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NATAL
2017
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NATAL
2017
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BANCA EXAMINADORA
______________________________________________________
Prof. Dr. Tassos Lycurgo Galvão Nunes
Orientador – Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
______________________________________________________
Prof. Mr. Artur Luiz de Souza Maciel
1º examinador – Universidade e departamento do examinador
______________________________________________________
Prof. Me. Ildisnei Medeiros da Silva
2º examinador – Universidade e departamento do examinador
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RESUMO
ABSTRACT
The present work consist of making a report of a creation of a wall painted, of 5,10 m
high by 13 m wide, on the outside behind wall of São Paulo do Potengi – RN mother
church, with the feat of some county artist, from a realization of a research art project,
of my own, whose main theme realize from a brief investigation about some
Monsenhor Expedito Sobral de Medeiros’ social actions, together with the people,
since his advent in the city, until the last years of his life. The research counted on
the bibliographical and biographical references, story of trusty people of Monsenhor
Expedito and Maria Davina de Lima photo collection’s. This work is consider
important, for reinforces the importance of the own work and the creative process in
art while research and trying to reproduce some of this defining moments, his
Campaign to bring good quality water, to the local community and of get knowing,
remember and appreciate this facts, from observation and reading image, of 7
scenes that compose the artistic wall.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO............................................................................................ 09
2 BREVE PESQUISA SOBRE OS TEMAS: FUNDAÇÃO DE SÃO
PAULO DO POTENGI E VIDA MISSIONÁRIA DE MONSENHOR
EXPEDITO.................................................................................................. 12
2.1 ENTREVISTAS........................................................................................... 16
3 O PROCESSO DE ELABORAÇÃO DO MURAL....................................... 22
3.1 DIVULGAÇÃO E PREPARATIVOS INICIAIS DO MURAL......................... 26
3.2 PRIMEIRA CENA: ATUAÇÕES SOCIAIS, SIGNIFICANTES PARA A
COMUNIDADE DE 1943 A 1953................................................................ 29
3.3 SEGUNDA CENA: ENCONTRO COM O “CASSACO” E O
COMPROME-TIMENTO EM ACABAR COM OS FLAGELOS 37
PROMOVIDOS PELA SECA NO PERÍODO DE 1953 A 1958...................
3.4 TERCEIRA CENA: CRIAÇÃO DE CISTERNAS COMUNITÁRIAS EM
1973............................................................................................................ 43
3.5 QUARTA CENA: AQUISIÇÃO DO CAMINHÃO PIPA EM 1973................. 50
3.6 QUINTA CENA: CONCLUSÃO DA BARRAGEM CAMPO GRANDE EM
1984............................................................................................................ 55
3.7 SEXTA CENA: REUNIÃO EM SANTA CRUZ, O INÍCIO DA CAMPANHA
EM 1993...................................................................................................... 60
3.8 SÉTIMA CENA: INAUGURAÇÃO DAS ADUTORAS EM SÃO PAULO
DO POTENGI/RN, 1999............................................................................. 65
3.9 CULMINÂNCIA E FINALIZAÇÃO DO MURAL........................................... 70
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................... 74
REFERÊNCIAS.......................................................................................... 77
APÊNDICE................................................................................................. 78
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1 INTRODUÇÃO
A arte mural se destaca das outras formas de expressão artística por estar
vinculada a um espaço específico dificultando, portanto, qualquer tipo de
circulação e transporte das obras. Além disso, ela não ter um “valor
comercial” e geralmente é renegada a um plano secundário em função de
suas dimensões, localização e proposta. (Wilhelm, 2012, p. 2).
2.1 ENTREVISTAS
Alba, para dar-lhe essas informações”, pois se tratava de uma pessoa intima e de
sua confiança. Alba morou por alguns anos na casa do Monsenhor Expedito, por
isso, eu fui até seu encontro, para realizar essa entrevista.
Em relação as informações coletadas dos entrevistados, eu irei condensa-las
e sincronizá-las entre si, pois as informações dadas por todos os entrevistados
foram condizentes, umas com as outras e não foi difícil enumerar os momentos mais
marcantes.
Alba começou seu diálogo elogiando o meu trabalho, dizendo-me que essa
minha iniciativa era bastante interessante, porque, apesar de a História da Cidade
ser muito importante, haviam pessoas que não gostavam de saber e que achavam
esse assunto muito arcaico. Ela falou também, que eu não deveria parar apenas nos
depoimentos que ela me deu, ela também me indicou outras pessoas, ás quais eu
também poderia entrevistar.
Sobre as ações sociais realizadas pelo Monsenhor Expedito, ela citou a
construção de Centros Sociais e comentou que o Monsenhor conseguia, com os
proprietários das terras locais, um espaço, um pedaço de terreno e que junto com os
moradores da própria comunidade e outras pessoas de fora, formavam grupos de
trabalhadores, para construir um prédio, onde pudesse acontecer as atividades
pastorais e sociais, ou seja, um espaço para reunir o povo. Ela comentou que a
preocupação do Monsenhor era que, sempre ao lado desses prédios se instalasse
uma biqueira d’água, que pudesse escorrer água capitada das chuvas, para uma
cisterna, que era construída ao lado dos Centros. Essa água capitada serviria para
abastecer as casas da comunidade, esse projeto também realizou –se em São
Paulo do Potengi (SPP).
