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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO

CAMPUS CARAÚBAS
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
DISCIPLINA: FUNDAÇÕES E ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO

CARACTERIZAÇÃO DOS ELEMENTOS DE FUNDAÇÕES APLICÁVEIS EM


EDIFICAÇÕES NA REGIÃO DE FLORIANÓPOLIS
ESTUDO DE CASO 6 – UNIDADE PVg – RELEVO MUITO ONDULADO

JOSÉ ARTHUR
THAYSE SILVA LOPES

CARAÚBAS - RN
2017
JOSÉ ARTHUR1
THAYSE SILVA LOPES1

CARACTERIZAÇÃO DOS ELEMENTOS DE FUNDAÇÕES APLICÁVEIS EM


EDIFICAÇÕES NA REGIÃO DE FLORIANÓPOLIS
ESTUDO DE CASO 6 – UNIDADE PVg – RELEVO MUITO ONDULADO

Trabalho apresentado para disciplina de Fundações e


Estruturas de Contenção na Universidade Federal
Rural do Semi-Árido (UFERSA), como exigência
para obtenção parcial da nota da primeira unidade.

Profª. Ma. Desireé Alves de Oliveira2

CARAÚBAS - RN
2017

1
Graduandos em Engenharia Civil pela UFERSA Campus Caraúbas – arthurbatista_15@hotmail.com,
thaysilva123@hotmail.com.
2
Graduada em Engenharia Civil pela UFRN, e mestre em Geotecnia pela UFRN –
desiree.alves@ufersa.edu.br.
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 5

2. OBJETIVOS............................................................................................................. 6

3. JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 6

4. ÁREA DE ESTUDO E IMPLANTAÇÃO DA OBRA ........................................... 7

4.1. ASPECTOS LOCAIS – ESTADO E CIDADE ................................................ 7

4.2. ASPECTOS DO LOCAL DA OBRA............................................................... 8

4.3. ASPECTOS DO SOLO LOCAL – PERFIL DO SOLO ................................ 10

4.4. CARACTERÍSTICAS DO SOLOS ................................................................ 12

5. CARACTERÍSTICAS DA OBRA......................................................................... 12

6. ANÁLISE DAS FUNDAÇÕES ............................................................................. 13

6.1. FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS (DIRETAS OU RASAS) ............................ 13

6.1.1. Sapata ......................................................................................................... 13

6.1.2. Radier ......................................................................................................... 15

6.2. FUNDAÇÃO PROFUNDA DIRETA ............................................................ 17

6.2.1. Tubulão ....................................................................................................... 17

6.3. FUNDAÇÕES PROFUNDAS ........................................................................ 18

6.3.1. Estaca Broca ............................................................................................... 18

6.3.2. Estaca Pré-Moldada de Madeira ................................................................. 20

6.3.3. Estaca Pré-Moldada de Concreto ............................................................... 21

6.3.4. Estaca Strauss ............................................................................................. 23

6.3.5. Estaca Pré-Moldada Metálica ..................................................................... 25

6.3.6. Estaca Hélice Contínua............................................................................... 26

6.3.7. Estaca Franki .............................................................................................. 28

6.3.8. Estaca Ômega ............................................................................................. 30

6.3.9. Estaca Mega................................................................................................ 32

6.3.10. Estaca Raiz ............................................................................................... 34


7. ANÁLISE CRITICA DOS CUSTOS DAS POSSÍVEIS FUNDAÇÕES .............. 36

8. CONCLUSÕES ...................................................................................................... 37

9. REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 39

ANEXOS ........................................................................................................................ 42
1. INTRODUÇÃO

Devido os grandes avanços das áreas que abrangem a construção civil, destaca-se a
Engenharia de Fundações, seu desenvolvimento confunde-se com a própria evolução da
Engenharia Geotécnica (que abrange aspectos sobre fundações, obras de contenção mecânica
dos solos e barragens). Fundação na construção civil pode ser definida como estruturas
realizadas com a finalidade de receber as cargas de uma edificação e transmitir estas às camadas
resistentes do solo (AZEREDO, 1998).
Para Andrade (2003), a Engenharia de Fundações é uma área de conhecimento que
compreende os estudos, testes e cuidados, para o desenvolvimento de soluções para os mais
diversos problemas que se apresentam. E de acordo com Silva (2003), a Engenharia de
Fundações é o ramo da engenharia civil que se destina ao projeto e à execução da fundação de
uma obra, ou melhor, dos elementos estruturais de fundações de uma obra, sendo o seu escopo
projetar e executar fundações otimizadas, que sejam ao mesmo tempo seguras, econômicas e
duráveis.
A Norma Brasileira, NBR 6122/1996 que trata dos Projeto e Execução de Fundações,
apresenta as fundações divididas em duas categorias: as fundações diretas ou superficiais e as
fundações profundas. A criação de projetos de fundações requer um conhecimento prévio e
adequada sobre as características do solo, ou seja, a identificação e classificação de suas
camadas.
De acordo com Quaresma (1998), este conhecimento pode ser adquirido por meio de
ensaios de investigação (ou prospecção) geotécnica, classificados em: ensaios de laboratório e
ensaios de campo. O ensaio SPT tem sido amplamente aplicado e utilizado para realização de
amostragem, identificação dos horizontes do solo, previsão da tensão admissível de fundações
diretas em solos granulares e correlações com outras diversas propriedades geomecânicas dos
solos (DANTAS NETO, 2008, p. 18).
Segundo SCHNAID (2000), o custo envolvido na execução de sondagens de
reconhecimento, no Brasil, varia entre 0,2 e 0,5% do custo total da obra, sendo estas
informações indispensáveis na previsão dos custos para a solução de projetos.
A quantidade de dados necessários para à determinação das fundações é relativa a cada
situação, variando em função de fatores como porte da edificação, funcionalidade, concepção
estrutural adotada, problemas relativos ao solo, entre outras (ANDRADE, 2003).
A antecipação dos valores das cargas admissíveis para um elemento de fundação e a
profundidade ideal para sua implantação comumente configuram uma solução complexa, que
dever avaliada e estabelecida pelo engenheiro. O principal problema encontra-se na dificuldade
em identificar a composição dos solos existentes no local, os quais juntamente com os
elementos de fundação constituem a infraestrutura e mantém todo o sistema estrutural
(ANDRADE, 2003).
Diante do exposto, para à escolha das fundações adequadas, o profissional de engenharia
deve trabalhar todos os dados disponíveis para efetuar a correta a análise qualitativa das
informações, e quantitativa com relação aos custos das soluções adotadas.
Para isto, é necessário se ter um grande conhecimento, não só acerca da composição e
caracterização dos solos, como também acerca das técnicas, soluções e custos provenientes da
execução de fundações.

2. OBJETIVOS

2.1. OBJETIVO GERAL

Definir o elemento de fundação aplicável em uma edificação, que será executada na


quadra entre as ruas Hoepecke e Padre Roma no Centro de Florianópolis-SC.

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Avaliar todas as fundações existentes, apresentando suas aplicabilidades para a situação


verificada no local da obra;
 Indicar quais tipos de fundações podem ser utilizadas para o projeto em questão;
 Apresentar a fundação mais viável tecnicamente e economicamente dadas as
características e aspectos da obra.

