Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Terapêutica
como usá-los
quando usá-los
como avaliar suas carências
radicais livres na saúde
2ª Edição
REVISADA E AMPLIADA
Revisão Científica
Dra. Margot Fetter Costa
Capa:
Fernando Giusti
Impressão e acabamento
Visão Artes Gráficas
Abril, 2009.
VISÃO ARTES GRÁFICAS
Av. Pres. Juscelino Kubitschek de Oliveira, 2440
CEP:96080-000 - Pelotas – RS - Brasil
Para Cláudia,
Fonte constante de equilíbrio, discernimento e amor.
Sua sabedoria e apoio são uma inspiração e uma dádiva para
mim.
1. GENERALIDADES .............................................................17
2. MINERAIS ............................................................................27
3. VITAMINAS .......................................................................103
4. AMINOÁCIDOS .............................................................163
5. OUTROS SUPLEMENTOS................................................201
6. RADICAIS LIVRES (RLs) .................................................247
7. METAIS TÓXICOS ...........................................................271
8. DOSAGENS DE NUTRIENTES ........................................305
8.1 Mineralograma ..............................................................305
8.2 Vitaminograma..............................................................316
8.3 Aminoacidograma.........................................................318
8.4 Dosagens de nutrientes no sangue, hemácias e urina ...321
BIBLIOGRAFIA .....................................................................325
ANEXOS .................................................................................335
Capítulo 1 - GENERALIDADES
“Uma nova realidade científica não triunfa convencendo seus oponentes
e fazendo-os ver a luz, mas sim porque seus oponentes, finalmente, vão
desaparecendo e os segue uma nova geração
que está familiarizada com a ideia!”
Max Planck
Boro
Foi identificado como novo elemento quimico em 1824
pelo sueco Jöns Berzelius. Graças ao trabalho dos Drs. Curtis
Hunt e Forrest Nielsen, do USDA Human Nutrition Research
Center (Dakota do Norte-EUA), o boro foi reconhecido como
mineral importante em nutrição humana (1981).
Nielsen demonstrou que mulheres menopauseadas
tiveram uma considerável redução na excreção de cálcio,
magnésio e fósforo pela urina depois da administração de
3mg/dia de boro. Pensavam que este poderia elevar o nível de
estrógeno no sangue das mulheres na menopausa.
A carência de boro aumenta a excreção urinária de cálcio
e magnésio (em até 44%), reduzindo as concentrações séricas
de 17-beta-estradiol e testosterona.
O boro é necessário ao metabolismo dos hormônios
tireoidianos e, em quantidades mínimas, à absorção e
assimilação do cálcio. Exerce, ainda, ação sobre a
permeabilidade das membranas celulares.
Sob ação dos raios UV o 7-dehidrocolesterol (pró-
vitamina D) presente na pele é transformado em colecalciferol
(vitamina D3). No fígado, é convertido enzimaticamente em
25-OH-colecalciferol, 5 vezes mais potente que a vitamina
D3, e no rim, sob a ação de outra enzima, em 1-25-
OH-colecalciferol (ou calcitriol), 10 vezes mais ativo que a
vitamina D3. O boro é fundamental para esta conversão, e a do
estrogênio (muitas mulheres em menopausa apresentam altos
níveis de 25-OH-vitamina D3 e baixos níveis de 1-25-OH-
vitamina D3).
NUTRIENTES E TERAPÊUTICA 31
Cálcio
O cálcio foi descoberto em 1808 pelo químico inglês
Humphry Davy. É o mineral mais abundante no corpo humano
- cerca de 1,6% do seu peso - (1000-1500g de cálcio). A forma
de cálcio encontrada no leite é o lactato; o cálcio dos alimentos
NUTRIENTES E TERAPÊUTICA 33
Cobalto
O cobalto foi descoberto em 1737 pelo químico George
Brandt, quando analisava um mineral que denominou “kobold”,
que significa espírito. Em 1948, foi reconhecido como essencial
à nutrição humana.
Já no antigo Egito (2600 a.C.), empregavam-se os sais de
cobalto no preparo de cerâmicas, como pigmentos de cor azul.
Atualmente, ainda é utilizado em pigmentos cerâmicos e como
pigmento azul para tintas.
Sua concentração no organismo é extremamente baixa, e
localizado fundamentalmente no fígado. Sua principal função
no organismo é fazer parte do centro ativo da vitamina B12 (o
cobalto corresponde a 4% da composição desta vitamina) e da
coenzima B12, importantes na função e na vitalidade dos
glóbulos vermelhos (estimula a eritropoiese e favorece a
incorporação de ferro e protoporfirina). Também e considerado
um dos minerais que ativam as funções do sistema imunológico
(os demais são cobre, ferro, manganês, selênio e zinco).
Em 1966, Quebec observou uma estranha doença
acometer seus “pesados” tomadores de cerveja: a
miocardiopatia do bebedor de cerveja, decorrente da interação
NUTRIENTES E TERAPÊUTICA 39
Cobre
Foi um dos primeiros metais que o homem conheceu
(5000 a.C.). A associação do cobre ao estanho marcou o
nascimento da idade do bronze. É um componente essencial em
dezenas de sistemas enzimáticos responsáveis pela produção de
energia, ação anti-RLs, integridade do colágeno e formação da
melanina e elastina.
Desde a década de 20, é conhecido o papel do cobre na
resposta às anemias ferroprivas (80% dessas apresentam,
concomitantemente, deficiência de cobre e zinco). O cobre
participa do metabolismo do ferro e da síntese da hemoglobina,
sendo necessário à incorporação do ferro ao grupamento heme.
Encanamentos de cobre para água quente podem intoxicar
seus moradores, por liberarem continuamente pequenas
quantidades do metal, especialmente em cidades ou zonas cuja
água tiver pH ácido. Os quadros de pré- intoxicação cursam
com periódicas indisposições gastrointestinais. A primeira água
da manhã, por permanecer mais tempo em contato com os
canos, apresenta os maiores teores.
Baixos níveis de cobre no sangue ou no mineralograma
sugerem deficiência na ingesta, má absorção ou deslocamento
pelo zinco, molibdênio ou enxofre. Dietas exclusivamente
lácteas e/ou diarreias frequentes são causas possíveis de
NUTRIENTES E TERAPÊUTICA 41
carência de cobre.
Clinicamente, os baixos níveis de cobre estão associados
aos distúrbios do metabolismo do ferro, anemia, retardo no
crescimento, carência proteica, lesões cardiovasculares,
aterosclerose, síntese fosfolipídica imperfeita, dermatoses,
diminuição da produção de melanina (levando à pigmentação
anormal da pele ou à perda da cor do cabelo), desmineralização,
fraturas e deformações nos ossos, hipercolesterolemia,
alterações no metabolismo da tireoide, dores articulares e baixa
imunidade.
Este mineral costuma encontrar-se diminuído nas
colagenoses e esta diminuição pode também favorecer à ruptura
da túnica elástica dos vasos sanguíneos. O excesso de
molibdênio torna o cobre indisponível, ao formar complexos
Cu/Mo.
O cobre é um cofator essencial à atividade de uma série de
enzimas, incluindo citocromo C oxidase, lisil oxidase,
ferroxidase, SOD, catalase, tirosinase, MAO, ácido ascórbico
oxidase, uricase, dopamina hidroxilase, ureidosuccinase e
descarboxilase oxaloacética. Também está envolvido na
formação das catecolaminas e na conversão do triptofano em
serotonina. Parece estar envolvido na absorção e transporte de
ferro e na síntese da hemoglobina; sua interação com o ferro é
essencial para a eritropoese. Ainda, concorre para a manutenção
da mielina, do colágeno e da elastina, assim como para a
formação dos ossos.
Os níveis de cobre e, particularmente, da proteína que o
carrega - a ceruplasmina - são elevados pelos estrógenos. Seus
níveis aumentam durante a gravidez.
Os níveis altos de cobre podem ser fator de depressão pós-
parto ou de psicose pós-parto.
42 MINERAIS
Cromo
Esse mineral foi isolado pelo químico francês Louis-
Nicolas Vauquelin, em 1797, que o denominou cromo, que
provém da palavra grega ¨chroma¨, que significa cor, devido às
cores variadas de seus sais. Em 1957, Kenneth Schwarz e
Walter Mertz - nutricionistas do U. S. Agricultural Research
Service - foram os primeiros a relacionar a ação
hipoglicemiante da levedura de cerveja (100mcg de
cromo/10g de levedura) à presença do cromo GTF (fator que
se liga à insulina, favorecendo sua atividade). Em 1989,
graças ao trabalho do Dr. Mertz, o cromo foi reconhecido como
elemento essencial ao metabolismo da glicose e dos ácidos
graxos, à ação da insulina e ao crescimento da massa muscular,
já que facilita a liberação deste hormônio e sua ligação aos
tecidos.
O cromo é um componente do “Fator de Tolerância a
Glicose” (GTF), substância que trabalha com a insulina para
facilitar a entrada da glicose nas células, regulando os níveis
glicêmicos. A molécula de GTF contém vitamina B3 (niacina),
cromo e os aminoácidos glicina, ácido glutâmico e cisteína.
A presença da vitamina B3 é importante para a resposta
aos suplementos de cromo. A deficiência de cromo é comum
nos diabéticos não insulino dependentes (DMNID) e pode
NUTRIENTES E TERAPÊUTICA 45
Enxofre
As propriedades terapêuticas do enxofre são conhecidas
desde a Antiguidade. Afrescos descobertos em Pompeia já
mostravam seu uso naquela época. O grego Homero, ainda na
Antiguidade, termina seu magistral clássico “A Odisseia” com
a purificação (com enxofre) da casa de Ulisses, após o massacre
dos pretendentes de sua esposa e de seus servos infiéis
(Odisseia XXII, 605-621). Foi Lavoisier quem demonstrou que
o enxofre era um elemento químico e não um composto, como
até então se pensava.
O enxofre é componente de todos os tecidos do corpo,
especialmente do cabelo, músculos e pele.
A maior parte do enxofre corporal está ligada a
aminoácidos (metionina, taurina, cistina e cisteína); também é
um componente da vitamina B1, da biotina, da insulina, da
glutationa, da queratina, do ácido hialurônico, da coenzima A,
do SAME, da condroitina sulfato e da glucosamina sulfato.
Está envolvido na formação dos ossos, dos dentes e dos
ácidos biliares (a cisteína origina taurina, que, por sua vez,
forma o ácido taurocólico). Ativa inúmeros sistemas
enzimáticos; favorece a conversão de proteínas, carboidratos e
gorduras em energia, e é importante varredor de metais tóxicos
do organismo, ao formar com eles complexos inertes ou com
menor toxidade. Sua ação é aumentada na presença da vitamina
B1, vitamina B5, biotina e ácido lipoico. Por sua ação sobre a
pele, cabelo e unhas, é conhecido como mineral da beleza.
O enxofre é um elemento essencial para o organismo. Os
níveis de enxofre no sangue ou no cabelo estão correlacionados
com a ingesta e com o seu nível nos tecidos.
O cabelo é sensível à contaminação externa por alguns
condicionadores. O enxofre elevado no cabelo, na ausência de
contaminação externa, está relacionado com um aumento deste
50 MINERAIS
Ferro
Foi um dos primeiros minerais a serem suplementados na
história da Medicina (a suplementação de ferro está presente
em quase todas as culturas). Um dos primeiros povos a utilizá-
NUTRIENTES E TERAPÊUTICA 51
Fósforo
Em 1669, o químico alemão Henning Brand, procurando
alguma coisa que lhe permitisse criar o ouro, acabou por obter
uma substância branca que brilhava no ar e inflamava-se
56 MINERAIS
Germânio
No verão de 1885, um mineral foi encontrado na mina
alemã de Himmelsfurst (Freiberg) a que foi dado, inicialmente,
o nome de argirodite. Como não era conhecida a composição
58 MINERAIS
Iodo
O iodo foi descoberto em 1811, no laboratório do
farmacêutico francês Bernard Courtois, quando tentava obter
salitre de algas marinhas para o exército de Napoleão. Seu
nome deve-se à palavra grega “iodes”, cujo significado é cor
violeta. Em 1816, Coindet, médico de Genebra, descobriu a
importância do iodo para a glândula tireoide. Em 1831, o
60 MINERAIS
Lítio
O nome lítio origina-se da palavra grega “lithos”, que
significa pedra, pois os cristais de lítio formam rochas
verdadeiramente duras. As maiores reservas mundiais do
mineral (a metade) estão localizadas na Bolívia, nas salinas de
Uyuni. O lítio foi descoberto pelo químico sueco Johan August
Arfwedson, em 1817. Em 1877 S.W. Mitchell, neurologista da
Filadélfia utilizou sais de lítio e de bromo em sua clínica com
resultados favoráveis. Foi definitivamente introduzido na
psiquiatria por John Cade, em 1949 (Austrália). A divulgação
de seu trabalho teve escassa repercussão.
O lítio foi a primeira droga de sucesso usada na mania,
antes da carbamazepina (1952), considerada um marco na
terapêutica psiquiátrica. Em 1953, surgiram os trabalhos do
dinamarquês Mogen Schou e de Aarus e, em 1954, retomaram-
se os trabalhos com lítio, especialmente no tratamento das
psicoses maníaco-depressivas.
62 MINERAIS
INTERAÇÕES BIOQUÍMICAS
Magnésio
O magnésio foi descoberto em 1755 pelo escocês Joseph
Black. É o 8º elemento mais abundante da Terra. Um dos seus
primeiros usos conhecidos foi como laxante, descoberta esta
atribuída aos romanos em Magnésia (Tessália, Grécia). Na
Idade Média, P. Delbet e D. Bertrand demonstraram sua
importância biológica para a agricultura e alimentação. Foi
isolado por Davy (1808) e sintetizado pelo químico Justus Von
Liebig (1928). Em 1926, o magnésio foi reconhecido como
mineral essencial ao homem.
É um mineral encontrado em abundância no corpo
humano (cerca de 30g), sendo o segundo mais abundante no
interior da célula. Cerca de 60% do magnésio encontra-se nos
ossos, 25% nos músculos e 15% no resto do organismo.
Apresenta-se sob a forma de carbonato, fosfato e fluoreto. As
NUTRIENTES E TERAPÊUTICA 69
Manganês
O nome manganês provém do latim “magnes” (magneto),
por sua utilização em ligas metálicas. Pós contendo óxido de
manganês são empregados como pigmentos desde a Pré-
História. Foi descoberto em 1774 pelo químico sueco Johan
Gottlieb Gahn. A presença deste mineral em alimentos foi
evidenciada no século XIX. Em 1903, Gabriel Bertrand
demonstrou o papel do manganês na ativação de diversas
enzimas e, em 1912, a importância do elemento para os
vegetais. O manganês é reconhecido como elemento essencial
ao homem desde 1931, graças aos trabalhos de Orent, Mc
Collum e Hart. Sua introdução na terapêutica se deve ao sueco
Carl Wilhehm Scheele.
