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CAMPUS CARAÚBAS
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
DISCIPLINA: FUNDAÇÕES E ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO
JOSÉ ARTHUR
THAYSE SILVA LOPES
CARAÚBAS - RN
2017
JOSÉ ARTHUR1
THAYSE SILVA LOPES1
CARAÚBAS - RN
2017
1
Graduandos em Engenharia Civil pela UFERSA Campus Caraúbas – arthurbatista_15@hotmail.com,
thaysilva123@hotmail.com.
2
Graduada em Engenharia Civil pela UFRN, e mestre em Geotecnia pela UFRN –
desiree.alves@ufersa.edu.br.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 5
2. OBJETIVOS............................................................................................................. 6
3. JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 6
5. CARACTERÍSTICAS DA OBRA......................................................................... 12
8. CONCLUSÕES ...................................................................................................... 37
9. REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 39
ANEXOS ........................................................................................................................ 42
1. INTRODUÇÃO
Devido os grandes avanços das áreas que abrangem a construção civil, destaca-se a
Engenharia de Fundações, seu desenvolvimento confunde-se com a própria evolução da
Engenharia Geotécnica (que abrange aspectos sobre fundações, obras de contenção mecânica
dos solos e barragens). Fundação na construção civil pode ser definida como estruturas
realizadas com a finalidade de receber as cargas de uma edificação e transmitir estas às camadas
resistentes do solo (AZEREDO, 1998).
Para Andrade (2003), a Engenharia de Fundações é uma área de conhecimento que
compreende os estudos, testes e cuidados, para o desenvolvimento de soluções para os mais
diversos problemas que se apresentam. E de acordo com Silva (2003), a Engenharia de
Fundações é o ramo da engenharia civil que se destina ao projeto e à execução da fundação de
uma obra, ou melhor, dos elementos estruturais de fundações de uma obra, sendo o seu escopo
projetar e executar fundações otimizadas, que sejam ao mesmo tempo seguras, econômicas e
duráveis.
A Norma Brasileira, NBR 6122/1996 que trata dos Projeto e Execução de Fundações,
apresenta as fundações divididas em duas categorias: as fundações diretas ou superficiais e as
fundações profundas. A criação de projetos de fundações requer um conhecimento prévio e
adequada sobre as características do solo, ou seja, a identificação e classificação de suas
camadas.
De acordo com Quaresma (1998), este conhecimento pode ser adquirido por meio de
ensaios de investigação (ou prospecção) geotécnica, classificados em: ensaios de laboratório e
ensaios de campo. O ensaio SPT tem sido amplamente aplicado e utilizado para realização de
amostragem, identificação dos horizontes do solo, previsão da tensão admissível de fundações
diretas em solos granulares e correlações com outras diversas propriedades geomecânicas dos
solos (DANTAS NETO, 2008, p. 18).
Segundo SCHNAID (2000), o custo envolvido na execução de sondagens de
reconhecimento, no Brasil, varia entre 0,2 e 0,5% do custo total da obra, sendo estas
informações indispensáveis na previsão dos custos para a solução de projetos.
A quantidade de dados necessários para à determinação das fundações é relativa a cada
situação, variando em função de fatores como porte da edificação, funcionalidade, concepção
estrutural adotada, problemas relativos ao solo, entre outras (ANDRADE, 2003).
A antecipação dos valores das cargas admissíveis para um elemento de fundação e a
profundidade ideal para sua implantação comumente configuram uma solução complexa, que
dever avaliada e estabelecida pelo engenheiro. O principal problema encontra-se na dificuldade
em identificar a composição dos solos existentes no local, os quais juntamente com os
elementos de fundação constituem a infraestrutura e mantém todo o sistema estrutural
(ANDRADE, 2003).
Diante do exposto, para à escolha das fundações adequadas, o profissional de engenharia
deve trabalhar todos os dados disponíveis para efetuar a correta a análise qualitativa das
informações, e quantitativa com relação aos custos das soluções adotadas.
Para isto, é necessário se ter um grande conhecimento, não só acerca da composição e
caracterização dos solos, como também acerca das técnicas, soluções e custos provenientes da
execução de fundações.