3. JUSTIFICATIVA

A tomada de decisão quanto ao tipo de fundação para uma determinada obra, requer
diversas análises. Com isso o presente trabalho desenvolve-se mediante à importância do
conhecimento e habilidade para a escolha de fundações nas mais variadas situações, para a
disciplina e para o profissional em formação.
A partir do estudo de caso abordado por Andrade (2003) - Caracterização dos Elementos
de Fundações aplicáveis em Edificações na região de Florianópolis, será realizado um novo
estudo de caso, mantendo-se as condições do terreno e modificando-se a obra a ser implantada
no local, onde será verificado os tipos de fundações que podem ser executadas na unidade PVg,
fazendo uma análise crítica, com um embasamento de pesquisa bibliográfica, verificando a
viabilidade técnica e econômica das escolhas propostas.

4. ÁREA DE ESTUDO E IMPLANTAÇÃO DA OBRA

4.1. ASPECTOS LOCAIS – ESTADO E CIDADE

Florianópolis é a capital do estado brasileiro de Santa Catarina, na região Sul do país. O


município é composto pela ilha principal, a ilha de Santa Catarina, a parte continental e algumas
pequenas ilhas circundantes. De acordo com dados do IBGE, a população estimada do
município de Florianópolis é de 485 838 habitantes, de acordo com o senso de 2010. Mediante
informações obtidas pelo IBGE, Florianópolis apresenta 87,8% de domicílios com esgotamento
sanitário adequado, 32% de domicílios urbanos em vias públicas com arborização e 54,4% de
domicílios urbanos em vias públicas com urbanização adequada (presença de bueiro, calçada,
pavimentação e meio-fio).
É o segundo município mais populoso do estado e o 47º mais populoso do Brasil.
Conhecida por ter uma elevada qualidade de vida, sendo a capital brasileira com maior
pontuação do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), calculado pelo PNUD, das Nações
Unidas.
No estado de Santa Catarina as atividades econômicas dividem-se da seguinte forma: A
região oeste contém o polo agroindustrial; Na região Norte o polo de eletrometalmecânico; O
polo madeireiro na região de planalto e serra (maior parque moveleiro da América Latina); Polo
têxtil no vale do Itajaí; Polo mineral na região sul; E na capital, o polo tecnológico e turístico
(OPORTUNIDADE E NEGÓCIOS, 2012).
Trata-se de uma região altamente heterogênea, no que diz respeito, a sua economia, onde
a indústria eletrometalmecânica não é baseada apenas na indústria de aço (visto que toda região
sul do país possui destaque nesta área), apontando também para produção de máquinas,
equipamentos, motores e etc. A companhia Siderúrgica de Tubarão é líder mundial no mercado
de placas de aço, registrando um dos mais baixos custos de produção de aço do mundo.
Pode-se constatar que a economia de Florianópolis é fortemente baseada na tecnologia da
informação e no turismo, como principal meio, visto que a cidade tem 42 praias e é um centro
de atividade de navegação.
A figura 1 mostra a localização, bem como as delimitações do estado de Santa Catarina,
com o destaque da área que compreende o município de Florianópolis.

Figura 1: Localização do Estado e do Município

Fonte: Google, 2017.

Florianópolis localiza-se a três metros acima do nível do mar, entre os paralelos de 27°22'
e 27°50' na Latitude Sul e 48°20' a 48°20' na Longitude a Oeste, ao largo do litoral Atlântico.
Separa-se do continente, por um estreito canal de 500 metros de largura que divide a Baía em
Norte e Sul e com uma profundidade que já atingiu 28m. É ligada ao continente por três pontes,
sendo uma em estrutura metálica, desativada para o tráfego.
Os limites geográficos do município estão assim configurados: dividido por duas porções
de terras, uma refere-se à Ilha de Santa Catarina que possui uma área de 424,4 km² de forma
alongada no sentido norte-sul – 54/18km, a leste é banhada pelo oceano atlântico, ao norte pela
baía norte e ao sul pela baía sul, com outra porção localizada na área continental, com área de
12,1km², conhecida como continente, limitando-se a oeste com o município de São José.

4.2. ASPECTOS DO LOCAL DA OBRA

A obra será localizada na quadra entre as ruas Hoepcke e Padre Roma, no Centro de
Florianópolis. A ocupação da região tem ocorrido de duas maneiras:
1. Edificações de grande porte;
2. Residências;
As imagens 2, 3 e 4, a seguir, apresentam o local onde a obra será realizada. Propõem-
se a realização da obra no terreno demarcado, visto que o mesmo apresenta dimensões e
localização que favorecem sua execução. Localizado na rua Conselheiro Mafra, no centro de
Florianópolis.

Figura 2: Imagem de Satélite - Local da obra

Fonte: Google Maps, 2017.

Figura 3: Terreno

Fonte: Google Maps, 2017.


Figura 4: Frente do terreno

Fonte: Google Maps, 2017.

4.3. ASPECTOS DO SOLO LOCAL – PERFIL DO SOLO

Para este local, onde se verifica um relevo fortemente ondulado, tem-se o seguinte perfil
da Figura 5. O perfil em estudo é caracterizado por um corte longitudinal. A ocorrência de perfis
estratigráficos (a estratigrafia é o ramo da geologia que estuda os estratos ou camadas de rochas,
buscando determinar os processos e eventos que as formaram. Basicamente segue o princípio
da sobreposição das camadas) junto aos morros é significativa na unidade PVg. Dada a situação
constata-se à viabilidade geotécnica para fundações nessa unidade.

Figura 5: Perfil do solo local

Fonte: ANDRADE, 2003.


4.3.1. Unidades PVg

De acordo com Andrade (2003), a classe de solos denominada de PVg representa a


associação de solos Podzólicos Vermelho-Amarelo com substrato de granito. Esta unidade
geotécnica é a mais heterogênea e com maior ocorrência dentre todas mapeadas, encontra-se
subdividida quanto ao material de origem dos solos: Granito Ilha e Granito Itacorubi.
A unidade é predominantemente composta por solos originados do Granito Ilha, que se
apresentam em cores mais claras em tons de cinza e rosa, com textura grosseira, fato que origina
solos predominantemente granulares (ANDRADE, 2003).
Um perfil típico desta unidade constitui-se dos horizontes: “A”, “B”, “C”, “RA” e “R”.
O horizonte “A” é arenoso e apresenta cores, com tonalidades claras de marrom. Em geral, as
espessuras dos horizontes “A” e “B” são inferiores a 1 e 3 metros, respectivamente
(ANDRADE, 2003).
O horizonte “C” é mais profundo, apresentando cores rosadas e amareladas, minerais
primários e espessuras que chegam a 25 metros. Estes se caracterizam por exibir a estrutura da
rocha, mostrando claramente os planos de falhas e fraturas remanescentes da mesma,
verificando-se a ocorrência, em associações, com solos litólicos. Neste horizonte, o grau de
intemperismo varia com a distância da rocha de origem, apresentando uma textura mais
grosseira se comparada ao horizonte “B” (ANDRADE, 2003).
Ocorrem variações horizontais que dependem do início do processo de intemperismo
segundo os planos de falha da rocha. Os planos iniciais de argilização ficam preservados e
interferem na resistência dos taludes. Os solos desta unidade são, em geral, bem drenados, com
facilidade de percolação d'água (ANDRADE, 2003).
O índice de resistência à penetração verificado no ensaio SPT, varia de 5 a 7 golpes para
o horizonte “B”, sendo crescente com a profundidade no horizonte “C”. O horizonte “C”
apresenta índices de resistência a penetração NSPT superior a 20 golpes. A profundidade do
impenetrável à percussão é bastante variável, em função da formação de matacões e blocos de
rocha, cenário típico do processo de alteração dos granitos (ANDRADE, 2003).
O granito proporciona uma textura mais grosseira que o diabásio. Todavia, a distinção
entre os horizontes “B” de granito e diabásio é bastante complicada. Isto porque, ambos
possuem cor vermelha e a denominação do silte ou argila atribuída em campo, muitas vezes,
não reflete na granulometria do solo (ANDRADE, 2003).
Os solos originados da alteração Granito Itacorubi apresentam-se com uma textura média
e são mais escuros do que a do Granito Ilha. Esse tipo de rocha origina solos mais argilosos,
mais plásticos e mais espessos do que o Granito Ilha. Em geral, estes solos preenchem zonas de
falhas, fazendo contato do tipo intrusivo com o Granito Ilha e apresentam espesso perfil de
alteração, chegando a, aproximadamente, 20 metros de profundidade (ANDRADE, 2003).

