Você está na página 1de 14

See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.

net/publication/303849874

Caracterização Farmacoepidemiológica de Indivíduos com Doença de


Parkinson para Implantação de Serviço Clínico Farmacêutico

Article  in  Journal of Applied Pharmaceutical Science · April 2016

CITATIONS READS

0 813

3 authors:

Clarice Chemello Mareni Rocha Farias


Federal University of Minas Gerais
73 PUBLICATIONS   701 CITATIONS   
25 PUBLICATIONS   91 CITATIONS   
SEE PROFILE
SEE PROFILE

Aline Foppa
Federal University of Minas Gerais
6 PUBLICATIONS   16 CITATIONS   

SEE PROFILE

Some of the authors of this publication are also working on these related projects:

Pharmacogenomics of Rheumatoid Arthritis View project

Políticas públicas e o acesso a medicamentos de alto custo: a situação do Brasil em relação a outros centros da América Latina View project

All content following this page was uploaded by Clarice Chemello on 08 June 2016.

The user has requested enhancement of the downloaded file.


Foppa et al., 2016 28

Submitted: 08-02-16
Corrected version: 10-03-16
Accepted in: 15-03-16

Caracterização Farmacoepidemiológica de
Indivíduos com Doença de Parkinson para
Implantação de Serviço Clínico Farmacêutico
Aline Aparecida Foppa1*, Clarice Chemello2, Mareni Rocha Farias3
1 - Farmácia Escola UFSC/PMF, Florianópolis, SC, Brasil, Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em
Assistência Farmacêutica – UFRGS. 2 - Departamento de Farmácia Social, Faculdade de Farmácia, UFMG,
Belo Horizonte, MG, Brasil. 3 - Departamento de Ciências Farmacêuticas, Centro de Ciências da Saúde,
UFSC, Florianópolis, SC, Brasil. *Autor Correspondente: alinefoppa@yahoo.com.br

Resumo: A Doença de Parkinson é uma doença neurodegenerativa que usualmente acarreta incapacidade severa após
10 a 15 anos e representa impactos social e financeiro elevados, particularmente na população mais idosa. Poucos
estudos contemplam a sua complexidade farmacoepidemiológica. Assim, esse artigo tem o objetivo de descrever o
perfil farmacoepidemiológico dos indivíduos com Doença de Parkinson, visando subsidiar a implantação de um serviço
clínico farmacêutico. Trata-se de um estudo transversal feito com 70 indivíduos com Doença de Parkinson cadastrados
no Componente Especializado da Assistência Farmacêutica do município de Florianópolis, que iniciaram Seguimento
Farmacoterapêutico em outubro de 2012. A coleta de dados foi realizada na primeira consulta farmacêutica. Os dados
foram coletados num formulário próprio mesclando os métodos Pharmacotherapy Workup e Dáder. Analisaram-se
dados sociodemográfico, clínico e medicamentoso. Dos 70 pacientes, 64,3% eram homens, com idade média de 69,4
anos (desvio padrão = 11 anos), com déficit cognitivo, 37,1% necessitavam de cuidador e apenas 22,9% possuíam todas
as demandas em saúde contempladas pelo Sistema Único de Saúde. A qualidade de vida apresentou-se afetada pelos
sintomas motores e pelas disautonomias. Todos eram polimedicados, com uma média de 6,8 medicamentos por paciente
(desvio padrão = 3,1 medicamentos), sendo que 60% e 53% dos pacientes eram não aderentes ao tratamento, segundo
Moriski e consulta farmacêutica, respectivamente. Com base no perfil farmacoepidemiológico percebe-se a importância
de um serviço farmacêutico clínico direcionado a esses pacientes que abranja todas as suas necessidades relacionadas à
farmacoterapia, contribuindo para melhorar a qualidade de vida, com resultados clínicos e humanísticos mais
satisfatórios. Palavras chaves: Atenção Farmacêutica, Doença de Parkinson, Sistema Único de Saúde.

Abstract (Pharmacoepidemiological Characterization of Individuals with Parkinson’s Disease for Implementing a


Clinical Pharmacy Service): Parkinson's disease is a neurodegenerative disease that usually leads to severe disability
after 10 to 15 years and represents high social and financial impacts, particularly in the older population. Few studies
contemplate its pharmacoepidemiologic complexity. Thus, the aim of this article was to describe the
pharmacoepidemiological profile of the patients, aiming to support the proposition of a clinical pharmacist service. This
is a cross-sectional study with 70 Parkinson Disease patients registered in the Specialized Component of Pharmaceutical
Assistance in Florianópolis, which began pharmacotherapeutic follow-up on October 2012. Data collection was
performed in the first pharmaceutical consultation. Data were collected in Data were collected in a specific form mixing
the Pharmacotherapy Workup and Dáder. Sociodemographic, clinical and pharmacological data were analysed. Of the
70 patients, 64.3 % were men, with a middle age of 69.4 years (standard deviation =11 years), with cognitive deficit,
37.1 % needed a caregiver and only 22.9 % had all the health care needs covered by the SUS. The quality of life
presented affected by motor symptoms and dysautonomias. All patients were polymedicated with an average of 6.8
medicines for patients (standard deviation = 3.1 medicines), and 60% and 53% of patients were not adherent to
treatment, according Moriski and pharmaceutical consultation, respectively. Based on pharmacoepidemiological profile
it is possible to realize the importance of a clinical pharmacy service directed to these patients covering all their needs
related to pharmacotherapy, contributing to improve the quality of life, with clinical and humanistic outcomes more
satisfactory. Key words: Pharmaceutical Care, Parkinson disease, Unified Health System.

Journal of Applied Pharmaceutical Sciences – JAPHAC, 2016; 3(1): 28-40.


