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em Gestão Ambiental
Semestre 04
Autoria
2009
Governo Federal
Presidência da República
Ministério da Educação
Secretaria de Educação a Distância - SEED
Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior - CAPES
Diretoria de Educação a Distância - CAPES
Equipe Técnica
Coordenação do Curso
José Severino Bento
Supervisão de Tutoria
Erica de Carvalho Paz
Revisão Linguística e Textual
Fátima Suassuna
Logística de Conteúdo
Clayson Pereira da Silva
Giselle Tereza Cunha de Araújo
Verônica Emilia Campos Freire
Projeto Gráfico e Editoração Eletrônica
Eliana Virgínia Vieira de Melo
Rayana Hanna Verissimo Pereira
Tiaggo Correia Cavalcanti de Morais
Diagramação
Rayana Hanna Verissimo Pereira
Tiaggo Correia Cavalcanti de Morais
Edição de Imagens
Rayana Hanna Verissimo Pereira
Verônica Emilia Campos Freire
Sumário Aula 01 05
Aula 02 19
Aula 03 35
Aula 04 49
Aula 05 63
Aula 06 81
Aula 01
Apresentação ANOTAÇÕES PESSOAIS
7
Caro(a) aluno(a)!
Ciclo da Água
A água é parte integrante dos seres vivos e essencial à vida. Ela é um
mineral presente no meio ambiente nos estados sólido, líquido e gasoso.
Estima-se que 10% da água doce do planeta se encontra no Brasil, Verifica-se que mais de 70% dos
tornando-o, em termos quantitativos, um dos mais ricos em água doce do recursos hídricos superficiais
estão na região Amazônica,
mundo. Contudo, observa-se, também, que esta água não é bem distribu- 47% do território nacional. Um
ída no tempo e no espaço, entre as diferentes regiões do País. indicador bastante utilizado para
mostrar a grande diversidade
Dentro do espírito da Lei 9.433/97, conhecida como “Lei das Águas” hidrológica do território brasileiro
é a vazão específica. Ela
(assunto que será abordado na aula 5 deste material didático) e para indica as regiões mais e menos
efeito de gestão das águas, o Brasil foi dividido em 12 regiões produtoras de água.
hidrográficas.
No Brasil, a vazão específica
Na Figura 2, são apresentadas as regiões hidrográficas brasileiras com varia de menos de 2 L/s.km2, nas
bacias da região semi-árida, até
seus respectivos valores percentuais de área, população e vazão média mais de 40 L/s.km2, no noroeste
em relação ao Brasil. Observe que a Região Hidrográfica do Amazonas da região Amazônica, sendo a
possui o maior percentual de área e vazão média, entretanto apresenta média nacional igual a 21 L/s.
km2. A baixa vazão específica
baixo percentual de população. Situação contrária a esta observamos na observada na região do Pantanal
Região Hidrográfica do Paraná, que possui 32% da população do País, e (região hidrográfica do Pantanal)
nas Regiões Costeira do Nordeste Oriental e Costeira do Sudeste, com mostra que esta área, apesar
da abundância de água oriunda
um percentual de população de 20% e 15%, respectivamente.
na região de Planalto, não é
produtora de água, resultando
em baixa contribuição da região
do Pantanal ao escoamento
superficial. No Pantanal há uma
expressiva perda de água por
evapotranspiração (ANA, 2005).
Constitui-se um importante
indicador de grau de
desenvolvimento das
comunidades. Para se ter ideia,
um povoado rural, com uma faixa
de população menor que 5.000
habitantes, apresenta, em média,
um consumo per capita de 90 a
140 litros/hab.dia, enquanto que, Figura 5- Total de água na Terra e distribuição de água doce no planeta.
em grandes cidades, o consumo Fonte: Adaptado de Setti et al, 2001.
pode chegar a 300 l/hab.dia
(Sperling, 1996). A distribuição espacial dos recursos hídricos no mundo é muito variável,
assim como a distribuição demográfica. Em uma análise da disponi-
bilidade hídrica por unidade de área de cada país, podemos observar
que grandes diferenças existem na distribuição geográfica dos recursos
hídricos. A Mauritânia, por exemplo, possui uma disponibilidade hídrica de
388,3 m3/km2.ano, enquanto que o Panamá apresenta 1.800.000 m3/km2.
ano. O mesmo ocorre com a disponibilidade hídrica por habitante (per
capita). Tanto a má distribuição espacial dos recursos hídricos como
da população sobre a Terra geram os mais variados cenários. Existem
situações em que a escassez se dá pela baixa disponibilidade hídrica na
região em um dado momento, em outras, mesmo havendo alta disponi-
bilidade, a escassez é ocasionada devido a uma excessiva demanda de
utilização dos recursos hídricos.