As reservas corporais de manganês giram em torno de
20g, distribuídos principalmente pelos ossos, fígado, rins e
supra-renais.
O manganês é fundamental para a síntese da acetilcolina e
de outros neurotransmissores. O uso crônico de substâncias
como o haloperidol ou os bloqueadores de dopamina leva à
74 MINERAIS
Molibdênio
O termo molibdênio deriva da palavra grega “molybdas”,
que significa “semelhante ao chumbo”. Em 1778, Scheele
diferenciou o molibdênio do chumbo. Foi isolado em 1782 pelo
sueco Peter Jacob Hjelm. Foram reconhecidos nos tecidos
animais, em 1932, sendo sua essencialidade para o homem
demonstrada em 1953, devido a sua participação na
metabolização do álcool, formação do ácido úrico e
metabolismo dos sulfitos. Em 1983, foram publicados trabalhos
correlacionando a carência do mineral a um aumento na
incidência de câncer de esôfago, em algumas regiões da África,
Rússia e China.
O corpo humano possui cerca de 10mg de molibdênio,
distribuídos pelo fígado, rins, supra-renais, ossos e pele.
O molibdênio está presente no esmalte dentário. Trabalho
realizado pela Universidade de Birmingham (Inglaterra)
mostrou que o molibdênio é capaz de reduzir a incidência de
cáries, devido à retenção de flúor que promove; regiões com
baixos teores de molibdênio no solo apresentam populações
com elevado índice de cáries dentárias.
Também se encontra o molibdênio em pequenas
quantidades em todas as células e tecidos do organismo. O
molibdênio participa ativamente do centro ativo de vários
78 MINERAIS
Potássio
O potássio é o 7º metal mais abundante do planeta. Foi
descoberto por Humphry Davy (1807) e seu nome deriva do
latim “kalium” (potassa), em referência à cinza alcalina das
substâncias vegetais. Em 1938, McCollum demonstrou sua
essencialidade para os humanos.
O corpo humano possui cerca de 120g desse elemento, a
maior parte dele localizado dentro das células.
A câimbra ocorre, geralmente, em indivíduos com
deficiência de cálcio, magnésio, potássio, vitamina B1 e/ou
B6; igualmente, em pessoas com desequilíbrio na relação
cálcio/magnésio. No tratamento das câimbras devem ser
associados cálcio, magnésio, vitamina B1, vitamina B6 e
potássio.
O vinho é muito rico em potássio (em média 1g/litro),
magnésio, cálcio (100mg/litro), ferro, cobre, zinco, manganês,
silício, boro, rubídio (nos vinhos tintos), além de apresentar
traços de estanho, titânio, iodo, vanádio, níquel, lítio,
NUTRIENTES E TERAPÊUTICA 81
Selênio
O selênio foi descoberto pelo químico sueco Jöns
Berzelius, 1827, que colocou este nome em homenagem à
deusa grega da Lua, “Selene”. Durante muito tempo foi
considerado um veneno e, somente em 1979, foi aceito como
nutriente essencial à saúde humana e classificado como
antioxidante, embora sua essencialidade em animais já fosse
conhecida desde 1957. As primeiras evidências foram colhidas
na província de Keshan, na China. Nesta região, os solos são
NUTRIENTES E TERAPÊUTICA 83
Silício
O silício foi identificado pelo químico francês Lavoisier
em 1787 e definido como novo composto químico pelo inglês
Humphry Davy, em 1824, sendo, depois do oxigênio, o
elemento mais abundante na terra. Em 1972, foi considerado
essencial para o homem. Enquanto a vitamina C funciona como
catalisador na formação do colágeno, a sílica participa,
efetivamente, da formação, do crescimento, da calcificação, da
formação de cartilagem e do tecido conjuntivo. Está
concentrada nos sítios ativos de calcificação dos ossos e é
necessária para que a calcificação ocorra. Os componentes do
colágeno (condroitin sulfato e ácido hialurônico) contêm cerca
de 500ppm de sílica, sugerindo que esta seja o “crosslink” da
molécula.
Nas artérias com placas de ateroma observam-se baixos
teores de sílica, quando comparadas às normais (até quatorze
vezes menos). Com o envelhecimento, a pele e as paredes
arteriais apresentam grande diminuição na quantidade de sílica,
88 MINERAIS
Sódio
O sódio é o 6º elemento mais abundante na Terra. O nome
sódio origina-se do latim “sodanum”, remédio para dor de
cabeça. Foi isolado, pela primeira vez, em 1807, pelo químico
britânico Humphry Davy. A essencialidade do sódio é
reconhecida desde 1805, graças a Samuel Mitchel. O valor do
cloreto de sódio já era conhecido desde a Antiguidade, para
preservar e realçar o sabor dos alimentos. É interessante
assinalar que o soldo dos legionários romanos era conhecido
como “salarium argentum”, justamente porque era pago em sal.
Foi o mais valorizado dos condimentos e seu preço, em alguns
momentos da História (século VI), alcançou o do ouro.
Uma pessoa chega a consumir, em média, até 60 vezes
mais sal do que a necessidade diária. No Brasil, o consumo está
entre 8-10g/dia; nos EUA, a quantidade chega à 20g/dia. O
Japão registra o maior consumo diário de sal do mundo, sendo
40% de sua população constituída por hipertensos. Nos EUA,
20% da população é portadora de HAS (hipertensão arterial
sistêmica), um “assassino silencioso”. É aconselhável aos
portadores desta enfermidade uma restrição à ingesta (no
máximo 2g/dia) ou a substituição do sal de cozinha por um sal
misto (70% de cloreto de potássio e 30% de cloreto de sódio).
O selênio e a coenzima Q-10 costumam estar diminuídos nos
hipertensos.
As dietas industrializadas estão modificando a relação
Na/K. Nos alimentos naturais, não processados, o potássio está
presente em maior quantidade que o sódio.
A industrialização dos alimentos alterou a proporção
(rátio), aumentando o teor de sódio e depletando o de potássio,
na proporção de 2/1, o que torna difícil encontrar pessoas
carentes de sódio.
90 MINERAIS
Vanádio
O nome vanádio foi dado por Sefstrom, em homenagem à
deusa escandinava da beleza (Vanadis), pelo fato de os
compostos de vanádio apresentarem belas tonalidades. O
vanádio foi descoberto pelo mineralogista espanhol Andrés Del
Rio, em 1801, que primeiramente o denominou eritrônio. O
nome atual, Vanádio, foi proposto pelo sueco Nils Sefstrom.
A quantidade de vanádio presente no corpo humano é
cerca de 30mg, distribuídos principalmente pelo tecido adiposo.
O Dr. Klaus Schwarz, um dos maiores estudiosos dos
elementos-traço, indica como uma das funções do vanádio seu
importante papel no crescimento, ferilização e na mineralização
óssea, na higidez das cartilagens e na proteção contra as
cáries(regiões ricas em vanádio apresentam menor número de
caries).
Vanádio, cromo, zinco e cobre são especialmente
eficientes para baixar os níveis séricos de colesterol e
triglicerídios, além de ajudar a manter a glicemia em níveis
fisiológicos. Os portadores de diabetes tipos I e II apresentam,
invariavelmente, baixos níveis de vanádio e cromo,
frequentemente acompanhados pela carência de manganês e
zinco.
O vanádio parece inibir a MAO (monoaminoxidase),
possibilitando um acúmulo de serotonina no SNC; daí sua
indicação nos quadros depressivos.
Pacientes portadores de transtorno afetivo bipolar (TAB –
antigamente denominado como PMD: psicose maníaco
depressiva) costumam apresentar carência do mineral, dentre
outros nutrientes.
NUTRIENTES E TERAPÊUTICA 91
Zinco
O zinco constitui 0,004 % dos minerais da Terra e é o 25º
em ordem de abundância. O corpo humano possui cerca de 3 g
do mineral, distribuídos pelo fígado, rins, próstata, olhos, pele e
cabelo, principalmente. O zinco é o menos tóxico de todos os
oligoelementos. O metal é utilizado desde a mais remota
antiguidade sob a forma de óxido de zinco, para curar feridas e
queimaduras. É atribuído a Paracelso a identificação do zinco
NUTRIENTES E TERAPÊUTICA 93
Vitamina A
A vitamina A foi descoberta em 1913 por Elmer
McCollum (Universidade de Wisconsin) e Osborne e Mendel
(Universidade de Yale). Estudando o óleo de fígado de
bacalhau, observaram a presença de uma substância que evitava
a xeroftalmia, xerodermia e o raquitismo. Cerca de 40% dos
americanos (especialmente os idosos) não ingerem a dose RDA
de vitamina A. Foi sintetizada pela primeira vez em 1947.
Na Antiguidade, já se conhecia a influência dos alimentos
NUTRIENTES E TERAPÊUTICA 113
Betacaroteno
O termo caroteno deriva da palavra francesa “carotte” ou
da inglesa “carrot”, que significa cenoura, uma fonte importante
de carotenos. Também são encontrados na batata doce,
abóbora, frutas, ervilha e pimentão verde. Os carotenoides
receberam este nome nos anos 30 e, desde então, mais de 500
foram identificados, podendo o organismo transformar em
vitamina A cerca de 50 deles. Os mais ativos são o
Betacaroteno e Licopeno (o Betacaroteno é melhor fonte de
Vitamina A e o Licopeno apresenta maior atividade
antioxidante).
O betacaroteno (pró-vitamina A) é absorvido no trato
digestivo e pode alcançar altas concentrações sanguíneas,
produzindo uma hipercarotenemia. Quando o betacaroteno se
eleva muito no sangue, seu único efeito colateral é produzir
uma coloração amarela nas extremidades (nariz, dedos, palma
das mãos) sem, contudo, apresentar os efeitos tóxicos da
vitamina A.
Quando metabolizado, o betacaroteno origina duas
moléculas de vitamina A, mas esta transformação somente
ocorrerá à medida em que for sendo necessária. A conversão é
feita pela enzima betacaroteno-15,15-dioxigenase e ocorre em
dois locais do organismo: na mucosa do intestino e no fígado.
Algumas pessoas apresentam dificuldade em fazer essa
conversão, em especial os diabéticos e os hipertireoideos.
116 VITAMINAS
Complexo B
Na época áurea da descoberta de novas vitaminas, muitos
compostos foram incluídos erroneamente entre elas; novas
pesquisas evidenciaram o equívoco, levando a uma
reclassificação daquelas substâncias, todas elas denominadas
pelas letras iniciais do alfabeto. A vitamina antiescorbútica foi
denominada vitamina C; a que prevenia o raquitismo, vitamina
D; a que era essencial à fertilidade, vitamina E; e a necessária à
coagulação do sangue, vitamina K. As letras F (ácidos graxos
poliinsaturados), H (biotina), M, P (bioflavonoides), Q
(ubiquinona), T e U, também foram empregadas para designar
vitaminas ou compostos similares.
O nome “tiamina” para a vitamina B1 foi proposto em
1931, por Williams, sendo associada à neurite e à profilaxia do
beribéri; a segunda fração (vitamina B2) foi chamada de
118 VITAMINAS
Vitamina B1 (tiamina)
O béri-béri foi descoberto na China (2600 a.C.) associado
ao branqueamento do arroz (doença dos “comedores de arroz”).
Outrora foi considerada uma doença tropical pela sua grande
incidência nas regiões quentes da Ásia (Filipinas, Tailândia,
Malásia, Coreia e Japão). Em 1878, o almirante japonês Takaki,
observando que a doença atingia apenas aos marinheiros, mas
não aos oficiais, pressentiu a origem nutricional da doença, o
NUTRIENTES E TERAPÊUTICA 119
que fez com que trocasse a dieta de arroz dos marinheiros por
uma alimentação variada. Em 1890, o holandês Eijkman
observou que os presos da penitenciária de Java sofriam
transtornos cardíacos e paralisias; notou, também, que a
paralisia afetava as galinhas criadas no presídio. Como ambos
se alimentavam com arroz descascado, foi dado arroz integral
aos detentos e às galinhas, com resultados espetaculares. A
palavra béri-béri é de origem senegalesa, significa “eu não
posso”, indicando estar a pessoa impossibilitada de fazer algo.
Em japonês, se chama kakke “doença das pernas”. Em 1911,
Funk, do Lister Institute, isolou da película do arroz uma
substância que chamou de antineurítica. A estrutura da vitamina
B1 foi conhecida e isolada em 1931 pelos cientistas holandeses
Jansen e Donath e sua síntese realizada por Williams
(Universidade de Columbia), em 1936. Foi proposto o nome de
tiamina para esta vitamina pelo fato dela conter enxofre em sua
estrutura.
A vitamina B1 atua como coenzima em, pelo menos, 24
sistemas enzimáticos e 90% do conteúdo corporal é encontrado
nas hemácias e leucócitos. No metabolismo dos hidratos de
carbono, é necessária à formação da Acetil-coenzima A, a partir
do piruvato, assim como à eliminação de CO2, no ciclo de
Krebs. O déficit de tiamina causa a acumulação de ácido
pirúvico no corpo. A deficiência de vitamina B1 é a terceira
causa de demência nos EUA (ocorre em até 30% dos pacientes
psiquiátricos), sendo essencial para a produção de energia no
cérebro. A deficiência de tiamina diminui a função mental e,
em casos mais severos, pode levar à psicose. Epilépticos em
uso de fenitoina devem receber suplementação diária de 50mg.
A vitamina B1, a exemplo das demais vitaminas do
complexo B, é altamente solúvel em água; o cozimento dos
alimentos faz com que seu conteúdo vitamínico fique nela
dissolvido. Esta água, rica em vitaminas, não deve ser
120 VITAMINAS
Vitamina B2 (riboflavina)
Em 1928, Chick e Roscoe demonstraram que ratos
jovens, alimentados com dieta restrita, apresentavam parada no
crescimento e dermatite. A introdução de alimentos completos
revertia o quadro, sugerindo a presença de um “fator” - na
alimentação normal - capaz de evitar as alterações. O “fator”
foi isolado em 1933 e sintetizado por Kuhn e Karrer. A
vitamina B2 é comercializada sob forma de riboflavina ou de
riboflavina-5-fosfato (forma ativa).
A vitamina B2 faz parte de vários sistemas enzimáticos
(oxidases e desidrogenases); participa ativamente como
coenzima (FAD, FMN) em pelo menos 3 processos envolvidos
na produção de energia, como aceptor e transportador de H. Sua
ação é diminuída pelos antidepressivos tricíclicos,
antineoplásicos, fenotiazinas, antibióticos e pelo probenecide.
Sua presença é importante na oxidação dos aminoácidos, na
síntese e oxidação dos ácidos graxos, na oxidação da glicose e
no metabolismo dos hormônios tireoideanos. As necessidades
de vitamina B2 aumentam nas queimaduras, cirurgias, febre,
tuberculose, alcoolismo e diabete mélito descompensado.
