7. Condições inicial e final dos corpos de prova referentes aos ensaios EDSC.
INICIAL FINAL
Amostra Ensaio CP (ua-uw)
Prof. (m) Tipo Nº kPa Wo γso So Wf γsf
eo ef Sf
(%) kN/m3 (%) (%) kN/m3
3e4 74 50 1,91 15,5 0,70 7,2 3,11 17,1 0,54 15,0
(1,0-1,3) 75 100 2,12 15,4 0,71 7,8 2,59 16,6 0,59 11,8
EDSC
Camada 76 500 1,35 15,5 0,71 5,1 2,08 16,7 0,59 9,4
I 77 1500 1,79 15,6 0,69 6,9 2,38 16,3 0,62 10,2
5e6 78 50 2,0 16,0 0,65 8,1 4,35 17,7 0,50 23,2
(1,5-1,8) 79 200 1,36 15,9 0,67 5,4 3,64 17,3 0,53 18,2
EDSC
Camada 80 500 2,14 16,4 0,61 9,2 4,00 17,4 0,52 20,3
II 81 1000 2,54 15,9 0,66 10,1 3,01 16,4 0,61 13,0
7e8 82 50 2,0 16,5 0,60 8,8 4,56 17,6 0,50 24,3
(2,0-2,3) 83 200 2,18 16,9 0,56 10,3 3,21 18,0 0,47 18,1
EDSC
Camada 84 500 3,46 17,2 0,54 17,1 5,49 17,9 0,48 30,4
II 85 1000 2,24 15,9 0,66 8,9 3,00 16,4 0,60 11,9
212
A partir das condições finais de cada corpo de prova (ef e Sf) foram calculadas as
correspondentes umidades volumétricas (θ). Os valores de θ e das sucções
correspondentes a cada corpo de prova encontram-se na Tabela IV.8. Na Figura IV.30
estão apresentadas as curvas características das correspondentes amostras, onde foram
adicionados os dados experimentais dos ensaios EDSC. Nesta Figura, os dados
experimentais das curvas características correspondem ao trecho de umedecimento.
Tabela IV.8. Umidade volumétrica final dos corpos de prova dos ensaios EDSC.
Amostra CP ua - uw Umidade
Prof.(m) No (kPa) Volumétrica (θ)
74 50 0,053
3e4
75 100 0,044
(1 a 1,3m)
76 500 0,035
Camada I
77 1500 0,039
78 50 0,077
5e6
79 200 0,063
(1,5 a 1,8m)
80 500 0,069
Camada II
81 1000 0,049
82 50 0,081
7e8
83 200 0,058
(2 a 2,3m)
84 500 0,099
Camada II
85 1000 0,045
0.45
Van Genutchen (1980)
0.4
Ensaios EDSC
Umidade Volumétrica,
0.35
Curva Característica
0.3
Prof.(m): 1,0 a 1,3m
0.25
0.2
0.15
0.1
0.05 (a)
0
0.01 0.1 1 10 100 1000 10000 100000
0.4
Van Genutchen (1980)
0.35
Ensaios EDSC
Umidade Volumétrica,
0.3
Curva Característica
0.25
Prof. (m): 1,5 a 1,8m
0.2
0.15
0.1
0.05
(b)
0
0.01 0.1 1 10 100 1000 10000 100000
0.4
Van Genutchen (1980)
0.35
Ensaios EDSC
Umidade Volumétrica,
0.3
Curva Característica
0.25
0.15
0.1
0.05
(c)
0
0.01 0.1 1 10 100 1000 10000 100000
Sucção (kPa)
Figura IV.30. Comparação entre sucção e umidade volumétrica final dos corpos de
prova dos ensaios EDSC com a curva característica do solo.
214
Por tratar-se de uma areia siltosa com poucos finos, a faixa de sucção
correspondente ao trecho residual é muito ampla, começando em sucções muito baixas.
Uma vez que foi empregada a técnica do papel filtro na determinação da curva
característica, é possível que a transferência da água do solo para o papel na faixa de
sucção adotada no nos ensaios EDSC tenha ocorrido, em grande parte, na forma de
vapor. Nestas situações a sucção matricial tende a se equiparar à sucção total, quando se
adota esta técnica (FREDLUND e XING, 1994; HOUSTON et al., 1994). Nos ensaios
edométricos, a sucção é imposta pela diferença da pressão do ar na câmera da célula e
da pressão da água (ua-uw) na base, que é, por definição, a sucção matricial e menor do
que a total. Tal fato pode ser uma justificativa do posicionamento dos dados
experimentais dos ensaios EDSC abaixo dos dados experimentais da curva
característica.
A amostra entre 1,0 a 1,3 m (Figura IV.30a) possui menor teor de finos. Apesar
da compressão sofrida pelo solo durante o ensaio, a granulometria neste caso pode ter
um papel dominante na definição da curva característica. Na amostra correspondente a
profundidade entre 1,5 a 1,8 m, há maior teor de finos e a alteração da estrutura pode ter
exercido um papel importante no posicionamento dos dados dos ensaios EDSC em
relação aos da curva característica.
0.80
CP07-EDI CP08-EDI
CP74-S=50kPa CP75-S=100kPa
0.75 CP76-S=500kPa CP77-S=1500kPa
0.65
0.60
0.55
0.50
0.45
1 10 100 1000 10000
-5
CP07-EDI CP08-EDI
CP74-S=50kPa CP75-S=100kPa
-3
CP76-S=500kPa CP77-S=1500kPa
Deformação Volumétrica (%)
11
1 10 100 1000 10000
Tensão Vertical (kPa)
0.75
CP13-EDI CP14-EDI
CP78-S=50kPa CP79-S=200kPa
0.70 CP80-S=500kPa CP81-S=1000kPa
0.65
Índice de Vazios
0.60
0.55
0.50
0.45
(a)
Prof.(m): 1,5 a 1,8
0.40
-5
CP13-EDI CP14-EDI
-3 CP78-S=50kPa CP79-S=200kPa
CP80-S=500kPa CP81-S=1000kPa
-1
Deformação Volumétrica (%)
11
13
Prof.(m): 1,5 a 1,8 (b)
15
1 10 100 1000 10000
Tensão Vertical (kPa)
0.75
CP19-EDI CP20-EDI
CP82-S=50kPa CP83-S=200kPa
0.70
CP84-S=500kPa CP85-S=1000kPa
0.60
0.55
0.50
0.45
0.40
Prof. (m): 2 a 2,3 (a)
0.35
-5
CP19-EDI CP20-EDI
-3 CP82-S=50kPa CP83-S=200kPa
CP84-S=500kPa CP85-S=1000kPa
Deformação Volumétrica (%)
-1
Prof.(m): 2 a 2,3
1
11
(b)
13
1 10 100 1000 10000
Tensão Vertical (kPa)
para os ensaios sob sucção 0 kPa (EDI), conforme esperado. Portanto, seguem padrão
semelhante aos ensaios convencionais umedecidos com vapor d’água, EDN* (Figura
IV.10). A exceção ocorreu na amostra de 2,0 a 2,3 m (Figura IV.33b), o que reforça a
hipótese de que tenha ocorrido algum problema na estabilização da sucção nestes
ensaios.
PARÂMETROS DO SOLO
Amostra Ensaio CP (ua-uw)
Prof. (m) Tipo Nº kPa σvm(s)
Cc Cs Cr λ(s) κ(s)
(kPa)
07 0 13 0,067 0,007 ---- 0,029 0,003
EDI
3e4 08 0 8 0,06 0,007 ---- 0,026 0,003
74 50 33 0,083 ----- 0,002 0,036 ----
(1-1,3)
75 100 50 0,085 0,003 0,001 0,037 0,001
Camada 0,122 0,053
EDSC 76 500 130 0,003 0,0001 0,001
I 0,092 0,044
0,053 0,023
77 1500 200 0,001 0,0007 0,0005
0,064 0,028
5e6 13 0 27 0,081 0,002 ---- 0,035 0,001
EDI
14 0 31 0,117 0,014 ---- 0,051 0,006
(1,5-1,8)
78 50 157 0,152 0,003 0,0006 0,066 0,003
Camada 79 200 192 0,129 0,001 0,0003 0,056 0,0004
EDSC
II 80 500 348 0,117 0,003 0,0003 0,051 0,0012
81 1000 406 0,092 0,004 ---- 0,040 0,002
7e8 19 0 38 0,122 0,005 ---- 0,043 0,002
EDI
20 0 88 0,124 0,009 ----- 0,054 0,004
(2-2,3) 82 50 232 0,101 0,01 0,0009 0,044 0,004
Camada 83 200 290 0,097 0,006 0,002 0,042 0,0026
EDSC
II 84 500 219 0,062 0,006 ---- 0,027 0,0026
85 1000 400 0,07 0,004 0,001 0,031 0,0017
219
No caso da amostra entre 2 a 2,3 m (Camada II), observa-se (Figura IV.34) uma
curvatura da LC mais abrupta, quando comparada com as demais amostras, com menor
diferença entre os valores de σvm(s). Tal fato reforça a possibilidade da sucção não ter
1600
Prof.(m): 1,0 a 1,3
1400
Prof.(m): 1,5 a 1,8
Prof.(m): 2,0 a 2,3
1000
800
600 ?
400
200
0
0 100 200 300 400 500
para cada amostra. Estão também nestas Figuras as curvas εv versus σv log
curvas εv versus σv log (Figuras IV.35b a IV.37b) mostram, em quase a totalidade dos
1600
1400
S=50kPa
1200
Sucção Matricial (kPa)
S=100kPa
S=500kPa
1000
S=1500kPa
600
400
200
(a)
0
1 10 100 1000
0
Tensão Vertical (kPa)
S=50kPa
0.2
S=100kPa
Deformação Volumétrica (%)
0.4 S=500kPa
S=1500kPa
0.6
0.8
1.2
1.4
(b)
1.6
1 10 100 1000
1200
S=50kPa
S=200kPa
1000
S=500kPa
Sucção Matricial (kPa)
800
1,5 a 1,8m
600
400
200
(a)
0
1 10 100 1000
0
Tensão Vertical (kPa)
S=50kPa
0.1 S=200kPa
Deformação Volumétrica (%)
S=500kPa
0.2
0.3
0.4
0.5
(b)
0.6
1 10 100 1000
EDSC: a) caminho seguido no espaço (σv, s); b) curvas εv versus σv log - Amostra entre
1400
S=50kPa
2 a 2,5m
1200 S=200kPa
S=500kPa
800
600
400
200
(a)
0
1 10 100 1000
-0.2
Tensão Vertical (kPa)
S=50kPa
-0.1
S=200kPa
Deformação Volumétrica (%)
0
S=1000kPa
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
(b)
0.8
1 10 100 1000
EDSC: a) caminho seguido no espaço (σv, s); b) curvas εv versus σv log - Amostra entre
Nas Figuras IV.38 e IV.39 apresentam-se a variação dos parâmetros λ(s) e κ(s)
em função da sucção, respectivamente.
κ(s). Todavia, como se pode perceber na Tabela IV.9, os valores de κs(s) para o solo em
estudo (0,001 a 0.004) são muito baixos. Portanto, considerá-lo constante não resultará
226
0.07
Prof.(m): 1,0 a 1,3
0.06
0.05
0.04
(s)
0.03
0.02
0.01
(a)
0
0.07
0.06
Prof.(m): 1,5 a 1,8
0.05
0.04
(s)
0.03
0.02
0.01
(b)
0
0.07
Prof.(m): 2 a 2,3
0.06
0.05
0.04
(s)
0.03
0.02
0.01
(c)
0
0 400 800 1200 1600
Figura IV.38. Variação do parâmetro λ(s) com a sucção: a) amostra entre 1 a 1,3 m
(Camada I); b) amostra entre 1,5 a 1,8m (Camada II); e c) amostra entre 2 a 2,3m
(Camada II).
227
0.005
Prof.(m): 1,0 a 1,3
0.004
0.003
κ (s)
0.002
0.001
(a)
0
0.005
Prof.(m): 1,5 a 1,8
0.004
0.003
κ (s)
0.002
0.001
(b)
0
0.005
Prof.(m): 2 a 2,3
0.004
0.003
κ (s)
0.002
0.001
(b)
0
0 400 800 1200 1600
Figura IV.39. Variação do parâmetro κ(s) com a sucção: a) amostra entre 1 a 1,3m
(Camada I); b) amostra entre 1,5 a 1,8m (Camada II); e c) amostra entre 2 a 2,3m
(Camada II).
228
em erro apreciável, do ponto de vista prático. Estes resultados também estão em acordo
com os observados nos ensaios convencionais, indicando que a expansão elástica devido
ao descarregamento da tensão seja pequena neste solo.
Tabela IV.10.Condições iniciais e finais dos corpos de prova dos ensaios CLRS.
INICIAL FINAL
Amostra Ensaio (ua-uw) CP σvi
Prof. (m) Tipo kPa Nº kPa wo γso So wf γsf
eo ef Sf
(%) kN/m3 (%) (%) kN/m3
3e4 CLRS 1500 a 0 86 60 0,95 15,6 0,69 3,6 18,4 17,1 0,55 87,6
(1,0 a 1,3)
Camada I CLRS 1500 a 0 87 80 1,86 15,8 0,71 7 18,9 17,4 0,52 96,2
5e6 CLRS 1500 a 0 88 100 2,15 15,7 0,68 8,4 17,3 17,5 0,49 91.4
(1,5 a 1,8)
Camada II CLRS 1500 a 0 89 160 2,35 16,6 0,59 10,5 12,8 18,3 0,45 76
7e8 CLRS 1500 a 0 90 160 2,09 17,3 0,54 10,5 13,7 18,1 0,38 94,9
(2,0 a 2,3)
Camada II CLRS 1500 a 0 91 250 2,30 16,6 0,59 10,2 14,4 18,8 0,40 94,8
O grau de saturação final dos corpos de prova (Tabela IV.10) variou entre 76% a
97%, numa média de 92%, superior ao que foi observado nos ensaios edométricos
convencionais inundados (EDI) e edométricos simples (EDS) (Tabelas IV.2 e IV.4).