Figura 7- Evolução do volume de água utilizado por diversos setores ao longo dos anos.
Fonte: Adaptado de Shiklomanov, apud Setti et al, 2001.
Atividades Propostas
1. Descreva, de forma sucinta, os caminhos que a água percorre no
ciclo hidrológico.
Bibliografia Recomendada
BARTH, F. T.; BARBOSA, W. E. S. Recursos Hídricos. Texto não publi-
cado. 1999. 46 p.
Aula 02
Bacia Hidrográfica e os Recursos Hídricos
Superficiais e Subterrâneos
Nesta aula, trataremos do conceito de bacia hidrográfica, da interação 21
da água superficial e subterrânea e algumas das características que O conceito de bacia hidrográfica
foi difundido e consolidado
exercem influência no comportamento hidrológico da bacia. Também será no mundo todo perante as
descrito, de forma sucinta, como são obtidas algumas variáveis hidroló- necessidades de enfrentar a
gicas utilizadas em modelos e apresentados alguns equipamentos que poluição, a escassez, os conflitos
gerados pelo uso da água, entre
fazem o registro desses dados. outros. No Brasil, esse conceito
passou a ser desenvolvido em
Diante da necessidade de recuperação dos recursos naturais afetados meados dos anos 70. No estado
pela degradação ambiental e com a intenção de promover a gestão inte- de São Paulo, as primeiras
grada do meio ambiente, surge, a partir da década de 70, uma nova visão experiências surgiram em 1976,
na região metropolitana, com
para a gestão dos recursos hídricos no Brasil, que tem a bacia hidrográ- a criação do Comitê do Acordo
fica como unidade de planejamento. firmado entre o estado de São
Paulo e o Ministério das Minas e
A importância em se adotar a bacia como unidade básica de plane- Energia.
jamento está no fato de suas características estarem, intimamente,
relacionadas com a qualidade e quantidade de água produzida. Aspectos,
como a área da bacia, o relevo, o padrão da drenagem, o uso e ocupação
do solo, entre outros, exercem forte influência sobre o regime de escoa-
mento e a qualidade da água.
Bacia Hidrográfica
O conceito de bacia hidrográfica ou bacia de drenagem é simples de
entender. Podemos conceituá-la como sendo a área drenada por um ou
mais cursos d´água, delimitada pelo divisor de água, de modo que toda
precipitação se dirija para uma única saída, em seu ponto mais baixo,
denominada foz ou exutório da bacia.
É preciso salientar que, mais que uma simples região geográfica, a bacia
é um sistema ecológico onde os processos físicos, químicos e biológicos
acontecem de forma interligada e dependente, não respeitando os limites
geográficos impostos pelo homem. Trabalhar com a bacia hidrográfica
requer não só o entendimento do conceito, mas, principalmente, das
22
interações que ali ocorrem.
23
compactação do solo.
30
Atividades Propostas
1. Por que a bacia hidrográfica deve ser considerada como unidade de
planejamento de recursos hídricos? E como você definiria
microbacia?
2. O armazenamento hídrico numa bacia é feito tanto superficialmente
como no subsolo. Qual das duas reservas está mais exposta à ação
da evaporação? Por quê?
3. Descreva como identificar um rio perene, intermitente e rio efêmero.
4. Escolha uma atividade antrópica e, a partir dela, descreva como o
uso e a ocupação do solo podem alterar a quantidade e/ou quali-
dade da água na bacia hidrográfica.
5. Cite vantagens e desvantagens do uso da água subterrânea e da
água superficial no suprimento das demandas geradas por
diversos usos.
Bibliografia Recomendada
BARBOSA, I. M. B. R. Contribuição aos estudos de regionali-
zação de vazões a partir do conhecimento do meio físico
– estudo de caso: bacia do rio São Francisco. Recife, PE.
Originalmente apresentada como dissertação de mestrado, Universidade
Federal de Pernambuco. 2002. 118p.