A vitamina B2 ativa a enzima glutation redutase,
necessária à reativação da enzima glutation peroxidase; exerce
função fisiológica no crescimento e no desenvolvimento do
feto, na higidez das mucosas, epitélios e olhos; está envolvida
na síntese do ACTH e, a exemplo do que ocorre com a tiamina,
sua presença é essencial à ação da tiroxina e da insulina.
Alguns quadros de enxaqueca parecem ser desencadeados
pela redução na produção de energia dentro das mitocôndrias.
A suplementação de vitamina B2 (50 mg 2 vezes ao dia) e
NUTRIENTES E TERAPÊUTICA 123
utilizações.
São sintomas da carência da Vitamina B2: rachadura no
canto dos lábios, inflamação da língua, dermatite seborreica,
anemia e neuropatias.
A dose diária ideal é de 0,40mg/kg de peso corporal.
Doses de 100mg a 200mg/dia são utilizadas no Parkinsonismo.
Não são conhecidas doses tóxicas para a Vitamina B2.
São fontes de vitamina B2: levedura de cerveja, o leite e
derivados, os vegetais verdes folhosos, as frutas, os cereais, os
ovos, as carnes e as vísceras. Provavelmente o leite seja a
melhor fonte de vitamina B2 (1,7mg/250ml).
Vitamina B6 (piridoxina)
Em 1934, Gyorgy detectou na levedura de cerveja um
fator diferente das vitaminas B1 e B2, capaz de curar a
dermatite em ratos: a vitamina B6. Foi isolada em 1938 por
Lepkvosky e sintetizada em 1939 por Kuhn na Alemanha. Foi
originalmente denominada adermina ou fator Y.
A vitamina B6 é encontrada sob 3 diferentes formas,
todas elas inter-relacionadas: piridoxina, piridoxal e
piridoxamina. A piridoxina ocorre nas plantas, enquanto o
pirodoxal e a piridoxamina são encontrados nas fontes animais.
Todos os três compostos são precursores da forma ativa, o
5-piridoxal-fosfato (os suplementos costumam oferecer a
forma piridoxina, de menor custo). Pacientes com
problemas hepáticos realizam a conversão com dificuldade ou
não a realizam, devendo, portanto, utilizar a forma ativa
(piridoxal-5-fosfato).
A vitamina B6 é importante para a formação da
serotonina a partir do triptofano; ainda, para a conversão do
triptofano em vitamina B3 e do ácido araquidônico em
prostaglandina E2. A deficiência de vitamina B6 reduz a
produção e a atividade de neurotransmissores (especialmente
acetilcolina, histamina e noradrenalina), podendo causar
depressão, insônia, irritabilidade e ansiedade. Considerando
que, deficiências marginais de vitamina B6 são comuns
(especialmente nas mulheres), é possível que milhares de
pessoas usando antidepressivos fossem beneficiados com a sua
reposição (50mg 2 vezes ao dia) e a consequente normalização
das rotas bioquímicas cerebrais. O Dr. Hoffer, psiquiatra
canadense, acredita que 75% das pessoas com severas
desordens mentais necessitem doses elevadas de vitamina B6.
Baixos níveis desta vitamina são observados no
alcoolismo crônico, em psicoses (como a esquizofrenia), na
130 VITAMINAS
Vitamina B8 (biotina)
O nome biotina foi criado por Wildiers. Deriva da palavra
grega “bios”, que significa vida. Foi denominada “vitamina H”
(do alemão, “Haut” – pele) por Gyorgy ou “coenzima R”,em
1931, e sintetizada em 1940. Desempenha um papel essencial
como coenzima de adição ou subtração de CO2, no
metabolismo dos hidratos de carbono. Atua na síntese dos
ácidos graxos, do DNA, do RNA e no metabolismo dos
aminoácidos; é necessária às funções das vitaminas B5, B9 e
B12 e sua deficiência resulta em anorexia, depressão, dores
musculares, náuseas, anemia perniciosa, hipercolesterolemia e
alterações eletrocardiográficas.
A biotina é sintetizada pelos lactobacilos acidófilos
intestinais em quantidade suficiente para as necessidades do
organismo. A antibioticoterapia, o álcool, a sulfa e os
estrógenos podem levar à deficiência de biotina. A adição de
clara de ovo “crua” à dieta (acima de 8 claras/dia) resulta na
expoliação da biotina, que se liga fortemente à avidina (proteína
indigerível destruída pela cocção) formando um complexo
inabsorvível.
A suplementação de biotina aumenta a eficiência da
insulina e a atividade da enzima glucoquinase, responsável pela
primeira etapa da utilização da glicose pelo fígado. As
concentrações de glucoquinase nos diabéticos são muito baixas.
134 VITAMINAS
Vitamina C
O escorbuto é conhecido muito antes do século XVI,
época das grandes navegações. Antigos papiros egípcios em
1.500 a.c. mostraram que egípcios, gregos e romanos já
conheciam a doença e tiveram seus exércitos dizimados pela
doença em suas longas campanhas militares. No final da Idade
Média o escorbuto assolou populações inteiras do norte e centro
da Europa. Em 1535 o capitão francês Jacques Cartier aprendeu
com índios canadenses que brotos de pinheiro do Canadá
curavam o escorbuto. Em 1751, o Dr. James Lind, da Marinha
Real Britânica, publicou o livro “Um tratamento para o
escorbuto”, onde preconizou a prevenção com suco de limão e
laranja; assim, o almirante Cook deu a volta ao mundo e
descobriu a Austrália sem que seus homens desenvolvessem a
doença, oferecendo diariamente a seus homens duas bolachas
de cereais, uma laranja e dois limões.
Em 1928, o húngaro Szent Györgyi isolou a vitamina C e
a denominou de ácido hexurônico; porém, como prevenia e
NUTRIENTES E TERAPÊUTICA 143
FORMAS DE VITAMINA C
USADAS NO BRASIL
Vit. C ácida: Ácido ascórbico
Vit. C revestida: Ácido ascórbico revestido
Vit. C liberação prolongada: Vitamina C time release
Vit. C sem acidez Ascorbato de sódio (10% de Na)
Ascorbato de potássio (10% de K)
Ascorbato de cálcio (10% de Ca)
Ascorbato de magnésio (10% de Mg)
Vitamina D
Em 1919, os bioquímicos americanos Elmer McCollum e
Davis Mellanbourg - da Universidade de Wisconsin -
descobriram a presença da vitamina D no óleo de fígado de
bacalhau. A vitamina D foi isolada e posteriormente sintetizada,
simultaneamente, por Windaus(em Gottingen) e Bourdillon(em
Londres), no ano de 1931.
O raquitismo em crianças e a osteomalácia em adultos
eram doenças muito comuns entre os séculos XV e XIX.
Somente em 1918, o médico inglês Edward Mellanby
conseguiu demonstrar a origem nutricional do raquitismo e
curá-lo com óleo de fígado de bacalhau.
Diferentemente das outras vitaminas lipossolúveis (A, E e
K), a vitamina D não é armazenada preferencialmente no fígado
mas sim, no tecido adiposo.
Os fisiologistas modernos lutam para reclassificar a
vitamina D, agora como um hormônio, uma vez que sua ação
no organismo é mais própria a um hormônio do que a uma
vitamina e também porque, sob certas condições, os homens e
alguns mamíferos conseguem sintetizá-la.
NUTRIENTES E TERAPÊUTICA 151
Vitamina E
A avitaminose E foi demonstrada em 1920. De 1922 a
1925, o Dr. Herbert Evans (UCLA) e a Dra. Katherine Bishop
estabeleceram a presença de um “fator de fertilidade” no germe
dos cereais e nas folhas verdes. Evans e Emerson (1936)
154 VITAMINAS
Vitamina K
Em 1929, o dinamarquês Henrik Dam propôs o nome
vitamina K (em dinamarquês “Koagulation”) para uma
NUTRIENTES E TERAPÊUTICA 159
Vitamina P (Bioflavonoides)
O pesquisador húngaro Albert Szent-Gyorgy - da
National Foundation for Cancer Research, Massachusetts
(EUA) – que ganhou o prêmio Nobel de Medicina (1937) pela
descoberta da vitamina C, também foi o descobridor dos
bioflavonoides. A descoberta ocorreu após ter tratado as
gengivas sangrantes de um amigo com uma vitamina C natural
(impura). Ao repetir o tratamento em outros pacientes com a
vitamina C pura, não observou resultados tão expressivos.
Intrigado com o fato, passou a pesquisar a diferença entre a
vitamina C pura e a vitamina C associada a produtos naturais
(rica em bioflavonoides, que apresentam grande atividade sobre
os vasos sanguíneos e sobre a permeabilidade das membranas).
Os bioflavonoides conferem cor amarela ou laranja às
frutas cítricas e à matéria prima delas extraída. Pequenas
quantidades são armazenadas no corpo. Dois flavonoides,
NUTRIENTES E TERAPÊUTICA 161
Vitamina T
A vitamina T também é conhecida como “fator da
semente de gergelim”, por ser este vegetal sua principal fonte.
Apesar dos poucos estudos sobre essa vitamina, sabe-se que
está envolvida na coagulação do sangue e na formação de
plaquetas. Previne a anemia e a hemólise.
Vitamina U
A vitamina U, igualmente pouco estudada, é encontrada
no repolho cru e na raiz do confrei. Tem ação importante na
cicatrização das úlceras de pele, apresentando estrutura e
propriedades semelhantes às da alantoína (conhecido
regenerador epitelial).
Capítulo 4 - AMINOÁCIDOS
Ácido aspártico
O ácido aspártico é um aminoácido não-essencial
formado a partir do ácido glutâmico, tendo a vitamina B6 como
cofator. Foi descoberto por Ritthausen em 1868. Em nosso,
metabolismo destaca-se por seu papel importante e
imprescindível como fonte de energia de rápida produção. É
utilizado no tratamento da fadiga crônica, pelo seu papel na
produção de energia (ciclo de Krebs), no ciclo da ureia e no
metabolismo do DNA.
Um dos principais sítios de ação do ácido aspártico e seu
derivado (aspartato) é o cérebro, onde é encontrado em
abundância. É um neurotransmissor excitatório. Seus níveis
costumam estar baixos nos pacientes epilépticos e nos
deprimidos. As doses usuais variam de 150-1000mg/dia; doses
acima de 1500mg/dia são utilizadas por atletas.
170 AMINOÁCIDOS
Ácido glutâmico
O ácido glutâmico foi descoberto por Ritthausen em
1866. Seu nome origina-se do glúten do trigo, de onde foi
isolado pela primeira vez. Ajuda a remover o excesso de
amônia produzido no metabolismo (reage com a amônia
originando glutamina). É especialmente importante ao
metabolismo cerebral, estando implicado na formação de
neurotransmissores cerebrais; porém, por atravessar com muita
dificuldade a barreira hemato-encefálica, deve ser administrado
sob a forma de glutamina (seu precursor), capaz de difundir-se
bem em todos os tecidos e dar origem ao ácido glutâmico no
cérebro. O ácido glutâmico e o GABA são interconvertidos “in
vivo”. Está implicado também, na síntese do DNA, do glutation
e de outros aminoácidos.
Deficiências severas são raras, já que existem várias
alternativas para sua síntese (pode ser formado a partir da
ornitina, arginina ou prolina); pessoas com atividade física
intensa, como os atletas, podem facilmente depletar suas
NUTRIENTES E TERAPÊUTICA 171
Alanina
Alanina é um aminoácido não essencial. Foi descoberta
por Weyl em 1888. A alanina é matéria prima para a síntese de
glicose no fígado e nos músculos, quando é necessário produzí-
la rapidamente. Além disso, é um neurotransmissor inibitório,
ajudando a diminuir a excitação que é comum nos epilépticos,
sendo seu efeito comparável ao do GABA. A alanina é utilizada
em doses de 200mg a 1000mg/dia.
É sintetizada a partir do piruvato e da carnosina, tendo o
zinco como cofator. Pessoas sob stress ou em hipoglicemia,
consomem tecido muscular, a fim de obter alanina para
normalizar o nível do açúcar sanguíneo.
A quebra do dipeptídio carnosina, presente nos músculos,
origina alanina e histidina. A alanina favorece a produção de
linfócitos e de imunoglobulinas.
172 AMINOÁCIDOS
Arginina
A arginina foi descoberta por Schulze e Barbieri em
1881. Desempenha papel importante na função muscular, no
crescimento, na cicatrização e no sistema imunológico. Pensa-
se, ainda, que tenha ação anticancerígena e hepato-protetora.
Em crianças, é timo-estimulante e, além do aumento na
produção de linfócitos, melhora sua atividade. A dose
necessária para estimular a imunidade ainda não está bem
estabelecida.
Doses muito elevadas (12g/dia) aumentam drasticamente
a atividade dos linfócitos em 3 dias, mas podem causar diarreia
aquosa ou diminuir a absorção de outros aminoácidos por
deslocamento.
A arginina estimula a hipófise anterior, aumentando a
secreção do hormônio do crescimento; isso explica sua ação
queimando gorduras e promovendo o desenvolvimento da
massa muscular. A dose preconizada para a liberação do
hormônio de crescimento é 1200mg/dia, associados a
1200mg/dia de lisina. A associação arginina/lisina, fundamental
à liberação do hormônio do crescimento (GH), deve ser tomada
com o estômago vazio ou ao deitar, não devendo ser combinada
a outros aminoácidos para evitar competição pelos sítios de
absorção.
NUTRIENTES E TERAPÊUTICA 173
Carnitina
A carnitina é um aminoácido essencial. É produzida no
fígado (tendo como substrato a lisina e a metionina) com a
ajuda da vitamina C, vitamina B6, vitamina B3, ferro e
metionina. É necessária à transformação de ácidos graxos de
cadeia longa em energia (nas mitocôndrias) para a atividade
muscular, aumenta a massa e a resistência muscular; reduz os
níveis de triglicerídeos e colesterol, incrementando a utilização
das gorduras (os níveis endógenos regulam a taxa do
metabolismo das gorduras); diminui a adiposidade, reduz a
velocidade dos processos ligados ao envelhecimento cerebral e
ajuda a retardar a progressão do Mal de Alzheimer; atua nas
doenças cardiovasculares, doenças pulmonares, diabetes,
aterosclerose e doenças musculares. Encontra-se em grande
concentração no esperma e no cérebro. As propriedades
terapêuticas foram evidenciadas por I.B.Fritz, em 1959.
Também está indicada em casos de depressão e no
estímulo ao aprendizado e à memória de curto e longo prazo. A
Acetil-L-carnitina tem as mesmas indicações, porém seu custo é
mais elevado. O uso terapêutico desta substância varia de
200-2000mg/dia. Doses superiores a 2g/dia, ocasionalmente
podem desencadear diarreia em pessoas sensíveis.