Foppa et al., 2016 29

Introdução principalmente nas fases mais avançadas da


A Doença de Parkinson (DP) foi doença7,8.
descrita pela primeira vez em 1817 por Ainda que a garantia do
James Parkinson como paralisia agitante medicamento vise um resultado em saúde
(shaking palsy)1. Trata-se da segunda para o paciente, o foco central permanece
doença neurodegenerativa mais comum, no acesso ao produto, enquanto
depois do Alzheimer2, com prevalência de 1 disponibilidade de um bem de consumo, em
a 2 casos para cada 1000 habitantes, detrimento da provisão de um serviço
atingindo cerca de 3% dos idosos acima de prestado ao paciente9. A Organização
65 anos. A prevalência é duas vezes maior Panamericana de Saúde (OPAS) sugere a
em populações da Europa e América do reorganização dos serviços farmacêuticos a
Norte em comparação aos chineses, partir de uma nova proposta na qual se deve
japoneses e africanos3. No Brasil, segundo considerar a entrega do serviço como
o IBGE, o número de indivíduos com DP processo chave, sendo que este deve ser
em 2010 seria de 200 mil, numa proporção pautado em atividades de promoção,
9,83 doentes por 101.000 habitantes. prevenção, dispensação, Seguimento
Calcula-se que o índice de envelhecimento Farmacoterapêutico (SFT),
brasileiro passe de 34,05% em 2015 para farmacovigilância, educação em saúde,
206,16% em 2060, o que acarretará ao apoio ao autocuidado, aconselhamento,
aumento de indivíduos com DP, chegando a entre outras10.
881.457 pacientes em 20604. Segundo Moullin et al.11 não há uma
A DP caracteriza-se, definição universalmente aceita na literatura
predominantemente, pela morte progressiva sobre prática farmacêutica que englobe todo
de neurônios dopaminérgicos, localizados o escopo de atividades, serviços e
no núcleo do mesencéfalo denominado programas fornecidos em uma farmácia
substância negra, que se projetam para o comunitária. Contudo, percebe-se que
estriado e desempenham importante papel existem duas atividades fins dos serviços
na função motora5. As manifestações farmacêuticos, as quais estão interligadas: a
clínicas envolvem sintomas motores relacionada a questões logísticas de acesso
(tremor de repouso, acinesia ou ao medicamento e a direcionada ao cuidado
bradicinesia, rigidez e alteração postural e ao paciente12. Ambas devem ter como foco
de marcha) e não motores (depressão, central o paciente, contudo as relações
ansiedade, apatia, sialorréia, constipação, criadas com este são diferentes: a primeira é
hipotensão, insônia, etc.). Esses sintomas uma relação indireta, geralmente
são decorrentes das alterações patológicas intermediada por um profissional de saúde,
que ocorrem no sistema nervoso central e seja ele farmacêutico ou não, e a segunda
periférico, associados a efeitos da terapia requer o contato direto do farmacêutico
medicamentosa6. com o paciente e a criação de uma relação
A natureza progressiva da DP e suas terapêutica.
manifestações clínicas, associadas a efeitos O acesso a medicamentos pelo
colaterais precoces e tardios da intervenção Sistema Único de Saúde (SUS) foi
terapêutica, tornam o tratamento da doença ampliado e qualificado nos últimos anos,
bastante complexo. Com o tempo, a principalmente após a Política Nacional de
sintomatologia parkinsoniana piora e a Medicamentos e a Política Nacional de
necessidade de medicamentos sintomáticos Assistência Farmacêutica. Recentemente,
aumenta. Soma-se a isso problemas de um grande avanço para a área foi a
adesão ao tratamento medicamentoso e de regulamentação das atribuições clínicas do
cognição, o qual está presente farmacêutico pela Resolução 585/1313, pelo

Journal of Applied Pharmaceutical Sciences – JAPHAC, 2016; 3(1): 28-40.


Foppa et al., 2016 30

Conselho Federal de Farmácia e o pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética


reconhecimento desta área como em Pesquisa com Seres Humanos da
especialidade farmacêutica, conforme Universidade Federal de Santa Catarina sob
14
Resolução CFF Nº 572/13 . o Parecer nº 1963/2011.
Evidencia-se um cenário positivo no
campo farmacêutico para a implantação e Desenho de Estudo
desenvolvimento de um serviço clínico, o Trata-se de um estudo transversal
qual já é bastante documentado quanto a feito com indivíduos com DP cadastrados
sua potencial contribuição na melhora dos no CEAF do município de Florianópolis,
resultados clínicos em saúde nas doenças que iniciaram SFT no período de outubro
crônicas mais prevalentes, como diabetes e de 2012, na Farmácia Escola da
hipertensão15,16. O envelhecimento Universidade Federal de Santa Catarina
populacional e o provável aumento do (FE/UFSC). A FE/UFSC é uma farmácia
número de pacientes com DP4 gera a comunitária vinculada ao Curso de
necessidade de maior conhecimento por Graduação em Farmácia da UFSC,
parte de todos os profissionais de saúde de conveniada com a Secretaria Municipal de
como acolher esses indivíduos, respeitando Saúde de Florianópolis (SMS), que realiza a
todas as particularidades inerentes a sua dispensação de medicamentos do CEAF.
doença.
Para garantir a integralidade do Amostra
tratamento medicamentoso, o Farmacêutico O município de Florianópolis
deve ter suas ações pautadas não apenas em possuía, no momento do estudo, 161
serviços técnicos administrativos indivíduos cadastrados no CEAF com o
direcionados ao acesso ao medicamento diagnóstico de DP. Destes, 104 foram
como bem de consumo. É necessário que se convidados aleatoriamente, sendo que 85
invista em serviços farmacêuticos que deem aceitaram participar do estudo. Os pacientes
conta das necessidades em saúde a qual a ou cuidadores que aceitaram o convite,
população está submetida, sendo para isso porém não compareceram na consulta,
fundamental conhecer suas características. foram excluídos, totalizando uma amostra
Assim, o objetivo do presente estudo de 70 pacientes. Após a apresentação do
foi realizar a caracterização dos indivíduos Serviço, pacientes e cuidadores que
com DP atendidos no Componente aceitaram participar do SFT assinaram o
Especializado da Assistência Farmacêutica Termo de Consentimento Livre Esclarecido
(CEAF) no município de Florianópolis, (TCLE). Foram considerados como critério
Santa Catarina, sobre os aspectos de exclusão paciente que reside em casa de
sociodemográficos, clínicos e cuidado geriátrico e/ou que teve suspenção
farmacológicos, a fim de subsidiar a do tratamento no momento do convite, uma
implantação de um serviço clínico vez que tais critérios inviabilizavam o SFT.
farmacêutico para esses pacientes com
vistas a melhor atendê-los de acordo com Coleta de Dados
suas especificidades e necessidades. A coleta dos dados
sociodemográficos, clínicos e
Materiais e Métodos medicamentosos foi feita na primeira
Esse trabalho faz parte do trabalho consulta do SFT por meio de um formulário
intitulado “Qualificação do Serviço adaptado dos métodos Pharmacotherapy
Farmacêutico Clínico a partir dos dados de Workup (PW)17 e Método Dáder18. No caso
Seguimento Farmacoterapêutico a de incapacidade ou dificuldade de
indivíduos com Doença de Parkinson” A deslocamento, a coleta foi realizada com os

Journal of Applied Pharmaceutical Sciences – JAPHAC, 2016; 3(1): 28-40.