2. OBJETIVOS
3. JUSTIFICATIVA
A tomada de decisão quanto ao tipo de fundação para uma determinada obra, requer
diversas análises. Com isso o presente trabalho desenvolve-se mediante à importância do
conhecimento e habilidade para a escolha de fundações nas mais variadas situações, para a
disciplina e para o profissional em formação.
A partir do estudo de caso abordado por Andrade (2003) - Caracterização dos Elementos
de Fundações aplicáveis em Edificações na região de Florianópolis, será realizado um novo
estudo de caso, mantendo-se as condições do terreno e modificando-se a obra a ser implantada
no local, onde será verificado os tipos de fundações que podem ser executadas na unidade PVg,
fazendo uma análise crítica, com um embasamento de pesquisa bibliográfica, verificando a
viabilidade técnica e econômica das escolhas propostas.
Florianópolis localiza-se a três metros acima do nível do mar, entre os paralelos de 27°22'
e 27°50' na Latitude Sul e 48°20' a 48°20' na Longitude a Oeste, ao largo do litoral Atlântico.
Separa-se do continente, por um estreito canal de 500 metros de largura que divide a Baía em
Norte e Sul e com uma profundidade que já atingiu 28m. É ligada ao continente por três pontes,
sendo uma em estrutura metálica, desativada para o tráfego.
Os limites geográficos do município estão assim configurados: dividido por duas porções
de terras, uma refere-se à Ilha de Santa Catarina que possui uma área de 424,4 km² de forma
alongada no sentido norte-sul – 54/18km, a leste é banhada pelo oceano atlântico, ao norte pela
baía norte e ao sul pela baía sul, com outra porção localizada na área continental, com área de
12,1km², conhecida como continente, limitando-se a oeste com o município de São José.
A obra será localizada na quadra entre as ruas Hoepcke e Padre Roma, no Centro de
Florianópolis. A ocupação da região tem ocorrido de duas maneiras:
1. Edificações de grande porte;
2. Residências;
As imagens 2, 3 e 4, a seguir, apresentam o local onde a obra será realizada. Propõem-
se a realização da obra no terreno demarcado, visto que o mesmo apresenta dimensões e
localização que favorecem sua execução. Localizado na rua Conselheiro Mafra, no centro de
Florianópolis.
Figura 3: Terreno
Para este local, onde se verifica um relevo fortemente ondulado, tem-se o seguinte perfil
da Figura 5. O perfil em estudo é caracterizado por um corte longitudinal. A ocorrência de perfis
estratigráficos (a estratigrafia é o ramo da geologia que estuda os estratos ou camadas de rochas,
buscando determinar os processos e eventos que as formaram. Basicamente segue o princípio
da sobreposição das camadas) junto aos morros é significativa na unidade PVg. Dada a situação
constata-se à viabilidade geotécnica para fundações nessa unidade.
5. CARACTERÍSTICAS DA OBRA
A sapata é uma fundação superficial, logo necessita que as primeiras camadas de solo
apresentem resistências consideráveis para suportar as cargas à que são impostas. Podem ser do
tipo isolada, associada, corrida ou alavancada. As fundações superficiais são bastante utilizadas
no Brasil devido a seu baixo custo (PACHECO, 2010).
Figura 6: Sapata
Fonte: http://www.fazfacil.com.br/reforma-construcao/sapatas-da-construcao/
De acordo com Beberian (2001, apud ANDRADE, 2003), o assentamento de sapatas pode
ser qualificado de acordo com os números de golpes das sondagens SPT, como mostra a Figura 7.
Tabela 1
Segundo Yopanan (2008), a tensão admissível relacionada com o tipo de solo areno
siltoso é que:
σ_adm = N/7,5 x 10000 (kgf/m²)
onde N é o menor valor de NSPT do bulbo de tensões. Então teremos que:
σ_adm = 31/7,5 = 41333,3 Kgf/m² = 413,3 KN/m²
Assim podemos achar a área necessária através da fórmula de tensão:
σ = F/A → A = 5200/413,3 = 12,6 m2
onde a força aplicada pelo maior pilar é de 5200 KN, podendo resultar numa sapata de 3,5x3,5
metros.