A L-carnitina encontra-se 40 vezes mais concentrada nos
músculos do que no plasma e seu nome deriva do fato de ter
sido descoberta em extratos de carne (1905). Auxilia as células
NUTRIENTES E TERAPÊUTICA 177
Cisteína / Cistina
É um aminoácido não essencial. Foi descoberto por Bopp
em 1849. A cisteína protege contra os danos causados por
toxinas, poluentes, cigarro e álcool, pois estes produtos são
parcialmente neutralizados pelo glutation (poderoso
antioxidante e detoxificador formado pela cisteína, ácido
glutâmico e glicina).
A cisteína favorece a neutralização dos aldeídos
produzidos pelo fígado como subproduto do metabolismo do
álcool, gorduras e algumas drogas. A acetilação da cisteína
origina a N-acetil-cisteína (NAC), que é um excelente
antioxidante e desintoxicante. Participa da neutralização dos
aldeídos tóxicos formados na metabolização do álcool e drogas;
é importante como agente quelante nas exposições a metais
pesados; ajuda a prevenir a queda de cabelo nos pacientes
submetidos a quimioterapia e também é um excelente agente
mucolítico (600mg 1 a 2 vezes ao dia).
A cisteína é a forma do aminoácido incorporado nas
proteínas durante a síntese, enquanto a cistina é a forma
encontrada no sangue.
A cistina é o resultado da ligação de duas moléculas de
cisteína (por pontes dissulfeto, resultante da oxidação de seus
radicais sulfidrila).
A cistina é um aminoácido composto pela união de duas
moléculas de cisteína, é mais estável e serve como forma de
armazenamento para a cisteína, podendo ser facilmente
desdobrada sempre que o organismo necessitar de cisteína.
Cisteína e cistina são intercambiáveis entre si. Pequenas
quantidades de cistina estão presentes no sangue, o restante está
presente nas proteínas.
Associada ao ácido pantotênico (vitamina B5) tem efeitos
positivos sobre a osteoartrite e artrite reumatoide, segundo
180 AMINOÁCIDOS
AMINOÁCIDOS PRECURSORES E
NEUROTRANSMISSORES
Ácido Glutâmico GABA
Asparagina Ácido Aspártico
Arginina Ácido Glutâmico
Cisteína Taurina
Fenilalanina Dopamina, Noradrenalina
Glutamina Ácido Glutâmico
Histidina Histamina
Metionina Taurina
Ornitina Ácido Glutâmico
Tirosina Dopamina, Noradrenalina
Triptofano Serotonina, Melatonina
Fonte: Dr. Juarez Calegaro (RS)
Fenilalanina
A fenilalanina é um aminoácido não essencial descoberto,
Van Slyke em 1938. Participa da síntese de vários de
neurotransmissores. É biotransformada em noradrenalina,
adrenalina e dopamina, que estimulam a atividade mental e a
vitalidade, além de transformarem-se em feniletilamina
(metabólito com ação antidepressiva). A fenilalanina é um
precursor da tirosina. É encontrada nos adoçantes artificiais
(aspartame) e produtos dietéticos.
Como propriedades, induz à diminuição do apetite pela
formação de colecistoquinina (tomar antes das refeições),
aumenta o vigor físico, aumenta a libido e melhora a memória
de curto prazo, além de ter ação antidepressiva. Também é
182 AMINOÁCIDOS
Glicina
A glicina é um aminoácido não essencial. Henri
Bracannot, em 1820, aqueceu gelatina e obteve uma substância
adocicada, denominando-a glicina ( do greco Glykos igual a
doce, que lembra glicose). Pode ser formada a partir dos
aminoácidos colina, treonina e serina.
A L-glicina é o menor de todos os aminoácidos (AA),
apresentando peso molecular (P.M.) 350. Por esta razão e
devido ao seu baixo custo é o aminoácido mais usado para
quelar minerais. A dupla ligação que caracteriza a quelação
com o metal se dá através do nitrogênio ou do enxofre (sempre
ligação iônica). A mucosa intestinal permite a absorção livre de
substâncias com P.M. até 800. A glicina é um dos AAs que se
encontram em maior concentração na mucosa intestinal.
A ação da glicina está ligada à formação de aminoácidos
não essenciais e à síntese do núcleo da hemoglobina, DNA,
fosfolipídios e colágeno. A glicose necessita de glicina para sua
síntese, o que mostra sua importância na produção de energia
corporal. Apresenta efeito calmante semelhante à taurina, sendo
empregada na hiperatividade, agressividade e na fase maníaca
do transtorno afetivo bipolar (TAB – antigamente conhecido
como PMD: psicose maníaco depressiva). A glicina combina-se
com muitas substâncias tóxicas convertendo-as em formas
inócuas, que são excretadas; promove o crescimento e o
desenvolvimento da massa muscular e estimula o sistema
imune a produzir imunoglobulinas. É usada também no
tratamento da hiperuricemia por sua ação sobre o metabolismo
das purinas. Uma excelente fonte de glicina é a gelatina (12%
de sua composição).É usada em doses que variam de 200-
1000mg/dia.
Doses de até 6g/dia, em diversas tomadas, são seguras e
bem toleradas. Doses mais elevadas causam alterações visuais.
NUTRIENTES E TERAPÊUTICA 185
Glutamina
A glutamina é um aminoácido não-essencial, foi
descoberta por Dreschel em 1889. É constituída pelo
aminoácido ácido glutâmico associado à amônia. É um dos
aminoácidos mais abundantes do corpo e o de maior
concentração no sangue. Sua principal função no organismo é o
transporte de amônia dos tecidos para o fígado, para ser
biotransformada em ureia.
A glutamina é o mais importante varredor de amônia do
cérebro, graças a sua habilidade de atravessar a barreira
hemato-encefálica. É extensamente utilizada para suprimir
disbioses e alterações da permeabilidade intestinal, por ser a
principal fonte de energia dos enterócitos (em doses de 1 a
6g/dia em diversas tomadas).
Pessoas alérgicas ao glutamato monossódico - substância
usada para realçar o sabor dos alimentos em restaurantes
chineses - também podem ter sensibilidade ao ácido glutâmico
e à glutamina (podendo apresentar enxaqueca, náuseas e
vômitos). Isto ocorre devido a um aumento transitório de
substâncias “acetilcoline-like” e à deficiência de vitamina B6,
necessária ao metabolismo da glutamina (50mg/dia são
suficientes para repor os níveis). Nos EUA, alimentos infantis
não podem conter glutamato monossódico.
Estudos recentes mostram que a glutamina pode ativar as
células do sistema imunológico, tais como os leucócitos (em
especial, os linfócitos), linha de frente do sistema imunológico.
Também é indicada nas infecções recorrentes. A glutamina
186 AMINOÁCIDOS
Histidina
É um aminoácido essencial, descoberto por Kosser em
1896. É particularmente importante para neonatos prematuros,
por seu papel nos períodos de crescimento, na formação e no
reparo de tecidos, na produção da hemoglobina e na síntese de
histamina. A histidina representa 3% do total dos aminoácidos
de nosso corpo. Sua deficiência retarda o crescimento e
favorece o surgimento de eczemas cutâneos.
A histidina, e seu metabólito, a histamina tem sido
NUTRIENTES E TERAPÊUTICA 187
Isoleucina
É um aminoácido essencial, descoberto por Erlich em
1904. Desempenha relevante papel na regulação dos níveis
sanguíneos da glicose; auxilia o metabolismo muscular,
devendo sempre estar associada aos demais aminoácidos de
cadeia ramificada (leucina e valina) e é essencial para a
formação da hemoglobina. Também é largamente utilizada em
nutrição enteral e parenteral e, especialmente, em pacientes
com doenças epaticas graves, para melhorar seus estados
nutricionais. As doses usuais variam de 200-1500mg/dia, sendo
que os atletas costumam usar doses mais elevadas (até 12g/dia).
A isoleucina é um dos aminoácidos de cadeia ramificada
também conhecidos pela sigla inglesa BCAA. Os BCAA não
são metabolizados no fígado, pois a enzima que os
biotransformam, a BCAAtranferase, não existe no fígado,
apenas nos músculos, local onde são metabolizados.
São fontes de isoleucina: carnes, ovos, leite, queijos,
trigo, milho e lentilha.
Leucina
É um aminoácido essencial descoberto por Bracannot, em
1820. É valiosa fonte combustível durante a realização de
exercícios; incrementa a síntese e a estocagem de proteínas;
NUTRIENTES E TERAPÊUTICA 189
Lisina
É um aminoácido essencial com múltiplas funções:
aumenta a absorção do cálcio presente no trato intestinal (em
até 20%); promove o crescimento ósseo e a formação do
colágeno; faz parte de numerosas enzimas e hormônios. Sua
deficiência reduz a velocidade do crescimento e pode
diminuir a imunidade (Dr. Shiehzadeh, Universidade do
Kansas). A lisina associada à arginina estimula a síntese do
hormônio do crescimento, o desenvolvimento muscular e a
função imune. Interfere na ligação da lipoproteína-A na parede
dos vasos, prevenindo, assim, a formação de placas.
A leucina, assim como a isoleucina e a valina é
metabolizada diretamente no músculo uma vez que a enzima
BCAAtransferase não existe no fígado, apenas no músculo. É
190 AMINOÁCIDOS
Metionina
É um aminoácido essencial. Foi descoberto por Mueller
em 1922. A metionina é o aminoácido iniciante durante a
biossintese das proteínas.
Graças à presença do enxofre em sua estrutura, está
indicada na prevenção das patologias do couro cabeludo, pele e
unhas. Atua como um agente lipotrópico, especialmente quando
associada à colina e ao inositol. É utilizada no tratamento de
alergias, por sua capacidade de reduzir os níveis de histamina
(Pfeiffer, 1972) via metilação da histamina e diminuindo a
absorção da histidina no intestino.
A administração de metionina, especialmente quando em
altas doses, deve ser acompanhadas por Vit B6, B9 e B12 (co-
fatores do metabolismo da metionina), para garantir sua
completa metabolização e evitar a formação do tóxico
homocisteína.
É utilizada nas intoxicações por metais pesados, por
ajudar a remover tóxicos do fígado (via doação de grupos
metila) e promover a regeneração do tecido hepático. Trata-se
de um precursor da cistina e de muitos outros elementos que
contêm enxofre. A metionina é um aminoácido com
192 AMINOÁCIDOS
Ornitina
A ornitina pode ser convertida, pelo corpo, em arginina,
glutamina ou prolina. A ornitina (em doses que variam de 1500-
3000mg/dia) estimula a produção do hormônio do crescimento,
incrementa a massa muscular, diminui a quantidade de tecido
gorduroso, ativa o sistema imune e a função hepática. Atua na
formação da ureia e na neutralização da amônia. As doses
usuais variam de 100-1000mg/dia.
A associação dos aminoácidos ornitina e taurina origina
um substituto para o sal de cozinha tradicional: o sal ornitil-
taurina, já em uso no Japão por pacientes com restrições ao
cloreto de sódio. A ornitina penetra na mitocôndria mais
facilmente do que a arginina.
Doses de até 3000mg/dia, em diversas tomadas, são
consideradas seguras.
São fontes de ornitina: carnes, leite, queijos, ovos,
chocolate e grãos integrais.
Prolina
É um aminoácido não essencial importante para a síntese
do colágeno (25% das proteínas do corpo). A prolina é
sintetizada a partir do glutamato ou da ornitina. Sua síntese a
partir do ácido glutâmico está ligada ao metabolismo dos
carboidratos no ciclo de Krebs e a síntese pela ornitina está
NUTRIENTES E TERAPÊUTICA 193
Serina
É um aminoácido não-nessencial. A serina é
reversivelmente transformada em glicina e vice-versa. É
encontrado em altas concentrações nos músculos. É metabólito
chave na produção de neurotransmissores e estabilizadores das
membranas celulares. A serina é um importante consituinte dos
fosfolipídios das membranas. (a partir da fosfatidilserina).
São fontes de serina: carnes, peixes, ovos, leite, queijos,
soja, gelatina e amendoim.
Taurina
É um aminoácido essencial na primeira infância; para os
adultos não é considerado essencial. A taurina é importante em
várias reações bioquímicas cerebrais e musculares, sendo,
ainda, indispensável para o crescimento. No Japão, a taurina é
utilizada no tratamento de doenças isquêmicas. Baixos níveis
de taurina e magnésio são encontrados nos pacientes após
ataques cardíacos. A taurina estabiliza a membrana celular pela
normalização do fluxo de potássio nas células do músculo
cardíaco; associada ao magnésio, diminui a tendência a
desenvolver arritmias cardíacas e IAM (Infarto Agudo do
Miocárdio).
194 AMINOÁCIDOS
Tirosina
A tirosina é um aminoácido não essencial, descoberto por
Hedin, em 1895. Seu nome deriva do grego, da palavra queijo
(tyros = queijo em grego). É sintetizada no organismo a partir
da fenilalanina. Diminui o stress físico e psíquico, tornando as
pessoas mais alertas e eficientes, além de menos ansiosas e com
menos queixas sobre os desconfortos físicos. Diminui a dor
muscular e a cefaleia e aumenta a resistência ao frio. Algumas
pessoas são sensíveis à tirosina, podendo seu uso desencadear
crises de enxaqueca (pela formação de tiramina).
Estudos clínicos realizados na UCLA e na Universidade
196 AMINOÁCIDOS
Treonina
É um aminoácido essencial, um dos aminoácidos menos
conhecido quanto a suas funções. Uma vez metabolizado,
origina glicina, serina e glicose.
A produção de neurotransmissores como acetilcolina e
noradrenalina, serotonina e histamina, parece estar relacionada
aos níveis endógenos de glicina e treonina.
A treonina é essencial a produção das imunoglobulinas.
Experimentalmente foi demonstrado que suínos com
dietas deficientes de treonina tiveram baixa concentração
plasmática de imunoglobulinas. Também existem evidências de
sua relação com a manutenção da imunidade específica na
mucosa intestinal. As necessidades de treonina decrescem com
a idade. Baixos teores também são encontrados em pacientes
deprimidos e epiléticos.
São fontes de treonina: carnes, peixes, leite, queijos, ovos,
gérmen de trigo, feijão, aveia e brócolis.
Triptofano
É o aminoácido essencial mais escasso nos alimentos.
Isolado pelo bioquímico inglês Frederick Gowland Hopkins,
em 1900, chamou-o de triptofano, do grego magnificando
198 AMINOÁCIDOS
Valina
É um aminoácido essencial, descoberto por Emil Fischer
em 1901. A valina promove a estocagem da glicose no fígado e
nos músculos, sendo usada no tratamento da deficiência severa
de aminoácidos, e com a finalidade de desenvolver a massa
muscular. Deve estar sempre associada à leucina e à isoleucina.
É empregada em doses que variam de 100-1500mg/dia, embora
atletas utilizem doses bastante superiores (12g/dia).
