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CARTOGRAFIA
2006 / 2007
Cartografia
ÍNDICE
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 4
2 CARTOGRAFIA.............................................................................................................. 6
2.5 QUADRÍCULAS..................................................................................................... 28
2.6 CONCLUSÃO........................................................................................................ 36
3 DIRECÇÕES ................................................................................................................ 37
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5 PERFIS ........................................................................................................................ 58
7.1 GEOMÉTRICOS.................................................................................................... 64
7.3 MECÂNICOS......................................................................................................... 68
8 CLASSIFICAÇÃO DE CARTAS.................................................................................... 71
9 BIBLIOGRAFIA............................................................................................................. 73
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1 INTRODUÇÃO
A topografia é a ciência que tem por objectivo a representação gráfica e a descrição de uma
zona limitada, mais ou menos extensa, da superfície terrestre, de forma a ser possível a
avaliação da sua configuração e seus recursos. Com vista à obtenção dessa representação,
que é efectuada por meio do desenho de uma carta ou planta topográfica, podem definir-se
dois grandes domínios:
- ALTIMETRIA – ramo da topografia que define a cota (distância medida na vertical entre o
plano representativo de cada acidente considerado e um plano de referência) ou altitude
(distância medida na vertical entre o plano representativo de cada acidente considerado e a
superfície do geóide) de cada acidente do terreno, para representação do relevo do terreno.
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As coordenadas astronómicas, para cada ponto, são definidas tendo em consideração a vertical no
ponto em questão, que é uma entidade física, independente da superfície de referência (elipsóide,
adoptado). As coordenadas geodésicas de um ponto são definidas através da normal ao elipsóide de
referência utilizado na representação e como tal são dependentes das suas características físicas. Os
desvios angulares entre as duas normais a um mesmo ponto podem assumir grandes proporções em
geodesia e serem responsáveis por resultados discordantes, até então atribuídos aos erros das
observações.
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2 CARTOGRAFIA
A Cartografia tem por objectivo representar num plano a superfície terrestre. Para o efeito
estuda e utiliza sistemas de representação plana e sistemas de projecção que permitem a
transferência de coordenadas dos pontos geodésicos à superfície terrestre para as
correspondentes coordenadas sobre o plano, que constitui a base da carta. Para a definição
e utilização dos sistemas de representação plana e dos sistemas de projecção torna-se
necessário definir, à priori, a forma e dimensões da Terra.
A forma esférica foi atribuída para representação da superfície terrestre desde há vários
séculos, baseada em observações de fenómenos naturais.
Aristóteles (séc. IV A.C.) atribuiu a forma esférica à Terra uma vez que notou que no mar,
os navios desapareciam da vista, primeiro o casco e depois o mastro, em vez de se
tornarem ambas as partes progressivamente de menores dimensões, situação que ocorreria
se a Terra fosse plana.
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Cartografia
Figura 2.1 apresenta-se um esquema das relações geométricas utilizadas por Eratóstenes
na determinação do raio da Terra (Robinson et al., 1995).
Figura 2.1 - Relações geométricas utilizadas para definição do raio da esfera terrestre
(adaptado de Robinson et al., 1995)
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ii. Superfície do Geóide que é uma superfície fictícia definida de forma a ser normal
em cada ponto à vertical do lugar. A superfície do geóide, tal como a superfície física,
não é adequada ao cálculo das coordenadas da rede de triangulação geodésica uma
vez que não é possível a sua tradução matemática. A superfície do geóide é a
superfície de referência, utilizada em cartografia, para a realização de cálculos
altimétricos, e coincide com o nível médio das águas do mar, supostamente
prolongado sob os continentes, descontando a ondulação provocada pelo vento e a
influencia das marés (função das posições relativas da Terra, Lua, Sol e dos outros
planetas do Sistema Solar);
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Vários elipsóides de referência tem sido adoptados e utilizados ao longo dos tempos e em
várias situações diferentes, verificando-se que actualmente quase todos os países da
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No Quadro 2.1 são apresentadas as dimensões propostas para vários elipsóides, bem como
o correspondente achatamento, obtido através da relação entre a diferença dos
comprimentos dos semi-eixos maior e menor e o comprimento do semi-eixo maior. As
diferenças encontradas para os comprimentos dos semi-eixos e correspondentes
achatamentos, nos diversos elipsóides de referência apresentados, são devidas a diferentes
2
John Fillmore Hayford (1868 – 1925). Eminente geodesista norte-americano que determinou as
condições de construção do elipsóide internacional.
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Como se pode verificar através da análise do Quadro 2.1 os elipsóides adoptados para a
representação da superfície terrestre caracterizam-se por possuir pequeno achatamento o
que permite concluir que de facto a forma da Terra se aproxima da de uma esfera.
Assim, para representações planimétricas pode aceitar-se a hipótese da Terra Plana desde
que a extensão da zona a representar não exceda 25-30 km, e para representações
altimétricas a extensão da zona a representar não deverá exceder 150-200 m.