Este fato pode ser justificado pela diferença entre as condições de drenagem dos ensaios
com sucção controlada e dos ensaios convencionais. A baixa permeabilidade da
membrana de celulose tende a impedir a drenagem do excesso de água sobre o corpo de
229
1600 1600
CP86 CP87
1400 1400
Sucção Matricial (kPa)
Tensão de Tensão de
1200 Inundação 1200 Inundação
σv i=63kPa 1000 σv i=83kPa
1000
800 800
600 LC 600 LC
Experimental Experimental
400 400
Prof.(m): Prof.(m):
200 1 a 1,3 200 1 a 1,3
(a) (b)
0 0
-1 1 10 100 1000 10000
-1 1 10 100 1000 10000
Deformação Volumétrica (%)
0
1 1
3 3
5 5
7 7
9 9
11 11
CP86 (c) CP87 (d)
13 13
1 10 100 1000 10000 1 10 100 1000 10000
Tensão Vertical (kPa) Tensão Vertical (kPa)
-1 -1
Deformação Volumétrica (%)
1 1
Deformação em Deformação em
3 3
σv i=63kPa antes da σv i=83kPa antes da
5 redução da sucção 5 redução da sucção
7 7
9 9
11 11
CP86 (e) CP87 (f)
13 13
0 500 1000 1500 2000 0 500 1000 1500 2000
1600 1600
1000 1000
800 800
1 1
3 3
5 5
7 7
9 9
11 11
CP88 (c) CP89 (d)
13 13
1 10 100 1000 10000 1 10 100 1000 10000
Tensão Vertical (kPa) Tensão Vertical (kPa)
-1 -1
Deformação Volumétrica (%)
1 1
Deformação em Deformação em
3 3
σv i=104kPa antes da σv i=167kPa antes da
5 redução da sucção 5 redução da sucção
7 7
9 9
11 11
CP88 (e) CP89 (f)
13 13
0 500 1000 1500 2000 0 500 1000 1500 2000
Figura IV.41. Resultados de ensaios de colapso CLRS – Amostra entre 1,5 a 1,8m.
231
1600 1600
Sucção Matricial (kPa) 1400 1400
LC LC
1200 Experimental 1200 Experimental
1000 1000
Prof.(m): Prof.(m):
800 2 a 2,3 800 2 a 2,3
0
1,5 2
4,0 4
6,5 7
9,0 9
11,5 12
-1 -1
Deformação Volumétrica (%)
1 1
3 Deformação em 3
σv i=167kPa antes da Deformação em
5 5
redução da sucção σv i=261kPa antes da
7 7 redução da sucção
9 9
11 11
CP90 (e) CP91 (f)
13 13
0 500 1000 1500 2000 0 500 1000 1500 2000
0,75 1
CP86 Prof. (m): 1 a 1,3 CP87
Tensão de Tensão de
0,7 Inundação 1
Inundação
σv i=63kPa
Índice de Vazios
σv i=83kPa
0,65 1
0,6 1
0,55 1
(a) (b)
0,5 1
0,7 1 10 100 1000 10000
1 1 10 100 1000 10000
CP88 CP89
0,65 Tensão de 1 Tensão de
Inundação Inundação
σv i=104kPa σv i=167kPa
Índice de Vazios
0,6 1
0,55 1
0,5 1
0,45 0
Prof.(m): 1,5 a 1,8 (c) Prof.(m): 1,5 a 1,8 (d)
0,4 0
0,6 1 10 100 1000 10000
1 1 10 100 1000 10000
CP90 CP91
Tensão de Tensão de
0,55 Inundação 1 Inundação
σv i=167kPa σv i=261kPa
Índice de Vazios
0,5 1
0,45 0
0,4 0
Como se pode perceber nas Figuras IV.40a a IV.42a, as tensões verticais onde
ocorreram o umedecimento (σvi) estiveram sempre dentro do espaço elástico limitado
pela LC experimental. A redução da sucção dentro desse espaço deveria resultar sempre
em expansão elástica do solo, fato este que só foi verificado no ensaio correspondente
ao CP96 referente à amostra de 1,0 a 1,3m (Figura IV.40). Vale ressaltar que esta
amostra apresenta o menor teor de finos. Neste ensaio, a redução da sucção até 200kPa
resultou numa expansão elástica de 0,1% em relação à condição do corpo-de-prova no
início do umedecimento, como era de se esperar (Figura IV.40e). Ao reduzir para
100kPa,o estado de tensão ultrapassa o limite elástico definido pela LC e uma
compressão de 0,02% em relação ao início do umedecimento foi registrada. Nesta
última condição (s = 100 kPa) o estado de tensão encontra-se próximo dos limites da
LC, o que justifica a baixa compressão do solo.
Esta pequena compressão que ocorre dentro do espaço elástico na maioria dos
ensaios reforçam comentários anteriores (IV.5.2), podendo ser atribuída, em parte, a
perda de pressão do ar na célula durante o ensaio, permitindo que parte da carga
adicionada para combater o empuxo do pistão seja transmitida ao corpo de prova,
reduzindo ou anulando a expansão elástica do solo. Além disso, as tensões onde
ocorreram o umedecimento nos demais corpos de prova foram sempre superiores à
adotada no ensaio referente ao CP86. Vale ainda ressaltar que, experimentalmente, a
transição do comportamento elástico de um solo para o comportamento elastoplástico
não ocorre de forma tão abrupta, conforme previsto nos modelos elastoplásticos.
Portanto, é possível a ocorrência de deformações plásticas mesmo dentro do espaço
elástico definido pela LC.
CONDIÇÕES DOS CP
RESULTADO
Amostra Ensaio (ua-uw) CP σvi Inicial
Início do
Prof. (m) Tipo kPa Nº kPa Umedecimento
i εc
wo γso γsi
eo ef (%) (%)
(%) kN/m3 kN/m3
3e4 CLRS 1500 a 0 86 60 0,95 15,6 0,69 15,6 0,69 3,15 3,15
(1,0 a 1,3)
Camada I CLRS 1500 a 0 87 80 1,86 15,5 0,71 15,53 0,70 3,69 3,67
5e6 CLRS 1500 a 0 88 100 2,15 15,7 0,68 15,8 0,68 2,10 2,08
(1,5 a 1,8)
Camada II CLRS 1500 a 0 89 160 2,35 16,6 0,59 16,72 0,58 4,99 4,99
7e8 CLRS 1500 a 0 90 160 2,09 17,3 0,54 17,5 0,51 3,16 3,13
(2,0 a 2,3)
Camada II CLRS 1500 a 0 91 250 2,30 16,6 0,59 17,1 0,54 4,58 4,43
tensões consistiu de carregamento até uma tensão em torno de σvo, sob sucção s ≅0 kPa,
(%)
Ensaios EDS
8
c
Ensaios CLRS
7
Deformação de Colapso,
6 Prof.(m): 1 a 1,3
5
4
3
2
1
(a)
0
9 1 10 100 1000
(%)
Ensaios EDS
8
c
Ensaios CLRS
7
Deformação de Colapso,
Ensaios EDS
8
c
Ensaios CLRS
7
Deformação de Colapso,
6 Prof.(m): 2 a 2,3
5
4
3
2
1
(c)
0
1 10 100 1000
Figura IV.44. Comparação das deformações de colapso obtidas a partir dos ensaios
edométricos simples (EDS) e edométricos com sucção controlada (CLRS).
237
Tabela IV.12. Condições iniciais e finais dos corpos de prova dos ensaios EDSV.
alcançada pelo solo). Isto é previsível, pois nos ensaios EDSC a sucção máxima
aplicada (1.500 kPa) resultou em aumento de umidade, confirmando que a sucção no
campo é bem superior à máxima adotada nos ensaios. A inclinação da reta no trecho de
redução da sucção, no ensaio referente a amostra de 1,5 a 1,8 m (Camada II) é muito
semelhante ao do trecho de carregamento, havendo uma quase recuperação do volume
238
1600 1600
CP92 LC Prof.(m): CP93
1400 Experimental 1400
Sucção Matricial (kPa) 1,5 a 1,8
1200 Prof.(m): 1200 LC
1,0 a 1,3 Experimental
1000 1000
800 800
600 600
400 400
200 200
(a) (b)
0 0
1.58 1 10 100 1000 10000
2 1 10 100 1000 10000
CP92 CP93
1.56 2
Volume Específico (1 + e)
Prof.(m):
Prof.(m):
1.54 2 1,5 a 1,8
1,0 a 1,3
1.52 2
1.50 2
1.48 1
1.46 1
1.44 1
(c) (d)
1.42 1
1 10 100 1000 10000 1 10 100 1000 10000
1.54 2
CP92 CP93
Volume Específico (1 + e)
1.53 2 Prof.(m):
Prof.(m):
1,0 a 1,3 2 1,5 a 1,8
1.52
1.51 2
1.50 2
1.49 1
(e) (f)
1.48 1
1 10 100 1000 10000 1 10 100 1000 10000
o κs, o que está de acordo com o que ocorre no processo do colapso, já que o caminho
seguido será sempre de umedecimento do solo. Portanto, nesta situação pouco sentido
semelhança entre estes valores com os parâmetro κ(s), apresentados na Tabela IV.9.
Estes resultados sugerem que a expansão elástica neste solo, quando submetido a um
processo de umedecimento ou secagem seja pequena para o solo em estudo, do ponto de
vista prático.
A partir dos resultados dos ensaios EDSC e EDSV (Tabelas IV.9 e IV.13) foram
determinados os parâmetros dos modelos elastoplásticos propostos por ALONSO et al.
(1990) e por FUTAI (1997).
Isso era obtido fixando os valores de p0*, κs, κ(0) ou κ, no caso de modelo de ALONSO
et al. (1990).
O modelo de FUTAI (1997) pode ser ajustado para solos que apresentam
aumento ou redução de λ(s) com a sucção. A escolha do tipo de ajuste dependerá do
comportamento desse parâmetro com a variação da sucção, a ser avaliado com base nos
resultados dos ensaios. Uma vez que os resultados dos ensaios EDSC (Figura IV.38)
indicam valores superiores de λ(s) para sucções de até 500 kPa, em relação à condição
saturada, considerou-se no ajuste do modelo a função de λ(s) crescente.
⎛ 10 ⎞ ⎛ 0,0268 ⎞
po = 1,093 x10 −6 ⎜⎜ −6
⎟⎟ exp⎜⎜ ⎟⎟ IV.4
⎝ 1,093x10 ⎠ ⎝ λ ( s ) − 0,0017 ⎠
241
Tabela IV.14. Parâmetros dos modelos de ALONSO et al. (1990) e FUTAI (1997).
AMOSTRA
MODELO PARÂMETRO
Prof.(m)
⎛ 29,3 ⎞ ⎛ 0,048 ⎞
po = 1,092 x10 − 6 ⎜⎜ ⎟⎟ exp ⎜⎜ ⎟⎟ IV.6
⎝ λ (s) - 0,002 ⎠
-6
⎝ 1,092 x 10 ⎠
po ⎧ 1 ⎡ s + 100 ⎤ ⎫
= exp⎨ ⎢3 (λ (s) - 0,00275 ) − 2,303 (0,0275 - κ (s) ) − 0, 001 ln ⎬ IV.10
100 ⎩ λ (s) - κ (s) ⎣ 100 ⎥⎦ ⎭
250 250
Tensão de Escoamento (kPa) Alonso et al. (1990) Futai (1997)
Experimental Experimental
200 200
Parâmetros: Parâmetros:
150 po* = 10 kPa 150 po* =10 kPa
λ(0) = 0,0285 pf = 2000 kPa
κ = 0,0017 λ(0) = 0,0275
100 pc = 1,093x10 -6 kPa 100 λ(inf) = 0,064
r = 0,8585 κ (0) = 0,003
β = 0,0047 kPa
-1 κ (inf.) = 0,0005
50 50 κ s = 0,001
χ = 0,005
Prof.(m): 1,0 a 1,3 (a) Prof.(m): 1,0 a 1,3 β = 0,00274 (b)
0 0
0 500 1000 1500 0 500 1000 1500
0.07 0.07
Alonso et al. (1990)
0.06 Experimental 0.06
0.05 0.05
(s)
0.04 0.04
0.03 0.03
0.003
(s)
0.002
0.001
(e)
0
0 500 1000 1500
500 500
Alonso et al. (1990) Futai (1997)
Experimental
Tensão de Escoamento (kPa)
Experimental
400 400
Parâmetros: Parâmetros:
300 p o* = 29,3 kPa 300 p o* =30 kPa
λ(0) = 0,05 p f = 150000 kPa
κ = 0,002 λ(0) = 0,05
200 p c = 1,092x10 -6 kPa 200 λ(inf) = 0,0719
r = 0,8716 κ (0) = 0,004
β = 0,0062 kPa
-1 κ (inf.) = 0,0008
100 100 κ s = 0,004
χ = 0,005
Prof.(m): 1,5 a 1,8 (a) Prof.(m): 1,5 a 1,8 β = 0,0055 (b)
0 0
0 500 1000 1500 0 500 1000 1500
0.08 0.08
Alonso et al. (1990)
0.07 Experimental 0.07
0.06 0.06
0.05 0.05
(s)
0.04 0.04
0.03 0.03
Futai (1997)
0.02 0.02
(c) Experimental (d)
0.01 0.01
0 500 1000 1500 0 500 1000 1500
0.003
0.002
0.001
(e)
0
0 500 1000 1500
1,0 a 1,3 m, a função λ(s) definida pelo modelo de FUTAI (1997) se ajusta melhor aos
resultados experimentais. No caso onde a curva de compressão limitou-se à Região II, a
proposta de ALONSO et al. (1990) apresenta o melhor ajuste, com exemplo o ensaio na
sucção de 1.500 kPa da amostra de 1 a 1,3 m.
1.76 1.76
Experimental Experimental
Alonso et al. (1990) Alonso et al. (1990)
Futai (1997) Futai (1997)
1.71 1.71
Volume Específico
1.66 1.66
1.61 1.61
1.56 CP 74 1.56 CP 75
(ua-uw) = 50kPa (ua-uw) = 100kPa
1.76 1.76
Experimental Experimental
Alonso et al. (1990) Alonso et al. (1990)
Futai (1997) Futai (1997)
1.71 1.71
CP 77
(ua-uw) = 1500kPa
Volume Específico
1.66 1.66
1.61 1.61
1.56 CP 76 1.56
(ua-uw) = 500kPa
Figura IV.48. Previsão do caminho de tensões dos ensaios edométricos EDSC através
dos modelos de ALONSO et al. (1990) e FUTAI (1997) – amostra de 1 a 1,3m.