Logo, com essa análise podemos considerar que a utilização de sapata pode ocorrer no
caso de dimensões que cheguem a 12,6 m². Ou seja, com dimensões de 3,5 metros de lado
(adotando a quadrada), no que resultaria uma proximidade entre elas, podendo tomar como
solução a criação de sapata associada. Outra possível solução é empregar essas medidas apenas
no pilar que concentra maior carga executando os demais cálculos de dimensões para os demais
pilares e aplicando as sapatas isoladas, ocasionando uma maior dificuldade executiva.
O solo no qual será assentada, após a escavação de 3 metros de profundidade para
execução de subsolo, possui boa resistência. A partir do qual sua profundidade máxima de 3
metros, não deve ser ultrapassada por questões de viabilidade econômica (assentamento a 2
metros). A dimensão de base da sapata e seu bulbo de tensões, compreende valores
considerados ideais e atingiria a camada rochosa na sua base. Vale salientar que pelas
construções vizinhas, a profundidade do bulbo dobraria, porém ainda continuaria com as
mesmas características por já ter atingido a camada rochosa.
6.1.2. Radier
O radier funciona com uma laje de concreto armado sobre o solo, é mais utilizado em
obras de pequeno porte, assim como é uma fundação do tipo rasa, é necessário que as primeiras
camadas de solo apresentem uma resistência para o suporte de cargas. Esse tipo de fundação
não requer escavação, tornando-se bastante vantajosa comparada às outras, devido a sua
praticidade, redução de mão de obra e tempo de execução (PACHECO, 2010).
Segundo Rebello (2011), fundações superficiais só são técnica e economicamente viáveis
quando a profundidade não ultrapassar 3 metros e o número de golpes do SPT for maior ou
igual a 8, pois o limite 8 indica a resistência mínima necessária para o uso de fundação direta,
já o limite de profundidade se deve ao custo da escavação.
Figura 8: Radier
Fonte: http://www.fazfacil.com.br/reforma-construcao/sapatas-da-construcao/
A seguir, encontra-se disposto na Tabela 2 a análise do uso da fundação radier para o
terreno analisado.
Tabela 2
Assim, podemos ver que o radier se tornará outra alternativa de fundação, devido possuir
requisitos aceitáveis com a retirada de solo para escavação do subsolo como o NSPT superficial
de boa classificação, e como recomendado, possuir camada superficial com mesmo tipo de solo.
O seu bulbo de tensões é considerado maior que o calculado para sapata, e consequentemente
com a mesma classificação, onde no seu interior apresentaria valores ideais e atingiria a camada
rochosa na sua base. Com relação a presença de matacões, comuns no horizonte “C” da unidade
de solo estudada, PVg, caso seja verificado que estes matacões apresentem pequenas dimensões
é possível realizar sua retirada.
6.2. FUNDAÇÃO PROFUNDA DIRETA
6.2.1. Tubulão
Os tubulões são classificados como fundação profunda e direta, podem ser escavados a
céu aberto ou sob ar comprimido. Este tipo de fundação apresenta algumas vantagens
comparadas a outras, pois gera poucos ruídos e vibrações, pode ser usado em solos que contenha
matacões e rochas, o diâmetro e a profundidade podem ser alterados durante a escavação para
compensar condições de subsolo diferentes do esperado, podendo vir apresentar maiores custos,
quando comparado a outros tipos de fundações, a depender de fatores como: profundidade e
diâmetro (HACHICH ,1998).
Fonte: https://www.escolaengenharia.com.br/tubulao-a-ceu-aberto/
Tabela 3
Portanto, na análise do tubulão se tornaria uma fundação viável. Com relação a presença
de matacões, comuns no horizonte “C” da unidade de solo estudada, PVg, caso seja verificado
que estes matacões apresentem pequenas dimensões é possível realizar sua retirada durante a
escavação do tubulão.