4.4. CARACTERÍSTICAS DO SOLOS

Os perfis longitudinais de distribuição dos solos nesta região apresentam as seguintes


características:
a) Um índice de resistência NSPT entre 5 e 7 golpes do 1º ao 3º metro de profundidade,
onde se encontra o horizonte “B”;
b) O número de golpes verificado nas sondagens SPT é superior a 20 no horizonte “C”,
sendo crescente com a profundidade;
c) Os solos desta unidade podem ser encontrados poucos metros abaixo do topo dos
morros, sob os Cambissolos de granito e acima dos Cambissolos de depósito de encosta;
d) “Os solos das elevações na unidade PVg apresentam recalques imediatos, os quais
podem ser previstos e calculados a partir dos resultados dos ensaios em laboratório
(compressão confinada). Estes solos não apresentam recalques por adensamento e os
recalques secundários não são significativos. Nos solos porosos os recalques por
adensamento não existem devido à alta permeabilidade. Se inundados, entretanto,
podem apresentar recalques instantâneos por colapso estrutural desde que o material de
origem não seja o granito” (SANTOS, 1997).

5. CARACTERÍSTICAS DA OBRA

Pretende-se implantar a infraestrutura de uma edificação comercial composta por um


pavimento 11 pavimentos mais um nível de subsolo. Esta é composta de 98 pilares que
transferem ao solo cargas de 170kN até 5.200kN, sendo que a média destas cargas atinge
1.400kN.
6. ANÁLISE DAS FUNDAÇÕES

6.1. FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS (DIRETAS OU RASAS)


6.1.1. Sapata

A sapata é uma fundação superficial, logo necessita que as primeiras camadas de solo
apresentem resistências consideráveis para suportar as cargas à que são impostas. Podem ser do
tipo isolada, associada, corrida ou alavancada. As fundações superficiais são bastante utilizadas
no Brasil devido a seu baixo custo (PACHECO, 2010).

Figura 6: Sapata

Fonte: http://www.fazfacil.com.br/reforma-construcao/sapatas-da-construcao/

De acordo com Beberian (2001, apud ANDRADE, 2003), o assentamento de sapatas pode
ser qualificado de acordo com os números de golpes das sondagens SPT, como mostra a Figura 7.

Figura 7: Qualificação da camada de assentamento em função do SPT

Fonte: ANDRADE, 2003.


O perfil de solo em estudo apresenta principalmente camadas de solos com NSPT
classificados como bom e ideal. A seguir, encontra-se disposto na Tabela 1 a análise do uso da
fundação sapata para o terreno analisado.

Tabela 1

Características Sapata Requisitos Verificação


Capacidade de Carga (tf) --- 520 OK*
Faixa NSPT --- 20-30**** OK
Execução abaixo do NA NÃO NÃO OK
Vibração NÃO NÃO OK
Análise de Bulbos 2.b NSPT 20-30 OK
Acessibilidade do Equipamento SIM SIM OK
Profundidade Máxima (m) 3 2** OK
Produtividade (m/diários) Variável Variável OK
Execução de Matacões SIM*** SIM OK
*A capacidade de carga baseia-se nas dimensões adotadas.
**Com retirada de 3 metros para Subsolo.
***Matacões de pequeno porte podem ser removidos.
****Entre 20-30, para fundações rasas, tem-se camadas de solo com qualidade que varia
de boa a ideal.

Segundo Yopanan (2008), a tensão admissível relacionada com o tipo de solo areno
siltoso é que:
σ_adm = N/7,5 x 10000 (kgf/m²)
onde N é o menor valor de NSPT do bulbo de tensões. Então teremos que:
σ_adm = 31/7,5 = 41333,3 Kgf/m² = 413,3 KN/m²
Assim podemos achar a área necessária através da fórmula de tensão:
σ = F/A → A = 5200/413,3 = 12,6 m2
onde a força aplicada pelo maior pilar é de 5200 KN, podendo resultar numa sapata de 3,5x3,5
metros.
Logo, com essa análise podemos considerar que a utilização de sapata pode ocorrer no
caso de dimensões que cheguem a 12,6 m². Ou seja, com dimensões de 3,5 metros de lado
(adotando a quadrada), no que resultaria uma proximidade entre elas, podendo tomar como
solução a criação de sapata associada. Outra possível solução é empregar essas medidas apenas
no pilar que concentra maior carga executando os demais cálculos de dimensões para os demais
pilares e aplicando as sapatas isoladas, ocasionando uma maior dificuldade executiva.
O solo no qual será assentada, após a escavação de 3 metros de profundidade para
execução de subsolo, possui boa resistência. A partir do qual sua profundidade máxima de 3
metros, não deve ser ultrapassada por questões de viabilidade econômica (assentamento a 2
metros). A dimensão de base da sapata e seu bulbo de tensões, compreende valores
considerados ideais e atingiria a camada rochosa na sua base. Vale salientar que pelas
construções vizinhas, a profundidade do bulbo dobraria, porém ainda continuaria com as
mesmas características por já ter atingido a camada rochosa.

6.1.2. Radier

O radier funciona com uma laje de concreto armado sobre o solo, é mais utilizado em
obras de pequeno porte, assim como é uma fundação do tipo rasa, é necessário que as primeiras
camadas de solo apresentem uma resistência para o suporte de cargas. Esse tipo de fundação
não requer escavação, tornando-se bastante vantajosa comparada às outras, devido a sua
praticidade, redução de mão de obra e tempo de execução (PACHECO, 2010).
Segundo Rebello (2011), fundações superficiais só são técnica e economicamente viáveis
quando a profundidade não ultrapassar 3 metros e o número de golpes do SPT for maior ou
igual a 8, pois o limite 8 indica a resistência mínima necessária para o uso de fundação direta,
já o limite de profundidade se deve ao custo da escavação.

Figura 8: Radier

Fonte: http://www.fazfacil.com.br/reforma-construcao/sapatas-da-construcao/
A seguir, encontra-se disposto na Tabela 2 a análise do uso da fundação radier para o
terreno analisado.

Tabela 2

Características Radier Requisitos Verificação


Capacidade de Carga (tf) --- 520 OK*
Faixa NSPT --- 20-30**** OK
Execução abaixo do NA NÃO NÃO OK
Vibração NÃO NÃO OK
Análise de Bulbos >2.b NSPT 20-30 OK
Acessibilidade do Equipamento SIM SIM OK
Profundidade Máxima (m) 3 2** OK
Produtividade (m/diários) Variável Variável OK
Execução de Matacões SIM*** SIM OK
*A capacidade de carga baseia-se nas dimensões adotadas (espessuras).
**Com retirada de 3m para Subsolo.
***Matacões de pequeno porte podem ser removidos.
****Entre 20-30, para fundações rasas, tem-se camadas de solo com qualidade que varia
de boa a ideal.

