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de Fluídos Geofísicos
Publicações Matemáticas
Breno Raphaldini
IAG-USP
Distribuição:
IMPA
Estrada Dona Castorina, 110
22460-320 Rio de Janeiro, RJ
e-mail: ddic@impa.br
http://www.impa.br
ISBN: 978-85-244-0436-8
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Conteúdo
1 Introdução 1
3 Equações do movimento 23
3.1 Derivação via princípio de Hamilton . . . . . . . . . . 34
3.2 Circulação e vorticidade . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
3.3 Forma local de um escoamento incompressível . . . . . 38
3.4 Escoamentos 2D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
3.5 Equações de Maxwell e a força magnética . . . . . . . 42
3.6 Sugestões de leitura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
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2 CONTEÚDO
8 Apêndice 135
8.1 Derivadas funcionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 135
Bibliografia 137
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Introdução
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2 1. INTRODUÇÃO
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4 1. INTRODUÇÃO
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Mecânica de um
sistema de partículas
d
vi (t0 ) = qi (t)|t=t0 = q̇(t)|t=t0 (2.1)
dt
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d
ai (t0 ) = vi |t=t0 = q¨i (t)|t=t0 (2.2)
dt
Definição:
PN
• A energia cinética é definida por T = i=1 mi |vi |2
• O momento da partícula indexada por i é dado por pi = ∂T /∂ q̇i
• Uma força F(x) dependente apenas das posições é dita conser-
vativa se existe U (x) : R3 → R tal que F(x) = −∇U . Neste
caso U é chamada energia potencial.
Zt2
A= f (t)h(t)dt = 0 (2.4)
t1
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Zt2 Zt+
A= f (t)h(t)dt ≥ f (t)h(t)dt ≥ 2C ≥ 0 (2.5)
t1 t−
valo [t0 , t1 ].
Princípio de Hamilton:
Se tomarmos variações nas posições e velocidades, representada
por δq e δ q̇, respectivamente, um extremal (máximo, mínimo ou
ponto de inflexão) do funcional ação satisfaz à equação de Euler-
Lagrange: .
∂L d ∂L
− =0 (2.6)
∂qi dt ∂ q˙i
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∂L ∂L
L(q + δq, q̇ + δ q̇, t) = L(q, q̇, t) + δq + δ q̇, (2.8)
∂q ∂ q̇
de onde tiramos
Zt2
∂L ∂L
δA = δq + δ q̇dt (2.9)
∂q ∂ q̇
t1
Zt2 !
∂L d ∂L
− δqdt = 0 (2.10)
∂qi dt ∂ q˙i
t1
∂L
= F, (2.12)
∂qi
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Equações de Hamilton
∂H
= q̇i (2.14)
∂pi
∂H ∂L d ∂L
=− =− = −ṗi (2.15)
∂qi ∂qi dt ∂ q̇i
∂H ∂L
= pi − =0 (2.16)
∂ q̇i ∂ q̇i
∂H ∂L
=− , (2.17)
∂t ∂t
de onde obtemos as equações de Hamilton:
∂H
q̇i = (2.18)
∂pi
∂H
ṗi = − (2.19)
∂qi
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Demonstração
dH ∂H ∂H
= q̇i + ṗi = q̇i ṗ − q̇i ṗ = 0 (2.20)
dt ∂qi ∂pi
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∂L d ∂L ∂Φ
= −λ (2.21)
∂qi dt ∂ q˙i ∂qi
A generalização para M vínculos, Φ1 (q1 , ..., qn ) = 0, ..., ΦM (q1 , ..., qn ) =
0, é imediata:
M
∂L d ∂L X ∂Φj
= − λj (2.22)
∂qi dt ∂ q˙i j=1
∂qi
q̈ = F = −mgb
z + K(l − q), (2.23)
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K
L = T − V = m|q̇|2 − mgb
z .q̇ − (l − |q|)2 (2.24)
2
p
onde r = x2 + y 2 + (z − l)2 é o comprimento da mola num dado
instante e l0 o comprimento da mesma no estado de equilíbrio. Es-
crevamos então a equação de Euler-Lagrange para o sistema:
∂L
= F = −mgb
z + K(r − l0 ) (2.25)
∂q
∂L
= ṗ = mq̇ (2.26)
∂q
d2 x 2 x
2
= −ωE (r − l0 ) (2.27)
dt r
d2 y 2 y
= −ωE (r − l0 ) (2.28)
dt2 r
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d2 z 2 z
= −ωE (r − l0 ) − g (2.29)
dt2 r
Z x2 x2 Z
r∼
=l 1− + 2 + 3 (2.30)
l 2l 2l
2
m 2 m 2 2 mωE
L= (ẋ + ẏ 2 + ż 2 ) − (ωR ( x + y 2 ) + ωE
2 2
Z )− ( x2 + y 2 )Z
2 2 2l
(2.31)
p
p dnde ω R = g/l é a frequência do pêndulo simples e ωR =
K/m a frequência da mola.
Utilizando as equações de Euler-Lagrange, chegamos às equações
do pêndulo elástico para pequenas oscilações:
d2 x ωE2
= −ωR x + xZ (2.32)
dt2 l
d2 y ω2
2
= −ωR y + E yZ (2.33)
dt l
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d2 Z ω2
2
= −ωE Z + E ( x2 + y 2 ) (2.34)
dt 2l
d2 x
= −ωR x (2.35)
dt2
d2 y
= −ωR y (2.36)
dt2
d2 Z
= −ωE Z (2.37)
dt2
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com a condição inicial sendo dada por (x(0), y(0), Z(0)) = (x0 , y0 , Z0 ).
Notamos que há dois tipos de oscilação, uma devido à força restau-
radora da gravidade que faz o pêndulo oscilar horizontalmente com
frequência ωR e uma oscilação vertical devido à força elástica da mola
com frequência ωR . No regime linear, não há troca de energia entre
estes dois modos de oscilação. Em contrapartida, mantendo os ter-
mos não lineares (por exemplo, nas equações fracamente não lineares
do pêndulo elástico) haverá troca de energia entre os dois modos,
especialmente em casos em que há ressonância (por exemplo quando
ωE = 2ωR ). Este fenômeno de transferência de energia entre os mo-
dos de oscilação tem análogo na interação não linear entre ondas, que
veremos no Capítulo 6.
df (t, T ) ∂f ∂T ∂f ∂ ∂
= + = + (2.41)
dt ∂t ∂t ∂T ∂t ∂T
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∂ 2 X0
= −ωR X0 (2.43)
∂t2
∂ 2 Y0
= −ωR Y0 (2.44)
∂t2
∂ 2 V0
= −4ωR V0 (2.45)
∂t2
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∂ 2 X1 ∂ 2 X0
+ ωR X1 = −2 + λX0 V0 (2.46)
∂t2 ∂t∂T
∂ 2 Y1 ∂ 2 Y0
2
+ ωR Y1 = −2 + λX0 V0 (2.47)
∂t ∂t∂T
∂ 2 V1 ∂ 2 V0 λ
2
+ 4ωR V1 = −2 + (X02 + Y02 ) (2.48)
∂t ∂t∂T 2
onde nas equações acima introduzimos o parâmetro λ = ωr /l. Te-
dX0 λ
= X0 V0 (2.49)
dT 2ωR
dY0 λ
2 = X0 V0 (2.50)
dT 2ωR
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dV0 λ
= (X 2 + Y02 ) (2.51)
dT 4ωR 0
X0 + iY0
A=− (2.52)
2
X0 − iY0
B=− (2.53)
2
C = −V0 (2.54)
dA λ
= B∗C (2.55)
dT 2ωR
dB λ ∗
2 = A B (2.56)
dT 2ωR
dC λ
= AB (2.57)
dT 2ωR
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• Força centrífuga. FP = mΩ × (Ω × X)
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Equações do movimento
φt (Ω0 ) = Ωt (3.2)
• φt é bijetora ∀t.