Outro entrevistado importante foi o Padre Severino dos Ramos Vicente,
conhecido pelo povo, como Padre Ramos. O padre, assim como Alba, é natural da
cidade vizinha, chamada de Riachuelo, na época pertencente a paróquia de SPP,
que era constituída de 5 municípios. Padre Ramos é o atual Padre da Paróquia de
SPP e ele reafirma, que as construções de Centros Sociais serviam para realizar
atividades educacionais, com o intuito de gerar uma consciência social, a partir da
educação. Nesses Prédios, também aconteciam: reuniões dos sindicatos; clube de
mães; curso de corte e costura; culinária etc. Ele também fala sobre um projeto do
governo Norte-Americano “Aliança para o Progresso”, esse projeto trazia alimentos
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básicos como: Óleo, queijo, leite em pó e arroz etc., para o Brasil. Esses recursos,
segundo ele, eram trazidos para a comunidade Potengiense, através da
Comunidade Católica Cristã e outros órgãos, de forma voluntária e afirma, também,
que esses alimentos eram distribuídos, gratuitamente, para a região Potengi e que
existia uma balança que ajudava a pesar esses alimentos de forma justa, para todos
os beneficiados.
O terceiro entrevistado, que também relata essa mesma história é o Professor
Silvério Alves da Silva, nascido e criado em SPP. Ele também era amigo do
Monsenhor e o acompanhou, em quase todos os momentos da Campanha, de trazer
água para o município. O professor fala que o Monsenhor chegou na cidade no mês
de dezembro de 1943, trazendo consigo o “símbolo da água”, como meta religiosa,
pois ele era voltado para as questões da seca, “ele era um tipo de homem enviado
por Deus”, “Aquele que colocaria água de boa qualidade para as pessoas”.
Silvério também fala sobre as construções de cisternas comunitárias. Ele fala
que essa campanha foi realizada, principalmente, por freiras do Paraná, que eram
envolvidas com as ações sociais, promovidas pela comunidade cristã do município,
e pelos recursos dos cristãos Católicos da Alemanha.
Ele também relata que as irmãs do Paraná, lá fizeram uma campanha junto
com os alunos, segundo o depoimento de Silvério e do Padre Ramos, a Campanha
era feita nas escolas da seguinte maneira, os alunos que quisessem participar,
dariam uma contribuição simbólica, que não chegava a ser mais do que, o que eles
gastavam com o lanche na escola. Com essa arrecadação, junto com outros
recursos acumulados, a comunidade de São Paulo do Potengi foi contemplada, com
a compra de um Caminhão Pipa que, segundo as informações dadas por eles, veio
do Paraná com seu tanque “meio de água”, ou seja, já veio meio abastecido de
água, do Sul do País. Silvério conta que esse caminhão abastecia dezenas de
cisternas comunitárias rurais e a cisterna “Mãe”.
Alba reafirma que essa cisterna Mãe, ainda se encontra do lado da paróquia
de SPP, essa cisterna acumulava não só as águas trazidas pelo caminhão pipa,
mas, também, as águas captadas pelas chuvas, que eram transpostas por um cano,
acoplado à biqueira, instalada na Igreja Matriz da Cidade.
O Padre Ramos comenta que, naquela época, a partir das 3h da tarde, o
centro da Cidade era aglomerado por pessoas, indo e vindo em busca dessas
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águas, em carroças, sobre jumentos, com carros de mão ou com galões de água,
nas costas.
Entre alguns depoimentos contados pelos entrevistados, eles enfatizam um
momento muito importante, que faz parte da vida missionário do Monsenhor e que
hoje, também, se fez importante, para toda a comunidade Potengiense. O Padre
Ramos conta que, em consequência de grandes adversidades advindas da seca do
ano de 1953, o Monsenhor, junto com outros Monsenhores e Bispos, preocupados
com a grande estiagem, foram conhecer a construção do Açude Pataxó, lá eles se
depararam com uma situação emergencial, na qual os trabalhadores se
encontravam. Segundo o depoimento de Silvério, esses trabalhadores eram
chamados de “Cassacos”, eram trabalhadores rurais, que prestavam serviços
braçais, na construção de açudes, em troca de alimentos que era distribuído pelos
barracões, de forma muito injusta. Esses homens ficavam trabalhando longe de suas
famílias e o que eles conseguiam trazer para suas casas, não dava para alimentar
sua família por uma semana, então, segundo os entrevistados, era uma situação de
calamidade. Tanto o Padre, quanto o Professor contam que os padres chegaram, no
local, em jipes, não se sabe ao certo, a quantidade de pessoas que foram visitar o
açude, mas o interessante é que esses trabalhadores não sabiam que eles fariam
essa visita, tampouco sabiam identificar quem eram esses padres, só sabiam que
eram padres, por conta das vestimentas, pois eles estavam de batina. Então,
quando os membros da Igreja se organizaram debaixo de um Juazeiro, alguns
desses trabalhadores foram ao encontro deles e um desses cassacos, anônimos, se
aproximou e disse –lhes: “Seu vigário, tire nós dessa escravidão”.
Segundo Padre Ramos, esse momento foi crucial na vida de Monsenhor
Expedito, foi o momento em que o Monsenhor “se converteu”, se sensibilizou e
decidiu, definitivamente, lutar pelas pessoas mais necessitadas. Já o Silvério fala
que, foi a partir desse momento, que o Monsenhor “passou a entender a realidade”,
pois, depois desse ocorrido, as autoridades foram informadas e os trabalhadores
passaram a ganhar dinheiro, ganhando também um pouco liberdade e um certo
poder de compra.