Foppa et al., 2016 31

cuidadores, com exceção do Parkinson itens); estigma (quatro itens); cognição


Disease Questionnaire (PDQ-39) e Mini (quatro itens); e comunicação (três itens).
Exame do Estado Mental (MEEM). Nesses  A pontuação total no PDQ-39 varia de 0
casos, o questionário PDQ-39 foi enviado (nenhum problema) a 100 (máximo nível de
pelo cuidador para preenchimento do problema), ou seja, uma baixa pontuação
paciente na sua residência e posteriormente indica melhor percepção da QV por parte
devolvido à equipe, e o MEEM não foi do indivíduo19. Este instrumento possibilita
realizado. a avaliação individual dos domínios
A fim de evitar vieses, a coleta de propostos no questionário. Os resultados
dados foi realizada por duas farmacêuticas obtidos foram comparados com a literatura
que possuem expertise na avaliação clínica disponível. A cognição foi avaliada por
farmacêutica e conhecimento sobre a DP. meio do MEEM20, instrumento que avalia a
Além disso, antes de iniciar o estudo foram função cognitiva por meio de domínios de
estabelecidos e acordados todos os orientação temporal, espacial, memória
parâmetros que seriam avaliados de modo a imediata e de evocação, cálculo,
padronizar a coleta de dados. linguagem-nomeação, repetição,
compreensão, escrita e cópia de desenho.
Variáveis Sociodemográficas, Clínicas e
Terapêuticas  Dados referentes à farmacoterapia:
 Dados sociodemográficos: idade (em medicamentos prescritos (número e tipo);
anos), sexo (categorizado em Masculino e principais esquemas terapêuticos utilizados
Feminino), tipo de assistência à saúde para DP (monoterapia, dupla, tripla e
(pública, privada ou mista), cor declarada quádrupla); adesão ao tratamento e número
(branco, pardo, preta, amarela), de Problemas Relacionados aos
escolaridade (anos de estudo), ocupação 17
Medicamentos (PRM) . Para verificação da
(aposentado, ativo e do lar), estado civil terapia em uso utilizou-se das receitas
(solteiro, casado, separado e viúvo). médicas, relato do paciente e/ou cuidador e
a sacola de medicamentos que os pacientes
 Dados clínicos referentes à DP: presença trouxeram na consulta. A adesão foi medida
ou não de cuidador, tempo de diagnóstico pela entrevista clínica (perguntas abertas;
da doença no momento da coleta de dados observação durante entrevista) e pelo
(até 2 anos, entre 2 a 5 anos, 5 a 10 anos e questionário de Morisky-Green-Levine
acima de 10 anos); sintomas motores e não (auto-relato respondendo a perguntas
motores (distúrbios autossômico e fechadas)21.
neurológico); doenças associadas, QV e
cognição. A verificação da sintomatologia Análise Estatística
foi feita mediante o relato do paciente e/ou A análise dos dados foi realizada
cuidador e observação do farmacêutico. A usando-se o Programa SPSS para Windows
QV foi verificada por meio do questionário versão 15.0 e o software R versão 3.0.2. Os
PDQ-39, o qual está validado e adaptado dados foram apresentados de forma
para o português do Brasil19. O PDQ-39 é descritiva (média±desvio padrão) e
um questionário específico para DP frequência (expressa em porcentagem - %).
composto por 39 questões distribuídas em Para o cálculo de associação entre os
oito domínios: mobilidade (dez itens); diferentes domínios do PDQ aplicou-se o
atividades de vida diária (seis itens); bem- Teste t de student. Para analisar a influência
estar emocional (seis itens); suporte social da escolaridade sobre a cognição (MEEM)
(três itens); desconforto corporal (três e a presença de cuidador sobre a QV
utilizou-se o teste ANOVA de um fator.

Journal of Applied Pharmaceutical Sciences – JAPHAC, 2016; 3(1): 28-40.