23
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24 3. EQUAÇÕES DO MOVIMENTO
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25
(
dx
= u(x, t)
dt (3.4)
x(0) = a
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26 3. EQUAÇÕES DO MOVIMENTO
d dM (t) −1
det(M (t)) = det(M (t)).T r( .M (t)) (3.9)
dt dt
d
D(x1 (t), x2 (t), ...xn (t)) =
dt
D(ẋ1 (t), x2 (t), ..., xn (t)) + D(x1 (t), ẋ2 (t), ..., xn (t)) + ... (3.10)
+D(x1 (t), x2 (t), ..., ẋn (t))
Para este valor t em particular, vale:
d
D(x1 (t), x2 (t), ...xn (t)) =
dt
= D(ẋ1 (t), e2 , ..., en ) + D(e1 , ẋ2 (t), ..., en ) + ... (3.11)
+D(e1 , e2 , ..., ẋn (t))
onde os vetores ej são os versores na direção j. Vale então para este
t:
d dX(t)
det(X(t)) = T r( ) (3.12)
dt dt
d d dM (t) −1
det(M (t+h)) = det(M (t)) = det(M (t)).T r( .M (t))
dh h=0 dt dt
(3.13)
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Z Z Z Z
d ∂f ∂f
f (x, t)dx = + div(f u) dx = dx + f u.ndS
dt Ωt Ωt ∂t Ωt ∂t ∂Ωt
(3.14)
onde ∂Ωt é o bordo da região Ωt com vetor normal unitário n.
Z Z
d d
f (x, t)dx = f (φt (a, t), t).J(t)da (3.15)
dt Ωt dt Ω0
onde,
∂(φt )i
J(t) = det[ ] (3.16)
∂aj
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28 3. EQUAÇÕES DO MOVIMENTO
Z Z
∂ Df d
f (φt (a, t), t).J(t) da = [ .J(t) + f J(t)]da (3.17)
Ω0 ∂t Ω0 Dt dt
dJ(t)
= Jdivu (3.18)
dt
Z Z
Df d Df
[ .J(t) + f J(t)]da = + f divu dx =
Ω0 Dt dt Ωt Dt
Z (3.19)
∂f
+ div(f u) dx
Ωt ∂t
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29
Z Z
m= dµt = ρ(x, t)dx (3.22)
Ωt Ωt
∂ρ
+ div(ρu) = 0 (3.23)
∂t
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30 3. EQUAÇÕES DO MOVIMENTO
Z
∂ρ
+ div(ρu) dx = 0 (3.25)
Ωt ∂t
∂ρ
+ div(ρu) = 0 (3.26)
∂t
div(u) = 0 (3.27)
∂ρ
+ u · ∇(ρ) = 0 (3.28)
∂t
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31
1
α= (3.29)
ρ
1
α= J(t) (3.30)
ρ0
∂H(ρ)
+ div(H(ρ)u) = 0 (3.31)
∂t
Demonstração: Pela regra da cadeia, vale
∂H(ρ) ∂ρ
+ div(H(ρ)u) = H 0 (ρ) + div(ρu) = 0 (3.32)
∂t ∂t
Corolário: A seguinte equação é válida para o volume específico
α:
Dα
= αdiv(u) (3.33)
Dt
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32 3. EQUAÇÕES DO MOVIMENTO
Z
d
ρudx = F (3.34)
dt Ωt
Z
f dx = F (3.35)
Ωt
∂ρu D(ρu)
+ u · ∇(ρu) + ρudiv(u) = + ρudiv(u) = f (3.36)
∂t Dt
Du
ρ =f (3.37)
Dt
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33
Z
Fex = ρ(x, t)bdx (3.39)
Ωt
Z Z Z
Du
ρ dx = ρ(x, t)bdx − ∇p(x, t)dx (3.40)
Ωt Dt Ωt Ωt
Como o raciocínio acima vale para qualquer subconjunto aberto de
Equação de Euler
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34 3. EQUAÇÕES DO MOVIMENTO
Du
ρ = ρ(x, t)b − ∇p(x, t) (3.41)
Dt
Zt2 Z
A= L(x, y, z, t)dadt (3.42)
V
t1
por
1
u·u
T (x, y, z, t) = (3.44)
2
enquanto a densidade de energia potencial T (x, y, z, t) é dada por
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Zt2 Z Zt2 Z
∂δx ∂x dE ∂Φ
δA = δ L(x, y, z, t)dadt = [ . − δJ − δx]dadt
V V ∂τ ∂τ dα ∂x
t1 t1
(3.46)
∂x ∂x ∂x
∂(x, y, z) ∂a ∂b ∂c
∂y ∂y ∂y
J= = det ∂a ∂b ∂c
(3.47)
∂(a, b, c) ∂z ∂z ∂z
∂a ∂b ∂c
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36 3. EQUAÇÕES DO MOVIMENTO
Z Z Z
G∇(δx)dx = −∇Gδxdx + Gδx.ndS (3.50)
V V ∂V
.
∂2x Du 1
2
= = − ∇p − ∇Φ (3.52)
∂τ Dt ρ
I
v · ds (3.53)
C(t)
I I
d Dv
v · ds = · ds (3.54)
dt C(t) C(t) Dt
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I Z 1
d d ∂
v · dl = v(φt (x(s)), t). φt (x(s))ds =
dt C(t) dt 0 ∂s
1
∂2
Z
D ∂
[ v(φt (x(s)), t). φt (x(s)) + v(φt (x(s)), t). φt (x(s))]ds =
0 Dt ∂s ∂s∂t
Z 1
D ∂ 1 ∂
[ v(φt (x(s)), t). φt (x(s)) + |v|2 ]ds =
0 Dt ∂s 2 ∂s
I
Dv
· ds
C(t) Dt
(3.55)
.
D
v = −∇p (3.56)
Dt
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38 3. EQUAÇÕES DO MOVIMENTO
Z
d
ω · ds = 0 (3.58)
dt S(t)
.
Dv Dω
rot = − ω · ∇v = 0 (3.59)
Dt Dt
onde
∂vi
[∇v]ij = (3.61)
∂xj
.
