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1 Introdução 1
1.5 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2 Estatı́stica clássica 15
iii
iv CONTEÚDO
2.2.1 Entropia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
2.7 Distribuições . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
2.8 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
CONTEÚDO v
3 Estatı́stica quântica 57
3.8 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
4.4 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
5 Processos estocásticos 99
6 Apêndice 115
Introdução
P V = kB N T (1.1)
1
2 CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO
a constante de Boltzmann.
δW = P δV (1.3)
δQ = CδT (1.4)
Energia interna:
U = U (S, V ), dU = T dS − P dV (1.5)
Entalpia
H = H(S, P ) = U + P V, dH = T dS + V dP (1.7)
dU = δQ − δW (1.9)
O calor nunca pode passar de um corpo mais frio para um mais quente
sem nenhuma outra mudança, ligada a ele no mesmo tempo (formulação de
Clausius).
V = V1 + V2 (1.10)
N = N1 + N2 (1.11)
V1 V2
p= , q= =1−p (1.12)
V V
N!
B(N1 ; N, p) = pN1 (1 − p)N −N1 (= w(N1 )) (1.14)
N1 !(N − N1 )!
Propriedades
N
X
w(N1 ) = [p + (1 − p)]N = 1N = 1 (1.15)
N1 =0
1.2. REVISÃO DA TEORIA DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA 5
N N
X X N1 N !
hN1 i = N1 w(N1 ) = pN1 (1 − p)N −N1
N1 !(N − N1 )!
N1 =0 N1 =0
N
X (N − 1)!N
= ppN1 −1 (1 − p)N −1−(N1 −1)
(N1 − 1)!(N − 1 − (N1 − 1))!
N1 =1
N −1
X (N − 1)!
= Np pN1 (1 − p)N −1−N1 = N p (1.16)
N1 !(N − 1 − N1 )!
N1 =0
N N
X X N12 N !
hN12 i = N12 w(N1 ) = pN1 (1 − p)N −N1
N1 !(N − N1 )!
N1 =0 N1 =0
N
X N1 (N − 1)!
=N ppN1 −1 (1 − p)N −1−(N1 −1)
(N1 − 1)!(N − 1 − (N1 − 1))!
N1 =1
N −1
X (N1 + 1)(N − 1)! N1
= pN p (1 − p)N −1−N1
N1 !(N − 1 − N1 )!
N1 =0
N −1
X N1 (N − 1)!
= pN + pN ppN1 −1 (1 − p)N −1−N1
N1 !(N − 1 − N1 )!
N1 =0
N −1
2
X (N − 2)!pN1 −1 (1 − p)(N −2)−(N1 −1)
= pN + p N (N − 1)
(N1 − 1)!(N − 2 − (N1 − 1))!
N1 =0
2
= pN + p N (N − 1) (1.17)
(k − np)2
n k n−k 1
p (1 − p) 'p exp − (1.21)
k 2πnp(1 − p) 2np(1 − p)
p(x)dx (1.23)
p(x) ≥ 0 (1.24)
∞
p(x)dx = 1 (1.25)
−∞
Em particular
∞
hxn i = xn p(x)dx (1.28)
−∞
∂T (q̇)
pj = (1.32)
∂ q̇j
8 CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO
p2 mω 2 2
H= + x (1.40)
2m 2
√
r
p2 x2 2E
+ = 1, p0 = 2mE, x0 = . (1.41)
p20 x20 mω 2
pdq = nh = 2πn~ (1.42)
h
~= = 1.05457168(18) × 10−34 J · s (1.44)
2π
p2 mω 2 2
H(p, q) = + q (1.45)
2m 2
Uma vez que H(p, q) = E obtemos
s
mω 2 2
p= 2m E − x (1.46)
2
Portanto
x0 q
2mω x20 − q 2 dq = 2πn~ (1.47)
−x0
Usando que
x0
π
q
x20 − q 2 dq = x20 (1.48)
−x0 2
obtemos
E = ~ωn (1.49)
1.5 Exercı́cios
1. A partir da definição do Jacobiano
∂u ∂u
∂(u, v) ∂x ∂y
= (1.51)
∂(x, y) ∂v ∂v
∂x ∂y
demonstrar as propriedades
∂(u, v) ∂(u, v) ∂(t, s) ∂(u, v) ∂(v, u) ∂(u, y) ∂u
= , =− , = .
∂(x, y) ∂(t, s) ∂(x, y) ∂(x, y) ∂(x, y) ∂(x, y) ∂x y
(1.52)
dU = T dS − P dV (1.53)
H = U + P V, F = U − T S, G = U + P V − T S, (1.54)
U G
S H P
Deduzir que
∂S ∂S
CV = T , CP = T , (1.57)
∂T V ∂T P
∂V 2
∂T P
Cp − Cv = −T (1.58)
∂V
∂P T
Uma vez que (∂V /∂P )T < 0 a partir de (1.57) concluimos que Cp > Cv
ln n! = n ln n − n + o(n). (1.60)
5. Considere a quantidade
M
X
S= TN (1.61)
N =1
Estatı́stica clássica
Uma coletividade estatı́stica é descrita por uma função de densidade ρ(p, q, t),
que se defina tal que
no instante de tempo t.
15
16 CAPÍTULO 2. ESTATÍSTICA CLÁSSICA
∂ρ
+ {ρ, H} = 0 (2.7)
∂t
{ρ, H} = 0 (2.8)
Ainda vamos usar o valor mais provável do f (p, q) que é o valor caraterı́stico
medido no maior número de membros de coletividade. Vamos usar a de-
signação f (p, q).