Foppa et al., 2016 32

Intervalo com 95% de confiança, valores de Quanto ao estado civil, 65,7% eram
p<0,05 foram considerados significativos. casados, 18,6% eram viúvos, 10%
Resultados e Discussão separados e 5,7% solteiros. Com relação à
Dos 70 pacientes que compuseram cor declarada, houve predomínio da cor
a amostra, os dados referentes ao perfil branca, a qual correspondeu a 85,7% da
demográfico e medicamentoso foram população em estudo, o que corrobora com
coletados de todos os participantes. Com De Lau e Breteler22 e Wirdefeldt et al.3,
relação ao perfil clínico, dados sobre a QV que, em seus estudos epidemiológicos,
(PDQ-39) e cognição (MEEN), devido a evidenciaram diferenças entre as raças na
questões já descritas na metodologia, foram prevalência de DP, sendo maior em
coletados de um número menor de brancos, seguidos de asiáticos e negros.
participantes. No que se refere à QV, 59 Segundo o censo do IBGE de 2010, o
pacientes responderam o PDQ-39, três estado de Santa Catarina possui a maior
cuidadores não devolveram o questionário e proporção de brancos declarados do país
oito pacientes optaram em não responder (84%). Com relação à raça negra, o estado
por distintos motivos. Já a cognição foi possui a menor proporção do país com
avaliada em 49 pacientes, uma vez que esse 2,9%, e a parda a segunda menor (12,4%)24.
dado foi coletado somente quando o É importante destacar que Florianópolis se
paciente estava presenta na consulta. diferencia do restante do Estado quanto a
porcentagem de negros (14,68%)25.
Perfil Sociodemográfico Com relação à ocupação, 82,9% eram
Do total da amostra, 64,3% eram aposentados, 12,9% ativos e 4,3% do lar.
homens. A prevalência da doença em Ao verificar as consequências da DP sobre
homens é verificada em muitos estudos3,4,22, a vida produtiva do individuo com DP, foi
sendo que Massano2 aponta para uma verificado que 71,4% dos pacientes com
relação de 3:2 (homens; mulheres), idade inferior a 60 anos eram aposentados,
semelhante à encontrada no presente e destes 40% o tempo de diagnóstico foi
estudo. Algumas explicações sugeridas para inferior a 2 anos; 30% entre 2 e 5 anos;
essa incidência maior no sexo masculino 20% entre 5 e 10 anos e apenas 10% acima
incluem efeito protetor do estrogênio, maior de 10 anos. Esses dados podem sugerir que
frequência de intensidade da exposição a a DP pode levar a uma aposentadoria por
uma toxina ocupacional e genes de invalidez.
susceptibilidade recessivos sobre o No que se refere à escolaridade,
cromossomo X3. 55,7% dos indivíduos possuíam nível
A faixa etária variou de 39 a 94 superior e apenas 12,8% tinham menos de 4
anos e a idade média foi de 69,44 anos anos de estudo. Segundo dados de 2010,
(desvio padrão = 11 anos). A frequência de 80,03% da população de Florianópolis com
DP está diretamente relacionada à idade, 18 anos ou mais de idade tinha completado
sendo que o pico difere entre os autores de o ensino fundamental, 66,21% o ensino
60-69 anos e 70-79 anos, respectivamente23, médio, 31,5% ensino superior e, apenas
e raramente acomete indivíduos com menos eram 2,5% analfabetos26.
de 50 anos22. Esses dados corroboram com Em relação ao atendimento médico,
os dados do presente estudo que verificou dos 70 pacientes, 22,9% eram
que 60% dos indivíduos estudados estavam acompanhados por médicos do SUS, 62,9%
na faixa etária de 60-69 anos e 70-79 anos, por médicos particulares e 14,2% de forma
sendo que 5,7% apresentavam idade mista. Evidencia-se uma ausência de
inferior a 50 anos e 20% acima de 80 anos. integralidade em relação às ações e serviços
de saúde voltados a esse grupo de pacientes,

Journal of Applied Pharmaceutical Sciences – JAPHAC, 2016; 3(1): 28-40.


Foppa et al., 2016 33

as quais se restringem ao mero estudo para a população acometida pela DP


fornecimento de medicamentos. É no Brasil.
importante ressaltar que os pacientes
atendidos pelo serviço público eram, a Perfil Clínico
maioria, encaminhados a um único médico Na DP devido à característica
que trabalhava como voluntário na progressiva e crônica, a QV é considerada
Associação de Parkinson de Santa Catarina como desfecho primário, uma vez que
(APASC). mantê-la nesses indivíduos é um dos
Devido à semelhança entre as grandes desafios27. A Tabela 1 demonstra
características do grupo estudado com os escores de QV dos participantes do
dados de outros estudos sobre a população estudo.
brasileira pode-se extrapolar os dados deste

Tabela 1 - Escore de qualidade de vida (PDQ-39) dos indivíduos com DP atendidos pelo CEAF em
Florianópolis participantes do estudo (59).
Escore PDQ-39
Domínios do PDQ-39
Média Desvio padrão
Geral 35,25 18,08
Mobilidade 39,71 29,229
Atividade diária 41,34 28,846
Bem estar emocional 37,76 20,267
Estigma 25,14 27,738
Suporte social 14,1 19,546
Cognição 36,63 22,004
Comunicação 21,47 20,771
Desconforto corporal 45,41 25,154

Observa-se que os domínios mais Do total de pacientes somente 37,1%


afetados na população em estudo estão necessitavam da ajuda de um cuidador para
relacionados com os sintomas motores realizar as atividades diárias, incluindo a
(desconforto corporal, atividade diária e administração de medicamentos. A
mobilidade), seguidos pelo presença de cuidador conferiu piora na
comprometimento emocional, com percepção dos pacientes com relação a sua
diferença estatisticamente significativa de QV com diferenças significativas nos
suas frequências (<0,001). Alguns estudos escore geral (p=0,007), de mobilidade
relatam que prejuízos no desenvolvimento (p<0,001) e de atividade diária (p=0,002).
de atividades motoras são considerados um Para Carot-Artal et al.29 e Silva et al.28, com
dos grandes responsáveis pela piora na QV a progressão da doença e a redução da
de indivíduos com DP28, uma vez que agem mobilidade corporal ocorrem crescentes
como precursores de outras limitações, limitações para realizar atividades da vida
sendo que o tremor apresenta maior diária, o que reflete na independência do
associação com a dimensão mental e a indivíduo com DP, levando-o a necessitar,
rigidez com a dimensão social. muitas vezes, de um cuidador. Dessa forma,
a presença do cuidador pode estar
relacionada à maior incapacidade do

Journal of Applied Pharmaceutical Sciences – JAPHAC, 2016; 3(1): 28-40.


Foppa et al., 2016 34

indivíduo com DP, e, como consequência, 39 são as disautonomias. Trata-se de sinais


pior percepção da sua QV. e sintomas não motores que ocorrem devido
O desconforto corporal apresenta-se ao envolvimento de áreas externas ao
como fator de grande relevância na piora da sistema dopaminérgico nigroestriatal, aliado
QV, sendo que 39% dos pacientes relataram ao envolvimento do sistema nervoso
dores e 8,3% câimbras. Letro et al.30 autonômico periférico, sendo eles: disfagia,
verificaram que a dor na DP está associada disfunções cardiovasculares, urogenital,
aos sintomas motores, especialmente à termorregulatória, respiratória e
31
acinesia e à rigidez. Isso gera, além de gastrointestinal . Observa-se na Figura 1
desconforto, comprometimento da que as disautonomias mais frequentes
mobilidade e, como consequência, prejuízo foram a constipação (43%), alteração na
na atividade diária. fala (36%), disfagia (28%) e disfunção
Outros sinais e sintomas que foram urinária (28%), com diferença
observados como responsáveis pelo estatisticamente significativa entre suas
comprometimento na QV dos pacientes frequências observadas (p<0,001).
com DP e que não são avaliados no PDQ-