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Existem três tipos de superfícies geométricas nas quais se apoiam, pelo menos
parcialmente, a maior parte das projecções cartográficas efectuadas. Essas superfícies são
a superfície cilíndrica, a superfície cónica e a superfície plana e definem, respectivamente,
as projecções cilíndricas, cónicas e azimutais.
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Figura 2.7 - Projecção cilíndrica tangente directa (A), transversa (B) e oblíqua
(C)
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A Figura 2.9 mostra o aspecto das deformações introduzidas pela projecção cilíndrica (seja
ela directa, transversa ou oblíqua). Como se vê, as deformações aumentam de forma
significativa à medida que aumenta a distância à linha de tangência (A). No caso de a
projecção ser secante (B), as deformações aumentam também à medida que cresce a
distância às linhas de secância, com a diferença de, neste caso, o factor de escala (relação
entre as distâncias medidas sobre a superfície de referência e a superfície da projecção) na
zona situada entre as linhas de secância seja inversa à que se verifica nas zonas exteriores.
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Johann Carl Friedrich Gauss (1777-1855). Famoso matemático, astrónomo e físico alemão.
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Para se obter uma projecção cónica considera-se a superfície de referência envolvida por
um cone, que lhe pode ser tangente ou secante (Figura 2.10). Existem várias projecções
cónicas diferentes, sendo que, tal como nas projecções cilíndricas, também aqui o cone
pode estar posto na posição directa, transversa ou oblíqua.
Uma das projecções cónicas mais conhecidas é a projecção cónica de Lambert. É uma
projecção conforme pois os ângulos são praticamente conservados, a alteração linear é
nula ao longo do paralelo central, aumentando para norte e para sul do mesmo. Este
sistema é utilizado em França, tendo o território sido dividido em três zonas que se
denominam Lambert Norte; Lambert Centro e Lambert Sul (Figura 2.11), e em Espanha e
na Suécia para elaboração de algumas cartas.
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Johannes Heinrich Louis Krüger (1857-1923). Geodesista alemão. Criou a projecção Gauss-Krüger.
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Tal como atrás se fez referência para o caso das projecções cilíndricas, também nas
projecções cónicas se introduzem deformações que aumentam com a distância às linhas de
tangência ou secância (Figura 2.12).
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Para a referenciação de pontos ou seja, para a definição da sua posição num plano face a
um sistema de eixos coordenados, é necessário definir processos gerais que permitam
identificar e localizar pontos de referência de uma maneira uniforme e precisa sem exigir o
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Para possibilitar a identificação de qualquer ponto da superfície terrestre, com recurso aos
sistemas de referenciação, é necessário definir para cada sistema de referenciação uma
origem ou referência, constituída por um ponto perfeitamente definido – ORIGEM – e duas
direcções de referência que se intersectem sobre a origem – EIXOS COORDENADOS. A
materialização deste esquema sobre a carta é feita através da marcação de uma quadrícula
graduada que permitirá facilmente determinar as coordenadas de qualquer ponto da carta.
• Paralelo de lugar é um círculo menor paralelo ao equador que passa pelo lugar
considerado.
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• Equador
A intersecção do Equador com o Meridiano de Greenwich permitiu definir, para origem das
coordenadas geográficas, um ponto no golfo da Guiné.
A latitude, utilizada para localizar a posição N-S de qualquer ponto, depende da curvatura
da superfície terrestre e da forma utilizada na sua representação para aproximação à
realidade. A latitude de um ponto é representada através do arco, medido sobre o meridiano
de lugar, compreendido entre o equador e o paralelo de lugar. Pode variar de 0° a 90° para
Norte ou para Sul do equador.
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A cartografia existente no nosso país utiliza dois sistemas de representação plana (Gauss e
Bonne5) e baseia-se na adopção de dois elipsóides de referência (Hayford e Bessel6),
conduzindo a 5 sistemas diferentes de coordenadas rectangulares. No Quadro 2.3 são
apresentados os sistemas utilizados na elaboração das cartas Portuguesas, com as suas
características principais:
• O datum (plural = data) que é um ponto utilizado como referência ou como base
para o estabelecimento de redes de triangulação. É um ponto, onde por
convenção se define a tangência entre as superfícies do elipsóide e do geóide, ou
seja, onde os desvios da vertical (ângulos que definem a diferença entre a vertical
de um lugar e a normal ao elipsóide) são nulos. Os desvios da vertical dão
indicação, em cada ponto, das diferenças entre coordenadas astronómicas e
coordenadas geodésicas referidas ao elipsóide; se os mesmos são nulos pode
dizer-se que as coordenadas astronómicas e geodésicas se igualam;
5
Rigobert Bonne (1729 - 1795). Eminente cartógrafo francês. A projecção de Bonne é uma projecção
pseudo-cónica, parcialmente equivalente (conserva as áreas), na qual os paralelos são representados
como arcos de círculo concêntricos. O meridiano central é uma linha recta, sendo os restantes
representados como curvas (semelhante à projecção cilíndrica transversa).