2.2.1 Entropia
Definição
S = kB ln Ω(E) (2.14)
V1 + V2 = V, N1 + N2 = N. (2.21)
Vj
N1,2 → ∞, V1,2 → ∞, = const (2.25)
Nj
se verifica
e portanto
E/δE
X
S(E, V, N ) = kB ln Ω1 (Ej )Ω2 (E − Ej ) (2.28)
j=1
Logo
E
Ω1 (Ē1 )Ω2 (E − Ē1 ) ≤ Ω(E) ≤ Ω1 (Ē1 )Ω2 (E − Ē1 ) (2.30)
δE
e portanto
kB ln Ω1 (Ē1 )Ω2 (E − Ē1 ) ≤ S(E, V, N ) ≤
E
≤ kB ln Ω1 (Ē1 )Ω2 (E − Ē1 ) + kB ln (2.31)
δE
V ∼ N, E∼N (2.32)
N N
Ω∼V ∼N , ln Ω ∼ N ln N (2.33)
E
ln ∼ ln E ∼ ln N (2.34)
δE
Designamos Ē2 = E − Ē1 . Uma vez que Ē1 maximiza o número de micro-
estados Ω1 (E1 )Ω1 (E2 ) temos
T1 = T2 (2.42)
Usamos a definição
1
dS = (dE + P dV ) (2.46)
T
ou
dE = T dS − P dV (2.47)
Temos (agora qj = rj )
1
Σ(E) = d3 p1 d3 p2 · · · d3 pN d3 r1 d3 r2 · · · d3 rN (2.50)
h3N H<E
Definimos
√
p= 2mE (2.51)
Usando que
d3 rj = V (2.52)
V
obtemos
N
V
Σ(E) = C3N (p) (2.53)
h3
onde
C3N (p) = d3 p1 d3 p2 · · · d3 pN (2.54)
p21 +···+p2N <p2
24 CAPÍTULO 2. ESTATÍSTICA CLÁSSICA
π 3N/2
C3N (p) = p3N (2.55)
Γ 3N
2 + 1
∞
Γ(z) = tz−1 e−t dt (Re z > 0) (2.56)
0
3N 3N
ln C3N (p) = 3N ln p + ln π − ln Γ +1
2 2
3N 3N 3N 3N
= ln(2mE) + ln π − ln Γ
2 2 2 2
3N 3N
= ln(2πmE) − ln Γ + O(ln N )
2 2
3N 3N 1 3N 3N
= ln(2πmE) − − ln + + O(ln N )
2 2 2 2 2
3N 4πmE 3N
= ln + + O(ln N ) (2.57)
2 3N 2
Agora usamos
" N #
V
S = kB ln C3N (P ) (2.58)
h3
" #
4πm E 3/2 3
S = kB N ln V 2
+ N kB (2.59)
3h N 2
1
O cálculo deste valor pode ser encontrado por exemplo no livro [1].
2.2. FORMALISMO MICROCANÓNICO 25
Usando o Algoritmo:
3h2
N 2 S
U (S, V ) = exp −1 ; (2.60)
4πm V 2/3 3 N kB
∂U 2 U
T = = ; (2.61)
∂S V,N 3 N kB
∂U 3
CV = = N kB ; (2.62)
∂T V,N 2
∂U 2U kB N T
P =− = = (2.63)
∂V S,N 3V V
3
U = PV (2.64)
2
P V = kB N T (2.65)
onde
3 3kB 4πm
u = kB T, s0 = 1 + ln (2.67)
2 2 3h2
Vamos tirar a parede que separa os gases. A temperatura não muda, en-
quanto a entropia é dada por (2.66) com N = N1 + N2 e V = V1 + V2 .
26 CAPÍTULO 2. ESTATÍSTICA CLÁSSICA
Calculamos
D ∂H E
1 ∂H
ξj = ξj dpdq
∂ξi Γ(E) E<H<E+δE ∂ξi
δE ∂ ∂H
= ξj dpdq (2.76)
Γ(E) ∂E H<E ∂ξi
Cálculo detalhado do integral
∂H ∂(H − E)
Iij = ξj dΓ = ξj dΓ (2.77)
H<E ∂ξi H<E ∂ξi
Uma vez que
H = H(ξ1 , ξ2 , ..., ξi , ..., ξ2n )
podemos escrever
∂(H − E)
Iij = ··· dξ1 dξ2 · · · dξi−1 dξi+1 · · · dξ2n dξi ξj (2.78)
ξi ∈Xi ∂ξi
onde Xi é o domı́nio definido pela condição seguinte: para (ξ1 , ..ξi−1 ξi+1 , ..., ξ2n )
dados , ξi ∈ Xi se H < E, ou por outras palavras as fronteiras do domı́nio Xi ,
que designamos por ∂Xi determinam-se pela solução da equação H − E = 0
i.e.
O primeiro termo do lado direito desta fórmula dá zero devido (2.79), e
∂ξj
tendo em conta que = δij , obtemos que
∂ξi
Iij = −δij ··· dξ1 dξ2 · · · dξi−1 dξi+1 · · · dξN (H − E)dξi
ξ∈Xi
= −δij (H − E)dΓ (2.81)
H<E
δE δE 1 1
n
= = = (2.82)
Γ(E)/h Ω(E) ω(E) ∂Σ(E)/∂E
D ∂H E δij ∂ dpdq δij dpdq
ξj = n
(E − H) =
∂ξi ω(E) ∂E H<E h ω(E) H<E hn
−1
δij Σ(E) ∂
= Σ(E) = δij = δij log Σ(E)
ω(E) ∂Σ(E)/∂E ∂E
kB
= δij (2.83)
∂S/∂E
D ∂H E
ξj = δij kB T (2.84)
∂ξi
Em particular:
D ∂H E
qi = kB T (2.85)
∂qi
D ∂H E
pi = kB T (2.86)
∂pi
2.3. TEOREMA DE EQUIPARTIÇÃO GENERALIZADO 29
PN p2i
Para um gás de N partı́culas livres temos H = i=1 2m e portanto, usando
as equações de Hamilton (1.36) calculamos
N N N N N
X ∂H X X X pj X p2j
pj · = pj · ṙj = pj · vj = pj · =2 = 2H
∂pj m 2m
j=1 j=1 j=1 j=1 j=1
(2.87)
Logo
3N
hHi = kB T (2.89)
2
Assim podemos associar a energia 21 kB T a cada grau de liberdade.
Logo calculamos
n
hEcin i = hEpot i = kB T (2.94)
2
hHi = nkB T (2.95)
30 CAPÍTULO 2. ESTATÍSTICA CLÁSSICA
Teorema do virial
onde nós deixamos escrever ı́ndice (1) considerando (p(1) , q (1) ) → (p, q). A
coletividade descrita pela função de densidade (2.104) chama-se a coletivi-
dade canónica dum sistema com o número de partı́culas fixo e em contacto
com um reservatório térmico com a temperatura T .
