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Fortaleza – Ceará
2018
1. INTRODUÇÃO
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difusão de tecnologias ambientalmente sustentáveis e a motivação para uma maior P&D nas
tecnologias de baixo carbono. Regulações de mudança climática podem ajudar economias a
alterarem a trajetória econômica para uma de baixo carbono.
Ao final do tópico, discute-se se a inovação em tecnologias de baixo carbono
desestimularia P&D em outras tecnologias. Há evidência empírica que o desestímulo ocorre,
eis que os fundos para P&D em energia não vêm de outros setores, mas sim de uma
redistribuição dos fundos de pesquisa que atuam em P&D. A questão agravaria se o
desestímulo ocorresse em detrimento pesquisas socialmente relevantes. No entanto, há
evidência que seriam mais desestimuladas patentes vinculadas à produtividade de energias
fósseis, como de refinamento e exploração, ante o maior estímulo de inovação em pesquisas
de baixo carbono.
Portanto, políticas de mudança climática possuem um papel crucial em garantir que
a atividade de inovação de baixo carbono venha ao custo de inovação em tecnologias
poluentes, em vez de outras tecnologias com alto valor social.
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Isto com base em análises estatísticas que consideram o número de citações realizadas. Patentes de baixo
carbono possuem uma maior chance de serem citadas simplesmente porque existem menos delas.
Apesar disso, ainda está abaixo do que era no início da década de 80, após a segunda crise
do petróleo. Ainda se vê uma forte ligação do montante a financiar a P&D de tecnologias de
baixo carbono com o desempenho das energias fósseis no país. Determinar quanto investir
em inovação de baixo carbono com dinheiro público é uma importante questão.
Recentes pesquisas mostram que o estado ótimo de uma política de mudança
climática depende fortemente de subsídios de pesquisa. Apesar disso, os orçamentos de P&D
devem ser concedidos de forma lenta e fixa, de forma a permitir o próprio desenvolvimento
dos pesquisadores no campo. Ora, não adianta um súbito alto investimento se ainda não
existem muitos pesquisadores aptos a desenvolver a inovação. Também é importante
destacar que qualquer esforço em acelerar a inovação em tecnologias de baixo carbono
incluem o componente de treino de novos cientistas e técnicos para aumentar o fornecimento
dessa mão de obra a longo prazo.
Também, importante alvo de estudo é a natureza das políticas que incentivam
inovação. Distinguem-se, entre outros tipos, as de comando e controle e as baseadas no
mercado. As primeiras buscam alcançar um nível específico de performance, enquanto as
últimas estabelecem preço para as emissões de forma direta ou indireta. Historicamente,
fixou-se o conceito de que as políticas baseadas no mercado fornecem recompensas para o
melhoramento contínuo da qualidade ambiental, enquanto as políticas de comando e controle
penalizam poluidores que não atingem o patamar definido, sem recompensar aqueles que o
atingem.
Estudos recentes sugerem que, em verdade, tais políticas podem se complementar.
Os patamares definidos pelas de comando e controle podem ser complementos chaves para
as políticas baseadas no mercado, por exemplo em casos de comportamentos anômalos aos
instrumentos econômicos.
A estabilidade a ser fornecida pela política também é crucial. Em estudo realizado
por Butler e Neuhoff, é demonstrado como as tarifas FIT3 da Alemanha, de modo geral,
estimularam uma maior quantidade de investimento que as quotas de energia renovável do
Reino Unido, isto por conta da receita garantida por estas tarifas, bem como a diminuição
dos riscos do investimento.
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Feed-in tariff
Portanto, uma possível solução seria utilizar um portfólio de políticas que garantam
a adequação para as novas tecnologias de baixo carbono a curto prazo e com baixos custos,
mas que também a elas forneçam financiamento públicos.
Por último, evidências recentes mostram que países europeus dão ênfase na
implementação de políticas que o suporte direto em P&D. Isto sugere que os atuais esforços
na implementação de políticas devem ser aumentados com suporte adicional à P&D.
5. CONCLUSÕES