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CAPÍTULO VII – MÉTODOS DE ENERGIA

7.1. INTRODUÇÃO
Quando um sistema estrutural é submetido a cargas surgem esforços e tensões
internos. As tensões internas, causadas por forças axiais, forças cortantes, momentos fletores e
momentos torsores (atuando separadamente ou em qualquer combinação), provocam
deformações internas. O efeito acumulado das deformações internas em um elemento
estrutural causa um estado geral de deformações resultando em deslocamentos da sua
superfície. Pode-se determinar as deformações e os deslocamentos de estruturas utilizando-se
as relações básicas entre tensões e deformações e deslocamentos ou, quase sempre de um
modo mais conveniente utilizando-se princípios de energia. Além disso, os conceitos de
energia podem ser empregados para desenvolver equações adicionais, na resolução para
forças e deslocamentos desconhecidos na análise de estruturas estaticamente indeterminadas.
Quando um sistema elástico não solicitado é carregado por um conjunto de forças
externas o seu comportamento é governado pelo princípio geral de conservação de energia. O
trabalho feito pelas forças externas (Ue) é inteiramente convertido em energia associada ao
sistema. A troca de energia de um sistema elástico consiste de variações na energia potencial
(Ui) e na energia cinética (K). Se o sistema for carregado lentamente a energia cinética pode
ser desprezada e teremos como resultado:
Ue = Ui

7.2. Teorema de Clapeyron

Pi Pn

P1
δn
δi

δ1

Sejam P1, Pi, ..., Pn forças externas independentes entre si e δ1, δ2, ..., δn os
deslocamentos correspondentes de seus pontos de aplicação medidos na direção e sentido de
cada uma das forças.
Admitamos que as forças Pi sejam aplicadas gradualmente e que, em um determinado
instante, as forças podem ser colocadas sob a forma α.Pi, onde α varia entre 0 e 1 e Pi é o
valor final da força Pi. Consequentemente, pela lei de Hooke, os deslocamentos também são
colocados sob a forma α.δi.
Durante a passagem de um estado de solicitação a outro infinitamente próximo, ou
seja, α sofrendo um incremento dα, o deslocamento genérico (δi) será (α+dα)δi e o
incremento de trabalho será
n n
dU = ∑ αPi .dαδ i = ∑ Piδ iαdα
i =1 i =1

Métodos de Energia - 7.1


O trabalho total realizado por todas forças é

n 1 ENERGIA TOTAL DE DEFORMAÇÃO CEDIDA


1 n
U = ∑ ∫ Pi δ iαdα = ∑ Pi δ i AO CORPO PELO SISTEMA DE FORÇAS
i =1 α = 0 2 i =1
Obs.: Pi e δi são forças e deslocamentos “generalizado” ou seja Pi pode ser força ou momento
e δi deslocamento linear ou angular.
A expressão da energia total para um carregamento de momentos é:
1 n
U= ∑ M iϕ i
2 i =1

TEOREMA DE CLAPEYRON:
“A energia de deformação de uma estrutura, solicitada por diversos esforços externos
Pi, é igual à metade da soma dos produtos dos valores finais de cada esforço pelo
deslocamento de seu ponto de aplicação, medido na direção e sentido do esforço
considerado”.

7.2.1. Energia de deformação de barras sob esforços simples

a) Tração e compressão


N δ
N

δ
dx N

1
1 dU = N .dδ
dU = N .dδ Energia de deformação em um trecho de comprimento dx 2
2

2
Nx Nx
dδ = ε x .dx = dx , dU =
E. Ax 2.E. Ax

2
1 N x dx N 2L
∫0 Ax
l
U= ou N = cte, A = cte U=
2.E 2.E. A

Métodos de Energia - 7.2


b) Cisalhamento - distribuição uniforme

δ
Q

δ=γ.L
dδ=γ.dx

Q L

Q Q
τ= , τ = G.γ , γ =
A A.G
Q

1 1 Q2
dU = Q.dδ = Q.γ .dx = dx
2 2 2. A.G

L Q2
U= ∫
0 2G. A
dx

τ 2 . A.dx
U =∫
L
Ou, em função da tensão de cisalhamento, 0 2.G

Para distribuição não uniforme,

L k .Q 2
U= ∫
0 2G. A
dx Seção retangular: k= 6/5

Seção circular: k= 10/9

c) Flexão

x dx
ds

Métodos de Energia - 7.3


1
dU = M .dϕ
2

ds dx 1 M
dϕ = ≈ , =
ρ ρ ρ EI

M M2
dϕ = dx , dU = dx
EI z 2.E.I z

M2
l
U =∫ dx
0 2. E . I
z

d) Torção
T

A γ B r

B' dϕ

dx

1
dU = ⋅ T .dϕ
2
dϕ γ T τ T .r
γ .dx = r.dϕ ∴ =θ = = γ = =
dx r G.I P G G.I P
T dϕ T .dx
T = G.θ .I P , θ = = ∴ dϕ =
G.I P dx G.I P
1 T 2 .dx
dU = ⋅
2 G.I P
L
1 T 2 .dx
2G ∫0 I P
U= ⋅