A energia interna
dpdqH(p, q)e−βH(p,q)
U = hHi = (2.106)
dpdqe−βH(p,q)
calcula-se diretamente a partir da função de partição:
∂
U =− ln ZN (2.107)
∂β
Portanto
∂F
hHi = F − T (2.110)
∂T V
e portanto
∂ dpdq
0= eβ[F (V,T )−H(p,q)]
∂β N !h3N
∂F dpdq
= eβ[F −H(p,q)] F − H(p, q) + β (2.115)
∂β V N !h3N
Tendo em conta a relação
∂ ∂
β = −T (2.116)
∂β ∂T
a partir de (2.115) concluı́mos que
∂F
U = hHi = F − T (2.117)
∂T V
dpdq
= δ(H(p, q) − E) (2.128)
h3N N !
todo espaço
de fase
2.5. DENSIDADE DE ESTADOS 35
onde
dpdr
ω(ε) = δ(H1 (p, r) − ε) (2.135)
h3
36 CAPÍTULO 2. ESTATÍSTICA CLÁSSICA
p2
H1 (p, r) =
2m
2 2
p p dpdΩdr
ω(ε) = δ −ε
2m h3
2
4πV p
= 3 δ − ε p2 dp
h 2m
√
mudança de variável p = 2mν
2πV (2m)3/2
= δ (ν − ε) ν 1/2 dν
h3
2πV (2m)3/2 1/2
= ε
h3
V1 V2 = V − V2 N1 N2 = N − N2
Aqui
(1) 2
N1 pj N1 X N1
(1) (1) (1)
X X
H(p(1) , q (1) ; N1 ) = + U1 r j + U2 rj − rk
2m
j=1 j=1
j,k=1
j6=k
(2) 2
N2 pj N2 N2
(2) (2) (2)
X X X
(2) (2)
H(p ,q ; N2 ) = + U1 rj + U2 rj − rk
2m
j=1 j=1 j,k=1
j6=k
dp
= dq · · · dq + dq · · · dq dqN +
1 N 1 N −1
N !h3N
V1 V1 V1 V1 V2
| {z } | {z }
N! N!
N !0!
=1 termo
(N −1)!1!
=N termos
−βH(p,q)
··· + dq1 · · · dqN
e
V V
| 2 {z 2 }
N!
0!N !
=1 termo
N
1 X N! (1) (2) (1)
= dp dp dq dq (2)
N !h3N N1 !N2 ! V1 V2
N1 =0
−β[H(p(1) ,q (1) ;N1 )+H(p(2) ,q (2) ;N2 )]
×e
N
X dp(1) (1) ,q (1) ;N
= dq (1) e−βH(p 1)
N1 !h3N1 V1
N1 =0
dp(2) (2) ,q (2) ;N
× dq (2) e−βH(p 2)
(2.138)
N2 !h3N2 V2
38 CAPÍTULO 2. ESTATÍSTICA CLÁSSICA
obtemos
∞
X
eβP V = f N ZN (V, T ) = Z(f, V, T ) (2.148)
N =0
Logo
P V = kB T ln Z(f, V, T ) (2.149)
o que pode ser visto como uma equação que permite calcular a pressão
através da função de partição grande canónica.
Agora para a energia interna podemos obter a fórmula (compare com (2.107))
∂
U (f, V, T ) = − ln Z(f, V, T ) (2.152)
∂β f,V
40 CAPÍTULO 2. ESTATÍSTICA CLÁSSICA
dU = −P dV + T dS + µdN (2.159)
dG = V dP − SdT + µdN (2.160)
dH = T dS + V dP + µdN (2.161)
e
∂F ∂G ∂U ∂H
µ= = = = (2.162)
∂N V,T ∂N P,T ∂N V,S ∂N S,P
ou
G = N µ(P, T ). (2.165)
∂2
2 2 2 2
hN i − hN i = kB T ln Z (2.173)
∂µ2 V,T
2
∂ P
= kB T V (2.174)
∂µ2 V T
V KT
hN 2 i − hN i2 = kB T KT = kB T hN i (2.183)
v2 v
e portanto
s s
hN 2 i − hN i2 KT
∝ (2.184)
hN i2 hN i
2.7. DISTRIBUIÇÕES 45
2.7 Distribuições
Considerando
N
X p2i
H(p, q) = + UN (r1 , . . . , rN ) (2.190)
2m
i=1
onde
N
!
X p2i
dwp = Ap exp −β dp1 . . . dpN , dwp = 1 (2.192)
2m
i=1
46 CAPÍTULO 2. ESTATÍSTICA CLÁSSICA
onde
!
1 p2x + p2y + p2z
dwp = exp − dpx dpy dpz (2.195)
(2πmkB T )3/2 2mkB T
onde
Como exemplo, consideremos o ar, que vamos considerar como um gás ideal
no campo gravı́tico. A energia potencial se uma molécula com a massa m
no campo gravı́tico é
2.8 Exercı́cios
1. Demonstrar que no limite termodinâmico as definições
são equivalentes.
2. Obter a fórmula para a entropia dum gás ideal com contagem correta
do Boltzmann:
V 3/2 3 5 4πm 3
S = N kB ln u + N kB + ln 2
, u = kT. (2.205)
N 2 3 3h 2
Demonstrar que o paradoxo de Gibbs não existe neste caso.
48 CAPÍTULO 2. ESTATÍSTICA CLÁSSICA
Ω = U − T S − µN (2.207)
e subsequentemente
2 ∂hN i
= hN Hi − hN ihHi − µ hN 2 i − hN i2 .
kB T (2.209)
∂T µ,V
N
X
HH = H0 (p, q) − µB cos αj (2.211)
j=1
µB
L(θ) chama-se a função de Langevin e θ = .
kB T
(b) Num meio magnético existe relação B = µ0 (H + M ) onde µ0 =
4π × 10−7 H/m é a permeabilidade magnética do vácuo (usa-ze o
sistema SI) e H é o vetor do campo magnético. Se a magnetização
3
Não confundir com o potencial quı́mico
50 CAPÍTULO 2. ESTATÍSTICA CLÁSSICA
≈ µ
é fraca, podemos usar aproximação do vácuo B 0 H. A susce-
∂M
tibilidade magnética determina-se como χ = . Demons-
∂H T
tre que
µ0 µ 2 N 1
1
χ= − (2.214)
kB T θ2 sinh2 θ
(a) Qual é o valor máximo possı́vel para E/N , se o sistema não estiver
em equilı́brio termodinâmico?