Figura 1 - Frequência de disautonomias nos indivíduos com DP atendidos pelo CEAF em Florianópolis
participantes do estudo (n=70).

disfunção sexual
deglutiçao
emagrecimento
Disautonomias

sialorréia
disfunção gástrica
hipotensão
disfunção urinária
disfagia
voz baixa/rouca
constipação

0 5 10 15 20 25 30 35
Número de individuos com DP

Com relação às comorbidades A cognição dos pacientes esteve


neurológicas, houve predomínio da associada ao nível de escolaridade
demência associada à DP (28%), seguida de (p<0.001). De acordo com o ponto de corte
distúrbio do sono REM (22,2%) e insônia para o MEEM proposto por Brucki et al.35,
(19,4%), sendo os distúrbios do sono os esses pacientes apresentaram um déficit de
sintomas que mais acometem os pacientes cognição, com valores inferiores aos de
estudados. referência de acordo com a escolaridade,
Três grandes estudos32,33,34 conforme descrito na Tabela 2. Esses dados
encontraram diferentes frequências para as demonstram que apesar de os pacientes com
morbidades autossômicas e neurológicas, DP apresentarem uma escolaridade alta, o
porém foram unânimes em afirmar a seu déficit cognitivo, devido à evolução da
relevância clínica de tais sintomas não doença, gera a necessidade de cuidados em
motores na QV do indivíduo com DP. saúde diferenciados.

Journal of Applied Pharmaceutical Sciences – JAPHAC, 2016; 3(1): 28-40.


Foppa et al., 2016 35

Tabela 2 - Correlação da cognição com o nível de escolaridade dos indivíduos com DP atendidos pelo
CEAF em Florianópolis participantes do estudo (N=49).
MEEM
Escolaridade n (Média±DP) Pontos de corte* – MEEM Brucki et al. (2003)
Analfabeto 3 18,0±5,3 20 para analfabetos
1-3 anos 4 21,2±0,9 25 para um a quatro anos de estudo
4 - 8 anos 11 25,0±3,5 26,5 para cinco a oito anos de estudo
>8anos 31 26,7±2,6 28 para 9 a 11 e 29 para mais de 11 anos de estudo
Total 49 25,3±3,7
*Fez-se uma aproximação dos pontos de corte com os níveis de escolaridade usados neste estudo. Teste
de ANOVA. p<0.001

As patologias mais frequentes anteriormente, outros fatores interferem na


encontradas nesse grupo de indivíduos com QV e devem ser foco de monitoramento e
DP foram: Hipertensão Arterial Sistêmica intervenção farmacêutica. Além disso,
(HAS) (37%); Dislipidemia (29%); Diabete somente conhecendo e compreendendo
mellitus (DM) (17%), osteoporose (17%) e todos os sintomas e as comorbidades que
distúrbios gástricos (15%), sendo que este envolvem a DP, o farmacêutico conseguirá
último pode ser também considerado como avançar para um atendimento pautado na
comorbidade associada à DP ou reação lógica do acolhimento e na integralidade do
adversa à medicação. cuidado e, dessa forma, terá uma
O tempo de diagnóstico de DP nos contribuição legitima na QV do paciente e,
pacientes da amostra por um neurologista, consequentemente, do seu núcleo familiar.
no momento da coleta de dados,
apresentou-se em maior proporção nas Perfil Medicamentoso
seguintes faixas: 2 a 5 anos desde (32,9%) e A média de medicamentos
5 a 10 anos (34,3%). Diferentemente de utilizados, incluindo os referentes ao
outros estudos27, 29, o tempo de diagnóstico tratamento da DP, comorbidades e de outras
não foi determinante para a percepção de patologias, foi de 6,8 medicamentos por
piora na QV, exceto no domínio pacientes (desvio padrão = 3,1
desconforto corporal (p=0,040). Porém, medicamentos por paciente). Trata-se de
com o tempo, ocorre progressão dos pacientes polimedicados, cuja progressão
sintomas e o aparecimento de complicações da doença e o perfil de segurança do seu
do tratamento que geram piora no tratamento requerem a adição de mais
desempenho de todas as atividades, sejam medicamentos36.
elas motoras ou cognitivas28. A utilização concomitante de vários
O conhecimento das características medicamentos merece atenção especial,
clínicas do grupo para o qual se pretende pois medicamentos são substâncias
ofertar um serviço clínico farmacêutico é químicas que podem interagir entre si,
fundamental, visto que para se avaliar a desencadeando respostas indesejadas ou
efetividade e segurança de um tratamento, iatrogênicas37, acarretando na diminuição
seja farmacológico ou não farmacológico, é da eficácia, potencialização do efeito e
preciso que o profissional conheça todas as aparecimento de efeitos adversos.
particularidades da doença, de modo a Do total da amostra, 87,1% tinham
prepará-lo para a prática junto ao paciente. pelo menos um PRM na primeira consulta
Na DP esse conhecimento ganha ainda mais farmacêutica. Destaca-se o PRM de não
importância, uma vez que a DP é muitas adesão ao tratamento medicamentoso, o
vezes resumida a uma “desordem de qual foi medida pelo questionário de
movimentos”. Porém, como visto Moriski-Green-Levine e pela entrevista

Journal of Applied Pharmaceutical Sciences – JAPHAC, 2016; 3(1): 28-40.