Assim, podemos ver que o radier se tornará outra alternativa de fundação, devido possuir
requisitos aceitáveis com a retirada de solo para escavação do subsolo como o NSPT superficial
de boa classificação, e como recomendado, possuir camada superficial com mesmo tipo de solo.
O seu bulbo de tensões é considerado maior que o calculado para sapata, e consequentemente
com a mesma classificação, onde no seu interior apresentaria valores ideais e atingiria a camada
rochosa na sua base. Com relação a presença de matacões, comuns no horizonte “C” da unidade
de solo estudada, PVg, caso seja verificado que estes matacões apresentem pequenas dimensões
é possível realizar sua retirada.
6.2. FUNDAÇÃO PROFUNDA DIRETA

6.2.1. Tubulão

Os tubulões são classificados como fundação profunda e direta, podem ser escavados a
céu aberto ou sob ar comprimido. Este tipo de fundação apresenta algumas vantagens
comparadas a outras, pois gera poucos ruídos e vibrações, pode ser usado em solos que contenha
matacões e rochas, o diâmetro e a profundidade podem ser alterados durante a escavação para
compensar condições de subsolo diferentes do esperado, podendo vir apresentar maiores custos,
quando comparado a outros tipos de fundações, a depender de fatores como: profundidade e
diâmetro (HACHICH ,1998).

Figura 9: Tubulão a céu aberto

Fonte: https://www.escolaengenharia.com.br/tubulao-a-ceu-aberto/

A seguir, encontra-se disposto na Tabela 3 a análise do uso da fundação tubulão para o


terreno analisado.

Tabela 3

Características Tubulão Requisitos Verificação


Capacidade de Carga (tf) 700 520 OK
Faixa NSPT --- 42 OK
Execução abaixo do NA SIM* SIM** OK
Vibração NÃO NÃO OK
Acessibilidade do Equipamento SIM SIM OK
Características Tubulão Requisitos Verificação
Profundidade Máxima (m) 34 9 OK
Produtividade (m/diários) Variável Variável OK
Execução de Matacões SIM*** SIM OK
*Casos de Tubulão com Ar Comprimido.
**Lado Direito do nosso perfil, encontra-se o NA aos 11m.
***Matacões de pequeno porte podem ser removidos.

Portanto, na análise do tubulão se tornaria uma fundação viável. Com relação a presença
de matacões, comuns no horizonte “C” da unidade de solo estudada, PVg, caso seja verificado
que estes matacões apresentem pequenas dimensões é possível realizar sua retirada durante a
escavação do tubulão.

6.3. FUNDAÇÕES PROFUNDAS


6.3.1. Estaca Broca

Trata-se de uma estaca moldada in loco, necessita que seja escavada até encontrar um
solo firme, podendo ser escavada manualmente ou automaticamente com auxílio de maquinas.
Este tipo de fundação é mais indicado para pequenas edificações, pois suportam cargas
relativamente pequenas, as cargas suportadas são de acordo com o diâmetro da broca como
mostra a tabela 4.
Tabela 4: Capacidade de Carga da Estaca Broca
Diâmetro (cm) 20 25 30
Capacidade (tf) 5 7 10
Fonte: (REBELLO, 2011)

Este tipo de fundação possui algumas restrições ao seu uso, como a profundidade,
podendo ser no máximo de 6 metros, a fim de que seja garantida sua boa qualidade de execução
referente a verticalidade e concretagem (REBELLO, 2011).
Figura 10: Estaca broca

Fonte: http://construcaomercado17.pini.com.br/negocios-incorporacaoconstrucao/146/artigo299192-
1.aspx

A seguir, encontra-se disposto na Tabela 5 a análise do uso da estaca tipo broca para o
terreno analisado.

Tabela 5

Características Broca Requisitos Verificação


Capacidade de Carga (tf) 5 – 10 520 X
Faixa NSPT 10 - 25 42 X
Execução abaixo do NA NÃO SIM* X
Vibração NÃO NÃO OK
Acessibilidade do Equipamento SIM SIM OK
Profundidade Máxima (m) 11**** 9 OK
Produtividade (m/diários) 15 Variável OK
Execução de Matacões NÃO*** SIM X
* Lado Direito do nosso perfil, encontra-se o NA aos 11m.
**Se acomodaria em uma camada bastante resistente, porém não na ideal.
***Matacões de pequeno porte podem ser removidos.
****Mecanizado. Caso em que utilize trado manual, limite 8 metros.

Com a aplicação da análise, podemos concluir que a implementação da estaca broca não
pode ser considerada, por apresentar capacidade de carga inferior, necessitando de muitas
unidades para atingir o necessário, se tornando inviável. Também, no quesito de que não
conseguiria chegar a camada rochosa, que seria ideal para maior resistência foi mais um quesito
para desconsidera-la. Além disso sua perfuração não ultrapassa a faixa de NSPT 25, que
ocasiona danos que podem vir a comprometer a funcionalidade da mesma. Com relação a
presença de matacões a execução de estaca broca também torna-se inviável, visto que sua
execução não é possibilita em presença de matacões.

6.3.2. Estaca Pré-Moldada de Madeira

As estacas de madeira são um dos tipos de estaca cravada, e constitui-se de troncos de


árvore introduzidos no solo por meio de bate-estacas de pequenas dimensões e martelos leves.
Atualmente, devido às dificuldades de se obter madeira de lei e a elevação das cargas das obras,
à estaca em madeira vem sendo utilizada principalmente em obras provisórias (HACHICH,
1998).
Algumas vantagens da utilização de estacas de madeira podem ser citadas, dentre elas, a
duração ilimitada abaixo do N.A., a leveza, rapidez de cravação e facilidade de corte. A
limitação para utilização deste tipo de estaca encontra-se na variação do nível d’água, as estacas
em madeira só podem ser cravadas em locais onde fiquem totalmente submersas, pois a
presença de ar gera o apodrecimento da madeira devida a existência de fungos aeróbicos, logo
em locais onde há variação dos N.A, seu uso não é adequado, ou quando em solo natural não
saturado. (MINÁ, 2005 apud ANDRADE, 2003). A Figura 11 a seguir mostra uma estaca em
madeira sendo cravada para a construção de uma ponte.

Figura 11: Estaca de madeira

Fonte: http://blog.construir.arq.br/estaca-madeira/

A seguir, encontra-se disposta na Tabela 6 à análise do uso da estaca pré-moldada de


madeira para o terreno analisado.
Tabela 6

Características Madeira Requisitos Verificação


Capacidade de Carga (tf) 10 – 30 520 X
Faixa NSPT 25* 42 X
Execução abaixo do NA SIM** NÃO*** X
Vibração SIM NÃO X
Acessibilidade do Equipamento SIM SIM OK
Profundidade Máxima (m) 12 (Emenda) 9 OK
Produtividade (m/diários) 50 Variável OK
Execução de Matacões NÃO SIM X
*Adotando a faixa do concreto por falta de informações.
**Caso não esteja na presença de variações do NA.
*** Lado Direito do nosso perfil, encontra-se o NA aos 11m.

