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DRAP-Norte

Ministério da Agricultura do
Desenvolvimento Rural e das Pescas

ficha
técnica 4
Autores
Gisela Chicau e Jorge Costa
(DRAPN-N – Divisão de Protecção e

DOENÇAS NA Controlo Fitossanitário)

Propriedade: D.R.A.P.N.

Edição e Distribuição:
Núcleo de Documentação e
Relações Públicas

ACTINÍDEA
Primeira edição: Março 2008

Tiragem: 5000 exemplares

ISSN: 978-972-8506-81-0

No âmbito do Projecto AGRO 688 “Demonstra-


ção e promoção de práticas agrícolas que assegu-
rem a qualidade e segurança alimentar e que mini-
mizem o impacto ambiental da cultura da actinídea”,
a Divisão de Protecção das Culturas da Direcção
Regional de Agricultura de Entre Douro e Minho, rea-
lizou um levantamento das principais doenças na
cultura da actinídea ao longo do ciclo vegetativo, de
forma a fazer uma reavaliação das patologias já iden-
tificadas e detectar novos patogéneos na cultura.
A prospecção foi realizada nos anos de 2004,
2005, 2006 e 2007 em 13 pomares da região, com a
seguinte localização, por concelhos: Valença (1),
Ponte de Lima (1), Braga (1), Guimarães (1), Felguei-
ras (4), Vila do Conde (3), Valongo (1) e Vila Nova
de Gaia (1).

DOENÇAS PARASITÁRIAS
Fig. 1 – Planta morta, que não foi retirada do pomar.

Podridões radiculares tes formam uma mancha tipo “nódoa de azeite”, para
Podridão agárica (Armillaria spp.); Podridão radi- o primeiro fungo referido. No caso de infecção pelo
cular causada pelo fungo Phytophthora spp. fungo Phytophthora spp., as plantas mortas distri-
buem-se em linha, ao longo do declive do terreno.
Os sintomas observados na parte aérea das Estas situações estão associadas a terrenos com
plantas infectadas com Armillaria spp. e Phytophtho- drenagem deficiente.
ra spp. são semelhantes: diminuição do vigor vegeta- Apresentam-se em seguida fotografias que ilus-
tivo, desfoliação prematura, morte de alguns ramos tram alguns aspectos característicos da presença
e, finalmente, seca total da planta. As plantas doen- destes fungos.
Fig. 2 – Micélio de Armillaria spp. na zona do colo.

Fig. 5 – Aspecto característico de uma raiz de uma


planta infectada com Phytophthora spp.

Meios de luta preventivos


Instalar pomares novos em solos isentos do pato-
géneo.
Na preparação do terreno para a instalação de
um pomar novo, devem efectuar-se mobilizações
profundas para remoção de restos de raízes que
possam existir no solo. Estas raízes devem ser quei-
madas.
Fig. 3 – Carpóforos (“cogumelos”) de Armillaria spp. Corrigir situações de má drenagem do solo.
Efectuar regas equilibradas.
As plantas atacadas devem ser arrancadas e
queimadas, tendo o cuidado de retirar os restos de
raízes da terra.

A região de Entre-Douro e Minho possui


excelentes condições para o desenvol-
vimento de fungos radiculares. Por essa
razão, as podridões radiculares, devido à
presença dos fungos Armillaria spp. e
Phytophthora spp., devem merecer par-
ticular atenção por parte de técnicos e
agricultores. Tanto mais que a presença
destes fungos no solo levanta obstáculos
à replantação.
Fig. 4 – Aspecto da zona do colo de planta
infectada com Phytophthora spp.
“Esca da Actinidea”
(No âmbito deste estudo foram isolados os fun-
gos Phaeoacremonium spp., Fomitiporia mediterra-
nea e Fusicoccum spp.)
No que diz respeito à “esca da actinídea”, os sin-
tomas foram observados em plantas com mais de
dez anos de idade, que apresentavam fraco vigor
vegetativo, folhas com necroses entre nervuras, ra-
mos cujas folhas já haviam caído, restando apenas
os frutos e, por vezes, ramos mortos. Registaram-se
situações de plantas completamente secas.

Figs. 8 e 9 – Cortes transversais da madeira, com diferentes tipos


de necroses.

Fig. 6 – Necroses em folha de planta afectada com esca.

Fig. 10 – Frutificação do fungo F. mediterranea.

Meios de luta preventivos


Arrancar e queimar as plantas mortas.
Podar em último lugar as plantas doentes.
Desinfectar os cortes de poda de maior diâmetro.
Retirar do pomar a lenha de poda proveniente
das plantas doentes e queimar ou guardar sob abri-
go, no caso de se pretender aproveitar para uso do-
méstico.
Verificámos diversas vezes que os arames utili-
zados para conduzir as plantas, acabam por penetrar
no lenho, causando feridas e constituindo portas de
Fig. 7 – Ramo já sem folhas em planta afectada com esca.
entrada aos fungos. Há mesmo situações em que
nos trabalhos de poda não é possível libertar a ma-
Na madeira das plantas infectadas, em corte deira dos arames. Esta madeira, por vezes já num
transversal, podem observar-se necroses com diver- estado avançado de degradação (“amadou”), servirá
sas tonalidades e consistências. de fonte de inóculo para outras plantas.
Fig. 15 – Lesão na epiderme provocada pelo roçar de frutos que
estão muito próximos.

Fig. 16. –
Ramos que
partem por
acção do
vento.
Figs. 11, 12 e 13 – Aspecto da madeira ferida pelos arames que
conduzem a planta.

AGRADECIMENTOS
DOENÇAS NÃO PARASITÁRIAS

Agradecemos ao Sr. Carlos Coutinho a cedência


das fotografias 6 e 7.

Trabalho financiado pelos Fundos Estruturais da U.E.,


através do Projecto Agro 688 “Demonstração e
Promoção de Práticas Agrícolas que Assegurem a
Qualidade e Segurança Alimentar e que Minimizem
o Impacto Ambiental da Cultura da Actinídea”.

Fig. 14 – Escaldão.

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