247
1.76 1.76
Experimental Experimental
Alonso et al. (1990) Alonso et al. (1990)
1.71 Futai (1997) Futai (1997)
1.71
Prof.(m): 1,5 a 1,8 CP 78 Prof.(m): 1,5 a 1,8 CP 79
(ua-uw) = 50kPa
Volume Específico
1.61
1.61
1.56
1.56
1.51
(a) (b)
1.46 1.51
1 10 100 1000 10000 1 10 100 1000 10000
1.76 1.76
Experimental Experimental
Alonso et al. (1990) Alonso et al. (1990)
1.71 Futai (1997) 1.71 Futai (1997)
CP 80
Volume Específico
1.61 1.61
1.56 1.56
CP 81
1.51 1.51 (ua-uw) = 1000kPa
Prof.(m): 1,5 a 1,8
(c) (d)
1.46 1.46
1 10 100 1000 10000 1 10 100 1000 10000
Figura IV.49. Previsão do caminho de tensões dos ensaios edométricos EDSC através
dos modelos de ALONSO et al. (1990) e FUTAI (1997) – amostra de 1,5 a 1,8m.
248
IV.6.6 Previsão dos ensaios de colapso com redução gradativa da sucção (CLRS)
Serão apresentados os resultados das previsões dos ensaios CLRS através das
funções dos modelos de ALONSO et al. (1990) e FUTAI (1997). Conforme apresentado
e discutido em IV.6.2, o estado de tensão onde deu-se início ao umedecimento ocorreu
sempre dentro do espaço elástico da LC. As deformações durante o umedecimento do
solo podem ser calculadas em duas etapas. Quando a redução da sucção ocorre dentro
dos limites elástico, os modelos prevêem expansão do solo. Neste caso a variação na
deformação volumétrica será dada pela expressão:
ês ds
dv evs = IV.14
v (s + p atm )
Uma vez que o estado de tensão tenha alcançado o limite elástico, a deformação
de colapso pode ser calculada pela diferença entre as deformações plásticas do solo na
sucção (si) onde o estado de tensão alcança o limite elástico e na condição saturada,
segundo a expressão
åc =
[(ë(0) - ê(0)) − (ë(s i ) − ê(si ) )] dp IV.15
v p
-2 -2
CP 86 CP 87
0 0
σvi = 62 kPa σvi = 83 kPa
Deformação Volumétrica (%)
4 4
6 6
8 8
10 10
12 12
Experimental Experimental
14 Alonso et al. (1990) 14 Alonso et al. (1990)
Futai (1997) (a) Futai (1997) (b)
16 16
1 10 100 1000 10000 1 10 100 1000 10000
-2 -2
Prof.(m): 1,5 a 1,8 CP 88
0 σvi = 104 kPa 0
Deformação Volumétrica (%)
2 2 CP 89
σvi = 167 kPa
4 4 Prof.(m): 1,5 a 1,8
6 6
8 8
10 10
12 12
Experimental Experimental
14 Alonso et al. (1990) 14 Alonso et al. (1990)
Futai (1997) (c) Futai (1997) (d)
16 16
1 10 100 1000 10000 1 10 100 1000 10000
Tensão Vertical (kPa) Tensão Vertical (kPa)
Figura IV.50. Previsão dos caminhos de tensões dos ensaios edométricos CLRS através
dos modelos de ALONSO et al. (1990) e FUTAI (1997).
250
12 12
Experimental Experimental
(%)
Futai (1997)
Deformação de Colapso,
4 4
2 2
0 0
(a) (b)
-2 -2
1 10 100 1000 10000 1 10 100 1000 10000
Figura IV.51. Previsão das deformações de colapso através dos modelos de ALONSO et
al. (1990) e FUTAI (1997).
251
CAPÍTULO V
RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO
V.1. INTRODUÇÃO
Será apresentada uma síntese das metodologias adotadas nos ensaios, seguida da
apresentação e discussão dos resultados. A partir das equações de ajuste das curvas
características (Capítulo III) e dos resultados dos ensaios convencionais, na condição
inundada, será feita uma estimativa da resistência do solo sob diferentes valores de
252
Na Tabela V.1 são apresentadas as condições iniciais de cada corpo de prova dos
ensaios convencionais. A sigla em asterisco na profundidade de 1 a 1,3 m refere-se ao
ensaio onde a inundação precedeu ao carregamento. Nas Figuras V.1 a V.5 são
apresentadas as curvas tensão cisalhante (W) versus deslocamento horizontal (dh) e
deslocamento vertical (dv) versus deslocamento horizontal (dh), referentes a todos
ensaios convencionais. Exceto na amostra correspondente a profundidade de 1 a 1,3m
(Figura V.2), nas demais amostras comparam-se os resultados dos ensaios na umidade
natural com os ensaios inundados.
Em média os índices de vazios (0,69 até 1,8m; 0,65 entre 2 e 2,3m e 0,48 entre
2,5 e 2,8 m) foram cerca de 7 % superiores aos obtidos nos ensaios edométricos (0,65
até 1,8m; 0,6 entre 2 e 2,3m; e 0,45 entre 2,5 e 2,8m). Este fato pode ser conseqüência
de algum efeito de borda, devido à forma dos moldadores (quadrados) utilizados nos
ensaios de cisalhamento direto, resultando em vazios nas interseções dos lados.
Nos ensaios inundados, as curvas W versus dh nem sempre indicam com clareza
comportamento de pico. Geralmente a tensão cisalhante aumenta até um valor máximo,
permanecendo constante com o aumento do deslocamento, típico de solos arenosos
fofos. Nas curvas dv versus dh o comportamento é sempre de compressão. Nas amostras
com profundidade inferior a 1,3 m (Figuras V.1a e V.2a) observa-se comportamento de
pico para tensões superiores a 100kPa, caracterizando um comportamento relativamente
mais denso na areia. Uma possível justificativa para este comportamento de pico pode
está associada à deformação de colapso que o solo apresenta durante a inundação,
aumentando com o acréscimo da tensão. Quanto maior o colapso, mais denso estará o
solo no início do cisalhamento.
255
Tabela V.1. Condição inicial dos corpos de prova dos ensaios de cisalhamento direto
convencionais.
Amostra Ensaio CONDIÇÃO INICIAL DOS CPs – ENSAIOS CONVENCIONAIS
Prof. (m) Tipo
CP Vn wo So
Js (kN/m3) eo
No (kPa) (%) (%)
01 25 0,47 15,6 0,70 1,8
1e2 02 50 0,65 16,1 0,65 2,7
(0,5-0,8) CDI 03 100 0,74 17 0,56 2,5
Camada I 04 200 0,74 15,2 0,75 2,5
05 300 0,66 15,9 0,66 2,7
06 50 1,87 16,1 0,64 7,7
07 100 1,04 15,9 0,71 3,9
CDI
08 200 1,51 15,4 0,71 5,6
3e4
09 300 0,72 15,6 0,69 2,8
(1 a 1,3)
10 50 0,71 15,8 0,67 2,8
Camada I
11 100 1,05 15,7 0,69 4,1
CDI*
12 200 0,86 15,1 0,75 3
13 300 1,29 ------ ------ ------
14 50 1,95 15,5 0,70 7,4
5e6
15 100 1,78 15,5 0,71 6,7
(1,5 a 1,6) CDI
16 200 1,91 15,7 0,66 7,4
Camada II
17 300 1,99 15,9 0,66 8
18 25 1,67 ----- ---- -----
7e8 19 50 2,84 16,7 0,58 12
(2 a 2,3) CDI 20 100 2,35 15 0,77 8,1
Camada II 21 200 ------ ----- ----- -----
22 300 1,86 16,2 0,63 7,7
23 25 2,77 17,8 0,48 15,2
9 24 50 3,49 17,5 0,51 17,5
(2,5 a 2,8) CDI 25 100 3,21 18 0,47 18
SPT > 50 26 200 3,61 17,8 0,48 19,7
27 300 3,26 17,9 0,48 18,1
28 25 0,46 15,4 0,72 1,7
1e2 29 50 0,38 15,3 0,73 1,4
(0,5 a 0,8) CDN 30 100 0,43 15,1 0,76 1,5
Camada I 31 200 0,44 15,4 0,72 1,6
32 300 0,45 15,6 0,70 1,7
33 50 1,3 17 0,55 6,2
5e6
34 100 1,15 16,1 0,64 4,7
(1,5 a 1,8) CDN
35 200 1,85 15,4 0,71 6,9
Camada II
36 300 2,02 14,80 0,79 6,7
37 25 1,84 16,2 0,63 7,8
7e8 38 50 1,73 15,9 0,66 7
(2 a 2,3) CDN 39 100 1,97 16,2 0,63 8,3
Camada II 40 200 1,56 16,1 0,64 6,5
41 300 1,73 16,2 0,63 7,3
42 25 2,78 18,2 0,45 16,4
9 43 50 2,71 17,7 0,49 14,5
(2,5 a 2,8) CDN 44 100 2,82 18,2 0,45 16,5
SPT > 50 45 200 2,5 17,9 0,48 13,8
46 300 1,55 17,1 0,54 7,5
256
350 350
CP01-25kPa CP02-50kPa CP28-25kPa CP29-50kPa
300 CP03-100kPa CP04-200kPa
300 CP30-100kPa CP31-200kPa
Tensão Cisalhante (kPa)...
CP05-300kPa CP32-300kPa
250 250
200 200
150 150
100 100
50 50
0 0
0 4 8 12 0 4 8 12
0 0
0,15 0,15
Deslocamento Vertical (mm)
0,3 0,3
0,45 0,45
0,6 0,6
0,75 0,75
0,9 0,9
300 300
CP06-50kPa CP07-100kPa CP10-50kPa CP11-100kPa
200 200
150 150
100 100
50 50
0 0
0 4 8 12 0 4 8 12
0 0
0,15 0,15
Deslocamento Vertical (mm)
0,3 0,3
0,45 0,45
0,6 0,6
0,75 0,75
CP06-50kPa CP07-100kPa
0,9 0,9 CP10-50kPa CP11-100kPa
CP08-200kPa CP09-300kPa CP12-200kPa CP13-300kPa
1,05 1,05
0 4 8 12 0 4 8 12
400 400
CP14-50kPa CP15-100kPa CP33-50kPa CP34-100kPa
350 CP16-200kPa 350
CP17-300kPa CP35-200kPa CP36-300kPa
Tensão Cisalhante (kPa)...
300 300
250 250
200 200
150 150
100 100
50 50
0 0
0 2 4 6 8 10 0 2 4 6 8 10
-1,2 -1,2
CP14-50kPa CP15-100kPa
-1 -1
CP16-200kPa CP17-300kPa
Deslocamento Vertical (mm)
-0,8 -0,8
-0,6 -0,6
-0,4 -0,4
-0,2 -0,2
0 0
0,2 0,2
0,4 0,4
CP10-50kPa CP11-100kPa
0,6 0,6
CP12-200kPa CP13-300kPa
0,8 0,8
0 2 4 6 8 10 0 2 4 6 8 10
400 400
CP18-25kPa CP19-50kPa CP37-25kPa CP38-50kPa
350 CP20-100kPa CP21-200kPa350 CP39-100kPa CP40-200kPa
CP41-300kPa
Tensão Cisalhante (kPa)...
CP22-300kPa
300 300
250 250
200 200
150 150
100 100
50 50
0 0
0 4 8 12 0 4 8 12
-1,2 -1,2
CP18-25kPa CP19-50kPa
-0,95 CP20-100kPa -0,95
CP21-200kPa
Deslocamento Vertical (mm)
CP22-300kPa
-0,7 -0,7
-0,45 -0,45
-0,2 -0,2
0,05 0,05
0,3 0,3
0,55 0,55
CP37-25kPa CP38-50kPa
0,8 0,8 CP39-100kPa CP40-200kPa
CP41-300kPa
1,05 1,05
0 4 8 12 0 4 8 12
650 650
CP23-25kPa CP24-50kPa CP42-25kPa
600 600
CP25-100kPa CP26-200kPa
550 550 CP43-50kPa
Tensão Cisalhante (kPa)...
CP27-300kPa
500 500 CP44-100kPa
450 450 CP45-200kPa
400 400 CP46-300kPa
350 350
300 300
250 250
200 200
150 150
100 100
50 50
0 0
0 4 8 12 0 4 8 12
-2,5 -2,5
CP23-25kPa CP24-50kPa
CP25-100kPa CP26-200kPa
-2 -2
Deslocamento Vertical (mm)
CP27-300kPa
-1,5 -1,5
-1 -1
-0,5 -0,5
0 0
CP42-25kPa CP43-50kPa
0,5 0,5 CP44-100kPa CP45-200kPa
CP46-300kPa
1 1
0 4 8 12 0 4 8 12
deslocamentos verticais foram sempre superiores aos dos ensaios inundados (Figura
V.1a), onde era de se esperar que a maior rigidez da amostra na umidade natural
resultasse em menor compressão durante o cisalhamento.
A maior compressão dos ensaios na umidade natural da amostra entre 0,5 a 0,8m
pode ser justificada pelo fato da pequena compressão sofrida antes do início do
cisalhamento. Dada a maior instabilidade estrutural desta amostra na faixa de tensão
adotada nos ensaios, durante a fase de cisalhamento as tensões cisalhantes tendem a
romper os vínculos que mantém a estrutura estável resultando em considerável perda de
volume do solo. Nos ensaios inundados, a compressão sofrida pelo solo devido ao
colapso confere um estado mais denso ao mesmo, resultando em menor compressão na
fase de cisalhamento. Nas tensões inferiores a 100 kPa, o solo apresenta menor colapso,
resultando em uma estrutura mais aberta no início do cisalhamento, razão pela qual os
ensaios inundados nas tensões de 25 e 50 kPa mostram-se mais compressíveis que os
ensaios na umidade natural. Nas amostras correspondentes à Camadas II (entre 1,5 e 2,3
m) e à camada com SPT > 50 (entre 2,5 e 2,8 m) o solo apresenta menor potencial de
colapso para as tensões adotadas nos ensaios. Em outras palavras, o solo possui maior
estabilidade estrutural. A maior resistência dos vínculos aos esforços cisalhantes
limitará a propagação das deformações cisalhantes, resultando em menor compressão ou
comportamento dilatante.
valor da tensão cisalhante ou quando esta tensão permanece constante na curva W versus
dh, após o valor de pico. O objetivo da envoltória pós-ruptura foi avaliar o efeito da
sucção nos parâmetros de resistência, numa condição próxima do estado crítico, embora
se deve reconhecer que este tipo de ensaio não seja o recomendável para avaliar o
comportamento do solo nesta condição. A condição dos corpos de prova pós-ruptura
destes ensaios encontram-se resumidas na Tabela V.3. Na Figura V.11 é apresentada a
variação dos parâmetros de resistência com a profundidade.
