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Capítulo 9
Perdas de cargas localizadas
Os disruptores endócrinos (ou burladores, fraudadores) não são venenos clássicos, eles interferem
no sistema hormonal, sabotando as comunicações e alterando os mensageiros químicos que se
movem permanentemente, dentro do nosso corpo.
José Santamarta - diretor da revista World Watch
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Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 9-Perdas de cargas localizadas
Engenheiro Plínio Tomaz 05 de agosto de 2010 pliniotomaz@uol.com.br
SUMÁRIO
Ordem Assunto
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Curso de Manejo de águas pluviais
Capítulo 9-Perdas de cargas localizadas
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9.1 Introdução
No dimensionamento de galerias de águas pluviais temos os fundamentos hidrológicos e
hidráulicos conforme FHWA, 1996. Os princípios hidráulicos incluem: conservação da massa,
conservação do momento e conservação de energia.
Supomos também que o fluxo hidráulico é permanente e uniforme, significando que a vazão
e a profundidade em cada segmento são assumidos de estarem constante com o passar do tempo.
Como o segmento é prismático, também a velocidade será constante.
O gradiente hidráulico é a linha do nível de água que está em contato com a atmosfera.
Há uma outra situação em que a tubulação terá pressão acima da atmosférica e teremos o
conduto pressurizado devendo-se somar V2/ 2g ao gradiente hidráulico e teremos o gradiente de
energia.
No dimensionamento de galerias de águas pluviais devemos manter uma margem de
segurança para que a tubulação trabalhe como conduto livre. Uma das razões para isto é que os
métodos para o cálculo do runoff não são exatos e caso se cometa erros é um problema de custos
enorme a substituição da tubulação.
Conforme FHWA, 1996 as vezes é desejável termos condutos pressurizados e isto acontece
quando uma tubulação será lançada num canal existente e sai mais barato deixar a tubulação
pressurizada do que livre.
O FHWA, 1996 lembra ainda que quando trabalhamos a seção plena estamos trabalhando a
favor da segurança, pois, o pico de vazão numa tubulação se dá a 93% do diâmetro.
Santa Clara County, 2007 recomenda que no escoamento livre se deixe uma depressão
(pequeno rebaixo) para compensar as perdas localizadas ou então que se aumente o diâmetro da
tubulação a jusante.
Dica: para obter o gradiente hidráulico começar de baixo para cima, isto é, do lançamento para
montante.
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Santa Clara County, 2007 mostra que quando o regime de escoamento é subcrítico temos:
HGL1= Nível do lançamento + hf + hL
Sendo:
HGL1= gradiente hidráulico na junção 1
hf= perda distribuída do lançamento até a junção 1
hL= perda de carga localizada do lançamento até a junção 1
Santa Clara County, 2007 mostra que quando o regime de escoamento é supercrítico
temos:
HGL1= Nível do PV na junção 1 - hf - hL
Sendo:
HGL1= gradiente hidráulico na junção 1
hf= perda distribuída da junção 1 até o lançamento
hL= perda de carga localizada da junção 1 até o lançamento
Dica: é importante fazer um degrau correspondente a perda de carga. Caso não faça, verificar
o gradiente hidráulico para evitar extravasamento do PV.
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Sifão
Ho= 2,78 V2/2g )
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Quando uma galeria de águas pluviais é lançada num lago, num rio ou noutra galeria de maior
dimensão temos a equação:
Ho= 1,0 x (Vo2/2g - Vd2/2g)
Sendo:
Vo= velocidade das águas pluviais na saída (m/s)
Vd= velocidade do local de lançamento (m/s)
No caso de o lançamento ser feito em um lago ou reservatório Vd=0 e então teremos:
Ho= 1,0 x (Vo2/2g)
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9.9 Perda de carga em transições para tubos sem pressão (conduto livre)
As transições são as expansões (He) ou contrações (Hc) ou ambos.