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M + MT
S= (3.63)
2
.
M − MT
A= (3.64)
2
.
1 ∂vi ∂vj
Sij = + (3.65)
2 xj ∂xi
.
1 ∂vi ∂vj
Aij = − (3.66)
2 xj ∂xi
.
Com isto, temos que campo de velocidades pode ser escrito local-
mente como:
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40 3. EQUAÇÕES DO MOVIMENTO
3.4 Escoamentos 2D
Consideremos um escoamento bi-dimensional incompressível. No caso
bi-dimensional, a equação da vorticidade é dada por:
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3.4. ESCOAMENTOS 2D 41
D
ω=0 (3.70)
Dt
v = ∇⊥ ψ (3.71)
∂ω
+ J(ψ, ω) = 0 (3.73)
∂t
∂ψ ∂ψ
J(ψ, ω) = ∂x ∂x (3.74)
∂ω ∂ω
∂x ∂x
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42 3. EQUAÇÕES DO MOVIMENTO
Equações de Maxwell
Partindo das equações de Maxwell que descrevem a evolução de cam-
pos magnéticos:
divB = 0 (3.75)
Não existência de dipolo magnético
ρ
divE = (3.76)
0
Lei de Gauss
∂B
= −rotE (3.77)
∂t
Lei da indução de Faraday
1 ∂E
+ µ0 J = rotB (3.78)
c2 ∂t
Lei de Ampère-Maxwell
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J = σ(E + v × B) (3.79)
Lei de Ohm
E = −v × B + ηrotB (3.80)
Lei de Ohm
onde
1
η= (3.81)
µ0 σ
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44 3. EQUAÇÕES DO MOVIMENTO
∂B
= −rot(v × B − ηrotB) (3.82)
∂t
Utilizando a seguinte identidade de cálculo vetorial, ∇ × (∇ × A) =
∂B
= −rot(v × B) + η∆B). (3.84)
∂t
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Z Z
d d
Bds = Adr (3.86)
dt S(t) dt C(t)
Z 1
∂x
F [C(t)] = Ads (3.87)
0 ∂s
A variação do fluxo é dada, então, por:
Z 1 Z 1
d d ∂x ∂x d ∂u ∂x dA
F [C(t)] = A+ Ads = A+ ds (3.88)
dt 0 dt ∂s ∂s dt 0 ∂s ∂s dt
∂A
= −∇φ − u × rotA (3.89)
∂t
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46 3. EQUAÇÕES DO MOVIMENTO
Z 1
d ∂u ∂x
F [C(t)] = A+ − ∇φ − u × rotA ds (3.90)
dt 0 ∂s ∂s
Z 1 Z 1
d ∂u ∂φ ∂A ∂
F [C(t)] = A+ − +u ds = u.A − φ ds
dt 0 ∂s ∂s ∂s 0 ∂s
(3.91)
d
F [C(t)] = u.A − φ |10 = 0
(3.92)
dt
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Modelos da Dinâmica
de Fluídos Geofísicos
47
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Du 1 ∂p
− 2Ωv v + 2Ωh w = − (4.2)
Dt ρ ∂x
Dv 1 ∂p
+ 2Ωv u = − (4.3)
Dt ρ ∂y
Dw 1 ∂p
− 2Ωh u = − −g (4.4)
Dt ρ ∂z
∂ρ
+ div(ρu) = 0 (4.5)
∂t
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Ωv = Ωsenθ (4.6)
f = f0 + βy (4.8)
θ0
onde f0 = 2Ωsenθ0 e β = 2Ω cosR .
Se utilizarmos apenas o termo constante da expansão em série de
Taylor, f0 , as equações são ditas "no plano f
. Em contrapartida, caso utilizemos o termo constante e o termo
linear da expansão, as equações são ditas escritas "no plano beta
. As equações no plano beta são capazes de reproduzir muitos
aspectos da dinâmica na esfera, contudo mantendo a simplicidade
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Dw 1 ∂p
− 2Ωh u = − −g (4.9)
Dt ρ ∂z
1 ∂p
+g =0 (4.10)
ρ ∂z
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Du 1 ∂p
− fv = − (4.11)
Dt ρ ∂x
Dv 1 ∂p
+ fu = − (4.12)
Dt ρ ∂y
1 ∂p
−f v = − (4.13)
ρ ∂x
1 ∂p
fu = − (4.14)
ρ ∂y
ou na forma vetorial:
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∇h p
f u⊥ = − (4.15)
ρ
Du
=0 (4.16)
Dt
No último capítulo forneceremos técnicas para analisar a estabili-
dade destes estados de equilíbrio das equações da atmosfera e oceanos.
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∂ρ0 dρ0
+ u · ∇ρ0 + ρ0 div(u) + ρ0 div(u) = −w (4.18)
∂t dz
Agora, usamos a hipótese que |ρ|0 << |ρ0 |, o que sugere que des-
cartar o último termo do lado esquerdo de (4.18) já seria uma boa
aproximação. Porém, é possível observar ainda que, para os movi-
mentos de grande-escala da atmosfera e dos oceanos, os efeitos de
compressibilidade podem ser considerados secundários para a dinâ-
mica desses movimentos, de tal maneira que, em primeira aproxima-
ção, podemos utilizar a condição de incompressibilidade (3.27) para o
campo de velocidades para representar a equação de conservação da
massa. Neste caso, usando (3.27) e a hipótese |ρ0 | << |ρ0 |, podemos
reescrever a equação da flutuação do campo da densidade da seguinte
forma:
∂ρ0 dρ0
+ u · ∇ρ0 = −w (4.19)
∂t dz
Dw 1 ∂p
=− −g (4.20)
Dt ρ ∂z
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Dw 1 ∂p0 ρ0
=− − g (4.22)
Dt ρ0 ∂z ρ0
0
|ρ |
Na equação acima, usamos a hipótese |ρ 0|
<< 1 para justificar o
truncamento da expansão binomial de modo a considerar apenas os
0 0
primeiros dois termos, ou seja, (1 + ρρ0 )−1 ≈ 1 − ρρ0 . Dessa forma,
chegamos às:
Equações de Boussinesq: As chamadas equações de Boussi-
nesq são compostas pelas seguintes EDPs:
Du 1 ∂p
− fv = − (4.23)
Dt ρ0 ∂x
Dv 1 ∂p
+ fu = − (4.24)
Dt ρ0 ∂y
Dw 1 ∂p0 ρ0
=− − g (4.25)
Dt ρ0 ∂z ρ0
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div(u) = 0 (4.26)
D(ω · ∇ρ)
=0 (4.28)
Dt
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Demonstração:
Tomemos o gradiente da equação de continuidade:
Dρ D∇ρ
∇ =0= + (∇u)T ∇ρ (4.29)
Dt Dt
onde
∂ui
∇u = (4.30)
∂xj
sendo que T denota a transposta da matriz e (ẋ1 , ẋ2 , ẋ3 ) = (u, v, w).
