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ELETROMAGNÉTICA 1D
Luiz Rijo
Cícero Régis
Belém
Setembro, 2021.
Sumário
1 Introdução 4
2 Ondas Planas 11
2.1 Meio homogêneo, isotrópico e ilimitado . . . . . . . . . . . . . 11
2.2 Meio constituído por dois semiespaços . . . . . . . . . . . . . 16
2.2.1 Modo TM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.2.2 Modo TE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.2.3 Impedância e admitância de superfície . . . . . . . . . 21
2.2.4 Aplicação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
2.3 Meios estratificados horizontais . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.3.1 Modo TM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
2.3.2 Modo TE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
2.4 Profundidade de penetração (Skin depth) . . . . . . . . . . . . 29
2.5 Modelagem de sondagens magnetotelúricas . . . . . . . . . . . 32
2
SUMÁRIO 3
4 Espira Circular 60
4.1 Meio homogêneo, isotrópico e ilimitado. . . . . . . . . . . . . 61
4.2 Meio constituído por dois semi-espaços . . . . . . . . . . . . . 65
4.3 Meio estratificado horizontal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
4.4 Avaliação das integrais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
4.5 Aplicações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
4
5
y σ0 μ0 ε0
z0
σ1 μ1 ε1 h1
z1
σ2 μ2 ε2 h2
z2
z
zj - 2
σj-1 μj-1 εj-1 hj - 1
zj - 1
σj μj εj hj
zj
zN - 2
σN-1 μN-1 εN-1 hN - 1
zN - 1
σN μN εN
∇ · ( e) = ρv , (1.1a)
∂(µh)
∇×e=− , (1.1b)
∂t
∇ · (µ h) = 0, (1.1c)
∂(e)
∇×h=j+ , (1.1d)
∂t
em que usamos as representações tradicionais das propriedades eletromagné-
ticas dos meios: é a permissividade elétrica (F/m) e µ é a permeabilidade
magnética (H/m). Estas equações são complementadas com as equações
constitutivas, que descrevem as relações entre os campos e o meio material
e das quais daremos o maior destaque para a Lei de Ohm
j = σe, (1.2)
∇ · ( e) = 0. (1.3)
∇ · E = 0, (1.7a)
∇ × E + iωµH = 0, (1.7b)
∇ · µH = 0, (1.7c)
∇ × H − (σ + iω) E = JT . (1.7d)
y = (σ + iω) , (1.8)
z = iωµ, (1.9)
∇ × H − yE = JT , (1.10a)
∇ × E + zH = 0, (1.10b)
b · (yi Ei − yj Ej ) = ρs ,
n (1.11)
b · (µi Hi − µj Hj ) = 0,
n (1.12)
b × (Ei − Ej ) = 0,
n (1.13)
b × (Hi − Hj ) = 0.
n (1.14)
11
12 2 Ondas Planas
∇ × H − yE = 0, (2.1a)
∇ × E + zH = 0. (2.1b)
Vamos também considerar que nesta região o meio seja homogêneo e iso-
trópico. Com essas duas hipóteses, podemos, sem perda de generalidade,
supor que os campos elétrico e magnético variam apenas na direção z, ou
seja, a onda eletromagnética se propaga exclusivamente na direção vertical.
Então, podemos simplificar as equações 2.1 como segue:
∂Hy
+ yEx = 0, (2.2a)
∂z
∂Hx
− yEy = 0, (2.2b)
∂z
∂Ey
− zHx = 0, (2.2c)
∂z
∂Ex
+ zHy = 0. (2.2d)
∂z
Este sistema de quatro equações se desacopla em duas equações de se-
gunda ordem independentes. De fato, combinando as equações 2.2a e 2.2d
temos
∂ 1 ∂Hy
= zHy (2.3)
∂z y ∂z
e combinando 2.2b com 2.2c temos
∂ 1 ∂Ey
= yEy . (2.4)
∂z z ∂z
∂ 2 Hy
+ k 2 Hy = 0, (2.5)
∂z 2
em que k é definido de modo que
Este parâmetro é denominado de número de onda. Ele fará parte das análises
de todos os problemas abordados neste livro.
A solução geral da equação de Helmholtz homogênea (2.5) é
com Im(k) < 0 para satisfazer a condição de radiação. Esta função decresce
no sentido do eixo z, a partir de um valor não especificado, que depende da
fonte, e que gera o valor H0 na coordenada z = 0.
Uma segunda situação possível é a fonte localizada abaixo da região de
interesse no problema. Neste caso, ainda tomando como ponto de referência
a coordenada z = 0, a solução é
Repare bem nestas soluções: supomos a fonte acima ou abaixo dos pontos
de medida, e especificamos um valor de referência em uma posição particular.
Em um problema no qual existam uma fonte acima e outra abaixo da região
sob observação, a solução será a combinação destas duas, dada pela equação
2.7, com os coeficientes C1 e C2 diferentes. Quando tratarmos do problema
do meio estratificado, esta solução geral será usada em cada uma das camadas
homogêneas, e escolheremos a posição de uma das interfaces nas fronteiras
da camada como coordenada de referência.
De posse do campo magnético, é fácil determinar o campo elétrico a
partir da equação 2.2a:
ik −ikz ,
y H0 e
(↓)
Ex = (2.10)
−ik H0 eikz .
(↑)
y
14 2 Ondas Planas
O termo complexo ik/y que aparece em 2.10 tem dimensão de ohm. Ele
é denominado de impedância e é simbolizado por Z:
ik
Z= . (2.11)
y
d2 Ey
+ k 2 Ey = 0, (2.13)
dz 2
cuja solução é
E0 e−ikz ,
(↓)
Ey = (2.14)
E0 eikz . (↑)
ik
Y= . (2.16)
z
Então:
−YEy , (↓)
Hx = (2.17)
YEy . (↑).
e no segundo,
Ey = E0 eik(z cos θ−x sen θ) (↑) (2.22)
16 2 Ondas Planas
∂ 2 Hy ∂ 2 Hy
+ + k 2 Hy = 0, (2.23a)
∂x2 ∂z 2
−1 ∂Hy
= Ex , (2.23b)
y ∂z
1 ∂Hy
= Ez (2.23c)
y ∂x
e
∂ 2 Ey ∂ 2 Ey
+ + k 2 Ey = 0, (2.24a)
∂x2 ∂z 2
1 ∂Ey
= Hx , (2.24b)
z ∂z
−1 ∂Ey
= Hz . (2.24c)
z ∂x
2.2.1 Modo TM
A Figura 2.1 mostra a geometria do modelo em que a onda incidente é uma
onda plana polarizada com o campo magnético paralelo ao eixo y e a direção
de propagação é inclinada de um ângulo θ1 em relação ao eixo vertical. O
ângulo de reflexão também é igual a θ1 .
A solução deste problema pode ser escrita como uma combinação de um
campo incidente com uma reflexão na interface. Parte da energia da onda
incidente é refletida para o primeiro meio e o restante passa para o segundo.
Chamamos de campo incidente simplesmente a solução encontrada para
o meio infinito, quando a fonte está acima da região em questão:
Hy
θ1 θ1
σ1 μ1 ε1
x
σ2 μ2 ε2
θ2
(1)
em que RTM é o coeficiente de reflexão, a ser determinado. No segundo meio,
o campo magnético toma a forma
k1 sen θ1 = λ (2.29)
e
p
ik1 cos θi = ik1 1 − sen2 θi
q
= −k12 + k12 sen 2 θi
q
= λ2 − k12 = u1 .
2.2 Meio constituído por dois semiespaços 19
Lembrando que esta condição deve ser satisfeita para qualquer x, verificamos
a lei de Snell para este problema:
Observando que
q
ik2 cos θ2 = λ2 − k22 = u2 , (2.33)
(1)
As equações 2.28 e 2.34 não são suficientes para se determinar RTM e H2
que, afinal de contas, é o nosso objetivo. Precisamos de mais duas equações.
Usando a 2.23b temos
(1)
−1 ∂Hy
(1)
Ex(1) = = Z1 H1 e−u1 z − RTM eu1 z e−iλx (2.35)
y1 ∂z
e
(2)
−1 ∂Hy
Ex(2) = = Z2 H2 e−u2 z e−iλx (2.36)
y2 ∂z
em que
uj
Zj = (2.37)
yj
é a impedância intrínseca ou verdadeira do semiespaço j. Note que a defi-
nição de impedância dada anteriormente (com λ = 0) é um caso particular
desta.
20 2 Ondas Planas
2.2.2 Modo TE
Procedendo de maneira inteiramente análoga, calculamos as componentes
(j) (j) (j)
Ey , Hx e Hz do modo TE nos dois semiespaços. Com efeito, podemos
escrever
(1)
Ey(1) = E1 e−u1 z + RTE eu1 z e−iλx , (2.48)
Ey(2) = E2 e−u2 z e−iλx , (2.49)
(1)
em que o coeficiente de reflexão RTE e o coeficiente E2 são, respectivamente,
(1) Y1 − Y 2
RTE = , (2.50)
Y1 + Y2
e
2Y1 H1
E2 = , (2.51)
Y1 + Y2
sendo
uj
Yj = (2.52)
zj
a adimitância intrínseca do semiespaço j.
Aplicando as expressões 2.24b e 2.24c vem
(1)
Hx(1) = −Y1 E1 e−u1 z − RTE eu1 z e−iλx , (2.53)
Hx(2) = −Y2 E2 e−u2 z e−iλx , (2.54)
λ
Hz(1) = Ey(1) , (2.55)
z1
λ
Hz(2) = Ey(2) . (2.56)
z2
(2.57)
dois meios essa caracterização torna-se, até certo ponto, ambígua. É preciso,
então, definir claramente o que seja impedância (admitância) na interface
dos dois meios. Em virtude da continuidade das componentes tangenciais do
campo elétrico e magnético é natural definir a impedância na interface como
sendo
Ex
Zb = . (2.58)
Hy
Como a interface entre os dois semiespaços coincide com a superfície do
semiespaço inferior, (2), é praxe denominar a impedância na interface Zb
de impedância de superfície ou impedância aparente. Note que de acordo
com essa definição a impedância de superfície coincide com a impedância
intrínseca do semiespaço inferior, ou seja, Zb = Z2 .
Analogamente define-se a admitância de superfície ou admitância apa-
rente da seguinte maneira
−Hx
Yb = (2.59)
Ey
e portanto, por definição, Yb = Y2 .
