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Direito Constitucional

Conceito:
• Sentido Sociológico: Legítima aquela que representa o efetivo poder social; conjunto de
poderes reais de uma sociedade.
• Sentido Político: Decisão política fundamental (estrutura e órgãos do Estado, direitos
individuas, vida, democrática etc); leis constitucionais.
• Sentido Material e Formal: Material→ norma que define e trate de regras estruturais da
sociedade, de seus alicerces fundamentais; Formal→ aquelas introduzidas pelo poder
soberano, por meio de um processo legislativo mais dificultoso, diferenciado e mais solene
do que para as demais.
• Sentido Jurídico: Kelsen, dois sentidos; Lógico-Jurídico→ norma jurídica fundamental
hipotética, plano do suposto. Jurídico-Positivo→ norma posta, positivada e norma positivada
suprema. Escalonamento de normas.
C.F

• Sentido Culturalista: Produto de um fato cultural, produzido pela sociedade e que sobre
ela pode influir.
* Elementos integrantes (componentes ou constitutivos) do Estado. Constituição deve trazer
em si os elementos integrantes do Estado: Soberania, Finalidade, Povo e Território.

•Classificação:
- Quanto a origem:
→Outorgada: imposta, de maneira unilateral. No Brasil, 1824, 1937 e 1967.
→ Promulgada: democrática, votada ou popular. Assembléia Nacional, eleita diretamente
pelo povo, para em nome deleitar (deliberação da representação legítima popular.) A de
1891 e 1988.
→ Cesarista: participação popular, não é democrática, pois visa apenas ratificar a vontade
do detentor do poder.
→ Pactuada: poder constituinte originário se concentra nas mãos de mais de um titular.
Constituição é promulgada. Carta é a constituição outorgada.
-Quanto a forma:
→ Escrita (instrumental): conjunto de regras sistematizadas e organizadas em um único
documento, estabelecendo as normas fundamentais de um Estado.
→ Costumeira (não escrita ou consuetudinária): não traz as regras em um único texto solene
e codificado.
-Quanto a extensão:
→ Sintéticas: enxutas, veiculadoras apenas dos princípios fundamentais e estruturais do
Estado.
→Analíticas: abordam todos os assuntos que os representantes do povo entenderem
fundamentais.
-Quanto ao conteúdo:
→Materialmente constitucional: texto que contiver as normas fundamentais e estruturais do
Estado, a organização de seus orgãos os direitos e garantias fundamentais.
→ Formal: elege como critério o processo de sua formação, e não o conteúdo de suas
normas.
-Quanto a alterabilidade:
→ Rígidos: exigem um processo legislativo mais árduo, mais solene, mais dificultoso do que
processo de alteração das normas não constitucionais.
→ Flexível: não exigem um processo legislativo mais árduo, não existe hierarquia entre
constituição e lei infraconstitucional.
→ Semi-flexível ou semirrígida: algumas matérias exigem um processo de alteração mais
dificultoso do que o exigido para a alteração das normas infraconstitucionais, enquanto
outras não requerem tal formalidade.
→Fixas: somente podem ser alteradas por um poder constituinte originário.
→Imutáveis: constituição inalterável. ( A brasileira de 1988 seria exemplo de Constituição
super-rígida.)
-Quanto ao modo de elaboração:
→ Dogmática: sempre escrita, elaborada de um só fato.
→ Histórica: lento e contínuo processo de elaboração.

• Elementos da Constituição:
→ Elementos Orgânicos: normas que regulam a estrutura do Estado e do Poder.
→Elementos Limitativos: limitam a atuação do Estado.
→Elementos sociológicos: compromisso da Constituição entre o Estado individualista e o
Estado social.
→Elementos de estabilização constitucional: instrumentos de defesa do Estado e buscam
garantir a paz social.
→Elementos formais de aplicabilidade: regras de aplicação da constituição.

•Princípios da interpretação constitucional:


→ Princípio da unidade da constituição: deve ser interpretada em sua globalidade como
um todo e, assim, as aparentes antinomicas deverão ser afastadas.
→ Princípio da máxima efetividade: (eficiência ou interpretação efetiva) norma
constitucional ter a mais ampla efetividade social.
→Princípio da concordância prática ou harmonização: os bens jurídicos
constitucionalizados deverão coexistir de forma harmônica na hipótese de eventual conflito
ou concorrência entre eles. Inexistência de hierarquia entre os princípios.

•Estrutura da Constituição:
→ Preâmbulo, corpo e ato de disposições constitucionais transitórios.
- Preâmbulo: não tem relevancia jurídica servindo como norte interpretativo das normas
constitucionais.
-Corpo: nove titulos.
-Ato das disposições constitucionais transitórias: tem natureza de norma constitucional e
poderá trazer exceções às regras colocadas no corpo e poderão excepcionar regras gerais
do corpo.