E em um determinado momento, em que eu estava entrevistando Alba, ela
me confessou que o Monsenhor era incansável, em relação a “água” e a questão da
seca. Ela relata que, por ser moradora da residência dele, na época, acabava
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Figura 2 - FOTO: Espaço destacado em vermelho: área em que será pintado o mural.
Arquivo pessoal.
Figura 6 - FOTO: início dos reparos na parede. Figura 5 - FOTO: Parede pronta para iniciar a
Arquivo pessoal. pintura. Arquivo pessoal.
brancas, semelhantes as nuvens que pairam sobre nossa região e na parte inferior,
busquei representar apenas a vegetação nativa, comum à realidade do nosso
Município. Outro motivo me levou a colocar apenas nuvens na parte de cima do
mural, a pesar dos Artistas convidados serem maiores de idade, foi o de não correr
nenhum risco, de coloca-los em uma situação perigosa, os andaimes foram muito
úteis para a produção do Mural, mas não eram suficientes para garantir que nenhum
dos participantes se machucassem ou acontecesse qualquer tipo de acidente, então,
por esse motivo o fizemos dessa maneira.
Nesta primeira cena apresento a primeira foto, que serviu de inspiração, de
autoria da Fotógrafa Maria Davina de Lima, a seguir.
O material utilizado era bem simples, era tinta lavável branca e nela
adicionávamos os pigmentos de cores variadas, o participante ia experimentando e
criando a cor desejada, na hora da pintura. O mais importante no ato de fazer esse
trabalho coletivo foi a troca de conhecimentos, na hora da pintura, a afinidade, o
respeito e o coleguismo, que surgiu de forma natural, como forma de sermos gratos,
pela oportunidade ímpar de fazer algo que ninguém teve coragem de fazer, ou que,
de repente, nunca imaginávamos fazer. Essas sensações são de suma importância,
para que o leitor possa ter uma ideia daquilo que de fato aconteceu, além de aplicar
tinta na parede, nós também aplicávamos nossos sentimentos.
Esse Projeto foi marcado pelo trabalho em equipe, sem esse pensamento
incomum, entre todos os participantes, esse trabalho não teria o mesmo aspecto e
talvez não teria tido sucesso. Como professor e instrutor do trabalho, as sensações
eram de proporção maior, era como se eu estivesse apenas cavando uma fenda por
onde a água iria escoar, e nem sempre a água escorria por onde foi feito a fenda, e
isso, foi o que fez do mural um trabalho tão belo. Todo trabalho tem planejamento,
ritmo e rotina e quando conseguimos pegar o ritmo da produção, com a experiência
do primeiro quadro, foi muito mais fácil reproduzir as outras cenas.
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Maria Davina comentou, que essa foto foi tirada, no dia em que o Monsenhor
foi visitar uma mulher, em um sitio (zona rural) de SPP, que estava muito doente.
Então, eu achei a foto bem expressiva, pois a fotografa me confessou que nesse
mesmo momento, em que ela tirou a foto, ele voltava dessa casa chorando,
sensibilizado com a situação em que ela se encontrava.
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A obra não está só em cada uma das versões, mas também na relação que
é estabelecida entre essas diferentes versões. São processos -- com
informações não de bastidores -- que também nos instigam. (SALLES,
2006, p. 174).
Para Barbosa (2008, p.72): "Ao tecer uma diferenciação entre olhar e ver,
alguns teóricos e artistas ressaltam que começamos olhando para depois
chegarmos ao ato de ver. (Pletsch, 2013, p. 9).
Em geral, “olha-se sem ver” (Pletsch, 2013, p. 9). Neste caso houve uma
visualização premeditada, de como seria o mural, antes mesmo de qualquer tipo de
alteração na parede. Depois de feita a cena, podemos olhar e em seguida ver, de
maneira crítica, avaliando detalhes relevantes que surgiram de forma inédita, no ato
de “fazer” o mural. Construindo esses significados, em forma de imagens, sob posse
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Foi possível realizar muita coisa, com a ajuda espontânea do povo, sem
nenhum prejuízo para minha missão estritamente religiosa. Eu mesmo me
considerava feliz e realizado, pois, naquela época, já se dizia que isso fazia
parte da missão supletiva da igreja, quer dizer, a igreja supria com sua ação
social aonde o poder público não chegava ou se omitia. (MEDEIROS, 1990,
p. 28).
de uma forma que não parasse, ou seja, que fossem trabalhadas como um relógio.
Vejamos um trecho da monografia de Maria do Céu:
um prédio que representa os centros sociais que foram construídos, para que
houvessem atividades educacionais diversas e reuniões dos grupos comunitários,
há também uma placa em cima desse prédio com a seguinte descrição: Década de
60 “Projeto relógio”, ao lado do número 3, no relógio, vemos homens trabalhando em
uma obra, que parece um alicerce de um prédio, que pode representar também a
construção de cisternas, como foi mencionado pelos entrevistados anteriormente,
abaixo, no número 6 representamos a figura do monsenhor Expedito entregando
água, coletada das cisternas, essa foi uma forma de mostrar o quanto o Monsenhor
era humilde e que essa água era distribuída de forma justa, a direita ao lado do
número 9, vemos a imagem de um homem transportando, em galões, água em
cima de um jumento, e na parte de cima, acima do número 12 vemos mais um
benefício provindo dessa água, tratasse de um trabalhador cuidando de uma
plantação, de uma horta. Essa foi uma cena que tentou explicar, através de imagens
simbólicas, os trabalhos diretos e indiretos promovidos por essas iniciativas e o
quanto as pessoas foram beneficiadas por esse projeto.