2.2.4 Aplicação
A propósito de ilustração vamos fazer uma aplicação do conceito de impe-
dância de superfície. O caso mais comum para os métodos geofísicos é que
o semiespaço superior seja o ar. Neste caso, decidimos usar o índice 0 no
lugar de 1 para identificá-lo. O índice do semiespaço inferior passa a ser 1. A
permeabilidade magnética µ0 e a suscetibilidade elétrica 0 são equivalentes
as do vácuo. A condutividade elétrica σ0 = 0.
Se o semiespaço for condutivo (σ > 10−4 S/m) e a freqüência de exci-
tação da onda plana for baixa (< 105 Hz) podemos dizer que σ ω0 e
consequentemente o número de onda se reduz a
p
k = −iωµ0 σ. (2.60)
1 Ex 2
1 2
ρ1 = |Z1 | = (2.62)
ωµ0 ωµ0 Hy z=0
Repare que apesar da frequência aparecer explicitamente nas expressões
(2.62) o valor de resistividade calculado é sempre igual ao valor correto da
resistividade do semiespaço e não depende da frequência.
A partir da observação das componentes horizontais do campo elétrico e
do campo magnético na superfície do terreno se deduz a resistividade (con-
dutividade) do meio na sub-superfície. Afinal de contas é esse o objetivo da
geofísica, determinar os parâmetros elétricos e geométricos da sub-superfície
a partir de observações indiretas. Mais adiante voltaremos a discutir sobre
a importância da fórmula (2.62) em geofísica.
y σ0 μ0 ε0
z0
σ1 μ1 ε1 h1
z1
σ2 μ2 ε2 h2
z2
z
zj - 2
σj-1 μj-1 εj-1 hj - 1
zj - 1
σj μj εj hj
zj
zN - 2
σN-1 μN-1 εN-1 hN - 1
zN - 1
σN μN εN
2.3.1 Modo TM
O nosso objetivo é determinar as componentes Hy , Ex e Ez em qualquer
ponto do modelo, sabendo, a priori, a geometria e as propriedades físicas das
camadas (σj , µj , j ) e do semiespaço superior.
As componentes Hy e Ex no semiespaço superior e em qualquer camada
acima do substrato podem ser escritas assim:
(j)
Hy(j) = Hj e−uj (z−zj ) + RTM euj (z−zj ) e−iλx , j = 0, ..., N − 1,
(2.63)
(j)
Ex(j) = Zj Hj e−uj (z−zj ) − RTM euj (z−zj ) e−iλx , j = 0, ..., N − 1,
(2.64)
2.3 Meios estratificados horizontais 25
e no substrato, assim:
em que ZbN = ZN . Este algoritmo funciona de baixo para cima. Isto é, inicia-
se na última camada e prossegue recursivamente para a primeira camada.
(j) (j)
Vamos então provar essa afirmativa. De (2.64), a razão entre Ex e Hy
na interface z = zj−1 é igual a
(j) (j)
Ex euj hj − RTM e−uj hj
(j)
= Z j (j)
. (2.72)
Hy z=zj−1 euj hj + R e−uj hjTM
26 2 Ondas Planas
podemos escrever,
Zj −Zbj+1
euj hj − e−uj hj
Zj +Zbj+1
Zbj = Zj (2.74)
Zj −Zbj+1
euj hj + e−uj hj
Zj +Zbj+1
ou mais explicitamente,
(j−1)
1 + RTM
Hj = Hj−1 (j)
, j = 1, ..., N − 1 (2.79)
euj hj + RTM e−uj hj
2.3 Meios estratificados horizontais 27
Hy(N −1) = HN −1 e−uN −1 (z−zN −1 ) + RTM euN −1 (z−zN −1 ) e−iλx
(N −1)
(2.80)
e
Hy(N ) = HN e−uN (z−zN −1 ) e−iλx (2.81)
concluimos que
(N −1)
HN = HN −1 1 + RTM . (2.82)
2.3.2 Modo TE
Em virtude da dualidade entre os modos TM e TE não há necessidade de
repetir novamente para o modo TE todos os passos vistos acima, do modo
TM. Assim, para se determinar as componentes Ey , Hx e Hz do modo TE é
preciso apenas readaptar os resultados já obtidos, levando em consideração
as seguintes corresponsências entre os dois modos:
TM ⇐⇒ T E
Hy ⇐⇒ Ey
Ex ⇐⇒ Hx
Ez ⇐⇒ Hz
y ⇐⇒ z
Z ⇐⇒ Y
Zb ⇐⇒ Yb
(j) (j)
Ey = Ej e−uj (z−zj ) + RTE euj (z−zj ) e−iλx , j = 0, 1, 2.....N − 1
(j) (j)
Hx = Yj Hj e−uj (z−zj ) − RTE euj (z−zj ) e−iλx , j = 0, 1, 2.....N − 1
(2.85)
e
(j) Yj − Ybj+1
RTE = . (2.87)
Yj + Ybj+1
2.4 Profundidade de penetração (Skin depth) 29
Ybj+1 + Yj tanh(uj hj )
Ybj = Yj (2.88)
Yj + Ybj+1 tanh(uj hj )
YbN = YN
Hy = H0 e−ikz (2.91)
√
Sabendo-se que3 −i = √12 (1 − i), podemos reescrever o número de
onda da seguinte maneira
r
ωµσ 1
k= (1 − i) = (1 − i) , (2.92)
2 δ
sendo r r r
2 500 10 500 10T
δ= = = . (2.93)
ωµ0 σ π fσ π σ
O parâmetro δ tem unidade de comprimento e representa exatamente o skin
depth, conforme foi definido. Note que quanto mais condutivo for o meio,
menor o skin depth. Quanto mais alta for a frequência, menor o skin depth,
também.
Podemos, então, reescrever (2.91) assim,
z
Hy = H0 e− δ (1+i) (2.94)
3
Repare que, assim como no caso do número de onda, foi feita a escolha para a raiz
quadrada de −i que satisfaz a condição de que o campo deve ser atenuado conforme se
propaga no meio condutivo (z > 0).
2.4 Profundidade de penetração (Skin depth) 31
3 4
Hy (z)
Amplitude de Hy normalizado HyN =
Hy |(z=0)
1.2
100 ohm-m 10 ohm-m 200 ohm-m
1
0.8
0.6
|HyN |
0.4
0.2 1 Hz
10 Hz
100 Hz
0 1000 Hz
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900
Profundidade (m)
3 4
Ex (z)
Amplitude de Ex normalizado ExN =
Ex |(z=0)
1.2
100 ohm-m 10 ohm-m 200 ohm-m
1
0.8
0.6
|ExN |
0.4
1 Hz
10 Hz
0.2 100 Hz
1000 Hz
0
Ex 2
1 1 2
ρ1 = = Z1 , (2.95)
b
ωµ0 Hy
z=0 ωµ0
1 2
ρa = Ẑ1 (2.97)
ωµ0
sendo ZbN = ZN e λ = 0.
A impedância aparente é um número complexo. O cálculo da resistivi-
dade aparente usa apenas o módulo deste número, mas també existe infor-
mação útil em sua fase, e nos métodos MT e AMT a fase da impedância na
superfície também é usada como dado a ser interpretado juntamente com a
resistividade aparente.
O parâmetro fundamental para compreendermos e interpretarmos os da-
dos MT é o skin depth. Se as medidas de campo forem feitas sobre um
semiespaço homogêneo, condutivo, isotrópico, não magnético, a resistivi-
dade aparente será a própria resistividade do meio e a fase será igual a 45◦ ,
independentemente da frequência. Agora considere um meio formado por
uma camada sobre um semiespaço: quanto mais alta a frquência, mais forte
é a atenuação do campo ao penetrar na primeira camada. Se a frequência e
a espessura da camada forem suficientemente altas, então o campo medido
praticamente não sofre influência do semiespaço. Desta forma, a resistivi-
dade aparente tende ao valor da resistividade da primeira camada e a fase
tende ao valor de 45◦ . No outro extremo do espectro de frequências, ou seja,
nos períodos mais longos, o skin depth é grande, maior do que a espessura
da camada. Neste caso, os campos medidos são muito mais influenciados
pela condutividade do semiespaço do que pela da camada. A resistividade
aparente tende ao valor daquela do semiespaço e a fase, novamente, tende
ao valor de 45◦ .
Em um meio formado por uma sequência de camadas, a influência de cada
camada sobre as curvas de resistividade aparente e fase será maior ou menor,
34 2 Ondas Planas
100
80
60
Res. Ap. (ohm-m)
40
20
10 −2 −1 0 1 2 3
10 10 10 10 10 10
Perı́odo (s)
90
75
60
Fase (graus)
45
30
15
0 −2 −1 0 1 2 3
10 10 10 10 10 10
Perı́odo (s)
Modelo de 3 camadas...
ρ (Ω·m) µ/µ0 h (m)
120 1 200
10 1 ou 3 1 800
1000 1 -
1000
µR = 1
500
µR = 3
Res. Ap. (ohm-m)
100
50
10
5 −2 −1 0 1 2 3
10 10 10 10 10 10
Perı́odo (s)
90
75
60
Fase (graus)
45
30
15
0 −2 −1 0 1 2 3
10 10 10 10 10 10
Perı́odo (s)
Modelo de 4 camadas...
ρ (Ω·m) µ/µ0 h (m)
50 1 5
100 1 ou 3 150
10 1 10
1000 1 –
1000
500
Res. Ap. (ohm-m)
100
50
10 −4 −3 −2 −1 0
10 10 10 10 10
Perı́odo (s)
90
75
60
Fase (graus)
45
30
15
0 −4 −3 −2 −1 0
10 10 10 10 10
Perı́odo (s)
38
39
x
Jy = I(ω) δ(x) δ(z - h0)
y
h0
σ0 μ0 ε0
z0
σ1 μ1 ε1 h1
z1
z
σ2 μ2 ε2 h2
z2
zj - 2
σj-1 μj-1 εj-1 hj - 1
zj - 1
σj μj εj hj
zj
zN - 2
σN-1 μN-1 εN-1 hN - 1
zN - 1
σN μN εN
F [δ (x)] = 1. (3.9)
∂2Eby
−kx2 E
by + + k2 E
by = zI (ω) δ (z) (3.10)
∂z 2
em que E
by (kx , z) corresponde à transformada de Fourier de Ey (x, z).