São fontes de Valina: carnes vermelhas, peixes, ovos,
soja, queijos, arroz integral e cogumelos.
200 AMINOÁCIDOS
AMINOÁCIDOS
FENILALANINA
TRIPTOFANO
ISOLEUCINA
GLUTAMINA
METIONINA
CARNITINA
TREONINA
HISTIDINA
ARGININA
ORNITINA
TIROSINA
CISTEÍNA
PROLINA
TAURINA
LEUCINA
ALANINA
GLICINA
VALINA
LISINA
GABA
INDICAÇÃO
PARA MASSA MUSCULAR X X X X X X
PARA SINTETIZAR GH X X X X X
PARA DIMINUIR COLESTEROL X X X X X
PARA AUMENTAR HISTAMINA X
PARA REDUZIR APETITE X X X X X
PARA REDUZIR GLICEMIA X X X
PARA REDUZIR HIPERTENSÃO X X X
PARA REDUZIR DORES X X X
PARA REDUZIR DROGADIÇÕES X X X X
PARA REDUZIR INSÔNIA X X X
PARA REDUZIR AGRESSIVIDADE X X X
PARA DESINTOXICAÇÃO X X X X X
PARA SÍNTESE DE COLÁGENO X
PARA IMUNO-ESTIMULAÇÃO X X X X
Ácido lipoico
As pesquisas sobre esse nutriente começaram em 1937,
sendo suas propriedades antioxidantes descobertas em 1959,
por Rosemberg e Culik. A maior autoridade no assunto ácido
lipoico é o Dr. Lester Packer, da UCLA (EUA).
O ácido lipoico, também conhecido como ácido tiótico,
apresenta características hidrofílicas e lipofílicas. Está
envolvido na conversão de carboidratos em energia e é um
poderoso antioxidante, o que maior número de radicais livres
combate, varrendo o radical livre hidroxila, o oxigênio singlet
o peróxido de hidrogênio, o radical superóxido, e o óxido
nítrico. Atua sinergicamente com a vitamina C, para regenerar a
vitamina E oxidada; incrementa os níveis de glutation
intracelular e é, ainda, importante cofator no metabolismo dos
aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA). É muito eficaz na
proteção do colesterol LDL, e na proteção do fígado e das
artérias contra o ataque de RLs. Quela metais tóxicos e
regenera o glutation e a vitamina C oxidadas.
O organismo é capaz de secretar pequenas quantidades de
ácido lipoico, mas não o suficiente para uma ótima nutrição ou
para combater situações patológicas. A dose terapêutica oscila
entre 50-300 mg/dia, divididos em duas tomadas, via oral; a via
sublingual é prejudicada pelo seu intenso sabor amargo. Tem
sido preconizado como antioxidante na prevenção e controle da
catarata, diabete melito, retinopatia diabética, doenças
cardiovasculares, cirrose e outras.
202 OUTROS SUPLEMENTOS
Alho
O alho é um alimento/medicamento muito conhecido
desde a Antiguidade. Vários tratados médicos antigos
apresentam formulações a base de alho. Plínio, o Antigo,
historiador e naturalista romano consagrou o uso de 61
formulações a base deste vegetal.
O alho é muito rico em vitaminas do complexo B,
vitamina C, selênio, cálcio, fósforo e princípios ativos
antibióticos e antivirais (aliína e alicina). Foi usado para tratar
ferimentos e infecções durante a 1ª Guerra Mundial, sendo seu
poder anti-séptico 50 vezes superior ao do álcool 90º G.L.;
também tem propriedades anti-hipertensivas e antifúngicas.
Reduz os níveis de colesterol e triglicerídios em até 30 % e
NUTRIENTES E TERAPÊUTICA 203
Aspartame
O aspartame (adoçante artificial) é composto por uma
combinação dos aminoácidos: ácido aspártico e fenilalanina,
normalmente presentes na alimentação em pequenas
quantidades. Uma parcela da população é sensível à
fenilalanina, não podendo usar este edulcorante. Apesar de ter o
mesmo valor calórico que o açúcar (4 cal/g), seu poder
adoçante é duzentas vezes maior.
NUTRIENTES E TERAPÊUTICA 205
Coenzima Q-10
A coenzima Q-10, ou ubiquinona (ubiquitous, do latim =
em todo o lugar), foi descoberta pelo Dr. R. A. Morton, em
1955, na cidade de Liverpool, e isolada por Frederick L. Crane
(1957), da Universidade do Wisconsin. É encontrada em todos
os tecidos. Existem 10 coenzimas Q, mas a Q-10 é a única
encontrada no organismo. Os níveis diminuem com a idade,
devendo ser suplementada em indivíduos idosos.
Esta intimamente ligada ao metabolismo energético
intracelular, especialmente no coração e no fígado; no
miocárdio, encontra-se em altas concentrações, funcionando
como um potente antioxidante e varredor de RLs, mais potente
do que as vitaminas E e C. É capaz de restaurar a função
imunológica, melhorar os batimentos cardíacos e influenciar
favoravelmente o tratamento de síndromes neurológicas
crônicas; é empregada nos pacientes portadores de neoplasias,
com a finalidade de reduzir os efeitos colaterais da
quimioterapia. O primeiro país a utilizá-la terapeuticamente foi
o Japão, em 1960. Mais propriedades foram relatadas, em 1966,
pelos Drs. Mellors e Tappel. No Japão, é utilizada nos quadros
206 OUTROS SUPLEMENTOS
Colina
A colina é a precursora da acetilcolina. Pode ser
encontrada sob a forma de bitartarato, cloreto ou
fosfatidilcolina (presente em grande quantidade na lecitina). Os
precursores da acetilcolina não devem ser administrados
durante a fase depressiva da PMD, pelo risco de agravar o
quadro. O bitartarato de colina e o cloreto de colina podem
conferir ao medicamento cheiro de peixe e desencadear leve
diarreia, quando administrados em altas doses. As doses
habituais variam entre 100-1000mg/dia.
A colina pode ser sintetizada a partir da metionina. Atua
associada ao inositol no transporte e metabolismo do colesterol
e das gorduras. Tem sido largamente utilizada nas formulações
como agente lipotrópico (150 a 500mg vo, 2 a 3 vezes ao dia ).
Protege as células cerebrais contra o envelhecimento, podendo
ajudar no controle da progressão do Mal de Alzheimer; protege
o fígado contra substâncias tóxicas; previne a perda da memória
de curto prazo; promove a melhora das funções cognitivas e
também da qualidade do sono, especialmente em pacientes
idosos e crianças hiperativas.
Doses terapêuticas de colina agem sinergicamente com
outros neurotransmissores melhorando a memória e a
aprendizagem, efeito possivelmente devido a liberação de acetil
colina, reforçando o fato de as funções colinérgicas serem
influenciadas pela ingesta de precurssores dietéticos.
Creatina
E uma substância endógena, descoberta em 1832. É
biossintetizada a partir dos aminoácidos arginina, metionina e
glicina, e armazenada nos músculos (basicamente nos músculos
esqueléticos e no músculo cardíaco)
NUTRIENTES E TERAPÊUTICA 209
DHEA (dehidroepiandrosterona)
O DHEA foi descoberto em 1934. É uma das substâncias
mais estudadas pelos cientistas, já tendo sido realizados mais de
210 OUTROS SUPLEMENTOS
DMSO (dimetilsulfóxido)
Foi sintetizado na Rússia (1866) pelo químico Alexander
Saytzeff. Desde 1963, graças a Robert Herschler e Stanley
Jacob (Universidade de Oregon), vem sendo empregado no
tratamento da dor e no controle dos processos inflamatórios.
Segundo Hagler e Spring, da Universidade de Emory (Atlanta-
EUA), o seu poder analgésico chega a ser comparável ao dos
derivados da morfina (uso oral em solução à 10%, 10 a 20 gotas
3 vezes ao dia).
O DMSO é uma substância líquida, que apresenta potente
ação anti-RLs, à qual se deve seu poder antiinflamatório local;
sua aplicação tópica alivia as dores articulares de repouso. O
DMSO é uma droga extremamente segura, capaz de penetrar na
pele íntegra (sem provocar nenhum tipo de dano) e aliviar as
dores agudas e crônicas, além de diminuir o processo
inflamatório e melhorar o fluxo sanguíneo do local onde é
aplicado. Está indicado, também, nas tendinites, bursites,
212 OUTROS SUPLEMENTOS
Enzimas digestivas
As enzimas digestivas são os elementos que promovem o
desdobramento dos alimentos. Sua falta ou sua deficiência pode
comprometer o processo digestivo, em sua totalidade ou apenas
parcialmente. As deficiências enzimáticas são muito comuns em
idosos, estressados ou pacientes em uso de antibióticos por
longo tempo.
As enzimas digestivas mais conhecidas são: Amilase
(desdobra o amido, originando maltose), Pepsina (desdobra
proteínas, originando peptídeos), Lipase (desdobra as gorduras,
originando ácido graxos e glicerol), Bromelina (enzima
digestiva e anti-inflamatória), Lactase (desdobra a lactose,
originando a glicose e a galactose), Papaína (enzima digestiva e
anti-inflamatória), Betaína (normaliza a secreção de ácido
clorídrico no estômago), Pancreatina (na verdade é um
complexo enzimático, contendo proteases, peptidases, lipases e
alfa amilases. Atua sobre a maior parte dos alimentos –
carbohidratos, gorduras e proteínas.)
NUTRIENTES E TERAPÊUTICA 213
Fosfatidilcolina e Fosfatidilserina
A fosfatidilserina e a fosfatidilcolina estão presentes na
estrutura das membranas celulares. A administração de
fosfatidilserina (100-500mg/dia) melhora o déficit de memória
de curto prazo e impede a diminuição na capacidade de
aprendizado, além de restaurar algumas anormalidades
presentes no EEG e prevenir a degeneração cerebral. A
fosfatidilcolina é a precursora da acetilcolina. Pode ser
administrada sob a forma de lecitina (500 - 1000mg), a qual
apresenta 30% de fosfatidilcolina em sua composição.
A fosfatidilserina é um agente precursor dos
neurotransmissores cerebrais. A evidência de sua participação
na neurofarmacologia do envelhecimento abriu uma importante
perspectiva para o tratamento dos fenômenos a ele
relacionados. Quimicamente, a fosfatidilserina assemelha-se à
fosfatidilcolina. Em sua composição encontram-se o ácido
palmítico, o ácido oleico, o ácido linoleico e o ácido linolênico.
Está relacionada ao metabolismo da glicose a nível cerebral e
ao número de receptores de neurotransmissores, sendo utilizada
como potencializador da memória (melhora significativamente
a capacidade de aprendizado). É útil, ainda, no tratamento das
depressões relacionadas ao envelhecimento, além de diminuir a
deterioração cognitiva senil (segundo a Associação de
Psiquiatria Americana, milhares de adultos acima dos 50 anos
estão afetados em sua memória e funções cognitivas).
A fosfatidilserina é um produto de custo elevado.
Industrialmente é obtida a partir do extrato de cérebro de
bovinos. Uma fonte acessível e pouco dispendiosa é o ovo
caipira, que contém, ainda, bons teores de fosfatilcolina,
fosfatidil inositol, colina, flavonoides e luteína. A
fosfatidilcolina também é encontrada nos peixes, germen de
trigo, fígado.
214 OUTROS SUPLEMENTOS
Ginkgo biloba
O Ginkgo biloba está indicado como coadjuvante no
tratamento das doenças vasculares, alergias, doenças
pulmonares e do coração. A palavra Ginkgo é um termo
oriental, que significa “pêssego de prata”. As folhas da árvore
são divididas em dois lobos, daí o termo biloba. O Ginkgo
biloba é extremamente resistente a doenças, pestes e fungos,
podendo reproduzir-se até a idade de 1000 anos.
O extrato do Ginkgo biloba (EGB) apresenta excelente
ação terapêutica, atuando na captação de RLs como o
superóxido e o hidroxila; capta, também, radicais secundários,
moléculas convertidas em novos RLs pela ação de espécies
reativas de oxigênio. Age na isquemia cerebral, diminuindo o
edema; reduz a ocorrência de fibrilação ventricular, na
isquemia do miocárdio; no olho, o EGB ajuda a combater a
peroxidação lipídica e a retinopatia isquêmica; nos processos
inflamatórios, antagoniza os efeitos da ativação dos neutrófilos
polimorfonucleares. As doses terapêuticas variam de 40-
240mg/dia.
O Ginkgo biloba, por sua composição rica em
bioflavonoides, atua no controle da degranulação dos
mastócitos e basófilos, diminuindo a liberação de histamina. A
catequina tem ação inibitória sobre a enzima histidina
descarboxilase, necessária para a biossíntese de histamina.
Apresenta, também, outros princípios ativos, como os
flavoglicosídeos, pró-antocianidinas e ginkgolídeos. Os
bioflavonoides do Ginkgo biloba atuam na proteção do
endotélio vascular, regulando o balanço
NUTRIENTES E TERAPÊUTICA 215
Glutation
O glutation é um aminoácido complexo formado com os
aminoácidos cisteína, ácido glutâmico e glicina. É precursor da
glutation peroxidase, enzima imprescindível à vida e presente
em todas as células vivas. É elemento chave na proteção do
organismo por suas funções como agente redutor,
216 OUTROS SUPLEMENTOS
Inositol
Antigamente foi classificado (erroneamente) entre as
vitaminas do complexo B, como sendo fundamental ao
metabolismo cerebral, aos processos de neurotransmissão e a
ativação da fosfolipase C. Importante constituinte das
membranas celulares.
A presença do inositol é importante para a mobilização
dos ácidos graxos armazenados no fígado, para a corrente
sanguínea.
Pacientes em uso prolongado de nutrição parenteral
costumam apresentar deficiências de inositol. Os diabéticos
excretam grandes quantidades deste nutriente e, por isso,
costumam apresentar baixos níveis. O consumo excessivo de
álcool e/ou cafeína aumenta a expoliação de inositol.
Deficiências de inositol costumam estar associadas ao
surgimento de eczemas, alopécia e aumento do colesterol.
O Dr. Carl Pfeiffer ( Bio Brain Center ) descreveu
influências da ação do inositol nas ondas cerebrais. Observou
efeitos positivos nos quadros de ansiedade (comparáveis aos
diazepínicos ). Em função de seus efeitos “sedativo like” pode
ser utilizado na insônia (500mg v.o. à noite).
Não são conhecidas doses tóxicas para o inositol (doses
de até 20g/dia não demonstraram parafeitos).
São fontes de inositol: ovos, lecitina de soja, grãos
218 OUTROS SUPLEMENTOS
Kelp
O Kelp é uma alga de cor marrom encontrada nas águas
frias do hemisfério norte. Devido a seus elevados teores de iodo
orgânico, é utilizada como fonte deste mineral. As doses usuais
variam de 150-300mcg/dia de iodo (ou 150-300mg/dia de
Kelp). As algas marinhas do tipo Kelp, Fucus, Spirulina e
Clorela, são riquíssimas em vitaminas (A, complexo B e C) e
oligoelementos (30% do seu peso são minerais). Os restantes
70% constituem-se de proteínas (nas carnes, apenas 20% são
proteínas).