Esse programa deveria trabalhar como “um relógio”,ou seja 24 horas sem
parar. Assim como as peças e engrenagens de um relógio, a comunidade
deveria trabalhar em conjunto para o bem comum. (LIMA, 1995, p. 5)
por falta de condições financeiras, o Projeto tão sonhado não foi aprovado. (Alcides
Francisco Vilar de Queiroz, 2000, p. 73).
A ideia de usar essa foto, como referência, foi para ajudar na criação do
esboço e representar o Monsenhor abrindo a torneira do caminhão pipa, para
abastecer as cisternas comunitárias da região. Os outros grafismos criados para
compor a cena foram frutos da imaginação dos fatos relatados, nos depoimentos
das entrevistas. Como se fosse uma metáfora imagética, que se explica no texto da
autora:
Essa abordagem do processo criativo talvez seja responsável pela
viabilização de leituras não lineares e libertas das dicotomias, tais como:
intelectual e sensível, externo e interno, autoria e não autoria, acabado e
inacabado, objetivo e subjetivo e movimento prospectivo e retrospectivo.
(SALLES, 2006, p. 10)]
52
“A pintura pode fazer pelos analfabetos o que a escrita faz pelos que sabem
ler”. (MAGNO apud GOMBRICH, 2000, p.135) (NOBRE, 2011, p. 27). Para mostrar
como eu relacionei o trecho citado acima, com a criação da cena, veremos a
descrição do esboço. Eu tentei representar uma espécie de mapa de “cabeça para
baixo”, ou seja, com o seu sentido inverso, do mapa do Brasil. A ideia era expor o
percurso percorrido pelo caminhão, até o Município de SPP. Na cena, como eu
mencionei, eu representei a figura do Monsenhor abastecendo uma cisterna, com a
água advinda do caminhão pipa, na mesma cena também se encontram, outros
personagens, que representam o povo da comunidade local.
Uma memória criadora em ação que também deve ser vista nessa
perspectiva da mobilidade: não como um local de armazenamento de
informações, mas um processo dinâmico que se modifica com o tempo.
(SALLES, 2006, p. 12)
53
Essa flexibilidade do ato da criação, mencionada pela autora, acima, pode ser
entendida pela minha estratégia do esboço, da seguinte maneira, eu representei o
caminhão meio cheio de água, como se seu tanque fosse transparente, assim, as
pessoas poderiam imaginar a cena e o que aconteceu naquela época. Outras ideias
foram surgindo no ato da pintura, como podemos ver nas imagens a seguir:
projeto não foi suficiente para poderem realizar a tal compra, segundo o Padre
Ramos, as Irmãs envolvidas nesse projeto, levaram essa campanha para o sul do
País, para as escolas do Paraná.
Chegando lá, essa campanha foi intitulada de “Um copo d’água para o povo
do Nordeste”, a ideia era arrecadar dos alunos e outros voluntários, quantias
simbólicas, em dinheiro, para juntar e comprar o caminhão, outra expressão relatada
na campanha realizada, lá no Paraná foi “Deixe de ir ao teatro, ao cinema e dê sua
colaboração para fazer feliz o povo do nordeste”, essa segunda iniciativa, junto aos
recursos financeiros doados pelos Cristãos Católicos Alemães e de outros
colaboradores, fez com que eles conseguissem adquirir um caminhão pipa, que,
segundo os depoimentos dos entrevistados, veio meio cheio de água. Esse
momento, de fato foi uma grande conquista, da comunidade, e mereceu seu espaço
na composição do mural, esse momento foi intitulado de “Aquisição do Caminhão
Pipa, em 1974”. (LIMA, 1995, p. 7).
nesse caso é um filtro, que destila tudo o que passa por ele, inclusive a “tradição
cultural”, até chegar ao momento em que ela o alimenta.
A partir da compreensão do raciocínio da autora, nós começamos o trabalho,
observemos as imagens a seguir, para entendermos um pouco dessa intenção.
...a adutora recebeu seu nome, na cidade de São Paulo do Potengi, na noite
de maio de 1999”. Nesta mesma ocasião festejou junto com o povo que
aglomerou para celebrar a grande conquista e que proferiu com emoção o
seu último discurso a seu povo amado. (AZEVEDO, Monsenhor Expedito -
O Profeta das Águas, 2000, p. 10).
A ideia era a seguinte, tentar fazer uma imagem diferente das outras, mais
tranquila, mais clara e com mais espaços, pois, o acumulo de elementos visuais,
confunde a interpretação do espectador, e como se tratava de uma conquista, de
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O que torna interessante essa relação da arte Mural Egípcia com o meu
trabalho são as mínimas coincidências, que me deixa feliz como estudante e
professor/pesquisador, por exemplo, nem em todas as cenas a imagem do M.