Fazendo
u2 = kx2 − k 2 , (3.11)
e substituindo na expressão acima, resulta
∂2Eby
− u2 E
by = zI (ω) δ (z) . (3.12)
∂z 2
O nosso objetivo agora é resolver esta equação diferencial. Para nos ver
livres de ∂ 2 /∂z 2 e da função delta de Dirac δ (z) vamos efetuar novamente
a transformada de Fourier de ambos os lados desta equação, mas agora com
relação à variável z. Então,
−kz2 E 2b
y (kx , kz ) − u E y (kx , kz ) = zI (ω) . (3.13)
bb b
−zI (ω)
E y (kx , kz ) = 2 . (3.14)
bb
u + kz2
Portanto,
h0
σ0 μ0 ε0
x
σ1 μ1 ε1
−u0 (z−h0 )
byinc = −zI (ω) e
E = E0 e−u0 z , (3.27)
2u0
em que
eu0 h0
E0 = −zI (ω) . (3.28)
2u0
Assim, o campo total, incidente mais refletido, entre a interface e a linha
e o campo no semi-espaço inferior são respectivamente,
by(0) = E0 e−u0 z + R(0) eu0 z ,
E h0 < z ≤ 0, (3.29)
TE
b (1) = E1 e−u1 z ,
E z ≥ 0. (3.30)
y
Assim como no caso das ondas planas modo TE – equações (2.48 - 2.49)
(0)
– o coeficiente de reflexão RT E e o coeficiente E1 são calculados a partir das
condições de continuidade das componentes tangenciais do campo elétrico e
do campo magnético na interface dos dois semi-espaços. A partir do campo
elétrico, podemos calcular as componentes H b x(0) e H
b x(1) sem nehum esforço.
Com efeito, usando-se (3.4) vem
b (0)
b x(0) = 1 ∂ Ey = −Y0 E0 e−u0 z − R(0) eu0 z ,
H TE h0 < z ≤ 0, (3.31)
z0 ∂z
1 ∂Eby(1)
(1)
Hx =
b = −Y1 E1 e−u1 z , z ≥ 0, (3.32)
z1 ∂z
interface, ou seja,
Eb (0) = E
b (1) ,
y y
z=0
b x(0) = H
H b x(1) .
z=0
Logo,
(0)
E0 1 + RT E = E1 ,
(0)
Y0 E0 1 − RT E = Y1 E1 .
(0) Y0 − Y 1
RT E = , (3.33)
Y0 + Y1
2Y0 E0
E1 = . (3.34)
Y0 + Y1
Observe a analogia entre (3.33) e (2.50) e entre (3.34) e (2.51). Esta
extraordinária coincidência é o resultado da transformação do problema da
linha infinita em problemas mais simples de ondas planas com constantes de
propagação u2j = kx2 − kj2 , j = 0, 1. De modo heurístico, podemos dizer que
a transformada de Fourier permitiu desacoplar a onda cilíndrica incidente
em ondas planas com ângulos de incidência satisfazendo k0 sin θ0 = kx (veja
a analogia com a equação 2.29).
Obtidas as soluções espectrais estamos prontos para voltar para o espaço
original (x, z) e determinar os campos elétrico e magnético em qualquer ponto
dos dois semi-espaços. Começando com o campo elétrico, basta efetuar a
transformada inversa de Fourier das expressões (3.29) e (3.30). Então,
Z ∞
1
(0)
(0)
Ey = E0 e−u0 z + RT E eu0 z eikx x dkx , (3.35)
2π −∞
e Z ∞
1
Ey(1) = E1 e−u1 z eikx x dkx . (3.36)
2π −∞
e Z ∞
1
Ey(1) = E1 e−u1 z cos (kx x) dkx . (3.38)
π 0
Finalmente, substituindo a expressão de E0 dada por (3.28) chega-se a
Z ∞
z0 I(ω) 1 −u0 (z−h0 ) (0)
Ey(0) =− e + RT E eu0 (z+h0 ) cos(kx x)dkx ,
2π 0 u0
h0 ≤ z ≤ 0. (3.39)
Note que estas expressões são válidas para qualquer ponto do plano (x, z),
exceto na posição da linha. Ou seja, se z = h0 em (3.39) e (3.40), x, forço-
samente, deve ser diferente de zero.
Tendo o campo elétrico é imediato escrever as componentes do campo
(0) (1)
magnético. Com efeito, as componentes horizontais Hx e Hx nos dois
semi-espaços são,
Z ∞
I (ω) (0)
Hx(0) =− eu0 (z−h0 ) + RT E eu0 (z+h0 ) cos(kx x) dkx
2π 0
z < h0 ≤ 0, (3.42)
Z ∞
I (ω) (0)
Hx(0) = e−u0 (z−h0 ) − RT E eu0 (z+h0 ) cos(kx x) dkx ,
2π 0
h0 < z ≤ 0, (3.43)
e
∞
u1 eu0 h0 −u1 z
Z
I (ω)
Hx(1) = e cos(kx x) dkx , z ≥ 0. (3.44)
z1 π 0 Y0 + Y1
48 3 Linha Infinita de Corrente
Z ∞
I (ω) kx −u0 (z−h0 ) (0)
Hz(0) = − e + RT E eu0 (z+h0 ) sen(kx x) dkx ,
2π 0 u0
h0 ≤ z ≤ 0, (3.46)
e
∞
kx e−u0 h0 −u1 z
Z
I (ω)
Hz(1) =− e sen (kx x) dkx , z ≥ 0. (3.47)
z1 π 0 Y0 + Y1
Deixamos aqui as soluções na forma das integrais para ser resolvidas.
Trataremos delas mais adiante, quando veremos as condições para que te-
nham soluções analíticas e também os métodos numéricos para avaliá-las nos
casos mais gerais.
Z ∞
z0 I (ω) 1 −u0 (z−h0 ) (0)
Ey(0) = − e + RT E eu0 (z+h0 ) cos (kx x) dkx ,
2π 0 u0
h0 ≤ z ≤ 0, (3.49)
com a resalva que o coeficiente de reflexão (3.33) deve ser substituído por
(0) Y0 − Yb1
RT E = , (3.50)
Y0 + Yb1
Ybj+1 + Yj tanh(uj hj )
Ybj = Yj , j = 1, N − 1 (3.51)
Yj + Ybj+1 tanh(uj hj )
YbN = YN
q
sendo Yj = uj /zj , uj = kx2 − kj2 , kj2 = −zj yj = −iωµj (σj + iωj ).
A esta altura é facil calcular o campo elétrico em qualquer camada do
meio estratificado. Basta seguir a metodologia descrita a pouco, isto é, usar
a solução do problema das ondas planas modo TE desenvolvida no segundo
capítulo e aplicar a transformada inversa de Fourier. Então, para qualquer
camada j entre 1 e N − 1, podemos escrever,
1 ∞
Z
(j)
(j)
Ey = Ej e−uj (z−zj ) + RT E euj (z−zj ) cos (kx x) dkx , (3.52)
π 0
(j)
em que os coeficientes de reflexão RT E (2.87) são expressos por
(j) Yj − Ybj+1
RT E = (3.53)
Yj + Ybj+1
50 3 Linha Infinita de Corrente
−1 ∞
Z
(N )
Hx = YN EN e−uN (z−zN −1 ) cos (kx x) dkx , (3.63)
π 0
e a componente vertical,
Z ∞
1
Hz(N ) = kx EN e−uN (z−zN −1 ) sen (kx x) dkx , (3.64)
zN π 0
I (ω)
Hz(0) (x, 0) = 2ik0 xK1 (ik0 x) − k02 x2 K0 (ik0 x) −
k12 2
π − k0 x 3
N
X
K esi /x wi .
xF (x) = (3.93)
i=0
I (ω) ∞ u0 − u1
Z
(0)
Hx (x, 0) = cos (kx x) dkx (3.96)
π 0 u0 + u1
e Z ∞
I (ω) kx
Hz(0) (x, 0) = sin (kx x) dkx (3.97)
π 0 u0 + u1
Aplicando o algoritmo do filtro digital para resolver estas duas integrais
e dividindo os resultados pelos fatores de normalização definidos nas equa-
ções 3.84 e 3.86, o resultado será idêntico àquele calculado com as soluções
analíticas (equações 3.85 e 3.87).
A figura 3.3 mostra os resultados para o campo elétrico Ey normalizado,
em um ponto a uma distância de 1 km da linha, considerando três casos, nos
quais as resistividades do semiespaço são de 50 ohm-m, 200 ohm-m, ou 1000
ohm-m. Os resultados para o campo magnético Hz nas mesmas condições
estão na figura 3.4.
58 3 Linha Infinita de Corrente
Semi-espaço homogêneo.
1.2
1 x = 1 km
1000 Ωm
0.8
-Ey /E 0 -
-
200 Ωm
y
50 Ωm
0.6
-
0.4
0.2
Semi-espaço homogêneo.
80
Fase {Ey /Ey0 } (graus)
60
40 x = 1 km
50 Ωm
20 200 Ωm
1000 Ωm
Figura 3.3: Amplitude e fase do campo elétrico normalizado gerado por uma
linha infinita de corrente na superfície (h0 = 0) em um ponto na superfície
(z = 0), localizado a 1 km da fonte.
3.4 Avaliação das integrais 59
Semi-espaço homogêneo.
0.8
1000 Ωm
200 Ωm
x = 1 km
|Hz /Hz0 |
0.6 50 Ωm
0.4
0.2
Semi-espaço homogêneo.
180
Fase {Hz /Hz0 } (graus)
160
140 x = 1 km
120
100
80
10-4 10-3 10-2 10-1 100 101 102
Perı́odo (s)
A espira circular horizontal de corrente é uma das fontes mais usadas nos
Métodos e referências. métodos eletromagnéticos...
Neste capítulo será visto que o problema de um meio estratificado na
presença de uma bobina horizontal circular de corrente é análogo ao problema
da linha infinita de corrente analisado no último capítulo. A diferença entre
ambos está no tipo de transformada integral usada para converter o problema
original em problemas mais simples de ondas planas. No caso da linha infinita
de corrente, foi usada as transformadas direta e inversa de Fourier. No caso
da bobina circular veremos que as transformadas direta e inversa de Hankel
farão o mesmo papel.
O mais interessante de tudo é que do ponto de vista computacional a
diferença entre os dois tipos de problemas praticamente desaparece. O al-
goritmo dos filtros lineares usado com sucesso no caso da linha infinita de
corrente é empregado aqui também com a mesma facilidade e eficiência.
A figura 4.1 ilustra a geometria do problema. Note que a densidade de
corrente é azimutal e portanto tem a forma
a
Jφ = I (ω) δ (z − h0 ) δ (r − a) (4.1)
r
em que a seção do cabo que forma a bobina foi tida como desprezível. A
razão adimensional a/r é introduzida de modo a garantir a aplicação das
transformadas de Hankel, como ficará claro mais adiante. Note que ela não
altera a função, pois a delta de Dirac δ(r − a) só tem efeito exatamente no
melhorar ponto em que r = a, onde a razão vale 1.
