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História do Brasil 1

Brasil Colônia

Capítulo 1
01. b) expandiu as atividades agrícolas, com o declínio
O feudalismo pode ser considerado um conjunto de do uso de moedas nas trocas.
leis e costumes que orientaram a ordem sociopolítica c) fez surgir um novo grupo social, ligado às ativida-
e econômica, numa parte da Europa, durante um perí- des artesanais e mercantis.
odo da Idade Média. O sistema feudal caracterizou-se d) permitiu o desenvolvimento do trabalho livre, isento
principalmente: de quaisquer restrições.
a) pelo modo de produção escravista, baseado nas e) criou uma infra-estrutura tão adequada que pro-
relações servis de produção. vocou intenso êxodo rural.
b) por uma economia amonetária, na qual prevale-
ciam as trocas naturais. 05.
c) por uma sociedade com grande mobilidade social. Assinale a alternativa que corresponda ao significado
d) por um poder político centralizado, sendo o rei o centro do termo jacqueries.
em torno do qual se agrupavam os Estados feudais. a) Trata-se de uma dinastia real européia.
b) Revolta de judeus.
02. UFES c) O mesmo que “peste negra”.
O século XIV, na Idade Média, corresponde a uma d) Conflitos camponeses.
fase em que o feudalismo já estava enfrentando sérios
e) Impostos cobrados pelos senhores feudais.
problemas, que impunham mudanças. Não fez parte
dessa fase de crise do feudalismo o(a): 06.
a) escassez da mão-de-obra servil, devido a epide- Entre as conseqüências políticas mais importantes da
mias como a “peste negra”, doença que dizimou Guerra dos Cem Anos, entre 1337 e 1453, podemos
grande parcela da população. destacar:
b) desorganização da produção causada pela incidên- a) o aparecimento da relação feudal de suserania e
cia de guerras, como a Guerra dos Cem Anos. vassalagem.
c) aumento da mortalidade provocada pela grande b) o fortalecimento dos exércitos mercenários e a
fome, que produziu a miséria no campo. consolidação da vassalagem.
d) eclosão de revoltas camponesas desencadeadas pela c) o aparecimento do poder real e a consolidação do
situação de empobrecimento do homem do campo. feudalismo.
e) política oficial explícita de contenção da produção d) a consolidação do absolutismo monárquico e da
agrícola e do crescimento demográfico. prática do escambo.
e) o fortalecimento do poder real e a consolidação do
03. UFOP-MG sentimento de nacionalidade.
A economia européia medieval, em especial no período
07.
compreendido entre os séculos XI e XIII, teve como
base as atividades ligadas à agricultura. O que foram as Guerras de Reconquista?
Com relação a esse fato, assinale a opção correta. 08.
a) A pecuária foi a atividade mais importante, pois o Que relação há entre as Guerras de Reconquista e a
consumo de carne era básico para a população. formação de Portugal?
b) A maioria da população vivia nas cidades, comer-
cializando o que era produzido no campo. 09. UFPE
c) Os cereais eram alguns dos principais produtos Sobre o movimento das Cruzadas, em que a Igreja Ca-
da economia, sendo muitas vezes utilizados como tólica procurou retomar as “terras santas” dos mouros,
moeda nas atividades de comércio. assinale a opção correta.
a) As Cruzadas ampliaram as possibilidades do
d) Em razão do comércio praticado com os continen-
comércio europeu na Ásia.
tes africano e americano, houve intensa expansão
b) As Cruzadas foram financiadas unicamente com
da economia baseada em trocas monetárias.
recursos da Igreja e não tinham fins comerciais.
04. UFTM-MG c) Os senhores feudais que financiavam as Cruzadas
eram recompensados unicamente com títulos
PV2D-07-HIS-14

O crescimento do comércio e das cidades na Baixa religiosos.


Idade Média: d) Do ponto de vista militar, as Cruzadas obtiveram
a) consolidou as estruturas feudais, como a economia êxito total contra os mouros, expulsando-os da
de subsistência e a suserania. Europa e da Terra Santa.
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10. 15. Unifacs-BA
A formação do Estado português foi caracterizada: Na Baixa Idade Média, o renascimento do comércio
a) pela descentralização política. possibilitou:
b) por um feudalismo bem delineado. a) a formação de associações corporativas, denomi-
c) pela República representativa. nadas confrarias, que defendiam os interesses dos
d) pela centralização política em torno do rei. mercadores.
e) pelo bom relacionamento com os árabes maome- b) a instituição, pela burguesia nascente, de governos
tanos. próprios sob a proteção dos senhores feudais.
c) o retorno das transações financeiras com o reapa-
11.
recimento da moeda.
Sob qual dinastia ocorreu a formação do Estado Nacio-
d) o fortalecimento da nobreza feudal a partir da
nal português e quais eram as atividades econômicas
cobrança de impostos sobre as atividades comer-
de Portugal nessa época?
ciais.
12. e) a cobrança de juros, nos empréstimos financeiros,
Em 1383, ocorreu em Portugal a Revolução de Avis. com o apoio da Igreja.
Entre suas conseqüências, podemos citar:
16. UFPE
a) a centralização do poder político e o incentivo às
Durante toda a Baixa Idade Média, a península Ibérica
instituições feudais.
esteve envolvida:
b) a descentralização do poder político e o incentivo
a) em guerras entre os reinos de Portugal e de Na-
às Grandes Navegações.
varra.
c) a descentralização do poder político e o incentivo
b) na Guerra de Reconquista, em que os reinos
ao comércio interno.
cristãos lutaram contra os muçulmanos.
d) a centralização do poder político e a criação de
c) na guerra contra a formação dos Estados moder-
empecilhos à expansão comercial.
nos europeus.
e) a conclusão do processo de centralização do poder
d) com a conquista da África e da Ásia.
político e a criação de condições para as grandes
navegações. e) com a organização das Cruzadas.