Para calcularmos a derivada material da vorticidade absoluta, toma-
mos o rotacional da equação do balanço de momento:
Du Dζ
rot =0= − (∇u)ζ (4.31)
Dt Dt
Dω g
∇ + (∇u)ω + ∇⊥ ρ (4.33)
Dt ρb H
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com ∂ρ
− ∂y
∇⊥
Hρ =
∂ρ
∂x
(4.34)
0
D(ω.∇ρ) g
− ∇ρ(∇u) · ω − ∇ρ · ∇⊥ T
H ρ + (∇u) ∇ρ · ω = 0 (4.35)
Dt ρb
D(ω · ∇ρ)
=0 (4.36)
Dt
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i i
∂p ∂p ∂φ 1 ∂p ∂φ
= = (4.37)
∂x ∂φ ∂x g ∂z ∂x
Usando então a equação hidrostática, temos
∂p ∂p ∂φ ∂φ
= = −ρ (4.38)
∂x ∂φ ∂x ∂x
Analogamente para y:
∂p ∂φ
= −ρ (4.39)
∂y ∂y
Du ∂φ
− fv = (4.40)
Dt ∂x
Dv ∂φ
+ fu = (4.41)
Dt ∂y
D
Nas equações acima, a derivada material Dt é definida da seguinte
forma para uma função arbitrária F :
DF DH F ∂F Dp
= + (4.42)
Dt Dt ∂p Dt
i i
i i
i i
onde DDt
HF
= ∂F ∂F ∂F
∂t + u ∂x + v ∂y . Da equação acima, definimos a
velocidade vertical em coordenadas de pressão como:
Dp
ω= (4.43)
Dt
∂φ
= −α (4.44)
∂p
onde α é a densidade específica, dada pela jacobiana da transfor-
mação de coordenadas lagrangeana para euleriana:
∂(x, y, z)
α= (4.45)
∂(a, b, c)
Fazendo a mudança de coordenadas
∂(x, y, p)
= −g (4.47)
∂(a, b, c)
Tomando a derivada temporal em coordenadas lagrangenas desta
Jacobiana, mostramos no capitulo anterior que esta derivada tempo-
ral resulta no divergente do campo de velocidades:
∂ ∂(x, y, p) ∂u ∂v ∂ω
0= = divp u = + + (4.48)
∂τ ∂(a, b, c) ∂x ∂y ∂p
com o qual escrevemos as equações na forma incompressível nas
coordenadas de pressão.
i i
i i
i i
Du 1
+ f u⊥ = − ∇h p (4.49)
Dt ρ
1 ∂p
= −g (4.50)
ρ ∂z
∂w
divu + =0 (4.51)
∂z
i i
i i
i i
D(b + h)
w(b + h) = (4.53)
Dt
D(b)
w(b) = = u · ∇b (4.54)
Dt
obtemos:
Dh
w(b + h) = = −hdivu (4.55)
Dt
Db
w(b) = = u · ∇b = −bdivu (4.56)
Dt
i i
i i
i i
Du
+ f u⊥ = −g∇h h (4.59)
Dt
∂(x, y, z)
= α = cste (4.60)
∂(a, b, c)
x = x(a, b, τ ) (4.61)
y = y(a, b, τ ) (4.62)
i i
i i
i i
∂(x, y) ∂z
=α (4.63)
∂(a, b) ∂c
∂(a, b)
z= αc (4.64)
∂(x, y)
∂(a, b)
h= αH0 (4.65)
∂(x, y)
Logo:
c
z= h (4.66)
H0
i i
i i
i i
obtemos:
Du
= −g∇h (4.69)
Dt
A derivada temporal da definição de h leva à:
Dh
= hdivu (4.70)
Dt
Para escrever a equação num sistema de coordenadas em rotação,
introduzimos duas funções R(x, y) e P (x, y), tais que o parâmetro de
Coriolis f (x, y) é dado por:
∂R ∂P
f (x, y) = + (4.71)
∂y ∂x
Portanto, a Lagrangeana se torna
Z ( )
1 ∂x ∂y
L= (u − R) + (v + P ) − gh dadb (4.72)
2 ∂τ ∂τ
i i
i i
i i
Du Dζ
rot = + ζdivu (4.75)
Dt Dt
Df
rot(f u⊥ ) = div(f u) = f divu + u · ∇f = f divu + (4.76)
Dt
df Df
onde usamos o fato que f = f (y) e, portanto, u · ∇f = v dy = Dt .
D(f + ζ)
+ (f + ζ)divu = 0 (4.77)
Dt
Multiplicando esta equação por h:
D(f + ζ)
h + h(f + ζ)divu = 0 (4.78)
Dt
e a equação (4.70) para h por (f + ζ), obtém-se
Dh
(ζ + f ) + (ζ + f )hdivu = 0 (4.79)
Dt
Fazendo a subtração das duas últimas equações e dividindo por h2 ,
temos:
1 Dh D(f + ζ)
(ζ + f ) − h =0 (4.80)
h2 Dt Dt
Usando a regra para derivação de um quociente obtemos:
i i
i i
i i
A quantidade
!
f +ζ
(4.82)
h
i i
i i
i i
Dh hb h
− Θ−1 ∇( ) + Θ−1 1 + Θh − divu = 0 (4.84)
Dt H0 H0
i i
i i
i i
!
D 1 + Roζ
=0 (4.85)
Dt 1 + Θh − Hh0
i i
i i
i i
ΘF r−1 ∼
= Ro−1 (4.86)
Du
+ −1 u⊥ = −−1 ∇h h (4.87)
Dt
Dh
(1 + F (h − hb ))−1 + u · ∇hb + −1 divu = 0 (4.88)
Dt
!
D 1 + ζ
=0 (4.89)
Dt 1 + F (h − hb )
i i
i i
i i
h = h(x, y, t, ) (4.91)
ζ = ζ(x, y, t, ) (4.92)
i i
i i
i i
u0 = ∇⊥ h0 (4.96)
divu0 = 0 (4.97)
Este é o sistema geostrófico descrito nas seções anteriores. Na
próxima ordem da expansão, agrupando os termos multiplicados por
0 = 1, temos:
!