60
4.1 Meio homogêneo, isotrópico e ilimitado. 61
a
J ϕ =I (ω)δ(r −a) δ( z−h 0 )
r
a
h0
z σ0 μ0 ε0
z0
h1
σ1 μ1 ε1
z1
h2
σ2 μ2 ε2
z2
zj - 2
σj μj εj hj
zj
zN - 2
hN - 1
σN-1 μN-1 εN-1
zN - 1
σN μN εN
∂Hr ∂Hz a
− − yEφ = I (ω) δ (z) δ (r − a) , (4.2)
∂z ∂r r
∂Eφ
= zHr , (4.3)
∂z
∂ (rEφ )
= −zrHz . (4.4)
∂r
∂ 2 Eφ
∂ 1 ∂ (rEφ ) a
+ 2
+ k 2 Eφ = zI (ω) δ (z) δ (r − a) , (4.6)
∂r r ∂r ∂z r
∂ 2 Eφ 1 ∂Eφ ∂ 2 Eφ
1 a
+ − Eφ + + k 2 Eφ = zI (ω) δ (z) δ (r − a) (4.7)
∂r2 r ∂r r2 ∂z 2 r
de ordem ν
Z ∞
fb(kr ) = Hν [f (r)] = f (r) Jν (kr r) rdr, (4.8)
0
h i Z ∞
f (r) = Hν−1 fb(kr ) = fb(kr ) Jν (kr r) kr dkr , (4.9)
0
d2 E
bφ
−kr2 E
bφ + + k2 E
bφ = zI (ω) aJ1 (kr a) δ (z) . (4.15)
dz 2
Fazendo
u2 = kr2 − k 2 , (4.16)
64 4 Espira Circular
d2 E
bφ
− u2 E
bφ = zI (ω) aJ1 (kr a) δ (z) . (4.17)
dz 2
Esta é exatamente a mesma equação diferencial que encontramos no pro-
blema da linha infinita de corrente no meio homogêneo infinito (3.12). Sendo
assim, aproveitando a mesma solução que já encontramos lá, temos:
ou mais concisamente,
−u|z|
bφ (kr , z) = −zI (ω) a J1 (kr a) e
E , z∈R (4.19)
2u
Para obter o campo elétrico no espaço de coordenadas (r, z), basta efetuar
a transformada inversa de Hankel. Com efeito, usando a definição (4.9) temos
Z ∞ −u|z|
e
Eφ (r, z) = −zI (ω) a J1 (kr a) J1 (kr r) kr dkr . (4.20)
0 2u
Podemos agora calcular facilmente as componentes do campo magnético.
Para tanto, basta acionar as fórmulas (4.3) e (4.4).
A componente Hr é
I (ω) a ∞ uz
Z
− e J1 (kr a) J1 (kr r) kr dkr , z < 0,
2 0
Hr (r, z) = Z ∞ (4.21)
I (ω) a
e−uz J1 (kr a) J1 (kr r) kr dkr ,
z ≥ 0,
2
0
A derivada da função J1 é
d J1 (x)
J1 (x) = J0 (x) − , (4.22)
dx x
que resulta em
d
[rJ1 (kr r)] = kr rJ0 (kr r). (4.23)
dr
Portanto, a componente Hz fica
I (ω) a ∞ 1 −u|z|
Z
Hz (r) = e J1 (kr a) J0 (kr r) kr2 dkr . (4.24)
2 0 u
4.2 Meio constituído por dois semi-espaços 65
eu(z−h0 )
−zI (ω) aJ1 (kr a) , z < h0 ,
2u
E
bφ (kr , z) = (4.25)
−u(z−h0 )
−zI (ω) aJ (k a) e
z ≥ h0 ,
1 r ,
2u
−u0 (z−h0 )
b inc = −zI (ω) aJ1 (kr a) e
E = E0 e−u0 z , (4.26)
φ
2u0
em que
eu0 h0
E0 = −zI (ω) aJ1 (kr a) . (4.27)
2u0
66 4 Espira Circular
y a
J ϕ =I (ω)δ(r −a) δ( z−h 0 )
r
a
z h0
σ0 μ0 ε0
x
σ1 μ1 ε1
b (1) = E1 e−u1 z ,
E z≥0 (4.29)
φ
b (0)
1 ∂E
φ (0)
(0)
Hr =
b = −Y0 E0 e−u0 z − RT E eu0 z , h0 ≤ z ≤ 0, (4.30)
z0 ∂z
1 b (1)
∂Eφ
H (1)
br = = −Y1 E1 e−u1 z , z ≥ 0, (4.31)
z1 ∂z
I (ω) a ∞
Z
(0)
Hr = Kr (kr ) J1 (kr r) kr dkr , h0 ≤ z ≤ 0, (4.43)
2 0
e
∞
Y1 eu0 h0 −u1 z
Z
Hr(1) = I (ω) a e J1 (kr a) J1 (kr r) kr dkr , z ≥ 0. (4.45)
0 Y0 + Y1
Por sua vez, as componentes verticais nos dois semi-espaços são
I (ω) a ∞
Z
(0)
Hz = K (kr ) J0 (kr r) kr2 dkr , h0 ≤ z ≤ 0 (4.46)
2 0
e
∞
eu0 h0 −u1 z
Z
I (ω) a
Hz(1) = e J1 (kr a) J0 (kr r) kr2 dkr , z≥0 (4.47)
z1 0 Y0 + Y1
em que a função kernel Kφ (kr ) é tem a mesma forma daquela que encontra-
mos no caso de dois semi-espaços (4.41),
1 −u0 (z−h0 ) (0)
Kφ (kr ) = e + RT E eu0 (z+h0 ) J1 (kr a) ,
u0
com a ressalva de que o coeficiente de reflexão (4.36) deve ser substituido
por
(0) Y0 − Yb1
RT E = , (4.49)
Y0 + Yb1
em que Yb1 é calculado pelo algoritmo de recorrência (2.88), repetido aqui
por conveniência,
Ybj+1 + Yj tanh(uj hj )
Ybj = Yj , j = 1, N − 1 (4.50)
Yj + Ybj+1 tanh(uj hj )
YbN = YN ,
q
com as expressões usuais kj2 = −zj yj = −iωµj (σj + iωj ), uj = kr2 − kj2 ,
Yj = uj /zj .
Para qualquer camada j entre 1 e (N −1), a solução para o campo elétrico
é Z ∞
(j) (j)
Eφ = Ej e−uj (z−zj ) + RT E euj (z−zj ) J1 (kr r) kr dkr , (4.51)
0
(j)
em que os coeficientes de reflexão RT E são expressos por
(j) Yj − Ybj+1
RT E = . (4.52)
Yj + Ybj+1
em que o coeficiente EN é
(N −1)
EN = EN −1 1 + RT E . (4.56)
(0)
Sendo RT E dado pela fórmula (4.49).
A componente vertical fica
I (ω) a ∞
Z
(0)
Hz = Kz (kr ) J0 (kr r) kr dkr h0 ≤ z ≤ 0, (4.59)
2 0
em que
kr −u0 (z−h0 ) (0)
Kz (kr ) = e + RT E eu0 (z+h0 ) J1 (kr a) , (4.60)
u0
(0)
com RT E novamente na forma da equação (4.49).
Para 1 ≤ j ≤ N − 1, a componente horizontal do campo magnético é
Z ∞
(j)
Hr(j) = − Yj Ej e−uj (z−zj ) − RT E euj (z−zj ) J1 (kr r) kr dkr , (4.61)
0
e a componente vertical,
1 ∞
Z
(j)
(j)
Hz = − Ej e−uj (z−zj ) + RT E euj (z−zj ) J0 (kr r) kr2 dkr . (4.62)
zj 0
4.4 Avaliação das integrais 71
e a componente vertical,
Z ∞
1
Hz(N ) =− EN e−uN (z−zN −1 ) J0 (kr r) kr2 dkr . (4.64)
zj 0
z0 I (ω) a ∞
Z
(0)
Eφ (r, 0) = − Kφ (kr ) J1 (kr r) kr dkr , (4.65)
2 0
sendo a função kernel Kφ (kr ) expressa por,
1 (0)
Kφ (kr ) = 1 + RT E J1 (kr a) (4.66)
u0
(0)
Como sempre, o coeficiente de reflexão RT E é dado por
72 4 Espira Circular
(0) Y0 − Yb1
RT E = , (4.67)
Y0 + Yb1
sendo
Ybj+1 + Yj tanh[uj hj ]
Ybj = Yj , j = 1, 2, . . . N − 1
Yj + Ybj+1 tanh[uj hj ]
uN
YbN = YN j = .
zN
q
em que Yj = uj /zj , sendo uj = kr2 − kj2 com kj2 = −iωµj σj (condição
quase-estática) e zj = iwµj
Fazendo Fj = Ybj /Yj , pode-se reescrever esta relação de recorrência da
seguinte maneira,
rs ∞
Z
2gµ1 /µ0
Zφ /Z0 = 2 J1 (gas ) J1 (grs ) dg (4.69)
as 0 gµ1 /µ0 + F1 u1
4.4 Avaliação das integrais 73
(0)
Observe que Zφ /Z0 = Eφ (r, 0) /(−z0 I (w) a2 /4r2 ).
Procedendo de modo interamente análogo, podemos reescrever a compo-
nente horizontal, Hx (x, z) (4.57), do campo magnético da seguinte maneira,
∞
r2 2gu1 F1 egz
Z
Zx /Z0 = −2 s J1 (gas ) J1 (grs ) dg (4.70)
as 0 gµ1 /µ0 + F1 u1
∞
rs2 2g 2 µ1 /µ0 egz
Z
Zz /Z0 = −2 J1 (gas ) J0 (grs ) dg (4.71)
as 0 gµ1 /µ0 + F1 u1
4.5 Aplicações
A título de ilustração do uso desses dois programas vamos mostrar al-
guns exemplos.
xs = x/skin;
hs = h/skin;
zs = -Abs[z]/skin;
j1Trans47[kfun, rs];
zZHx[[i]] = -2 rs^2/as conv,
{i, nfreq}]]
plotZz = zZHx;
plotAmpFaseZz[freq, plotZz1, plotZz2, plotZz3,
{1, 10000, {-.51, 1.51}, {-150.1, 50.1},
{10, 100, 1000}, ”raio = 100 m”];
kr a
lim J1 (kr a) = . (5.2)
a→0 2
Podemos concluir que, no domínio (kr , z), o coeficiente E0 do campo
elétrico gerado por uma bobina de raio muito pequeno é igual a
eu0 h0
E0 (kr , z) = −zI (ω) a2 kr . (5.3)
4u0
84
85
m
h0
z σ0 μ0 ε0
z0
h1
σ1 μ1 ε1
z1
h2
σ2 μ2 ε2
z2
zj - 2
σj μj εj hj
zj
zN - 2
hN - 1
σN-1 μN-1 εN-1
zN - 1
σN μN εN
eu0 h0
E0 (kr , z) = −zmz kr . (5.4)
4πu0
86 5 Dipolo Magnético Vertical
m
z h0
σ0 μ0 ε0
x
σ1 μ1 ε1
(0)
sendo o coeficiente de reflexão RT E dado por
(0) Y0 − Yb1
RT E = , (5.21)
Y0 + Yb1
Ybj+1 + Yj tanh uj hj
Ybj = Yj , j = 1, N − 1 (5.22)
Yj + Ybj+1 tanh uj hj
YbN = YN
q
sendo Yj = uj /zj , uj = kr2 − kj2 , kj2 = −zj yj = −iωµj (σj + iωj ).