400
(1) Inundado
(2) Umidade Natural (pico)
100
0
0 100 200 300 400
400
(1) Inundado sob Top-Cap
(2) Inundado sob tensão específica
Tensão Cisalhante (kPa)..
100
0
0 100 200 300 400
400
(1) Inundado
(2) Umidade Natura (pico)
(3) Umidade Natural (pós-ruptura
200
400
(1) Inundado
(2) Umidade Natural (pico)
(3) Umidade Natural (pós-ruptura)
Tensão Cisalhante (kPa) .
300
200
Prof.(m): 2 a 1,3m
100
(1) c' = 1,3kPa, I ' = 30,6o
(2) c = 73kPa, I = 36o
(3) c = 21kPa, I = 36,2o
0
0 100 200 300 400
800
(1) Inundado
(2) Umidade Natural (pico)
700 (3) Umidade Natural (pós-ruptura)
400
300
200
100
0
0 100 200 300 400
Figura V.10. Envoltórias de resistência da amostra de 2,5 a 2,8 m (SPT > 50) – ensaios
convencionais.
influência da sucção nesta camada. Este fato pode ser justificado pelo maior teor de
finos, especialmente na fração argila, nesta camada. Na camada com SPT > 50 (entre
2,5 e 2,8 m), a envoltória de resistência (Figura V.10) apresenta uma intensa curvatura,
a qual pode ser justificada pela elevada rigidez dessa camada. Ignorando este
comportamento, foram determinados os parâmetros de resistência desta camada na
umidade natural, ajustando os dados a uma reta. O ângulo de atrito de 57,2o e o
intercepto de coesão de 145 kPa e os resultados apresentados nos outros capítulos,
mostram claramente tratar-se de uma camada diferenciada.
267
Tabela V.2. Condições dos corpos de prova na ruptura dos ensaios convencionais.
Tabela V.3. Condição dos corpos de prova pós-ruptura dos ensaios convencionais na
umidade natural.
0 0
Ensaios Inundados Ensaios Inundados
0.5 0.5
1 1
Profundidade (m)
1.5 1.5
2 2
2.5 2.5
(a) (b)
3 3
0 5 10 15 28 30 32 34 36
0 0
(c) (d)
0.5 0.5
1 1
Profundidade (m)
1.5 1.5
2 2
2.5 2.5
Inundado Inundado
3 Umidade Natural (pico) 3 Umidade Natural (pico)
Umidade Natural (pós-ruptura) Umidade Natural (pós-ruptura)
3.5 3.5
0 50 100 150 200 20 30 40 50 60
Tabela V.4. Condição inicial dos corpos de prova dos ensaios de cisalhamento direto
com sucção controlada.
350 350
CP63-50kPa CP64-100kPa CP67-50kPa CP68-100kPa
300 300
CP65-200kPa CP66-300kPa CP69-200kPa CP70-300kPa
Tensão Cisalhante (kPa)...
250 250
200 200
150 150
100 100
50 50
0 0
0 2 4 6 8 0 2 4 6 8
-0,5 -0,5
CP63-50kPa CP64-100kPa (ua-uw ) = 500kPa
Deslocamento Vertical (mm)
-0,05 -0,05
0,1 0,1
CP69-200kPa CP70-300kPa
0,4 0,4
0 2 4 6 8 0 2 4 6 8
350
CP71-50kPa CP72-100kPa
300 CP73-200kPa CP74-300kPa
200
150
100
50
0
0 2 4 6 8
-0,7
CP71-50kPa CP72-100kPa
Deslocamento Vertical (mm)
CP73-200kPa CP74-300kPa
-0,5
-0,3
-0,1
0,1
Figura V.13. Curvas tensão-deformação dos ensaios com sucção controlada – amostra
de 1 a 1,3m (Camada I) e sucção de 1000kPa.
273
350 350
CP47-50kPa CP48-100kPa CP51-50kPa CP52-100kPa
300 CP49-200kPa 300
CP50-300kPa CP53-200kPa CP54-300kPa
Tensão Cisalhante (kPa)..
250 250
200 200
150 150
100 100
50 50
0 0
0 2 4 6 8 0 2 4 6 8
-0,4 -0,4
CP47-50kPa CP48-100kPa
-0,3 -0,3
CP49-200kPa CP50-300kPa
Deslocamento Vertical (mm)
-0,2 -0,2
(ua-uw ) = 50kPa
-0,1 -0,1
0 0
0,1 0,1
(ua-uw ) = 200kPa
0,2 0,2
CP51-50kPa CP52-100kPa
0,3 0,3
CP53-200kPa CP54-300kPa
0,4 0,4
0 2 4 6 8 0 2 4 6 8
Figura V.14. Curvas tensão-deformação – amostra de 1,5 a 1,8m (Camada II) dos
ensaios com sucção controlada: a) sucção de 50kPa; b) sucção de 200 kPa.
274
350 350
CP55-50kPa CP56-100kPa CP59-50kPa CP60-100kPa
300 CP57-200kPa 300
CP58-300kPa CP61-200kPa CP62-300kPa
Tensão Cisalhante (kPa)..
250 250
200 200
150 150
100 100
50 50
0 0
0 2 4 6 8 0 2 4 6 8
-0,4 -0,4
CP55-50kPa CP56-100kPa
CP57-200kPa CP58-300kPa
Deslocamento Vertical (mm)
-0,3 -0,3
(ua - uw ) = 500kPa
-0,2 -0,2
-0,1 -0,1
0 0
(ua - uw ) = 1000kPa
0,1 0,1 CP59-50kPa CP60-100kPa
CP61-200kPa CP62-300kPa
0,2 0,2
0 2 4 6 8 0 2 4 6 8
Figura V.15. Curvas tensão-deformação – amostra de 1,5 a 1,8m (Camada II) dos
ensaios com sucção controlada: a) sucção de 500kPa; b) sucção de 1000kPa.
275
Tabela V.5. Condição dos corpos de prova na ruptura e parâmetros de resistência dos
ensaios com sucção controlada.
s
f f
sat
f V.1
s
cotg '
c*
onde: s = ua-uw = sucção matricial
c máx
c* , onde r é um parâmetro de ajuste.
r
276
400
S=50kPa
S=500kPa
S=1000kPa
Prof.(m): 1 a 1,3
200
100
(a)
0
0 100 200 300 400
Figura V.16. Envoltória de resistência para diferentes valores de sucção – amostra entre
1,0 a 1,3m (Camada I).
400
S=50kPa
Prof.(m): 1,5 a 1,8
S=200kPa
S=500kPa
Tensão Cisalhante (kPa) .
300 S=1000kPa
S=0kPa
Umidade Natural
200
100
(b)
0
0 100 200 300 400
Figura V.17. Envoltória de resistência para diferentes valores de sucção – amostra entre
1,5 a 1,8 m (Camada II).
277
400
Tensão Normal Camada I
200
100
0
0 200 400 600 800 1000 1200
Figura V.18. Envoltórias de resistência dos ensaios com sucção controlada no espaço (s,
W), ajustadas segundo a função hiperbólica de GENS (1993) – amostra entre 1,0 a 1,3 m.
400
Tensão Normal Camada II
Tensão Cisalhante (kPa) ..
200
100
0
0 200 400 600 800 1000 1200
Figura V.19. Envoltórias de resistência dos ensaios com sucção controlada no espaço (s,
W), ajustadas segundo a função hiperbólica de GENS (1993) – amostra entre 1,5 a 1,8m.
278
-0.3
-0.1
ruptura (mm)
0.1 50kPa
100kPa
0.2 200kPa
Prof.(m): 1 a 1,3m 300kPa
0.3
0 200 400 600 800 1000 1200
Sucção (kPa)
-0.3
Prof.(m): 1,5 a 1,8m
Deslocamento Vertical (dv) na..
-0.2
-0.1
ruptura (mm)
0.1
50kPa
0.2
100kPa
0.3 200kPa
300kPa
0.4
0 200 400 600 800 1000 1200
Sucção (kPa)
1000
Prof.(m): 1 a 1,3
400
200
0
0 100 200 300 400
Figura V.22. Variação da sucção limite (slim) com a tensão normal (Vn).
Tabela V.6. Parâmetros de ajuste das hipérboles (das Figuras V.18 e V.19).
referentes às amostras onde foram realizados os ensaios com sucção controlada (1 a 1,3
e 1,5 a 1,8m) sugerem valores de entrada de ar da ordem de 1kPa e para sucções
superiores a 100kPa o solo se encontra no estágio residual. Este baixo valor da sucção
na entrada de ar justifica a não linearidade observada nas envoltórias no plano (s, W)
(Figuras V.18 e V.19), atingindo um valor máximo na sucção de 500kPa, de onde,
praticamente, não se observa mais aumento na resistência.
Isto é uma suposição que precisa ser mais bem avaliada através de ensaios com sucção
controlada sob sucções superiores às adotadas nos ensaios.
35 37
Intercepto de Coesão (kPa)
(a) (b)
30 36
Ângulo de Atrito
25
35
20
34
15
33
10
Prof.(m): 1 a 1,3 32 Prof.(m): 1 a 1,3
5
Prof.(m): 1,5 a 1,8 Prof.(m): 1,5 a 1,8
0 31
0 200 400 600 800 1000 1200 0 200 400 600 800 1000 1200
ª§ r · º
c' ( u a ).tg. (u a u w ) «¨¨ w ¸¸ tg» V.2
¬© s r ¹ ¼
Tabela. V.7. Parâmetros do solo para estimativa da resistência no estado não saturado.
400
50 kPa
100 kPa Prof.(m): 1 a 1,3
350 200 kPa
Tensão Cisalhante (kPa) . 300 kPa
300 Vanapalli et al. (1996)
Hiperbole de Gens (1993)
250
200
150
100
50
0
0 200 400 600 800 1000 1200
400
50 kPa
100 kPa Prof.(m):1,5 a 1,8
350 200 kPa
300 kPa
Tensão Cislhante (kPa) .
200
150
100
50
0
0 200 400 600 800 1000 1200
Sucção Matricial (kPa)
400
50kPa
100 kPa Camada I
350 200 kPa Prof.(m):
Tensão Cisalhante (kPa) . 300 kPa 1,0 a 1,3
300 Öberg e Sällfors (1997)
Hiperbole de Gens (1993)
250
200
150
100
50
0
0 200 400 600 800 1000 1200
400
50kPa
100kPa Camada II
350 200kPa
Prof.(m):
300kPa
Tensão Cislhante (kPa) .
200
150
100
50
0
0 200 400 600 800 1000 1200
Sucção Matricial (kPa)
B
qult c cN c q DN q q N V.4
2
c é o intercepto de coesão;
D é profundidade da fundação;
[c = 1+(Nq/Nc);
[J = 0,6.
§ ·
Nq e tg tg 2 ¨ 45 o ¸ V.6
© 2¹
NJ = 2(Nq+1)tgI V.7
288
O peso específico foi determinado a partir da média geral dos corpos de prova
dos ensaios edométricos e dos ensaios de cisalhamento direto. Na Tabela V.8
apresentam-se os valores mínimos, médios e máximos dos pesos específicos seco (Js),
natural (Jnat) e do solo saturado (Jsat.). Estes resultados encontram-se representados
graficamente na Figura V.28. Até a profundidade em torno de 1,6m os pesos
específicos, em média, apresentam pouca variação, a partir da qual observa-se tendência
de aumento. Para a condição de sucção 0kPa (solo inundado) adotaram-se os valores de
0 0 0
1 1 1
2 2 2
Figura V.28. Variação dos pesos específicos com a profundidade: a) peso específico
seco (Js); b) peso específico natural (Jnat.); e c) peso específico do solo saturado (Jsat).
Nos ensaios na umidade natural a ruptura foi do tipo generalizada ocorrendo numa
tensão de 360 kPa. Na condição inundada, a ruptura foi do tipo localizada e o valor da
tensão de ruptura (entre 170 e 190 kPa) foi definido por extrapolação dos resultados
segundo os métodos de Van der Veen, Wong e Duncan e Mazurkiewicz.
RECALQUE (mm)
4
Umidade Natural
10 Inundado em 10 kPa
Inundado em 80kPa
12
10 100 1000
ruptura do tipo generalizada. Portanto era de se esperar que nas condições onde as
amostras apresentaram comportamento dilatante, o que é indício de ruptura
generalizada, as previsões fossem compatíveis com o observado no resultado de
FUCALE (2000), pelo menos nas amostras limitadas pela profundidade de 1,3m.
Mesmo quando foi considerando ruptura localizada (amostra de 0,5 a 0,8m) na condição
natural, o valor de qult (média em torno de 770 kPa) foi substancialmente superior ao
obtido no ensaio da Figura V.29.
É possível que fatores outros não incorporados na teoria tradicional, tal como o
fenômeno de ruptura progressiva, a compressibilidade do solo e o efeito de escala
possam ter grande peso no resultado das estimativas da capacidade de carga. VESIC
(1973) ressalta que seria necessária uma teoria de capacidade de carga baseada em um
modelo de comportamento do solo mais realístico, tal como um modelo elastoplástico.
condição natural até à ruptura nesta pesquisa, torna-se prematura alguma conclusão, em
termos de valores e comportamento, quanto ao efeito da sucção na capacidade de carga
do solo em estudo. O aumento da sucção tenderá a aumentar o valor de qult como têm
sido demonstrado por FUTAI et al. (2001) através de análise numérica utilizando um
modelo elastoplástico. Nesta referência observou-se aumento, segundo uma função
parabólica, da tensão de ruptura com a sucção, o que é justificável uma vez que a
variação na resistência não é linear para uma ampla faixa de sucção. Apesar da
sofisticação das análises realizadas, há poucos dados disponíveis de ensaios de placa
com monitoramento da sucção que permita estabelecer alguma relação ou fator de
correção para permitir melhores estimativas da capacidade de carga em solos não
saturados. Conforme argumentam estes autores, faz-se necessário medir a sucção
durante os ensaios de placa e provas de carga em solos não saturados, isto quando
possível.
294
CAPÍTULO VI
Independente do tipo de solo, as provas de carga sobre placa são os ensaios que
melhor se aproximam de uma fundação superficial, sendo o meio mais realístico para
determinação da capacidade de carga de um solo e estimativa de recalques de uma
fundação. Os custos envolvidos na realização desses tipos de ensaios tornam seu uso,
geralmente, restrito às obras de maior envergadura, especialmente quando se pretende
avaliar o desempenho de um elemento de fundação, ou pesquisas acadêmicas.