Trata-se de uma estaca moldada in loco, necessita que seja escavada até encontrar um
solo firme, podendo ser escavada manualmente ou automaticamente com auxílio de maquinas.
Este tipo de fundação é mais indicado para pequenas edificações, pois suportam cargas
relativamente pequenas, as cargas suportadas são de acordo com o diâmetro da broca como
mostra a tabela 4.
Tabela 4: Capacidade de Carga da Estaca Broca
Diâmetro (cm) 20 25 30
Capacidade (tf) 5 7 10
Fonte: (REBELLO, 2011)
Este tipo de fundação possui algumas restrições ao seu uso, como a profundidade,
podendo ser no máximo de 6 metros, a fim de que seja garantida sua boa qualidade de execução
referente a verticalidade e concretagem (REBELLO, 2011).
Figura 10: Estaca broca
Fonte: http://construcaomercado17.pini.com.br/negocios-incorporacaoconstrucao/146/artigo299192-
1.aspx
A seguir, encontra-se disposto na Tabela 5 a análise do uso da estaca tipo broca para o
terreno analisado.
Tabela 5
Com a aplicação da análise, podemos concluir que a implementação da estaca broca não
pode ser considerada, por apresentar capacidade de carga inferior, necessitando de muitas
unidades para atingir o necessário, se tornando inviável. Também, no quesito de que não
conseguiria chegar a camada rochosa, que seria ideal para maior resistência foi mais um quesito
para desconsidera-la. Além disso sua perfuração não ultrapassa a faixa de NSPT 25, que
ocasiona danos que podem vir a comprometer a funcionalidade da mesma. Com relação a
presença de matacões a execução de estaca broca também torna-se inviável, visto que sua
execução não é possibilita em presença de matacões.
Fonte: http://blog.construir.arq.br/estaca-madeira/
Assim, nesse caso analisado, vimos que diversos requisitos para a estaca pré-moldada
de madeira, não seriam satisfatórios no solo estudado. Primeiramente seria necessária uma
grande quantidade de estacas para atingir a capacidade de carga, o que a tornar inviável.
Segundo que, o solo apresenta, em um dos lados, a presença do nível d’água, ocasionando uma
não submersão total ou submersão total, como recomendado para esse tipo de estaca. Terceiro,
que sua cravação ocasionaria vibrações gerando possíveis riscos devido as grandes construções
vizinhas. Ainda, o fato de que sua cravação não ultrapassa a faixa de NSPT 25, que ocasiona
danos que comprometem a funcionalidade da mesma. Por último, verifica-se que este tipo de
estaca não pode ser cravada em solo que apresente formação de matacões.
Fonte: http://www.tecgeo.com.br/servicos/estacas-pr-moldadas-de-concreto-3
Portanto, de acordo com o diagnóstico realizado, este tipo de estaca pré-fabricada não
seria ideal no solo estudado, devido sua capacidade de carga não ser suficiente, necessitando a
utilização de muitas unidades, a tornando inviável. Outro fator, são as vibrações, que causariam
riscos devido as grandes construções vizinhas. Além disso sua cravação não ultrapassa a faixa
de NSPT 25, que ocasiona danos que podem vir a comprometer a funcionalidade da mesma.
Por último, verifica-se que este tipo de estaca não pode ser cravada em solo que apresente
formação de matacões.
Fonte: http://construcaomercado17.pini.com.br/negocios-incorporacaoconstrucao/146/artigo299192-
1.aspx
Tabela 8
As estacas metálicas são estacas do tipo cravada, e são constituídas de perfis laminados
ou soldados do tipo “I” e “H”, chapas dobradas com variadas seções e trilhos (HACHICH,
1998).
Dentre as principais vantagens dessa estaca tem-se, fácil cravação, evitando vibrações
elevadas, fácil manipulação e transporte, alcança grandes profundidades e apresentam uma
resistência de carga elevada. Em contrapartida, tem-se como desvantagem o elevado preço, se
comparado com outras fundações indiretas; e ainda a necessidade de tratamento superficial em
situações onde a estaca não seja cravada completamente abaixo do nível d’água, para que não
haja a corrosão, dentre entes tratamentos estão as pinturas ou ainda a adoção de camada de
sacrifício (1,5 mm). A figura 16 mostra estacas metálicas cravadas.