Da mesma maneira, as expressões para o campo elétrico em qualquer
camada j entre 1 e N − 1 vem da equação (4.51):
Z ∞
(j) (j)
Eφ = Ej e−uj (z−zj ) + RT E euj (z−zj ) J1 (kr r) kr2 dkr , (5.23)
0
(j)
em que os coeficientes de reflexão RT E são expressos por
(j) Yj − Ybj+1
RT E = , (5.24)
Yj + Ybj+1
z0 mz eu0 h0
E0 = − . (5.26)
4π u0
No substrato, o campo elétrico é representado por
Z ∞
(N )
Eφ = EN e−uN (z−zN −1 ) J1 (kr r) kr2 dkr , (5.27)
0
com
(N −1)
EN = EN −1 1 + RT E . (5.28)
90 5 Dipolo Magnético Vertical
cálculo por meio dos filtros lineares, sendo que no caso do dipolo magnético
vertical os filtros dão boas respostas em praticamente todas as situações.
Entretanto, no caso particular em que o dipolo fonte e o ponto de ob-
servação se situam na superfície de separação de dois semi-espaços, sendo
o primeiro o ar (σ0 = 0) e o segundo, um meio condutor não magnético
(z1 = z0 = iωµ0 ), estas integrais podem ser calculadas de forma exata, se o
regime for quase estático (u0 = kr ). Com efeito, fazendo h0 = 0 e z = 0 em
qualquer uma das expressões para o campo elétrico neste modelo (5.12 ou
5.13), podemos escrever
mz ∞
Z
1
Eφ (r, 0) = − J1 (kr r) kr2 dkr . (5.35)
2π 0 Y0 + Y1
Aplicando Yj = uj /zj e as condições do problema, temos
z0 mz ∞
Z
1
Eφ (r, 0) = − J1 (kr r) kr2 dkr (5.36)
2π 0 kr + u1
Lembrando que ∂J0 (kr r) /∂r = −kr J1 (kr r) podemos reescrever esta
integral da seguinte maneira
Z ∞
z0 mz ∂ 1
Eφ (r, 0) = J0 (kr r) kr dkr . (5.37)
2π ∂r 0 kr + u1
Multiplicando e dividindo o integrando por (kr − u1 ) e observando que
u21 = kr2 − k12 , a integral fica:
Z ∞
z0 mz ∂
kr2 − u1 kr J0 (kr r) dkr .
Eφ (r, 0) = 2 (5.38)
2k1 π ∂r 0
Agora, aplicamos um artifício muito engenhoso para chegar a uma solu-
ção. Primeiro, reconhecendo que, para uma variável s,
∂ 2 −kr s
2
kr = e (5.39)
∂s2
s=0
e
∂2 e−u1 s
u1 = , (5.40)
∂s2 u1
s=0
a integral se separa em duas:
Z ∞ Z ∞ −u1 s
z0 mz ∂ ∂ 2
−kr s e
Eφ (r, 0) = 2 e J0 (kr r) dkr − J0 (kr r) kr dkr .
2k1 π ∂r ∂s2 0 0 u1 (s→0, s>0)
(5.41)
92 5 Dipolo Magnético Vertical
Então
" √ !#
2 2
z0 mz ∂ ∂ 2 1 − e−ik1 r +s
Eφ (r, 0) = 2 √ . (5.44)
2k1 π ∂r ∂s2 r 2 + s2 (s→0, s>0)
1 ∂
Hz = − (rEφ) . (5.46)
z0 r ∂r
Lembrando mais uma vez que ∂J0 (kr r) /∂r = −kr J1 (kr r), vem
Z ∞
mz ∂ kr − u1
Hr (r, 0) = J0 (kr r) kr dkr . (5.50)
4π ∂r 0 kr + u1
resulta
"Z 2 #
∞ ∞
mz k12 ∂
kr − u1
Z
1 1
Hr (r, 0) = J0 (kr r) dkr − J0 (kr r) dkr
16π ∂r 0 u1 0 u1 kr + u1
(5.53)
As duas integrais podem ser colocadas na forma da seguinte identidade,
apresentada por ?, vol. 2, p. 8, (16):
Z ∞ i2µ aγ aγ
−1/2 h 2 1/2
a2 + x2 a + x2 +x J0 (xγ)dx = a2µ Kµ I−µ ,
0 2 2
(5.54)
γ > 0, Re a > 0, Re µ < 3/4.
p
Para isto, escrevemos u1 = kr2 + (ik1 )2 e multiplicamos o numerador e o
denominador da segunda integral por (kr + u1 )2 . Observando que K−ν (x) =
Kν (x), a integral (5.53) se reduz a
mz k12 ∂
ik1 r ik1 r ik1 r ik1 r
Hr (r, 0) = I0 K0 − I2 K2
16π ∂r 2 2 2 2
(5.55)
94 5 Dipolo Magnético Vertical
2ν
Iυ−1 (α) − Iυ+1 (α) = Iυ (α) , (5.56)
α
2ν
Kυ−1 (α) − Kυ+1 (α) = − Kυ (α) , (5.57)
α
Iυ−1 (α) + Iυ+1 (α) = 2Iυ0 (α) , (5.58)
Kυ−1 (α) + Kυ+1 (α) = −2Kυ0 (α) , (5.59)
mz k12
ik1 r ik1 r ik1 r ik1 r
Hr (r, 0) = − I1 K1 − I2 K2
4πr 2 2 2 2
(5.60)
Como já foi dito, a componente horizontal do campo incidente (primá-
rio) é nula, assim, este resultado corresponde exclusivamente ao campo se-
cundário, ou seja, o campo gerado pelas correntes induzidas no semi-espaço
inferior.
N
X
K es1 +n∆s /r wn
rI (r) = (5.62)
n=0
rs = r/skin;
j1Trans47[kfun, rs];
vmdEphi1[[i]] = rs conv,
{i, nfreq}]]
O código do kernel
h r r
s s
Zx /Z0 = k12 r2 I1 (1 + i) K1 (1 + i)
r 2 r 2 i
s s
− I2 (1 + i) K2 (1 + i) (5.71)
2 2
nfreq = Length[freq];
vmdHr0 = Table[0, {i, nfreq}];
Do[skin = 500./Pi Sqrt[10. rho/freq[[i]]];
rs = r/skin;
rsI = (rs + I rs)/2.;
vmdHr0[[i]] =
2 rs^2 I(BesselI[1, rsI] BesselK[1, rsI] -
BesselI[2, rsI] BesselK[2, rsI]),
{i, nfreq}]]
O código do kernel
(0)
em que o coeficiente de reflexão RT E é dado por
Y0 − F1 Y1
(0)
RT E = , (5.74)
Y0 + F1 Y1
onde o fator de estratificação é obtido por meio do seguinte algoritmo:
µj uj+1 Fj+1 + µj+1 uj tanh[uj hj ]
Fj = (5.75)
µj+1 uj + µj uj+1 Fj+1 tanh[uj hj ]
FN = 1
5.5.2 Aplicações Eφ
In[12]:= rho = {50, 50, 50};
mu = {1, 1, 1};
h = {10, 10};
{h0, r} = {0, 200};
fdDMvZzEphi[kernelcDmvEphi, freq, rho, mu, h, h0, r]
p1 = zZEphi;
{h0, r} = {0, 500};
fdDMvZzEphi[kernelcDmvEphi, freq, rho, mu, h, h0, r]
102 5 Dipolo Magnético Vertical
p2 = zZEphi;
{h0, r} = {0, 1000};
fdDMvZzEphi[kernelcDmvEphi, freq, rho, mu, h, h0, r]
p3 = zZEphi;
q1 = plotAmpFase3[freq, p1, p2,
p3, {1, 10000}, {-.51, 1.51}, {-150.1, 50.1}, {10, 100, 1000}, ”Ephi”];
In[7]:= fdDmvZzHr[kfun_, freq_, rho_, mu_, h_, h0_, r_, z_] := Module[{i,
g},
nfreq = Length[freq];
nlayer = Length[rho];
zZHr = Table[0, {i, nfreq}];
Do[
skin = 500./Pi Sqrt[10. rho[[1]]/freq[[i]]];
h0B = h0/skin;
rB = r/skin;
hB = h/skin;
zB = -Abs[z]/skin;
j1Trans47[kfun, rB];
zZHr[[i]] = rB^2 conv,
{i, nfreq}]]
5.5.3 Aplicações Hr
In[12]:= rho = {50, 50, 50};
mu = {1, 1, 1};
h = {10, 10};
5.5 Avaliação numérica 105
In[7]:= fdDmvZzHz[kfun_, freq_, rho_, mu_, h_, h0_, r_, z_] := Module[{i,
g},
nfreq = Length[freq];
nlayer = Length[rho];
zZHz = Table[0, {i, nfreq}];
Do[
skin = 500./Pi Sqrt[10. rho[[1]]/freq[[i]]];
h0B = h0/skin;
rB = r/skin;
hB = h/skin;
zB = -Abs[z]/skin;
j1Trans47[kfun, rB];
zZHz[[i]] = -rB^2 conv,
{i, nfreq}]]
5.5.4 Aplicações Hz
In[12]:= rho = {50, 50, 50};
mu = {1, 1, 1};
h = {10, 10};
{h0, r, z} = {0, 300, z};
fdDMvZzHz[kernelcDmvHz, freq, rho, mu, h, h0, r, z]
p1 = zZHr;
{h0, r, z} = {0, 500, 0};
fdDMvZzHz[kernelcDmvHz, freq, rho, mu, h, h0, r, z]
p2 = zZHr;
{h0, r, z} = {0, 1000, 0};
fdDMvZzHz[kernelcDmvHz, freq, rho, mu, h, h0, r, z];
p3 = zZHr;
q1 = plotAmpFase3[freq, p1, p2,
p3, {1, 10000}, {-.51, 1.51}, {-150.1, 50.1}, {10, 100, 1000}, ”Hz”];
108 5 Dipolo Magnético Vertical
:
In[2]:= {n, m} = {10, 21};
{freq1, rho1} = {10000, 100};
skin = 500./Pi Sqrt[10. rho1/freq1];
r1 = Table[-.5 + .1 i, {i, 0, m}];
r1[[6]] = .01;
110 5 Dipolo Magnético Vertical
Os três tipos de fontes até aqui analisados (linha infinita de corrente, bobina circular
e dipolo magnético vertical) possuem um alto grau de simetria com relação ao meio
estratificado. Por isso, apenas o modo TE aparece na solução dos problemas. Em
outras palavras, somente a componente do campo elétrico na direção de simetria da
fonte (Ey no caso da linha infinita de corrente e Eφ nos casos da bobina circular e
do dipolo magnético vertical) foi usada na solução dos problemas. Uma vez obtida
a componente do campo elétrico, o cálculo das componentes magnéticas foi feito
por derivação aplicando as equações (de Maxwell) pertinentes.