Assim, nesse caso analisado, vimos que diversos requisitos para a estaca pré-moldada
de madeira, não seriam satisfatórios no solo estudado. Primeiramente seria necessária uma
grande quantidade de estacas para atingir a capacidade de carga, o que a tornar inviável.
Segundo que, o solo apresenta, em um dos lados, a presença do nível d’água, ocasionando uma
não submersão total ou submersão total, como recomendado para esse tipo de estaca. Terceiro,
que sua cravação ocasionaria vibrações gerando possíveis riscos devido as grandes construções
vizinhas. Ainda, o fato de que sua cravação não ultrapassa a faixa de NSPT 25, que ocasiona
danos que comprometem a funcionalidade da mesma. Por último, verifica-se que este tipo de
estaca não pode ser cravada em solo que apresente formação de matacões.

6.3.3. Estaca Pré-Moldada de Concreto

A estaca pré-moldada de concreto é também um dos tipos de estaca cravada, sendo


moldadas em fábricas especializadas e cravadas no solo a partir de bate-estacas, devendo-se
tomar os cuidados necessários para que a cabeça da estaca não seja danificada. Estas estacas
devem ser confeccionadas em concreto armado ou protendido, a fim de resistir às cargas de
transporte e içamento.
Estas estacas são comercializadas com diferentes formas geométricas, os formatos mais
empregados são circulares, quadrados, hexagonais e octogonais, podendo ter área de ponta
vazada ou maciça (FERREIRA & GONÇALVEZ, 2014).
Segundo Constancio (2004), dentre as vantagens na sua utilização encontram-se: boa
resistência aos esforços de flexão e cisalhamento; boa qualidade do concreto; diâmetro e
comprimento precisos; boa capacidade de carga. E como desvantagens: dificuldades de
transporte; limitadas em seção e comprimento, devido ao peso próprio; dificuldade de cravação
em solos compactos, principalmente em areais compactas; cortes e emendas de difícil execução.

Figura 12: Estaca pré-moldada de concreto

Fonte: http://www.tecgeo.com.br/servicos/estacas-pr-moldadas-de-concreto-3

A seguir, encontra-se disposta na Tabela 7 a análise do uso da estaca pré-moldada de


concreto para o terreno analisado.
Tabela 7

Características Concreto Requisitos Verificação


Capacidade de Carga (tf) 20 – 80*** 520 X
Faixa NSPT 25 42 X
Execução abaixo do NA SIM* SIM** OK
Vibração SIM NÃO X
Acessibilidade do Equipamento SIM SIM OK
Profundidade Máxima (m) 8 – 12 9 OK
Produtividade (m/diários) 50 Variável OK
Execução de Matacões NÃO SIM X
*Caso não esteja na presença de variações do NA.
** Lado Direito do nosso perfil, encontra-se o NA aos 11m.
***Uso de 7 estacas.

Portanto, de acordo com o diagnóstico realizado, este tipo de estaca pré-fabricada não
seria ideal no solo estudado, devido sua capacidade de carga não ser suficiente, necessitando a
utilização de muitas unidades, a tornando inviável. Outro fator, são as vibrações, que causariam
riscos devido as grandes construções vizinhas. Além disso sua cravação não ultrapassa a faixa
de NSPT 25, que ocasiona danos que podem vir a comprometer a funcionalidade da mesma.
Por último, verifica-se que este tipo de estaca não pode ser cravada em solo que apresente
formação de matacões.

6.3.4. Estaca Strauss

A estaca Strauss, integra o conjunto de fundações profundas e indiretas, mais


precisamente, pode ser classificada como uma estaca do tipo escavada, ou seja, executada “in
situ” através do preenchimento com concreto de perfurações previamente executadas no terreno
mediante escavações e cravações de tubo.
O processo de execução desse tipo de estaca consiste na escavação simultânea à
introdução de revestimento (tubos metálicos rosqueáveis). A primeira etapa consiste na abertura
de um furo no terreno com um soquete, até a profundidade de 1,0 a 2,0 metros, para que então
possa-se colocar a primeira coroa (tubo metálico dentado na extremidade inferior). Em seguida,
aprofunda-se o furo com golpes sucessivos da sonda de percussão, com o auxílio de água
lançada manualmente, retirando-se o solo abaixo da coroa. De acordo com a descida do tubo
metálico, quando necessário é rosqueado o tubo seguinte, e prossegue-se na escavação até a
profundidade determinada. Após a fase de escavação, é realizada a concretagem com o
apiloamento de uma camada inicial de 1,0 metro para a formação de uma base alargada na ponta
da estaca, seguindo-se com a concretagem do fuste, enquanto que as camisas metálicas são
retiradas com o guincho manual (HACHICH et al., 1998).
Esse tipo de estaca apresenta algumas vantagens, como, leveza e simplicidade do
equipamento, podendo assim ser utilizada em locais confinados e em terrenos acidentados, o
processo não gera vibrações, que poderiam danificar edificações vizinhas, e ainda permite a
análise do solo retirado pela sonda durante a escavação. No entanto, apesar dessas vantagens,
para situações em que se tenha a necessidade de se executar a escavação abaixo do nível d’água
em solos arenosos, ou no caso de argilas moles saturadas, não é recomendável o seu uso, devido
risco de estrangulamento do fuste durante a concretagem. Outra desvantagem está na sujeira
causada na obra devido à remoção de solo e água no momento da concretagem
(CONSTANCIO, 2004; HACHICH, 1998).

Figura 13: Estaca Strauss

Fonte: http://construcaomercado17.pini.com.br/negocios-incorporacaoconstrucao/146/artigo299192-
1.aspx

A seguir, encontra-se disposto na Tabela 8 a análise do uso da estaca Strauss para o


terreno analisado.

Tabela 8

Características Strauss Requisitos Verificação


Capacidade de Carga (tf) 20 – 65 520 X
Faixa NSPT 10 - 25 42 X
Execução abaixo do NA NÃO SIM* X
Vibração NÃO NÃO OK
Acessibilidade do Equipamento SIM SIM OK
Profundidade Máxima (m) 20 – 25 9 OK
Produtividade (m/diários) 30 Variável OK
Execução de Matacões NÃO SIM X
* Lado Direito do nosso perfil, encontra-se o NA aos 11m.
Logo, observando este tipo de estaca, não deve ser utilizada para essa situação devido
sua capacidade de carga ser muito inferior ao solicitado, e seu uso necessitar de uma quantidade
de estacas que é inviável para compensação de carga. Além disso existe a necessidade de ser
executada abaixo do NA, o que não é permitido pelos requisitos da estaca. Além disso sua
cravação não ultrapassa a faixa de NSPT 25, que ocasiona danos que podem vir a comprometer
a funcionalidade da mesma. Por último, verifica-se que este tipo de estaca não pode ser utilizada
em solo que apresente formação de matacões.

6.3.5. Estaca Pré-Moldada Metálica

As estacas metálicas são estacas do tipo cravada, e são constituídas de perfis laminados
ou soldados do tipo “I” e “H”, chapas dobradas com variadas seções e trilhos (HACHICH,
1998).
Dentre as principais vantagens dessa estaca tem-se, fácil cravação, evitando vibrações
elevadas, fácil manipulação e transporte, alcança grandes profundidades e apresentam uma
resistência de carga elevada. Em contrapartida, tem-se como desvantagem o elevado preço, se
comparado com outras fundações indiretas; e ainda a necessidade de tratamento superficial em
situações onde a estaca não seja cravada completamente abaixo do nível d’água, para que não
haja a corrosão, dentre entes tratamentos estão as pinturas ou ainda a adoção de camada de
sacrifício (1,5 mm). A figura 16 mostra estacas metálicas cravadas.