(b) No caso de equilı́brio termodinâmico, calcule a entropia por átomo,
S/N , como função de, = E/N . Simplificar a resposta usando a
aproximação de Stirling.
(c) Demonstre a relação
E=N (2.215)
1 + eβ
10. Dois sistemas idênticos, com dois nı́veis, e N partı́culas cada, estão
inicialmente às temperaturas T e T /α, respetivamente. Derive uma
expressão para a temperatura final dos sistemas postos em contacto
térmico, e calcule essa temperatura para α = 1 e α = −1. Comente
detalhadamente os seus resultados.
[Sugestão: use (2.215).]
2.8. EXERCÍCIOS 51
13. [2] A energia dos átomos individuais num gás tem um valor médio
(3/2)kB T
p2
(a) Verifique isto calculando hεi com ε = usando a distribuição
2m
de Maxwell.
(b) Demonstre que
3
hε2 i − hεi2 = (kB T )2 (2.218)
2
14. [2] Considerando o gás de atmosfera como um gás ideal no campo
gravitacional demonstre que
15. [2] Admitindo que o gás da atmosfera é um gás ideal num processo
adiabático, i.e. P V γ =const, onde γ = cp /cV é o coeficiente de ex-
pansão adiabática, cp sendo o calor especı́fico para pressão constante,
cV sendo o calor especı́fico para volume constante
dP mg
=− dz (2.222)
P kB T (z)
16. [2] As moléculas numa centrı́fuga giram em torno do eixo com a veloci-
dade angular constante ω. As moléculas estão em repouso em sistema
de coordenadas giratória, mas estão afetos pela força centrı́fuga mω 2 r,
onde r é a distância do eixo. Isto é equivalente a um potencial efetivo
U (r) = − 12 mω 2 r2 . Dois gases rarefeitos de moléculas com massas m1
e m2 encontram-se nesta centrı́fuga. Obter a dependência de n1 /n2
da r.
20. [2] Neutrinos são partı́culas cuja lei de dispersão é dada por ε(p) = cp
onde c é a velocidade de luz. Considere N neutrinos num volume V
a temperatura T suficientemente alta para que o sistema possa ser
tratado como um gás clássico.
23. [4] Um gás ideal é dividido entre dois compartimentos dum recipiente
com N moléculas em cada compartimento a mesma temperatura T .
Entretanto as pressões são diferentes: P1 e P2 . A separação entre os
compartimentos retira-se permitindo a mistura dos gases inicialmente
separados. Calcular a variação de entropia.
2.8. EXERCÍCIOS 55
Estatı́stica quântica
N
" #
X p̂2j
Ĥ = + U (r̂j )
2m
j=1
N
~2 2
X
= − ∇ + U (rj )
2m j
j=1
N
" #
X ~2 ∂ 2
= − + U (rj ) (3.2)
2m ∂rj2
j=1
57
58 CAPÍTULO 3. ESTATÍSTICA QUÂNTICA
Ĥψn = En ψn (3.5)
onde
Onm = ψn∗ (x)Ôψm (x)dx (3.10)
Verificamos
X X
ρmn Ônm = hm|ρ̂|nihn|Ô|mi
m,n m,n
X
= hm|ρ̂ Ô|mi = Tr(ρ̂ Ô) (3.18)
m
calculamos
X dcn X
i~ |ni = Ĥcn (t)|ni (3.23)
dt
dcm dc∗
i~ = Em cm , i~ n = −En c∗n (3.24)
dt dt
d(c∗n cm )
i~ = (Em − En )c∗n cm (3.25)
dt
∂ ρ̂ i
= [ρ̂, Ĥ] (3.28)
∂t ~
Ω(E)
ω(E) = (3.33)
∆E
A definição da entropia de Boltzmann (2.14) formalmente mantem-se inal-
terada, i.e.,
S = kB ln Ω(E) (3.34)
de estados quânticos
1 X
dpdq → (3.35)
N !h3N n
e−β Ĥ e−β Ĥ
ρ̂ = = (3.39)
ZN (V, T ) Tr e−β Ĥ
Tr Ôe−β Ĥ
hÔi = . (3.40)
Tr e−β Ĥ
∞
X
Z(f, V, T ) = f N ZN (V, T ) (3.41)
N =0
onde ZN (V, T ) é dada por (3.40). Agora o valor esperado duma observável
Ô calcula-se pela fórmula
1
hÔi = Tr Ôe−β(Ĥ−µN ) (3.42)
Z
e portanto
com spin inteiro são bosões, enquanto partı́culas com spin semi-inteiro são
fermiões.
onde
p̂2 ~2 2
Ĥ1 = =− ∇ (3.51)
2m 2m
Suponhamos que o gás está dentro e um volume na forma de um cubo1 com
a aresta L e o volume V = L3 . Consideremos condições de fronteira cı́clicas
ψ(x + L, y, z) = ψ(x, y + L, z) = ψ(x, y, z + L) = ψ(x, y, z) (3.52)
1
Esta suposição usa-se só para facilitar a consideração
66 CAPÍTULO 3. ESTATÍSTICA QUÂNTICA
1
ψp = √ e(i/~)p·r (3.53)
V
2π~
p= (n1 , n2 , n3 ), n1,2,3 ∈ Z (3.54)
L
p2 2π 2 ~2
n21 + n22 + n23
εp = = 2/3 (3.55)
2m V m
X
np,sz = N (3.56)
p,sz
X
εp np,sz = E{np,sz } (3.57)
p,sz
X
ZN (V, T ) = exp −βE{np,sz } (3.58)
{n }
P p,sz
np,sz =N
3.5. A GRANDE FUNÇÃO DE PARTIÇÃO 67
∞
X ∞
X X
N
f N exp −βE{np ,sz }
Z(f, V, T ) = f ZN (V, T ) =
N =0 N =0 {n
P p,sz
}
np,sz =N
∞
!
X X P X
= f p,sz np,sz exp −β εp np,sz
N =0 {n
P p,sz
} p,sz
np,sz =N
∞
X X Y np,sz
= f e−βεp
N =0 {n
P p,sz
} p,sz
np,sz =N
X Y np,sz
= f e−βεp
(todos np,sz ) p,sz
YY X np,sz
= f e−βεp (3.59)
p sz (todos np,sz )
!