e) Esforços simples combinados

L L L L
1 N 2 .dx 1 k .Q 2 .dx 1 M 2 .dx 1 T 2 .dx
U= ⋅∫ + ⋅∫ + ⋅∫ + ⋅∫
2E 0 A 2G 0 A 2E 0 I z 2G 0 I P

Métodos de Energia - 7.4


7.3. Teorema de Castigliano

“A derivada parcial da energia de deformação de um sistema com relação a uma força é igual
ao deslocamento do ponto de aplicação da força na direção e sentido desta força”.

Seja um corpo elástico solicitado por um sistema de forças externas e apoiado de forma a não
permitir movimento de corpo rígido.

Pi Pn

P1 Seja U a energia de deformação devido à ação


δi δn
das forças externas.
Suponha que seja dado um incremento dPi à
δ1 força Pi.

A energia potencial sofrerá um acréscimo correspondente


∂U
U + dU = U + ⋅ dPi
∂Pi
Mudando a ordem de aplicação das forças, aplica-se inicialmente a força dPi que produzirá o
deslocamento dδi do ponto de aplicação de dPi na direção de dPi. O trabalho realizado pela
força dPi será
1
⋅ dPi ⋅ dδ i
2
Após isso aplica-se todo o sistema de forças externas, o trabalho realizado será
1
U+ ⋅ dPi ⋅ dδ i + dPi ⋅ δ i Sem o fator 1/2 pois δi não é provocado
2
por dPi
Pelo princípio de conservação de energia, tem-se
∂U 1
U+ ⋅ dPi = U + dPi .δ i + ⋅ dPi .dδ i Infinitésimo de 2ª ordem
∂Pi 2
∂U
= δi E fica provado o teorema de Castigliano
∂Pi

Aplicações:
a) Calcular a flecha e a rotação na extremidade da viga em balanço:
P
M0
δ

x
L

Métodos de Energia - 7.5


∂M ∂M
M x = − P.x − M 0 = −x , = −1
∂P ∂M 0
L
M x2 .dx
U=∫
0
2 EI

Cálculo da flecha e da rotação:


∂U ∂M
L L
⋅ ∫ (− P. x − M 0 )⋅ (− x )⋅ dx
1 1
δ = = ⋅ ∫ 2.M ⋅ dx =
∂P 2 EI 0 ∂P EI o
1  P.L3 M 0 .L2 
δ = ⋅  + 
EI  3 2 
∂U ∂M
L L
⋅ (− P.x − M 0 )⋅ (− 1) ⋅ dx
1 1
∂M 0 EI ∫0 EI ∫0
θ= = ⋅ M⋅ ⋅ dx =
∂M 0
1  P.L2 
θ= ⋅  + M 0 .L 
EI  2 

b) Calcular o deslocamento horizontal do ponto de aplicação da carga

P A B
1
α
cos α = 0,8
5 2 sen α = 0,6
4 3L/4

HC D
C 3

L
RC RD

- Cálculo das reações de apoio:


∑ FH = 0 , H C = P
∑F V =0 , RC = RD
3 3.P
∑M C =0, RD .L = P ⋅ ⋅ L ∴ RD =
4 4
= RC

- Cálculo dos esforços nas barras:


Equilíbrio dos nós:

Nó B N1
N1 = N2 = 0
N2

Métodos de Energia - 7.6


Nó A N1=0
∑F
P
= 0∴P + N 5 . cos α = 0
α H

N5 5.P
N4 N5 = −
4

∑F V = 0 ∴ N 4 + N 5 . sen α = 0
5 3 3.P
N4 = ⋅P⋅ =
4 5 4

Nó C
N4
HC N3 N3 = H = P
3.P
N 4 = RC =
RC 4

Cálculo da energia de deformação do sistema

N i2 .Li
Barra Ni Li Ai
Ai
1 0 L A 0
2 0 (3L)/4 A 0
3 P L A (P2L)/A
4 (3P)/4 (3L)/4 A (27P2L)/(64A)
5 -(5P)/4 (5L)/4 A (125P2L)/(64A)