Figura 14: Estaca metálica

Fonte: http://www.brasil.geradordeprecos.info/obra_nova/Fundacoes/Profundas/Estacas_pre-
fabricadas/Estaca_metalica.html.
A seguir, encontra-se disposto na Tabela 9 a análise do uso da estaca metálica para o
terreno analisado por este trabalho.
Tabela 9

Características Metálica Requisitos Verificação


Capacidade de Carga (tf) 20 - 120***** 520 OK
Faixa NSPT 55* 42 OK
Execução abaixo do NA SIM SIM** OK**
Vibração NÃO NÃO OK***
Acessibilidade do Equipamento SIM SIM OK
Profundidade Máxima (m) 12 (Emenda) 9 OK
Produtividade (m/diários) 50 Variável OK
Execução de Matacões SIM**** SIM OK
*A depender do material e do perfil utilizado. Considerando perfis usuais, NSPT 25.
** Lado Direito do nosso perfil, encontra-se o NA aos 11m. Desde que seja feita a
devida proteção da estaca.
***Vibrações geradas são pequenas.
****Possibilidade de desvio dos matacões, a depender do tamanho.
*****Uso de 5 estacas.

Analisando as características da estaca metálica frente às necessidades do terreno


analisado, pode-se dizer que o seu uso seria possível com adoção de perfis mais resistentes para
ultrapassar as camadas de NSPT elevado. Deve ainda ser dado o correto tratamento contra
corrosão, devido a presença do NA. Outro aspecto favorável é a geração de pequenas vibrações
que não afetariam as construções vizinhas. E possibilidade de desvio dos matacões, dependendo
do tamanho.

6.3.6. Estaca Hélice Contínua

A estaca tipo hélice contínua é um exemplo de fundação profunda por concreto moldado
in loco e executada com trado helicoidal contínuo e com injeção de concreto através da haste
central do trado, que por meio do monitoramento contínuo da pressão proporciona a retirada
simultânea da haste enquanto é realizada a concretagem do fuste (ANTUNES; TAROZZO,
1998).
Este tipo de estaca é utilizado, predominantemente, em fundações cujos solos são
argilosos, siltosos e arenosos, com ou sem a presença do lençol freático. De acordo com
Hachich et. al., (1998) a grande vantagem é a elevada produtividade que reduz
significativamente o cronograma de obra com apenas uma equipe de trabalho, porém, para que
este equipamento funcione corretamente é necessário que a área de trabalho seja plana, assim
como, ter em suas proximidades uma central de concreto para que não haja interferência na
produtividade.
Figura 15: Estaca hélice contínua

Fonte: http://construcaomercado17.pini.com.br/negocios-incorporacaoconstrucao/146/artigo299192-
1.aspx

Cock (1998), em seu trabalho sobre estacas escavadas, carregadas axialmente, fez um
levantamento dos vários tipos de estacas utilizadas em países europeus. Verificou que na
França, Irlanda, Itália, Holanda e Reino Unido, as estacas hélice contínua têm uma extensa
utilização. No Brasil há uma mesma tendência, que poderá ser acelerada se o custo reduzir,
principalmente com a importação de equipamentos por várias empresas executoras.
A seguir, encontra-se disposto na Tabela 10 a análise do uso da estaca hélice contínua
para o terreno analisado.
Tabela 10

Hélice
Características Requisitos Verificação
Contínua
Capacidade de Carga (tf) 35 – 500 520 OK
Faixa NSPT 20 - 45 42 OK
Execução abaixo do NA SIM SIM OK
Vibração NÃO NÃO OK
Acessibilidade do Equipamento SIM SIM OK
Profundidade Máxima (m) 20 – 24 9 OK
Produtividade (m/diários) 150 – 400 Variável OK
Execução de Matacões NÃO SIM X

Analisando a estaca hélice contínua, verifica-se que este tipo de estaca não pode ser
utilizada em solo que apresente formação de matacões.

6.3.7. Estaca Franki

Segundo Joppert Júnior (2007), as estacas do tipo Franki são moldadas “in loco” por meio
de cravação dinâmica de um tubo com uma bucha composta de areia e pedra, implantada na sua
ponta inferior. A cravação desta estaca é por queda livre de um pilão com peso de cerca de 1000
a 4600 kg, sobre a bucha, fazendo com que a composição tubo-bucha vá adentrando no solo até
que atinja um solo com boa capacidade de suporte, sendo que a verificação deste fato se dá pela
aferição das negas e energias de cravação.
Este tipo de estaca foi empregado pela primeira vez no Brasil em 1935, na Casa
publicadora Baptista no Rio de Janeiro. Em São Paulo, em 1936, foram executadas as estacas
do portal de entrada do Túnel Nove de Julho. A partir de 1960, após ter expirado a licença da
patente, o método Franki entrou para o domínio público (HACHICH et. al., 1998).
O procedimento da execução das estacas tipo Franki causa uma alta capacidade de carga
na estaca, bem como a possibilidade de um bom domínio de qualidade do estaqueamento.
Todavia, o procedimento executivo também é responsável por vibrações excessivas e
produtividade baixa, em média 40m de estaca por dia. A sequência executiva é ilustrada na
Figura 15.
Figura 16: Estaca Franki

Fonte: http://construcaomercado17.pini.com.br/negocios-incorporacaoconstrucao/146/artigo299192-
1.aspx

A seguir, encontra-se disposto na Tabela 11 a análise do uso da estaca Franki para o


terreno analisado.

Tabela 11
Características Franki Requisitos Verificação
Capacidade de Carga (tf) 60 – 170 520 OK**
Faixa NSPT 8 - 15 42 X
Execução abaixo do NA SIM SIM* OK
Vibração SIM NÃO X
Acessibilidade do Equipamento SIM SIM OK
Profundidade Máxima (m) 36 9 OK
Produtividade (m/diários) 40 Variável OK
Execução de Matacões SIM SIM OK
* Lado Direito do nosso perfil, encontra-se o NA aos 11m.
**Utilizando de 3 a 4 estacas.
De acordo com as necessidades do terreno, com a possibilidade da combinação de
estacas Franki, temos que em termos de carga sua utilização é possível. No entanto, devido a
existência de vibrações durante a execução sua aplicação não se torna viável. Além do NSPT
do solo não ser penetrável pela estaca

6.3.8. Estaca Ômega

As estacas de deslocamento (ômega) são recentes no mercado sendo consideradas estacas


de tecnologia de ponta. Comercialmente, este tipo de estaca foi introduzido na Europa em 1995
e foi introduzida pela Fundesp no final de 1996. As estacas ômega são estacas em que a
perfuração é feita por um trado de forma cônica, que perfura o solo como um parafuso, com
deslocamento do solo para baixo e para os lados, não havendo a escavação e retirada do solo
até a superfície (SOLOSSANTINI, 2010).
O grande diferencial da estaca ômega está no trado de perfuração, com o diâmetro e passo
da hélice espiral aumentados progressivamente, de forma a utilizar a mínima energia necessária
(torque), para deslocar e compactar lateralmente o terreno. Os diâmetros do trado ômega
disponíveis iniciam com 270mm a 470mm, e não há nenhuma limitação teórica para os
diâmetros do trado ômega, contanto que, haja quantidade de energia disponível (torque) para
cravar o trado no terreno.
Podendo executar estacas de até 28 metros de profundidade, dependendo do tipo de solo
e do equipamento, torque e diâmetros a serem utilizados (FUNDESP, 2017). Diante das
vantagens de uso da estaca ômega, Almeida Neto (2002) cita os seguintes benefícios:
 Elevada produtividade;
 Não causam ruídos na execução;
 Não causam danos nas edificações vizinhas;
 Não causam vibrações;
 Execução monitorada eletronicamente;
 Mobilizam mais carga lateral e de ponta.