X X X
ai bj · · · = ai bj · · · (3.60)
i,j,··· i j
e portanto
X np,−s X np,−s+1 X np,s
f e−βεp f e−βεp ··· f e−βεp
np,−s np,−s+1 np,s
| {z }
2s+1=g
" #g
X n
= f e−βεp (3.62)
n
68 CAPÍTULO 3. ESTATÍSTICA QUÂNTICA
nX
max ∞
n X n 1
f e−βεp = f e−βεp = (3.65)
n=0 n=0
1 − f e−βεp
∞
X 1
αn = (3.66)
1−α
n=0
nX
max n 1
X n
f e−βεp = f e−βεp = 1 + f e−βεp (3.67)
n=0 n=0
Resumindo
Y −g
−βεp
1 − f e bosões
p
Z(f, V, T ) = Y g (3.68)
−βεp
1 + f e fermiões
p
3.5. A GRANDE FUNÇÃO DE PARTIÇÃO 69
X
−βεp
−g ln 1 − f e bosões
PV
= ln Z(f, V, T ) = Xp (3.69)
kB T −βεp
g ln 1 + f e fermiões
p
X f e−βεp
g
bosões
1 − f e−βεp
∂
p
N =f ln Z(f, V, T ) = X f e−βεp (3.70)
∂f
g fermiões
1 + f e−βεp
p
∞
1 X N X P 1 ∂
hnp i = f np e−β p0 εp0 np0
=− ln Z (3.71)
Z β ∂εp
N =0 {n 0 }
P p
np0 =N
O resultado é
gf e−βεp
hnp i = bosões (3.72)
1 − f e−βεp
gf e−βεp
hnp i = fermiões (3.73)
1 + f e−βεp
∞
X V V
(· · · ) → 3 d3 p (· · · ) = 3 dΩ p2 dp (· · · ) (3.74)
p
h h 0
70 CAPÍTULO 3. ESTATÍSTICA QUÂNTICA
Um gás de fermiões
P 1
= 3 ϕ5/2 (f ) (3.79)
kB T λ
1 1
= 3 ϕ3/2 (f ) (3.80)
v λ
Onde
s
2π~2
λ= (3.81)
mkB T
∂
ϕ3/2 (f ) = f ϕ (f ). (3.82)
∂f 5/2
2π~
- modulo momento linear p = ~k = onde λDB é comprimento de
λDB
onda de De Broglie
p2 4π 2 ~2
- energia cinética: Ec = ∼
2m 2mλ2DB
3
- energia térmica ET ∼ kB T
2
- condição Ec = ET traduz-se em
2π 2
λ2DB ∼ λ (3.83)
3
Um gás de bosões
Usando as relações
∞
X xn
ln(1 − x) = − (3.87)
n
n=1
∞ √ ∞ √
2
−x2
π X fn π
− x ln 1 − f e dx = = χ (f ) (3.88)
0 4 n 5/2 4 5/2
n=1
obtemos
P 1 1
= 3 χ5/2 (f ) − ln(1 − f ) (3.89)
kB T λ V
1 1 1 f
= 3 χ3/2 (f ) + (3.90)
v λ V 1−f
Nota-se a propriedade
∂
χ3/2 (f ) = f χ (f ) (3.91)
∂f 5/2
Usando a expressão (2.152) para a energia interna bem como (3.69) obtemos
(
3 kB T V χ5/2 (f ) bosões
U (f, V, T ) = (3.93)
2 λ3 ϕ5/2 (f ) fermiões
1
Consideremos o caso quando o termo ln(1 − f ) na equação (3.89) é des-
V
prezável no limite termodinâmico (continuamos a cosiderar o caso g = 1).
Neste caso usando quer (3.79) quer (3.89) obtemos a relação
3
U = PV (3.94)
2
válida para bosões e para fermiões, e que coincide com o caso clássico (veja
(2.64)).
λ3
1 (3.95)
v
o que significa que f 1 e podemos usar só os primeiros termos nas séries
(3.82) e (3.91). Como exemplos em baixo consideremos o case de fermiões
(o caso de bosões considera-se no problema 19 na página 81).
na Secção 4.3) :
∞
Pv 2 2 X (−1)n+1 n
= 3 ϕ5/2 (f ) = 3 f
kB T λ λ
n=1
n5/2
f2
v
= 2 3 f − 5/2 + · · · (3.97)
λ 2
Analogamente a partir de (3.80) obtemos
∞
1 2 2 X (−1)n+1 n
= 3 ϕ3/2 (f ) = 3 3/2
f
v λ λ n
n=1
f2
1
= 3 2f − 3/2 (3.98)
λ 2
Desta última equação podemos calcular
λ3 λ6
f= + + ··· (3.99)
2v (2v)2 23/2
Substituindo este valor em (3.97) e mantendo só os termos de ordem de f 2
obtemos
PV 1 λ3
= 1 + 7/5 + ··· (3.100)
N kB T 2 v
No limite λ3 /v → 0 obtemos a equação do gás ideal clássico (1.1). O termo
∝ λ3 /v descreve as correções quânticas.
3.8 Exercı́cios
∂ψ ~2
i~ =− ∆ψ (3.104)
∂t 2m
conduz à equação de Helmholtz (2.223) para a parte espacial da função
de onda ψ. Considerando condições de fronteira cı́clicas (3.52). Define
estados de energia, e de momento linear, p.
E2
ln ω(E) ≈ ln ω(0) −
2N (µH)2
(a) sistema
(b) reservatório
(c) usando os resultados
de a) e b) derive a relação de Boltzmann:
n2 E2 −E1
n1 = exp − kB T .
1
2 ∆. Determine a condição para que o número médio de eletrões por
átomo, seja igual a um. Note que o resultado é independente de ∆.
10. Considere um gas ideal de eletrões (fermiões com spin 1/2). Demosntre
que a grande função de partição do gás (o grau de degenerescência
hQ
−βεp
i 2
g = 2) é dada por Z(f, V, T ) = p 1 + f e
N X
n0 = , onde Z = e−βεk (3.106)
Z
k
3.8. EXERCÍCIOS 79
14. [2] Considere um gás quântico livre não relativista assumindo que ele
é descrito pela estatı́stica de Boltzmann, i.e., que as partı́culas são
consideradas discernı́veis e nenhuma simetria é imposta à função de
onda em relação à troca de partı́culas. Calcule a função de partição
quântica e obtenha a equação de estado.