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Tabela 9.2 Valores típicos de Ke para alargamento gradual em tubos sem pressão (conduto
livre)
Ângulo do cone
D2/D1 10º 20º 45º 90º 120º 180º
1,5 0,17 0,40 1,06 1,14 1,07 1,00
3,0 0,17 0,40 0,86 1,06 1,04 1,00
D2= diâmetro do tubo maior D1= diâmetro do tubo menor
Fonte: FHWA, 1996
Para contração repentina os valores típicos de Kc estão na Tabela (9.3)
Tabela 9.3- Valores típicos do coeficiente de contração Kc em função de D2/D1 para tubos sem
pressão
D2/D1 Kc
0 0,5
0,4 0,4
0,6 0,3
0,8 0,1
1,0 0
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Figura 9.5- Valores de perda de carga localizadas em entrada como os usados em bueiros
Fonte: Santa Clara County, 2007
9.10 Perda de carga em transições para tubos com pressão (conduto pressurizado)
As transições são as expansões (He) ou contrações (Hc) ou ambos.
Hc= Kc ( V12/2g)
He= Ke ( V12/2g)
Sendo:
Kc= coeficiente de contração
Ke= coeficiente de expansão
V1= velocidade a montante (m/s)
V2= velocidade a jusante (m/s)
g= aceleração da gravidade =9,81m/s2
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Hj= [(Qo Vo) – (Qi Vi) – (QL VL cos(θ)] / [ 0,5 g (Ao +Ai)] + hi - ho
Sendo:
Hj= perda de carga na junção (m)
Q0, Qi, QL= vazão (m3/s) na saída, entrada e na tubulação lateral
Vo, Vi, VL= velocidade na saída, entrada e na tubulação lateral (m/s)
ho, hi= carga na saída e entrada devido a velocidade (m)
Ao, Ai= área da seção transversal da saída e entrada (m2)
θ= ângulo entre a entrada e a saída
Sendo:
Hah= perda de carga localizada no PV (m)
Kah = coeficiente de perda localizada no PV
Vo= velocidade (m/s)
Na Tabela (9.5) estão os coeficientes Kah.
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9.14 Ko= perda de carga devido ao diâmetro do poço e no ângulo entre o fluxo de entrada e o de
saída.
Ko= 0,1 x [b/ Do] x [1 – sen (θ)] + 1,4 x [b/ Do] 0,15 x sen (θ)
Sendo:
Ko= coeficiente de perdas de cargas baseado no diâmetro relativo dos diâmetros dos poços de visita.
Θ= ângulo (rad) entre a tubulação de entrada e a tubulação de saída, conforme Figura (9.1)
b= largura do poço de visita (m).
Do= diâmetro da tubulação de saída (m).
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Já foi demonstrado que existe pouca diferença no coeficiente de perda de carga quando o poço
de visita é circular ou quadrado e, portanto, o efeito pode ser ignorado para os cálculos que estamos
fazendo.
Exemplo 9.1
Calcular o coeficiente de perdas de cargas Ko para tubulação de saída de D= 0,60m e largura do poço
de visita b= 1,5m, sendo o ângulo θ= 180º.
O ângulo deverá ser transformado em radianos: 2 π . θ / 360º= 3,1416
Ko= 0,1 x [ b/ Do] x [1 – sin (θ)] + 1,4 x [b/ Do] 0,15 x sin (θ)
Ko= 0,1 x [1,5/ 0,6] x [1 – sin (3,1416)] + 1,4 x [1,5/ 0,6] 0,15 x sin (3,1416)= 0,25
Sendo:
CD= fator de correção devido a variação do diâmetro do tubo.
Di= diâmetro do tubo de entrada (m).
Do= diâmetro do tubo de saída (m).
Na prática foi achado que o coeficiente CD só é importante quando d/Do > 3,2. Isto acontece
somente em tubos sobre pressão muito grande. Para os casos gerais se faz CD= 1
Exemplo 9.2
Calcular o coeficiente de perdas de cargas CD para tubulação de saída de Do= 0,60m Di= 0,60m.