13. UFSCar-SP 17. PUC-RS


O crescimento populacional na Europa Ocidental, Na Europa, entre os séculos XI e XV, ocorreram trans-
a partir do século XI, implicou dificuldades sociais, formações sociais, políticas, econômicas e culturais,
devido à: dentre as quais não se pode citar:
a) mentalidade teocêntrica típica da Idade Média, que a) o desenvolvimento do capital comercial.
condenava o trabalho produtivo. b) a dissolução gradual do trabalho servil.
b) descentralização política feudal, que impedia a c) a consolidação da influência bizantina na Igreja.
livre circulação da mão-de-obra. d) o surgimento de uma cultura antropocêntrica.
c) população exígua das cidades medievais, compri- e) o início da centralização do poder político.
midas no interior de muralhas.
d) regulamentação das Corporações de Ofício, que 18. UEM-PR
proibia a formação de artesãos. Sobre a crise da sociedade feudal européia (séculos
e) baixa produtividade da economia medieval e a sua XIV e XV), assinale o que for correto.
limitada possibilidade de expansão. 01. Em determinadas áreas da Europa Ocidental,
ocorre a transformação das relações servis em
14. Unifor-CE relações contratuais, que paralelamente coexistem
Assim como as Cruzadas dinamizaram o renascimento com um recrudescimento da servidão em outras
das atividades comerciais na Europa, a expansão ma- regiões.
rítima provocou uma verdadeira revolução comercial, 02. Nesse período, houve uma decadência das ativi-
na medida em que a atividade mercantil passou a ser dades comerciais e uma regressão da vida urbana,
exercida em escala mundial. Em meio a esse processo, sobretudo em razão das pressões da Igreja.
estruturava-se uma nova ordem socioeconômica, que 04. As revoltas urbanas e camponesas, as jacqueries
alguns estudiosos denominam: da França, vinculam-se à miséria que caracteriza a
a) feudalismo. vida dos trabalhadores urbanos e dos camponeses
b) capitalismo industrial. naquele período.
c) capitalismo comercial. 08. Em seus aspectos políticos, a crise do feudalismo
possibilita uma crescente centralização do poder
d) capitalismo financeiro.
monárquico e o conseqüente surgimento dos
e) socialismo.
Estados nacionais.