∂
+ u0 · ∇ (ζ0 − F (h0 − hb )) = 0 (4.98)
∂t
u0 = ∇⊥ h0 (4.99)
ζ0 = ∇2 h0 (4.100)
i i
i i
i i
DH uH ∂uH
+w + Ro−1 uH
⊥
= −E∇H p (4.101)
Dt ∂z
DH w ∂w ∂p0
+w =E − Xρ (4.102)
Dt ∂z ∂z
div(u) = 0 (4.103)
Dρ
= X −1 F r−2 w (4.104)
Dt
Tomando o divergente da equação de balanço de momento, obtemos
i i
i i
i i
DH uH ∂uH
+w + −1 uH
⊥
= −−1 ∇H p (4.106)
Dt ∂z
DH w ∂w ∂p0
+w = −1 − F −1 ρ (4.107)
Dt ∂z ∂z
div(u) = 0 (4.108)
Dρ
= −1 F −1 w (4.109)
Dt
( )
D ∂ρ ∂ρ
ωv − F − F (ωH .∇ρ + ωv ) (4.110)
Dt ∂z ∂z
i i
i i
i i
∂ρ
∇2 p = T r(∇uh ∇uhT ) − ωv + F−1 (4.111)
∂z
Fazemos então a expansão assintótica, substituindo as variáveis por
i i
i i
i i
u⊥
H (x, y, z, t) = −∇H P (4.116)
∂p ρ
=− (4.117)
∂z F
w=0 (4.118)
( )
DH ∂2p
ωv − F 2 2 =0 (4.119)
Dt ∂z
i i
i i
i i
∂q1
+ J(ψ1 , q1 ) = 0 (4.120)
∂t
∂q2
+ J(ψ2 , q2 ) = 0 (4.121)
∂t
onde
q1 = ∇2 ψ1 + f + F1 (ψ2 − ψ1 ) (4.122)
q2 = ∇2 ψ2 + f + F1 (ψ1 − ψ2 ) (4.123)
f2
Fi = (4.124)
Hi g 0
g(ρ2 − ρ1 )
g0 = (4.125)
ρ02
i i
i i
i i
∂q1
+ J(ψ1 , q1 + F1 q2 ) = 0 (4.126)
∂t
∂q2
+ J(ψ2 , q2 ) = 0 (4.127)
∂t
onde
q1 = ∇2 ψ1 + f − F1 ψ1 (4.128)
q2 = ∇2 ψ2 + f − F2 ψ2 (4.129)
i i
i i
i i
Dv
+ f v⊥ = −g 0 ∇h + b∇b (4.130)
Dt
∂h
+ div(bh) = 0 (4.131)
∂t
∂(hb)
+ v∇(hb) = −(hb)∇(v (4.132)
∂t
i i
i i
i i
∂j
+ J(ψ, j) = 0 (4.134)
∂t
div(hb) = 0 (4.135)
i i
i i
i i
80
i i
i i
i i
i i
i i
i i
∂t q + J(ψ, q) = 0 (5.1)
onde ψ = ghf0 é a função corrente, sendo h a perturbação da altura da
superfície livre do fluido em relação ao valor referente ao estado não
perturbado H0 ; J(ψ, q) é o determinante da matriz jacobiana entre
ψ e q, ou seja,
∂ ψ ∂y ψ
J(ψ, q) = det x (5.2)
∂x q ∂y q
e q é a vorticidade potencial quase-geostrófica, dada por
ψ
q = f0 + βy + ∇2 ψ − (5.3)
L2d
√
gH
sendo Ld = f0 0 o raio de deformação de Rossby e ∇2 = ∂x2 + ∂y2
refere-se ao operador laplaciano.
gH0
ψ= + δψ 0 (5.4)
f0
f02 0
q = βy + δ(∇2 ψ 0 − ψ) (5.5)
gH0
Assim, substituindo (5.4) e (5.5) em (5.1) e retendo somente os
termos O(δ), obtemos:
f02 0
∂t (∇2 ψ 0 − ψ ) + β∂x ψ 0 = 0 (5.6)
gH0
i i
i i
i i
i i
i i
i i
i i
i i
i i
u = δu0
v = δv 0 (5.10)
0
h = H0 + δh
∂t u − f0 v + g∂x h = 0 (5.11a)
∂t v + f0 u + g∂y h = 0 (5.11b)
∂t h + H0 (∂x u + ∂y v) = 0 (5.11c)
i i
i i
i i
∂t u + Lu = 0 (5.12)
[−iωI + M ]R = 0 (5.15)
det[−iωI + M ] = 0 (5.16)
i i
i i
i i
ω (0) = 0 (5.18a)
q
ω (±1) = ± f02 + gH0 |k|2 (5.18b)
i i
i i
i i
i i
i i
i i
−ilg
(0)
Rk,l = ikg (5.19a)
f0
(±1)
kω + ilf0
(±1)
Rk,l = lω (±1) − ikf0 (5.19b)
|k|2 H0
1
(α)
(α) (α)
X X
u= Ak,l Rk,l eikx+ily−iωk,l t (5.21)
k∈Z2 α=−1
(α)
onde Ak,l é uma constante que depende da projeção do dado
inicial nos modos:
(α) (α)
Ak,l = hRk,l , uk,l (t = 0)iC3 (5.22)
onde
Z Z
uk,l (t = 0) = u(x, y, t = 0)e−ikx−ily dxdy (5.23)
T2
i i
i i
i i
pα = RT (5.25)
DT Dα
Cv +p =Q (5.26)
Dt Dt
onde Cv é a capacidade térmica do ar seco a volume constante e
R a constante dos gases para o ar seco; Q refere-se a uma forçante
diabática, que tipicamente representa os processos de aquecimento
e/ou resfriamento na atmosfera por: (i) calor latente associado com
a condensação do vapor d’água nas nuvens e a consequente precipi-
tação, (ii) calor sensível associado com o fluxo de calor da superfície
i i
i i
i i
D
= ∂t + u∂x + v∂y + ω∂p (5.27)
Dt
DT
Cp − αω = Q (5.28)
Dt
Para obter os modos normais do sistema de EDPs formado pelas
equações (5.24), (5.25) e (5.26), vamos analisar o caso sem forçante,
ou seja, adiabático (Q = 0) e linearizar as equações em torno de
um estado básico em repouso. Neste contexto, vamos considerar o
seguinte ansatz:
dφ0
= −α0 (5.30a)
dp
pα0 = RT0 (5.30b)
i i
i i
i i
∂t u − f v + ∂x φ = 0 (5.31a)
∂t v + f u + ∂y φ = 0 (5.31b)
∂p φ = −α (5.31c)
∂x u + ∂y v + ∂p ω = 0 (5.31d)
∂t T − Sp ω = 0 (5.31e)
α0
onde Sp = C p
− dT
dp é o parâmetro de estabilidade estática, i.e.,
0
∂t ∂p φ + σ0 ω = 0 (5.32)
R α0 dT0
onde σ0 = Sp Rp = p ( Cp − dp ) também mede a estabilidade
estática da atmosfera. Podemos ainda eliminar ω em (5.32) usando
a equação da continuidade (5.31d):
d −1 dG 1
(σ0 ) + 2G = 0 (5.35)
dp dp c
enquanto a estrutura horizontal é governada pelo sistema de equa-
ções da água-rasa linearizado:
i i
i i
i i
∂t û − f v̂ + ∂x φ̂ = 0 (5.36a)
∂t v̂ + f û + ∂y φ̂ = 0 (5.36b)
2
∂t φ̂ + c (∂x û + ∂y v̂) = 0 (5.36c)
2
onde c é a constante de separação, que é determinada em termos
dos autovalores do problema da estrutura vertical, como veremos a
seguir. Para analisar melhor a estrutura vertical da solução, vamos
supor como condições de fronteira na vertical ω = 0 em p = 0 e em