Expedito é o personagem de tamanho maior no quadro, muitas vezes parece ser
bem menor, então, a obra foge muito dos padrões rígidos de representações da arte
Egípcia. Mas, por outro lado, em relação do Faraó com o Monsenhor, podemos fazer
uma alusão à questão da comparação, da Igreja com a Pirâmide do Faraó, apesar
de o Monsenhor ser uma pessoa bastante humilde e justa, segundo seus amigos
mais próximos. Eu refleti um pouco sobre a cultura Egípcia com a cultura cristã
católica de SPP, podemos perceber algo em comum, é que o seu corpo foi
enterrado dentro da Igreja Matriz, assim como os Faraós eram sepultados em suas
Pirâmides, mas, isso chega a ser minimamente questionador, comparado com a
cultura e as crenças da religião Egípcia. Na última cena podemos perceber a
representação da imagem do Monsenhor, que, por coincidência, apresenta algumas
caracterizas da representação da arte Egípcia, por exemplo, no desenho, ele tem o
tamanho maior, em relação aos outros personagens e o seu rosto, na cena do
Mural, obedece, um pouco, aos aspectos da “lei da frontalidade”, características
típicas da arte mural egípcia, o que eu quero dizer é que, apesar de o mural ter sido
feito coletivamente e por grafismos mistos, podemos encontrar referencial imagético,
de comparação, para fundamentar a produção. (NOBRE, 2011, p. 18)
horas por dia, para quem quiser apreciar, tirar fotos e discutir sobre ela, a arte mural
não é apenas patrimônio da cidade, mas do povo, pois conta a história dos seus
antecedentes e do seu lugar de origem.
Com a arte muralista, a população tem acesso à “arte pública”, uma vez que
o acesso a galerias e museus de arte é difícil para uma parte da população.
A pintura mural leva a arte para a esfera pública, onde muitas vezes os
espaços urbanos tornam-se verdadeiras galerias de arte a céu aberto.
(Pletsch, 2013, p. 5).
internos sobre o que fazer, como fazer e com que finalidade. Assim os textos vão
concordando, ou não, com os objetivos do trabalho acadêmico.
74
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
e que agora, nós artistas, as reproduzimos em artes visuais, até para que de repente
algum idoso, criança ou adulto, que não saiba ler, possam apreciar, também, um
pouco desses acontecimentos marcantes, sendo esses verbalmente falados ou não,
por qualquer uma pessoa, que saiba um pouco dessa história, a partir das cenas do
Mural.
Para os artistas e estudantes convidados, a repercussão desse projeto lhes
deram outras perspectivas, experiências com pinturas, que somaram com os seus
conhecimentos existentes, sobre Artes Visuais. E foi a partir dessa exposição fixa e
da divulgação de suas qualidades, que as pessoas passaram a procura-los, para
começar a comercializar seus próprios trabalhos artísticos, sejam eles em qualquer
tipo de superfície. Além de absorverem novas técnicas e de divulgarem seus
trabalhos, eles, também, puderam conhecer um pouco mais da história de sua
própria Cidade, sobre o que aconteceu no passado e porquê, hoje, eles gozam
desses benefícios.
Para os participantes, segundo seus próprios comentários, depois desses 15
dias de produção do Mural, o resultado foi maravilhoso e uma das coisas mais
significativas, para eles, foi poder participar de uma obra de arte, de grande
dimensão, não só pelo tamanho, mas principalmente por ser artística e histórica,
pela valorização da história do Monsenhor Expedito, que com certeza foi um dos
objetivos alcançados, para somar à história do Rio Grande do Norte.
Doravante o local onde o Mural foi reproduzido, se tornou um novo ponto
turístico da cidade, o local tornou-se ponto de encontro para a população, para
passeios recreativos e para visitações, onde as pessoas podem interagir com a
obra, tirando selfies, etc. Independentemente às questões religiosas, a obra de arte
é convidativa para todos os tipos de pessoas, pois trata-se de representações de
fatos que remetem às conquistas realizadas pelo povo e para o próprio povo.
A realização desse projeto contribuiu muito para minha formação acadêmica,
cientifica, artística, profissional e também me instruiu como cidadão, do próprio
Município. A partir dessa realização, eu pude comprovar minha competência e
minhas habilidades, como artista visual e arte educador, em diversas áreas desse
mesmo curso. Para tanto, eu tive que desenvolver um bom trabalho de pesquisa e
defende-lo, para que pudesse ser aprovado e, também, elaborar um bom projeto de
76
REFERÊNCIAS
APÊNDICE
79
Natal
2017
80
Windows User
Trabalho consiste basicamente em realizar uma relação harmoniosa entre as propostas e o tema de
pesquisa do meu Trabalho de Conclusão de Curso, com o material, didático, oferecido pela Escola
Estadual Maurício Freire e a participação da turma na produção e finalização do Mural.