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16. As inovações técnicas na guerra, a utilização de b) Cite outro fator, além das revoltas camponesas,
armas de fogo, exigem exércitos mais disciplinados que tenha contribuído para a crise feudal do século
e mais bem treinados que os dos cavaleiros me- XIV.
dievais e colocam em xeque a cavalaria, instituição
da nobreza. 23. Fuvest-SP
Dê, como resposta, a soma das alternativas corre- A partir do século XI, na Europa Ocidental, os poderes
tas. monárquicos foram lentamente se reconstituindo, e em
torno deles surgiram os diversos Estados nacionais.
19. Unifor-CE Explique as razões desse processo de centralização
Analise os textos abaixo. política.
I. “Agravaram-se as contradições entre o campo e
24. Unifesp
a cidade. A produção agrícola não respondia mais
Se, como concluo que acontecerá, persistir esta
às exigências das cidades em crescimento.”
viagem de Lisboa para Calecute, que já se iniciou,
II. “(...) a atividade comercial se estagnou devido, deverão faltar as especiarias às Galés venezianas e
principalmente, à falta de moedas e à insuficiência aos seus mercadores.
de mercados. As minas de ouro e prata haviam se Diário de Girolamo Priuli. Julho de 1501
esgotado na Europa.”
Esta afirmação evidencia que Veneza estava:
III. “(...) a insuficiente produção agrícola e a estag-
a) tomada de surpresa pela chegada dos portugue-
nação do comércio provocaram a fome que se
ses à Índia, razão pela qual entrou em rápida e
alastrou pela Europa. A desnutrição e as más
acentuada decadência econômica.
condições de higiene propiciaram a ocorrência de
sucessivos surtos epidêmicos, dos quais o mais b) acompanhando atentamente as navegações portu-
guesas ao Oriente, as quais iriam trazer prejuízos
desastroso foi a chamada peste negra (...).”
ao seu comércio.
IV. “(...) Os levantes dos servos, promovidos pela
c) despreocupada com a abertura de uma nova rota
superexploração, foram tornando inviável a ma-
pelos portugueses, pois isto não iria afetar seu
nutenção das relações de servidão.”
comércio e suas manufaturas.
Eles identificam fatores responsáveis:
d) impotente para resistir ao monopólio que os
a) pela crise do século XIV, que anunciou o final da portugueses iriam estabelecer no comércio de
época medieval. especiarias pelo Mediterrâneo.
b) pela extinção do escravismo, que anunciou o final e) articulando uma aliança com outros estados italia-
da época moderna. nos para anular os eventuais prejuízos decorrentes
c) pelo declínio do Império Romano, que anunciou o das navegações portuguesas.
final da época antiga.
d) pelo surgimento do feudalismo e pela descentra- 25. UFC-CE
lização política da Europa. Dispostos a participar do lucrativo comércio de espe-
e) pela ruralização da Europa Ocidental e pelas ciarias, realizado pelos portos do Levante Mediterrâ-
invasões dos bárbaros no século IV. neo e controlado pelos venezianos, os portugueses
buscaram um caminho alternativo. Em 1498, Vasco
20. da Gama conseguiu chegar à Índia:
No século XIV, um acontecimento de grande importân- a) através dos portos do Poente Mediterrâneo.
cia favoreceu a monarquia portuguesa. Foi: b) utilizando as antigas rotas terrestres do Meio
a) a descoberta do Brasil. Oriente.
b) a realização do périplo africano. c) utilizando o canal do Panamá.
c) o início do comércio português com as Índias. d) através do Estreito de Magalhães.
d) a Revolução de Avis. e) circunavegando a África.
e) o cruzamento do Cabo das Tormentas.
26. Cesgranrio-RJ
21. O descobrimento do Brasil foi parte do plano imperial
Analise o significado político e econômico da Revo- da Coroa portuguesa, no século XV. Embora não
lução de Avis. houvesse interesse específico de expansão para o
Ocidente:
22. UFRJ
a) a posse de terras no Atlântico Ocidental consoli-
O modo de produção feudal começou a desestruturar-se a
dava a hegemonia portuguesa neste oceano.
partir do século XIV, na Europa, por alguns fatores. Dentre
estes fatores, as revoltas camponesas têm uma importân- b) o Brasil era uma alternativa mercantil ao comércio
PV2D-07-HIS-14

cia vital para entendermos a estrutura de dominação que português no Oriente.


se abatia sobre estes mesmos camponeses. c) o desvio da esquadra de Cabral seguia a mesma
a) Explique uma causa das revoltas camponesas. inspiração de Colombo para chegar às Índias.

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d) a procura de terras no Ocidente foi uma reação de 30. UEL-PR