Fonte: http://www.brasil.geradordeprecos.info/obra_nova/Fundacoes/Profundas/Estacas_pre-
fabricadas/Estaca_metalica.html.
A seguir, encontra-se disposto na Tabela 9 a análise do uso da estaca metálica para o
terreno analisado por este trabalho.
Tabela 9
A estaca tipo hélice contínua é um exemplo de fundação profunda por concreto moldado
in loco e executada com trado helicoidal contínuo e com injeção de concreto através da haste
central do trado, que por meio do monitoramento contínuo da pressão proporciona a retirada
simultânea da haste enquanto é realizada a concretagem do fuste (ANTUNES; TAROZZO,
1998).
Este tipo de estaca é utilizado, predominantemente, em fundações cujos solos são
argilosos, siltosos e arenosos, com ou sem a presença do lençol freático. De acordo com
Hachich et. al., (1998) a grande vantagem é a elevada produtividade que reduz
significativamente o cronograma de obra com apenas uma equipe de trabalho, porém, para que
este equipamento funcione corretamente é necessário que a área de trabalho seja plana, assim
como, ter em suas proximidades uma central de concreto para que não haja interferência na
produtividade.
Figura 15: Estaca hélice contínua
Fonte: http://construcaomercado17.pini.com.br/negocios-incorporacaoconstrucao/146/artigo299192-
1.aspx
Cock (1998), em seu trabalho sobre estacas escavadas, carregadas axialmente, fez um
levantamento dos vários tipos de estacas utilizadas em países europeus. Verificou que na
França, Irlanda, Itália, Holanda e Reino Unido, as estacas hélice contínua têm uma extensa
utilização. No Brasil há uma mesma tendência, que poderá ser acelerada se o custo reduzir,
principalmente com a importação de equipamentos por várias empresas executoras.
A seguir, encontra-se disposto na Tabela 10 a análise do uso da estaca hélice contínua
para o terreno analisado.
Tabela 10
Hélice
Características Requisitos Verificação
Contínua
Capacidade de Carga (tf) 35 – 500 520 OK
Faixa NSPT 20 - 45 42 OK
Execução abaixo do NA SIM SIM OK
Vibração NÃO NÃO OK
Acessibilidade do Equipamento SIM SIM OK
Profundidade Máxima (m) 20 – 24 9 OK
Produtividade (m/diários) 150 – 400 Variável OK
Execução de Matacões NÃO SIM X
Analisando a estaca hélice contínua, verifica-se que este tipo de estaca não pode ser
utilizada em solo que apresente formação de matacões.
Segundo Joppert Júnior (2007), as estacas do tipo Franki são moldadas “in loco” por meio
de cravação dinâmica de um tubo com uma bucha composta de areia e pedra, implantada na sua
ponta inferior. A cravação desta estaca é por queda livre de um pilão com peso de cerca de 1000
a 4600 kg, sobre a bucha, fazendo com que a composição tubo-bucha vá adentrando no solo até
que atinja um solo com boa capacidade de suporte, sendo que a verificação deste fato se dá pela
aferição das negas e energias de cravação.
Este tipo de estaca foi empregado pela primeira vez no Brasil em 1935, na Casa
publicadora Baptista no Rio de Janeiro. Em São Paulo, em 1936, foram executadas as estacas
do portal de entrada do Túnel Nove de Julho. A partir de 1960, após ter expirado a licença da
patente, o método Franki entrou para o domínio público (HACHICH et. al., 1998).
O procedimento da execução das estacas tipo Franki causa uma alta capacidade de carga
na estaca, bem como a possibilidade de um bom domínio de qualidade do estaqueamento.
Todavia, o procedimento executivo também é responsável por vibrações excessivas e
produtividade baixa, em média 40m de estaca por dia. A sequência executiva é ilustrada na
Figura 15.