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Sistemas Cartográficos
Como referência ao Datum Castelo de S. Jorge pode referir-se que em 1787 foi inaugurado
o Observatório Astronómico da Academia das Ciências de Lisboa numa das torres do
Castelo de S. Jorge, ponto tomado para a materialização do Datum. O referido observatório
foi posteriormente demolido, tendo sido anulada a materialização do Datum. Actualmente
existe numa posição próxima, um vértice geodésico, Lisboa, que integra a rede de
triangulação geodésica.
O sistema de Bessel Bonne (SBB), como se pode verificar da análise do quadro anterior, foi
utilizado nas cartas do IPCC (Instituto Português de Cartografia e Cadastro, ex IGC -
Instituto Geográfico e Cadastral e actual IGP – Instituto Geográfico Português) nas escalas
1/100.000 e 1/50.000 e também nas cartas temáticas7 que tiveram por base as referidas
cartas do IPCC, como por exemplo a Carta Geológica de Portugal à escala 1:50.000, a
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Friedrich Wilhelm Bessel (1784 - 1846). Matemático e astrónomo alemão.
7
Cartas temáticas são cartas que evidenciam determinados aspectos específicos (ver capítulos
seguintes).
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Nas imagens da Figura 2.21 apresentam-se, para cada sistema referido, o sistema de
coordenadas rectangulares mais utilizados quer a nível nacional (Quadrícula MP e
Quadrícula UTM) quer a nível internacional, com a referenciação da sua origem e com a
correspondente orientação dos eixos coordenados.
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2.5 QUADRÍCULAS
O território é coberto por uma malha quadrangular com 100 km de lado (malha
centiquilométrica), segundo segmentos de recta paralelos aos eixos coordenados referidos.
Cada quadrado com 100 km de lado é designado por uma letra de A a Z (excepção para o I,
já que se trata de um caracter passível de ser confundido com o algarismo 1 “um”), de
Oeste para Este e de Norte para Sul, com se pode ver na Figura 2.22.
8
Daí ser frequentemente designada de origem fictícia.
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respectivo com 100 km de lado. Nas diferentes folhas das cartas que utilizam a quadrícula
militar portuguesa aparece, como indicação marginal, a letra que referencia o quadrado com
2
a área de (100 x 100) km e por baixo desta os dois algarismos referidos.
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A fracção da superfície terrestre localizada entre os paralelos 84° N e 80° S está dividida,
por meio de meridianos espaçados de 6°, em 60 fusos numerados de 1 a 60 a partir do
antemeridiano de Greenwich, crescendo para este. A fracção referida está também
subdividida por paralelos intercalares com espaçamento constante de 8°, com excepção do
paralelo situado mais a norte cujo intervalo é de 12°. Cada porção delimitada por dois
paralelos consecutivos denomina-se faixa (20 faixas no total) e é identificada por uma letra,
de C a X com excepção das letras I e O, a partir do paralelo 80° S. Ficam assim definidas
1200 zonas constituídas por 60 fusos e por 20 faixas. Na Figura 2.23 pode verificar-se este
aspecto com apresentação das designações utilizadas em cada zona (fuso e faixa). Na
Figura 2.24 apresenta-se a planificação de um fuso da quadrícula UTM.
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Cartografia
Cada fuso apresenta um sistema de eixos de referência próprio (Figura 2.25) constituído
por:
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Como forma de adensar a malha ou quadrícula em cada área definida por um fuso e uma
faixa vão ser considerados quadrados com 100 km de lado identificados por um conjunto de
duas letras. Cada um destes quadrados é ainda subdividido, por meio de linhas paralelas às
meridianas e perpendiculares de origem, em quadrados com 1 km de lado. Na Figura 2.26
apresenta-se a referenciação das zonas (fuso + faixa) e a identificação dos quadrados de
100 km de lado. Na Figura 2.27 apresenta-se uma divisão da quadrícula, referente à malha
quilométrica, que é a que surge representada nas cartas do IGeoE à escala 1/25.000. Como
se verifica, Portugal Continental encontra-se localizado, na quadrícula UTM, no fuso 29 e
nas faixas S e T.
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Cartografia
Na referenciação de qualquer ponto, numa carta que apresente a quadrícula UTM, deverão
indicar-se as designações apresentadas para o fuso, a faixa, o quadrado de 100 km de lado
e as coordenadas quilométricas correspondentes. Nas diferentes folhas que constituem a
carta à escala 1/25.000 vem apresentado, na margem inferior e ao centro, a forma de
efectuar a referenciação de pontos conforme se mostra na Figura 2.28.
Na Figura 2.29 é apresentada a metodologia seguida para definição das coordenadas UTM
do vértice geodésico “Alfeizerão”, constante da folha 316 da Carta Militar de Portugal na
escala 1:25.000.
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Cartografia
Medir ou estimar a distância natural (escala da carta) dessa linha ao ponto 587
Medir ou estimar a distância natural (escala da carta) dessa linha ao ponto 487
29SMD9058772487
É importante que este código alfanumérico de coordenadas UTM seja apresentado como
uma sequência contínua de letras e algarismos, isto é, sem deixar espaços e sem introduzir
outros caracteres “estranhos” (virgulas, pontos, traços, …), de modo a não inviabilizar a sua
leitura automática através dos meios informáticos que tratam este tipo de informação.