Portugal ao Tratado de Tordesilhas, que o afastava Para compreender a expansão marítima nos séculos
da América. XV e XVI, é necessário considerar a importância da
e) essa descoberta foi mero acaso, provocado pelas cartografia. Sobre o tema, é correto afirmar que os
intempéries que desviaram a esquadra da rota da cartógrafos representaram o mundo:
Índia. a) valendo-se de conhecimentos acumulados e
transmitidos por meio da filosofia, da astronomia
27. UFMG
e da experiência concreta.
Todas as alternativas apresentam fatores que explicam
b) desconhecendo o valor político de sua arte de
a primazia dos portugueses no cenário dos grandes
cartografar para os rumos da rivalidade castelha-
descobrimentos, exceto:
no-portuguesa.
a) a atuação empreendedora da burguesia lusa no c) ignorando a hagiografia medieval e as crenças na
desenvolvimento da indústria náutica. existência de monstros marinhos e de correntes
b) a localização geográfica de Portugal, distante do de ventos nos oceanos.
Mediterrâneo Oriental e sem ligações comerciais
d) confirmando os conhecimentos estáticos sobre
com o restante do continente.
o planeta, resultantes da observação direta dos
c) a presença da fé e o espírito da cavalaria e das espaços desconhecidos.
Cruzadas que atribuíam aos portugueses a missão
e) anotando nos mapas pontos geográficos, longitu-
de cristianizar os povos chamados “infiéis”.
des e latitudes com exímia precisão, em função
d) o aparecimento pioneiro da monarquia absolutista dos eficazes instrumentos de navegação.
em Portugal, responsável pela formação do Estado
moderno. 31.
Portugal e Espanha foram, no século XV, as primeiras
28. Fuvest-SP
nações modernas da Europa, portanto pioneiras dos
“Antigamente, a Lusitânia e a Andaluzia eram o fim grandes descobrimentos marítimos. Identifique as
do mundo, mas agora, com a descoberta das Índias, realizações portuguesas e as espanholas, no que diz
tornaram-se o centro dele”. Essa frase, de Tomás de respeito a esses descobrimentos.
Mercado, escritor espanhol do século XVI, referia-se:
1. Os espanhóis, navegando para o Ocidente, des-
a) ao poderio das monarquias francesa e inglesa, que cobriam, em 1492, as terras do Canadá.
se tornaram centrais desde então. 2. Os portugueses chegaram ao Cabo das Tormen-
b) à alteração do centro de gravidade econômica tas, na África, em 1488.
da Europa e à importância crescente dos novos 3. Os portugueses completaram o caminho para as
mercados. Índias, navegando para o Oriente, em 1498.
c) ao papel que os portos de Lisboa e Sevilha assu- 4. A Coroa espanhola foi responsável pela primeira
miram no comércio com os marajás indianos. circunavegação da Terra, iniciada em 1519 por
d) ao fato de a América ter passado a absorver, desde Fernão de Magalhães. Sebastião del Cano chegou
então, todo o comércio europeu. de volta à Espanha em 1522.
e) ao desenvolvimento da navegação a vapor, que 5. Os portugueses chegaram às Antilhas em 1492, con-
encurtava distâncias. fundindo o continente americano com as Índias.
29. Fuvest-SP Estão corretos apenas os itens:
Sobre o Tratado de Tordesilhas, assinado em 7 de a) 2, 3 e 4. d) 1, 3 e 4.
junho de 1494, pode-se afirmar que objetivava: b) 1, 2 e 3. e) 2, 4 e 5.
a) demarcar os direitos de exploração dos países c) 3, 4 e 5.
ibéricos, tendo como elemento propulsor o desen-
volvimento da expansão comercial marítima. 32. Mackenzie-SP
b) estimular a consolidação do reino português, por As razões do pioneirismo português na expansão
meio de exploração das especiarias africanas e marítima dos séculos XV e XVI foram:
da formação do exército nacional. a) a invasão da península Ibérica pelos árabes e a
c) impor a reserva de mercado metropolitano, por conquista de Calicute pelos turcos.
meio da criação de um sistema de monopólios que b) a assinatura do Tratado de Tordesilhas por Portugal
atingia todas as riquezas coloniais. e pelos demais países europeus.
d) reconhecer a transferência do eixo do comércio c) um Estado liberal centralizado, voltado para a
mundial do Mediterrâneo para o Atlântico, depois acumulação de novos mercados consumidores.
das expedições de Vasco da Gama às Índias. d) as guerras religiosas, a descentralização política
e) reconhecer a hegemonia anglo-francesa sobre a do Estado e o fortalecimento dos laços servis.
exploração colonial, após a destruição da inven-
e) uma monarquia centralizada, interessada no co-
cível Armada de Filipe II, da Espanha.
mércio de especiarias.