Quando um determinado campo, com maior grau de simetria, é usado para se
obter um outro campo, supostamente mais complexo (com menor grau de simetria),
o primeiro é dito um campo potencial em relação ao segundo. Por exemplo, o campo
elétrico Eφ devido a uma bobina sobre um meio estratificado (Ey no caso da linha)
pode ser considerado um campo potencial para se obter as duas componentes (Hr
e Hz ) do campo magnético. É claro que o campo elétrico Eφ , com sua simetria
cilíndrica de uma única componente, é inegavelmente muito mais simples que o
campo magnético, formado por duas componentes (Hr e Hz ) de simetria toroidal.
Na presença de meios estratificados, fontes como o dipolo magnético horizontal,
o dipolo elétrico horizontal, a linha aterrada e a bobina retangular são muito mais
complexas que os três tipos acima citados. Não apenas o modo TE, mas também o
modo TM entra em cena, e por consequência, o campo elétrico apresenta o mesmo
grau de dificuldade do campo magnético, no tocante à simetria. Assim, nenhum dos
dois se presta como campo potencial em relação ao outro. É aí que uma nova classe
de campos potenciais, denominados de potenciais de Shelkunoff, é extremamente
útil. Eles são campos vetoriais de dois tipos, o potencial A, relacionado com o
modo TM e o potencial F, associado ao modo TE. Nas próximas seções estudaremos
detalhadamente cada um desses potenciais e suas aplicações para a modelagem de
fontes geofísicas.
111
112 6 Potenciais de Schelkunoff
6.2 Potencial A
Para iniciar, consideremos como fonte eletromagnética na forma do campo de den-
sidade de corrente JF situado num meio homogêneo, isotrópico e ilimitado de pro-
priedades z = iωµ e y = σ + iω. Partindo das equações de Maxwell,
∇ · E = 0, (6.1)
∇ × H − yE = JF , (6.2)
∇ · H = 0, (6.3)
∇ × E + zH = 0. (6.4)
∇ × (E + zA) = 0. (6.6)
Uma vez que o rotacional é nulo, o campo vetorial pode ser escrito como o gradiente
de um campo escalar, o que implica dizer que
∇ × ∇ × A = −∇2 A + ∇ (∇ · A) , (6.9)
pode-se escrever
∇2 A − ∇ (∇ · A) − zyA−y∇Φe = −JF . (6.10)
A essa altura é conveniente impor certa restrição aos potenciais A e Φe que
até o momento têm sido totalmente livres, ou seja, completamente arbitrários. A
maneira mais conveniente para isto é definir uma expressão para o divergente do
6.2 Potencial A 113
campo vetorial A (?, Vol. II, 14.1). Repare que a única exigência para o potencial A
é que seu rotacional seja o campo magnético, nada é dito quanto ao seu divergente.
Na verdade, supondo que um campo A0 gera o campo magnético H pretendido,
então sua soma com o gradiente de uma função escalar qualquer ψ
A = A0 + ∇ψ (6.11)
também gera o mesmo H. Acontece que
∇ · A = ∇ · (A0 + ∇ψ) = ∇ · A0 + ∇2 ψ, (6.12)
portanto, escolhendo a função ψ podemos fazer ∇ · A ser qualquer função que
desejarmos. Lembre que a função ψ é absolutamente arbitrária: qualquer que seja
ψ, se pudermos calcular seu gradiente ela será uma função válida para compor
com o potencial vetor, pois o rotacional de seu gradiente será sempre nulo. Esta
escolha do divergente do campo potencial é chamada de condição de calibre. Na
prática, ψ não entra nos problemas: a condição de calibre se expressa diretamente
na escolha do divergente do campo vetorial A. Dependendo da aplicação, podemos
escolher funções bem diferentes para este divergente, de acordo com a conveniência
matemática de cada problema. Nos problemas de fontes dipolares de que trataremos
adiante, a melhor escolha é o calibre de Lorentz, ...REF...
∇ · A = −yΦe , (6.13)
que tem como objetivo simplificar a equação (6.10) na seguinte equação de Helmholtz,
∇2 A + k 2 A = −JF . (6.14)
em que k 2 = −zy.
A equação (6.14) é uma equação vetorial que corresponde a três equações es-
calares, uma para cada componente cartesiana do campo potencial A. De posse
de sua solução, as componentes do campo eletromagnético são obtidas a partir das
relações (6.5) e (6.7):
H = ∇ × A, (6.15)
1
E = −zA + ∇ (∇ · A) . (6.16)
y
Até aqui, ainda não encontramos a verdadeira vantagem de usar o campo po-
tencial A. Simplesmente substituímos um campo vetorial por outro. Na verdade,
o ponto crucial está na grande liberdade que temos de escolher a forma mais apro-
priada para o potencial, que facilite a formulação de cada problema. Mais adiante,
aproveitaremos esta liberdade para poder separar o campo eletromagnético nos
modos de propagação, mesmo em problemas sem a simetria adequada que já en-
contramos nos capítulos anteriores.
Estamos construindo uma estrutura que nos permitirá resolver os problemas de
dipolos elétricos e magnéticos horizontais que aparecem frequentemente na Geofí-
sica. Já temos uma ferramenta importante para este objetivo, o potencial A, que
é relacionado ao campo magnético, falta seu dual, o potencial associado ao campo
elétrico.
114 6 Potenciais de Schelkunoff
6.3 Potencial F
Em muitas situações, é conveniente descrever matematicamente uma fonte do campo
eletromagnético através de uma distribuição de corrente magnética, ainda que a
existência de cargas magnéticas nunca tenha sido comprovada experimentalmente.
Um exemplo é o dipolo magnético no domínio da frequência, que descrevemos
no capítulo 5 como o limite de uma bobina de raio tendendo a zero. Primeiro
tivemos que resolver o problema completo da bobina para depois deduzir os limites
das expressões resultantes. Ao invés deste procedimento, poderíamos, com mais
simplicidade, admitir a existência de uma fonte dipolar magnética a partir de uma
corrente magnética concentrada em um ponto e incluir a representação matemática
desta fonte na lei de Ampére para obter exatamente os mesmos campos, como
mostraremos mais adiante.
Uma apresentação sucinta e muito clara da dualidade entre os campos elétrico
e magnético que dá base ao estudo apresentado aqui é encontrada em ?. Por
dualidade, de um ponto de vista puramente matemático, se admitimos a presença
de cargas magnéticas ρm , com unidade Wb/m3 , e de um campo de densidade
de corrente magnética M, com unidade V/m2 , podemos escrever as equações de
Maxwell com fontes magnéticas da seguinte maneira:
∇ · E = 0, (6.17)
∇ × H − yE = 0, (6.18)
∇ · H = 0, (6.19)
∇ × E + zH = −M, (6.20)
∇ × H + y∇ × F = 0, (6.22)
ou
∇ × (H + yF) = 0, (6.23)
o que implica
H = −yF − ∇Φm , (6.24)
visto que o rotacional do gradiente de um potencial escalar é identicamente nulo.
Inserindo esta última expressão em (6.20), obtem-se
∇ × ∇ × F = −∇2 F + ∇ (∇ · F) (6.26)
pode-se escrever
∇2 F − ∇ (∇ · F) − zyF−z∇Φm = −M. (6.27)
Aplicando-se a condição de calibre de Lorentz
∇ · F = −zΦm (6.28)
∇2 F + k 2 F = −M. (6.29)
E = −∇ × F, (6.30)
e
1
H = −yF+ ∇ (∇ · F) . (6.31)
z
Os potenciais, A e F, são conhecidos como potenciais de Schelkunoff.
Os potenciais
1
E = −∇ × F − zA+ ∇ (∇ · A) . (6.32)
y
e
1
H = ∇ × A − yF+ ∇ (∇ · F) . (6.33)
z
Resta agora decidir como separar os campos elétrico e magnético entre A e F.
Para isso vamos considerar dois casos particulares que servirão de base para a sepa-
ração dos campos. Suponhamos, por exemplo, que o potencial F seja identicamente
nulo e que o potencial A tenha apenas a componente Az , isto é,
A = (0, 0, Az ) (6.34)
1 ∂ 2 Az
Ex = , (6.35)
y ∂x∂z
1 ∂ 2 Az
Ey = , (6.36)
y ∂y∂z
2
1 ∂ 2
Ez = + k Az , (6.37)
y ∂z 2
116 6 Potenciais de Schelkunoff
e
∂Az
Hx = , (6.38)
∂y
∂Az
Hy = − (6.39)
∂x
Hz = 0 (6.40)
∂Fz
Ex = − , (6.42)
∂y
∂Fz
Ey = , (6.43)
∂x
Ez = 0, (6.44)
e
1 ∂ 2 Fz
Hx = , (6.45)
z ∂x∂z
1 ∂ 2 Fz
Hy = (6.46)
z ∂y∂z
1 ∂2
2
Hz = + k Fz (6.47)
z ∂z 2
∂ 2 Az
+ k 2 Az = yEz (6.48)
∂z 2
De acordo com (6.40) esta componente Az especifica um campo TM. Supondo
que se conheça também a componente Hz do campo original, segue que a diferença
entre este e a componente TM é um campo TE. Para se determinar a componente
TE usa-se a equação (6.47), ou seja,
∂ 2 Fz
+ k 2 Fz = zHz . (6.49)
∂z 2
6.3 Potencial F 117
1 ∂ 2 Az
Er = ,
y ∂r∂z
∂Az
Hr =
∂r
e lembrando-se que as componentes tangenciais do campos elétrico e magnético na
interface de dois meios de propriedades y1 e y2 são contínuas, resulta
1 ∂ 2 Az1 1 ∂ 2 Az2
= ,
y1 ∂r∂z y2 ∂r∂z
∂Az1 ∂Az2
=
∂r ∂r
Integrando ambos os lados dessas expressões com relação a variável r e levando
em consideração que a componente Az é limitada e contínua em relação à variável
r, para qualquer r, chegamos a conclusão que a componente Az e a componente
normal do fluxo de Az são contínuas na interface dos dois meios. Simbolicamente,
ˆ(j)
d2 Âz ˆ
− u2 Â(j)
z =0 (6.56)
dz
e
ˆ (j)
d2 F̂z ˆ
− u2 F̂z(j) = 0 (6.57)
dz
ˆ ˆ
em que Âz (kx, ky, z) = F [Ax (x, y, z)], F̂z (kx, ky, z) = F [Fx (x, y, z)] e u2 = kx2 +
ky2 − kj2 .