p = p0 , onde p0 ≈ 1000hP a corresponde ao valor padrão da pres-
são atmosférica na superfície da Terra. Fisicamente, essas condições
significam que o fluxo vertical de massa deve ser nulo na superfície
da Terra e no topo da atmosfera. De (5.32) segue que tais condições
implicam que
dG
= 0 em p = 0 (5.37a)
dp
dG
= 0 em p = p0 (5.37b)
dp
A equação (5.35), juntamente com as condições de fronteira (5.37a)
e (5.37b), constitui um problema de Sturm-Liouville, com autova-
lor λ = c12 e autofunções G(p). Logo, este problema não é unica-
mente determinado, havendo um conjunto enumerável de autovalo-
res λn = c12 que constitui uma sequência crescente e ilimitada para
n
n = 0, 1, 2, 3..... Além disso, as autofunções correspondentes a es-
tes autovalores são mutuamente ortogonais, constituindo uma base
no espaço das funções de quadrado integrável no R pintervalo [0, p0 ]
(L2 [0, p0 ]). Logo, qualquer função f (p) tal que 0 0 f (p)2 dp < ∞
pode ser escrita como uma série de Fourier generalizada do tipo
∞
X
f (p) = cn Gn (p), (5.38)
n=0
com
R p0
f (p)Gn (p)dp
cn = 0R p0 (5.39)
0
Gn (p)2 dp
i i
i i
i i
d2 G σ0
+ 2G=0 (5.40)
dp2 c
A solução geral de (5.40) é dada por
i i
i i
i i
∂t ζ0 + βv̂0 = 0 (5.46)
com ζ0 = ∂x v̂0 − ∂y û0 . Usando a função corrente ψ:
∂t ∇2 ψ + β∂x ψ = 0 (5.48)
Note que (5.48) pode ser obtida a partir da equação quase-geostrófica
(5.6) para H0 → ∞. A equação (5.48) é a versão linearizada do cha-
mado modelo barotrópico não divergente. As soluções características
de (5.48) correspondem às ondas de Rossby barotrópicas não diver-
gentes. A relação de dispersão dessas ondas é dada de acordo com
(5.8) para H0 → ∞, ou seja,
−βk
ω(k) = (5.49)
|k|2
As ondas de Rossby barotrópicas não divergentes dadas por (5.49)
são responsáveis pelos chamados padrões de teleconexões existentes
i i
i i
i i
na atmosfera. São essas ondas que fazem com que forçantes na atmos-
fera associadas com anomalias de águas quentes no Pacífico equatorial
causem perturbações na atmosfera responsáveis por anomalias climá-
ticas em médias e altas latitudes dos Estados Unidos, por exemplo.
(n) σ0 p2o
H0 = , n = 1, 2, 3, ... (5.50)
gπ 2 n2
Para valores típicos do parâmetro de estabilidade estática na at-
mosfera e da pressão atmosférica na superfície da Terra, σ0 ≈ 2 ×
(1) (2)
10−6 m4 s2 Kg −2 e p0 ≈ 1000hP a, tem-se que H0 ≈ 200m, H0 ≈
(3) (4)
50m, H0 ≈ 20m, H0 ≈ 12m, e assim por diante.
i i
i i
i i
97
i i
i i
i i
gH0
ψ= + ψ0 (6.1a)
f0
ψ0
q = βy + ∇2 ψ 0 − 2 (6.1b)
Ld
0
com |ψ 0 | << gH 2 0 ψ
f0 e |∇ ψ − L2d | << |βy|. Inserindo (6.1) em (5.1)
0
i i
i i
i i
ψ 0 , temos:
ψ0 ψ0
∂t (∇2 ψ 0 − ) + β∂x ψ 0
+ J(ψ 0
, ∇ 2 0
ψ − )=0 (6.2)
L2d L2d
√
gH
onde Ld = f0 0 é o raio de deformação de Rossby. Para analisar
a solução de (6.2) no regime fracamente não linear, é conveniente
escrever esta equação na forma adimensional, pois neste caso fica mais
clara a ordem de magnitude de cada termo da equação acima. Assim,
usando o raio de deformação de Rossby Ld = gH 0
f0 como escala de
comprimento, o inverso do termo dominante do parâmetro de Coriolis
f0−1 como escala temporal e considerando U como sendo a escala
característica das perturbações do campo de velocidade (i.e., ψ 0 =
Ld U ψ), podemos reescrever (6.2) na forma adimensional como segue:
Em (6.3) acima, β̂ = βL
f0 = O(1) refere-se ao parâmetro de Ros-
d
i i
i i
i i
−β̂k
ω(k) = (6.7)
|k|2 + 1
Em (6.6), a amplitude de cada modo, ao invés de constante como
no regime linear, é permitida evoluir na escala longa de tempo. A
evolução temporal das amplitudes harmônicas Ak será determinada
a partir da condição de solubilidade do problema de O(). De fato,
agrupando os termos de O(), obtém-se:
∂t (∇2 ψ (1) −ψ (1) )+β̂∂x ψ (1) = −∂T (∇2 ψ (0) −ψ (0) )−J(ψ (0) , ∇2 ψ (0) −ψ (0) )
(6.8)
onde T = t representa a escala longa de tempo. Antes de discutir
a solução da equação acima, um fato importante acerca do nosso
ansatz (6.4) é que, para que tal expansão assintótica seja útil para
nosso propósito, é necessário que a solução ψ (0) represente de fato
os efeitos de ordem dominante. Para que isto aconteça no limite
→ 0+ , é necessário que o coeficiente ψ (1) da expansão assintótica
cresça sub-linearmente na escala rápida de tempo t (Majda 2003), ou
seja,
|ψ (1) |
lim =0 (6.9)
t→∞ |t|
i i
i i
i i
termo ψ (1) da série (6.4) seria dado por ψ (1) ≈ |t| ≈ |T |. Logo,
para t suficientemente grande, o termo ψ (1) teria mesma ordem de
magnitude do termo ψ (0) . Consequentemente, a condição (6.9) é de
fato necessária para a validade da expansão assintótica (6.4).