Como desvantagens o mesmo citou as seguintes:

 Dificuldade na instalação de armaduras mais profundas;

 Necessita de máquinas com elevado torque;


 Sua qualidade na execução está sujeita à sensibilidade e experiência do operador da
perfuratriz de execução da ômega.

Figura 17: Estaca ômega

Fonte: http://construcaomercado17.pini.com.br/negocios-incorporacaoconstrucao/146/artigo299192-
1.aspx

Ainda podemos também citar outros aspectos relevantes para a execução desse tipo de
estaca, pois se deve levar em consideração o tamanho e porte dos equipamentos, há necessidade
de avaliação dos trajetos e itinerários para acesso ao local da obra e instalações, também de
acessibilidade e deslocamentos da perfuratriz dentro das instalações da própria obra.
A seguir, encontra-se disposto na Tabela 12 a análise do uso da estaca Franki para o
terreno analisado.
Tabela 12
Características Ômega Requisitos Verificação
Capacidade de Carga (tf) 250 520 OK*
Faixa NSPT 40 42 X
Execução abaixo do NA SIM SIM** OK
Vibração NÃO NÃO OK
Acessibilidade do Equipamento SIM SIM OK
Profundidade Máxima (m) 28 9 OK
Produtividade (m/diários) 40 Variável OK
Execução de Matacões NÃO SIM X
*Utilização de 3 estacas.
**Lado Direito do nosso perfil, encontra-se o NA aos 11m.
Com a análise desse caso, podemos observar que sua implementação não é possível visto
que, para os critérios analisados tem valor desfavorável à sua perfuração devido a faixa de
NSPT encontrada.

6.3.9. Estaca Mega

As estacas mega também conhecidas como estaca de deslocamento, hidráulica e estaca


de reação, de acordo com a NBR 6122/1996, é uma estaca pré-moldada segmentada em
elementos pré-moldados com 50 cm de altura e diâmetro variável. Estes, são cravados com o
auxílio de equipamento hidráulico, que reage contra a estrutura acima ou excepcionalmente
contrarreação implementada (REBELLO,2013, p.97).
Devido ao fato destas estacas serem introduzidas no terreno em pequenos fragmentos, os
quais podem ser compostos por peças de concreto armado vazadas ou perfis metálicos. Esse
tipo de estaca mostra-se bastante conveniente, pois pode ser executado em locais pequenos e
de difícil acesso. Além disso, não induz vibrações, reduzindo o risco de instabilidade da
estrutura já existente (GOTLIEB apud HACHICH et al, 1998).
Ademais, a estaca mega, quando comporta por concreto, têm sua carga de cravação
limitada a 45 toneladas para estacas com comprimento inferior a 10 m. Quando este
comprimento é maior ou encontra argilas muito moles, a carga de cravação deve ser diminuída
devido aos efeitos de segunda ordem (flambagem). Já para as estacas mega em perfil metálico,
encontram-se no mercado para uso imediato dois tipos de MM: as de 4,5’’ para carga de
cravação de até 45 toneladas e as de 6,5’’ para carga de cravação de até 70 toneladas
(REFORÇA, 2017).
Figura 18: Estaca mega

Fonte: http://construcaomercado17.pini.com.br/negocios-incorporacaoconstrucao/146/artigo299192-
1.aspx
Dentre as vantagens do emprego de estacas mega, podemos citar:
 Boa relação custo benefício;
 Pode ser utilizada como reforço estrutural;
 Ausência de vibração para execução da obra;
 Não necessitam que a edificação seja interditada durante a obra;
 Maquinário pequeno e de fácil execução.

Tendo como principais desvantagens:


 Necessidade de contrapeso (cargueira) na ausência de estrutura da edificação;
 Método de execução relativamente lento;
 Susceptibilidade à flambagem;
 Dificuldade de encontrar mão de obra especializada.

A seguir, encontra-se disposto na Tabela 13 a análise do uso da estaca Franki para o


terreno analisado.

Tabela 13
Características Mega Requisitos Verificação
Capacidade de Carga (tf) 70 520 X
Faixa NSPT 25 ou 55** 42 X - OK
Execução abaixo do NA SIM SIM* OK
Vibração NÃO NÃO OK
Acessibilidade do Equipamento SIM SIM OK
Profundidade Máxima (m) 10 9 OK**
Produtividade (m/diários) 25 Variável OK
Execução de Matacões NÃO SIM X
* Lado Direito do nosso perfil, encontra-se o NA aos 11m.
**A depender da escolha do material.

Em sua análise, foi verificado que os requisitos da capacidade de carga e da faixa de


NSPT para penetração inviabilizam sua escolha caso seja utilizado pré-moldada de concreto,
devido o NSPT impenetrável, podendo ocasionar em sua cravação danos que comprometem a
sua funcionalidade. Caso opte-se pela utilização da mega metálica, torna-se possível devido o
material ultrapassar o NSPT apresentado pelo solo, porém o requisito de capacidade de carga
ainda não é atendido. No entanto, há necessidade da existência de um contrapeso que possibilite
sua cravação, esse tipo de fundação, geralmente, é mais designado para reparo de fundações. E
ainda, verifica-se que este tipo de estaca não pode ser utilizada em solo que apresente formação
de matacões.

6.3.10. Estaca Raiz

A Estaca Raiz é uma estaca argamassada "in loco" e de elevada tensão de trabalho do
fuste. Caracteriza-se principalmente por ser uma estaca executada com o emprego de
revestimento, que permite atingir grandes comprimentos, em rocha ou em solo. Associado ao
uso equipamentos de pequeno e médio porte que permitem ser executadas em locais de difícil
acesso. E devido ao fato do processo executivo desta estaca não causa vibrações, permite
empregar esse tipo de estaca em qualquer situação de obra industrial. Quando há necessidade
de atravessar matacões, blocos de concreto ou embuti-las em rocha, a perfuração é
complementada com uso de martelo hidráulico, até atingir a profundidade desejada (GEOFIX,
2017).
Para realizar a perfuração do furo na vertical ou inclinada, sua execução se dá mediante
a utilização de equipamentos mecânicos apropriados denominados perfuratrizes percussão com
circulação de água com a introdução no solo de elementos tubulares de aço rosqueáveis. Em
seguida, é colocada a armadura metálica no interior do tubo de perfuração e em seguida aplicada
a argamassa até o total preenchimento do tubo. Com o tubo de perfuração totalmente cheio com
a argamassa, a sua extremidade superior é tamponada e aplicada uma pressão com ar
comprimido. Essa pressão provoca a penetração da argamassa no solo aumentando
substancialmente o atrito lateral e garantindo a continuidade do fuste. Em seguida, inicia-se o
saque dos tubos de perfuração por intermédio de macacos hidráulicos, procedendo-se a cada
trecho de elementos de tubo sacado, a complementação do nível de argamassa no interior do
tubo e a aplicação de uma nova pressão (REBELLO,2013).
Figura 19: Estaca raiz

Fonte: http://construcaomercado17.pini.com.br/negocios-incorporacaoconstrucao/146/artigo299192-
1.aspx

De acordo com Hachich et al. (1998), podemos citar as seguintes vantagens apresentadas
as estacas raiz:
 As estacas-raiz suportam grandes cargas (>1000kN);
 Podem atingir grandes profundidades;
 Pode ser executado tanto em solo quanto em rocha e não provoca ruídos e vibrações;
 Podem ser executadas com maiores inclinações (0 à 90º);
 Reforço de fundações.