16. [2] Um gás de partı́culas numa rede que consiste de N0 sı́tios que podem
ser ocupados por uma partı́cula no máximo. Se um sı́tio é ocupado a
energia á ε enquanto um sı́tio vazio tem a energia 0 indistinguı́vel.
Uma vez que hnp2 i não depende de εp1 (justifique fisicamente porque)
verificamos
83
84 CAPÍTULO 4. GASES DE BOSÕES E FERMIÕES
Logo
X
ln Z = −2 ln 1 − e−β~ωk (4.6)
k
2
hnk i = (4.8)
eβ~ωk − 1
onde
~ ω3
u(ω, T ) = (4.11)
π 2 c3 eβ~ω − 1
u(w,T)
T3
T2
T1
~ 3 −β~ω
u(ω, T ) = ω e , ~ω kB T (4.13)
π 2 c3
Isto é a lei de distribuição de Wien.
onde usamos
∞
x3 π4
dx = (4.15)
0 ex − 1 15
Recordamos as equações
P 1 1
= 3 χ5/2 (f ) − ln(1 − f ) (4.20)
kB T λ V
1 1 1 f
= 3 χ3/2 (f ) + (4.21)
v λ V 1−f
onde
∞
X fn
χα (f ) = (4.22)
nα
n=1
c3/2(f)
hn0 i 3 λ3
λ = − χ3/2 (f ) (4.26)
V v
Portanto, se
λ3
> χ3/2 (1) ≥ χ3/2 (f ), 0≤f ≤1 (4.27)
v
temos que
hn0 i
>0 (4.28)
V
88 CAPÍTULO 4. GASES DE BOSÕES E FERMIÕES
λ3
= χ3/2 (1) (4.29)
v
A partir desta fórmula calculamos a temperatura crı́tica (para um dado
volume especı́fico v)
2π~2
kB Tc = (4.30)
m[vχ3/2 (1)]2/3
por outro lado, podemos definir o volume especı́fico crı́tico (para uma dada
temperatura)
λ3
vc = (4.31)
χ3/2 (1)
λ3 λ3 f
= χ3/2 (f ) + (4.32)
v V 1−f
λ3
> χ3/2 (1) (4.33)
v
λ3 f
Se f < 1, no limite termodinâmico V → ∞ com v =const, o termo
V 1−f
anula-se, e estas condições tornam-se mutuamente contraditórias, i.e., não
podem ser satisfeitas. Logo, concluı́mos, que no limite termodinâmico, em
caso de existência de fase de condensado, deve verificar-se f → 1 de forma
que V · (1 − f ) não se anula. Portanto neste limite podemos aproximar
λ3c
χ3/2 (f ) ≈ χ3/2 (1) = (4.34)
v
4.2. CONDENSAÇÃO DE BOSE-EINSTEIN. 89
Assim obtemos
λ3 λ3 λ3
= c + hn0 i (4.35)
v v V
λ3 λ3c v
hn0 i
= − (4.36)
N v v λ3
e finalmente
3/2
hn0 i T
=1− (4.37)
N Tc
<n0>/N
T/T c
1
ln(1 − f ) → 0 (4.38)
V
90 CAPÍTULO 4. GASES DE BOSÕES E FERMIÕES
Figura 4.4: Isotermas dum gás de bosões. Para T Tc observamos a lei de Boyle-
Mariotte
gas
T
Figura 4.5: As fases do gás ”normal”e do BEC no diagrama P − T .
Partimos das equações (3.75) e (3.80) onde tomamos em conta que o spin
dum eletrão é 1/2 e por isso o ı́ndice de degenerescência é g = 2:
P 8π ∞ 2
= 3 dp p2 ln 1 + f e−βp /(2m) (4.44)
kB T h 0
1 8π ∞ 1
= 3 dp p2 −1 βp2 /(2m) (4.45)
v h 0 f e +1
p
Fazendo substituição x = p β/(2m) e
µ
ν = ln f = (4.46)
kB T
reescrevemos (4.45):
∞
λ3 8 x2
=√ x2 −ν
dx (4.47)
v π 0 e +1
92 CAPÍTULO 4. GASES DE BOSÕES E FERMIÕES
for n > 1:
∞ 2
xn 1 ∞ 2 xn+1 ex −ν
In (ν) = + dx
n ex2 −ν + 1 0 n 0 (ex2 −ν + 1)2
∞
1 y n/2 ey−ν 1 ∞ ey−ν
= dy = [ν + (y − ν)]n/2 dy
n 0 (ey−ν + 1)2 n 0 (ey−ν + 1)2
1 ∞ ey−ν h n
= dy y−ν 2
ν n/2 + ν n/2−1 (y − ν)
n 0 (e + 1) 2
1n n
n/2−2 2
+ −1 ν (y − ν) + · · · (4.49)
22 2
e desprezar o termo
∞ ∞ ∞
ey−ν zez zdz
(y − ν)dy = dz ≈ =0
0 (ey−ν + 1)2 −ν (ez + 1)2 −∞ (ez/2 + e−z/2 )2
Assim obtemos
1 n/2 1 n π2
In (ν) ≈ ν + −1 ν n/2−2 (4.50)
n 4 2 3
ν 3/2 π2 1
I3 (ν) ≈ 1+ (4.51)
3 8 ν2
ν 5/2 5π 2 1
I5 (ν) ≈ 1+ (4.52)
5 8 ν2
4.3. GÁS DE ELETRÕES DEGENERADO. 93
<np >
T=0
2
T>0
eF e
Figura 4.6: Numero de ocupação de estado εp por fermiões.