Figura 16: Estaca Franki
Fonte: http://construcaomercado17.pini.com.br/negocios-incorporacaoconstrucao/146/artigo299192-
1.aspx
Tabela 11
Características Franki Requisitos Verificação
Capacidade de Carga (tf) 60 – 170 520 OK**
Faixa NSPT 8 - 15 42 X
Execução abaixo do NA SIM SIM* OK
Vibração SIM NÃO X
Acessibilidade do Equipamento SIM SIM OK
Profundidade Máxima (m) 36 9 OK
Produtividade (m/diários) 40 Variável OK
Execução de Matacões SIM SIM OK
* Lado Direito do nosso perfil, encontra-se o NA aos 11m.
**Utilizando de 3 a 4 estacas.
De acordo com as necessidades do terreno, com a possibilidade da combinação de
estacas Franki, temos que em termos de carga sua utilização é possível. No entanto, devido a
existência de vibrações durante a execução sua aplicação não se torna viável. Além do NSPT
do solo não ser penetrável pela estaca
Fonte: http://construcaomercado17.pini.com.br/negocios-incorporacaoconstrucao/146/artigo299192-
1.aspx
Ainda podemos também citar outros aspectos relevantes para a execução desse tipo de
estaca, pois se deve levar em consideração o tamanho e porte dos equipamentos, há necessidade
de avaliação dos trajetos e itinerários para acesso ao local da obra e instalações, também de
acessibilidade e deslocamentos da perfuratriz dentro das instalações da própria obra.
A seguir, encontra-se disposto na Tabela 12 a análise do uso da estaca Franki para o
terreno analisado.
Tabela 12
Características Ômega Requisitos Verificação
Capacidade de Carga (tf) 250 520 OK*
Faixa NSPT 40 42 X
Execução abaixo do NA SIM SIM** OK
Vibração NÃO NÃO OK
Acessibilidade do Equipamento SIM SIM OK
Profundidade Máxima (m) 28 9 OK
Produtividade (m/diários) 40 Variável OK
Execução de Matacões NÃO SIM X
*Utilização de 3 estacas.
**Lado Direito do nosso perfil, encontra-se o NA aos 11m.
Com a análise desse caso, podemos observar que sua implementação não é possível visto
que, para os critérios analisados tem valor desfavorável à sua perfuração devido a faixa de
NSPT encontrada.
Fonte: http://construcaomercado17.pini.com.br/negocios-incorporacaoconstrucao/146/artigo299192-
1.aspx
Dentre as vantagens do emprego de estacas mega, podemos citar:
Boa relação custo benefício;
Pode ser utilizada como reforço estrutural;
Ausência de vibração para execução da obra;
Não necessitam que a edificação seja interditada durante a obra;
Maquinário pequeno e de fácil execução.
Tabela 13
Características Mega Requisitos Verificação
Capacidade de Carga (tf) 70 520 X
Faixa NSPT 25 ou 55** 42 X - OK
Execução abaixo do NA SIM SIM* OK
Vibração NÃO NÃO OK
Acessibilidade do Equipamento SIM SIM OK
Profundidade Máxima (m) 10 9 OK**
Produtividade (m/diários) 25 Variável OK
Execução de Matacões NÃO SIM X
* Lado Direito do nosso perfil, encontra-se o NA aos 11m.
**A depender da escolha do material.
A Estaca Raiz é uma estaca argamassada "in loco" e de elevada tensão de trabalho do
fuste. Caracteriza-se principalmente por ser uma estaca executada com o emprego de
revestimento, que permite atingir grandes comprimentos, em rocha ou em solo. Associado ao
uso equipamentos de pequeno e médio porte que permitem ser executadas em locais de difícil
acesso. E devido ao fato do processo executivo desta estaca não causa vibrações, permite
empregar esse tipo de estaca em qualquer situação de obra industrial. Quando há necessidade
de atravessar matacões, blocos de concreto ou embuti-las em rocha, a perfuração é
complementada com uso de martelo hidráulico, até atingir a profundidade desejada (GEOFIX,
2017).