Lactase
A molécula da lactose é demasiado complexa para
atravessar a parede do intestino; necessita sofrer a ação da
enzima lactase, para ser decomposta em glicose e galactose. Na
deficiência de lactase, a lactose não digerida passa ao intestino
grosso, originando diarreia fermentativa e outros transtornos
digestivos. Após o desmame os níveis de lactase decrescem,
chegando a diminuir em alguns adultos. A deficiência de
lactase ocorre com maior frequência na raça negra, e, em menor
escala, na raça branca. O maior índice de deficiência é
encontrado entre chineses e tailandeses. Pode ser administrada
em cápsulas ou comprimidos de 30-100mg tomados 15 minutos
antes da ingestão de leite ou derivados.
As proteínas do leite (caseína, lactoalbumina e
lactoglobulina) possuem alto valor biológico e são ricas nos
aminoácidos essenciais lisina e triptofano. Ocasionalmente,
essas proteínas podem causar reações adversas, como o eczema
NUTRIENTES E TERAPÊUTICA 219
Lactobacilos
Inúmeros problemas clínicos, aparentemente não
relacionados ao aparelho digestivo, se resolvem ao normalizar a
ecologia intestinal, a motilidade, o trânsito, a permeabilidade e
a digestão. Diarreias agudas e crônicas, antibioticoterapia
prolongada, imunodeficiência, candidíase intestinal e vaginal, e
todas as disfunções que geram má-absorção, são indicações
para o uso de lactobacilos. Geralmente, o paciente portador de
disbiose refere algum distúrbio intestinal. A administração de
lactobacilos acidófilos (100-200mg/dia) ou de pool de
lactobacilos (100-200mg/dia) é útil para a manutenção da
fisiologia intestinal.
Estudos recentes tem demonstrado que os Lactobacilos
possuem propriedades imunomodulatórias que podem ser
importantes na diminuição de processos inflamatórios
intestinais e na prevenção e tratamento de doenças alérgicas,
como, por exemplo, a dermatite atópica. Prescott demonstrou
que a administração de lactobacilos por 8 semanas, em crianças
de 6 – 18 meses com dermatite atópica diminuiu
consideravelmente os índices de gravidade e extensão da
doença.
A flora intestinal é a mais importante via de estimulação
da resposta imune. Existem evidencias de que a presença de
lactobacilos no intestino é essencial para a resposta imune e a
indução de tolerância oral. A suplementação de pool
220 OUTROS SUPLEMENTOS
Licopeno
O licopeno é uma substância carotenoide, presente em
algumas frutas e vegetais, que dá a cor avermelhada ao tomate,
melancia, pitanga, beterraba entre outros alimentos. É um
poderoso antioxidante que ajuda a impedir e reparar os danos
causados a células, proteínas, lipídeos e DNA, pelos radicais
livres. Segundo RAO (2000) é o carotenoide que possui a maior
capacidade sequestradora do oxigênio singlet graças a sua
NUTRIENTES E TERAPÊUTICA 221
Melatonina
A melatonina, principal hormônio produzido pela
glândula pineal, foi descoberta por Lerner (em 1958), o qual
reconheceu sua presença em todos os organismos vivos. Desde
essa época, a melatonina tem sido usada para evitar o stress
oxidativo e os distúrbios do sono (insônia e apneia), assim
como retardar o processo de envelhecimento.
Atualmente é alvo de inúmeros estudos e pode ser um
grande aliado na luta contra várias doenças. A melatonina é o
mais potente varredor de RLs endógenos. Atua como
antioxidante primário protegendo as células, especialmente
contra o radical hidroxila; é 5 vezes mais eficaz que o glutation
e 2 vezes mais efetivo que a vitamina E na desativação do
radical peroxil. Protege o organismo dos danos produzidos pela
ação das radiações. Por suas características lipofílicas e
hidrofílicas, sua ação anti-RLs abrange o meio intra e extra-
celular.
O emprego da melatonina na insônia tem apresentado
resultados promissores, sem alterar as 4 etapas fisiológicas do
sono (mesmo nos distúrbios crônicos); em crianças
neurologicamente deficientes a melatonina mostrou resultados
satisfatórios (sem efeitos colaterais), sendo esta uma indicação
224 OUTROS SUPLEMENTOS
ÔMEGA-3
A descoberta dos ácidos graxos essenciais (AGEs),
Ômega-3 e Ômega-6 é creditada aos Drs George e Mildred
Burr; a comprovação e a divulgação das propriedades e das
atividades terapêuticas, a Sue Bergstron (prêmio Nobel) e ao
Dr. John Vane. Antigamente, eram classificados como sendo a
Vitamina F (do inglês Fat e do alemão Fett, que significam
gordura). Em inglês, são conhecidos pela sigla PUFA.
228 OUTROS SUPLEMENTOS
ÔMEGA-3
(óleos de peixe, de linhaça e de canola)
Vit.B6 e Vit.B8
Ácido Docosahexanoico
(DHA)
Prostaglandina E3
(PGE3)
NUTRIENTES E TERAPÊUTICA 237
ÔMEGA-6
O Ômega-6 é encontrado nos óleos vegetais (milho,
canola, prímula, borrage e girassol) sob a forma de ácido
linoleico (LA), biologicamente inativo, que é transformado em
ácido gama-linoleico (GLA). São indicados no tratamento de
alergias, artrites, enfermidades cutâneas (psoríase e eczemas) e
patologias do metabolismo lipídico. A formação do GLA pode
ser inibida pela administração de antiinflamatórios não
esteroides, corticoides e beta-bloqueadores. O GLA é o ácido
Ômega-6 mais potente e mais utilizado.
Crianças hiperativas têm diminuída sua capacidade de
converter Ácido Linoleico em Ácido Gama-Linoleico, o que
explica os baixos níveis destes derivados observados nessas
crianças.
O leite humano é rico em Ômega-6. Contém cerca de
11% de ácido linoleico (enquanto que o leite de vaca possui
apenas 1%), 0,4% de ácido gama-linoleico (GLA) e 0,4% de
ácido araquidônico. O leite humano é o único a conter
quantidades apreciáveis de GLA, que protege o lactente contra
infecções e alergias. Também previne distúrbios metabólicos e
obesidade. O desenvolvimento cerebral da criança pode ser
afetado pela carência dos ácidos graxos essenciais.
Aparentemente, as prostaglandinas E-1, obtidas a partir
do Ômega-6 são capazes de estimular a gordura marrom e de
ajudar na regeneração das mitocôndrias, otimizando a queima
das gorduras. Quanto maior for a presença de Ômega-6 no
organismo, maior será a capacidade das prostaglandinas de
ativar a gordura marrom e, por conseguinte, auxiliar nas
dislipidemias e em alguns tipos de obesidade.
A PGE1 é formada a partir do ácido linoleico (LA) da
dieta, presente nos óleos vegetais. Possui atividade
antiinflamatória e estimulante do sistema imune. Sua potente
238 OUTROS SUPLEMENTOS
ÔMEGA-6
(óleos vegetais: borrage, canola, girassol, milho, prímula)
Prostaglandina E2 (PGE2)
NUTRIENTES E TERAPÊUTICA 241
Pycnogenol®
Em 1534, o francês Jacques Cartier chegou ao golfo de
São Lourenço (Canadá) com 100 de seus marinheiros
acometidos de escorbuto. Aconselhado pelo curandeiro índio,
Domagaya, administrou aos doentes um chá da casca do
pinheiro Pinus maritimus. Os resultados obtidos ao final de
uma semana foram excelentes. Sabe-se hoje, que esta planta é
riquíssima em vitamina C e bioflavonoides.
Por muitos anos, o professor Jacques Masquelier, da
Universidade de Bordeaux, estudou a história relatada por
Cartier e, em 1951, isolou um grupo de bioflavonoides que
denominou de proantocianidinas, 50 vezes mais potentes (in
vitro) do que a vitamina E, e 20 vezes mais potentes (in vitro)
do que a vitamina C.
Pycnogenol® é marca registrada, patenteada em 1982
pelo laboratório Horphag Research (Suíça). O produto contém,
como principal princípio ativo (85%), as proantocianidinas –
potente subclasse de flavonoides antioxidantes – cuja hidrólise
origina um pigmento vermelho chamado antocianidina, além de
uma série de outros bioflavonoides.
O principal pesquisador deste nutriente é o Dr. Richard
Passwater, que publicou o resumo de suas pesquisas no livro
“Pycnogenol®: The Super Protector Nutrient”, editado pela
Keats Publishing.
O Pycnogenol® é um poderoso antioxidante ativo contra
todos os radicais livres fisiologicamente relevantes, reduzindo
os danos oxidativos em tecidos vitais. Pode prevenir os danos
causados por RLs induzidos pela luz solar e estimular o sistema
imunológico no combate às viroses. É, virtualmente, atóxico
242 OUTROS SUPLEMENTOS
Resveratrol
É um princípio ativo polifenólico encontrado em mais de
setenta espécies vegetais, importante no mecanismo de defesa
natural contra as doenças, pragas, insetos e fungos. Tem intensa
propriedade antioxidante.
É encontrado, principalmente, nas cascas e sementes de
uvas tintas e no amendoim. Em média, 1g de casca de uva
contém 100mcg de resveratrol, e um bom vinho tinto, de 1 a
3mg/litro. A quantidade presente nos vinhos depende
diretamente do tempo de contato das cascas da uva durante o
processo de produção do vinho.
NUTRIENTES E TERAPÊUTICA 243
EXEMPLOS DE NUTRIENTES
APLICADOS EM TERAPÊUTICA
Ácido úrico vit. A, vit. B5, ácido fólico, magnésio e zinco.
Acne vit.A, vit.B2, vit. B6, vit.B9, vit.C, vit.E,
cromo, zinco, Ômega-3 e óleo de prímula.
Alcoolismo vit.B1, vit.B2, vit. B3, vit. B6, vit. B9, vit. B12,
cálcio, magnésio, potássio, selênio e zinco.
EXEMPLOS DE NUTRIENTES
NUTRIENTES E TERAPÊUTICA 245
APLICADOS EM TERAPÊUTICA
Anemia vit.B9, vit.B12, vit.C, ferro glicina, cobre e
zinco.
Artrite complexo B, vit.C, vit.E, cálcio, magnésio,
enxofre, selênio, cobre e zinco.
Câimbras vit B1,vit.B6, cálcio, ferro,magnésio e
potássio.
Câncer complexo B, vit.C, vit.E, betacaroteno, zinco,
selênio e germânio.
Cândida vit.A, complexo B, selênio, zinco, lactobacilos
e caprilato de sódio.
Colesterol vit.C, vit.E, cromo, vanádio, cobre, zinco,selênio,
inositol, carnitina, colina e lecitina.
Depressão complexo B, lítio, cromo, vanádio, manganês,
zinco, 5-OH-triptofano, triptofano, tirosina,
taurina e magnésio.
Diabetes vit.C, ac.lipoico, cromo, manganês, zinco e
vanádio.
Doença vit.C, coenzima Q-10, cálcio, magnésio, zinco
Periodontal e bioflavonoides.
Eczema vit.A, complexo B, vit.E , selênio, zinco e
Ômega-3
Enzimas betaína HCl, bromelina, amilase, lipase,
Digestivas papaína, pancreatina e pepsina.
Herpes vit.A, vit.C, vit.E, zinco, lacobacilos
acidófilos, rutina e lisina.
Insônia vit.B3, vit.B6, magnésio, cálcio,
5-OH-triptofano, inositol e melatonina.
Memória vit.B3, acetil-L-carnitina, ácido lipoico,
fosfatidilcolina e fosfatidilserina.
EXEMPLOS DE NUTRIENTES
APLICADOS EM TERAPÊUTICA
246 OUTROS SUPLEMENTOS
Radicais
Livres
DOSAGEM DA CAPACIDADE
ANTIOXIDANTE TOTAL
A dosagem da capacidade antioxidante total é um marcador do
estresse oxidativo que quantifica todos os antioxidantes presentes no
NUTRIENTES E TERAPÊUTICA 267
sangue do paciente.
O resultado define a capacidade de defesa do organismo contra
o ataque de radicais livres. Um sistema antioxidante falho é condição
ideal para que os radicais livres causem danos ao organismo.
Principais aplicações:
- Constatar deficiências nutricionais
- Avaliação dos resultados de dieta prescrita: deve haver um aumento
na dosagem de antioxidantes totais se compararmos o resultado antes
de sessenta dias após a dieta
- Avaliação da eficácia terapêutica: duas determinações no
intervalo de sessenta dias; eficácia no tratamento equivale ao aumento
na dosagem de antioxidantes totais.
Fonte: Informativo Toxilab, Porto Alegre, 2005.
NUTRIENTES ANTIOXIDANTES
CAPACIDADE
ANTIOXIDANTE TOTAL x PATOLOGIAS
Alumínio (Al)
O Alumínio foi descoberto em 1825 pelo físico
dinamarquês Hans Christian Orsted. É a terceira substância mais
comum em nosso planeta e depois do aço é o metal mais usado
no mundo. Foi originariamente encontrado na região de Les
Baux, na França, associado à bauxita.
O teor de alumínio no cabelo costuma refletir com
precisão os níveis sistêmicos deste metal; entretanto, sempre
que estiver elevado no mineralograma, deverá ser afastada a
possibilidade de contaminação externa.
São fontes de alumínio: queijos industrializados
(especialmente parmesão e gorgonzola), nos quais são
empregados sais de alumínio como emulsificador; sal de
cozinha, onde o mineral tem função anti-umectante;
ingredientes utilizados nas padarias, como o fermento e o
aditivo da farinha branca (sob a forma de alúmen de potássio);
molhos de tomate industrializados, antiácidos (35 a 600mg de
274 METAIS TÓXICOS
Antimônio (Sb)
O antimônio é conhecido desde o ano 4.000 a.C., devendo
seu nome à palavra “anti-monium”, que significa mal para os
monges, devido a uma intoxicação maciça ocorrida em uma
abadia medieval onde essa substância estava sendo
experimentada como agente terapêutico. O monge beneditino e
alquimista, Basilius Valentim, o identificou e isolou no século
XV, em 1450. Até há poucos anos, bolas metálicas de antimônio
eram usadas como laxativo e, uma vez excretadas, eram
recolhidas, lavadas e reutilizadas.
O exame do cabelo é o melhor meio para determinar o
nível corporal de antimônio e a confirmação pode ser feita
dosando-se o mineral na urina. Sinais de intoxicação por
antimônio incluem problemas cardíacos, respiratórios, gastro-
intestinais e problemas de pele. Os alimentos, o cigarro e a
munição de armas são as principais fontes de antimônio.