81
LISTA DE FOTOS
LISTA DE FIGURAS
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO83
2. CARACTERIZAÇÃO86
2.1 INSTALAÇÕES
3. ESTUDO
3.1 OBSERVAÇÃO E APRESENTAÇÃO DO PROJETO PARA A TURMA
3.2 PRIMEIRA AULA
3.3 PLANEJAMENTO COM O PROFESSOR DA TURMA.
3.4 PRIMEIRA APRESENTAÇÃO DA TURMA
3.5 SEGUNDA APRESENTAÇÃO DA TURMA
3.6 TERCEIRA APRESENTAÇÃO DA TURMA
3.7 BREVE AULA SOBRE MURAL
3.8 OFICINA DE PINTURA E PREPARAÇÃO PARA A INTERVENÇÃO
3.9 ORIENTAÇÃO DA ESCRITA DO RELATÓRIO REFLEXIVO DA
EXPERIÊNCIA
3.10 ESCRITA DO RELATÓRIO REFLEXIVO DA EXPERIÊNCIA
4. CULMINÂNCIA E INTERVENÇÃO NO MURAL ARTÍSTICO
5. REFERÊNCIAS
6. ANEXO
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1. INTRODUÇÃO
áudios, vídeos ou fotografar, pois o tempo era bastante curto e a cada término das
apresentações dos alunos, eles receberiam novos conteúdos. Para que possamos
melhor entender proposta de ensino, a ideia era que, em uma aula o professor
apresentaria um conteúdo sobre um determinado estudo e na aula seguinte, seria a
turma e seus respectivos grupos quem apresentaria o mesmo conteúdo, em uma
atividade prática, na qual mostrassem suas habilidades de apresentação e
desenvoltura, conhecimentos absorvidos durante as aulas e suas criatividades na
produção do trabalho, assim, demos-lhes autonomia e facilitamos a avaliação geral
da turma. Na sexta etapa, como já fora mencionado, a turma apresentou seus
respectivos trabalhos, assim os trabalhos sucederam-se na 7º e na 8º etapa do
estágio, nos dias 23/09 e 07/10, os detalhes da cada aula e das apresentações, eu
irei descreve-las no desenvolvimento do relatório. Na nona etapa, eu apresento aos
alunos uma breve aula sobre Arte Muralista, essa aula antecede a décima etapa
desse trabalho, que trata fazer de fazer uma oficina de desenho e pintura, na qual
eles tiveram a oportunidades de experimentar a o manejo da tinta com o pincel,
enquanto iam se preparando para a intervenção artística, na produção do Mural
planejado por mim, que estava sendo realizado na parede externa e traseira da
igreja Matriz de São Paulo do Potengi – RN. Tanto essa ação pedagógica, em forma
de estágio, quanto a produção do mural fazem parte de um único projeto, que é o
meu Trabalho de Conclusão de Curso.
Na etapa de décima primeira, inicia-se as orientações dessa experiência, que
dão início a essa escrita, chamada de relatório reflexivo. E para finalizar as etapas,
apresentei a décima terceira etapa desse trabalho, que é a culminância do estágio e
o registro de observação da turma, que participou, diretamente, da finalização da
pintura do mural, no dia 18/11 de 2016.
86
2. CARACTERIZAÇÃO.
3.1 INSTALAÇÕES
FOTO 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14 e 15 - Registro das instalações – Fonte: Arquivo pessoal.
90
FOTO 16, 17, 18, 19 e 20 - Registro das instalações – Fonte: Arquivo pessoal.
3. ESTUDO
segundo ano e que o Professor Helder era o meu professor de artes, na Escola
Estadual Aluízio Azevedo, em 2001 e 2002, que anteriormente era intitulada de
CENEC e que sob a mesma estrutura fora renomeada, atualmente, em homenagem
a Luiz Antônio de Azevedo, ao (Falecido EX- Vereador da cidade), tudo isso para
fazer uma comparação e reflexão sobre o ensino de Artes Visuais, à
aproximadamente uma década passada, com as atividades em Artes Visuais, nos
dias atuais, principalmente na turma do 2º ano do “Maurício Freire”, do turno
matutino e também contribuir e corresponder às propostas do plano de ensino do
Professor de Artes.
Esta turma é composta por 27 adolescentes. Trata-se de jovens bastante
ativos, participativos, questionadores que se integram e se entregam em todas as
atividades que lhe são propostas, sempre opinando e contribuindo com suas ideias e
sugestões, por isso ela foi escolhida e sugerida pelo professor Helder.
O tema desse trimestre, como já foi dito, foi “Fotografia e produção em Artes
Visuais”, a partir dele foi aplicada uma leitura de um pouco da história da fotografia,
técnicas básicas para explicar as “peculiaridades” entre os elementos visuais,
esclarecendo essas diferenças para que os alunos pudessem melhor se expressar e
descrever suas obras. Reconhecendo essas diferenças de inspiração e criatividade
entre as produções individuais de cada um deles, essa foi uma forma de identifica-
las e internaliza-las.
A partir dessa breve analise sobre o perfil da turma e alguns sinais dados
pelos alunos mais interessados, tomamos a decisão de optar pelo viés da
aprendizagem que se utiliza de “Apresentações”, ou seja, “aprender explicando”,
uma das estratégias sugeridas pela própria instituição, para essa faixa etária
(VASCONCELOS, 2015).
A decisão sobre a escolha do direcionamento das atividades que foram
abordadas durante os 13 encontros, se deram a partir das observações realizadas,
buscando se adequar ao tema de pesquisa realizado na turma e das características
dos alunos.
Estando ciente dos trabalhos desenvolvidos pelo professor responsável por
esta turma e tendo em vista as concepções para o Ensino Médio, propostas pela
Escola, em relação à aprendizagem, ao ato de fotografar, de pesquisar, de produzir,
de interagir e aprender com as atividades de campo, apresentações e as atividades
95
O projeto, como qualquer outro, não é tema acabado, nem assume forma
definitiva. A permanente revisão é parte integrante do processo de execução,
permitindo assim, a inclusão de novas ideias e soluções em um mundo em
constante transformação. Desse modo, haverá um dinamismo constante para
que a Escola Estadual Mauricio Freire, atinja seus objetivos na construção do
saber integral. (VASCONCELOS, 2015, p. 3).
eles se entusiasmaram ou não com as atividades, essa que por sua vez faz parte do
“desenvolvimento da criatividade” (área da educação visual), essa experiência
possibilitou descobrir os limites do próprio imaginário deles, a interação com o outro
e com o meio e na utilização da linguagem visual e como ferramenta de produção
artística, os próprios aparelhos celulares, máquinas digitais, etc.
