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Pós Graduação em Direito Constitucional

Aula 01 – 18/3/2019 – Teoria Geral do Estado / AVALIAÇÃO – Data entrega: 29/3/2019


Pauloh.gurjao@gmail.com

Bibliografia:

– Elementos de Teoria Geral do Estado – Dallari - Saraiva


– Teoria do Estado – Paulo Bonavides - Malheiros
– Ciência Política – Paulo Bonavides - Malheiros
– Constituição aberta – Paulo Bonavides – Malheiros
– Curso de Teoria do Estado e Ciência Política – Celso Riberiro Bastos – Saraiva
– Hermenêutica filosófica e constitucional - Rodolfo Viana Pereira – Ed. DelRey

1 – Objetivos de uma teoria geral

a) conhecer as instituições: conhecer as representações do Estado – dar concretude ao Estado que é


uma ficção (art. 2º da Constituição Federal)

b) Permite conhecer problemas sociais, pretendendo encontrar soluções.

c)Servir de fundamento para enter o direito constitucional.

**** AVALIAÇÃO ***** Conceito de TGE


Conceito de Teoria Geral do Estado: A teoria geral do Estado é uma disciplina síntese, que sintetiza
diversas disciplinas, não possuindo metodologia definida para obter conhecimento sobre a mesma.

- Fato Social
Estado
- Ordem

Este Estado é o Estado Moderno, que surgiu no Sec. XVI, no Principe de Nicolau Maquiavel -
1516. O seu livro não é teórico, mas empírico. É relevante do ponto de vista teórico porque
demonstra a necessidade do Estado em controlar as instituições. Não serão estudados os Estados
anteriores porque o interesse da matéria é o estudo das atuais instituições e de seus fundamentos de
existência.

- Hobbes/ Locke * → Naturalismo x Contratualismo


*Ambos são contratualistas.

Surgimento da TGE: Alemanha – 1900 – livro chamado de “Teoria Geral do Estado”, escrito por
Georg Jellineck – Escreveu sobre o funcionamento das instituições politicas alemã do sec. XX.
Estudou tanto a República Alemã como Estado, como aprofundou a filosofia e ciência política que
ele estava inserido. (Marco inicial do Estudo da disciplina)

Objeto da TGE: Existem três teorias para explicar. Relação entre o que é, o que acontece e o que as
instituições deveriam fazer.
a) Filosofia do Estado → Dever ser = Valores éticos ou consciência moral coletiva – Se funcionasse
serviria de limites para novas constituições como limitador do poder constituinte originário.

b) Sociologia do Estado → Estudar a realidade do funcionamento das instituições. Estudar o Estado


a partir das instituições que representam o Estado. Não é suficiente porque em alguns casos precisa
partir de questões hipotéticas.

c) Formalismo jurídico → Estuda o Estado considerando o ordenamento jurídico e como as


instituições. Se fosse suficiente, não se discutiria a ineficácia ou insuficiência da norma.

d) Culturalismo realista → Criado por Miguel Reale, reconhece a insuficiência das três teorias
anteriores. Reune todas as teorias anteriores. O estado é produto de uma interação cultural que parte
do conceito de sociedade, para entender as orientações sociais e melhorar a vida em sociedade.

D1) Conceituação Sociológica: Estuda a origem e evolução do Estado.


D2) Conceituação jurídica: estuda o ordenamento e a personificação do Estado (O Estado enquanto
sujeito).
D3) Culturalismo realista: considera que existe uma doutrina da justificativa ou concepção quanto
às finalidade do Estado.

4. Método

AULA 01 – Parte 02 – A Sociedade

Não está falando do emento subjetivo do Estado, mas sim sociedade do ponto de vista
estrutural. O povo – elemento subjetivo do estado - não é sinônimo de sociedade.

1. Liberdade → Primeira premissa: dotada de universalidade


→ Segunda premissa: Limitações constitucionais – não é uma garantia absoluta

Porque a gente se mantém em sociedade? Se temos direito universal à liberdade porque escolhemos
viver em sociedade? É uma opção ou vivemos desta forma?

2. Teorias da Origem da Sociedade: AVALIAÇÃO - Diferenciação

2.1. Teoria Naturalista (Sociedade Natural): A sociedade é formada a partir de um


“impulso associativo natural”. O homem é um ser naturalmente político, vez que
ninguém consegue viver sozinho e é necessária a associação para vida em sociedade. O
Estado é uma ficção criada a partir do impulso associativo natural.