Figura VI.1. Bulbo de tensões obtido experimentalmente (“Freiberg tests”) para uma
areia sob uma fundação rígida (KOEGLER e SCHEIDIG, 1929 citados por
TSCHEBOTARIOFF, 1973).
296
Do que foi exposto nos parágrafos acima, pode-se esperar que, quanto maior o
diâmetro da placa maior recalque ocorrerá para uma determinada tensão. Esta
proporcionalidade é afetada pela heterogeneidade, anisotropia e profundidade do solo,
as quais são consideradas no método de Housel-Barata para estimativa de recalques em
fundações diretas e da tensão adimissível, sendo comprovado experimentalmente por
WERNECK et al. (1979) e JARDIM (1981). FARIA (1999) reavaliou o método de
Housel-Barata para diferentes solos residuais, onde observou elevada dispersão do
coeficiente de Buisman, utilizado neste método, sobretudo nos solos argilosos porosos.
Essas disperões foram atribuídas às diferenças de comportamento das provas de carga
num mesmo local por consequência das variações de umidade (sucção).
Uma vez que as dimensões da placa utilizada nos ensaios são, geralmente,
inferiores à da fundação, a região do solo envolvida na prova de carga será menor do
que a envolvida pelo elemento de fundação. Isto pode resultar que uma camada não
alcançada pelo ensaio venha a ser solicitada sob as cargas da fundação real, podendo
comprometer a acurácia dos recalques previstos diretamente dos ensaios de prova de
carga em placa.
500
450 F
E
Recalque (mm)
400
D
350 A
300
250 B C
Trecho
200
linear
150
0
100 200
Diâmetro (d)300 400(a) da placa
ou largura 500 600
Figura VI.2. Relação entre recalques e larguras (diâmetros) de placas de carga rígidas
quadrada/cicular de fundações para carga aplicada de 200 kPa (REZNIK, 1993).
298
no solo pré-inundado, define “carga de colapso (Qc)” como sendo a carga crítica que,
aplicada pela fundação, deflagra o colapso em um solo colapsível suficientemente
inundado. Em relação à carga última (Qu), determinada com o solo no teor de umidade
natural (variável com a sucção), a carga de colapso representa uma redução da
capacidade de carga devido à inundação. Esta definição encontra-se esquematizada na
Figura IV.3.
ocorrerá, pois nada impede que algum colapso ocorra para uma carga Qa < Qc,
suficiente para resultar em algum dano na obra. Com respeito a Qc, nenhuma referência
Qa Qc Qu
Q
RECALQUE
Qa = carga admissível
Qc = carga de colapso
Qu = carga última
1. Grupo 1: provas de carga realizadas com placa circular rígida e com diâmetro de
80 cm (área mínima de 5.000 cm2) em cava de 1,0 m de diâmetro com
profundidade de 0,5 m da superfície do terreno;
A definição das tensões onde foram efetuadas as inundações (Vvi) foi com base
nos tipos de edificações predominantes no local de pesquisa e que resultassem num FS
> 3, considerando a capacidade de carga do solo na condição natural. Uma vez que a
tensão de ruptura nesta condição (Vrn), prevista com base na teoria da capacidade de
carga (Capítulo V), foi elevada e esta teoria tem-se mostrado incompatível na estimativa
da tensão de ruptura em alguns solos não saturados, tomou-se como referência o
resultado da prova de carga na umidade natural apresentado por FUCALE (2000), onde
obteve-se uma tensão de ruptura em torno de 360 kPa. Este ensaio (Figura VI.4) foi
realizado no mesmo campo experimental de FERREIRA (1995), em Petrolândia - PE,
num solo similar ao estudado na atual pesquisa. Nos ensaios com placa de 80 cm
(ensaio de referência) as tensões de inundação foram 60 kPa (Vvi # 1/6 Vrn), e 100 kPa,
(Vvi #1/3Vrn). Nos ensaios com placas de 10 cm as tensões variaram de 15 a 100 kPa.
RECALQUE (mm)
4
Umidade Natural
10 Inundado em 10 kPa
Inundado em 80 kPa
12
10 100 1000
siglas PC01 (prova de carga 1) e PC02 (prova de carga 2). Na disposição das provas de
carga procurou-se eliminar qualquer sobreposição da área de influência (sobreposição
do bulbo de tensões e área inundada) de um ensaio sobre o outro. Assim adotou-se uma
distância em torno de 5,0 metros entre cada ensaio.
VI.2.1.2 Equipamento
DESCRIÇÃO:
Conjunto de placas
1) Conjunto de placas
2) Macaco hidráulico
3) Rótula
4) Extensômetro
5) Viga de referência
6) Prancha de madeira
7) Mangueira de água
8) Sensor elétrico
9) Sistema de alarme
10) Reservatório de água
11) Mangueira de nível
12) Bulbo de tensões
Este dispositivo não permite obter informações que se relacionem com o teor de
umidade do solo, tal como outros dispositivos destinados a esta finalidade (ex. TDR,
Sonda de Nêutrons, etc). Sua eficiência limita-se a solos com baixos teores de umidade.
Por outro lado, dada a pequena dimensão do elemento utilizado como sensor (conector
P10), é possível obter informação mais precisa da posição da frente de umedecimento, o
que é uma vantagem em relação aos demais, já citados. Uma outra vantagem é o custo
do dispositivo, onde os componentes (circuito equivalente, cabos e conectores) podem
305
VI.2.1.3 Procedimento
Uma cava circular com diâmetro de 1,0 m e 0,50 m de profundidade foi aberta
no terreno. Utilizando uma régua de madeira, foi feita uma cuidadosa preparação do
solo para o assentamento do conjunto de placas, tendo o devido cuidado de primar pelo
nivelamento do solo no fundo da cava.
Uma vez que estava prevista a inundação do solo sob a placa, uma camada de,
aproximadamente, 15 mm de areia grossa pedregulhosa lavada foi distribuída sobre o
fundo da cava devidamente nivelado. Procedimento semelhante foi adotado por
REZNIK (1993) e CONCIANI (1997), cujo objetivo principal é facilitar e
homogeneizar a infiltração da água no solo sob a placa.
4. Execução do ensaios.
306
A execução dos ensaios foi baseada nas recomendações da norma NBR 6489/84
(ensaio lento). A tensão prevista para o ensaio foi 100 kPa (tensão máxima de
inundação). Foi programado ensaiar o solo até o dobro da tensão prevista (200 kPa), em
10 (dez) estágios de tensões de 20 kPa, correspondente a 10 % da tensão máxima
programada.
O carregamento era aplicado por estágio até a tensão de inundação, onde era
interrompida a aplicação da seqüência de estágios de tensão para iniciar o processo de
inundação do solo. O estágio posterior só era aplicado quando o recalque entre duas
leituras consecutivas fosse inferior a 5% do recalque total, conforme a NBR 6489/84.
4.2.1 Durante a preparação da cava, quatro furos eqüidistantes 90o entre si foram
abertos utilizando um trado com 60mm de diâmetro externo (o mesmo utilizado
na abertura dos furos do ensaio Guelph) para permitir a instalação do sistema de
alarme. Os furos foram posicionados adjacentes à parede da cava, cada um com
profundidade distinta a partir da profundidade do ensaio, a saber: 0,5; 1,0; 1,5; e
2,0 metros. Na Figura VI.8 apresenta-se um desenho esquemático da montagem
do sistema de alarme.
4.2.3 Com este procedimento foi possível calcular, com relativa acurácia, o volume de
água utilizado durante o avanço da frente de umedecimento até a profundidade
de 2,0 m, considerada o limite do processo. Uma vez a água tendo alcançado a
profundidade do sensor, o circuito era acionado, soando o sinal.
307
4.4 Ruptura.
(PC02), só foi possível acrescentar dois novos estágios de carregamento. Além desses, o
solo não apresentava reação suficiente para manter a pressão do manômetro. Neste caso,
considerou-se como ruptura a máxima condição de tensão e deformação alcançada no
ensaio. As tensões de ruptura foram: 160 kPa para o ensaio PC01; e 100 kPa para o
ensaio PC02.
0 0 0
PC01 Q PC02 Q
Areia fina siltosa
0.5 não plástica 0.5 0.5
1 1 Inicial 1
Profundidade (m)
Final
Areia fina
Areia Média
1.5 1.5 1.5
siltosa
3 < IP% < 5
2 2 2
Argila
Areia Fina
2.5 2.5 2.5
3 3 3 Inicial
Final
3.5 3.5 3.5
0 20 40 60 80 100 0 10 20 30 0 10 20 30
Granulometria (%) Teor de Umidade (%) Teor de Umidade (%)
0
10
20
Recalque (mm)
30
40
50
60
70
PC01
80
PC02
90
0 50 100 150 200
Tensão Vertical (kPa)
Figura VI.11. Curvas tensão vs. recalques das provas de carga.
310
colapso com a tensão vertical de inundação. Até a tensão de inundação (100 kPa para o
ensaio PC01 e 60 kPa para o ensaio PC02), antes de iniciar o umedecimento do solo, os
recalques totais foram pequenos (1,24 mm no ensaio PC01 e 0,56mm no ensaio PC02).
Os colapsos (parcela de recalque devido à inundação) foram de 45 mm para o ensaio
PC01 e 20,5 mm para o ensaio PC02. No caso do ensaio PC02 o colapso observado
aproxima-se do critério de ruptura técnica da NBR 6489/84 (25mm), enquanto no ensaio
PC02 o colapso ultrapassa em 20mm este valor.
0 0
Profundidade da Placa Profundidade da Placa
PC01
Profundidade da frente de.
0.5 0.5
umedecimento (m)
1 1
1.5 1.5
2 2
(a) (b)
0 0
Profundidade da Placa Profundidade da Placa PC02
PC02
Profundidade da frente de.
0.5 0.5
umedecimento (m)
1 1
1.5 1.5
2 2
(a) (b)
(Figura VI.13a) também observa-se este comportamento, porém, esta análise fica
prejudicada uma vez que o acompanhamento do processo de inundação foi feito, com
segurança, apenas até a profundidade de 1,0m.
Uma vez que no ensaio PC01 não foi possível o acompanhamento do avanço da
frente de umedecimento para toda a extensão do bulbo (2,0m abaixo da placa), uma
estimativa do tempo necessário para que isto ocorresse foi feita a partir da Equação VI.1,
0.5 0.5
Profundidade (m)..
Profundidade (m)
1.0
1.0
1.1
1.5
1.5
Figura VI.13. Volume de água consumido para umedecer cada profundidade do solo
abaixo da placa.
313
indicando que a inundação do bulbo ocorreria 540 min após o início do processo. Vale
registrar que, no dia seguinte, passados 460 min desde o início da inundação, os dois
sensores instalados a 1,50 m e 2,0 m abaixo da profundidade da placa indicaram a
presença de água, estando os sinais (analógico e sonoro) no seu limite superior,
indicando que o umedecimento foi intenso.
Este resultado (Figura VI.14) mostra que após 106min do início do processo de
umedecimento, quase a totalidade do recalque de colapso (43,5mm) havia ocorrido,
mesmo sem o sensor localizado à 1,0m de profundidade ter acionado o alarme.
Considerando a curva ajustada pela Equação VI.1, a profundidade da frente de
umedecimento neste momento deveria estar em torno de 0,88m, consumindo cerca de
570 litros de água. A partir daí, todo o excesso de água adicionado resultou num
acréscimo de 1,47 mm no recalque de colapso. Comportamento semelhante também foi
observado no ensaio PC02.
Não se pode, porém, descartar que a camada entre 1,0 e 1,5m, a partir da
profundidade da placa (1,5 a 2,0m da superfície do terreno), tenha exercido alguma
contribuição no colapso total. Conforme discutido no Capítulo IV os resultados dos
ensaios edométricos na umidade natural (Figura IV.8) indicam que até a profundidade
de 1,5 m um teor de umidade pequeno, entre 4 % e 5 % pode resultar em considerável
aumento na compressão do solo, especialmente nas camadas não plásticas com menor
314
0 1300
PC01
Recalque (mm).
20 780
30 520
Recalque
40 Volume de Água 260
50 0
0 0 200 400 600
PC01
Profundidade da frente.
0.5
de umedecimento (m)
Profundidade da Placa
1
1.5
2.5 0,5
D = 0,086t
3
0 200 400 600
Tempo (min)
teor de argila. Um teste preliminar no laboratório mostrou que se faz necessário um teor
de umidade mínimo da ordem de 5 % para o sistema de alarme emitir os primeiros
sinais. Portanto, é possível que parte do colapso tenha ocorrido no trecho de 1,0 a 1,5 m,
abaixo da placa, sem o sistema ter sido acionando. Vale ressaltar que os critérios de
classificação da colapsibilidade (Capítulo VII) sugerem que o trecho entre 1,0 e 2,0 m
de profundidade apresenta maior susceptibilidade ao colapso do que em outras
profundidades.
solo argiloso (CL) localizado no município de Campo Novo do Parecis, Mato Grosso.
Trata-se do mesmo solo estudado por FUTAI (1997).
SUCÇÃO (kPa)
TEMPO (min)
-10 0 10 20 30 40 50 0 50 100 150 200 250 300
50
0.25 Prof. 0,25m
40
PROFUNDIDADE (m)
0 0
5 5
10 10
RECALQUE (mm)
15 15
20 20
25 0,25m 25
30 Profundidade 30
da frente de
35 umedecimento 35
40 40
0,50m
45 0,75m 45
50 50
0 10 20 30 40 50 60 0 50 100 150 200 250 300
0,5
0,7
0,9 Profundidade
1,0m do ensaio
Profundidade (m)
Região de concentração
1,1 do colapso
1,2m
1,3
1,5
1,7
Figura VI.16. Massa específica antes e após o ensaio obtida por tomografia
computadorizada (CONCIANI, 1997).
O bulbo de tensões foi dividido em quatro camadas, com 0,50 m cada, com as
profundidades coincidindo com as das amostras indeformadas (blocos). Assim os
resultados obtidos nos ensaios com Colapsômetro poderão ser correlacionados com os
obtidos nos ensaios edométricos.