A qualidade da água, numa bacia hidrográfica é resultante de fenômenos A primeira legislação federal
naturais e da atuação do homem. Diante desta realidade, faz-se neces- específica que trata da poluição
das águas foi o Decreto Federal
sário, para o gerenciamento da qualidade da água, uma legislação que
50.877, de 1960. Neste Decreto
classifique os corpos d´água e os enquadre dentro de uma das classes, é previsto o tratamento de
segundo seus usos previstos. efluentes sólidos, líquidos
e gasosos, domiciliares ou
Os objetivos desta aula são compreender como o meio ambiente inter- industriais, antes de seu
lançamento, além de prever a
fere nas características da água; entender como a legislação brasileira classificação das águas segundo
estabelece os padrões de qualidade dos corpos d´água e para o lança- seus usos preponderantes.
mento de efluentes no corpo receptor, motivar o aluno a aprofundar seus Este Decreto teve um critério
regulamentado pela Portaria 13/
conhecimentos em relação aos aspectos que influenciam na qualidade
Minter, de 1976, classificação
das águas numa bacia hidrográfica. precursora da Resolução Nº
20/86, do Conselho Nacional
de Meio Ambiente, atualmente
substituída pela Resolução Nº
Características da Água 357, de 2005. (PANTE, 2006)
http://www.brasilescola.com/
quimica/substancias-naturais.htm
Uso Especial 1 2 3 4
Abastecimento para consumo X (a) X (b) X (c) X (d)
humano
Preservação do equilíbrio natural X
das comunidades aquáticas
Preservação dos ambientes aquá
ticos em unidades de conservação X
de proteção integral.
Proteção das comunidades aquá- X(h) X
ticas
Recreação de contato primário,
tais como natação, esqui aquático X X
e mergulho, conforme Resolução
CONAMA 274/2000 (balneabilidade)
Irrigação X(e) X(f) X(g)
Aquicultura e à atividade de pesca X
Pesca amadora X
Dessedentação de animais X
Recreação de contato secundário X
Navegação X
Harmonia paisagística X
Uso Especial 1 2 3
Preservação dos ambientes aquáticos em
unidades de conservação de proteção X
integral
Preservação do equilíbrio natural das comu- X
nidades aquáticas
Recreação de contato primário X
Proteção das comunidades aquáticas X
Aqüicultura e atividade de pesca X
Abastecimento para consumo humano X(a)
Irrigação X(b)
Pesca amadora X
Recreação de contato secundário X
Navegação X
Harmonia paisagística X
(a) Após tratamento convencional ou avançado.
(b) De hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se desenvolvam rentes ao
solo e que sejam ingeridas cruas, sem remoção de película, e a irrigação de parques,
jardins, campos de esporte e lazer, com os quais o público possa vir a ter contato direto.
Para cada classe, seja para água doce, salobra ou salina, há um conjunto
de parâmetros de qualidade selecionado, em que estão estabelecidos
os valores máximos admissíveis. Esses valores, segundo a Resolução
357/05, deverão ser monitorados periodicamente pelo órgão gestor de
meio ambiente e recursos hídricos para a garantia do enquadramento e,
consequentemente, o cumprimento da legislação.
Um ponto importante a salientar nesta Resolução é referente aos cor-
pos d´água não enquadrados. Ela diz que, enquanto não aprovados os
respectivos enquadramentos, as águas doces serão consideradas classe
2, as salinas e salobras, classe 1, exceto se as condições de qualidade
atuais forem melhores, o que determinará a aplicação da classe mais
rigorosa correspondente.
Bibliografia Recomendada
BRASIL. Agência Nacional de Águas (ANA). Conjuntura dos Re-
cursos Hídricos no Brasil 2009. Brasília. 2009. 204 p. Disponível
em: <http://www.ana.gov.br/AcoesAdministrativas/CDOC/Catalogo_
imgs/2009/20090417_Conjuntura_dos_recursos_hidricos_no_Brasil_2009.
pdf> Acesso em: maio/09.
A Oscilação do Sul é a
variação anômala da
pressão atmosférica
tropical, sendo uma
resposta aérea ao El Niño
ou anti-El Niño (La Niña),
associada a mudanças
na circulação geral da
atmosfera (Cirilo et al,
2007).
Tão importante quanto a quantidade de chuvas que cai sobre uma região
é a distribuição espacial e temporal das mesmas. Quando estas se
concentram em um determinado período, provocam a formação de uma
estação úmida, que se alterna com uma estação seca e o clima se torna
tanto mais árido, quanto mais prolongada for a estação de estiagem.
58
59
Atividades Propostas
1. Na sua opinião, os critérios utilizados para a nova delimitação do
Semiárido brasileiro é mais coerente? Por quê?
3. O aproveitamento das águas das chuvas pode ser uma boa alterna-
tiva para o suprimento de água no Semiárido? Por quê?