A existência do impulso natural indica o fundamento de uma consciência


coletiva.

2.2. Teoria Contratualista: As sociedades surgem de acordo geral de vontades, o


qual faz surgir diversas outras relações específicas que sempre serão acordadas.
2.2.1) Contratualismo em Thomas Hobbes (1651) - “O Leviatã” → Assina o contrato
em virtude do seu estado de natureza – o homem é o lobo do homem. A natureza humana
é conflitiva. Criou as leis da natureza → contenção da vontade humana com base
natureza. Leis naturais: a) Cada homem precisa lutas pela “paz” = paz social/
coletividade e não paz subjetiva; b) Cada homem deve renunciar ao direito de satisfazer-
se em prol da coletividade. Obs: O controle do Estado de natureza representa o novo
papel para as instituições estatais, que envolverá a existência de condições para aplicação
das leis da natureza.

2.2.2) Contratualismo mitigado – Acordo hipotético de vontades – Nega a existência


de estado conflitivo. Não existiria o contrato social que teria a necessidade de controlar
conflitos. Reconhece uma consciência coletiva de que o funcionamento das instituições e
sociedades é algo suficiente para a vida em sociedade.

Conceito de origem das sociedades: Envolveu questões naturalistas e contratualistas.

AULA 01/ Parte 02 - Elementos Característicos da Sociedade

a) Finalidade Social: “Bem coletivo de fruição de direitos e garantias fundamentais. Este deveria
ser a finalidade do Estado. A sociedade deveria ter a mesma finalidade do Estado. Bem comum:
momento institucional que tem condições de satisfazer as requisições da dignidade da pessoa
humana (autodeterminação, mínimo existencial para viver – direitos sociais - e respeito à dignidade
alheia – aspecto coletivo da dignidade). Quando estas questões estiverem promovidas, ter-se-á o
bem comum.

AULA 02 – 19/3/2019

b) Poder social: É a ideia de que existirá produção política, produção normativa vinculante que
representa imposição social. O poder social parte das noções de vinculação e legitimidade.

Vinculação: O poder institucional do Estado. Equivale a poder político. É elemento


necessário. A sociedade somente irá se organizar se tiver uma ordem. A vinculação parte
da necessidade de organização, uma necessidade que envolve organização.

Legitimidade = Reconhecimento. O poder social reconhecer ele como poder de


organização. O reconhecimento parte do processo de objetivação. Somente existirá
condições para que o Poder Social se legitime (institucional) diante de instituições
estatais que o representem. O Estado é legitimo porque ele é a representação do poder
social da sociedade. A legitimidade acaba condicionando o poder político do Estado.

C) Ordem social / ordem jurídica (manifestações ordenadas de poder): Tem como objetivo
o bem comum, utilizando como instrumento o poder social.

CI) Reiteração: Só será legitimo afirmar que é uma manifestação social se houver
reiteração, no sentido de ser recorrente, sendo comum à sociedade (costume). Deve ser
prensada em relação às práticas que objetivam o bem comum.

Benefícios*
- Segurança Jurídica
- Orgânica

CII) Ordem: “unidade” Ordenamento jurídico - Eficácia


- Fiscalização
- Paz social
- direitos sociais

* Quais são os objetivos de ordenar juridicamente uma sociedade?

Leitura indicada: Durkheim – As regras do método sociológico / A divisão do trabalho social

Kelsen sobre o estudo da necessidade do ordenamento social ou jurídico:

Mundo Natural (físico): causalidade. Tudo que se faz possui consequência.

Mundo ideal (humano-ético): dever-ser: imputação – relação entre conduta praticada


e conduta existente enquanto norma pertencente ao ordenamento jurídico.

Qual o papel do direito, da ciência jurídica: Para dar sentido ao controle do ordenamento como
característica social (bilateralidade).

d) Adequação: É a necessidade de adequação subjetiva das instituições de corrigir as


inadequações das falhas sociais.

- Toda sociedade não pode


desconsiderar a natureza humana.
Características que sempre estarão presentes em sociedade:
- Toda realidade social é uma
realidade complexa.

Toda adequação é realizada dentro de um conjunto social.

Problema de adequação: Escolha de supervalorizar a necessidade de ordenamento.