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33. UFR-RJ 35. Unirio-RJ
Os portugueses foram os primeiros europeus a lança- A 16 de setembro, vimos flutuar pequenos maços de
rem-se no processo de expansão marítima, no século ervas marinhas que pareciam ainda frescas..., o que
XV. Isto ocorreu devido a inúmeros fatores de ordem fez todos acreditarem que a terra se aproximava.
interna, tais como: a precoce centralização política, COLOMBO, Cristóvão. In: ISAAC, J. & ALBA, A História universal – Idade
uma burguesia forte e uma certa experiência em nave- Média. São Paulo: Mestre Jou, 1967, p.193
gação. Em relação a outros fatores que favoreceram a Esse breve fragmento, extraído do diário de bordo,
expansão marítima portuguesa, podemos citar: escrito em 1492 por Cristóvão Colombo, tem um signifi-
a) a necessidade de descobrir novas jazidas de cado especial no processo de expansão das fronteiras
metais preciosos para cunhagem de moedas e européias. Podemos afirmar que a chegada à América
o desejo de chegar às Índias para monopolizar o faz parte do processo da(o):
comércio de especiarias. a) expansão da economia mercantil e do fortaleci-
b) a necessidade de descobrir novas jazidas de mento da classe burguesa.
metais preciosos para cunhagem de moedas e a
b) ampliação do movimento da Reconquista e da
feitura de uma aliança com a Espanha, visando a
consolidação dos reinos cristãos ibéricos.
uma ação conjunta em relação ao descobrimento
da América. c) decisão tomada no Tratado de Tordesilhas e do
c) a necessidade de descobrir novas jazidas de metais fortalecimento econômico da Espanha.
preciosos para cunhagem de moedas e o desejo de d) descobrimento das novas técnicas de navegação
fundar novas cidades na costa africana, levando- e da assinatura da Bula Inter Coetera.
lhes o desenvolvimento técnico dos europeus.
d) a necessidade de expandir a fé católica, bem como 36. UFPE
a necessidade de se chegar às Índias viajando Assinale a alternativa que não se relaciona com o
para o Ocidente, a fim de divulgar os novos pre- movimento de expansão marítima portuguesa.
ceitos do Calvinismo. a) No início da Idade Moderna, o oceano Atlântico era
e) a necessidade de descobrir novas jazidas de praticamente desconhecido, havendo navegações
metais preciosos para cunhagem de moedas e o costeiras de Portugal aos países escandinavos:
objetivo de chegar às Índias para desenvolver a Dinamarca, Noruega e Suécia.
cultura de ambos os países.
b) Investimentos altos foram necessários à expansão
34. portuguesa. O Estado foi o único agente capaz
Os europeus ocidentais, com exceção de alguns comer- de investir grandes vultos, advindos de impostos
ciantes empreendedores, italianos e judeus, conheciam recolhidos sobre a propriedade da terra.
apenas vaga e fragmentariamente as grandes civiliza- c) A unificação italiana foi um dos pré-requisitos para
ções asiáticas e norte-africanas. Estas, por sua vez, a expansão marítima.
sabiam pouco ou nada da Europa que existia no norte dos d) A conquista de Ceuta em 1415 significou uma aliança
Pirineus e da África ao sul do Sudão (…), e desconheciam de interesses entre a burguesia e a nobreza portugue-
tudo acerca da América. Foram os pioneiros portugueses sa, cujos objetivos eram convergentes, na época.
e os conquistadores castelhanos da orla ocidental da e) Os lucros comerciais atingidos com as expedições
cristandade que uniram, para o melhor e para o pior, os portuguesas de 1415 e 1460 na costa africana
ramos diversificadores da grande família humana. foram superiores aos gastos realizados nesses
Charles Boxer, O império marítimo português, 1415-1825. empreendimentos.
Acerca da expansão marítima e de suas conseqüên-
cias, podemos afirmar que: 37.
a) foi responsável pela transferência do eixo econô- Acerca da expansão marítima comercial implementada
mico do Atlântico para o mar Mediterrâneo e pelo pelo reino português, podemos afirmar que:
contato entre os europeus, africanos e habitantes a) a conquista de Ceuta marcou o início da expansão,
do Novo Mundo. ao possibilitar a acumulação de riquezas para a
b) propiciou o primeiro contato entre os europeus e manutenção do empreendimento.
os habitantes do que, anos depois, viria a ser cha-
b) a conquista da baía de Argüim permitiu a Portugal
mado de América. Como resultado desse contato,
os habitantes do Novo Mundo entraram numa fase montar uma feitoria e manter o controle sobre
de grande desenvolvimento. importantíssima rota comercial intra-africana.
c) desencadeou uma profunda crise econômica em Por- c) a instalação da feitoria de São Paulo de Luanda
tugal, conhecida por “Revolução dos Preços”, uma vez possibilitou a montagem de grande rede de abas-
que a colonização acabou por empobrecer o reino tecimento de escravos para o mercado europeu.
português ao consumir muitos de seus recursos. d) o domínio português de Piro e Sidon e o con-
d) proporcionou uma fase de pleno desenvolvimento seqüente monopólio de especiarias do Oriente
socioeconômico no continente africano, decorren- Próximo tornaram desinteressante a conquista da
te da implantação, por parte de Portugal, de um Índia.
sistema de colonização conhecido como colônia e) a expansão da lavoura açucareira escravista na
PV2D-07-HIS-14