Diante destes fatos, cabe à União e aos Estados a gestão dos recursos
hídricos, como forma de assegurar o uso, controle e proteção das águas,
com vistas ao desenvolvimento sustentável. Para isso, torna-se neces- No endereço abaixo é
sário o estabelecimento de políticas públicas que direcionem as ações disponibilizado o 1º documento
que trata das águas brasileiras, o
governamentais e a criação de órgãos que possam colocá-las em prática.
Código das Águas de 1934.
Conceitos Fundamentais
Alguns recursos ambientais são razoavelmente administrados, admitin-
do-se a propriedade privada sobre estes. Diferentemente do solo, por
exemplo, a água é um bem fluido e móvel, que lhe confere a caracterís-
tica de fazer toda a sociedade sentir as consequências geradas pelo seu
uso. Assim, para promover o uso, controle e proteção das águas, cabe ao
Poder Público a gestão dos recursos hídricos.
As águas brasileiras são divididas sob dois domínios: são bens da União
(águas federais) os rios, lagos e quaisquer correntes em terrenos de
seu domínio ou que banhem mais de um estado da Federação, sirvam
de limites entre outros países ou se estendam a território estrangeiro ou
dele provenham, bem como de terrenos marginais, e as praias fluviais;
são bens dos Estados as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes,
emergentes ou em depósito, encontradas em seu território. Desta forma,
as esferas federal e estadual se dividem na gestão dos recursos hídricos.
O Plano Nacional de Recursos Dentro deste contexto, é oportuno listar e definir alguns elementos essen-
Hídricos é instrumento essencial
ciais que compreendem a gestão dos recursos hídricos.
para a gestão dos recursos
hídricos. No Brasil, o primeiro
Plano Nacional foi elaborado A gestão dos recursos hídricos deve partir de uma Política adotada pelo
66 em 1985, pelo Departamento órgão gestor, que consiste na definição de princípios doutrinários em
Nacional de Águas e Energia conformidade com as aspirações sociais e/ou governamentais no que diz
Elétrica- DNAEE. Atualmente,
temos um plano que foi aprovado respeito à regulamentação dos usos, controle e proteção das águas.
em janeiro de 2006, por meio da
Resolução nº 58 do Conselho Contudo, para implementação de uma política de recursos hídricos, é
Nacional de Recursos Hídricos necessário um estudo que adeque os usos, o controle e a proteção das
- CNRH.
águas às aspirações sociais e/ou governamentais expressas na Política.
O Plano de Recursos Hídricos é um documento que consolida um pla-
nejamento da utilização, preservação e recuperação da água e viabiliza
sua execução.
68
Fundamentos
A Lei, seguindo os rigores técnicos para o estabelecimento de uma
Política, foi construída sob os seis fundamentos a seguir:
Objetivos
Os objetivos devem estar apresentados de forma clara e objetiva numa
Política. No caso da Política Nacional de Recursos Hídricos, são estabe-
lecidos os seguintes objetivos:
Instrumentos
Os instrumentos dão força à gestão dos recursos hídricos, indicando os
meios pelos quais a política pode ser exercida.
A Política Nacional de Recursos Hídricos define seis instrumentos para a
gestão dos recursos hídricos:
Esta Secretaria presta o apoio técnico, administrativo e financeiro Nos rios de domínio da União,
necessários à operacionalização do CNRH. os comitês de bacia hidrográfica
são criados por decreto do
Presidente da República. Nos
rios de domínio estadual, os
» Agência Nacional de Águas (ANA) - autarquia que tem como
comitês são criados conforme
sua principal atribuição a implementação da Política Nacional dispuserem as respectivas leis
de Recursos Hídricos e a coordenação do Sistema Nacional de estaduais de recursos hídricos.
Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH). A ANA foi criada Já foram criados e estão em
plena atividade os comitês das
pela Lei n. 9.984/2000 e instalada pelo Decreto 3.692, de 19 de bacias hidrográficas dos rios
dezembro de 2000. Paraíba do Sul, São Francisco,
Doce, Piracicaba/Capivari/
Jundiaí e Verde Grande. Vários
» Conselhos de Recursos Hídricos dos Estados e do Distrito 75
outros estão em fase de criação
Federal (CERHs) - órgãos com funções de caráter normativo e (Revista Plenarium /2006).
deliberativo semelhantes ao CNRH.
Notamos pela Lei 9.433/97 que as Agências de Águas devem ser autos-
sustentáveis financeiramente. Sendo assim, sua viabilidade financeira
não pode ser buscada no orçamento da União, dos Estados e dos
Municípios.