Foppa et al., 2016 36

clínica, sendo que 60% e 53% dos potencializar o seu efeito


pacientes, respectivamente, eram não antiparkinsoniano44. Isso justifica o número
aderentes ao tratamento. As elevado de pacientes que utilizam a
consequências clínicas da não adesão ao associação de levodopa+pramipexol.
tratamento antiparkinsoniano incluem a A adição da amantadina à terapia
perda da função motora e a redução da antiparkisoniana justifica-se,
principalmente, pela sua eficácia na redução
QV38,39. O serviço clínico farmacêutico
das discinesias, porém as evidências desse
contribui para a melhora da adesão ao
efeito são para curto prazo, por um período
tratamento40, o que pode resultar na de seis a doze meses, sendo que não há
redução de custos, uma vez que diminui dados suficientes para avaliação a longo
internações, medicamentos de suporte e prazo31,45. Dentre os 10 pacientes (15%) que
outros cuidados, incluindo consulta utilizavam o esquema levodopa+
médica41. pramipexol+amantadina, 47,7% deles
Em relação ao tratamento da DP, os apresentavam tempo de diagnóstico
esquemas terapêuticos foram compostos por superior a 10 anos. Estes pacientes podem
medicamentos de todas as classes estar experimentando efeitos adversos do
terapêuticas utilizadas para DP disponíveis uso prolongado do levodopa, justificando o
no mercado, os quais variaram de uso de amantadina. Outra possibilidade é a
monoterapêutico (10%), duplo (53%), triplo amantadina e o pramipezol estarem sendo
(32%) e quádruplo (6%). É importante acrescentados na terapia com levodopa
ressaltar que o esquema monoterapêutico como forma de viabilizar a redução da dose
pode ter sido subestimado, uma vez que, deste último44.
para compor a amostra o paciente deveria A depressão é considerada por
estar cadastrado no CEAF e, dessa forma, muitos autores como uma das principais
não foram incluídos aqueles que utilizam responsáveis pela piora na QV de pacientes
apenas levodopa, o qual é fornecido pelo com DP e exerce influência sobre os
Componente Básico da Assistência sintomas físicos e cognitivos, o que,
Farmacêutica (CBAF). Com relação às contribui para um quadro de isolamento
combinações de medicamentos usadas por social28. Neste grupo, 24 pacientes tomavam
este grupo, percebe-se que há um algum medicamento da classe dos
predomínio do esquema duplo de levodopa antidepressivos. Dez medicamentos
+ pramipexol (44,5%), seguida da diferentes foram prescritos, sendo que as
associação tripla entre amantadina + classes predominantes foram inibidores da
levodopa + pramipexol (15,3%). recaptação de serotonina (ISRS), seguido de
O tratamento mais eficaz e de antidepressivos tricíclicos (ATC), sendo os
primeira escolha para os sintomas motores mais prescritos escitalopram (7 pacientes) e
da DP, na maioria dos casos, é levodopa42, sertralina (5 pacientes), ambos ISRS.
porém, devido ao seu perfil de segurança Com relação ao distúrbio do sono, 28
restrito, com o surgimento de flutuações pacientes possuíam tratamento
motoras e discinesias com o decorrer do farmacológico instituído. O clonazepam foi
tempo, são necessárias alterações na dose o medicamento mais utilizado por estes
e/ou frequência de administração ou terapia pacientes (75%). Esse perfil de prescrição
complementar43. Assim, levodopa muitas está de acordo com o recomendado pela
vezes é usado em associação com os Academia Brasileira de Neurologia (ABN),
agonistas dopaminérgicos a fim de reduzir a sendo o clonazepam o fármaco de escolha
sua dose e, dessa forma, superar tais efeitos para distúrbio do sono REM31. É importante
adversos do seu uso prolongado, além de ressaltar que em 4,2% dos casos havia a

Journal of Applied Pharmaceutical Sciences – JAPHAC, 2016; 3(1): 28-40.


Foppa et al., 2016 37

adição de outro medicamento, além do sociedade”. Alguns trabalhos relatam que a


clonazepam, para essa mesma condição presença do farmacêutico na equipe
clínica. multidisciplinar promove um benefício
Para demência na DP, nove pacientes clínico para pacientes com DP, acarretando
utilizavam algum medicamento: donepezila melhora na QV e, por isso, é considerado
(4 pacientes), rivastigmina (3 pacientes) e uma valiosa ferramenta para o cuidado de
galantamina (2 pacientes). Apenas um indivíduos com DP47,48. Assim, qualificar o
paciente utilizava a memantina. É acesso ao medicamento por meio de
importante ressaltar que dentre os 9 serviços que garantam a efetividade e a
pacientes, somente quatro tinham segurança terapêutica, e dessa forma
diagnóstico de Alzheimer. Segundo a melhore/mantenha a QV da população,
ABN31 não há evidências suficientes para deve ser foco de atuação do farmacêutico.
sugerir o tratamento de escolha para a
demência na DP. Antes de iniciar uma nova Limitações do Estudo
terapia deve-se avaliar a existência de um Como limitação está o fato de que
diagnóstico de depressão e a possibilidade por ser uma doença debilitante, que gera
de descontinuar ou reduzir a dose de dificuldade de deslocamento, algumas
medicamentos anticolinérgicos, seguido por consultas foram feitas com o cuidador e,
amantadina, agonistas dopaminérgicos e dessa forma, não foi possível aplicar o
inibidores da MAO, sendo que as doses de MEEN para todos os participantes do
levodopa e inibidores da COMT também estudo. Outra limitação foi, por ser uma
podem ser reduzidas, se bem tolerados46. doença que possui um componente
Com relação à psicose, seis pacientes emocional importante, alguns pacientes
faziam uso de alguma medicação. Desses, optaram por não responder ao PDQ-39,
83,3% tomavam quetiapina, dado que visto que este seria capaz de trazer à tona
contrasta com a recomendação da ABN, a sentimentos que poderiam deixá-los ainda
qual afirma que clozapina é o medicamento mais fragilizados.
com maior evidência de eficácia para tratar
a psicose associada à DP31. Esse desacordo Conclusões
é explicado por alguns autores que afirmam Os dados apresentados reforçam a
que devido ao risco de leucopenia associado necessidade de um cuidado personalizado
ao uso de clozapina, o que requer ao paciente com DP, a qual poderá ser
monitoramento de parâmetros laboratoriais suprida com a implantação de um serviço
constante, e à efetividade que a quetiapina farmacêutico clínico que contribuirá para a
tem demonstrado no tratamento de psicose melhora na qualidade de vida, através de
associada à DP sem exacerbações resultados clínicos e humanísticos mais
excessivas de sintomas motores, esta tem satisfatórios. A maioria dos pacientes deste
sido considerada a terapia de primeira estudo são idosos, polimedicados,
escolha pelos prescritores45,46. apresentaram pelo menos um PRM,
Um serviço farmacêutico clínico possuem prejuízos cognitivos e dificuldade
direcionado a esse grupo de pacientes tem de adesão ao tratamento e, não tem acesso a
sua importância devido às inúmeras integralidade dos serviços de saúde pelo
necessidades relacionadas à farmacoterapia SUS. Associado a isso, existem
as quais estes estão expostos. Oliveira15 particularidades intrínsecas ao tratamento
afirma que “é preciso garantir a utilização da DP e de suas comorbidades que torna o
adequada dos medicamentos de forma que tratamento do paciente com DP bastante
estes conduzam aos melhores resultados complexo.
possíveis para o paciente e para a

Journal of Applied Pharmaceutical Sciences – JAPHAC, 2016; 3(1): 28-40.