Decompondo o código acima apresentado, pode ver-se que as informações nele contidas
são:
Note-se que os valores das distâncias à Meridiana e à Perpendicular são aprestados sem a
informação centiquilométrica, ou seja, em cada um dos valores o primeiro algarismo está
sempre em dezenas de quilómetros. Por exemplo, se a distância efectiva do vértice
“Alfazeirão” à meridiana de origem fosse 590.587 m (e.g.), seria o algarismo 5 que estaria
omitido (5 centenas de quilómetros). Do mesmo modo, se a distância efectiva à
Perpendicular (Equador) fossem 4.372.487 m (e.g.), seriam os algarismos 4 e 3 (43
centenas de quilómetros) que estariam omitidos. Isto porque ao indicarem-se as letras que
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definem o quadrado de 100km de lado (neste caso as letras MD) já se está a reduzir o
espaço a uma área onde não existem distâncias superiores a 100km).
Note-se ainda que neste exemplo a localização do ponto está dada com uma precisão de 1
metro, uma vez que as distâncias à Meridiana e Perpendicular são dadas com 5 algarismos
(o primeiro está em dezenas de quilómetros, o segundo em quilómetros, o terceiro em
centenas de metros, o quarto em dezenas de metros e o quinto em metros). Se
quiséssemos referenciar o mesmo ponto com uma aproximação às centenas de metros,
apresentaríamos o código com o seguinte aspecto (retiram-se os dois últimos algarismos
dos valores das distâncias à Meridiana e à Perpendicular):
29SMD905724
29SMD90587248
Por fim, refira-se que no caso de as coordenadas estarem referidas a um ponto que não
dista mais de 18° em latitude ou longitude de um determinado local conhecido, é aceitável
omitir a informação relativa à zona (fuso e faixa), uma vez que nesse intervalo (nessa
“vizinhança”) não há repetição das letras que referenciam os quadros. Aplicando esta
modalidade ao caso do vértice de “Alfeizerão” acima apresentado, ficaria:
MD9058772487
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empregues para identificar as zonas oeste e este da calote Sul, e as letras Y e Z empregues
para identificar as zonas oeste e este da calote Norte. Conjuntamente as quadrículas UTM e
UPS permitem a referenciação da totalidade do globo terrestre. Na Figura 2.30 pode
verificar-se este aspecto com apresentação das designações utilizadas em cada zona (fuso
e faixa).
2.6 CONCLUSÃO
Para além dos sistemas de coordenadas rectangulares apresentados existem vários outros
com utilizações preferenciais noutras situações.
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3 DIRECÇÕES
Direcção é uma entidade materializada por um segmento de recta segundo o qual se pode
dirigir, apontar ou deslocar algo. As direcções expressam-se em unidades de medida
angular sendo o sistema sexagesimal o mais utilizado (grau, minuto e segundo
sexagesimais).
Quando se pretende medir alguma entidade é sempre necessário definir uma origem; para
se definir uma direcção torna-se necessário definir uma direcção de origem ou de
referência. A direcção de referência normalmente utilizada é a direcção do norte, a qual em
cartografia e para fins de orientação não é única, podendo distinguir-se três nortes:
• Norte geográfico que é a direcção da linha que une um local da Terra com o Pólo
Norte; os meridianos geográficos indicam a direcção do Norte geográfico. Nos
diagramas de declinação de cartas esta direcção é representada por um asterisco,
como se pode verificar na Figura 3.1.
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Cartografia
No ponto 3.3 será abordado este diagrama de declinação com referência aos ângulos
formados entre direcções de referência.
A metodologia mais utilizada para definir uma direcção é a que utiliza o conceito de ângulo
azimutal, o qual é definido como sendo o ângulo horizontal, contabilizado a partir de uma
direcção de referência, no sentido do movimento dos ponteiros do relógio (sentido
retrógrado), considerando-se o seu vértice como centro do círculo azimutal (Figura 3.2).
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Os serviços geológicos dos Estados Unidos (U.S. Geological Survey) elaboram gráficos de
isogónicas detalhados de 5 em 5 anos.
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• 1580 – 11°E;
• 1820 – 24°W;
• 1985 – 5°W;
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4 REPRESENTAÇÃO DO TERRENO
4.1 ESCALAS
• Escalas numéricas decimais, que são das mais utilizadas, e que se representam
1 1 1 1 1
genericamente por n
, podendo dar origem às escalas , , , , , ;
10 10 100 1000 100000
2
• Escalas numéricas duplas, representadas genericamente por , e que dão origem às
10n
1 1 1
escalas , , , , , ;
5 50 50000
1
• Escalas numéricas subduplas, representadas por e que originam
2×10n
1 1 1 1
, , , , , ;
2 20 200 200000
4
• Escalas numéricas quádruplas representadas por que englobam as escalas
10 n
1 1
numéricas ... , , ... , , ... .