1 n
N i2 .Li 1 P 2 .L  27 125 
U= ⋅∑ = ⋅ ⋅ 1 + + 
2.E i =1 Ai 2.E A  64 64 
216 P 2 .L
U= ⋅
128 EA
∂U 216.P.L P.L
δ = = = 3,375
∂P 64.EA EA
Poderíamos resolver este problema igualando as energia interna e externa:

1
Ue = ⋅ P ⋅δ (teorema de Clapeyron )
2
216 P 2 .L
Ui = ⋅
128 EA
216 P.L
Ui = Ue ∴ δ = ⋅
64 EA

c) Cálculo do deslocamento de um ponto em que não existe uma carga concentrada aplicada.

Métodos de Energia - 7.7


Calcular a flecha no meio do vão de uma viga simplesmente apoiada submetida a uma carga
uniformemente distribuída.

A B
x
L
RA RB

Para a utilização do teorema de Castigliano é necessária a existência de uma carga


concentrada aplicada no ponto em que se deseja conhecer o deslocamento.
Quando não existe tal carga concentrada, deve-se aplicá-la (carga fictícia) e depois
fazê-la igual a zero.
q.L P q.x 2
R A = RB = + , M x = R A .x −
2 2 2
q.L. x P. x q.x 2
∂M x x
Mx = + − , =
2 2 2 ∂P 2
∂U 2.M x ∂M x
L/2 2 L/2
M x .dx
U = 2⋅ ∫ , δ = = 2⋅ ∫ ⋅
0
2 EI ∂P 0
2 EI ∂P
L/2
2  q.L.x P.x q.x 2   x 
δ = ∫0
EI
⋅ 
 2
+
2
−  ⋅  dx
2   2 
L/2
1  q.L x 3 P x 3 q x 4 
δ = ⋅ ⋅ + ⋅ − ⋅ 
EI  2 3 2 3 2 4 0
1  q.L4 P.L3 q.L4 
δ =  + − 
EI  6 X 8 6 X 8 8 X 16 
q.L4  1 1  5.q.L4
δ = ⋅ − =
EI  48 128  384.EI

7.4. Teorema de Menabréa (teorema do trabalho mínimo)

Aplicável apenas a estruturas hiperestáticas.

"As incógnitas hiperestáticas assumem, nas estruturas isostáticas correspondentes, valores que
tornam mínimo o trabalho armazenado".
Considera-se estrutura isostática
MA correspondente de uma estrutura
hiperestática dada, aquela que resulta da
HA supressão de vínculos da estrutura dada
RA RB

Métodos de Energia - 7.8


Aplicações:
a) Viga mono-engastada submetida a carregamento uniformemente distribuído

Tomando a incógnita hiperestática RB da estrutura isostática correspondente:


q

x RB

q.x 2 ∂M
M = R B .x − , =x
2 ∂RB
∂U
L
M ∂M
L
 q. x 3  R .L3 q.L4
=0=∫ ⋅ ⋅ dx = ∫  RB .x 2 −  ⋅ dx = B −
∂RB 0
EI ∂RB 0
2  3 2X 4
3
RB = ⋅ q.L
8

b) Viga bi-engastada submetida a carregamento uniformemente distribuído


q

q
MB

x RB

q.x 2 ∂M ∂M
M = R B .x − M B − , =x , = −1
2 ∂RB ∂M B
L
M 2 dx
U=∫ ,
0
2 EI
∂U M ∂M
L
=∫ ⋅ =0
∂RB 0 EI ∂RB
∂U M ∂M
L

=∫ ⋅ =0
∂M B 0 EI ∂M B

Métodos de Energia - 7.9


∂U
L
 q.x 2  R .L3 M B .L2 q L4
= 0 = ∫  RB .x − M B −  x.dx = B − − ⋅ =0
∂RB 0
2  3 2 2 4
∂U
L
 q.x 2  R .L2 q L3
= 0 = ∫  RB .x − M B − (−1).dx = − B + M B .L − ⋅ =0
∂M B 0
2  2 2 3
Re solvendo o sistema de equações simultâneas :
q.L q.L2
RB = , MB =
2 12

c) Determinar as reações de apoio de viga de seção uniforme com o carregamento indicado

