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Instituições do Direito

Enunciado
Em 1996 o engenheiro Gumercindo projetou um quadro de distribuição em prédio comercial. Não
havia, no projeto de Gumercindo, em nenhum setor de alimentação, previsão de instalação de
Derivador Diferencial Residual (DR/DDR). Em 2010, a faxineira Inocência, enquanto lavava a
cozinha, passou a palha de aço molhada pela tomada e sofreu uma descarga elétrica, porque a corrente
elétrica percorreu o seu corpo em direção à terra, o que lhe causou lesões que, pouco tempo depois,
foram a causa de sua morte. O quadro de distribuição não sofreu nenhuma alteração desde a sua
instalação. Gumercindo nunca mais fora contratado para atuar no mesmo prédio.

Em 31/03/2005 entrou em vigor as regras da NBR 5410 que, em seu item 3.2.5, impõe a
obrigatoriedade de previsão e instalação de dispositivo de proteção a corrente diferencial-residual
(DR). Tendo em conta a morte de Inocência, analise e responda os itens seguintes.

a) Ante exatamente o acima consignado, explique a situação jurídica do engenheiro Gumercindo no


âmbito cível.

b) Em 2008 o engenheiro Roberto fora contratado para manutenir toda a instalação elétrica do prédio
comercial. Roberto providenciou que toda a rede elétrica fosse trocada, mas ele deixou,
conscientemente, o quadro de distribuição intocado – não o alterou em absolutamente nada. Neste
caso, trate da situação jurídica de Roberto no âmbito cível.

c) Em 2009, os engenheiros Edimar e Helienice fizeram um contrato escrito e muito claro de que a sua
prestação de serviços limita-se tão somente à criação do novo projeto elétrico, adaptado à nova
situação do prédio comercial do enunciado. O quadro de distribuição que elaboraram previu a
instalação de DRs em todas as áreas molhadas e externas do prédio. Uma empresa de prestação de
serviços realizou o trabalho de adaptação segundo o projeto de Edimar e Helienice. Entretanto, ao
executar os trabalhos, deixou o quadro de distribuição, intencionalmente, exatamente da forma como
estava desde a sua instalação, em 1996. Neste caso, trate da situação jurídica de Edimar e Helienice no
âmbito cível. Trate, também, da situação jurídica da empresa que realizou o trabalho no âmbito cível.

d) O prédio mencionado no enunciado sofreu grandes adaptações. Cargas foram acrescentadas.


Equipamentos modernos foram instalados. Surgiu a necessidade de um novo projeto para dimensionar
as instalações elétricas, distribuir cargas, dentre outras necessidades. O proprietário do prédio, que
continuou a ser comercial, contratou o engenheiro Hamilton para fazer um novo projeto elétrico que
respeite a realidade atual do prédio comercial. O seu contratante, contudo, para conter despesas, diz
que o quadro de distribuição não precisa contemplar DRs, muito embora tenha dito que poderia
promover quaisquer alterações no tocante à nova distribuição de cargas e o que mais necessário fosse.
Hamilton, conhecendo a NBR 5410 e não querendo perder o trabalho, tratou de fazer um claro contrato
no qual constava a seguinte cláusula elucidativa: “O contratante está ciente de que a instalação de DRs
é exigência legal com vistas à equipotencialização e é obrigatória. Entretanto, por sua livre vontade,
exigiu do contratado a lavratura de um projeto elétrico cujo quadro de distribuição não contempla DR
algum e, por isso, exime o contratado de qualquer responsabilidade, cível ou criminal, de eventuais
problemas decorrentes da ausência de DRs no quadro de distribuição”. Neste caso, trate da situação
jurídica de Hamilton no âmbito cível. Trate, também da situação jurídica do proprietário do prédio no
âmbito cível.

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