276 METAIS TÓXICOS
Arsênico (As)
O arsênico é um dos tóxicos mais importantes da história
da humanidade. Já no século V a.C. era um veneno comum,
sendo imensa a lista de personagens famosos envenenados por
este elemento. Aristóteles, no século IV a.C., Plínio, o velho, e
Dioscórides descrevem inúmeros envenenamentos por arsênico.
São Alberto Magno, no século XIII, em 1250, isolou o metal.
Os envenenamentos criminosos eram frequentes até o ano de
1836, quando Marsh desenvolveu a técnica capaz de detectar
ínfimas quantidades de arsênico em cadáveres. Paracelso, na
metade do século XVI, introduziu-o na terapêutica humana.
Cerca de 70% do consumo anual de arsênio, é feito sob a
forma de arseniato de cobre e cromo, usado como conservante
de madeira.
O mineralograma é considerado um confiável indicador
dos níveis de arsênico; uma intoxicação pode ser confirmada em
amostra de pelos pubianos ou dosagem na urina. O arsênico é
reconhecidamente tóxico em níveis elevados e é um agente
NUTRIENTES E TERAPÊUTICA 277
potencialmente cancerígeno.
No Brasil, os produtos agrícolas oficialmente não utilizam
o arsênico há mais de 20 anos. O arsênico ainda é utilizado em
veterinária e na medicina humana, em algumas formulações
para psoríase, sob a forma de arseniato de potássio (licor de
Fowler).
O arsênico é muito difundido na natureza (5g/tonelada) e
encontra-se combinado com mais de 150 elementos. Nas águas,
o arsênico é encontrado em pequenas quantidades, em
consequência de sua ampla distribuição na natureza. Em
algumas regiões, os teores podem se apresentar bem mais
elevados, como, por exemplo, no Irã e na Argentina. Também é
encontrado como contaminante do tabaco, devido ao tratamento
das folhas com derivados arseniacais; no carvão, nos pesticidas,
nos desfolhantes, nos agentes antifúngicos, em colas e decalcos,
nos produtos para a lavagem de roupas, no giz colorido, nos
frutos do mar, nos metais, nas tintas, nos cosméticos e em
alguns suplementos alimentares (algas marinhas, dolomita).
Uma contaminação histórica por arsênico deu-se em 1900,
com seis mil pessoas envenenadas e setenta mortes, em
Manchester, na Inglaterra. Os consumidores de cerveja desta
cidade ingeriram o produto preparado a partir de um xarope de
amido hidrolisado, com um ácido contaminado pelo arsênico.
Outro caso histórico ocorreu no Japão, em 1955, onde doze mil
crianças foram envenenadas com leite em pó estabilizado com
fosfato de sódio contaminado por trióxido de arsênico.
O arsênico e seus derivados são facilmente absorvidos; os
diferentes graus dependem de sua forma química. Os derivados
orgânicos pentavalentes do arsênico (arseniatos) são
rapidamente eliminados e não se acumulam no organismo;
possuem baixa toxicidade e não inibem sistemas enzimáticos.
Formas orgânicas são encontradas em pequenas quantidades nos
278 METAIS TÓXICOS
Bário (Ba)
O bário foi identificado em 1777 por Carl Schleele e
isolado pelo inglês Humphry Davy em 1808. O bário é um
metal de grande toxicidade, podendo ser letal a ingesta de
500mg. Seus compostos são em número reduzido e de escassa
aplicação, por isso a intoxicação é pouco frequente.
A intoxicação por bário tem elevada mortalidade
(superadas as primeiras 24 horas, o prognóstico é bom). A
aplicação de carbonato de bário (à 25%) como raticida foi
motivo de intoxicações acidentais e voluntárias. O bário
também é utilizado na manufatura de cerâmicas, vidros,
esmaltes, pinturas, papéis, etc.
O sulfato de bário é usado como contraste em medicina
(pequena quantidade pode ser absorvida). Também é encontrado
como contaminante na cocaína e na heroína, adicionado de
forma proposital para aumentar o volume da amostra. A
intoxicação importante ocorre por via oral; a via dérmica e a
inalatória são irrelevantes.
NUTRIENTES E TERAPÊUTICA 279
Berílio (Be)
Em 1798 o químico francês Louis-Nicolas Vauquelin (que
descobriu o cromo em 1797), reconheceu a existência de um
novo elemento nas gemas de berilo e da esmeralda, que
denominou de berilo. Em 1926, Gorson preconizou a primeira
aplicação industrial do berílio. A intoxicação por berílio é rara e
perigosa.
O berílio é tóxico em pequenas quantidades e induz à
fibrose pulmonar progressiva, que evolui com graves sequelas,
podendo levar à morte. Materiais fosforescentes possuem 2% de
berílio em sua composição.
Níveis elevados de berílio estão associados a lesões
hepáticas, renais, pulmonares, cutâneas, à anemia e ao
raquitismo. Ainda não foi bem estabelecida a correlação entre os
níveis de berílio no cabelo e os níveis teciduais.
280 METAIS TÓXICOS
Bismuto (Bi)
O bismuto foi descoberto no ano de 1500 e seu nome
deriva da expressão alemã “massa branca”. Foi primeiramente
mencionado nas obras de Paracelso. O bismuto é um elemento
de baixa toxicidade. Seu efeito tóxico fundamental é a
encefalopatia bismútica.
O bismuto pode deslocar o chumbo, colocando-o em
circulação e causando sinais de envenenamento por chumbo. O
grau de absorção depende da solubilidade do seu composto. As
fontes de bismuto são batons, cosméticos, antiácidos, vidros e
cerâmicas. Os sinais de toxicidade incluem halitose, linha
escura nas gengivas e mal-estar.
O quadro clínico da encefalopatia bismútica é
caracterizado por alterações neurológicas (mioclonia, disartria,
tremores musculares e vertigens) e psiquiátricas (apatia, euforia,
alucinações, confusão mental, diminuição do nível de
consciência).
Cádmio (Cd)
Em 1817, o químico alemão Friedrich Strohmeyer,
encontrou esse elemento misturado ao zinco; na proporção de
0,2 a 0,3%, daí seu nome latino ¨minério de zinco¨- cádmio. O
cádmio é o 5º metal em ordem de toxicidade, um dos grandes
poluentes modernos. Em 1900, o cádmio era uma curiosidade
industrial; ano a ano, a contaminação pelo cádmio tem crescido
em importância e perigo. Ocorre na natureza de forma pouco
abundante (até 0,2ppm), sempre associado a outros minerais,
como o zinco e o chumbo; nunca em estado puro. Durante os
processos industriais, é liberado como resíduo; a indústria
282 METAIS TÓXICOS
Chumbo (Pb)
O chumbo é conhecido desde a mais remota antiguidade.
Existem relatos de sua utilização pelos egípcios, em cerâmicas e
fundição de estátuas, no ano de 5.000 a.C.. Na Babilônia, era
utilizado na impermeabilização dos solos dos terraços. Os
romanos chegaram a extraí-lo de suas minas, à razão de 60 mil
toneladas/ano. Em Roma, trabalhar em minas e fundições de
chumbo era um castigo menor apenas do que a pena de morte.
Devem-se a Dioscórides as primeiras descrições da intoxicação
pelo chumbo.
Apesar de abundante na crosta terrestre (13ppm), o
chumbo não ocasiona toxicidade por fontes naturais, mas sim
pela contaminação industrial e ambiental. O chumbo é minerado
em mais de 50 países e a produção mundial é de 4 milhões de
toneladas/ano (é um dos maiores contaminantes do planeta). A
cada ano, são despejadas 400.000 toneladas no meio ambiente.
O homem moderno tem 500 vezes mais chumbo corporal
total do que o homem de 3000 anos atrás. Um habitante do
Nepal possui 50 vezes menos chumbo em seus tecidos do que
um habitante dos EUA. Em 1988, a U.S. Agency for Toxic
Substances estimou que mais de 17% das crianças americanas
menores de 12 anos possuem níveis inaceitavelmente elevados
de chumbo.
286 METAIS TÓXICOS
Estanho (Sn)
O estanho foi um dos primeiros metais conhecidos pelo
homem, tendo sido encontrados vestígios em objetos de bronze
no vale do Ur, no ano 3000 a.C. O escritor Plínio, no ano 70
a.C., descreveu as qualidades da associação do estanho ao
chumbo. A Bíblia relata que Salomão recebeu uma oferenda do
metal. Atualmente, é utilizado na metalurgia por suas
propriedades anticorrosivas e usado, ainda, na fabricação de
vidros, esmaltes e cerâmicas.
Na forma de fluoreto estanhoso, é empregado nos cremes
dentais fluorados; como cloreto de estanho, no tratamento da
retração gengival.
O estanho é um metal moderadamente tóxico, responsável
por dois quadros clínicos: uma pneumoconiose benigna e
fenômenos tóxicos sistêmicos (por derivados orgânicos). Não
são conhecidas intoxicações por derivados inorgânicos do
estanho.
É utilizado na composição de ligas para fabricação de
utensílios domésticos, vasilhames para alimentos e bebidas, e
como anticorrosivo.
O óxido de estanho é empregado como pigmento para
vidros, esmaltes e cerâmicas. Seu nível no cabelo correlaciona-
se com a exposição ao metal. Sintomas de intoxicação incluem
irritação da pele, dos olhos e do trato gastro-intestinal,
degeneração testicular e debilidade muscular.
A avaliação dos teores de estanho pelo mineralograma é
bastante fidedigna.
NUTRIENTES E TERAPÊUTICA 293
Estrôncio (Sr)
O estrôncio é um elemento quimicamente semelhante ao
cálcio e pode desempenhar as mesmas funções deste na
estrutura óssea. Foi descoberto em 1793 por Martin Heinrich
Klaproth.
A correlação dos níveis de estrôncio no cabelo com os
níveis do corpo é muito boa e, geralmente, guarda relação com
os níveis de cálcio.
Estrôncio baixo pode estar correlacionado com cáries,
diminuição da densidade óssea e aumento do risco cardíaco. Em
crianças, um nível adequado é importante para o crescimento
normal; a deficiência de crescimento pode ocorrer devido a
dieta pobre em estrôncio, cálcio e vitamina D.
O estrôncio no cabelo pode estar elevado devido a uma
contaminação externa por tintura. Quando em excesso, pode
provocar o raquitismo de estrôncio, que é mais devido a uma
interação com o cálcio. Sua má reputação provém dos isótopos
radioativos dos testes nucleares realizados na década de 50.
O corpo humano contém 300mg de estrôncio, estando
99% dele localizado nos ossos e dentes. As necessidades diárias
de estrôncio são facilmente atingidas por sua presença constante
nos alimentos e nos solos do Brasil.
O estrôncio participa da formação da matriz dos dentes e
dos ossos, e começa a ser utilizado no tratamento da
294 METAIS TÓXICOS
ALUMÍNIO CHUMBO
Alumínio CH12 10 gotas vo Chumbo CH12 10 gotas vo
2x ao dia 2x ao dia
Cálcio Carbonato 600mg/dia Vitamina B1 200mg a
300mg/dia
Magnésio Glicina200mg/dia Cisteína 200mg a
500mg/dia
Cisteína 200mg a Glutation 30mg/dia
500mg/dia sublingual
Vitamina C 1g a 2g/dia Selênio 100mcg a
200mcg/dia
Vitamina E 400U.I./dia Vitamina C 2g/dia
CÁDMIO Vitamina E 400U.I./dia
Cádmio CH12 10 gotas vo MERCÚRIO
2x ao dia
Zinco Glicina Mercúrio CH12 10 gotas vo
10mg a 15mg/dia 2x ao dia
Cálcio 200mg/dia Cisteína 200mg a
Carbonato 500mg/dia
Cisteína 200mg a 500mg/dia D-penicilamina 150mg a
250mg/dia/oral
Glutation 30mg/dia Glutation 30mg/dia
sublingual sublingual
Selênio 100mg a Selênio 100mga
200mcg/dia 200mcg/dia
Vitamina C 1g a 2g/dia Vitamina C 2g/dia
Vitamina E 400U.I./dia Vitamina E 400U.I./dia
NUTRIENTES E TERAPÊUTICA 295
Mercúrio (Hg)
As primeiras referências ao uso do mercúrio em
terapêutica datam do ano 1500 aC.. Desde então, é empregado
na medicina, agricultura e indústria. A partir do século XVI, o
nitrato de mercúrio foi empregado na fabricação de chapéus,
originando as primeiras intoxicações profissionais - a dos
fabricantes e usuários de chapéus de pele de coelho (curtida
com derivado mercurial).
O marco de conscientização da contaminação por
mercúrio foi o episódio ocorrido na baía de Minamata (Japão),
em 1953. As indústrias locais jogavam elevadas quantidades de
efluentes ricos em mercúrio nas águas da baía. Este mercúrio
era biotransformado pelos elementos da cadeia alimentar,
chegando até os peixes, que constituíam o elemento básico do
cardápio dos habitantes da cidade. Morreram 46 pessoas e 121
tornaram-se inválidas pela intoxicação mercurial. Em 1954,
ocorreu episódio semelhante, quando sementes contaminadas
foram consumidas por populações famintas no Iraque,
Guatemala e Rússia.
A história registra que Isaac Newton apresentou períodos
de insanidade durante sua vida.
Especula-se se aqueles sintomas poderiam ter sido devido
à intoxicação por mercúrio, uma vez que ele trabalhou com este
metal durante largo espaço de tempo. A análise de seu cabelo
revelou 197ppm, quando o aceitável é até 10ppm (o cabelo é um
bom indicador de exposição ao mercúrio).
O mercúrio é um metal tóxico para seres humanos e
animais (especialmente para o SNC).
O nível de mercúrio no cabelo é um bom indicador dos
estoques corporais e a confirmação pode ser feita em pelos
296 METAIS TÓXICOS
Níquel (Ni)
Em 1751, o sueco Axel Frederick Cronstedt examinou o
kupfernickel (palavra alemã que significa falso cobre),
conseguindo isolar dele um metal branco, que não era nem
cobre e nem cobalto.
O níquel forma uma grande quantidade de compostos e
complexos. São comuns e estáveis. Industrialmente, são usados
na niquelagem (sulfato de níquel), na indústria têxtil (acetato de
níquel), aditivo de motores e lubrificantes (naftenato), indústria
da borracha sintética, pigmento em produtos de beleza e na
indústria de corantes.
O níquel é muito sensibilizante e os quadros tipo
dermatite são muito frequentes; 10% dos eczemas de contato
estão relacionados ao amplo emprego do níquel em moedas,
chaves, cosméticos, bijuterias, etc.
A presença de níquel na água potável (0,6mg por litro)
pode desencadear reações alérgicas na pele de pessoas sensíveis.