E tem como desvantagens:


 Custo elevado;
 Alto consumo de cimento;
 Alto consumo de ferragens;
 Impacto ambiental.

A seguir, encontra-se disposto na Tabela 14 a análise do uso da estaca Franki para o


terreno analisado.
Tabela 14
Características Raiz Requisitos Verificação
Capacidade de Carga (tf) 30 – 100 520 OK*
Faixa NSPT 60 42 OK
Execução abaixo do NA SIM SIM** OK
Vibração NÃO NÃO OK
Acessibilidade do Equipamento SIM SIM OK
Profundidade Máxima (m) 52 9 OK
Produtividade (m/diários) 30 Variável OK
Execução de Matacões SIM SIM OK
*Possibilidade de utilização de 5-6 estacas.
** Lado Direito do nosso perfil, encontra-se o NA aos 11m.

Analisando as características do tipo de solo encontrado e os parâmetros analisados,


podemos concluir que a sua aplicação é possível por satisfazer todos os requisitos avaliados.

7. ANÁLISE CRITICA DOS CUSTOS DAS POSSÍVEIS FUNDAÇÕES

Com auxílio de um software que realiza estimativa de orçamentos podemos tomar como
base o valor de algumas fundações por unidade, e considerando:
 Concreto depositado por caminhão betoneira
 Classe II Agressividade Ambiental – Urbano
 Concreto C25

Tem-se a tabela 15 a seguir.

Tabela 15
Características Dimensões Valor (R$) Observações
Escavada Ø 50cm 126,50 Moldadas “In loco”
Broca Ø 30cm 69,00 Trado Manual
Hélice Contínua Ø 50cm 200,50 Monitorada
Strauss Ø 32cm 123,35 ---
Características Dimensões Valor (R$) Observações
Franki Ø 35cm 253,25 ---
Concreto Pré-Fabricado 30x30 cm 122,90 Quadrada e maciça
Metálica Pré-Fabricada Perfil I 10” 173,50 Aço A36
Madeira Pré-Fabricada Ø 25cm 71,00 Eucalipto
Tubulão Ø 70cm 594,40 Céu Aberto

Devido a técnica empregada para sua produção, à estaca broca se mostra como uma das
técnicas mais economicamente viável de utilização. No entanto, devido suas restrições
apresentadas anteriormente, tecnicamente, esta não pode ser a solução aplicada. Em ordem
crescente de valor, as mesmas justificativas podem ser dadas para as estacas de Madeira,
Concreto e Strauss.
Para o requisito onde deve ser atendido 9 metros de profundidade, a fundação mais cara
foi a do tipo Tubulão, frente ao diâmetro mínimo que deve ser empregado (70 cm, para
passagem do trabalhador) e sua profundidade de instalação. Além da técnica de escalonamento
ou chumbamento que se torna necessária devido a inclinação da rocha, tornando-o uma solução
economicamente inviável para o programa gerador de preços. No entanto, este tipo de fundação
costuma ser econômica devido a utilização de equipamentos já presentes em obra variando
apenas na quantidade de material utilizado de acordo com as dimensões necessárias.
Dentre os tipos de fundações verificados, com possibilidade de aplicação no solo
avaliado tem-se: Sapata, Radier, Tubulão, Metálica e Raiz. Entre as fundações profundas
possíveis, ou seja, Metálica e Raiz, em ordem crescente de valor, verifica-se a limitação do
custo. Visto que ambas possuem elevado custo de implantação, além de haver a necessidade
utilização de mais de uma estaca para cada pilar da obra com o intuito de atender o requisito de
carga, deixando-as como última opção. Por fim, tem-se as fundações rasas e a profunda direta,
que além da viabilidade técnica de aplicação, destacam-se pela viabilidade econômica.

8. CONCLUSÕES

A boa capacidade de suporte dos perfis da unidade PVg localizados nos morros de
Florianópolis deve ser muito bem aproveitada do ponto de vista econômico. Porém, as situações
de edificações vizinhas e o controle para a contenção de taludes requerem cuidados especiais.
De um modo geral, os solos de granito no horizonte “C” (abaixo da camada de 3 metros)
apresentam boa espessura para a execução de fundações, mas apresentam-se bastante erodíveis,
quando desprotegidos do horizonte “B”.
As profundidades maiores, em que se encontra o nível do lençol freático, encontram-se
também solos ideias para execução das fundações. Contudo, é preciso que se tenha extremo
cuidado na presença de falhas (faixas de NSPT abaixo do desejável).
De acordo com os dados obtidos no estudo observou-se que existe uma camada superficial
de três metros, onde verifica-se NSPT entre 5 e 8. Devido à baixa resistência desse solo
superficial, dada a situação natural encontrada no terreno, todas as fundações do tipo rasa seriam
descartadas, frente à carga solicitante gerada pela edificação. No entanto de acordo com o
projeto que prevê a implantação de um subsolo, com retirada de 3 metros de solo, torna-se
possível a implantação de fundações rasas.
Diante da retirada dos três metros superficiais de solo, proporciona-se um alívio de
tensões, ficando o solo pré-adensado, que é favorável à utilização de sapatas. Contudo, durante
a execução dessa escavação, é de fundamental importância que se possa garantir a estabilidade
de taludes localizados no perímetro do terreno, bem como o confinamento do solo de suporte
das sapatas, mediante futuras escavações vizinhas.
Dada a análise da dimensão e dos bulbos de tensões da sapata, tem-se que:
 A maior sapata necessária para execução no local teria 12,6 m2 de área, onde adotando-
se a forma quadrada teríamos uma sapata de 3,5 X 3,5 m, para o pilar mais carregado;
 Poderia ser executa sapatas com diferentes configurações e diâmetros de modo a atender
os requisitos de espaçamento entre elas;
 Seu bulbo de tensões dado como 2 x b, ou seja, duas vezes a menor dimensão da sapata,
tem-se que: 2 x 3,5 = 7 m, atingindo assim a superfície da rocha.

Atendendo a todos os requisitos da obra, e apresentando-se como uma das fundações mais
economicamente viáveis de aplicação, a sapata apresenta-se como uma solução totalmente
aplicável.
9. REFERÊNCIAS

ALMEIDA NETO, José Albuquerque de. ANÁLISE DO DESEMPENHO DE ESTACAS


HÉLICE CONTÍNUA E ÔMEGA - ASPECTOS EXECUTIVOS. 2002. 193 f. Dissertação
(Mestrado) - Curso de Engenharia de Solos, Universidade de SÃo Paulo, SÃo Paulo, 2002.

ANDRADE, Alysson Rodrigo de. Caracterização dos Elementos de Fundações aplicáveis


em Edificações na região de Florianópolis. 2003. 150 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de
Engenharia Civil, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2003.

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ANEXOS

TABELA 1
TABELA 2

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