25 25000
Nas cartas com escalas médias e pequenas, normalmente menores ou iguais a 1:25000,
utiliza-se para comodidade do utilizador uma escala gráfica em associação com a escala
numérica. Uma escala gráfica é constituída por um segmento de recta, impresso na folha da
carta, dividido em partes iguais, correspondendo cada uma delas a uma distância medida
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Cartografia
no terreno, que pode ser de 10, 20, 100 m, função da escala da carta. Para a esquerda da
origem da escala principal prolonga-se o segmento de recta, de um comprimento igual a
uma divisão da escala principal, e divide-se normalmente em 10 partes iguais, constituindo
o talão da escala, para possibilitar a medição de fracções da menor divisão da mesma. Com
este tipo de escala a distância horizontal (distância natural) entre dois pontos da carta
transportada à escala gráfica é obtida por simples leitura.
As escalas gráficas podem classificar-se em escalas gráficas decimais simples (Figura 4.1)
e em escalas gráficas decimais compostas ou de dízima (Figura 4.2). A escala gráfica
decimal composta permite contabilizar, com utilização do talão, fracções maiores ou iguais a
1 centésimo da menor divisão da escala principal, como se pode observar na Figura 4.2.
As cartas podem classificar-se em função da sua escala, apesar de esta classificação não
ser universalmente reconhecida, em:
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Cartografia
Há alguns autores que consideram ainda dentro deste critério de classificação as Cartas a
escalas muito pequenas, como sendo as que apresentam escalas inferiores a 1:200.000.
Quanto mais minuciosa for a carta maior deverá ser a escala da carta de modo a evitar que
os pormenores a representar se amontoem de forma confusa.
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Cartografia
Como mostra a legenda representada na Figura 4.3, a Carta Militar de Portugal do IGeoE à
escala 1/25.000, obedece a um código de cores que é comum a muitas outras importantes
cartas nacionais. Este código baseia-se na utilização de cinco cores, cujas atribuições são
as seguintes:
Para a representação de uma parte da superfície terrestre é necessário, como atrás ficou
expresso, a representação dos pormenores planimétricos localizados à sua superfície, mas
também é imprescindível considerar o seu relevo ou os aspectos altimétricos. São vários os
métodos utilizados na representação do relevo do terreno, de referir o método dos pontos
cotados, o método das curvas de nível, o método das normais, o método hipsométrico ou
das tintas esbatidas e método dos relevos. De todos os métodos indicados e que
seguidamente serão particularizados aqueles que apresentam maior interesse para a
topografia são efectivamente os dois primeiros.
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que representa a sua cota ou altitude. Entende-se por cota a distância na vertical entre o
ponto considerado e uma superfície arbitrada para superfície de referência, e por altitude a
distância na vertical entre o ponto considerado e a superfície do geóide.
Este método apesar de simples é pouco elucidativo quanto ao relevo do terreno, utiliza-se
em associação com o método das curvas de nível e serve de base ao seu traçado. A base
ou o cume das elevações, quando por esses pontos não passem curvas de nível, são
identificadas por pontos cotados que ajudam a melhor definir o relevo do terreno. Este
método é também muito utilizado na representação de zonas urbanas pouco acidentadas e
em engenharia no estudo e implantação de redes (drenagem, abastecimento, eléctricas,
etc.).
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Cartografia
É o método mais utilizado e consiste em considerar a superfície terrestre cortada por planos
horizontais equidistantes, projectados sobre um plano horizontal estável ou de referência,
que corresponde à base da carta (Figura 4.5). As intersecções dos vários planos horizontais
de nível com a superfície do terreno denominam-se curvas de nível.
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Cartografia
Pode definir-se uma curva de nível como sendo o lugar geométrico dos pontos da superfície
terrestre que apresentam a mesma distância (que representa a sua cota ou altitude) a um
plano horizontal fixo tomado como referência.
A distância constante, para cada carta, entre os vários planos horizontais que interceptam a
superfície terrestre denomina-se equidistância natural (E) (Figura 4.6). A equidistância
natural reduzida à escala da carta denomina-se equidistância gráfica (e). A equidistância
gráfica pode não ser constante numa mesma carta, dado que pode haver interesse em
estudar uma parte da mesma com maior ou menor pormenor e nessa situação poderá ser
conveniente diminuir ou aumentar o valor da equidistância gráfica.
Os valores mais utilizados para a equidistância natural variam normalmente com a escala
da carta e podem considerar-se como referência os seguintes:
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Cartografia
2 - Cada curva de nível só intercepta uma mesma linha de água num ponto.
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Cartografia
quais não tenham sido tidas em atenção no respectivo traçado ou na definição dos pontos
notáveis que possibilitaram a elaboração da carta de pontos cotados.
• Analítico
O método analítico consiste em relacionar a distância gráfica entre dois pontos cotados e a
correspondente diferença de nível, com a diferença de nível entre um deles e o ponto
correspondente à curva de nível a traçar com vista à determinação da distância a que
deverá ser marcado na carta, a partir do ponto considerado no cálculo. No exemplo seguinte
apresenta-se a localização de pontos correspondentes às curvas de nível a traçar, definida
através deste método.