•Poder Constituinte:
Poder de elaborar ou atualizar uma constituição. A sua titularidade pertence ao povo.
“Hiato constitucional” – (revolução) verifica-se quando há um choque entre o conteúdo da
Constituição política e a realidade social ou sociedade.
→Poder constituinte originário: É aquele que instaura uma nova ordem jurídica, ou seja, cria
um novo Estado, nova constituição. É subdividido em:
-histórico: estrutura, pela primeira vez, o Estado.
- revolucionário: seriam todos os posteriores ao histórico, que instauram um novo Estado.
* Características: incial, autonomo, ilimitado juridicamente, incondicionado e soberano na
tomada de suas decisões, poder de fato e poder político, permanente.
O poder constituinte originário formal materializa e sedimenta como constituição, já o
material diz o que é constitucional.
Formas de expressão:
- outorgada: declaração unilateral do agente revolucionário.
- Assembléia nacional constituinte ou convenção: nasce da deliberação da representação
popular.
- Poder de fato, político; energia ou força social; natureza pré-jurídica; a ordem jurídica
começa com o poder originário e não antes dele.
→ Poder constituinte derivado: criado e instituido pelo originário, deve obedecer, portanto,
as regras por ele impostas e colocadas.
→ Poder constituinte derivado reformador: tem a capacidade de modificar a constituição
através de emendas constitucionais. Poder jurídico.
→ Poder constituinte derivado decorrente: estruturar a constituição dos Estados-membros
(decorre da capacidade de auto organização). Estabelece a organização fundamental de
entidades competentes do Estado Federal.
-Estados-membro possuem autonomia financeira, administrativa e política. Lei organica,
natureza de verdadeira constituições locais, municipais (camara municipal, camara
legislativa). Poder Jurídico, Deputados estaduais, vereadores.
→ Poder constituinte derivado revisor: competência para atualizar e adequar a constituição
às validades que a sociedade apontasse como necessárias. Eficácia exaurida e
aplicabilidade esgotada. Poder jurídico.
→Poder constituinte difuso: poder de fato e se manifesta por meio de mutações
constitucionais. Se instrumentaliza de modo informal e espontâneo e que decorre dos
fatores sociais, políticos e econômicos. Altera o sentido interpretativo e não o texto.
•Nova constituição e ordem jurídica anterior:
* O que acontece com normas que foram produzidas na vigência da constituição anterior
com o advento de uma nova constituição?
•Recepção: Todas as normas que forem incompatíveis com a nova constituição serão
revogadas, por ausência de recepção; A norma infraconstitucional que não contrariar a
nova ordem será recepcionada. Para uma lei ser recebida ela precisa preencher os
seguintes requisitos:
- estar em vigor no momento do advento da nova constituição;
- não ter sido declarada inconstitucional durante sua vigência no ordenamento anterior;
- compatibilidade perante a nova constituição;
- compatibilidade formal e material perante a constituição sob cuja regência ela foi
editada;
- uma lei pode ter sido editada como ordinária e ser recebida como complementar e vice-
versa;
- mudança de competência federativa para legislar;
- recepção de somente uma parte da lei;
•Repristinação: O Brasil adotou a impossibilidade do fenômeno da repristinação, salvo se a
nova ordem jurídica expressamente assim se pronunciar. (A – revogado, B-revogado, C) A
volta a valer.
•Desconstituicionalização: normas da constituição anterior, desde que compatíveis com a
nova ordem, permanecem em vigor, mas com o status de lei infraconstitucional.
•Recepção material de normas constitucionais: continuidade da vigência de artigos da
constituição anterior, com o carater de norma constitucional, no novo ordenamento jurídico
instaurado. Recebidos por prazo certo, caráter precário. O fenômeno da recepção material
só será admitido se houver expressa manifestação da nova constituição.
•Eficácia e aplicabilidade das normas constitucionais:
→ Normas constitucionais de eficácia plena e aplicabilidade direta, imediata e integral:
normas da constituição que, no momento em que esta entra em vigor, estão aptos a
produzir todos os efeitos, independente de norma infraconstitucional.
→ Normas constitucionais de eficácia contida e aplicabilidade direta e imediata, mas
possívelmente não integral: normas que possuem condição de, quando promulgada a
nova constituição, produzir todos os seus efeitos, mas poderá uma norma infraconstitucional
reduzir a sua abrangência. Sofre limitações. Enquanto não for limitada a norma tem eficácia
plena.
→ Normas constitucionais de eficácia limitada e aplicabilidade mediata e reduzida: normas
que não produzem todos os efeitos, assim que a constituição é promulgada, necessitam de
uma lei integrativa infraconstitucional. Divide-se em:
- Normas de princípio institutivo(organizativo):esquemas gerais (iniciais) de estruturação de
instituições, órgãos ou entidades. Organização do Estado.
- Normas de princípio programático: veiculam programas a serem implementados pelo
Estado, visando a realização de fins sociais.

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