Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Notas e Discussões
Nivaldo A. Lemos1
Departamento de Fı́sica Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ, Brasil
Recebido em 20/02/04; Aceito em 25/06/04
É possı́vel, por meios simples e diretos, encontrar as forças de vı́nculo para sistemas holônomos empregando
as equações de Lagrange mas sem o uso da técnica dos multiplicadores de Lagrange. O método é descrito em
sua generalidade e sua eficácia é demonstrada com a ajuda de alguns exemplos tı́picos.
Palavras-chave: dinâmica lagrangiana, forças de vı́nculo.
It is possible, by simple and direct means, to find the forces of constraint for holonomic systems employing
Lagrange’s equations but without the use of the Lagrange multiplier technique. The method is described in its
generality, and its effectiveness is demonstrated with the help of a few typical examples.
Keywords: Lagrangian dynamics, forces of constraint.
d ∂L ∂L
− =0 , k = 1, . . . , n . (5)
dt ∂ q̇k ∂qk
obtém-se m1 + m 2 2
L= ẋ1 + (m1 − m2 )gx1 + m2 g` , (11)
2
(a)
fi = mi r̈i − Fi . (7)
da qual resulta a única equação de Lagrange:
De acordo com esta equação, as forças de vı́nculo d ∂L ∂L
podem ser determinadas adotando o seguinte proced- − = 0 =⇒ (m1 + m2 )ẍ1 =
dt ∂ ẋ1 ∂x1
imento simples: (i) calcule a aceleração r̈i tomando
(m1 − m2 )g . (12)
a segunda derivada de (3); (ii) elimine as aceleraç ões
generalizadas q̈k por meio das equações de Lagrange A fim de encontrar a tensão no fio, executemos
(a)
(5); (iii) calcule Fi por meio de (4); (iv) insira os as duas primeiras instruç ões de nossa receita. A
resultados dos passos anteriores em (7) para obter as aceleração da primeira massa é
forças de vı́nculo.
Exemplo 1. Como primeiro e venerável exemplo, m1 − m 2
r̈1 = ẍ1 î = g î , (13)
consideremos a máquina de Atwood, que consiste em m1 + m 2
duas massas unidas por um fio leve e inextensı́vel pas- onde a equação de Lagrange (12) foi usada (î é o vetor
sando por uma polia de massa desprezı́vel (ver Fig. 1). unitário apontando verticalmente para baixo). Como
Escolhendo um eixo vertical x orientado para baixo, a (a)
terceiro passo, escrevemos F1 = −∇1 V = m1 g î,
energia cinética é que é o peso da primeira massa. Finalmente, intro-
m1 2 m2 2 duzindo esses resultados em (7) encontramos o resul-
T = ẋ + ẋ , (8)
2 1 2 2 tado bem conhecido
e o potencial das forças aplicadas é 2m1 m2
f1 = m1 r̈1 − m1 g î = − g î , (14)
m1 + m 2
V = −m1 gx1 − m2 gx2 . (9)
o sinal negativo indicando que a tensão no fio aponta
O vı́nculo holônomo verticalmente para cima.
x1 + x 2 = ` , (10) Exemplo 2. Uma conta desliza sem atrito ao longo
de uma fio rı́gido que gira uniformemente num plano
onde ` é uma constante, nos permite tomar x 1 como no espaço vazio (ou num plano horizontal próximo à
Forças de vı́nculo no caso holônomo 285
d2
ÿ = (r sen ωt)
dt2
= r̈ sen ωt + 2ω ṙ cos ωt − ω 2 r sen ωt
= 2ω ṙ cos ωt , (19) Figura 2 - Cilindro rolando sem deslizar sobre cilindro fixo.
tendo sido usada a Eq. (17). Como não há forças apli- Neste problema há dois vı́nculos holônomos, a
cadas, a Eq. (7) fornece saber:
Referências
2mg
f = mr̈−F(a) = 2
sen θ cos θ−m(a+b)θ̇ sen θ î− [1] H. Goldstein, Classical Mechanics (Addison-Wesley,
3 Reading, MA, 1980), 2a edição.