kB TF = εF (4.61)
εF
νF = (4.63)
kB T
4.3. GÁS DE ELETRÕES DEGENERADO. 95
e portanto
!2/3
π2 1 π2 1
3/2
ν≈ νF − ≈ νF 1 − , (4.67)
8 ν 1/2 12 νF2
F
Finalmente obtemos
" 2 #
π2
kB T
µ ≈ εF 1− (4.68)
12 εF
Agora vamos usar que na aproximação (4.67) (ou (4.68)) a partir de (4.52)
obtemos (neste cálculo desprezamos todos os termos de ordem mais alta do
1/2
que νF )
ν 5/2 5π 2 1
I5 (ν) ≈ 1+
5 8 νF2
5/2 5/2
π2 1 5π 2 1
νF
≈ 1− 1 +
5 12 νF2 8 νF2
5/2
5 π2 1 5π 2 1
ν
≈ F 1− 1+
5 2 12 νF2 8 νF2
5/2
5π 2 1
ν
≈ F 1+ (4.70)
5 12 νF2
V m3/2 5π 2 1
5/2
U= 2 3 (2kB T νF ) 1+
2π ~ 5 12 νF2
V m3/2 25/2 3/2 5π 2 1
= 2 3 εF εF 1 +
2π ~ 5 12 νF2
3/2 2
V m3/2 23/2 ~2 5π 2 1
3π
= 2 3 εF 1 +
π ~ 5 2m v 12 νF2
5π 2 1
3
= N εF 1 + (4.71)
5 12 νF2
O resultado final é
" #
5π 2 kB T 2
3
U = N εF 1 + (4.72)
5 12 εF
CV π 2 kB T
= (4.73)
N kB 2 εF
4.4 Exercı́cios
15 v 9 χ3/2 (f )
CV
χ (f ) −
3 5/2
, T > Tc
= 4 λ 4 χ1/2 (f ) (4.81)
kB N 15 v χ (1),
T < Tc
4 λ3 5/2
Processos estocásticos
Como foi introduzido na Sec. 1.2.2, a descrição deste movimento tem que
ser feita em termos da densidade de probabilidade de X ter um valor entre
x e x + dx, só que agora esta probabilidade pode variar-se no tempo, o que
vamos indicar como p(x, t). Simultaneamente com X(t) podemos considerar
X(t + dt). Ambos X(t) e X(t + dt) são coordenadas aleatórias. Para um
processo Markoviano, X(t + dt) (com dt infinitesimal) pode depender só do
X(t) e do dt, mas não de momentos do tempo anteriores ao t. Por isso a
equação dinâmica deste processo pode ser escrita como
99
100 CAPÍTULO 5. PROCESSOS ESTOCÁSTICOS
Aqui F [X(t), dt] é o propagador de Markov que por si próprio é uma função
aleatória. Para um propagador de Markov vamos impor uma condição óbvia:
F [X(t), dt] → 0 se dt → 0 (5.2)
Diferentes processos estocásticos distinguem-se pelos diferentes propagado-
res.
Em particular, para µ = 0 e σ = 1
α + βN (0, 1) = N (α, β 2 ) (5.8)
5.2. DISTRIBUIÇÃO NORMAL PADRÃO 101
Verificamos1
para variância
X1 + X2 = aN1 (0, 1) + bN1 (0, 1) + cN2 (0, 1) = (a + b)N1 (0, 1) + cN2 (0, 1)
= N1 (0, (a + b)2 ) + N2 (0, c2 ) = N (0, (a + b)2 + c2 )
1
Para demonstração completa veja [5].
102 CAPÍTULO 5. PROCESSOS ESTOCÁSTICOS
A soma
Sn = X1 + X2 + . . . + Xn (5.14)
Sn − µn
lim √ = N (0, 1) (5.15)
n→∞ σ n
Vamos associar com cada intervalo do tempo (t, t + dt) a variável normal
com a média µ = 0 e a variância σ = 1, que designamos por Ntt+dt (0, 1)
(indicando o intervalo do tempo). O processo de Wiener define-se pelo pro-
pagador de Markov
√
F [X(t), dt] = δ 2 dtNtt+dt (0, 1) (5.16)
temos
r
dX δ 2 t+dt
= N (0, 1) → ∞, se dt → 0 (5.20)
dt dt t
Assim X(t) surge como uma variável contı́nua, mas não-diferenciável no
todo domı́nio de variação t. Isto faz com que a equação diferencial (5.17)
deve ser vista e tratada de forma diferente que nós usamos para resolver
as equações diferenciais em derivadas totais. As equações de tipo (5.1) ou
(5.17) chamam-se equações diferenciais estocásticas.
X(t + dt) − X(t) = [X(t + dt) − X(t + dt/2)] + [X(t + dt/2) − X(t)]
(5.21)
Substituindo o propagador de Markov
√ p t+dt/2
p
δ 2 dtNtt+dt (0, 1) = δ 2 dt/2Nt t+dt
(0, 1) + δ 2 dt/2Nt+dt/2 (0, 1) (5.22)
t+dt t+dt/2
Esta condição exige que Nt+dt/2 (0, 1) e Nt (0, 1) sejam estatisticamente
independentes.
Logo
t=0.1
t=1
t=2
e portanto
dhv(t)i
= −γhv(t)i (5.37)
dt
Resolvendo esta equação obtemos
Consideremos agora
mas não depende de Ntt+dt (0, 1). Isto tem dois corolários. Primeiro, v(t) e
Ntt+dt (0, 1) são estatisticamente independentes, e portanto
Até agora nós descrevemos só o processo estocástico v(t). Para descrever
o processo Browninano devemos obter hX(t)i e σX 2 = hX 2 (t)i − hX(t)i2 .
No limite dt → 0
dhX 2 i
= 2hXvi (5.53)
dt
Para a variância temos
2
dσX d 2
hX i − hXi2
=
dt dt
dhX 2 i dhXi
= − 2hXi
dt dt
= 2hXvi − 2hXihvi = 2cov{X, v} (5.54)
e nós obtemos
dcov{X, v}
= −γcov{X, v} + σv2 (5.56)
dt
Tendo em conta (5.43) resolvemos esta equação com condição inicial
cov{X, v}|t=0 = 0
A solução é
β2
1 − 2e−γt + e−2γt
cov{X, v} = 2
(5.57)
2γ
portanto
d 2 β2
σX = 2 1 − 2e−γt + e−2γt
(5.58)
dt γ
e depois de integração
β2
2 2 −γt
1 −2γt
σX = 2 t− 1−e + 1−e (5.59)
γ γ 2γ
Portanto
v0
N0t 1 − e−γt ,
X(t) = x0 +
γ
2
β −γt
1 −2γt
tγ − 2 1 − e + 1−e (5.60)
γ3 2
β2 kB T
= (5.63)
2γ m
dX p
dv = −γ dt + β 2 dtNtt+dt (0, 1) (5.64)
dt
β2t
X(t) = N0t x0 , 2 (5.66)
γ
dX = V dt (5.67)
p
dV = a(X, V )dt + b2 (X, V )dtNtt+dt (0, 1) (5.68)
5.9. EQUAÇÃO DE FOKKER-PLANCK 111
Calculamos o valor esperado duma função f (X, V ), que admitimos ser dife-
renciável, e portanto
δf = f (X + dX, V + dV ) − f (X, V )
∂f ∂f 1 ∂2f
= dX + dV + (dV )2
∂X ∂V 2 ∂V 2
∂f ∂f h p i b2 dt ∂ 2 f
= dX + a(X, V )dt + b2 (X, V )dtNtt+dt (0, 1) +
∂X ∂V 2 ∂V 2
(5.69)
Uma vez que esta equação deve ser válida para qualquer função f (x, v)
obtemos a equação de Fokker-Planck (ou equação cinética).
