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Como já relatado, nanoestruturas eletrônicas feitas de aminoácidos naturais são

atraentes devido ao seu custo relativamente baixo, processamento


fácil e ausência de toxicidade. Eles também podem conduzir em distâncias na escala de
centímetros, que é milhares de vezes o tamanho de uma bactéria. Além disso, a
condutividade do biofilme pode ser ajustada pela regulação da
expressão gênica e também pela variação da voltagem da porta em
uma configuração de transistor. A condutividade dos nanofilamentos
tem uma dependência da temperatura semelhante à de um metal
desordenado, e a condutividade pode ser aumentada pelo
processamento.

Algumas bactérias secretam filamentos proteicos de 3 a 5 nm de


largura, que podem crescer dezenas de micrômetros de comprimento e que
foram propostos para servir como nanofios para transportar elétrons por
longas distâncias através de uma rede nanoestruturada. Como as
proteínas biológicas são geralmente consideradas isolantes eletrônicos,
compreender o transporte de elétrons através dessas nanoestruturas
naturais é um desafio científico fundamental. Este entendimento tem
implicações para o desenvolvimento de aplicações nanobiotecnológicas.
As cadeias de proteínas conduzem os elétrons ao longo do seu comprimento, o que permite que elas
sejam tão boas condutoras de eletricidade quanto os polímeros condutores usados pela emergente
eletrônica orgânica. Se acreditava que a transferência de elétrons nas bactérias se fizesse por meio de
outras proteínas, conhecidas como citocromos - os elétrons iriam pulando de citocromo em citocromo.
Os pesquisadores desbancaram essa hipótese eliminando os citocromos do filamento, demonstrando
que os elétrons movem-se de forma suave, sem qualquer salto. A geobactéria funciona de fato como
um fio metálico biológico. Na natureza, a geobactéria usa seus nanofios microbianos para transferir
elétrons para óxidos ferrosos, materiais naturais semelhantes à ferrugem. Esses óxidos são o oxigênio
dessas bactérias. Muitos dos nanomateriais produzidos hoje dependem de metais raros e caros . Os
cientistas agora demonstraram que a geobactéria é uma alternativa natural e barata. Eles
demonstraram que é possível ajustar o nível de transmissão elétrica dos nanofios aplicando uma
tensão externa - ou seja, em princípio, o biofilme pode funcionar como um transístor biológico.

Os nanofios - fios em dimensão nanométrica - estão na crista da onda porque permitem


miniaturizar as coisas a um patamar inalcançável pelas técnicas atuais, como as usadas na
indústria eletrônica para fabricar transistores. Nanofios de silício, por exemplo, ampliam
tanto a capacidade dos processadores que já se está trabalhando rumo aos sub-
nanofios. Os nanofios de proteínas transportam as cargas elétricas a uma velocidade de até 1
bilhão de elétrons por segundo. Este nanofio microbiano é formado por uma única
subunidade de peptídeo, medindo cerca de 2 nanômetros de diâmetro. Sendo feitos
de proteínas, os nanofios orgânicos são biodegradáveis e biocompatíveis. Esta
descoberta abre, assim, muitas aplicações em nanoeletrônica, como o
desenvolvimento de sensores médicos e dispositivos eletrônicos que podem ser
interligados com os tecidos humanos, disse Gemma Reguera, da Universidade do
Estado de Michigan e principal autora da descoberta.
e fornecerá uma explicação única para uma ampla gama de fenômenos
importantes que influenciam a biorremediação, corrosão e conversão anaeróbica de resíduos
orgânicos em metano ou eletricidade.
Para investigar diretamente a condutividade in situ, biofilmes da Geobacter
sulfurreducens cepa DL-17 foram cultivadas em uma célula de combustível microbiana
com 10 mM de acetato como o doador de elétrons, modificado de modo que o ânodo da
célula de combustível, que serve como
o aceitador de elétrons para suportar o crescimento, era composta de dois
eletrodos de ouro (como um ânodo dividido) separados por um gap não
condutor de 50 mm. A saída média a câmara do ânodo, que ainda continha acetato
substancial,
era direcionado através de outra câmara, servindo de controle, que tinha
um arranjo idêntico de dois eletrodos de ouro, exceto que os eletrodos não
eram conectados ao cátodo e, portanto, não podiam servir como aceptor de
elétrons.

Como esperado a corrente entre o ânodo e o cátodo aumentou


ao longo do tempo com o crescimento das células nos eletrodos. A microscopia confocal de
varredura a laser (CLSM) revelou que as
células formaram um biofilme confluente que se espalhou pela lacuna
não condutiva. A conexão entre os ânodos e o cátodo pode ser temporariamente
interrompida para conectar os dois ânodos aos componentes
eletrônicos para fazer medições de condutância através da lacuna
não condutora. Havia condutância CC substancial entre os
dois eletrodos quando o biofilme preenchia a lacuna entre os
eletrodos. A condutância aumentou ao longo do tempo,
consistente com o aumento da espessura do biofilme ao longo do
tempo.

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