Rotina
EEMF, SPP, 16 de setembro de 2016. Professor Leandro Levy
Rotina.
1. Coleta de frequência
2. Instalação do equipamento (multimídia)
3. Apresentação oral
4. Diálogo com a turma
5. Apresentação da Turma
6. Orientações
7. Organização do material
8. Saída
A aluna justificou seu trabalho dizendo que teria feito a foto um pouco antes
da aula, a mesma não tinha participado da aula passada. Mas seu trabalho apesar
de ter sido feito quase no momento da aula, a imagem tinha bastante qualidade e
apresentava características básicas dos elementos visuais, cor, textura, forma e
perspectiva. Outros colegas também não sabiam da apresentação e se
comprometeram em apresentar na próxima aula. Em sua apresentação e dialogando
sobre a imagem, com os outros alunos, a aluna descreveu informações sobre a
imagem de acordo com as perguntas que eu proferia. Seu trabalho e sua
apresentação foram excelentes.
105
Rotina
EEMF, SPP, 23 de setembro de 2016. Professor Leandro Levy
Rotina.
106
1. Coleta de frequência
2. Instalação do equipamento (multimídia)
3. Apresentação oral
4. Diálogo com a turma
5. Apresentação da Turma
6. Orientações
7. Organização do material
8. Saída
Rotina
EEMF, SPP, 07 de outubro de 2016. Professor Leandro Levy
1. Rotina.
2. Coleta de frequência
3. Instalação do equipamento (multimídia)
4. Apresentação oral
5. Diálogo com a turma
6. Apresentação da Turma
7. Orientações
8. Organização do material
9. Saída
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determinada região, como por exemplo nos países da America Latina. Para resumir
esse primeiro parágrafo, esse estudo serviu de contextualização das aulas aplicadas
aos alunos e de referência na produção do relatório.
A intenção principal dessa aula é fazer com que os alunos tivessem um
conhecimento prévio daquilo em que iriam participar, nesse caso, na finalização da
produção do mural artístico. Os alunos da turma da EEMF, participaram da pintura e
finalização da ultima cena, que representa a instalação e inauguração das adutoras
que transpoem água da Lagoa do Bomfim, da cidade de São José de Mipibu, para
município, nesse mesmo dia também se encerrou pintura do mural. Então, para que
possamos entender melhor como foi a aula, vamos descreve-la como a fizemos na
rotina.
Rotina
EEMF, SPP, 14 de outubro de 2016. Professor Leandro Levy
Rotina.
1. Coleta de frequência
2. Instalação do equipamento (multimídia)
3. Apresentação oral
4. Diálogo com a turma
5. Apresentação dos Slides
6. Orientações
7. Organização do material
8. Saída
Para que os alunos pudessem ter uma dimensão visual da proposta da aula,
eu tive que fazer uma pequena pesquisa de campo na cidade de Natal - RN,
procurando imagens nas paredes, ou alguma arte Muralista, para que nós
pudessemos nos familiarizar às ideias da intervenção e sabermos que esse tipo de
arte existe em nosso Estado, então, eu caminhei pelo Bairro de Mirassol, nas
proximidades da UFRN e consegui identificar uma arte, que serviu de referência
para ilustrar a minha apresentação, tratasse de uma arte em graffiti, que veremos
nas imagens a seguir.
114
Conceituar o que é a imagem e a palavra, não é tarefa das mais simples, pois
depende do referencial teórico e da visão de mundo de cada pesquisado.
(Silva, p. 2).
Sobre a Arte mural, no Brasil, posso citar, entre tantos artistas renomados que
fizeram parte do quadro de artistas Muralista, artistas que substituíram o cavalete
por suportes maiores, por exemplo, os muros e/ou paredes internas de instituições
importantes para a sociedade, o artista Candido Portinari, pelo seu grafismo, por sua
maneira de democratizar os personagens, nas obras e pela tendência que ele
estava seguindo e reproduzindo nas décadas de 30 e 40.
Figura 57 - Figura 40 - Cândido Portinari. Café, 1938. Pintura mural a afresco. 280 x 297cm.
Série Ciclos Econômicos. Palácio Gustavo Capanema, Rio de Janeiro.
http://www.portinari.org.br/IMGS/jpgobras/OAa_1755.JPG (NOBRE, 2011, p. 64)
Muita gente estranha à sua obra poderá pensar que o muralismo foi apenas
um eco retardado do formidável movimento mexicano. Não o foi. Pela própria
evolução interior de sua arte pode-se ver que foi por assim dizer
organicamente [...] que Portinari chegou diante do problema do mural. [...]
Depois das figuras monumentais isoladas e do segundo Café a experiência
com o afresco se impunha naturalmente, como próximo passo. (NOBRE,
2011, p. 65).
Então, o trabalho fluiu naturalmente. Mas deixo claro aqui que a ideia de fazer
uma arte mural veio de uma crítica construtiva do professor Everardo Ramos,
orientador do curso de Artes Visuais, apesar de me sentir um pouco receoso, por ter
que refazer e mudar o rumo do meu projeto de T.C.C, não saiu de minha cabeça a
ideia de fazer algo maior do que eu já tinha feito e durante o projeto pedagógico
obrigatório, que eu estava realizando na Escola Estadual Maurício Freire, eu
juntamente com os diretores da instituição já estávamos conversando sobre uma
culminância desse porte, mas dentro da instituição. A partir de alguns encontros com
o professor Everardo, pude entender que eu teria de fazer algo grande, novo e que
atingisse o maior número de espectadores, que o trabalho fosse significante para o
departamento, para a Universidades e para os colegas de classe, principalmente
para a comunidade em que eu estava realizando o meu projeto, dessa forma,
chegamos a este fim, com muito sacrifício e diálogos demorados, assim fora a
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Rotina
EEMF, SPP, 04 de novembro de 2016. Professor Leandro Levy
Rotina.