VI.2.2.2 Equipamento
Em síntese, ambas propostas consistem de uma base fixa por onde desliza uma
haste ligada a uma placa superior utilizada para aplicar os carregamentos. A carga é
transmitida ao solo por meio de uma sapata circular rígida perfurada, com tamanhos que
variam de 70 mm a 150 mm na proposta de MAHMOUD et al. (1995) e 100mm na
proposta de FERREIRA (1995). Nos ensaios, as cargas são obtidas adicionando pesos
previamente calibrados, à placa superior. Uma vez alcançada a tensão prevista, dá-se a
inundação do solo através de condutos ligando um reservatório (ou outro tipo de fonte
de água) de água à sapata. Os recalques de colapso são medidos por meio de
extensômetros apoiados sobre barras conectadas a haste. Na Tabela VI.2 está
apresentado um resumo das principais características de cada equipamento.
321
pode ser subdividida em duas partes. A parte superior possui um encaixe central, com
323
(a) (b)
(c) (d)
Figura VI.19. Expansocolapsômetro: a) vista geral do ensaio; b) detalhe do carregamento; c) sapata; d) detalhe da fixação dos extensômetros.
(a) (b)
324
(c)
(d) (e)
Figura VI.20. Sapata do Expansocolapsômetro: a) sapata; b) sapata desmontada; c) luva; d) eixo e placa de transferência de carga; e) placa
inferior.
325
VI.2.2.3 Procedimentos
Os estágios de tensão foram aplicados numa razão 'V/V = 1, até atingir a tensão
de inundação. O critério de estabilização dos recalques foi o mesmo da NBR 6489/84,
ou seja, quando os recalques entre duas leituras consecutivas fossem menor do que 5%
do recalque total.
327
1 1 1 1
329
Profundidade (m)
1.5 1.5 1.5 1.5
Teor de Umidade (%) Teor de Umidade (%) Teor de Umidade (%) Teor de Umidade (%)
Figura VI.22. Variação da umidade do solo sob a sapata após o ensaio com o Expansocolapsômetro.
330
0 0
ECT3-1 ECT3-2
ECT3A-1 ECT4A-1
0.5 0.5 ECT3-3
1 1
Recalque (mm)
1.5 1.5
2 2
2.5 2.5
3 ECT4-1 3
Vvi = 15 kPa ECT4-2 Vvi = 30 kPa
3.5 3.5
0 2 4 6 0 2 4 6
Raiz de t (min) Raiz de t (min)
(a) (b)
0 0
ECT1-1 ECT1B-1
1 1
ECT1A-1 ECT1-3
2 2
3 3
Recalque (mm)
4 4
5 5
6 6
7 7
8 ECT2-1 8
9
Vvi = 60 kPa ECT2-2
9 Vvi = 100 kPa
ECT2-3
10 10
0 2 4 6 0 2 4 6
Raiz de t (min) Raiz de t (min)
(c) (d)
Figura VI.23. Curvas tempo-recalque de colapso obtidas a partir dos ensaios com o
Colapsômetro.
332
0 7.5
Recalque
Consumo de Água
0.5 6
Volume de Água ( L )
Recalque (mm)
1 4.5
1.5 3
ECT4-2
Vvi = 15 kPa
2 1.5
2.5 0
0 2 4 6
Raiz de t (min)
0 4.5
Recalque
0.5 Consumo de Água 4
Volume de Água ( L )
1 3.5
Recalque (mm)
1.5 3
2 2.5
2.5 2
ECT1B-1
3 1.5
Vvi = 100 kPa
3.5 1
4 0.5
4.5 0
0 2 4 6
Raiz de t (min)
Recalque (mm) 2
3
ECT4-1
4 ECT3-1
ECT2-1
5 ECT1-1
ECT1B-1 Prof.(m): 0,5
6
0 20 40 60 80 100 120
2
Recalque (mm)
4 ECT4A-1
ECT3A-1
5
ECT3-2
6 ECT2-2
ECT1A-1 Prof.(m): 1,0
7
0 20 40 60 80 100 120
2
Recalque (mm)
3
ECT4-2
5
ECT3-3
ECT2-3
6
ECT1-3
Prof.(m): 1,5
7
0 20 40 60 80 100 120
0.0
1.0
1.5
Figura VI.29. Comparação entre os recalques, para o solo no estado natural (antes da
inundação), obtidos nos ensaios ECT e nas provas de carga.
Na Figura VI.31 os resultados dos ensaios ECT (Tabela VI.4) estão apresentados
em profundidade. Nesta figura encontram-se, também, a granulometria, o pesos
específico seco do solo (Jd), e a classificação da colapsibilidade do solo segundo
REGINATTO e FERRERO (1973) e JENNINGS e KNIGTH (1975), conforme serão
discutidas no Capítulo VII. Conforme discutido em III.3.4, o Jd, em média, não
apresenta variações significativas nas profundidades envolvidas nos ensaios ECT, que
justifique o aumento nos recalques de colapso. A única variação aparente no perfil é o
aumento na fração argila com a profundidade (Figura VI.31a). Por outro lado, todos os
métodos diretos de classificação (Figura VI.32c e d) indicam um trecho com maior
susceptibilidade ao colapso entre 1,0 e 2,0 m. Ignorando os resultados dos ensaios que
se apresentam divergentes da tendência geral na Figura VI.30, a variação dos recalques
de colapso dos ensaios ECT (Figura VI.31e) mostra-se coerente com estas
classificações.
338
0
1
Recalque de Colapso (mm)
2
3
4
5
6
7
Prof.: 0,5m
8
Prof.: 1,0m
9
Prof.: 1,5m
10
11
0 20 40 60 80 100 120
Tensão Vertical de Inundação (kPa)
Figura VI.30. Variação dos recalques de colapso com a tensão vertical de inundação.
0 0 0 0 0
CAMADA I Profundidades
1 1 envolvidas 1 1 1
nos ensaios Verdadeiramente
ECT Colapsível
σv m < σv o
1.5 1.5 1.5 1.5 1.5
CAMADA II PROBLEMÁTICO 15 30 60 e 100kPa
SEM PROBLEMA
Profundidade (m)
Areia Fina
PROBLEMA MODERADO
339
2 2 2 2 2
100 kPa
60 kPa
30 KPa
Silte 15 kPa
2.5 2.5 2.5 2.5 2.5
Ajuste da Figura VI.30
Argila
(a) (b) (c) (d) (e)
3 3 3 3 3
0 20 40 60 80 100 14 16 18 20 0 50 100 150 200 0 2 4 6 8 10 0 4 8 12
3
Granulometria (%) γ d (kN/m ) σvo e σvm (kPa) εc (%) Colapso (mm)
Figura VI.31. (a) Granulometria, (b) peso específico seco (γd), (c) classificação de REGINATTO e FERRERO (1973), (d) classificação de
JENNINGS e KNIGHT (1975) e (e) recalques de colapso obtidos a partir dos ensaios ECT.
340
Isto é uma simplificação, pois nada garante que toda região envolvida pelo bulbo
de tensões e pela frente de umedecimento contribua com o processo do colapso. Os
resultados de CONCIANI (1997) apresentado na Figura VI.16 é um exemplo disso. Por
outro lado, admitir que apenas a metade superior do bulbo contribua com o colapso
pode não ser válido em toda as situações. No caso da ocorrência no perfil um perfil de
solo homogêneo, cuja susceptibilidade ao colapso diminua com a profundidade, é
razoável admitir esta hipótese dependendo da tensão aplicada. No caso de solos que se
enquadrem no grupo de “solos problemáticos”, conforme JENNINGS e KNIGHT
(1975), é possível que uma região maior do bulbo de tensões possa contribuir com o
colapso.
342
FERREIRA e LACERDA (1995), com base nos resultados dos ensaios com o
“expanso-colapsômetro” adotaram a espessura da camada envolvida no colapso como
sendo 275mm, ou seja, todo o bulbo de tensões (considerado 2,5D, sendo D o diâmetro
da placa) contribuiu com o processo do colapso. HOUSTON et al. (1995) mostraram,
por meio de resultados com o “Down Hole Collapse Test”, que a profundidade
envolvida no processo do colapso, raramente, excede a largura do protótipo da fundação
ou diâmetro da placa. A simples divisão do recalque por uma determinada espessura do
solo não leva em consideração a redução dos recalques com a profundidade, o que
subestimará as deformações calculadas nos ensaios de campo.
Uma vez que nos ensaios de referência o (PC01 e PC02) o atrito nos sistema é
inexistente, procurou-se comparar as deformações de colapso calculadas a partir dos
resultados destes ensaios. As deformações de colapso dos ensaios de referência (Tabela
VI.6) foram muito similares a média das obtidas nos ensaios ECT na mesma tensão (Hc =
1,34 % na tensão de 60 kPa e Hc = 2,27 % na tensão de 100 kPa). Estes resultados
mostram que as correlações das Equações VI.3 e VI.4 podem não ser válidas para todos
os solos e formação geológicas.
7.0
Potencial de Colapso de Campo (%)
4.0 Experimental
Ponto não PC01
considerado
3.0 PC02
em (3)
0.0
0 2 4 6 8
Potencial de Colapso Laboratório (%)
Tabela VI.6. Deformações de colapso obtidas dos ensaios edométricos e dos ensaios
ECT.
CAPÍTULO VII
regiões. Além disso, o efeito da sucção na razão T/N não foi, devidamente, avaliado. É
possível que as variações sazonais da sucção nas “argilas porosas de São Paulo” não
influenciem, significantemente, nos resultados dos ensaios. Todavia, no caso do solo
desta pesquisa, os elevados valores de sucção na estação seca (Figura III.18) podem ter
um efeito marcante, embora o perfil da Figura III.9 não reflita com clareza este efeito.
Dada a limitada quantidade de dados, torna-se prematura uma conclusão sobre a
aplicabilidade do índice de torque como um critério de identificação da colapsibilidade
da areia colapsível de Petrolândia. Certamente, os limites estabelecidos por DÉCOURT
e QUARESMA FILHO (1994) (2 < T/N < 3) não se aplicam ao solo em questão.
verifica na amostra entre 2,0 e 2,3 m de profundidade, a qual foi identificada como não
colapsível (K=0,76) pelo critério de DENISOV (1951), embora no limite superior para
ser identificada como colapsível por este critério (0,5 < K < 0,75). Na amostra entre 2,5
e 2,8 m (SPT > 50), apenas o Código de Obras da URSS (1962) a identificou de
colapsível.
Tabela VII.1. Resumo dos parâmetros utilizados nos critérios de identificação baseado
nos índices físicos, características granulométricas e plasticidade do solo.
0,5 - 0,8 0,66 ----- ----- ----- ----- 0,6 2,5 16 4,5 91 3,87 90
1,0 - 1,3 0,65 ----- ----- ----- ----- 1,3 5,1 16 8 88 29,0 86,2
1,5 - 1,8 0,65 0,43 16,3 12,4 3,9 1.9 7,6 16 12 84 ----- 82,2
2,0 - 2,3 0,60 0,45 16,9 12,9 4,0 2,4 10,7 16,5 13,5 81,5 ----- 82,3
2,5 - 2,8 0,46 0,49 18,5 12,6 5,9 2,8 15,9 18,1 13,3 79 ----- 91,5
LL.Gs VII.1
eL
100
100.eo
w Sat. VII.2
Gs
348
§ wo ·
¨¨ ¸¸ w p Kl > 0,85
-2,9 -4,6 -2,1
FEDA (1966) Kl © So ¹ Para So < 60% ----- -----
(NC) (NC) (NC)
wL wP Colapsível
Código de Obras eo e L
O O t -0,1 0,13 0,09 -0,04
URSS 1 eo Colapsível
----- -----
(C) (C) (C)
(1962)
PRIKLONSKIJ
wL wo Kd < 0 3,6 4,9 2,6
Kd
(1966) wL wP Colapsível
---- ----
(NC) (NC) (NC)
GIBBS e BARA
w Sat R>1 1,54 1,34 0,92
R ----- -----
(1967) wL Colapsível (C) (C) (NC)
Percentual de Argila Probabilidade
(<0,002mm) de Colapso
< 16% Alta (A)
4,5 8 12 13,5 13,3
HANDY (1973) 16 a 24% Provável (P) (A) (A) (A) (A) (A)
24 a 32% < 50% (PP)
> 32% Não colapsível (NC)
FUTAI (2000):
0,6
ª e Sr º
Equação II.14: 'H c max 4,2 « » VII.5
¬ A(1 IP) ¼
100
wi = ótima
95 Muito baixo
V v i = 200kPa
Grau de Compactação (%)
90
85 Baixo
80
Médio
75
70
Prof.(m): 0,5 a 0,8
Alto
65 Prof.(m): 1 a 1,3
do ábaco proposto por estes autores (Figura VII.1), o qual tende a subestimar a real
susceptibilidade do solo ao colapso.
Segundo este critério o solo varia de condicionalmente colapsível (Vvms > Vvo e 0
< C < 1) a verdadeiramente colapsível (Vvms < Vvo e C < 0), dependendo da
profundidade (Tabela VII.3). A faixa de profundidade onde o solo apresenta-se
verdadeiramente colapsível, ou no limite desta classificação, está compreendida entre
1,0 e 2,0 m.
0.5
Profundidade (kPa)
1
Verdadeiramente
Colapsível
1.5
Limite entre
verdadeiramente e
condicionalmente colapsível
2
V vms
2.5
V vo
3
0 50 100 150 200
geostática (Vvo).
no valor i não resultará em erros significativos. A partir das curvas versus Hc versus Vvi
log foram determinadas as deformações de colapso para esta tensão (300 kPa). De
acordo com a classificação de LUTENEGGER e SABER (1988), na amostra inferior a
1,0 m e nas amostras superiores a 1,8 m de profundidade, a susceptibilidade ao colapso
varia entre os limites de leve (i = 2 %) a moderada (i = 6 %), enquanto as amostras
limitadas por estas duas profundidades se enquadram nos limites de moderado a grave (i
= 10 %).
profundidade, referentes às tensões de inundação Vvo (tensão geostática), 200 kPa e 300
kPa. Para estas duas últimas tensões estão indicados nos gráficos os limites das
classificações de JENNINGS e KNIGHT (1975) e LUTENEGGER e SABER (1988),
0 0 0
Gravidade do problema Grau de susceptibilidade
ao colapso
0.5 Vv i = Vv o 0.5 Vv i = 200kPa 0.5 Vv i = 300kPa
PROBLEMA MODERADO
Profundidade (m)
1 1 SEM PROBLEMA 1
PROBLEMÁTICO
MODERADO
GRAVE
LEVE
1.5 1.5 1.5
2 2 2
Classificação:
Classificação: Lutenegger e
2.5 2.5 2.5
Jennings e Knight (1975) Saber (1988)
apresentado por CONCIANI (1997) para um solo colapsível do Mato Grosso (o mesmo
estudado por FUTAI, 1997), cuja capacidade de carga no estado natural obtida por meio
de provas de carga em placa, não ultrapassou os 65 kPa. Além disso, vários solos
colapsíveis podem apresentar recalques de colapso suficientes para resultar em danos
numa obra, sob tensões bem inferiores às de referência.