Dica de leitura: Maurício Duverguer – Sociologia política


Dica de podcast: Politiquês (ciência política)/ Salvo melhor juízo (direito)/ Tanques e Togas

Três elementos que define a sociedade: finalidade, poder social e necessidade de ordenação.
4. Sociedades Políticas = poder político surge da sociedade

- Sociabilidade = fenômeno social, criado no seio da sociedade não é criado


institucionalmente.

Poder social:
- Bilateralidade = reconhecimento de que o poder social é um poder que
representa a convergência de vontades e não de vontade específica.

4.1. Classificação das sociedades políticas

4.1.1. Critério quanto à voluntariedade:

4.1.1.1. Voluntárias + finalidade: Reconhecimento do poder social como escolha política


4.1.1.2. Involuntárias + finalidade: A pessoa é compulsoriamente inserida em
determinada sociedade. Viver em sociedade de forma involuntária.

4.1.2. Critérios quanto à finalidade social:

4.1.2.1. Sociedades com fins particulares: Quando consegue definir o motivo da


existência de uma sociedade, possuindo encontrar os fins específicos a que se destina.
4.1.2.2. Sociedades com fins gerais: Não consegue se balizar o sentido da sua existência,
do bem comum. A finalidade da sociedade especifica tem como finalidade o correto exercício do
poder social.

QUESTIONAMENTO: O Estado é uma sociedade política? O Estado pode ser conceituado como
sociedade política, considerando a existência de um poder social e de uma finalidade geral, porque
o bem comum é um ideal genérico.

Aula 02/ Parte 02 – DO ESTADO

1. Da origem e formação dos Estados

1.1. Teorias de origem dos Estados:

1.1.1. Estado como elemento universal: conceito que está atrelado ao conceito de
coletividade. Não se busca conceituar Estado a partir de características comuns, mas a partir da
determinação de cada coletividade. Não prospera porque não tem afirmação da estrutura do poder,
do poder político. Se o intuito é só reafirmar coletividade, não existe Estado.

1.1.2. Estado como elemento para atender necessidades sociais: parte da diferença entre
sociedade e Estado. O Estado surge para resolver os problemas da sociedade (necessidades sociais)
que lhe é antecedente.

1.1.3. Tempo específico de surgimento do Estado: Somente a reunião das características


específicas dará origem ao Estado. Vide as características mencionadas alhures.
1513 – O príncipe – Nicolau Maquiavel – Descrição do Estado de Florença
1648 – Tratado de Westifália – unificação das províncias alemãs com o surgimento
do Estado

Formação do Estado

a) Originário
b) Derivado (art. 18, §3º da CRFB)

Ler para próxima aula: art. 18, §3º da CRFB.

AULA 03 – DO ESTADO

1. Origem do Estado

1.1. Originária

1.1.1. Contratualistas: Ficção jurídica – Reunião de vontade humana para criação do


Estado.

1.1.2. Não contratualistas: São teorias desenvolvementistas. Se reconhece estruturas


antecedentes que resultaram, com o aperfeiçoamento, na criação do Estado.

1.1.2.1. Teoria não contratualista patriarcal (familial) – Encontra na família o


elemento que antecede o Estado. Significa o reconhecimento
1.1.2.2. Atos de força ou conquista (elemento territorial/ geográfico): O que deu
origem ao Estado foi o ato de força com superioridade (conquista bélica) de um grupo social em
relação a outro. A superioridade está relacionado a partir de uma superioridade na exploração
econômica.
1.1.2.3. Exploração econômica: Divisão do trabalho enquanto elemento humano. O
Estado seria estrutura necessária para promover a exploração do trabalho.
1.1.2.4. Teoria marxista de Estado: O Estado é uma ficção que permite uma exploração
econômica. Quem criou o Estado tinha o interesse de se aparelhar para explorar economicamente
alguém, uma minoria econômica ou de pessoas que não possuem condições de ser explorador
econômico. Todo o Estado é, portanto, burgues. Duas características principais do Marxismo para
dizer o que é o Estado: a) O Estado é um instrumento de exploração econômica da burguesia (o que
acumula riqueza); b) Possibilidade de Extinção do Estado: acabando com a exploração econômica
da burguesia.
1.1.2.5. Teoria do Desenvolvimento Interno: Toda coletividade em algum momento de
desenvolvimento interno, de forma natural, irá virar o Estado.

Indicações bibliográficas: 1) A origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado – Friedrich


Engels; 2) O Capital – Karl Marxs

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