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Geologia na cidade de Santa

Maria Madalena – RJ
Introdução:
O relevo do Brasil tem formação muito antiga e resulta principalmente de
atividades internas do planeta Terra e de vários ciclos climáticos. A erosão, por
exemplo, foi provocada pela mudança constante de climas úmido, quente,
semi-árido e árido. Outros fenômenos da natureza (ventos e chuvas) também
contribuíram no processo de erosão.

O relevo brasileiro apresenta-se em:

Planaltos – superfícies com elevação e aplainadas , marcadas por escarpas


onde o processo de desgaste é superior ao de acúmulo de sedimentos.

Planícies – superfícies relativamente planas , onde o processo de deposição


de sedimentos é superior ao de desgaste.

Depressão Absoluta - região que fica abaixo do nível do mar.

Depressão Relativa – fica acima do nível do mar. A periférica paulista, por


exemplo, é uma depressão relativa.

Montanhas – elevações naturais do relevo, podendo ter várias origens, como


falhas ou dobras.

No estado do Rio de Janeiro o relevo é muito variado, desse modo apresenta


entre outros, escarpas elevadas, mares de morros, colinas e vales, rochas
diversificadas, além de uma extensa área de planalto que ocorre em todo oeste
do território.

No Estado é possível encontrar duas unidades de relevo, denominada de


baixada Fluminense e o planalto Fluminense, a primeira ocupa quase a metade
do território estadual e a segunda se estabelece no interior do mesmo.

Entre os tipos de relevo observados na visita destaca-se o tabuleiro:

Tabuleiro é uma forma de relevo constituída por pequenos platôs, de altitude


em geral modesta, entre vinte e cinqüenta metros, limitados por escarpas
abruptas, denominadas barreiras.

Geologicamente, os tabuleiros são formados de argilas coloridas e arenito da


série Barreiras, provavelmente do plioceno, no período terciário, de fácies
desértica, desprovida de fósseis. Assentam-se em geral sobre sedimentos
mesozóicos ou diretamente sobre o embasamento cristalino. A pobreza de
seus solos sílico-argilosos não permite o desenvolvimento de vegetação
abundante, o que explica a presença preponderante de plantas herbáceas e
arbustivas, em geral rarefeitas, com tendência à xerofilia, bem patenteada pela
existência de cactáceas. Por isso, a paisagem vegetal dos tabuleiros
assemelha-se muitas vezes à da caatinga.
Outro tipo de relevo que pode ser observado é o montanhoso:

As montanhas são formações geográficas originadas do choque entre placas


tectônicas. Quando ocorre este choque na crosta terrestre, o solo das regiões
que sofrem o impacto acabam se elevando na superfície, formando assim as
montanhas. Estas são conhecidas como montanhas de dobramentos. Grande
parte deste tipo de montanhas formaram-se na era geológica do Terciário.
Existem também, embora menos comum, as montanhas formadas por vulcões.

Outros fatores que foram amplamente discutidos na visita foram a erosão e o


intemperismo.

Intemperismo:

Dá-se o nome de intemperismo ao conjunto de alterações físicas


(desagregação) e químicas (decomposição) que as rochas sofrem quando
ficam expostas na superfície da Terra. É um processo importante porque é o
início de um processo maior que continua com a erosão e a deposição do
material por ele formado, com a posterior diagênese, que leva à formação das
rochas sedimentares.

Fatores que controlam o intemperismo:

Clima

É o mais importante. É ele que determina a distribuição sazonal das chuvas, o


que é fundamental porque é a água o principal agente transportador dos
produtos do intemperismo, e as variações de temperatura, que contribuem para
a fragmentação das rochas, através da alternância de períodos de dilatação
com períodos de contração. Quanto maior a disponibilidade de água e quanto
mais freqüente for sua renovação, mais completas serão as reações químicas
do intemperismo.

Relevo

Determina a maior ou menor velocidade do fluxo da água das chuvas, com


consequente menor ou maior infiltração no solo.