A C
B
L/2 L/2

Estrutura isostática correspondente


q

A C

L/2 L/2
RB RC
RA x

M 2 dx ∂U M ∂M M ∂M
L L L/2

U=∫ , =0=∫ ⋅ ⋅ dx = 2 ⋅ ∫ ⋅ ⋅ dx
0
2 EI ∂RB 0
EI ∂RB 0
EI ∂RB
2
q.x q.L RB
M = R A .x − , RA = −
2 2 2
q.L.x RB .x q. x 2 ∂M x
M = − − , =−
2 2 2 ∂RB 2
L/2
2 L / 2  q.L.x RB .x q. x 2   x   q.L x 3 RB x 3 q x 4 
0= ⋅ ∫  − −  ⋅  −  dx = − ⋅ + ⋅ + ⋅  =0
EI 0  2 2 2   2  2 3 2 3 2 4 0
q.L L3 RB L3 q L4 R q.L q.L
− ⋅ + ⋅ + ⋅ = 0∴ B = −
2 8 3 8 4 16 6 6 16
5
RB = ⋅ q ⋅ L
8

Métodos de Energia - 7.10


d) A viga em balanço BC é ligada ao cabo de aço AB como indicado. Sabe-se que o cabo de
aço inicialmente está esticado sem apresentar tensões. Determinar a tração no cabo
provocada pela carga distribuída.

RA

L1=3m

B HC

C MC W410x46,1
L=6m RC I = 156,1x106 mm4

4 incógintas (reações de apoio) e 3 equações (equações da estática para estruturas planas)

Liberando o vínculo A a aplicando RA como carga eposteriormente aplica-se o teorema de


Menabréa.
A energia de deformação da estrutura é a soma da energia de deformação do cabo (UT) com a
a energia de deformação da viga (UV).

R A2 .L1 ∂U T R A .L1
UT = , =
2 EA ∂R A EA
L M 2 .dx q.x 2 ∂M
UV = ∫ , M = R A .x − , =x
0 2 EI 2 ∂R A
∂U ∂U T ∂U V
U = U T + UV , =0= +
∂R A ∂R A ∂R A
R A .L1 1 L  q. x 2  R .L 1  R A .L3 q L4 
0= + ⋅ ∫  R A . x −  x.dx = A 1 + ⋅ − ⋅ 
EA EI 0  2  EA EI  3 2 4 
 
4  
L1 R A .L3 q.L4 q.L  1 
RA ⋅ + − = 0 ∴ RA = ⋅
EA 3EI 8EI 8EI  L1 L3 
 + 
 EA 3EI 
substituin do os valores , vem
R A = 43,88kN

Métodos de Energia - 7.11


7.5. Teoremas de Betti-Maxwell (teoremas de reciprocidade)
Seja um corpo elástico com uma força P1 aplicada em A e outra força P2 aplicada em B.

P1

B
A
P2

1
Aplicando inicialmente P1 em A, o trabalho realizado será ⋅ P1 ⋅ δ A1 (δA1 = deslocamento do
2
ponto A na direção de P1 devido a P1). Aplicando-se, posteriormente P2 em B, P2 realizará o
1
trabalho ⋅ P2 ⋅ δ B 2 . A força P1 realizará também um trabalho pois, ao ser aplicada a força P2 o
2
ponto A sofrerá um deslocamento δA2 (deslocamento do ponto A devido a uma força aplicada

em B) resultando em um trabalho igual a P1.δA2 (sem o fator 1/2 porque δA2 não é provocado

por P1). Assim, o trabalho total armazenado será

1 1
U1 = ⋅ P1 ⋅ δ A1 + ⋅ P2 ⋅ δ B 2 + P1 ⋅ δ A2
2 2
Invertendo a ordem de aplicação das forças, encontra-se

1 1
U2 = ⋅ P1 ⋅ δ A1 + ⋅ P2 ⋅ δ B 2 + P2 ⋅ δ B1
2 2

Como o trabalho total independe da ordem de aplicação das forças, U1 = U2

P1.δA2 = P2.δB1

- teorema de Betti
"Em uma estrutura, isostática ou hiperestática, solicitada sucessivamente por dois
sistemas de forças, P1 e P2, a soma dos produtos dos deslocamentos das forças P1 pelos
deslocamentos correspondentes devidos às forças P2 é igual à soma dos produtos dos esforços
P2 pelos deslocamentos correspondentes devidos aos esforços P1".