dAk X X
(|k|2 + 1) = Ak1 Ak2 σkk1 k2 (6.10)
dT 2 2
k1 ∈Z k2 ∈Z
i i
i i
i i
k = k1 + k2 (6.12a)
ω(k) = ω(k1 ) + ω(k2 ) (6.12b)
i i
i i
i i
X
ψ(x, y, t, t) = Re[ Ak (t)eikx+ily−iω(k)t ] + O() (6.13)
k∈Z2
i i
i i
i i
i i
i i
i i
¯
tiplicando (6.10) por Āk (onde "()"indica o complexo conjugado) e
multiplicando a equação análoga à (6.10) para Āk por Ak e somando
o resultado, obtém-se a equação para a energia de cada harmônico:
d|Ak |2 X X
Ek = σkk1 k2 Re(Āk Ak1 Ak2 ) (6.18)
dT 2 2
k1 ∈Z k2 ∈Z
d|Ak |2 X X
Pk = σkk1 k2 Ek Re(Āk Ak1 Ak2 ) (6.19)
dT 2 2
k1 ∈Z k2 ∈Z
dE X d|Ak |2 XXX
= Ek = σkk1 k2 Re(Āk Ak1 Ak2 ) = 0
dt dT
k k k1 k2
(6.20a)
2
dP X d|Ak | XXX
= Pk = σkk1 k2 Ek Re(Āk Ak1 Ak2 ) = 0
dt dT
k k k1 k2
(6.20b)
σkk1 k2 − σkkk
1
2
− σkkk
2
1
=0 (6.21a)
Ek σkk1 k2 − Ek1 σkkk
1
2
− Ek2 σkkk
2
1
=0 (6.21b)
i i
i i
i i
dA1
E1 = σ123 A2 A3 (6.22a)
dT
dA2
E2 = σ213 A1 Ā3 (6.22b)
dT
dA3
E3 = σ312 A1 Ā2 (6.22c)
dT
Nas equações acima, por simplicidade utilizamos os índices "1",
"2"e "3"para representar os modos k1 , k2 e k3 , respetivamente. O
sistema acima é conhecido como problema de três ondas ressonantes
ou equações dos tripletos. Para os coeficientes de interação reais e
satisfazendo à condição (6.21a), o sistema (6.22) é integrável e a so-
lução analítica é dada em termos das funções elípticas de Jacobi (ver,
por exemplo, [Craik(1985)] e referências lá contidas).
As equações (6.22) também podem ser escritas em termos das ener-
gias dos modos:
d|A1 |2
E1 = 2σ123 Re(Ā1 A2 A3 ) (6.23a)
dT
d|A2 |2
E2 = 2σ213 Re(A1 Ā2 Ā3 ) (6.23b)
dT
d|A3 |2
E3 = 2σ312 Re(A1 Ā2 Ā3 ) (6.23c)
dT
Da equação acima é fácil verificar que o vínculo (6.21a) implica
d
que dt (E1 |A1 |2 + E2 |A2 |2 + E3 |A3 |2 ) = 0. Além disso, as equações
(6.22) acima mostram que o modo 1 necessariamente recebe energia
dos modos 2 e 3 ou cede energia para esses modos. Além disso,
a condição (6.21b) implica que o modo 1 necessariamente possui o
módulo do número de onda total intermediário, ou seja,
i i
i i
i i
i i
i i
i i
u = u0
v = v0 (6.25)
0
h = H0 + h ,
e substituindo as relações acima em (4.70) e (4.73), segue que as
equações da água-rasa com rotação agora lê-em-se:
∂t u + Lu + B(u, u) = 0 (6.27)
Em (6.27) acima, u = (u, v, h) refere-se ao vetor estado do modelo,
L é o operador linear dado por (5.13) e B(u, u) é o operador bi-linear
que representa os termos não lineares de (6.26), ou seja,
u∂x u + v∂y u
B(u, u) = u∂x v + v∂y v (6.28)
∂x (hu) + ∂y (hv)
Conforme demonstrado na seção anterior utilizando o método as-
sintótico de múltiplas escalas temporais para analisar as ondas de
Rossby não lineares, a solução de ordem dominante no regime fra-
camente não linear é ainda dada por uma expansão em termos das
soluções características do problema linear, mas com as amplitudes
dos modos variando lentamente em comparação com os períodos ca-
racterísticos dos mesmos. Neste caso, o efeito da não linearidade é
permitir o acoplamento e a consequente troca de energia entre os
i i
i i
i i
(α)
(α) dAk (α ) (α ) (k ,α )(k2 ,α2 ) −iδt
X X
Ek = 1
Āk11 Āk22 σ(k,α) 1
e (6.30)
dt
k1 ,k2 ∈Z2 α1 ,α2
i i
i i
i i
(1)
(1) dAk1 (k ,−1)(k ,0) (−1) (0)
Ek1 = σ(k12,1) 3 Āk2 Āk3 (6.32a)
dt
(−1)
(−1) dAk2 (k ,1)(k ,0) (1) (0)
Ek2 = σ(k21,−1) 3 Āk1 Āk3 (6.32b)
dt
(0)
(0) dAk3 (k ,1)(k ,−1) (1) (−1)
Ek3 = σ(k31,0) 2 Āk1 Āk2 (6.32c)
dt
No entanto, para o tipo de interação triádica ressonante represen-
i i
i i
i i
i i
i i
i i
i i
i i
i i
Formulação
Hamiltoniana e
estabilidade
dz
= J∇H (7.1)
dt
113
i i
i i
i i
onde
p
z= (7.2)
q
0 I
J= (7.3)
−I 0
N
X ∂F ∂G ∂F ∂G
{F, G} = − (7.4)
i=1
∂qi ∂pi ∂pi ∂qi
Pelo formato da matriz J notamos que ela atua como uma rotação
nos vetores e de fato J∇G perpendicular ao graditente de G, o que
o colchete mede portanto é a variação de F na direção em que G é
constante. As equações canônicas podem ser escritas em função do
colchete de Poisson como:
i i
i i
i i
115
dpi
= {pi , H} (7.6)
dt
dqi
= {qi , H} (7.7)
dt
dF
= {F, H} (7.8)
dt
• (iii) Vale a identidade de Jacobi {F, {G, H}} + {H, {F, G}} +
{G, {H, F }} = 0
i i
i i
i i
d{F, G}
= {H, {F, G}} (7.9)
dt
Porém, como um produto a derivação do colchete de Poisson segue
d{F, G} dF dG
={ , G} + {F, } (7.10)
dt dt dt
Usando que:
dF dG
= {H, F } ; = {H, G} (7.11)
dt dt
e utilizando a regra da antissimetria do colchete chegamos ao resul-
tado.
i i
i i
i i
∂u δH
=J (7.12)
∂t δu
∂F
= {F, H} (7.13)
∂t
O colchete de Poisson não canônico apresenta as mesmas proprie-
{Ci , G} = 0 (7.14)
para quaisquer funcionais G diferenciáveis. De fato a singularidade
7.1.1 Exemplos
(1)Modelo Barotrópico não divergente
i i
i i
i i
Z
1
H= |∇ψ|2 dx (7.16)
2
Calculemos a variação de H:
Z
δH = ∇ψδ∇ψdx (7.17)
δH
= −ψ; (7.18)
δq
∂f ∂g ∂f ∂g
J(f, g) = [f, g] = − (7.19)
∂x ∂y ∂y ∂x
onde C é uma função suave. Com tais funções temos que os ca-
simir são preservados pela dinâmica:
dC
=0 (7.21)
dt
i i
i i
i i
Z
1
H= D1 |∇ψ1 |2 + D2 |∇ψ2 |2 + D1 F1 (ψ1 − ψ2 )2 dxdy (7.22)
2
− D11 [q1 , .]
0
J= (7.24)
0 − D12 [q2 , .]