Foppa et al., 2016 38

Referências
10 Organização Panamericana de Saúde /
1 Goedert M, Spillantini MG, Del Tredici Organização Mundial de Saúde. Servicios
K, Braak H. 100 years of Lewy pathology. farmacéuticos basados en la atención
Nature Reviews Neurology. 2013 Jan;9 primaria de Salud. Documento de posición
(1):13-24. de la OPS/OMS. Washington: OPS; 2013.

2 Massano J. Doença de Parkinson: 11 Moullin JC, Sabater-Hernández D,


Actualização Clínica. Acta médica Fernandez-Llimos F, Benrimoj SI. Defining
portuguesa. 2011; 24(supl.4): 827-834. professional pharmacy services in
community pharmacy. Research in Social
3 Wirdefeldt K, Adami HO, Cole and Administrative Pharmacy. 2013; 9(6):
P, Trichopoulos D, Mandel J. 989-995.
Epidemiology and etiology of Parkinson’s
disease: a review of the evidence. European 12 Correr CJ, Otuki MF, Soler O.
Journal of Epidemiology. 2011 Jun; 8(1): 1- Assistência farmacêutica integrada ao
58. processo de cuidado em saúde: gestão
clínica do medicamento. Revista Pan-
4 Santos VL. Perfil epidemiológico da Amazônica de Saúde. 2011; 2(3): 41-49.
Doença de Parkinson no Brasil [Trabalho
de conclusão de curso]. Brasilia: 13 Conselho Federal de Farmácia.
UniCEUB; 2015. Resolução Nº 585 de 29 de agosto de 2013.
Regulamenta as atribuições clínicas do
5 Braak H, Bohl JR, Müller CM, Rüb U, farmacêutico e dá outras providências.
de Vos RA, Del Tredici K. Stanley Fahn Disponível em:
Lecture 2005: The staging procedure for http://www.cff.org.br/userfiles/file/resoluco
the inclusion body pathology associated es/585.pdf
with sporadic Parkinson’s disease
reconsidered. Movement Disorders. 2006; 14 Conselho Federal de Farmácia.
21(12): 2042–2051. Resolução Nº 572 de abril de 2013. Dispõe
sobre a regulamentação das especialidades
6 Bernal-Pacheco O, Limotai N, Go CL, farmacêuticas, por linhas de atuação.
Fernandez HH. Nonmotor Manifestations Disponível em:
in Parkinson Disease. The Neurologist. http://www.cff.org.br/userfiles/file/resoluco
2012; 18(1): 1-16. es/572.pdf

7 Grosset KA, Bone I, Grosset DG. 15 Oliveira DR. Atenção Farmacêutica: da


Suboptimal Medication Adherence in filosofia ao gerenciamento da terapia
Parkinson’s Disease. Movement Disorders. medicamentosa. 1ª edição. São Paulo: RCN,
2005; 20(11): 1502-1507. 2011. 328.

8 Halliday GM, Mccann H. The 16 Viswanathan M, Kahwati LC, Golin


progression of pathology in Parkinson’s CE, Blalock SJ, Coker-Schwimmer
disease. Annals New York Academy E, Posey R, Lohr KN. Medication therapy
Sciences. 2010; 1184: 188-195. management interventions in outpatient sett
ings: a systematic review and meta-
9 Soares L, Diehl EE, Leite SN; Farias MR. analysis. JAMA Intern Med. 2015; 175(1):
A model for drug dispensing service based 76-87.
on the care process in the Brazilian health
system. Braz J Pharm Sci, 2013; 49(1):
107-116. 17 Cipolle RJ, Strand LM, Morley PC.
Pharmaceutical care practice: The patient-
centered Approach to Medication

Journal of Applied Pharmaceutical Sciences – JAPHAC, 2016; 3(1): 28-40.