Para realizar a perfuração do furo na vertical ou inclinada, sua execução se dá mediante
a utilização de equipamentos mecânicos apropriados denominados perfuratrizes percussão com
circulação de água com a introdução no solo de elementos tubulares de aço rosqueáveis. Em
seguida, é colocada a armadura metálica no interior do tubo de perfuração e em seguida aplicada
a argamassa até o total preenchimento do tubo. Com o tubo de perfuração totalmente cheio com
a argamassa, a sua extremidade superior é tamponada e aplicada uma pressão com ar
comprimido. Essa pressão provoca a penetração da argamassa no solo aumentando
substancialmente o atrito lateral e garantindo a continuidade do fuste. Em seguida, inicia-se o
saque dos tubos de perfuração por intermédio de macacos hidráulicos, procedendo-se a cada
trecho de elementos de tubo sacado, a complementação do nível de argamassa no interior do
tubo e a aplicação de uma nova pressão (REBELLO,2013).
Figura 19: Estaca raiz
Fonte: http://construcaomercado17.pini.com.br/negocios-incorporacaoconstrucao/146/artigo299192-
1.aspx
De acordo com Hachich et al. (1998), podemos citar as seguintes vantagens apresentadas
as estacas raiz:
As estacas-raiz suportam grandes cargas (>1000kN);
Podem atingir grandes profundidades;
Pode ser executado tanto em solo quanto em rocha e não provoca ruídos e vibrações;
Podem ser executadas com maiores inclinações (0 à 90º);
Reforço de fundações.
Com auxílio de um software que realiza estimativa de orçamentos podemos tomar como
base o valor de algumas fundações por unidade, e considerando:
Concreto depositado por caminhão betoneira
Classe II Agressividade Ambiental – Urbano
Concreto C25
Tabela 15
Características Dimensões Valor (R$) Observações
Escavada Ø 50cm 126,50 Moldadas “In loco”
Broca Ø 30cm 69,00 Trado Manual
Hélice Contínua Ø 50cm 200,50 Monitorada
Strauss Ø 32cm 123,35 ---
Características Dimensões Valor (R$) Observações
Franki Ø 35cm 253,25 ---
Concreto Pré-Fabricado 30x30 cm 122,90 Quadrada e maciça
Metálica Pré-Fabricada Perfil I 10” 173,50 Aço A36
Madeira Pré-Fabricada Ø 25cm 71,00 Eucalipto
Tubulão Ø 70cm 594,40 Céu Aberto
Devido a técnica empregada para sua produção, à estaca broca se mostra como uma das
técnicas mais economicamente viável de utilização. No entanto, devido suas restrições
apresentadas anteriormente, tecnicamente, esta não pode ser a solução aplicada. Em ordem
crescente de valor, as mesmas justificativas podem ser dadas para as estacas de Madeira,
Concreto e Strauss.
Para o requisito onde deve ser atendido 9 metros de profundidade, a fundação mais cara
foi a do tipo Tubulão, frente ao diâmetro mínimo que deve ser empregado (70 cm, para
passagem do trabalhador) e sua profundidade de instalação. Além da técnica de escalonamento
ou chumbamento que se torna necessária devido a inclinação da rocha, tornando-o uma solução
economicamente inviável para o programa gerador de preços. No entanto, este tipo de fundação
costuma ser econômica devido a utilização de equipamentos já presentes em obra variando
apenas na quantidade de material utilizado de acordo com as dimensões necessárias.
Dentre os tipos de fundações verificados, com possibilidade de aplicação no solo
avaliado tem-se: Sapata, Radier, Tubulão, Metálica e Raiz. Entre as fundações profundas
possíveis, ou seja, Metálica e Raiz, em ordem crescente de valor, verifica-se a limitação do
custo. Visto que ambas possuem elevado custo de implantação, além de haver a necessidade
utilização de mais de uma estaca para cada pilar da obra com o intuito de atender o requisito de
carga, deixando-as como última opção. Por fim, tem-se as fundações rasas e a profunda direta,
que além da viabilidade técnica de aplicação, destacam-se pela viabilidade econômica.