CD= (Do/ Di)3
CD= (0,60/ 0,60)3= 1
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Exemplo 9.2
Calcular o fator de correção devido a altura da lâmina de água Cd quando o tubo de saída Do= 0,60m
e a altura da lâmina de água no poço de visita calculado em função da gradiente hidráulico a
montante da saída do tubo é de d=1,72m.
Cd= 0,5 x (d/ Do) 3/5
Cd= 0,5 x (1,72/ 0,60) 3/5= 0,94
Sendo:
CQ= fator de correção devido ao escoamento relativo.
(θ)= ângulo entre a entrada original e o tubo de saída (radianos)
Qi= vazão no tubo original de entrada (m3/s)
Qo= vazão no tubo de saída (m3/s).
O valor CQ é função do ângulo da tubulação de entrada, bem como da percentagem de
escoamento que está chegando no tubo de interesse versus outras entradas de tubulações.
Exemplo 9.3
Para ilustrar este efeito consideremos a Figura (9.2) onde temos o tubo de entrada 1 e 2 e o
tubo de saída 3. Vamos supor que Q1= 3m3/s Q2= 1 m3/s e Q3= 4m3/s.
Consideremos o tubo de entrada 1 onde temos Q1= 3m3/s e vamos aplicar a equação:
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Perdas na expansão
het= K x [Vu2 – Vd 2 / 2g]
K= 1 para uma expansão abrupta
K= 0,2 para uma expansão suave.
Exemplo 9.11
Calcular a perda de carga localizada na expansão para vazão de 0,3m3/s onde a tubulação se expande
de 0,4m para 0,45m.
Vu= Q/Au= 0,3/ π x 0,42/4= 2,30m/s
Vd= Q/Ad= 0,3/ π x 0,452 /4= 1,89m/s
K= 1
het= K x [Vu2 – Vd 2 / 2g]
het= 1,0 x [2,32 – 1,89 2 / 2x 9,81]= 0,0127m
Exemplo 9.10
Calcular a perda de carga localizada em uma curva de 30º para uma tubulação de 0,40m com vazão
de 0,3m3/s.
A= πD2/4
V= Q/A= 0,3 /((πx 0,42) / 4)= 2,39m/s
Kb= 0,25 x (Φ/90) 0,5
Kb= 0,25 x (30/90) 0,5= 0,144
hb= Kb x [V 2 / 2g]
hb= 0,144 x [2,39 2 / 2x9,81]= 0,0419m
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Gradiente Hidráulico
P/ γ + Z= gradiente hidráulico (HGL)
Gradiente de Energia
V2 / 2g + P/ γ + Z= gradiente de energia (EGL)
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Como a vazão Q= 0,3m3/s, isto é, maior que 0,2m3/s mostra que a tubulação está pressurizada.
A velocidade na tubulação será:
Q= V x A e, portanto V= Q/A
A= π D2/4= 3,14 X 0,6 2 /4= 0,28m2
V= Q/A= 0,30/0,28= 1,1 m/s
Vamos considerar agora as três seções: 1, 2 e 3 e considerar como plano de origem a geratriz
inferior da tubulação quando chega a lagoa e portanto:
Z1= 0.
O valor de Z2= 150 x 0,001= 0,15m
Z2= 0,15m
Vamos aplicar o Teorema de Bernouilli entre a lagoa e a saída da tubulação que é a secção 1.
V12 / 2g + P1/ γ + Z1 = Vp2/ 2g + Pp/ γ + Zp + hL
A perda de carga no trecho é a perda de carga localizada na saída hL
hL= K x V2/ 2g
Para a saída o valor de K= 1 e a perda será:
hL= K x V2/ 2g
hL= 1,0 x 1,12/ 2x 9,81= 0,062m
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Vamos aplicar o Teorema de Bernouilli entre a seção 1 e a jusante da seção 2 onde está
localizado o poço de visita representado pela letra d.
V2d2 / 2g + P2d/ γ + Z2d = V12/ 2g + P1/ γ γ + Z1 + hf
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A cobertura mínima necessária para manter HGL abaixo do nível da estrada no poço de visita
é dado pela seguinte:
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