Figura VII.4. Representação esquemática das profundidades das amostras e dos ensaios
ECT em relação ao bulbo de tensões das provas de carga.
As tensões transmitidas ao solo pelas provas de carga foram calculadas com base
nas formulações da teoria da elasticidade, para uma placa circular rígida assente à
superfície do terreno. Estes resultados encontram-se na Figura VII.5. Nesta Figura
apresenta-se também a variação, com a profundidade, da granulometria do solo (Figura
0 0 0 0
Areia fina siltosa, r = 0,40m PC01 r = 0,40m PC02
não plástica (NP) Vv i=100kPa Vv i = 60kPa
0.5 CAMADA 1 0.5 0.5 0.5
Distribuição de tensões Distribuição de tensões
Areia Média no centro da placa no centro da placa
e grossa
1 1 1 1
Profundidade (m)
Areia fina
1.5 siltosa, 1.5 1.5 1.5
3 < IP% < 6
CAMADA II
2 Areia fina 2 2 2
Silte
2.5 2.5 2.5 2.5
Argila
(c) (d)
3 3 3 3
0 20 40 60 80 100 14 16 18 20 0 20 40 60 80 100 0 10 20 30 40 50 60
colapsíveis que se mantêm estáveis sob a tensão geostática (Vvo), independente do teor
de umidade ou grau de saturação do solo. Em outras palavras, aplica-se aos solos
partir de ensaios edométricos, que venha ocorrer sob uma tensão de inundação (Vvi)
deformações de colapso para valores de Vvi < Vvo. O procedimento de ajuste encontra-
se resumido na Figura VII.6. Para solos que apresentam valores da razão Vvms/Vvo entre
0,8 e 1,5 o ajuste deve feito conforme a Figura VII.6a e para solos que apresentam
e
c VII.6
1 eo
onde: 'es é a variação do índice de vazios, desde antes da inundação até a tensão Vv
considerada;
(a) Ajuste das curvas para um solo (b) Ajuste das curvas para um solo pré-
normalmente adensado adensado
Partindo-se das curvas ajustadas dos ensaios edométricos duplos (Figura VII.8),
calculou-se as deformações específicas de colapso (Equação VII.6) para as tensões
totais (Vvo + 'Vv) atuantes no centro de cada camada envolvida pelo bulbo de tensões
362
(Figura VII.4) e a parcela do recalque de colapso (rc) de cada camada. Estes resultados
encontram-se resumidos na Tabela II.4.
Tabela VI.4. Resumo das previsões dos recalques de colapso a partir dos resultados dos
ensaios edométricos duplos.
0.70 0.70
CP02-EDI CP08-EDI
CP04-EDN (wi=1,22%) CP09-EDN (wi=1,49%)
0.60 0.60
0.55 0.55
0.50 0.50
(a) (b)
0.45 0.45
1 10 100 1000 10000 1 10 100 1000 10000
0.70 0.70
CP14-EDI CP19-EDI
CP16-EDN (wi=2,22%) CP22-EDN (wi=1,99%)
0.65 0.65
Camada II Camada II
Prof.(m): 1,5 a 1,8 Prof.(m): 2,0 a 2,3
0.60 0.60
Índice de Vazios
0.55 0.55
0.50 0.50
0.45 0.45
(d)
(a)
0.40 0.40
1 10 100 1000 10000 1 10 100 1000 10000
Figura VII.7. Resultados dos ensaios edométricos (EDI e EDN) considerados para
compor o par de curvas dos ensaios edométricos duplos (EDD).
364
0.63 0.63
CP02-EDI CP08-EDI
0.61 CP04-EDN (wi=1,22%)0.61 CP09-EDN (wi=1,49%)
0.59 0.59
Índice de Vazios
0.57 0.57
0.55 0.55
0.53 0.53
0.51 0.51
0.49 0.49
Camada I Camada I
0.47 Prof.(m): 0,5 a 0,8 0.47 Prof.(m): 1,0 a 1,3
(a) (b)
0.45 0.45
1 10 100 1000 10000 1 10 100 1000 10000
0.65 0.65
CP14-EDI CP19-EDI
CP16-EDN (wi=2,22%) CP22-EDN (wi=1,99%)
0.60 0.60
Índice de Vazios
0.55 0.55
0.50 0.50
Figura VII.8. Resultados dos ensaios edométricos duplos (EDD) ajustados segundo
procedimentos gráficos propostos por JENNINGS e KNIGTH (1975): a) amostra entre
0,5 e 0,8 m; b) amostra entre 1,0 e 1,3 m; c) amostra entre 1,5 e 1,8 m; d) amostra entre
2,0 e 2,3 m.
365
Tabela VII.5. Resumo das previsões dos recalques de colapso a partir dos resultados dos
ensaios edométricos simples.
TRECHO
ENSAIO PC01 - Vvi = 100kPa ENSAIO PC02 - Vvi = 60kPa
SOB A
CAMADA PLACA (Vvo+ 'Vv) rp (Vvo+ 'Vv) rp
Hc Hc
(m)
kPa (mm) kPa (mm)
0,5 - 0,8 98 0,043 21,5 64 0,037 18,5
I
1,0–1,5 53 0,014 7,0 39 0,018 9,0
1,5 – 2,0 44 0,013 6,5 38 0,011 5,5
II
2,0 – 2,5 45 0,008 4 42 0,003 4,0
Recalque de Colapso Previsto (rp), mm 6 rc 39,0 6 rc 37,0
Recalque de Colapso Medido (rm), mm rm 45,0 rm 20,5
(Vvo + 'Vv) – Tensão total no centro da camada
rc = (Hci) x Hi, onde Hi é a espessura da camada envolvida no colapso(Hi = 500mm)
366
9 9
Prof.(m): 0,5 a 0,8 Prof.(m): 1,0 a 1,3
8 8 Efeito de perturbação
Deformação de Colapso, H c (%)
7 7
6 6
5 5
4 4
3 3
2 2
1 1
(a) (b)
0 0
1 10 100 1000 1 10 100 1000
9 9
Efeito de pertubação
7 7
6 6
5 5
4 4
3 3
2 2
1 1 (d)
(c)
0 0
1 10 100 1000 1 10 100 1000
o recalque previsto (39,0 mm) foi cerca de 87 % do recalque medido (45,0 mm),
enquanto no ensaio PC02 (Vvi = 60 kPa) a previsão resultou num recalque da ordem de
80 % superior ao medido (20,5 mm) nesta prova de carga.
rc
c VII.7
Hw
tensões foram obtidos a partir das curvas rc versus Vvi (Figura VI.31) dos ensaios ECT
(Capítulo VI), reapresentada na Figura VII.10. Uma vez que não foram realizados
ensaios ECT nas profundidades de 2,0 m, a parcela de recalque desta camada não será
inclusa na previsão. O resultado destas previsões encontra-se resumido na Tabela VII.6.
0
1
Recalque de Colapso (mm)
2
3
4
5
6
7
Prof.: 0,5m
8
Prof.: 1,0m
9
Prof.: 1,5m
10
11
0 20 40 60 80 100 120
Tensão Vertical de Inundação (kPa)
Figura VII.10. Variação dos recalques de colapso com a tensão vertical de inundação.
Tabela VII.6. Resumo das previsões dos recalques de colapso a partir dos resultados dos
ensaios ECT.
TRECHO
ENSAIO PC01 - Vvi = 100kPa ENSAIO PC02 - Vvi = 60kPa
SOB A
CAMADA PLACA (Vvo+ 'Vv) rp (Vvo+ 'Vv) rp
(m)
Hc Hc
kPa (mm) kPa (mm)
0,5 - 0,8 98 0,028 13,8 64 0,018 9,0
I
1,0–1,5 53 0,021 10,5 39 0,014 7,0
II 1,5 – 2,0 44 0,038 19,0 38 0,033 16,5
Recalque de Colapso Previsto (rp), mm 6 rc 43,9 6 rc 32,0
Recalque de Colapso Medido (rm), mm rm 45,0 rm 20,5
(Vvo + 'Vv) – Tensão total no centro da camada
rc = (Hci) x Hi, onde Hi é a espessura da camada envolvida no colapso(Hi = 500mm)
369
O recalque total previsto a partir dos resultados dos ensaios ECT (Tabela VII.6)
seguiram o mesmo comportamento das previsões a partir dos ensaios edométricos, com
relação aos recalques medidos nas provas de carga. No ensaio PC01 (Vvi = 100 kPa), o
recalque de colapso previsto (43,9 mm) foi 98 % do valor do recalque medido (45 mm).
No ensaio PC02 (Vvi = 100 kPa), o recalque de colapso previsto (32 mm) foi 56 %
superior ao recalque medido (20,5 mm).
Apesar das incertezas envolvidas no cálculo das deformações dos ensaios ECT,
o resultado das previsões sugere que este procedimento pode ser um meio simples e
econômico para fins de projeto em solos colapsíveis. A realização de análises numéricas
envolvendo programas com fluxo associado pode ser uma ferramenta útil para
estabelecer uma interpretação mais racional destes ensaios. Todavia vale ressaltar
algumas vantagens e limitações deste tipo de ensaio.
370
60
Colapso PC01: ECT - A partir do Expansocolapômetro
Vv i = 100kPa EDD - Edométricos Duplos
50 EDS - Edométricos Simples
rc = 45mm
Colapso Previsto (mm)
40
30
20
10
0
ECT EDD EDS
Método de Previsão
0 2 4 6 8 10
60
Colapso PC02: ECT - A partir do Expansocolapômetro
EDD - Edométricos Duplos
50 Vvi = 60kPa
EDS - Edométricos Simples
rc = 20,5mm
Colapso Previso (mm)
40
30
20
10
0
ECT EDD EDS
Método de Previsão
Os ensaios de colapso “in situ” tal como os ensaios ECT possuem a vantagem de
obter resultados diretos na aplicação de previsão de recalques sem as inconveniências
envolvidas nas coletas de amostras, especialmente em solos sensíveis aos
procedimentos de amostragem e preparação dos corpos de prova para os ensaios de
laboratório, tal como os solos arenosos colapsíveis. Os ensaios de campo minimizam os
efeitos de perturbação das amostras. Permitem, também, avaliar “in situ” a eficiência de
uma solução que envolva a remoção e compactação do solo. Todavia, uso de placas de
pequenas dimensões pode não ser aconselhável para alguns solos granulares com
considerável presença de pedregulho. Além disso, a preparação do furo, em especial o
nivelamento da base, é um fator que pode ter forte influência nos resultados. Este
aspecto necessita de uma investigação detalhada no futuro.
372
CAPÍTULO VIII
• O perfil de solo é constituído de uma areia siltosa com duas camadas distintas.
No período chuvoso (Dezembro a Março) tem seu teor de umidade totalmente
alterado devido às precipitações pluviométricas. Este fato, associado à má
drenagem em torno da área construída tem contribuído para o agravamento dos
danos nas edificações da escola.
• Dos métodos indiretos de identificação baseados nos índices físicos e nos limites
de consistência do solo, aplicáveis às amostras da Camada II, as propostas de
GIBBS e BARA (1967) e o Código de Obras da URSS mostraram-se as mais
adequadas na identificação da colapsibilidade do solo de Petrolândia.
• A análise conjunta dos resultados das provas de carga com o avanço da frente de
umedecimento sugerem que a maior influência da inundação nos recalques de
colapso estará limitada à metade superior do bulbo de tensões. Este fato é
reforçado ao analisar os resultados dos ensaios ECT, realizados com o
equipamento Colapsômetro.
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397
APÊNDICE A
Sucção total (matricial mais osmótica) ou matricial podem se obtidas por este
procedimento, a depender de como ocorre o fluxo da água do solo para o papel. Caso o
fluxo ocorra na forma de vapor a sucção medida será a total (matricial mais osmótica).
Isto é obtido evitando o contato direto do papel com o solo. Caso o fluxo ocorra apenas
por capilaridade, a sucção medida será a matricial. Isto é obtido através do contato
direto do papel com o solo. Estes dois procedimentos estão exemplificados na Figura
A.1. Todavia, em sucções muito altas, quando o solo encontra-se num estado muito
seco, a transferência da água do solo para o papel será, predominantemente, na forma de
vapor. Neste caso, pouca ou nenhuma diferença ocorrerá entre a sucção matricial e a
total (FREDLUND e XING, 1994 e HOUSTON et al., 1994).
35
Umidade do Papel Filtro: %
34
Secagem
33
32
31
0 1 2 3
3
1 Umedecimento
0
0 1 2 3
min
base metálica era apoiada sobre o anel e, lentamente, pressionada pelo pistão até
a completa cravação. Em cada corpo de prova, a superfície era devidamente
nivelada utilizando uma régua metálica. O CP era pesado e, do material
remanescente do acabamento, eram coletadas três amostras de solo para
determinação do teor de umidade;
2) Dois papéis filtros (um em cada lado do corpo de prova) eram colocados em
contato com o solo. Em seguida o conjunto (papel mais corpo de prova) era
envolvido com várias camadas de filme de PVC, para evitar a transferência
(perda ou ganho de umidade) de água com o meio, e armazenado em uma caixa
térmica (caixa de isopor);
3) O tempo de estabilização padrão foi de 10 dias, embora houve uma ocasião que
excedeu este valor, porém sem ultrapassar 15 dias;
5) Na pesagem do papel seco, a remoção dos mesmos da estufa até a balança era
feita dentro de um dessecador com sílica, evitando assim ganho de umidade do
papel até o momento da pesagem;
APÊNDICE B
2πH 2 2πH
Q= K fs + πa 2 K fs + φ B.1
C C m
Figura B.3. Bulbo de solo saturado estabelecido a partir de uma carga d’água constante
(SOILMOISTURE, 1991).
A obtenção dos parâmetros (Kfs e φm) da Equação B.1, a partir dos dados de
campo, requer a solução de um sistema de equações lineares (Equação B.2), o qual é
obtido a partir da realização do ensaio para dois níveis diferentes de carga (H) em uma
mesma profundidade. No manual do equipamento, as duas alturas (H) padrão são 5 e
10cm.