Foppa et al., 2016 39

Management Services, 3ª edition. United


State of America. 2012. 697
26Instituto De Pesquisa Econômica
18 Machuca M, Fernández-Llimós F, Faus Aplicada – IPEA [Internet]. 2013. Atlas do
MJ. Método Dáder: Manual de desenvolvimento humano no Brasil 2013.
Acompanhamento Farmacoterapêutico. Perfil do município de Florianópolis SC.
Granada: GIAF-UGR. 2003. Disponível em:
(http://atlasbrasil.org.br/2013/perfil_print/fl
19 Souza RG, Borges V, Silva SM, Ferraz orianopolis_sc).
HB. Quality of life scale in Parkinson's
disease PDQ-39 - (Brazilian Portuguese 27 Navarro-Peternella FM, Marcon SS.
version) to assess patients with and without Qualidade de vida de indivíduos com
levodopa motor fluctuation. Arquivos de Parkinson e sua relação com tempo de
neuro-psiquiatria. 2007; 65(3B): 787-791. evolução e gravidade da doença. Revista
Latino-americana de Enfermagem. 2012;
20 Brasil. Ministério da Saúde. Caderno de 2(20): 1-8.
Atenção Básica - n.º 19. Série A. Normas e
Manuais Técnicos. Envelhecimento e Saúde 28 Silva JAMG, Dibai Filho AV, Faganello
da pessoa idosa. Brasilia. 2006. FR. Measurement of quality of life for
individuals with Parkinson’s disease
21 Morisky DE, Green LW, Levine, DM. through the questionnaire PDQ-39.
Concurrent and predictive validity of a self- Fisioterapia em Movimento. 2011; 24(1):
reported measure of medication adherence. 141-146.
Medical Care.1986; 24(1): 67-74.
29 Carod-Artal FJ, Vargas AP, Martinez-
22 De Lau LML, Breteler MMB. Martin P. Determinants of Quality of Life
Epidemiology of Parkinson’s disease. in Brazilian Patients with Parkinson’s
Lancet neurology. 2006; 5(6): 525-535. Disease. Movement Disorders. 2007;
22(10): 1408-1415.
23 Di Caudo C, Luquin MR. Enfermedad
de Parkinson. Medicine. 2011; 10: 8-15. 30 Letro GH, Quagliato EM, Viana AA.
Pain in Parkinson's disease. Arquivos de
24 Instituto Brasileiro De Geografia E Neuro-psiquiatria. 2009; 67(3): 591-594.
Estatística – IBGE [Internet]. 2013.
Ranking de proporção de raças: Santa 31 Tosta ED, Rieder CRM, Borges V,
Catarina tem a maior proporção de brancos Correa Neto Y. Doença de Parkinson:
do país. [citado em 9 de janeiro de 2013]. recomendações. 1ª edição. São Paulo:
Disponível em: Omnifarma; 2010.
http://portalsobresantacatarina.com.br/ranki
ngs/ranking-de-proporcao-de-racas-santa- 32 Hely MA, Morris JG, Reid WG,
catarina-tem-a-maior-proporcao-de- Trafficante R. Sydney Multicenter Study of
brancos-do-pais/ Parkinson’s disease: non-L-dopa-
responsive problems dominate at 15 years.
25 Ceres Inteligência Financeira [Internet]. Movement Disorders. 2005; 20(2): 190-
Belo Horizonte/Minas Gerais. 2012. Estudo 199.
dos Indicadores Socioeconômicos da
População Negra da Grande Florianópolis; 33 Hely MA, Reid WG, Adena MA,
[março 2012] Disponível em Halliday GM, Morris JG. The Sydney
http://www.cfh.ufsc.br/~nuer/arquivos/r- Multicenter Study of Parkinson’s Disease:
rrqimghvql_estudo-socioeconomico-da- The Inevitability of Dementia at 20
populcao-negr.pdf years. Movement Disorders. 2008; 23(6):
837-844.

Journal of Applied Pharmaceutical Sciences – JAPHAC, 2016; 3(1): 28-40.


Foppa et al., 2016 40

34 Barone P, Antonini A, Colosimo C, 41 Davis KL, Edin HM, Allen JK.


Marconi R, Morgante L, Avarello TP, Prevalence and Cost of Medication
Bottacchi E, Cannas A, Ceravolo G, Nonadherence in Parkinson´s Disease:
Ceravolo R, Cicarelli G, Gaglio RM, Giglia Evidence from Administrative Claims Data.
RM, Iemolo F, Manfredi M, Meco G, Movement Disorders. 2010; 25(4): 474-
Nicoletti A, Pederzoli M, Petrone A, Pisani 480.
A, Pontieri FE, Quatrale R, Ramat S, Scala
R, Volpe G, Zappulla S, Bentivoglio AR, 42 Nicholls JG, Martin AR, Fuchs PA,
Stocchi F, Trianni G, Dotto PD. The priamo Brown DA, Diamond ME, Weisblat DA.
study: a multicenter assessment of From Neuron to Brain, 5ª edition.
nonmotor symptoms and their impact on Massachusetts: Sinauer Associates; 2012:
quality of life in Parkinson’s disease. 525-526.
Movement Disorders. 2009; 24(11): 1641-
1649. 43 Goodman LS, Gilman AG, Brunton LL.
As bases farmacológicas da terapêutica. 11ª
35 Brucki SMD, Nitrini R, Caramelli P, edição. Rio de Janeiro: McGraw Hill; 2006:
Bertolucci PH, Okamoto IH. Sugestões para 471-479.
o uso do Mini-Exame do Estado Mental no
Brasil. Arquivos de neuro-psiquiatria. 2003; 44 Brasil, Ministério da Saúde.
61(3): 777-781. Departamento de Ciência, tecnologia e
Insumos Estratégicos. Protocolos Clínicos e
36 Prediger RD, Bortolanza M, Issy CCA, Diretrizes Terapêuticas do Ministério da
Dos Santos BL, Bel ED, Vozari RR. Saúde. Doença de Parkinson. Brasília:
Dopaminergic neurons in Parkinson's Ministério da Saúde; 2010. Disponível em:
disease. In: Kostrzewa R. Handobook of http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pd
Neurotoxicity. New York:Springer-Verlag; f/pcdt_doenca_parkinson_livro_2010.pdf
2013: 1-36
45 Müller T. Drug therapy in patients with
37 Souza PM, Santos-Neto LL, Kusano LT. Parkinson’s disease. Translational
E. Diagnóstico e controle da polifarmácia Neurodegeneration. 2012; 1(1): 1-10.
no idoso. Revista de Saúde Pública. 2007;
41(6): 1049-1053. 46 Wood LD, Neumiller JJ, Setter SM,
Dobbins EK. Clinical review of treatment
38 Grosset KA, Grosset DG. Effect of options for select nonmotor symptoms of
educational intervention on medication parkinson’s disease. The American Journal
timing in Parkinson's disease: a randomized of Geriatric pharmacotherapy. 2010; 8(4):
controlled trial. BMC Neurology. 2007; 7: 294–315.
1-6.
47 Schroder S, Martus P, Odin P, Schaefer
39 Brooks DJ. Optimizing levodopa M. Drug-related problems in Parkinson’s
therapy for Parkinson’s disease with disease: the role of community pharmacists
levodopa/carbidopa/entacapone: in primary care. Int J Clin Pharm. 2011;
implications from a clinical and patient 33(4): 674–682.
perspective. Neuropsychiatric Disease and
Treatment. 2008; 4(1): 39–47. 48 Poon LH, Lee AJ, Chiao TB., Kang GA,
Heath S, Glass GA. Pharmacist’s role in a
40 Al-Azzam SI, Alzoubi KH, AbuRuz S, Parkinson’s disease and movement
Alefan Q. Drug-related problems in a disorders clinic. Am J Health-sys Pharm.
sample of outpatients with chronic diseases: 2012; 69(6): 518-520.
a cross-sectional study from Jordan. Journal
of Therapeutics and Clinical Risk
Management. 2016; 12: 233-239.

Journal of Applied Pharmaceutical Sciences – JAPHAC, 2016; 3(1): 28-40.

View publication stats

Você também pode gostar