de povoamento. ilha da Madeira, após 1510, aumentou o preço


e) estimulou e consolidou a emergência do capitalis- dos escravos, tanto nos portos africanos quanto
mo mercantil no velho continente e foi responsável nas praças brasileiras.
pela ampliação dos horizontes físico e mental do
homem europeu.
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38. Unifor-CE 42. Vunesp
Leia o poema abaixo. Observe a figura e leia o texto.
Ó mar salgado, quando do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu.
Mas nele é que espelhou o céu.
Fernando Pessoa

O poema de Fernando Pessoa se refere à conquista dos


mares pelos portugueses, no início da era Moderna. Se
os resultados finais mais conhecidos dessas “grandes
navegações” foram a abertura de novas rotas comerciais
em direção à Índia, a conquista de novas terras e o es-
palhamento da cultura européia, alguns dos elementos
desse contexto histórico cuja articulação auxilia na com-
preensão das origens dessa expansão marítima são:
a) o avanço das técnicas de navegação; a busca
do mítico paraíso terrestre; a percepção de um
universo segundo uma ordem racional.
b) a busca de ouro para as Cruzadas; a descen-
tralização monárquica; o desenvolvimento da Reprodução da tela Primeira missa no Brasil. Vítor Meireles, 1861.
matemática. Chantada a Cruz, com as Armas e a divisa de Vossa
c) o mito do abismo do mar; a desmonetarização da Alteza, que primeiramente lhe pregaram, armaram altar
economia; a vontade do enriquecimento rápido. ao pé dela. Ali disse missa o padre Frei Henrique (...).
d) a demanda de especiarias; a aliança com as cida- Ali estiveram conosco (...) cinqüenta ou sessenta deles,
des italianas; a ânsia de expandir o cristianismo. assentados todos de joelhos, assim como nós.
e) o anseio de crescimento mercantil; os relatos de (...) [Na terra], até agora, não pudemos saber que
viajantes medievais; a conquista de Portugal pelos haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal (...)
mouros. Porém, o melhor fruto que dela se pode tirar me parece
que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal
39.
Justifique com suas palavras a seguinte frase da semente que Vossa Alteza em ela deve lançar.
música: Pero Vaz de Caminha. Carta do achamento do Brasil, 1º.5.1500.