A ação cancerígena do níquel está associada às formas óxido e
sulfeto, e ocorre devido a sua permanência crônica nos tecidos e
ao aumento da produção de RLs, que levam à lesão do DNA. A
ação irritante dos sais de níquel produz vômitos intensos,
quando a ingestão se dá em doses elevadas.
O cabelo é um bom indicador dos estoques do corpo,
enquanto que os níveis no sangue e na urina podem variar
extremamente em questão de horas, refletindo a ingestão
alimentar e um processo de excreção rápida.
Quando o nível de níquel no cabelo estiver acima de
0,6ppm, o uso de tinturas para cabelo deve ser investigado.
Níveis elevados de níquel no mineralograma (que podem
ser confirmados pelo exame de urina) estão associados com
NUTRIENTES E TERAPÊUTICA 299
Platina (Pt)
A platina é um elemento não essencial de baixa
toxicidade. Foi descoberta pelo espanhol Antonio de Ulloa em
1735. O termo é um diminutivo do espanhol plata que significa
pequena prata. Encontra-se no cabelo, porém ainda não se
conhece sua correlação com os tecidos.
A contaminação é eminentemente industrial, podendo ser
absorvida pelos pulmões e, em menor grau, pelo intestino.
Sintomas de contaminação por platina incluem dermatite,
irritação das mucosas, problemas pulmonares, reações alérgicas,
nefrose e baixa imunidade. O exame de confirmação é feito nos
pelos pubianos ou na urina (exposição recente).
Rubídio (Rb)
O rubídio foi descoberto em 1861 por Robert Bunsen e
300 METAIS TÓXICOS
Tálio (Th)
Em 1861, o físico inglês William Crooks descobriu uma
amostra de minério que, quando aquecido, apresentava uma
linha verde brilhante, deu-lhe então o nome de tálio que
singnifica ¨ramo verde¨. É muito utilizado em formulações
raticidas. Desde 1972, sua utilização nessas formulações está
proibida, devido a vários acidentes fatais.
O tálio é um importante tóxico, tanto no campo
ocupacional, como para a população em geral, embora a
produção mundial seja pequena (5 ton/ano). Seus sais são
solúveis em água e geralmente não possuem sabor ou odor
característico, o que facilita a intoxicação. Acumula-se no corpo
da mesma maneira que o chumbo e o mercúrio; é antagonizado
por compostos contendo selênio e enxofre e seu nível corporal
pode ser medido no cabelo, mas não no sangue. Fontes comuns
de tálio incluem frutos do mar (concentram tálio até 700 vezes),
cigarro, água, indústria de componentes eletrônicos, fuligem e
alguns fertilizantes.
NUTRIENTES E TERAPÊUTICA 301
Titânio (Ti)
Descoberto em 1791 pelo inglês William Justin Gregor,
seu nome é uma homenagem aos titãs, heróis da mitologia
grega.
O titânio é um elemento metálico abundante (o nono mais
abundante na crosta terrestre), com propriedades químicas
semelhantes ao zircônio e ao vanádio. Encontra-se em pequenas
concentrações nos produtos vegetais e, em concentrações mais
elevadas, nos minerais (especialmente nos minerais de ferro) e
302 METAIS TÓXICOS
Tório (To)
Descoberto em 1828 pelo químico sueco Jöns Jacobus
Berzelius, seu nome é uma homenagem a Thor, deus da guerra
na Escandinávia. O tório é um elemento não essencial obtido da
monazita, mineral que contém de 3 a 9% de óxido de tório.
Possui vários isótopos, todos eles radioativos. O tório 232 tem
uma meia vida de milhões de anos. O óxido de tório tem o ponto
de fusão mais alto de todos os óxidos, sendo, por isso, usado na
confecção de camisas para lampiões à gás. Embora não seja bem
absorvido por via oral, o é quando aspirado. Os efeitos da
exposição podem aparecer anos, ou até mesmo décadas , após.
Os elementos tório e urânio foram colocados no
mineralograma para a monitoração dos níveis de radioatividade
presentes na atmosfera, uma vez que, na década de 70, inúmeros
artefatos nucleares, com fins militares, estavam sendo
detonados, liberando na atmosfera imensa quantidade de
NUTRIENTES E TERAPÊUTICA 303
Tungstênio (W)
Em 1783, na suécia, o mineralogista espanhol Don Fausto
D´Eluyar, examinando um mineral chamado volfromita, obtido
de uma mina de estanho, denominou-o de volfrâmio, o metal
dela obtido. Tungstênio significa “pedra pesada na língua”..
O tungstênio é um metal quimicamente semelhante ao
molibdênio e ao cromo. O nível no cabelo não está
correlacionado quantitativamente com a exposição ao metal. É
utilizado em filamentos, componentes eletrônicos, ligas
metálicas, pigmentos, lubrificantes (bissulfato de tungstênio) e
na curtição de couros.
Acredita-se que a toxicidade do tungstênio envolva uma
interferência com as funções biológicas normais do molibdênio
e do cromo. Sinais/sintomas de excesso incluem cefaleia,
anorexia, cólicas, tremores e asma. O tungstênio inalado pode
desencadear tosse e dispneia.
Urânio (U)
Em 1789, Martin Heinrich Klaproth trabalhando com um
pesado minério preto chamado uranita, obteve um composto
amarelo que continha um elemento até então desconhecido. Seu
nome é uma homenagem ao planeta Urano, descoberto poucos
anos antes.
O urânio é um elemento estável e relativamente
abundante. Sua toxicologia não é bem conhecida. Dos 3
304 METAIS TÓXICOS
Omegatech Inc
Mineralograma
241700 Center Ridge Road suite 113
Cleveland . Ohio. 44145 USA
8.2 Vitaminograma
A analise dos níveis corporais do conjunto de vitaminas
pode ser realizada a partir de uma amostra de sangue, através do
exame chamado vitaminograma, cujo custo oscila próximo aos
setenta dólares e pode ser solicitado junto aos laboratórios
especializados.
Existem, em nível mundial, vários laboratórios realizando
a dosagem de vitaminas através do vitaminograma. Um dos
laboratórios de referência é o laboratório Vitamin Diagnostics
Inc., localizado na cidade de Nova Jersey (EUA).
As vitaminas e nutrientes dosados pelo vitaminograma
são: vitamina A, Betacaroteno, vitamina B1, vitamina B2,
vitamina B3, vitamina B5, vitamina B6, biotina, ácido fólico, vit
B12, vitamina C, vitamina D, vitamina E, inositol, colina,
carnitina, ácido lipoico.
Outros laboratórios de referência que também realizam o
vitaminograma são listados abaixo:
8.3 Aminoacidograma
O aminoacidograma é um moderno exame de análise do
conteúdo de aminoácidos circulantes na corrente sanguínea,
através do sistema HPLC (de alta resolução e precisão de
dosagens). A amostra coletada permite a identificação e
mensuração de 44 aminoácidos essenciais, não essenciais, ou
envolvidos em importantes rotas metabólicas de nosso
organismo.
A suplementação dos aminoácidos em falta corrige as
carências observadas no exame. Em caso de excesso de algum
aminoácido, a correção pode se dar pela supressão do
aminoácido em questão, via fonte alimentar, ou pela utilização
de outro aminoácido antagonista, competindo pelo mesmo sítio
de absorção.
Vários laboratórios, em diversos países, realizam a
dosagem de aminoácidos pelo aminoacidograma.
Um laboratório de referência é o laboratório americano
Doctors Data, localizado na cidade de Chicago.
Para a realização do aminoacidograma, a partir da urina de
24 horas, a dieta alimentar deve ser mantida sem alterações.
Suplementos nutricionais devem ser interrompidos desde 4 dias
antes da coleta.
Devido à possibilidade de interferência das medicações na
análise, medicamentos não essenciais devem ser interrompidos
quarenta e oito horas antes do início da coleta. Se foi utilizada
medicação essencial, o paciente deve indicar o nome da
medicação e quais as quantidades dosagens.
Adoçantes artificiais à base de aspartame devem ser
evitados nas 48 horas que antecedem o exame, pois podem
elevar os níveis de ácido aspártico e de fenilalanina.
O custo médio de um aminoacidograma é de cerca de
NUTRIENTES E TERAPÊUTICA 319
setenta dólares.
Outros laboratórios de referência que também realizam o
aminoacidograma são listados abaixo:
A MENTE CRIATIVA
Juarez Callegaro. Edição do autor. Porto Alegre, 2005
ANTIOXIDANT REVOLUTION
Kenneth H. Cooper’s. Thomas Nelson Publishers. Atlanta. 1994
DIGESTIVE ENZYMES
Jeffrey Bland. Keats Publishing. New Canaan. 1993
HAIR ANALISYS
Interpretation Guide. Lab. Doctor’s Data. Chicago. 1994
MEDICINA ORTOMOLECULAR
Paulo Roberto Carvalho. Editora Nova Era Rio 2004.
MELATONINA
Russer J. Reter and Jo Robinson. Ed. Record. Rio de Janeiro. 1996
NUTRIÇÃO CEREBRAL.
Póvoa, H.:Callegaro J.Editora Objetiva.Rio. 2006
328
NUTRICION Y NUTRIENTES
Anderson, Mitchell, Rynbergen. Edicions Bellaterra. Barcelona. 1994
NUTRITIONAL EPIDEMIOLOGY
Walter Willet. Oxford University Press. New York. 1990.
OLIGOELEMENTOS EM BIOQUÍMICA
William Peres. Educat. Pelotas. 1995
REALITES OF NUTRITION
R.Deutsch e J.Morril. Bull Publishing. Palo Alto. 1993
SMART NUTRIENTS
Abram Hoffer and Morton Walker. Avery Publishing. Santa Cruz. 1994
SUPER NUTRITION
Richard Passwater. Simon & Schuster, New York 1991
THE ANTIOXIDANTS
Richard Passawater. Keats Publishing. New Canaan. 1985
TOXICOLOGIA INDUSTRIAL
Roberto Goes. Ed. Revinter. Rio de Janeiro 1997
331
VITAMINA E
Herbert Bailey. Carroll e Graf Publishers. New York. 1993
REVISTAS CONSULTADAS
American Journal of Clinical Nutrition 34 (1991): 1347-1355
American Journal of Clinical Nutrition 47 (1988): 879-883
American Journal of Clinical Nutrition – 57, 47-53 (1993)
American Journal of Clinical Nutrition – 53, 2835-2865 (1991)
American Journal of Clinical Nutrition – 61, 848-852 (1995)
American Journal of Clinical Nutrition – 36(1996): 776-787
American Journal of Clinical Nutrition – 41(1985): 1177-1183
American Journal of Clinical Nutrition – 42 (4): 656-659 (1985)
American Journal of Clinical Nutrition – 30: 630-631 (1977)
American Journal of Clinical Nutrition-70(4):490-4 (1999)
Annals of New York Academy of Science – 585, 295-301 (1990)
Annals of New York Academy of Science – 738, 257-264 (1994)
Annals of New York Academy of Sciences 774 (1995): 128-142
Annual Review of Nutrition – 10, 357-382 (1992)
Annual Review of Nutrition – 08, 565-583 (1988)
Axelrod - Universidade de Pittsburgh - Acta Pediátrica (1971)
Biol. Trace Elements Research – 35, 3 (1992)
British Journal of Dermatology (1984)
Brithish Medical Journal – 2, 303-305 (1979)
Current Therapy Research – 51S, S668-S6672 (1992)
Free Radical Biol Med – 19, 227-250 (1995)
Free Radical Research – 17, 211-217 (1992)
International Journal of Vitamins and Nutrients Research -1996
JAMA – 269, 898-903 (1993)
JAMA – 269, 1257-1261 (1993)
Journal of American Dietetic Association – 75, 23-24 (1979)
Journal of the American College of Nutrition- vol.19. no. 5:563-569. (2000).
Journal of Applied Physiology 74 (1993): 965-969
Journal of Clinical Nutrition - E. Prienard e S. Gershoff - Universidade de
Harvard – American (1967)
Journal of Optimal Nutrition – 21, 36-53 (1993)
Journal of Pineal Research 18 (1995): 1-11
Journal of The American College of Nutrition – 15 (1996): 520
Lancet – I, 657-658 (1983)
Lancet – 1, 1245 (1985)
Lancet – Absortion of Lead – July, 16 (1988)
Lancet – September, 16 (1989)
Lancet 345 (1995): 1408
Medicine Biological – 60, 45-48 (1982)
333
Abreviaturas utilizadas
AA – Ácido Araquidônico
Aa – Aminoácido
AAS – Ácido Acetilsalicílico
ACTH – Hormônio Adrenocorticotrófico
ADP – Adenosina Difosfato
AG – Ácidos Graxos
AGEs – Ácidos Graxos Essenciais
AINE – Anti-Inflamatório Não Esteroidal
ALA – Ácido Linolênico
ALC – Acetil-L-Carnitina
AMP cíclica – Adenosina Monofostato cíclica
ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária
ATP – Adenosina Trifosfato
ATP – Trifosfato de Adenosina
AVC – Acidente Vascular Cerebral
BCAA – Aminoácidos de Cadeia Ramificada
CAT – Catalase
CCK-8 – Colecistocina-8
CCK-8-S – Colecistocina-8 Sulfatada
DBPOC – Doença Broncopulmonar Obstrutiva Crônica
DGLA – Ácido Di-Gamalinolêico
DHA – Ácido Deicosahexapentanoico
DHEA – Dehidroepiandrostrerona
DIU – Dispositivo Intra Uterino
DMG – Dimetilglicina
DMNID – Diabetes Mellitus Não Insulino Dependente
DMSA – Ácido 2-3-Dimercaptosuccínico
339
DMSO – Dimetilsulfóxido
DMT – Dimetil Triptamina
DNA – Ácido Desoxirribonucleico
EDTA – Etilenodiaminotetracético
EGB – Extrato Ginkgo Biloba
EPA – Ácido Eicosapentanoico
FDA – Food and Drug Administration
FPS – Fator de Proteção Solar
GABA – Ácido Gama Aminobutírico
GH – Hormônio do Crescimento
GLA – Ácido Gama Linoleico
GSH – Glutation
GSH-Px – Glutation Peroxidase
GSSH – Forma oxidada de Glutation Peroxidase
GTF – Fator de Tolerância à Glicose
HAS – Hipertensão Arterial Sistêmica
HCl – Ácido Clorídrico
HDL – High Density Lipoprotein
HPLC – Cromotografia de Alta Performance
IAM – Infarto Agudo do Miocárdio
LA – Ácido Linoleico
LDL – Low Density Lipoprotein
MAO – Mono Amino Oxidase
NAC – N-Acetil-Cisteína
NGF – Nerve Growth Factor (fator de crescimento dos nervos)
NPK – Fórmula de adubo (contém nitrogênio, fósforo e potássio)
OMS – Organização Mundial da Saúde
PAF – Fator de Agregação Plaquetária
PET – Tomografia por Emissão de Pósitrons
340