Sendo E=10 m as curvas de nível a traçar entre os dois pontos cotados deverão ter cotas
de 60 m e 70 m respectivamente.
DN = 23 m _____________ d = 5 cm
18 × 5
d1 = = 3,91 cm
23
DN = 23 m _____________ d = 5 cm
8×5
d2 = = 1,74 cm
23
• Gráfico
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Cartografia
Método das normais é usado em associação com o método das curvas de nível e consiste
no traçado de segmentos de recta normais a cada duas curvas de nível consecutivas,
interrompendo-se o seu traçado nos pontos de intercepção. As normais representam, em
cada ponto, a linha de maior declive do terreno. O seu traçado obedece à lei do quarto, ou
seja, o afastamento entre normais consecutivas é igual a 1/4 do seu comprimento. Assim,
as normais estarão mais próximas em zonas mais declivosas o que confere à carta
tonalidades mais escuras e mais afastadas em zonas menos declivosas.
51
Cartografia
Este método permite uma mais fácil visualização do relevo do terreno relativamente ao
método das curvas de nível, apresentando a desvantagem de dificultar a representação dos
detalhes planimétricos, dado que a carta assim obtida fica muito sobrecarregada.
52
Cartografia
Este método é também frequentemente utilizado em associação com o método das curvas
de nível e é o método utilizado nas cartas hipsométricas e orográficas. O método
hipsométrico permite também a fácil visualização do relevo do terreno e não apresenta a
desvantagem de dificultar consideravelmente a representação dos detalhes planimétricos.
O método dos relevos, também denominado método dos planos relevos, consiste na
representação da superfície terrestre, ou de parte da mesma, tal como aparece na
realidade, mas numa proporção reduzida. Este método utiliza maquetes para retractar a
realidade física.
Graças aos progressos recentes no campo da informática, têm vindo a ganhar importância
as representações do relevo através de modelos digitais do terreno (abreviadamente
designados por MDT, ou DTM, acrónimo da designação em inglês). Estes modelos são
geralmente construídos a partir de uma grelha de pontos cotados. Estes modelos podem
53
Cartografia
ser utilizados em diversos fins, tendo também a possibilidade de apresentar diversos tipos
de dados sobre eles projectados.
Tergos
As curvas de nível de menor cota envolvem as curvas de nível de maior cota como se pode
ver na Figura 4.12. A linha de separação de água ou linha de festo, que é responsável pela
repartição do escoamento através dos dois planos inclinados ou vertentes, corresponde à
linha de maior declive.
Vales
As curvas de nível de maior cota envolvem as curvas de nível de menor cota como se pode
ver na Figura 4.12. A linha de água ou linha de talvegue, ao longo da qual se processa o
escoamento permanente ou o que se forma durante períodos de intensa precipitação, é
ladeada por dois planos inclinados ou margens e corresponde também à linha de maior
declive.
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Cartografia
TERGO VALE
Colinas
Resultam da associação de pelo menos dois tergos que surgem interligados (Figura 4.13).
Depressões
Resultam da associação de pelo menos dois vales constituindo uma forma com a
representada na Figura 4.13 que apresenta, na zona central, as cotas mais baixas que
aumentam para a periferia.
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Cartografia
Leis de Brisson
• Todo o curso de água corre entre duas linhas de separação de água (linhas de festo) que
se vão afastando normalmente da nascente da linha de água para a sua foz.
• O declive das linhas de festo vai em geral diminuindo para jusante, ou seja na direcção da
foz.
• A bacia hidrográfica de uma linha de água, ou seja a sua área de drenagem, é constituída
pelo terreno compreendido entre as duas linhas de separação de água.
• Quando várias linhas de água partem do mesmo ponto e tomam direcções diferentes
verifica-se que esse ponto é um ponto culminante (ponto de cota ou altitude mais elevada).
Para além das leis de Brisson atrás apresentadas existem outras normas que também
podem ser utilizadas no mesmo sentido.
Outras Normas
• Quando uma linha de água apresenta muitas ramificações (o rio espraia-se) pode esperar-
se um vale longo com um talvegue sensivelmente horizontal.
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Cartografia
• Uma estrada cujo percurso se encontre entre duas linhas de água, segue normalmente a
linha de festo que separa as correspondentes bacias hidrográficas.
• Certas culturas agrícolas ou florestais apresentam uma relação estreita com o relevo do
terreno, verificando-se normalmente que:
prados - vales
vinha - encosta
pomares - meia encosta
floresta - montanhas
• Os nomes de certas localidades estão por vezes associados ao relevo do terreno aspecto
que se denomina toponímia. Como exemplos pode indicar-se Montejunto, Entre-os-Rios,
Montezinho, etc.
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Cartografia
5 PERFIS
Designa-se por perfil uma intercepção do terreno através de um plano vertical. Um perfil do
terreno é normalmente apresentado sob a forma de um gráfico de eixos ortogonais, em que
o eixo horizontal apresenta as distâncias entre os pontos do perfil e o eixo vertical apresenta
as cotas ou altitudes dos diversos pontos a marcar. As escalas utilizadas para marcar, no
perfil, as distâncias entre pontos e as correspondentes cotas ou altitudes denominam-se
respectivamente escala dos comprimentos ou escala horizontal e escala das alturas ou
escala vertical.