Analogamente, de (6.52) – (6.53) tem-se
ˆ ˆ(j+1)
Â(j)
z = Âz (6.58)
ˆ(j) ˆ(j+1)
1 ∂ Âz 1 ∂ Âz
= . (6.59)
yj ∂z yj+1 ∂z
e de (6.54) – (6.55)
ˆ ˆ
F̂z(j) = F̂z(j+1) (6.60)
ˆ (j) ˆ (j+1)
1 ∂ F̂z 1 ∂ F̂z
= . (6.61)
zj ∂z zj+1 ∂z
De posse das equações (6.56) – (6.61) podemos afirmar que estamos de frente de
ˆ
dois problemas de ondas planas desacopladas, o primeiro associado ao potencial Âz
ˆ
e o segundo ligado ao potencial F̂z .Enfatizamos ainda que o primeiro corresponde
ao modo TM e o segundo ao modo TE.
6.4 Meios estratificados 119
ˆ
−uj (z−zj ) (j)
Â(j)
z = Aj e + RT M euj (z−zj ) , j = 1, 2 . . . N − 1 (6.63)
ˆ )
Â(N
z = AN e−uN (z−zN ) , (6.64)
em que os coeficientes Aj são calculados com a fórmula de recorrência descendente
a partir de A0
(j−1)
1 + RT M e−uj hj
Aj = Aj−1 (j)
, j = 1, 2 . . . N − 1 (6.65)
1 + RT M e−2uj hj
(N −1)
AN = AN −1 1 + RT M , (6.66)
(j)
sendo os coeficientes de reflexão RT M dados por
(j) Zj − Zj+1
RT M = , (6.67)
Zj + Zj+1
ˆ
(j)
F̂z(j) = Fj e−uj (z−zj ) + RT E euj (z−zj ) , (6.71)
ˆ
F̂z(N ) = FN e−uN (z−zN ) , (6.72)
em que os coeficientes Fj são calculados com a fórmula de recorrência descendente
a partir de F0
120 6 Potenciais de Schelkunoff
(j−1)
1 + RT E e−uj hj
Fj = Fj−1 (j)
, j = 1, 2 . . . N − 1 (6.73)
1 + RT E e−2uj hj
(N −1)
FN = FN −1 1 + RT E (6.74)
(j)
sendo os coeficientes de reflexão RT E dados por
(j) Yj − Yj+1
RT E = (6.75)
Yj + Yj+1
Como foi dito acima, a primeira providência que deve ser tomada é determinar
ˆ
o potencial incidente.F̂zimc .
ˆ
Como o diplo magnético vertical excita apenas o modo TE, o potencial Âz ,
ˆ
associado ao modo TM, é identicamente nulo. Por isso apenas o potencial F̂z é
usado na solução do problema.
Se o dipolo magnético vertical se encontra a uma altura hT x < 0 no semi-espaço
acima do meio acamado, podemos a partir de (??) escrever
euhT x −u0 z
ˆ
F̂z (kx , ky , z) = z0 mx e (6.78)
2u
ˆ
F̂zinc (kx , ky , z) = F0 e−uT x z (6.79)
em que
euhT x
F0 = z0 mx (6.80)
2u
é a amplitude da onda incidente.
De posse de F0 estamos prontos para aplicar a metodologia dos potenciais de
Shelkunoff. Com efeito, substituíndo (6.80) em (6.70) podemos escrever
Z ∞ Z ∞
ˆ z0 mz 1 −u0 (z−hT x ) (0)
F̂z(0) = e + RT E eu0 (z+hT x ) ei(kx x+ky y) dkx dky
8π 2 −∞ −∞ u0
(6.82)
e em 0 > h0 > z0, e
z0 mz ∞ ∞ 1 −u0 (z−hT x )
Z Z
ˆ
(0) u0 (z+hT x )
F̂z(0) = e + R TE e ei(kx x+ky y) dkx dky
8π 2 −∞ −∞ u0
(6.83)
em 0 > z < h0 .
Usando-se a identidade
Z ∞Z ∞ Z ∞
i(kx x+ky y)
f (kx , ky ) e dkx dky = 2π f (kr ) J0 (kr r) kr dkr (6.84)
−∞ −∞ 0
Z ∞
z0 m z kr −u0 (z−hT x ) (0)
Fz(0) (x, y, z) = e + RT E eu0 (z+hT x ) J0 (kr r) dkr (6.85)
4π 0 u0
(0)
De posse do potencial Fz podemos agora aplicar (6.42) e (6.43) para determi-
nar a componente radial do campo elétrico,
z0 mz ∞ 1 −u0 (z−hT x )
Z
(0) (0)
Eφ (x, y, z) = − e + RT E eu0 (z+hT x ) J1 (kr r) kr2 dkr
4π 0 u0
(6.86)
Note que esta expressão é absolutamente idênticas à fórmula (5.73) da compo-
(0)
nente Eφ desenvolvida a partir da resposta de umma bobina de raio infinitamente
pequeno.
(0) (0) (0)
De posse da componente Eφ é fácil obter as componentes Hr e Hz .
7
Dipolo Magnético Horizontal
7.1 Introdução
Ao contrário do dipolo magnético vertical que na presença de um meio estratificado
excita apenas o modo TE, o dipolo magnético horizontal polariza os dos modos, o
TE e o TM, simultaneamente.
Seguindo a metodologia apresentada no capítulo anterior, o primeiro passo a
ser dado é determinar os potenciais incidentes de Shelkunoff do dipolo magnético
horizontal. Para tanto, precisamos, primeiro, determinar as componentes Ez e Hz
do dipolo magnético horizontal, orientado na direção x.
Considerando em (6.32) e (6.33) F = (Fx , 0, 0) e A = 0, podemos escrever1
∂Fx
Ez =
∂y
e
1 ∂ 2 Fx
Hz =
z ∂y∂z
No domínio (kx , ky , z) estas duas expressões se tornam, respectivamente:
ˆ ˆ
Êz = iky F̂x (7.1)
e
ˆ
ˆ ikx ∂ F̂x
Ĥz = (7.2)
z ∂z
Aplicando 7.1 em (??) vem
1
Lembre-se que a orientação do eixo z é postiva para baixo.
123
124 7 Dipolo Magnético Horizontal
ik
zmx 2uy eu(z−h0 ) , 0 > h0 > z ou 0 < z < h0 ,
ˆ
Êz (kx , ky , z) = (7.3)
iky −u(z−h0 )
zmx 2u e , 0 > z > h0 ou 0 < h0 < z,
e, do mesmo modo, aplicando 7.2, resulta
ˆ
De posse da fórmula (7.3) da componente Êz (kx , ky , z) vamos agora substituí-la
ˆ
no lado direito de (6.37) para calcular o potencial incidente Âinc
z . Então,
ik
2
∂
yzmx 2uy eu(z−h0 ) , 0 > h0 > z ou 0 < z < h0 ,
2 ˆinc
+ k0 Â z = (7.5)
∂z 2 ik
yzmx 2uy e−u(z−h0 ) ,
0 > z > h0 ou 0 < h0 < z,
Como a função do lado lado direito é uma exponencial em z, segue que o poten-
ˆ
cial Âinc
z também o é. Observando-se ainda que derivar a função e−uz em relação a
z equivale multiplicá-la por −u e que a segunda derivada equivale multiplicar por
u2 , podemos reescrever o lado direito da equação acima da seguinte maneira,
2
∂ 2
= u + k2 .
2
+ k
∂z
Sabendo-se ainda que u2 = kx2 + ky2 − k 2 , resulta
2
∂
+ k = kx2 + ky2
2
∂z 2
e por conseqüência, podemos escrever (7.5) assim,
iky
−k 2 mx 2u k2 +k eu(z−h0 ) , 0 > h0 > z ou 0 < z < h0 ,
( x y2 )
ˆ
Âinc
z (kx , ky , z) =
iky
−k 2 mx e−u(z−h0 ) , 0 > z > h0 ou 0 < h0 < z,
2u(kx y)
2 +k 2
(7.6)
em que k 2 = −yz
ˆ
Procedendo de modo análogo com relação ao potencial incidente F̂zinc , segue de
(6.47) e (7.4) que
(7.7)
7.2 Meio estratificado 125
−k02 mx ∞ ∞
Z Z
ˆ(0)
Âz (x, y, z) = KT M (kx , ky ) ei(kx x+ky y) dkx dky (7.8)
8π 2 −∞ −∞
sendo h
(0)
i iky
KT M (kx , ky ) = e−u0 (z+h0 ) + RT M eu0 (z−h0 )
u0 kx2 + ky2
em que u20 = kx2 + ky2 − k02 .
ˆ (0)
De modo análógo, empregando (7.7) podemos escrever F̂z assim,
−z0 mx ∞ ∞
Z Z
ˆ (0)
F̂z (x, y, z) = KT E (kx , ky ) ei(kx x+ky y) dkx dky (7.9)
8π 2 −∞ −∞
sendo h
(0)
i ikx
KT E (kx , ky ) = e−u0 (z+h0 ) + RT E eu0 (z−h0 ) .
kx2 + ky2
Por questão computacional é vantajoso substituir as transformadas duplas de
Fourier por transformadas de Hankel. Assim, empregando-se a identidade
Z ∞Z ∞ Z ∞
f (kx , ky ) ei(kx x+ky y) dkx dky = 2π f (kr ) J0 (kr r) kr dkr . (7.10)
−∞ −∞ 0
(0)
em que kr2 = kx2 + ky2 e r2 = x2 + y 2 , o potencial Az (7.8) torna-se
∞
−k02 mx ∂
Z
A(0)
z (r, z) = KT M (kr ) J0 (kr r) dkr (7.11)
4π ∂y 0
sendo h
(0)
i 1
KT M (kr ) = e−u0 (z+h0 ) + RT M eu0 (z−h0 ) ,
u0 kr
e u20 = kr2 − k02 . Note que para se usar a identidade (7.10) foi necessário substituir
iky , no domínio (kx , ky , z), por ∂/∂y no domínio (kr , z).