∂f ∂f ∂f ∂g
onde, [f, g] = ∂x ∂x − ∂y ∂x . Os casimirs são da forma
Z
1
C= C1 (q1 ) + C2 (q2 ) dxdy (7.25)
2
i i
i i
i i
Z
δH = (|u|2 + gh)δh + huδudx (7.28)
δH 1 2 δH
= |u| + gh ; = hu (7.29)
δh 2 δu
Aplicando o operado J ao vetor δH/δv, onde v = (u1 , u2 , h), temos:
∂
0 q − ∂x hu1
δH ∂
= −q 0 − ∂y hu2 (7.30)
δv ∂ ∂ 1 2
− ∂x − ∂x 0 2 |u| + gh
∂u1 ∂u ∂h
= qhu2 − u. −g (7.31)
∂t ∂x ∂x
i i
i i
i i
∂u2 ∂u ∂h
= qhu1 − u. −g (7.32)
∂t ∂y ∂y
∂h
= div(hu) (7.33)
∂t
δC δH ∂q δH ∂q
= C(q) − qC 0 (q); = C 00 (q) ; = −C 00 (q)
δh δu1 ∂y δu2 ∂x
(7.35)
i i
i i
i i
u1
u2
v=
h
(7.36)
v
e operador co-simplético:
∂
0 q − ∂x −B2
−q ∂
0 − ∂y B1
J =
− ∂ ∂
(7.38)
∂x − ∂x 0 0
B2 −B1 0 0
dv δH
=J (7.39)
dt δv
δH
= hu (7.40)
δu
i i
i i
i i
δH ∂B1 ∂B2
= − (7.41)
δA ∂y ∂x
δH 1
= gh + (|u|2 − |B|2 ) (7.42)
δh 2
∂u
+ u.∇u + 2Ω × u = −g∇h + B.∇B (7.44)
∂t
∂A
+ u.∇A = 0 (7.45)
∂t
Z
C= h(f (a) + hqg(A))dxdy (7.46)
i i
i i
i i
* +
δH
0 = δx H = H(u + δx u) − H(u) = , δu + O(δu2 ) =
δu
* + (7.49)
δH ∂u
δx , + O(δu2 )
δu ∂x
i i
i i
i i
* +
δH ∂u
, =0 (7.50)
δu ∂x
δF ∂u
J = (7.51)
δu ∂x
Demonstração:
* +
F δH δF
= {F, H} = −{H, F} = ,J (7.52)
dt δu δu
* +
δH ∂u
, =0 (7.53)
δu ∂x
i i
i i
i i
7.3 Estabilidade
7.3.1 Conceitos de estabilidade
Na atmosfera e oceanos o estudo das estabilidades e instabilidades
é de grande importância, em particular a instabilidade baroclínica
constitui um importante mecanismo de geração de vortices em grande
escala (por exemplo ciclones atmosféricos) via conversão de energia
potencial em cinética. Há outras instabilidades importantes como a
barotrópica que explica a formação de vortices de grande escala a
partir do escoamento médio. A instabilidade simétrica que é um im-
portante processo na formação de nuvens e chuva (ou seja em menor
escala espacial). Intuitivamente, a estabilidade de um sistêma deve
traduzir a propriedade de que para dada uma solução conhecida do
sistema, uma pequena perturbação nas condições iniciais do sistema
deve perduzir uma solução que permanece próxima à solução original.
Existem diversas definições de estabilidade diferentes entre si, a
escolha de se usar uma definição particular de estabilidade depende,
em geral, da situação física. Assumamos que a evolução de um sis-
têma físico de interesse seja dado por uma equação diferencial de
forma genérica:
du
= F(u) (7.55)
dt
i i
i i
i i
ue || < δ implica que para todo tempo t a solução u(t) com condição
inicial u(0) satisfaz ||u(t) − ue || < .
dv
= F0 (ue )v (7.56)
dt
Isto nos leva a outro conceito de estabilidade:
i i
i i
i i
r0 = r3 (1 − r2 ) (7.58)
θ0 = 1 (7.59)
de onde notamos que o sitema tem a origem como ponto de equilíbrio,
Cuja linearização é:
0
x 0 −1 x
= (7.62)
y 1 0 y
e de onde concluimos que os autovalores da matriz do sistema linea-
rizado são ±i e o sistema é espectralmente estável.
dz
= J∇H (7.63)
dt
i i
i i
i i
∂H(ze ) ∂H(ze )
J = 0 ⇐⇒ =0 (7.65)
∂z ∂z
Portando para garantir a estabilidade basta que a matriz hessiana:
" #
∂2H
(7.66)
∂zi ∂zj
seja positivo definida. Contudo, se a dinâmica não é canônica,
um ponto de equilíbrio não corresponde necessariamente a um ponto
extremal da hamiltoniana, já que o operador J é singular. De fato,
se C é tal que ∇C ∈ Ker(J) então podemos definir
e I é tal que:
dI(z)
=0 (7.68)
dt ze
i i
i i
i i
dF (z(t) − ze )
= 0, ∀z(0) ∈ B (7.70)
dt
R0
Demonstração: Escolhamos R = 2C de forma que a trajetória
com condição inicial z(0) satisfaça ||δz(0)|| ≤ R, onde δz(t) = z(t) −
ze . E tomamos R de forma que o desvio do equilibrio no tempo t,
δz(t) = z(t) − ze , não saia bola de raio R0 até o instante T>0.
Obtemos então
i i
i i
i i
R0
||δz(t)|| ≤ (7.72)
2
dψ0
− dy
V(y) = (7.73)
0
d2 ψ0
Q(y) = − + β = −Ω + β (7.74)
dy 2
Neste caso temos que o funcional definido por:
i i
i i
i i
!
Z Z Q+δq
1
F = |∇δψ|2 +∇Ψ∇δψ+ Ψ(s)ds dxdy+O(δψ 3 ) (7.76)
2 Q
!
Z Z δq
1
F = |∇δψ|2 + Ψδω + Ψ(Q + s)ds dxdy (7.77)
2 0
de onde obtemos:
!
Z Z δq
1
F = |∇δψ|2 + Ψ(Q + s) − Ψ(Q)ds dxdy (7.78)
2 0
termo é posivito dado que existe c > 0 tal que c−1 ≤ Ψ0 (Q) ≤ c, com
isto garantimos que:
i i
i i
i i
Z !
2 1 2 2
||δψ(t)|| = |∇δψ| + cδω dxdy (7.80)
2
i i
i i
i i
i i
i i
i i
Apêndice
135
i i
i i
i i
136 8. APÊNDICE
T (x + h) − T (x)
lim = Lh (8.2)
→0
i i
i i
i i
Bibliografia
137
i i
i i
i i
138 BIBLIOGRAFIA
i i
i i
i i
BIBLIOGRAFIA 139
[Lynch(2003)] Lynch, P., Resonant Rossby wave triads and the swin-
ging spring, Bulletin of the American Meteorological
Society, 84, 605-616, (2003).
[Majda(2003)] Majda, A., PDEs and Waves for the Ocean and the
Atmosphere, Majda, A., Courant Institute Lecture No-
tes, (2003).
i i
i i
i i
140 BIBLIOGRAFIA
i i
i i