Rocha-mãe

Importante porque, dependendo de sua composição mineralógica, textura e


estrutura, terá maior ou menor resistência à decomposição e à desagregação.

Tempo

Quanto maior o tempo de exposição de uma rocha, mais intensa será a ação
intempérica sobre ela. Calcula-se que em um milhão de anos o intemperismo
rebaixe o relevo de 20 a 50 metros.
Fauna e flora

São fatores de importância menor, mas que atuam fornecendo matéria


orgânica para reações químicas e remobilizando materiais. Superfícies
rochosas cobertas de liquens são muito mais rapidamente atacadas pelo
intemperismo químico que aquelas sem liquens, e raízes de árvores têm
grande poder de penetração em fendas de rochas, provocando sua dilatação.

Os materiais produzidos pelo intemperismo podem ser transportados para


outro local ou permanecerem na posição original. Em qualquer um dos casos,
vão gerar um solo, chamado de solo transportado no primeiro caso e de solo
residual no segundo.

Erosão:

Erosão é o conjunto de processos que promovem a retirada e transporte do


material produzido pelo intemperismo, ocasionando o desgaste do relevo. Seus
principais agentes são a água, o vento e o gelo.

O material transportado recebe o nome de sedimento e vai dar origem aos


depósitos sedimentares que, através da diagênese, transformam-se em rochas
sedimentares.

A erosão é importante por ser responsável pela perda anual de milhões de


toneladas de solo fértil, devida principalmente a práticas equivocadas de
ocupação e manejo do solo. Essa perda é praticamente irrecuperável, pois
exige muito tempo para ser realizada.

A erosão pode ser de vários tipos, conforme o agente que atua:

Erosão pluvial

É aquela provocada pela água das chuvas. Como foi dito, a água é um dos
principais agentes erosivos. Sua ação é lenta, mas pode ser acelerada quando
ela encontra o solo desprovido de vegetação, como nas áreas desmatadas.

Se o terreno tem muita vegetação, o impacto da chuva é atenuado porque a as


plantas diminuem a velocidade da água que escorre pelo solo. As raízes, por
sua, vez, dão mais resistência à estrutura do solo e aquelas já mortas
funcionam como canais, favorecendo a infiltração da água.

Erosão fluvial

É aquela causada por rios, perenes ou temporários. É semelhante à erosão


pluvial, mas em escala maior e em regime permanente ou pelo menos mais
prolongado que a erosão pluvial.
Erosão marinha:

A água do mar provoca erosão através da ação das ondas, das correntes
marítimas, das marés e das correntes de turbidez. Seu trabalho é reforçado
pela presença de areia e silte em suspensão.

Erosão glacial:

É a erosão provocada pelas geleiras (também chamadas de glaciares). A água


que se acumula nas cavidades das rochas no verão, congela quando chega o
inverno, sofrendo dilatação. Isso pressiona as paredes dos poros, rompendo a
rocha. A cada ano, o processo se repete, desagregando, aos poucos, a rocha.

Erosão eólica:

É aquela decorrente da ação do vento. Ocorre em regiões áridas e secas, onde


existe areia solta, capaz de ser transportada pelo vento, que a joga contra as
rochas, desgastando-as.

Erosão antrópica:

É a erosão causada pela ação do ser humano. Em geral não tem grande
influência, por que sua ação é de duração muito curta, Mas, nossa capacidade
de remover grandes massas de terra ou de rocha é cada vez maior e a erosão
antrópica tende a ser cada vez mais significativa.

O plantio sem levar em conta o regime de escoamento das águas naturais,


pode provocar ravinamento e formação de boçorocas. A ocupação de áreas
impróprias para a construção de moradias, como morros de alta declividade,
gera escorregamentos de solo, com danos materiais e mortes. A
impermeabilização de superfícies, como a pavimentação de ruas, impede que a
água da chuva se infiltre e favorece as inundações em áreas urbanas.

