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ABSTRACT: Theoretical study about distance learning, from the perspective of the higher
distance learning student, and the future of education, based on Delors’ pillars, explained in
UNESCO report of the International Commission on Education for the Twenty-First Century
(The Delors Report).
Delors afirma que a educação ao longo da vida baseia-se nestes quatro pilares, e que a
educação ocupa cada vez mais espaço na vida das pessoas, “porque a evolução rápida do
mundo exige uma atualização contínua dos saberes”. O Relatório Jacques Delors aponta para
a educação no século XXI, e a comissão que o elaborou sob a sua coordenação, desenvolveu
um trabalho que se tornou referência para se pensar a educação em todos os seus aspectos.
Neste relatório ressalta as notáveis descobertas e avanços tecnológicos do último
quarto de século que se passou, e acrescenta que “a Comissão não poderia analisar as
principais opções sociais que a educação tem que enfrentar sem recordar a importância que
convém dar às novas tecnologias da informação e da comunicação”. Refere-se não somente às
práticas pedagógicas, mas à questão de acesso ao conhecimento. Informa que há um farto
material que advém de uma sólida experiência nesta modalidade de educação em vários
países, que pode oferecer apoio à comunidade educativa. A opinião é de que a introdução das
novas tecnologias de informação e de comunicação nos sistemas educativos é “um desafio
decisivo, e é importante que a escola e a universidade se coloquem no centro desta profunda
transformação que afeta o conjunto da sociedade” (DELORS, 1998: p.190). A Comissão
percebe vantagens no uso das novas tecnologias na educação.
Belloni, na introdução de seu livro sobre educação a distância, ressalta o conceito de
educação ao longo da vida, e aborda a crise da educação, principalmente no que se refere à
inovação educacional e ao uso educativo das novas tecnologias. Ao falar sobre a educação no
futuro reafirma a ênfase no estudante, que vai além da introdução das novas tecnologias, mas
que considera suas necessidades e expectativas, e o desenvolvimento de suas capacidades de
auto-aprendizagem. Lembra ainda que não basta implantar novas tecnologias, pois a
mediatização do ensino exige uma nova postura comunicacional e pedagógica. Menciona a
flexibilização como palavra-chave deste processo: flexibilização do acesso, com a
democratização das oportunidades; flexibilização do ensino, para o desenvolvimento das
habilidades de auto-aprendizagem; flexibilização da aprendizagem, no sentido de autonomia e
independência do estudante; e flexibilização da oferta: para atender às demandas sociais e
para a educação ao longo da vida.
O Seminário Internacional Universidade XXI – Novos caminhos para a educação
superior – Ministério da Educação e Cultura – MEC, realizado em Brasília, de 25 a 28 de
agosto de 2003, elaborou um relatório, coordenado pelo professor José Geraldo de Souza
Junior, do Departamento de Política do Ensino Superior da Secretaria de Ensino Superior –
SESu, e por Irislene Fernandes de Paula, da Assessoria Internacional da Secretaria de
Educação Superior do MEC. O objetivo do seminário foi debater a educação superior no
mundo contemporâneo, para buscar subsídios para uma reforma no sistema brasileiro de
educação superior. Uma das questões prioritárias foi a necessidade de ampliação do acesso à
educação superior de qualidade. Dentre as diretrizes para uma nova Universidade
encontramos: promover a inclusão social e integrar Ciência e Tecnologia. As diretrizes falam
ainda sobre “utilizar a tecnologia, redes de informação, dados digitalizados e educação a
distância como meios facilitadores da transmissão, difusão e acesso ao conhecimento”. O
relatório considera estratégico o desenvolvimento de programas para o uso de novas
tecnologias de ensino, e a aplicação de metodologias de ensino a distância e em rede.
O professor Gadotti recomenda cautela para se analisar as perspectivas da educação,
porque “falar em perspectivas é falar de esperança no futuro”. Porém, dentre as questões que
estabelece para pensar a educação do futuro, pergunta: qual é o papel da educação na era da
informação? E considera que uma das categorias necessárias para se pensar é a da
virtualidade, pois a informática, associada à telefonia, nos inseriu definitivamente na era da
informação.
O desenvolvimento deste ensaio teórico leva a considerar que a educação a distância
se apóia sobre os quatro pilares da educação, descritos por Jacques Delors. O aluno desta
modalidade de educação é autônomo e capaz de auto-dirigir e auto-regular o seu processo de
aprendizagem. É um ser crítico e contextualizado, que valoriza o relacionamento e a troca de
saberes. É produto da sociedade do conhecimento, que exige a educação ao longo de toda a
vida.
O aluno vence a resistência em relação ao novo, e recebe a recompensa de ampliar
suas possibilidades e se sentir parte ativa deste processo de inovação.
Em um mundo competitivo em que as informações se atualizam a cada instante, o
aluno da educação a distância desenvolve habilidades e conhecimentos que o tornam apto a
enfrentar situações de mudanças constantes e para as quais não existe a resposta pronta. Ele
aprende a conhecer, aprende a fazer, aprende a conviver e aprende a ser.
Ao pensar o futuro da educação na perspectiva do aluno de um curso superior a
distância, a conclusão é de que nos novos caminhos da educação superior, a educação a
distância vai estar cada vez mais presente. O aluno vai escolher esta modalidade de ensino
pelas vantagens que ele apresenta, de desenvolver atividades educativas em lugares e tempos
que o aluno escolhe, além de maior possibilidade de acesso à educação já que as vagas
oferecidas são em maior quantidade. As instituições de ensino superior terão que se adaptar
para atenderem à demanda dos alunos de educação a distância e, no futuro, o processo irá se
inverter, com as instituições acompanhando o ritmo evolutivo da educação para tornarem
atrativas e para atenderem às necessidades dos alunos. Pode ser também que, no futuro, a
educação a distância deixe de existir sob esta denominação, pois hoje se costuma mencionar
as inovações tecnológicas em educação, que irão fazer parte do processo educativo sem que,
necessariamente, seja feita a distinção dos cursos pela sua modalidade de ensino. Os cursos
terão atividades presenciais e a distância.
REFERÊNCIAS:
BELLONI, M.L. Educação a Distância. Campinas, SP: Editora Autores Associados, 2001.
DELORS, J. Educação: um tesouro a descobrir. São Paulo, Cortez, 1998.
GADOTTI, M. Perspectivas atuais da educação. Porto Alegre, Ed. Artes Médicas, 2000.
SEMINÁRIO INTERNACIONAL UNIVERSIDADE XXI. Novos caminhos para a
educação superior, 2003, Brasília. 11 p. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/sesu/arquivos/pdf/novoscaminhoseducacaosuperior.pdf>. Acesso
em 25.09.2007.
BRASIL, Ministério da Educação. SESu – Secretaria de Educação Superior. Educação
Superior a Distância. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/sesu/index.php?
option=content&task=category§ionid=7&id=100&Itemid=298>. Acesso em 25.09.2007.