Em função da relação entre escalas horizontal e vertical os perfis podem classificar-se em:
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Cartografia
Na Figura 5.2 vê-se uma imagem de um desenho de projecto de uma via rodoviária, onde
se mostra o perfil longitudinal de um troço da via em estudo, bem com o respectivo traçado
em planta (neste tipo de projectos, como em muitos outros, é normal apresentar-se em
simultâneo o traçado em planta e o respectivo perfil longitudinal, designando-se de
planta-perfil).
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Cartografia
Na Figura 5.4 mostra-se uma imagem de um perfil transversal de uma via rodoviária. No
caso concreto, trata-se de um perfil transversal tipo (PTT) de uma secção de traçado em
recta.
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Cartografia
Para efectuar trabalhos em cartas torna-se necessário, na maior parte das situações
práticas, medir várias distâncias (distâncias gráficas - d) as quais poderão posteriormente
ser transformadas nas suas homólogas naturais (distâncias naturais – D) com recurso à
escala da carta. As distâncias medidas em cartas, dados os processos utilizados para a
obtenção – projecção ortogonais dos pontos sobre planos horizontais de referência –
representam distâncias horizontais (distâncias naturais). A conversão entre distâncias
gráficas e naturais pode ser feita através da relação
D = d×n
Quando se pretende conhecer a distância entre dois pontos sobre a linha de maior declive
(distância real – D’) é necessário conhecer o declive, a inclinação do terreno ou a diferença
de nível entre os pontos, e utilizar o seguinte procedimento analítico:
DN
D' =
sin i
Sendo:
• D – distância natural
• D’ – distância real
• DN – diferença de nível
• i o ângulo de inclinação do terreno
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Cartografia
i – substituição da linha curva por uma linha poligonal, que se obtém unindo os pontos
de inflexão da linha curva por segmentos de recta. O rigor associado a esta
metodologia depende principalmente do critério utilizado pelo operador, relativamente
ao número de segmentos de recta a considerar no estabelecimento da linha poligonal
A Figura 6.2 apresenta, de forma esquemática, uma aplicação de uma variante deste
método que consiste em marcar numa tira de papel os vários segmentos de recta da
poligonal, utilizados para aproximar a linha curva e na medição do respectivo
comprimento sobre a tira de papel.
ii – ajustar um fio ao longo da linha curva que se pretende medir e após a sua
rectificação medir o correspondente comprimento;
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Cartografia
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Cartografia
A área de uma parcela a determinar sobre uma carta é assumida como a projecção
ortogonal da superfície sobre um plano horizontal. No sistema métrico a área pode ser
apresentada em mm2, cm2, m2, ha, km2, etc. consoante se pretende determinar o respectivo
valor gráfico ou real, ou conforme a dimensão da própria parcela.
A determinação gráfica das áreas (a) permite ainda a determinação da correspondente área
real (A) utilizando o seguinte procedimento:
7.1 GEOMÉTRICOS
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Cartografia
Se a figura cuja área se pretende determinar é delimitada por linhas curvas utilizam-se
vários métodos que fornecem valores aproximados para a área a determinar. A maior ou
menor aproximação da determinação face à área real da figura depende do critério seguido
por cada utilizador. Alguns dos métodos englobados neste grupo são:
Considerando que se pretende determinar a área delimitada pela curva e pelo segmento de
recta AB, na Figura 7.2, o método prevê a divisão do segmento AB num número par de
intervalos iguais. Por esses pontos limite de cada intervalo traçam-se segmentos de recta
perpendiculares ao segmento de recta AB, intersectando a linha curva que delimita a figura.
Medem-se os comprimentos dos segmentos de recta traçados e determina-se o seu valor
médio. A área da figura é encarada como a área de um rectângulo cuja largura é definida
pela média dos comprimentos medidos e cujo comprimento corresponde ao comprimento
do segmento AB.
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Cartografia
A aplicação do método assume que a curva que passa por três pontos consecutivos da
figura, cuja área se pretende determinar, pode ser aproximada por um arco de parábola.
A área é igual à soma das ordenadas extremas, adicionada ao quádruplo da soma das
ordenadas de ordem par e ao dobro das ordenadas de ordem ímpar. O total é multiplicado
por um terço do intervalo comum das ordenadas.
n −1 n −1
d 2 2
A= y1 + y n + 4 y 2i + 2 y 2i −1
3 i =1 i =2
Método da Quadrícula
Prevê a sobreposição da figura cuja área se pretende determinar por uma quadrícula de
malha quadrangular e conhecida. O produto da área de cada quadrado da malha (área
gráfica ou real) pelo número de quadrados inseridos dentro do contorno fornece uma
aproximação ao valor da área pretendida. Podem ainda ser contabilizadas as fracções de
quadrados da malha inseridos dentro do contorno que delimita a figura.