Objetivos:
 Observar o relevo da cidade de Santa Maria Madalena, conhecida como
a cidade da geologia.
 Analisar os efeitos do intemperismo e da erosão nas rochas presentes
na nossa região.
 Enriquecer o conhecimento adquirido em sala de aula observando
diversos exemplos do conteúdo da disciplina em uma aula de campo.
Atividades Realizadas:
A viagem foi realizada em 2014, a primeira parada foi no posto da Policia
Rodoviária Federal em Ibitioca:

Nesta parada foi observado o relevo tipo tabuleiro da região, que consiste de
depósitos terciários de sedimentos trazidos a milhões de anos atrás. Ele ocorre
entre a Serra do Mar e as planícies litorâneas. A cobertura vegetal predomina a
pastagem, mas também existem plantações de cana de açúcar. O solo e pouco
fértil, não há muita chuva na região e o solo não armazena muita água.

A outra parada foi no km 125 (entroncamento da rodovia BR-101 com a RJ-


196, no acesso a Conceição de Macabu e Quissamã):
Nesta parada observou-se o relevo, uma planície fluvial que sofre influencia
dos depósitos de sedimentos tragos pelo rio e pela serra. A vegetação
predominante permanece sendo as pastagens e as plantações de Cana de
açúcar.

A terceira parada foi na estrada que acessa Conceição de Macabu:


Tivemos oportunidade de observar nesta parada uma mudança de relevo.
Começaram a se formar colinas (relevo colinoso) e ao fundo da primeira foto
pode-se observar afloramentos de rocha.

Na segunda foto temos um morro cortado, uma escarpa, exposto a chuva e


vento, e logo apresentando efeitos claros de uma severa erosão. O tom rosado
indica a presença de ferro no solo da escarpa. Nessa escarpa pode-se
observar a presença de feldspato e quartzo. Nessa parada também se
observou rochas podres, os saprólitos.

A próxima parada foi no ponto de interesse geológico Serra da Grama. A Serra


da grama é parte da Serra do mar.
Nessa parada observamos a serra do Mar, onde nascem vários afluentes de
rios que correm para a região litorânea. Nessa parte observamos rochas do
embasamento cristalino constituídas de gnaisse e granito com mais de 50
milhos de anos. Observaram-se afloramentos com mais de 800m de altura.
Nessa parada a vegetação era de mata, com a presença de espécies pioneiras
com a embaúba, o que indica que essa área já foi desmatada.

A última parada foi na Represa, onde pudemos observar grandes afloramentos


de rocha e fragmentos de rocha espalhados ao redor.
Conclusão:
Todos os objetivos foram realizados. Observamos o relevo da região,
analisamos os efeitos da erosão e do intemperismo e pudemos ver na prática
vários exemplos do que aprendemos em sala de aula.

Referências Bibliográficas:
 Relevo Brasileiro < http://www.suapesquisa.com/relevo/> - Acesso em:
19/03/2014.
 Tabuleiro <http://biomania.com.br/bio/conteudo.asp?cod=2397> -
Acesso em: 19/03/2014.
 Santa Maria Madalena - Cidade da Geologia do Rio de Janeiro
<http://www.caminhosgeologicos.rj.gov.br/novo/download/PDF_A3/pdf_4
a6755db886faMadelena_cidade_geologia_pdf.pdf>- Acesso em:
20/03/2014.
 Aspectos naturais do Estado do Rio de Janeiro
<http://www.brasilescola.com/brasil/aspectos-naturais-estado-rio-
janeiro.htm> - Acesso em: 20/03/2014.
 Médio Imbé http://www.microbacias.rj.gov.br/microbacia_consulta.jsp?
p_idMicrobacia=1 - Acesso em: 20/03/2014.
 Formas de Relevo
<http://www.suapesquisa.com/pesquisa/formas_de_relevo.htm> -
Acesso em: 20/03/2014.
 Intemperismo e erosão
<http://www.cprm.gov.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?
infoid=1313&sid=129> - Acesso em: 20/03/2014.

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