Outro ponto importante está no seu art. 51: “Os consórcios e associações
intermunicipais de bacias hidrográficas mencionadas no art. 47 poderão
receber delegação do CNRH ou dos Conselhos Estaduais por prazo
determinado, para o exercício de competência das Agências de Águas,
enquanto esses organismos não estiverem constituídos”.
Atividades Propostas
78
1. De acordo com os conceitos apresentados, diferencie o termo ges-
tão e gerenciamento de recursos hídricos.
Bibliografia Recomendada
BRASIL. Agência Nacional de Águas (ANA). Conjuntura dos Re-
cursos Hídricos no Brasil 2009. Brasília. 2009. 204 p. Disponível
em: <http://www.ana.gov.br/AcoesAdministrativas/CDOC/Catalogo_
imgs/2009/20090417_Conjuntura_dos_recursos_hidricos_no_Brasil_2009.
pdf> Acesso em: maio/09.
BRASIL. Senado Federal. Lei Federal nº 9.433/97. Brasília, DF. 1997.
Institui a Política de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerencia-
mento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Consti-
tuição Federal e altera o art. 1º da Lei 8.001, de 13 de março de 1990, que
modificou a Lei 7.990, de 28 de dezembro de 1989. Disponível em:< http://
www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=legislacao.index&tipo=4&pag=2& >
Acesso em: junho/09.
SETTI, Arnaldo Augusto. Legislação para uso dos recursos hídricos. In:
SILVA, D. D.; PRUSKI, F. F. (Org.). Gestão de recursos hídricos:
aspectos legais, econômicos e sociais. Brasília: Ministério do
Meio Ambiente; Viçosa: Universidade Federal de Viçosa e Porto Alegre:
Associação Brasileira de Recursos Hídricos, 2000. p. 203-226.
Atualmente são 149 comitês de Diante das pressões exercidas pelos governos estaduais e a sociedade
bacia existentes no país. Destes,
civil organizada, o Governo Federal criou comitês em três grandes
141 foram criados em âmbito
estadual. No ano de 2007, foram bacias hidrográficas brasileiras: Paraíba do Sul, Alto Paraguai-Pantanal e
criados seis comitês de bacia: Piranhas-Açu.
CBHs do rio Guandu, Santa
Maria da Vitória e do rio Jucu, A Lei das Águas (9.433/97), que instituiu a Política Nacional e criou o
no estado do Espírito Santo;
CBH dos rios Jaguari/Piracicaba,
Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH),
em Minas Gerais, CBH do rio foi marco fundamental na implementação dos Comitês de Bacias
Capibaribe, em Pernambuco; Hidrográficas no Brasil.
e CBH do rio Japaratuba, em
Sergipe. (ANA, 2009) O SINGREH tem, conforme visto na aula 5, os comitês de bacias hidro-
gráficas como um dos integrantes do Sistema.
Para dar uma visão geral sobre a atual situação de outorgas de direito de
uso de recursos hídricos no Brasil, é apresentada a Figura 3.
Analisando os dados de
outorga por região hidrográfica,
verifica-se que a região
Amazônica, do Paraguai e
Parnaíba possuem menos que
16m³/s de vazão outorgada
cada uma e, somadas, não
chegam a 1% do total no País.
Para a Região Hidrográfica
Atlântico Nordeste Ocidental
que está situada, basicamente,
no Maranhão e numa pequena
porção oriental do estado do
Pará não há outorgas emitidas
até 2007. (ANA, 2009)
88
Figura 4- Distribuição das outorgas emitidas no Brasil, em 2007, por finalidade de uso.
Fonte: ANA, 2009.
A cobrança pelo uso da água pode ser efetuada sob dois mecanismos:
um referente à produção de eletricidade e outro relativo aos demais
setores usuários, tendo esses mecanismos formas diferenciadas de
implementação.
Planos de Bacias
Assim como em muitas ações governamentais, a gestão das águas deve
ser resultado de um processo de planejamento e, neste processo, os
planos são fundamentais. Na formulação da Política, seja ela nacional
ou estadual, devem ser estabelecidos instrumentos de gestão de recur-
sos hídricos, garantindo os meios para se chegar ao cenário desejável.
Dentre estes, o plano de recursos hídricos é o responsável por materia-
lizar, em um documento, um planejamento com vistas a organizar o uso,
controle e proteção das águas.
Atividades Propostas
1. Pesquise, no órgão gestor de recursos hídricos do seu Estado,
sobre:
a) Os comitês de bacias hidrográficas implantados e a sua atua-
ção na gestão dos recursos hídricos;