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A =na
A precisão do método é tanto maior quanto menor o lado da malha definida. Usualmente
utiliza-se papel milimétrico dado possibilitar a contabilização de quadrados inseridos dentro
do contorno com maiores e menores áreas.
7.2 ANALÍTICOS
Neste grupo de métodos inclui-se o método das coordenadas cartesianas ou de Gauss, que
se aplica a figuras com contorno poligonal, sendo conhecidas as coordenadas rectangulares
ou polares dos seus vértices.
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y 4 + y1
A= [x1 − x 4 ] + y1 + y 2 [x2 − x1] − y 4 + y 3 [x3 − x4 ] + y 3 + y 2 [x2 − x3 ]
2 2 2 2
1 n
A= (y i xi +1) − (y i xi −1)
2 i =1
7.3 MECÂNICOS
Estes métodos de medição de áreas em cartas são os mais expeditos e os que conduzem
mais rapidamente ao resultado pretendido. Relativamente ao rigor da medição o mesmo é
função do cuidado do utilizador e da precisão e aferição do aparelho.
Os planímetros podem classificar-se em polar (Figura 7.6) ou linear (Figura 7.7), consoante
o processo de medição prevê um ponto de fixação do aparelho ao desenho, ou, por outro
lado, o aparelho pode deslocar-se livremente aquando da medição.
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Cartografia
Nos planímetros mecânicos o sistema de medição é constituído pelo tambor (leitura dos
milhares de unidades do nónio), pelo disco (leitura das centenas e dezenas de unidades do
nónio) e pelo nónio (leitura das unidades do nónio). A utilização do aparelho prevê a
contabilização de uma leitura inicial (Li) no sistema de medição, antes de se proceder à
passagem da lupa sobre o contorno da figura cuja área se pretende determinar, e de uma
leitura no final da referida passagem (Lf). A área da figura será proporcional ao número de
voltas efectuadas pela roda integradora. Assim a área será obtida através da seguinte
expressão analítica:
A = K (L f − Li )
A utilização do planímetro digital é mais fácil para o utilizador dado que o aparelho possui
software que permite a escolha da escala da carta sobre a qual se pretende efectuar a
medição obtendo-se, após a passagem da lupa sobre o contorno que delimita a figura, o
valor da área pretendida, nas unidades de medição seleccionadas pelo utilizador.
A aferição do planímetro, para verificação da sua precisão, pode ser efectuada desenhando
com rigor um quadrado com lado definido, percorrendo com a lupa da haste traçadora ou
exploradora o seu contorno, e verificando se a leitura obtida no sistema de medição do
aparelho se aproxima da área real do quadrado.
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Cartografia
8 CLASSIFICAÇÃO DE CARTAS
Existem vários critérios que podem ser utilizados para a classificação de cartas. No capítulo
4 (ponto 4.1) foi apresentada a classificação de cartas em função da sua escala, podendo
ainda destacar-se os seguintes critérios de classificação.
Carta Topográfica
Carta sobre a qual figuram a posição, a forma, as dimensões e a identificação dos aspectos
existentes à superfície do solo num dado momento. Podem apresentar-se como cartografia
de traço, quando a planimetria é desenhada manualmente ou com recurso ao computador,
ou como ortofotomapas quando o traçado da planimetria é substituído por fotografia aérea
vertical com as devidas correcções.
Carta Corográfica
Carta a escala pequena a média na qual apenas se representam os traços gerais de uma
região ou conjunto de regiões. Podem também ser apresentadas em cartografia de traço ou
como ortofotomapas.
Carta Hidrográfica
Carta que apresenta a finalidade de representação das bacias hidrográficas com definição
das linhas de separação de água, de albufeiras e lagos naturais, podendo ou não conter
planimetria.
Carta Temática
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Carta Regular quando existe uma correspondência definida entre as posições dos vários
objectos representados na carta e as correspondentes posições reais no espaço. Quando
tal não se verifica na totalidade ou em parte da carta esta denomina-se não regular. Nesta
classificação de carta não regular destaca-se o Esboço Cartográfico, Topográfico ou
Geográfico, quando se trata de uma representação sumária de um ou vários fenómenos.
Carta Base
Carta Derivada
Carta obtida a partir de uma ou várias cartas base, por ampliação, redução ou cruzamento
de informação.
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Cartografia
9 BIBLIOGRAFIA
Casaca J., Matos J., Baio M.; Topografia Geral; Lidel – edições técnicas, lda.; Lisboa,
Fevereiro de 2000.
Jenson S.K., Dominigue J.O.; Extracting Topographic Structure from Digital Elevation Data
for Geographic Information System Analysis. Photogrammetric Engineering and Remote
Sensing. Vol 54, N°11.
Jordan W.; Tratado general de topografia. Editorial Gustavo Gili, S.A., Barcelona, 1978.
Robinson, A. et. al.; Elements of Cartography; Jonh Wiley & Sons, INC.; 6ª ed.; USA,1995.
Todas as figuras sem referenciação de origem foram retiradas de diversos sítios da Internet.
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