Todo dia era dia de índio, mas agora ele só tem o dia A respeito da tela e do texto, é correto afirmar que:
19 de abril. a) demonstram a submissão da monarquia portugue-
Jorge Ben Jor sa à Contra-Reforma católica.
40. Unicamp-SP b) expressam o encantamento dos europeus com a
A base da tese de que o Brasil teria sido descoberto exuberância natural da terra.
por Duarte Pacheco em 1498 gira em torno de seu ma- c) atestam, como documentos históricos, o caráter
nuscrito intitulado Esmeraldo de Situ Orbis, produzido conflituoso dos primeiros contatos entre brancos
entre 1505 e 1508. Trata-se de um relato das viagens e índios.
de Duarte Pacheco não só ao Brasil como também à d) representam o índio sem idealização, reservando-
costa da África, principal fonte de riqueza de Portugal
lhe lugar de destaque no quadro, o que era pouco
no século XV. O rei dom Manoel I considerou tão
valiosas as informações náuticas, geográficas e eco- comum.
nômicas contidas no documento que jamais permitiu e) apresentam uma leitura do passado na qual os por-
que este fosse tornado público. tugueses figuram como portadores da civilização.
Adaptado de: IstoÉ. 26 de novembro de 1997. pp. 65-66.
43. UFMG
a) Em que o relato de Duarte Pacheco altera a versão
oficial do descobrimento do Brasil? O tempo concreto da Igreja é (…) o templo dos cléri-
b) Por que, no contexto da expansão ultramarina, Por- gos, situados pelos ofícios religiosos, pelos sinos que
tugal procurou manter este relato em segredo? os anunciam, pelo rigor indicado pelos quadrantes
c) Quais os interesses de Portugal com a expansão solares, imprecisos e variáveis (…) mercadores e
ultramarina? artifícios substituem esse tempo da Igreja pelo tempo
41. Fuvest-SP mais exatamente medido utilizável para as tarefas
A que se pode atribuir a primazia portuguesa nos des- profanas e laicas, o tempo dos relógios.
cobrimentos e na expansão marítima moderna? Le Goff, Jacques – Tempo da Igreja, tempo de mercados.

70
Esse trecho refere-se a um aspecto das transforma- b) a Espanha, com base no Tratado de Tordesilhas,
ções ocorridas no início dos tempos modernos. Todas impedia a presença portuguesa nas Américas,
as alternativas apresentam outras características policiando a costa com expedições bélicas.
desse processo de mudanças, exceto: c) as forças e atenções dos portugueses convergiam
a) Ascensão da classe senhorial. para o Oriente, onde vitórias militares garantiam
b) Desenvolvimento de rotas terrestres e maríti- relações comerciais lucrativas.
mas. d) os franceses, aliados dos espanhóis, controlavam
c) Expansão da utilização da moeda. as tribos indígenas ao longo do litoral, bem como
d) Formação das monarquias nacionais. as feitorias da costa sul-atlântica.
e) Renascimento da vida urbana. e) a população de Portugal era pouco numerosa,
impossibilitando o recrutamento de funcionários
44. UFMG administrativos.
O Tratado de Tordesilhas, assinado em 1494:
47. UFRJ
a) foi elaborado segundo os mais modernos conhe-
À frente do projeto de expansão do luso-cristianismo
cimentos cartográficos, baseados nas teorias do
geógrafo e astrônomo grego Ptolomeu. estavam os monarcas portugueses, aos quais, desde
meados do século XV, os papas haviam concedido
b) foi respeitado pelos portugueses até o século XVIII,
o direito do padroado (...). Quando se iniciou o ciclo
quando novas negociações resultaram no Tratado
das grandes navegações, Roma decidiu confiar aos
de Madri.
monarcas da península Ibérica o padroado sobre as
c) nasceu de uma atitude inovadora na época: a de
novas terras descobertas.
resolver problemas políticos entre nações concor-
AZZI, Riolando. A cristandade colonial: mito e ideologia. Petrópolis:
rentes pela via diplomática. Vozes, 1987, p. 64.
d) resultou da ação dos monarcas espanhóis que As relações entre os Estados nascentes e a Igreja
resistiram à adoção da Bula Intercoetera, contrária Católica constituíram-se em um dos mais importantes
aos seus interesses. eixos de conflito ao longo da etapa final da Idade Mé-
e) surgiu da necessidade de definir a possessão dia. Ao contrário de outras regiões, na península Ibérica
do território brasileiro disputado por Portugal e a resolução do problema implicou o estreitamento das
Espanha. interações entre uma e outra instituição.
a) Cite duas das atribuições das Coroas ibéricas
45. UECE
contidas na delegação papal do padroado, cujo fim
A descoberta de novas terras por navegadores por-
último era a expansão do catolicismo nas terras
tugueses e espanhóis alimentou a imaginação dos
recém-descobertas da América.
europeus e fomentou uma visão paradisíaca do novo
mundo. Com respeito a esta “visão do paraíso” dos b) Indique a principal fonte de arregimentação de
trópicos, é correto afirmar que: recursos para a realização das tarefas que, por
a) os europeus esperavam encontrar monstros e meio do padroado, estavam a cargo das Coroas
outras entidades mitológicas, o que se confirmou ibéricas na América nos séculos XVI e XVII.
na presença de animais pré-históricos e seres
humanos estranhos. 48. Fuvest-SP
b) os temores com relação ao inesperado levavam Leia o poema a seguir e, em seguida, responda às
muitas vezes os europeus a demonstrar uma vio- questões.
lência desumana contra os nativos do chamado Ó mar salgado, quanto do teu sal
Novo Mundo. São lágrimas de Portugal!
c) as descrições dos novos territórios, com suas Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
florestas exuberantes e seus pássaros exóticos, Quantos filhos em vão rezaram!
vinham confirmar as expectativas de descoberta Quantas noivas ficaram por casar
do paraíso na Terra. Para que fosses nosso, ó mar!
d) o encontro com seres de uma nova cultura, em Valeu a pena? Tudo vale a pena
um ambiente natural diferente, criou um clima Se a alma não é pequena.
propício ao entendimento mútuo e ao respeito pela Quem quer passar além do Bojador
vida humana, como era pregado pelos religiosos
Tem que passar além da dor.
europeus.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu
46. Fuvest-SP Mas nele é que espelhou o céu.
Fernando Pessoa, Mensagem
Os portugueses chegaram ao território, depois de-
nominado Brasil, em 1500, mas a administração da a) Qual o período da história de Portugal que está
terra só foi organizada em 1549. Isso ocorreu porque, sendo recuperado pelo poeta Fernando Pessoa?
até então: b) Por que as aventuras marítimas, nesse período,
PV2D-07-HIS-14