∂P ∂P ∂ 1 ∂2 2
= −v − aP + b P (5.73)
∂t ∂x ∂v 2 ∂v 2
a = −γv, b2 = β 2
112 CAPÍTULO 5. PROCESSOS ESTOCÁSTICOS
∂P ∂P ∂vP β2 ∂2P
= −v +γ + (5.74)
∂t ∂x ∂v 2 ∂v 2
A distribuição pelas velocidades determina-se pelo
p(v, t) = P (x, v, t)dx (5.75)
e satisfaz a equação
∂p ∂ β2 ∂2p
= γ vp + (5.76)
∂t ∂v 2 ∂v 2
Para passar da série temporal discreta {0, dt, 2dt, . . .} para o tempo contı́nuo,
reescrevemos a equação de Langevin (5.36) formalmente como
dv
= −γv(t) + ε(t) (5.77)
dt
onde ε(t) é uma força aleatória, que formalmente vamos tratar como uma
função clássica. Agora podemos resolver esta equação
t
0
v(t) = ε(t0 )eγ(t −t) dt0 + v0 e−γt (5.78)
0
e a variância
D t t
2 E 0 00 )
v − v0 e−γt = dt0 dt00 hε(t0 )ε(t00 )ieγ(t−t ) eγ(t−t
0 0
t t
0 0 00 −t)
=β 2
dt dt00 δ(t0 − t00 )eγ(t −t) eγ(t
0 0
t
0
= β2 dt0 e2γ(t −t)
0
β2
1 − e−2γt
= (5.81)
2γ
5.11 Exercı́cios
1. [5] Suponha que X(t) e X(t0 ) são as coordenadas duma partı́cula Brow-
niana em instantes t0 ≤ t. Calcule
h∆X(t0 )∆X(t)i
K(t0 , t) = p (5.82)
h[∆X(t0 )]2 ih[∆X(t)]2 i
∂P ∂ 1 ∂2
= − A(x)P + B(x)P (5.84)
∂t ∂x 2 ∂x2
para t > t0 com condição inicial a t0
Apêndice
Verifica-se
115
116 CAPÍTULO 6. APÊNDICE
Alguns valores
1 3 1
Γ = π 1/2 , Γ = π 1/2 (6.9)
2 2 2
Uma fórmula assimptótica (z → ∞, | arg z| < π)
1 1 1
ln Γ(z) ∼ z − ln z − z + ln(2π) + O (6.10)
2 2 z
∞
−αx2 n 1 n+1
In = e x dx = α−(n+1)/2 Γ , n = 0, 1, 2, . . . (6.11)
0 2 2
r
1 π
I0 = , (6.12)
2n α
p!
I2p+1 = , p = 0, 1, . . . (6.13)
2αp+1 r
(2p − 1)!! π
I2p = p+1 2p+1
, p = 1, 2, . . . (6.14)
2 α
(6.15)
δ(x) = 0, x 6= 0 (6.16)
xδ(x − ξ) = ξδ(x − ξ) (6.17)
1
δ(λx) = δ(x), λ 6= 0 (6.18)
|λ|
∞
δ(x − ξ)φ(x)dx = φ(ξ) (6.19)
−∞
∞
eikx dx = 2πδ(k) (transformada de Fourier) (6.20)
−∞
6.5. TRANSFORMADA DE LEGENDRE 117
Para a função
2
1 x
δε (x) = √ exp − (6.21)
2πε 2ε
verifica-se
lim δε (x) = δ(x) (6.22)
ε→0
f (x)
f (x) ∼ h(x) (x → x0 ) significa lim =1
x→x0 h(x)
f (x)
f (x) = o(h(x)) (x → x0 ) significa lim =0
x→x0 h(x)
Fórmulas úteis
p̂2 mω 2 x̂2
Ĥ = + (6.34)
2m 2
Na representação de coordenadas a equação de Schrödinger toma a forma
∂ψ ~2 ∂ 2 ψ mω 2 x2
i~ =− + ψ (6.35)
∂t 2m ∂x2 2
O problema para os valores próprios (??) reduz-se a equação diferencial
~2 d2 ψ mω 2 x2
− + ψ = Eψ (6.36)
2m dx2 2
Definimos os operadores
p̂ − imωx̂ p̂ + imωx̂
â = √ , ↠= √ (6.37)
2m~ω 2m~ω
e portanto
r r
m~ω ~
p̂ = (â + ↠), x̂ = i (â − ↠) (6.38)
2 2mω
Introduzindo
r
~
x0 = (6.39)
mω
6.7. OSCILADOR LINEAR QUÂNTICO 119
n̂ = ↠â (6.43)
âψ0 = 0 (6.46)
Finalmente
1 2 2
ψ0 = p√ e−x /(2x0 ) (6.50)
πx0
Para encontrar outros valores próprios vamos usar (6.41) para demonstrar
as propriedades
[n̂, ↠] = [↠â, ↠] = ↠[â, ↠] + [↠, ↠]â = ↠(6.51)
† † †
[n̂, â] = [â â, â] = â [â, â] + [â , â]â = −â (6.52)
Lema 6.1. ↠ψν e âψν são as funções próprias do n̂ que corresponde aos
valores próprios ν + 1 e ν − 1.
Demonstração:
n̂↠ψν = ↠n̂ + ↠ψν = (ν + 1)↠ψν (6.53)
n̂âψν = (ân̂ − â) ψν = (ν − 1)âψν (6.54)
Finalmente
√ √
↠ψν = ν + 1ψν+1 , âψν = νψν−1 (6.58)
123
Índice
124
ÍNDICE 125