8. CONCLUSÕES
A boa capacidade de suporte dos perfis da unidade PVg localizados nos morros de
Florianópolis deve ser muito bem aproveitada do ponto de vista econômico. Porém, as situações
de edificações vizinhas e o controle para a contenção de taludes requerem cuidados especiais.
De um modo geral, os solos de granito no horizonte “C” (abaixo da camada de 3 metros)
apresentam boa espessura para a execução de fundações, mas apresentam-se bastante erodíveis,
quando desprotegidos do horizonte “B”.
As profundidades maiores, em que se encontra o nível do lençol freático, encontram-se
também solos ideias para execução das fundações. Contudo, é preciso que se tenha extremo
cuidado na presença de falhas (faixas de NSPT abaixo do desejável).
De acordo com os dados obtidos no estudo observou-se que existe uma camada superficial
de três metros, onde verifica-se NSPT entre 5 e 8. Devido à baixa resistência desse solo
superficial, dada a situação natural encontrada no terreno, todas as fundações do tipo rasa seriam
descartadas, frente à carga solicitante gerada pela edificação. No entanto de acordo com o
projeto que prevê a implantação de um subsolo, com retirada de 3 metros de solo, torna-se
possível a implantação de fundações rasas.
Diante da retirada dos três metros superficiais de solo, proporciona-se um alívio de
tensões, ficando o solo pré-adensado, que é favorável à utilização de sapatas. Contudo, durante
a execução dessa escavação, é de fundamental importância que se possa garantir a estabilidade
de taludes localizados no perímetro do terreno, bem como o confinamento do solo de suporte
das sapatas, mediante futuras escavações vizinhas.
Dada a análise da dimensão e dos bulbos de tensões da sapata, tem-se que:
A maior sapata necessária para execução no local teria 12,6 m2 de área, onde adotando-
se a forma quadrada teríamos uma sapata de 3,5 X 3,5 m, para o pilar mais carregado;
Poderia ser executa sapatas com diferentes configurações e diâmetros de modo a atender
os requisitos de espaçamento entre elas;
Seu bulbo de tensões dado como 2 x b, ou seja, duas vezes a menor dimensão da sapata,
tem-se que: 2 x 3,5 = 7 m, atingindo assim a superfície da rocha.
Atendendo a todos os requisitos da obra, e apresentando-se como uma das fundações mais
economicamente viáveis de aplicação, a sapata apresenta-se como uma solução totalmente
aplicável.
9. REFERÊNCIAS
AZEREDO, H.A. O edifício até sua cobertura. 2. ed. rev. São Paulo: Edgard Blücher, 1997.
p. 29-47.
A., Cype Ingenieros S.. Software para Engenharia e Construção: Gerador de Preços. 2012.
Disponível em:
<http://www.brasil.geradordeprecos.info/obra_nova/Fundacoes/Profundas/Tubuloes/Tubula
o_a_ceu_aberto_de_concreto_armado.html>. Acesso em: 15 dez. 2017.
COCK, F. Design of oxially loaded bored piles – European Codes, pratice ande experience. In:
INTERNATIONAL GEOTECHNICAL SEMINAR ON DEEP FOUNDATIONS ON BORED
AND AUGER PILES, 3 ed, 1998, Ghent-Belgium. Proceedings... Rotterdam: A. A. Balkema,
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DANTAS NETO, S.A. Fundações e obras de contenção. Fortaleza, 2008. 134 p. Notas de
aula da disciplina Fundações e Obras de Contenção – Curso de Engenharia Civil/UFC.
FROTA, R.G.Q.; CARVALHO, C.S.; NIYAMA, S. (Org.). Fundações: teoria e prática. 2. ed.
São Paulo: Pini, 1998. p. 119-162.
HACHICH, W.; FALCONI F.; SAES J.; FROTA R.; CARVALHO C.; NIYAMA S.
Fundações - Teoria e Prática. ABMS/ABEF, Editora PINI, 1998.
JOPPERT JUNIOR, Ivan. Fundações e Contenções de Edifícios. São Paulo: Pini, 2007.
TABELA 1
TABELA 2