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RESUMO: UM ESTUDO DA IMAGEM CORPORAL SOB A ÓTICA DA

CONSCIÊNCIA E DO INCONSCIENTE
PSICOMOTRICIDADE
Isabela Gomes da Silveira
IMAGEM E ESQUEMA CORPORAL NA CONSTRUÇÃO DA CONSCIÊNCIA EM
VYGOTSKY E WALLON
Em Vygotsky os termos imagem e esquema corporal não são encontrados, mas
deduz-se que a imagem seja equivalente a imaginação e esquema corporal a
resultado da construção das Funções Psíquicas Superiores. Kant e Vygotsky
ambos sustentam o papel da significação é construída socialmente e
subjetivamente, sobre a forma de representações da realidade interna e externa, o
que chamamos de consciência. Sobre a imaginação Vygotsky a divide
primeiramente em duas, uma externa, plástica e objetiva, as impressões do que é
vindo de mundo; outra interna, emocional, objetiva de elementos interiores;
As quatro funções da imaginação na consciência segundo Vygotsky:
1) A imaginação é interligada as experiências e realidade. A história do indivíduo é
interligada a capacidade de criar e fantasiar. Tanto as experiências externas quanto
as internas traduzem-se imaginação e cada indivíduo da sua significação para essas
experiências. A significação tem um sentido geral e um sentido particular, que se faz
a partir de sua leitura do o sujeito tem de si e do mundo
2) A segunda lei é uma articulação estreita entre imaginação, fantasia e realidade.
Em suma Vygotsky fala sobre a influência que os quadros clássicos tem sobre nossa
função mental. Essa influência pode se dar pela imagem produzida na nossa mente
sobre um acontecimento como se fosse a realidade, porém essa imagem não é uma
representação exata dos fatos como são na realidade.
3) A terceira lei trata dos aspectos emocionais, essa ligação entre imaginação e
emoção acontece de duas formas de sendo a emoção que interfere por meio dos
sentimentos na imaginação e a imaginação interferindo nos sentimentos. O impacto
emocional das imagens determina o afeto na representação mental.
4) A última lei marca a criação propriamente dita, que não se pode encontrar em
nossa experiência humana, uma ruptura com a lógica e a estética quase sempre.
A função da imaginação é determinante da construção da imagem e do esquema
corporal como podemos observar que é responsável pela atividade mental,
representação da realidade interna e externa e da imagem corporal.
A IMAGEM CORPORAL EM WALLON

A construção da imagem corporal, em Wallon, passa pelo estudo das premissas


psicofisiológicas da consciência corporal.
A consciência corporal é adquirida através de três diferentes vias de informações
postuladas por Wallon, que são originalmente dissociadas uma das outras sendo
elas: interoceptiva (viscerais, internas), proprioceptiva (ações e movimentos do
corpo), exteroceptiva (atividades voltadas ao mundo exterior).
A dissociação das impressões na origem da consciência corporal pode ser
considerada como fundante da experiência da constituição do eu.
Perceber a imagem e associá-la a si mesmo é uma construção complexa,
sustentada num ontogênese que passa diretamente pelo outro (ontogênese é o
processo evolutivo acerca das alterações biológicas sofridas pelo indivíduo, desde o
seu nascimento, até seu desenvolvimento final)
Ao estudar as reações das crianças frente ao espelho Wallon descreve dois
momentos importantes da psicogênese: a capacidade de perceber a imagem e de
relacioná-la a si próprio.
O primeiro diz da criança acompanhada por outra pessoa e conseguir fazer uma
ligação entre a figura real e o reflexo do espelho, e não só da figura mas da fala da
pessoa principalmente.
O segundo é a imagem de si, a forma como a criança percebe a si mesma reflete na
imagem e trata essa imagem como um outro eu falando com a imagem na terceira
pessoa, buscando contato corporal.
A construção da imagem corporal é indispensável ao progresso imediato da
consciência. Wallon em concordância com Vygotsky e Kant afirma que a imagem do
corpo está articulada na rede de imagens de representações sociais fornecidas
pelos adultos e pelas relações estabelecidas com o meio físico e social. A imagem
do corpo é um produto da linguagem, num espaço e tempo históricos.

IMAGEM E ESQUEMA NA ÓTICA DO INCONSCIENTE


Freud revoluciona o conhecimento científico ao dividir a atividade psíquica em
consciente e inconsciente, oferecendo nova visão da construção de conhecimento,
realidade e do eu. A psicanalise define Eu como construção das características
inatas e seu desenvolvimento, incluindo o corpo e sua construção corporal: “O eu é,
antes de tudo, um eu corporal” (Freud, 1923/1976:40).
O corpo esta sempre relacionado com as funções motoras e perceptivas, se
desenvolvendo através das sensações corporais, do corpo que nascem as primeiras
sensações de prazer que originam a sexualidade, que nesta etapa ainda é auto
erótica. Com o corpo sendo o objeto de desejo e investimentos das pulsões o ser se
sente completo resultando num sentimento de completude. Nesta fase a construção
do esqurma corporal se da pelas sensações e por isso é sem representações puro-
corpo. A imagem corporal é o resultado das representações mentais do corpo.
Lacan concebe O Estadio apartir da ideia de construcao de um contorno de sua
imagem, que da a sensação de completude, que por sua vez antecipa a relação com
o outro mesmo q o outro seja a si mesmo. Os registros simbólicos criados nessa
criança apartir das sensações, emoções desemborca na linguagem que então
construirá a relação com o outro e o mundo. No universo simbólico a palavra é
essencial na organizacao psiquica, pois a linguagem cria o sujeito da consciência e
do desejo.
Vygotsky pensou o sujeito da consciência e do comportamento voluntário, já Freud
pensou o sujeito como o sujeito do inconsciente. O sujeito pra Freud é regido pela
realidade psíquica de desejo, fantasia, desocnhecidas da consciência mas altamente
determinates do Eu.
O Eu é produto de várias identificações imaginárias, sua origem é o narcisismo
infantil onde o ideal é a projeção imaginária de si mesmo. A fascinação amorosa
exercida pelos pais substitui a identificação primeira e acrescenta novas imagens
que contribuem pra o protótipo de ideal do Eu que tambem é representante de
modelos culturais, por meio de valores culturais determinados historicamente e se
tranformam através do tempo. Sociólogos e historiadores definem a pos-
modernidade como em ausência de ideias tradicionais e valores, nessa ausencia o
coepo ganha valor de identidade, logo as pessoas valem mais o que aparentam do
que o que são. Esse culto a imagem substitui o vazio da existência.

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