1. Coleta de frequência
2. Apresentação oral
3. Diálogo com a turma
4. Oficina de Pintura
5. Orientações
6. Organização do material
7. Saída
FOTO 49, 50, 51, 52 e 53 - Registro da atividade – Fonte: Arquivo pessoal do aluno.
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Uma das orientações, da aula anterior, foi pedir aos alunos que tirassem fotos
de vegetação nativa, com isso gerou uma dúvida neles, qual era essa vegetação
nativa? Pois bem, na nossa Cidade não grandes plantações e as poucas arvores
que produzem frutos estão dentro de terrenos particulares, ou seja, existem algumas
hortas e cultivo de capim nas proximidades do município, mas nada muito além
disso. Expliquei para eles, principalmente para os alunos que moram na Zona
Urbana, que a vegetação nativa é toda planta que surge ou não com ajuda do
homem, algumas plantas nativas ainda existem, porque as pessoas ainda não
descobriram seu valor medicinal ou serventia, como Cactos e outras plantas
silvestres. Algumas flores nascem entre o próprio asfalto, então, essas plantas
podem ser ditas como nativas e podem serem usadas como referência visual para o
nosso projeto. A partir desse entendimento os alunos trouxeram essas imagens e
outros preferiram pintar algo de sua própria imaginação, para facilitar a intimidade
com o pincel e a tinta, como vemos nas imagens a seguir.
Este último encontro foi mais tranquilo, foi um momento de atividade, mas foi
um momento de acalmar os ânimos, relaxar, abstrair, conversar, refletir e se divertir
também. A turma do 2º ano da EEMF é composta de alunos sinceros e
comprometidos com as tarefas que lhes são dadas, para mim foi uma satisfação
sem descrição. Apesar do tempo ser curto, pudemos produzir bastante, durante
essa oficina e já começamos a discutir como seria a intervenção da turma, no
Projeto do Mural Artístico, alguns alunos já foram me comunicando que não queriam
ou não poderiam participar da intervenção, algumas características do plano de ação
da Escola incluir, mas não forçosamente, o aluno em todas as atividades,
independentemente de suas capacidades. A partir dessa premissa, eu e os alunos
decidimos que, participariam da pintura apenas os alunos que tinham o desejo de
pintar, no entanto era imprescindível que todos os alunos presentes, em sala de
aula, no dia da intervenção fossem participar indiretamente na produção do mural,
seja fotografando, apreciando, conversando ou ajudando os alunos que estavam
pintando. Todos concordaram, em seguida nós organizamos o material de pintura e
saímos.
pareça estar sobre o controle do cronograma, por mais organizado que seja o
graduando.
Essa reflexão é embasada em pensamentos de terceiros que os autores
apresentam, faz-nos fazer analogias que explica o resultado magnifico que uma obra
coletiva representa, quero dizer que quando o professor, instrutor ou responsável
junta uma turma de uma escola ou um grupo de artistas, para fazer um trabalho de
grande dimensão, como a pintura de um mural, é normal que ele se surpreenda com
o resultado, nesse caso específico, do meu projeto, por sugestões e também dos
professores orientadores. Dobre os participantes, eu os deixei livres, não totalmente
desorientados, mas que pudessem exprimir da melhor forma, seus sentimentos e
talentos no painel. A palavra “imagem” surge da palavra magia, acredito que nesse
mural a magia se apresenta como um sonho lúcido, ou seja, de abstrações
pessoais, de cada um dos participantes, seja no estilo do traço ou na tonalidade das
cores e nesse caso, eu não tentei interferir, pois, apesar de não ser um trabalho
voltado pra reprodução de imagens realistas ou um tipo de cópia fiel de uma foto, o
mural apresenta grafismos únicos, apesar de ser gerado de um esboço feito por
mim, o resultado final fez surgir imagens inimagináveis por mim, pois o meu esboço
não apresentava cor, apenas formas e traços, um esboço simples, que todos os
participantes pudessem reproduzir na parede. Então, se há algo de mágico na
composição das imagens que estão no mural é de fato fruto da imaginação de cada
um dos participantes e é isso que o fez belo e genuíno.
Sobre as considerações, em relação a experiência vivenciada do Estágio
posso afirmar que, ao chegarmos nesta fase, analisamos o paradigma do contexto
das formas de se tratar as artes visuais, ou seja, uma breve investigação sobre elas,
seja, como objeto de estudo, seja, como práticas interdisciplinares. E principalmente,
sobre o desenvolvimento cógnito – instintivo dos alunos, valorizando a produção dos
mesmos, a partir da supervisão capacitada do professor.
A palavra “desenvolvimento” é traduzida pela prática de arte, particularmente,
como um tipo de reorganização das concepções de ensino aprendizagem. Neste
caso, quanto mais experiências artísticas os alunos vivenciarem mais elementos
elas apropriaram em seu acervo imaginário.
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5. REFERÊNCIAS
6. ANEXO