P1.δA2 = P2.δB1

Métodos de Energia - 7.12


Fazendo P1 = P2 , a expressão fica

δA2 = δB1

- teorema de Maxwell
"O deslocamento do ponto A originado pela força aplicada no ponto B é igual ao
deslocamento do ponto B originado pela mesma força, mas aplicada no ponto A".

P1 P1
A δB1 B
δB1

Se P1 = P2 , então δB1 = δA2

7.6. Recalques de apoio


Neste tópico serão mostrados alguns exemplos de estruturas em que o apoio sofre, por algum
motivo, um deslocamento.

Exemplos:
a) Quando a viga está descarregada, a folga entre o apoio central e a superfície inferior da
viga de madeira mostrada na figura é 36 mm. Determinar a reação no apoio central qunado a
viga suporta uma carga uniformemente distribuída de 12 kN/m. E=11 GPa
q
250mm
δ0
L=6m
150mm
L/2 L/2

RB

∂U
= −δ 0
∂RB
M 2 .dx
U = 2⋅∫
L/2

0 2 EI
q.x 2 q.L RB
M = R A .x − , RA = −
2 2 2

Métodos de Energia - 7.13


q.L.x RB .x q.x 2 ∂M x
M = − − , =−
2 2 2 ∂RB 2
2 L / 2  q.L.x RB .x q. x 2   x 
EI ∫0  2
−δ0 = ⋅  − −  ⋅  −  ⋅ dx
2 2   2 
L/2
1  q.L.x 3 RB .x 3 q.x 4 
−δ0 = − ⋅  − − 
2 EI  3 3 4  0
1  q.L4 RB .L3 q.L4  1  5.q.L4 RB .L3 
δ0 = ⋅  − −  = ⋅  − 
2 EI  24 24 64  2 EI  192 24 
 5.q.L4   48 
RB =  − δ 0 .EI +  ⋅  3 
 384  L 
substituin do os valores ,
RB = 27,8kN

b) Calcular as reações de apoio da estrutura abaixo:

M = (R − P ).x
∂M
k =x
∂R

x
L R

1 R2 2
L M .dx
UM = , UV = ∫
2 k 0 2 EI
∂U L3
R 1 L
(R − P ).x.x.dx = + (R − P )
R 1
k EI ∫0
U = U M + UV , =0= +
∂R k EI 3
R R.L 3
P.L 3
 1 L  P.L
3 3
+ − = 0 ∴ R +  =
k 3EI 3EI  k 3EI  3EI
 3EI  P
R 3 + 1 = P ∴ R =
 k .L  1+
3EI
k .L3

Métodos de Energia - 7.14


c) Calcular as reações de apoio

q I = 60,89 x 10-6 m4
E = 200 GPa
A L=6m
C k1 = 1,4 MN/m
k1 k2 = 2,1 MN/m
RA RC
k2
B
L/2 RB L/2

q.L RB q.x 2
RA = − , M x = R A .x −
2 2 2
q.L R q.x 2
∂M x x
Mx = ⋅x− B ⋅x− , =−
2 2 2 ∂RB 2
∂U 2  q.L.x RB .x q.x 2  x  R R

L/2
=0=  − −  −  dx + B + B
∂RB EI 0
 2 2 2  2  k1 k2
L/2
1  q.L x 3 RB x 3 q x 4  R B RB
− ⋅ − ⋅ − ⋅  + + =0
EI  2 3 2 3 2 4 0 k1 k2
1  q.l L3 RB L3 q L4  RB RB
−  ⋅ − ⋅ − ⋅ + + =0
EI  6 8 6 8 8 16  k1 k2
1 1 L3  5.q.L4 5.q.L4
RB  + −  = ∴ RB =
 k1 k 2 48 EI  384 EI  k + k2 L3 
384 EI  1 − 
 k1 .k 2 48EI 
RB = 7,11kN

d) Calcular as reações de apoio


qo
q o .x E = 210 GPa
L I = 20 x 106 m4
L=5m
δ0 qo = 3 kN/m
x δo = 5 mm
k k = 1,2 MN/m

L R

Métodos de Energia - 7.15


qo x x q .x 3 ∂M
M = R.x − ⋅ ⋅ = R.x − o , =x
L 2 3 6L ∂R
∂U R 1 L q o .x 3  R 1  R.L3 qo L5 
k EI ∫0 
= −δ o = − +  R. x −  x.dx = +  − ⋅ 
∂R 6 L  k EI  3 6L 5 
 1 L3  q o .L4
R +  = −δo
 k 3EI  30 EI
q o .L4
−δo +
R= 30 EI
1 L3 
 + 
k 3EI 
R = 918,82 N