⎛ 2.π .H i2 ⎞ ⎛ 2.π .H i ⎞
Q i = ⎜⎜ ⎟
2 ⎟
K + ⎜⎜ ⎟⎟ φ m B.2
+ π
fs
⎝ i
C .a ⎠ ⎝ C i ⎠
B.3
onde: α = Kfs/φm é uma constante que depende das propriedades dos poros do
solo;
Ψ = sucção na água do solo expressa em cm de coluna d’água;
e = 2,71828.
(a) (b)
APÊNDICE C
C.I INTRODUÇÃO
PROF.
CAMADA AMOSTRA ENSAIO / TIPO
(m) EDN EDI EDN* EDNC EDIC EDS EDSC CLRS EDSV
BL 05 e 06 1,5 a 1,8 04 02 02 02 07 02 04 01
II
BL 07 e 08 2,0 a 2,3 04 2 ----- 02 07 02 04 -----
Impen.
BL 09 2,5 a 2,8 03 2 ----- 02 07 ----- ----- -----z
SPT
Com o objetivo de evitar perda excessiva de umidade do solo, nos ensaios EDN,
EDS e EDCN, o papel filtro era mantido em contato com uma porção do solo
objetivando alcançar a umidade da amostra antes da montagem da célula. Após a
montagem, o topo da célula era envolvido por uma capa plástica fixada por ligas de
borracha.
Em todos ensaios, uma tensão mínima de assentamento de 1,25 kPa foi aplicada.
O recalque decorrente dessa tensão era atribuído à acomodação do sistema, não sendo
considerado no cálculo das deformações.
Nos ensaio EDS inundados na tensão σvi de 200 kPa seguiu-se o procedimento
de HOUSTON et al (1988), cujas diferenças são: carga de assentamento de 5kPa;
estabilização quando as deformações entre intervalos de tempo de uma hora fosse
inferior a 1% e acréscimo de novos estágios de carregamento após a estabilização dos
recalques de colapso.
Nos ensaios EDI, EDS e EDIC a inundação foi feita da base para o topo, com
água destilada, sob uma vazão de 0,25 ml/s, a mesma adotada por FERREIRA (1995)
como padrão. Os recalques decorrentes da inundação eram acompanhados até a
estabilização, conforme descrito no parágrafo anterior. Nos ensaios inundados (EDI e
EDIC), após a estabilização, os novos estágios de carregamento só eram adicionados
após 24 horas desde o início da inundação, tendo em vista o solo alcançar a saturação.
Nos ensaios com sucção controlada foram utilizados quatro edômetros. Nas
Figuras C.1 e C.2 estão apresentados, respectivamente, desenhos esquemáticos da célula
edométrica e da prensa tipo Bishop adaptada para permitir a compensação da
excentricidade provocada pelo peso do manômetro e da válvula de passagem de ar.
Detalhes técnicos sobre este equipamento podem ser encontrados em FERREIRA
(1995).
através da válvula de ar, e a coluna de água mantida no reservatório (1) fixado no topo
da prensa (Figura C.2). O ar no interior da célula é mantido por uma camada de graxa, a
base de dissulfeto dimolibideno, no topo da célula envolvendo o pistão e uma
membrana de celulose semi-permeável (permeável à água e impermeável ao ar), a qual
substitui a pedra porosa de alta resistência a passagem do ar. Esta membrana possui
duas vantagens em relação à pedra porosa: 1) permite a realização de ensaios sob
elevados valores de sucção (ex. 5MPa) e 2) pode alcançar a saturação em 5min (JUCÁ,
1993). A desvantagem é a possibilidade de ruptura da mesma, especialmente quando
são realizados ensaios com solos arenosos, resultando na perda do mesmo.
Figura C.1. Edômetro de sucção contolada (ESCÁRIO, 1967 e 1969; citados por
FERREIRA, 1995).
414
(1) Reservatório
(4) Deflectômetro
(5) Manômetro
(11) Pesos
(13) Contrapesos
Inferiores
Figura C.2. Adaptações na prensa do tipo Bishop para realização de ensaios com a
célula de sucção controlada (FERREIRA, 1995).
CLRS (colapso sob redução gradativa da sucção) – estes ensaios servirão para validar
as curvas de escoamento (LC) obtidas.
415
1600
CP74 CP75
1400
S=50kPa S=100kPa
1200
Sucção (kPa)
1000
800
600
400
200
(b)
0
1 10 100 1000 10000 1 10 100 1000 10000
1800
1600 CP76
1400 S=500kPa
Sucção (kPa)
1200
1000
800
600
400 CP77
200 (c) S=1500kPa
(d)
0
1 10 100 1000 10000 1 10 100 1000 10000
Tensão Vertical (kPa) Tensão Vertical (kPa)
1600
1400
CP78 CP79
S=50kPa S=200kPa
1200
Sucção (kPa)
1000
800
600
400
200 (a) (b)
0
1 10 100 1000 10000 1 10 100 1000 10000
1600
CP80 CP81
1400
S=500kPa S=1000 kPa
1200
Sucção (kPa)
1000
800
600
400
200 (c) (d)
0
1 10 100 1000 10000 1 10 100 1000 10000
Figura C.4. Caminhos de tensões dos ensaios EDSC – Amostra de 1,5 a 1,8m.
Nos ensaios CLRS o solo, sob uma sucção de 1.500 kPa, era carregado por
estágio até uma determinada tensão de inundação (σvi), estipulada com base na LC
experimental obtida a partir dos ensaios EDSC. Após a estabilização das deformações
na tensão σvi, a sucção era reduzida, por estágio, até 0 kPa, seguido de carregamento de
σv até 1.335 kPa e descarregamento até 10,4 kPa. Os caminhos de tensões seguidos em
cada ensaio estão apresentados na Figura C.6.
Nos ensaios EDSV, o solo era carregado até uma tensão em torno da geostática
(σvo), sob sucção de 0 kPa. Após a estabilização das deformações, a sucção era
aumentada por estágio até 1.500 kPa e, em seguida, reduzida por estágio até 50 kPa.
Neste último estágio, o solo era carregado até a tensão de 1.335 kPa e descarregado para
10,4 kPa. Os caminhos de tensões seguidos por estes ensaios encontram-se resumidos
na Figura C.7.
417
1600
1400
CP82 CP83
S=50kPa S=200kPa
1200
Sucção (kPa)
1000
800
600
400
200 (a) (b)
0
1 10 100 1000 10000 1 10 100 1000 10000
1600
1400 CP84
S=500kPa
1200
Sucção (kPa)
1000
800
600
400 CP85
200 S=1000kPa
(c) (d)
0
1 10 100 1000 10000 1 10 100 1000 10000
Tensão Vertical (kPa) Tensão Vertical (kPa)
1600
1000
800
600
400
1600
1400 CP88 Prof.(m): 1,5 a 1,8
100kPa
1200
Sucção (kPa)
1000
800
600
400 CP89
200 160kPa
(c) (d)
0
1 10 100 1000 10000 1 10 100 1000 10000
1600
1400
CP90 CP91
1200
σv i=160kPa σv i =250kPa
Sucção (kPa)
1000
800 Prof.(m):
2 a 2,3
600
400
200
(e) (f)
0
1 10 100 1000 10000 1 10 100 1000 10000
1600
1400 CP93
CP92
Prof.(m): 1,5 a 1,8
1200 Prof.(m): 1,0 a 1,3
Sucção (kPa)
1000
800
600
400
200 (b)
(a)
0
1 10 100 1000 10000 1 10 100 1000 10000
Figura C.7. Caminhos de tensões dos ensaios EDSV – (a) amostra de 1 a 1,3m; (b)
amostra de 1,5 a 1,8m.
6) Conexão da parte superior da célula (tampa) por meio das porcas de fixação e
colocação da célula na base da prensa, deixando-a em nível e mantendo a
verticalidade do eixo do pistão da prensa com o pistão da célula, por meio dos
contrapesos nas hastes da base da prensa (Figura C.2);
8) Nos ensaios EDSC uma tensão mínima, em torno de 2,6 kPa (alcançada pelo
peso do top cap e de um peso de 50g no pendural), foi mantida até a
estabilização da sucção, a qual, nos primeiros ensaios, procurou-se controlar por
sucessivas leituras no deflectômetro. Foram observadas deformações de
compressão em todos níveis de sucção, que se estabilizavam entre 12 e 18 dias.
Logo se suspeitou desses resultados, uma vez que para uma tensão de 2,6 kPa
certamente o solo estaria dentro do limite elástico, onde era de se prever
deformações de expansão. Tal fato foi verificado em um ensaio onde o CP foi
substituído por um CP de aço. Logo se concluiu que estas deformações eram
decorrentes do sistema. É possível que alguma insignificante expansão do solo
tenha ocorrido nesta etapa, a qual foi suplantada pela deformação do sistema.
Em função desses resultados, adotou-se um tempo mínimo de estabilização de
15 dias. Para uma areia pouco argilosa da Espanha, JUCÁ (1993) encontrou um
tempo de estabilização da sucção em torno de 12 dias sob uma tensão de 2 kPa;
10) Nos ensaios CLRS e EDSV, o tempo de estabilização de cada estágio da sucção
era determinado com base nas leituras do deflectômetro. Em ambos ensaios, os
contrapesos para combater o empuxo do pistão eram definidos previamente em
um ensaio simulado. Nos ensaios EDSV a estabilização variou de 2 a 8 dias,
com o máximo valor ocorrendo para o caminho de umedecimento (redução da
sucção). Nos ensaios CLRS, este tempo variou com o valor da sucção. Para
sucções entre 50 e 500 kPa, a estabilização ocorreu entre 5 e 15 dias, com o
maior tempo, em geral, ocorrendo para sucções de 50 e 100 kPa. Para sucção de
0 kPa este tempo variou entre 10 a 45 dias, embora nenhum ensaio tenha sido
considerado concluído antes de decorridos 12 dias neste último estágio;
Alguns ensaios sob sucções superiores a 1.000 kPa foram perdidos devido à
ruptura da membrana e outros por vazamento da graxa no pistão. Este último problema
foi minimizado adaptando um pequeno diafragma (um disco de plástico) no pistão. Este
diafragma permitia melhor distribuição da pressão sobre a graxa reduzindo a
concentração de esforços e, como conseqüência, o vazamento da graxa.
1) As partes das células, pedra porosa e anéis de adensamento eram todos previamente
numerados, conforme a numeração da prensa a ser utilizada;
2) Em seguida o sistema (célula, anel, papel filtro e o disco de aço) era montado e
levado à correspondente prensa, onde se fazia o nivelamento da mesma;
4) Cada estágio de tensão era mantido por 1 hora. FERREIRA (1995) realizou a
calibração das prensas edométricas, constatando que as deformações ocorridas em
24 horas de duração, para um determinado estágio de tensão, foram equivalentes às
obtidas para 1 hora. Observou também, nenhuma influência significativa entre a
calibração realizada com a pedra saturada e com a pedra seca. Assim, o tempo
adotado na atual pesquisa é aceitável e condizente com os ensaios;
5) Nos ensaios convencionais, uma tensão de assentamento de 1,25 kPa foi adicionada,
não sendo consideradas as deformações decorrentes dessa tensão. Nos ensaios com
sucção controlada a tensão de assentamento foi, também, 1,25 kPa;
0 0
Deslocamento Vertical (%) 0.1 0.1
0.2 0.2
0.3 0.3
0.4 0.4
0.5 0.5
0.6 0.6
0.7 0.7
Célula 40 - Calibração 1
0.8 0.8
(a) Célula 40 - Calibração 2 (b)
0.9 0.9
1 10 100 1000 10000 1 10 100 1000 10000
0 0
Deslocamento Vertical (mm)
S = 1000 kPa
0.1 0.1
0.2 0.2
0.3 0.3
0.4 0.4
Célula 4 - S = 50 kPa
0.5 0.5 Célula 2 - Calibração 1
Célula 4 - S = 200 kPa
Célula 4 - S = 1500 kPa (a) Célula 2 - Calibração 2 (b)
0.6 0.6
1 10 100 1000 10000 1 10 100 1000 10000
Tensão Vertical (kPa) Tensão Vertical (kPa)
Figura C.9. Curvas típicas de calibração das células com sucção controlada: a)
diferentes conjuntos de célula e prensa; b) diferentes calibrações para o mesmo conjunto
de célula e prensa.
424
0 0
1 1
Deformação Volumétrica (%)
2 2
3 3
4 4
5 5
6 6
7 7
40 100
35 90 EDI - CP17
80 EDN - CP18
ε v(sistema) / ε v(total)
ε v(sistema) / ε v(total)
30
70
25 60
20 50
15 40
30
10
EDI - CP01 20
5 10
EDN - CP02
0 0
1 10 100 1000 10000 1 10 100 1000 10000
(a) (b)
0.15 0.030
Cc (c/cal) = 1.0103Cc (s/cal) - 0.009 Cs (c/cal) = 0.8818Cs (s/cal) - 0.0042
2
R = 0.96 0.025 R2 = 0.73
0.12
Cs com calibração
Cc com calibração
1
0.020 1
0.09 1
1 0.015
0.06
0.010
0.03
0.005
(a) (b)
0.00 0.000
0 0.03 0.06 0.09 0.12 0.15 0 0.01 0.02 0.03
10 10
1 i (%) = Δ e/(1+ei) 1
εc(%)=Δ e/(1+eο) 1
εc (%) com calibração
8 1 8
i (%) com calibração
6 6
4 4
2 2
(a) (b)
0 0
0 2 4 6 8 10 0 2 4 6 8 10
100
EDN (1) EDN
40
Figura C.14. Comparação entre os módulos edométricos (Eed) obtidos dos resultados
considerando e desconsiderando a deformação do sistema.
100 100
CP01 com calibração CP02 com calibração
Módulo Edométrico (MPa)
CP01 sem calibração CP02 sem calibração
10 10
(a) (b)
1 1
1 10 100 1000 1 10 100 1000
Figura C.15. Variação do módulo edométrico (Eed) com a tensão vertical média, com e
sem a deformação do sistema.
45
Eed/Eed (com calibração)
40
35
30
25
20
15
10 EDI - CP01
5 EDN - CP02
0
1 10 100 1000
Figura C.16. Relação entre a diferença entre o módulo edométrico com e sem a correção
da deformação do sistema e o módulo corrigido, em função da tensão vertical média.
431
300
EDI
200 1
1
150
100
50
0
0 50 100 150 200 250 300
Figura C.17. Comparação entre as tensões de escoamento (σvm) obtidas dos resultados
dos ensaios com e sem a deformação do sistema.