126 7 Dipolo Magnético Horizontal
(0)
Procedendo analogamente com relação ao potencial Fz (7.9), vem
∞
−z0 mx ∂
Z
Fz(0) (r, z) = KT E (kr ) J0 (kr r) dkr (7.12)
4π ∂x 0
em que
h i 1
(0)
KT E (kr ) = e−u0 (z+h0 ) + RT E eu0 (z−h0 ) , (7.13)
kr
onde foi feita a substituição de ikx por ∂/∂x.
(0) (0) (0)
De posse dos potenciais Az e Fz , a determinação da componente Hx do
campo magnético é muito simples. Basta aplicar (7.11) em (6.38, após trocar
x por z) correspondentes ao modo TM e (7.12) em (6.45, após trocar x por z),
correspondem ao modo TE. Portanto,
Z ∞
k0 mx ∂ 2
Hx(0) = − KT M (kr ) J0 (kr r) dkr
4π ∂y 2 0
Z ∞
mx ∂ 2
+ KT0 E (kr ) J0 (kr r) dkr (7.14)
4π ∂x2 0
Z ∞
k0 mx ∂ 2
Hy(0) = − KT M (kr ) J0 (kr r) dkr
4π ∂x∂y 0
Z ∞
mx ∂ 2
+ KT0 E (kr ) J0 (kr r) dkr (7.17)
4π ∂x∂y 0
em que aas funções kernel KT M e KT0 E são dadas por (7.15) e (7.16).
(0)
Finalmente, seguindo o mesmo caminho podemos escrever a componente Hz .
Logo,
Z ∞
mx ∂
Hz(0) = KT0 E (kr ) J0 (kr r) kr dkr (7.18)
4π ∂x 0
7.2 Meio estratificado 127
Aplicando as relações
∂J0 (kr r) x
= − kr J1 (kr r)
∂x r
∂ 2 J0 (kr r) 1 2x2 x2
= − − 3 kr J1 (kr r) − 2 kr2 J0 (kr r)
∂x2 r r r
2
∂ J0 (kr r) 2xy xy 2
= kr J1 (kr r) − 2 kr J0 (kr r) (7.19)
∂x∂y r3 r
podemos reescreve as expressões (7.14), (7.17) e (7.18) da seguinte maneira
Z ∞h
k0 mx 1 2y 2
i
(0)
Hx(0) = − 3 e−u0 (z+h0 ) − RT M eu0 (z−h0 ) J1 (kr r) kr dkr
4π r r 0
2 Z ∞h
k0 m x y −u0 (z+h0 ) (0) u0 (z−h0 )
i
+ e − R TM e J0 (kr r) kr2 dkr
4π r2 0
Z ∞h
mx 1 2x2
i
(0)
− − 3 e−u0 (z+h0 ) − RT E eu0 (z−h0 ) J1 (kr r) kr dkr
4π r r 0
2 Z ∞h
mx x (0)
i
− 2
e−u0 (z+h0 ) − RT E eu0 (z−h0 ) J0 (kr r) kr2 dkr (7.20)
4π r 0
k0 mx xy ∞ h −u0 (z+h0 )
Z i
(0)
Hy(0) = − 3
e − RT M eu0 (z−h0 ) J1 (kr r) kr dkr
2π r 0
k0 mx xy ∞ h −u0 (z+h0 )
Z i
(0) u0 (z−h0 )
+ e − R TM e J0 (kr r) kr2 dkr
4π r2 0
mx xy ∞ h −u0 (z+h0 )
Z i
(0) u0 (z−h0 )
e − R TE e J1 (kr r) kr dkr
2π r3 0
Z ∞h
mx xy −u0 (z+h0 ) (0) u0 (z−h0 )
i
− e − R TE e J0 (kr r) kr2 dkr (7.21)
4π r2 0
Z ∞
mx x h
(0)
i
Hz(0) = − e−u0 (z+h0 ) + RT E eu0 (z−h0 ) J1 (kr r) kr2 dkr (7.22)
4π r 0
mx ∂ x ∞ kr u1
Z
Hx = − J1 (kr r) dkr
2π ∂x r 0 kr + u1
128 7 Dipolo Magnético Horizontal
Z ∞ Z ∞
mx ∂ x 2 x
Hx = − k J
r 1 (k r r) dkr − kr3 J1 (kr r) dkr
2π ∂x rk12 0 rk12 0
x ∞
Z
+ kr J1 (kr r) dkr
r 0
mx y 2
3 + k12 r2 − 3 + 3ik1 r − k12 r2 e−ik1 r
Hx (r, 0) = −
2πk12 r7
mx x2
12 + 2k12 r2 − 12 + 12ik1 r − 5k12 r2 − ik13 r3 e−ik1 r
+
2πk12 r7
(7.23)
mx xy
3 + k12 r2 − 3 + 3ik1 r − k 2 r2 e−ik1 r
Hy (r, 0) = 2 7
2πk1 r
mx xy
12 + 2k12 r2 − 12 + 12ik1 r − 5k12 r2 − ik13 r3 e−ik1 r
− 2 7
2πk1 r
(7.24)
Com exceção do sinal e do termo x/r essa expressão é idêntica a (??) e portanto
de (5.60) podemos escrever
mx k12 x
ik1 r ik1 r ik1 r ik1 r
Hz (r, 0) = − I1 K1 − I2 K2 (7.25)
4π r 2 2 2 2
Impeância mútua
Iniciando com a componente Hr (7.25) podemos escrever a impedância mútua de
duas bobinas coaxiais (y = 0) da seguinte maneira
1
12 + 2k12 x2 − 12 + 12ik1 x − 5k12 x2 − ik13 x3 e−ik1 x
(Z/Z0 )cx =
k12 x2
em que Hxp = mx / 2πx3 .
7.2 Meio estratificado 129
Lembrando-se que
r
ωµ0 σ1 1
k1 = (1 − i) = (1 − i) ,
2 δ
r
ik1 x = (1 + i) = x̄ (1 + i) ,
δ
−i2x2
k12 x2 = = −i2x̄2 ,
δ2
ik13 x3 = 2x̄3 (1 − i)
resulta
i h 2 2 3
−x̄(1+i) i
(Z/Z0 )cx = 12 − i4x̄ − 12 + 12x̄ (1 + i) + i10x̄ − 2x̄ (1 − i) e
2x̄2
(7.26)
Normalizando,vem
i h i
3 − i2ȳ 2 − 3 + 3ȳ (1 + i) + i2ȳ 2 e−ȳ(1+i)
(Z/Z0 )cp = 2
(7.27)
ȳ
(3 + 3 yBi + I 2 yB^2)Exp[-yBi]),
{i, nfreq}]]
Finalmente, usando-se (??) e H0 = −mx / 4πr3 obtem-se a impedância mútua
do sistema de bobinas perpendiculares
2 2 ik1 x ik1 x ik1 x ik1 x
(Z/Z0 )pp = k1 x I1 K1 − I2 K2
2 2 2 2
Do mesmo modo como foi feito para o dipolo magnético vertical é instrutivo
comparar graficamente as impedâncias mútuas de forma exata (7.26), (7.27), e
(7.28) com as impedâncias mútuas calculadas numericamente por meio das integrais
(7.20), (7.21) e (7.22).
Supondo y = 0, a componente Hx (7.20) se simplifica em
mx 1 ∞ h −u0 (z+h0 )
Z i
(0)
Hx(0) (x, 0, z) = e − RT E eu0 (z−h0 ) J1 (kr r) kr dkr
4π r 0
mx ∞ h −u0 (z+h0 )
Z i
(0)
− e − RT E eu0 (z−h0 ) J0 (kr r) kr2 dkr
4π 0
Na superfície do semi-espaço h0 = z = 0,
mx 1 ∞ 2u1
Z
Hx(0) (x, 0, 0) = J1 (kr r) kr dk
4π r 0 k1 + u1
mx ∞ 2u1
Z
− J0 (kr r) kr2 dk
4π 0 k1 + u1
7.2 Meio estratificado 131
Normalizando pelo campo primário Hrp = mx / 2πr3 .e fazendo-se g = kr δ e
r̄ = r/δ, podemos escrever a impedância mútua de duas bobinas verticais coaxiais
assim
Z ∞ p 2 Z ∞ 2p 2
2 g g + 2i 3 g g + 2i
(Z/Z0 )cx = r̄ p J1 (gr̄) dg − r̄ p J0 (gr̄) dg
2
g + g + 2i g + g 2 + 2i
0 0
(7.29)
mx 1 ∞ h −u0 (z+h0 )
Z i
(0) (0)
Hx (0, y, z) = − e − RT E eu0 (z−h0 ) J1 (kr y) kr dkr
4π y 0
sendo r = y.
Na superfície do semi-espaço, h0 = z = 0,
mx 1 ∞ 2u1
Z
Hx(0) (0, y, 0) = − J1 (kr y) kr dk
4π y 0 k1 + u1
132 7 Dipolo Magnético Horizontal
Normalizando pelo campo primário Hxp = −mx / 4πy 3 .e fazendo-se g = kr δ e
ȳ = y/δ, a impedância mútua de duas bobinas verticais coplanares se escreve assim
Z ∞ p
2 2g g 2 + 2i
(Z/Z0 )cp = ȳ p J1 (g ȳ) dg (7.30)
0 g + g 2 + 2i
mx ∞ h −u0 (z+h0 )
Z i
(0)
Hz(0) (x, 0, z) = e + RT E eu0 (z−h0 ) J1 (kr x) kr2 dkr
4π 0
sendo r = x.
Na superfície do semi-espaço h0 = z = 0
mx ∞ 2g
Z
Hz(0) (x, 0, 0) = J1 (kr x) kr2 dk
4π 0 k1 + u1
Normalizando pelo campo primário Hzp = −mx / 4πx3 .e fazendo-se g = kr δ e
x̄ = x/δ é fácil obter aa impedância mútua de duas bobinas perpendiculares,
Z ∞
2g 3
(Z/Z0 )pp = −x̄3 p J1 (gx̄) dg (7.31)
0 g + g 2 + 2i
134