7.7. Princípio dos trabalhos virtuais

"O trabalho virtual das forças externas é igual ao trabalho virtual das forças internas"

Força virtual: é uma força "fictícia" que não altera o estado de tensões, deformações,
deslocamentos, esforços internos, etc de uma estrutura real.
Esforço interno virtual: esforço externo produzido por um carregamento virtual.
Trabalho virtual de uma força externa: produto da força (virtual) pelo deslocamento (real) de
seu ponto de aplicação.
Trabalho virtual das forças internas: trabalho (virtual) produzido pelos esforços internos
virtuais (os deslocamentos são reais).

Seja a viga bi-apoiada

C
A B
δ

deseja-se calcular a flecha em C.

Aplicando em C uma carga virtual unitária (esta carga, conforme já foi dito, não altera o
estado de deformação nem os esforços internos na viga)

O trabalho virtual das forças externas será:


U e = P.δ

Métodos de Energia - 7.16


P =1
C
A B

DMF

P.L
4

VA

DEC

VB

O trabalho virtual das forças internas será


L L virtual
U i = ∫ M dϕ + ∫ V dy
0 0

real real
virtual

dϕ e dy são devidos ao carregamento real


M kQ
dϕ = dx , dy = dx
EI EA
L MM VV
Ui = ∫ dx + ∫ k dx
0 EI GA
Ue = Ui , P =1
MM
L L VV
δ =∫ dx + ∫ k dx
o EI 0 GA
ou, no caso geral ,
NN L MM L VV L TT
δ =∫ dx + ∫ dx + ∫ k dx + ∫
L
dx
0 EA o EI 0 GA 0 GI
P

Normalmente pode-se fazer algumas simplificações


- Em peças que não trabalhem fundamentalmente a tração ou compressão, a parcela
correspondente ao esforço normal pode ser desprezada sem erro considerável.
- Normalmente pode-se desprezar também as deformações relativas ao esforço cortante.
Tais simplificações devem ser analisadas com critério para evitar possíveis erros grosseiros.

Métodos de Energia - 7.17


Aplicações

1) Calcular o deslocamento horizontal do apoio D do quadro da figura. EI = 2,0x104 tf.m para


todas as barras.

5t B 2 C Cálculo das reações de apoio:


x2 ∑ Fx = 0 ∴ H A = 5t
3m 1 3
∑F V = 0 ∴V A = V B
∑M A = 0 ∴ 5 × 3 = VD .5
x1
HA C V A = 3t , VB = 3t
A

VA
VB
5m

Diagrama de momentos fletores

Barra 1: M1 = HA.x1 = 5.x1

Barra 2: M2 = HA.3 - VA.x2 = 15 - 3.x2

15

Como se deseja calcular o deslocamento horizontal do apoio D, deve-se aplicar, naquele


ponto, uma carga virtual unitária e utilizar o princípio dos trabalhos virtuais.

B 2

x2

1 3
x1
HA P=1
A

VA VB

Métodos de Energia - 7.18


V A =V B = 0 , H A =1
Momentos fletores
3 DMF
Barra 1
M 1 = H A .x1

Barra 2
M 2 = H A .3 = 3

MM 3 5. x.x 5 (15 − 3. x ).3


δ HD = ∫ dx = ∫ dx + ∫ dx
EI 0 EI 0 EI
1  5. x 3   9.x 2  
3 5

δ HD =   + 45. x −  
EI  3  0  2 0 

δ HD = 7,88 mm

2) Calcular a flecha e a rotação na extremidade da viga em balanço com carga uniformemente


distribuída.
q
q.x 2
M =−
2
x
L
q.x 2
M =−
2

P=1

Para cálculo da flecha aplica-


se uma carga virtual unitária
M = -P.x = -x enquanto que para o cálculo
da rotação aplica-se um
momento fletor virtual
unitário (sempre no ponto em
que se deseja realizar o
M=1 cálculo.

M = -1

Métodos de Energia - 7.19


Cálculo da flecha:
L
2
L M .M L q. x q x4 q.L4
δ =∫ dx = ∫ xdx = ⋅ =
0 EI 0 2 EI 2 EI 4 0
8 EI
Cálculo da rotação:
2
L M .M L q.x q.L3
θ =∫ dx = ∫ dx =
0 EI 0 2 EI 6 EI

Métodos de Energia - 7.20

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