a) os índios ferozes trucidavam os portugueses que se eram empreendimentos tão arriscados?


aventurassem a desembarcar no litoral, impedindo c) Por que a conquista e o domínio dos mares foram
assim a criação de núcleos de povoamento. tão importantes naquele período?

71
49. e) o êxito das feitorias afastou a presença de corsá-
A árvore de pau-brasil era frondosa, com folhas de um rios franceses e estimulou a criação das capitanias
verde acinzentado quase metálico e belas flores ama- hereditárias.
relas. Havia exemplares extraordinários, tão grossos
que três homens não poderiam abraçá-los. O tronco 52. UFRGS-RS
vermelho ferruginoso chegava a ter, algumas vezes, Observe o cartum abaixo.
30 metros (...).
BUENO, Eduardo. Náufragos, degredados e traficantes

Em 1550, segundo o pastor francês Jean de Lery, em


um único depósito havia cem mil toras.
Sobre essa riqueza neste período da História do Brasil,
podemos afirmar que:
a) o extrativismo foi rigidamente controlado para
evitar o esgotamento da madeira.
b) provocou intenso povoamento e colonização, já
que demandava muita mão-de-obra.
c) explorada com mão-de-obra indígena, através do
escambo, gerou feitorias ao longo da costa, e seu
intenso extrativismo levou ao quase esgotamento
da madeira.
d) o litoral brasileiro não era ainda alvo de traficantes
e corsários franceses e de outras nacionalidades,
já que a madeira não tinha valor comercial.
“Primeira Missa” de Sampaio. In: Humores nunca dantes
e) os choques violentos com as tribos foram inevitá- navegados: o descobrimento segundo os cartunistas do sul do
veis, já que os portugueses arrendatários escra- Brasil. Porto Alegre: SEC-RS, 2000.
vizaram as tribos litorâneas para a exploração do Considerando a situação histórica e os significados
pau-brasil. expressos no cartum apresentado, analise as seguin-
tes afirmações.
50.
I. O cartum retrata o momento inicial da conquista
A coleta e o transporte do pau-brasil era um trabalho
demorado e difícil e, por isso, os portugueses não portuguesa, demonstrando aspectos do “choque
conseguiam fazer sozinhos. cultural” ocorrido entre os conquistadores e os
Responda às questões a seguir. indígenas.
a) Quem colaborou com os portugueses na extração II. A dominação portuguesa do Brasil não se deu
do pau-brasil? unicamente com base na exploração dos recursos
b) O que os índios receberam dos portugueses em naturais e do trabalho indígena, mas também apre-
troca de seu trabalho na coleta e no transporte sentou aspectos nitidamente ideológicos, como a
do pau-brasil? Que nome recebe esse tipo de imposição da religião católica aos autóctones.
troca? III. O cartum apresenta o momento inicial do contato
c) Explique o que eram as feitorias e como elas eram interétnico como sendo de tensão e conflito armado
utilizadas na época da exploração do pau-brasil. e econômico, visto que os nativos reagiram às tenta-
tivas de vigilância impostas pelos conquistadores.
51. UFPE Quais estão corretas?
As feitorias portuguesas no Novo Mundo foram formas a) Apenas I.
de assegurar, aos conquistadores, as terras descober- b) Apenas I e II.
tas. Sobre essas feitorias, é correto afirmar que: c) Apenas I e III.
a) a feitoria foi uma forma de colonização, empregada d) Apenas II e III.
por portugueses na África, na Ásia e no Brasil, com e) I, II e III.
pleno êxito para a atividade agrícola.
b) as feitorias substituíram as capitanias hereditárias 53. Cesgranrio-RJ
durante o governo-geral de Mem de Sá, como pro- O início da colonização portuguesa no Brasil, no cha-
posta mais moderna de administração colonial. mado período “pré-colonial” (1500-1530), foi marcado
c) as feitorias foram estabelecimentos fundados por pelo(a):
portugueses no litoral das terras conquistadas e a) envio de expedições exploratórias do litoral e pelo
serviam para armazenamento de produtos da terra, escambo do pau-brasil.
que deveriam seguir para o mercado europeu. b) plantio e exploração do pau-brasil, associados ao
d) tanto as feitorias portuguesas fundadas ao longo tráfico africano.
do litoral brasileiro quanto as fundadas nas Índias c) deslocamento, para a América, da estrutura admi-
tinham idêntico caráter: a presença do Estado nistrativa e militar já experimentada no Oriente.
português e a ausência de interesses de particu- d) implantação da lavoura canavieira, apoiada em
lares. capitais holandeses.
72
54. Enade-MEC c) a Coroa portuguesa distribuía, entre os principais
Referindo-se às primeiras décadas que seguiram comerciantes europeus, áreas para a exploração
a chegada da frota de Cabral à costa americana, do pau-brasil.
Capistrano de Abreu considerou que, então, não se d) os primeiros colonizadores portugueses iniciaram
podia saber se o Brasil seria mair (francês) ou peró a exploração do pau-brasil construindo feitorias
(português). Isto porque: para a extração da tinta.
a) os tupinambás da costa achavam-se sublevados. e) os piratas europeus monopolizaram o comércio de
b) Portugal e França lutavam pela hegemonia na pau-brasil no período em que a Coroa portuguesa
Europa. estava mais interessada na comercialização do
c) a catequese ainda não começara. açúcar.
d) ainda não se consolidara a colonização portuguesa
da nova terra. 60. Vunesp
e) a posse portuguesa não fora garantida por instru- Os primitivos habitantes do Brasil foram vítimas do
mentos legais. processo colonizador. O europeu, com visão de mundo
calcada em preconceitos, menosprezou o indígena e
55. Cesgranrio-RJ sua cultura. A acreditar nos viajantes e missionários,
A denominação de “Costa do Pau-brasil”, dada ao a partir de meados do século XVI, há um decréscimo
trecho do litoral brasileiro compreendido entre o Cabo da população indígena, que se agrava nos séculos
de São Roque e Cabo Frio, demonstra a importância seguintes. Os fatores que mais contribuíram para o
que a exploração desta madeira tintorial desempenhou citado decréscimo foram:
durante o chamado período pré-colonizador. Sobre a) a captura e a venda do índio para o trabalho nas
este período, são corretas as afirmações a seguir, com minas de prata do Potosí.
exceção de uma. Assinale-a.
b) as guerras permanentes entre as tribos indígenas
a) O estabelecimento do escambo entre nativos e e entre índios e brancos.
portugueses e a utilização do trabalho indígena
nas tarefas de corte e transporte do pau-brasil. c) o canibalismo, o sentido mítico das práticas rituais,
o espírito sangüinário, cruel e vingativo dos natu-
b) A ocupação esparsa do litoral brasileiro, restrita à
rais.
construção de feitorias, possibilitando a presença
de contrabandistas estrangeiros. d) as missões jesuíticas do vale amazônico e a
c) A devastação dos recursos naturais e a conse- exploração do trabalho indígena na extração da
qüente eliminação das populações nativas que borracha.
ocupavam as áreas de ocorrência do pau-brasil. e) as epidemias introduzidas pelo invasor europeu e
d) O papel secundário da nova colônia no conjunto a escravidão dos índios.
do circuito mercantil controlado pelos portugue-
ses. 61. Mackenzie-SP
e) O estabelecimento de contratos de arrendamento Enquanto os portugueses escutavam a missa com
da exploração do pau-brasil entre o rei e comer- muito “prazer e devoção”, a praia encheu-se de nativos.
ciantes portugueses, garantindo-lhes o monopó- Eles sentavam-se lá surpresos com a complexidade
lio. do ritual que observavam ao longe. Quando D. Henri-
que acabou a pregação, os indígenas se ergueram e
56. começaram a soprar as conchas e buzinas, saltando
A presença francesa foi constante no litoral do Brasil e dançando (...)
nesse período. Por quê? Náufragos, degredados e traficantes
Eduardo Bueno
57. Este contato, amistoso entre brancos e índios, foi
O período pré-colonial caracterizou-se por um relativo preservado:
desinteresse de Portugal em relação ao Brasil. Por a) pela Igreja, que sempre respeitou a cultura indíge-
quê? na no decurso da catequese.
58. b) até o início da colonização, quando o índio, vitima-
do por doenças, escravidão e extermínio, passou
Durante os primeiros trinta anos após a “descoberta”,
a ser descrito como sendo selvagem, indolente e
Portugal deixou o Brasil em segundo plano diante de
canibal.
outras conquistas. Explique.
c) pelos colonos que escravizaram somente o africa-
59. PUC-RJ no na atividade produtiva de exportação.
No Brasil, o escambo constituiu-se em uma prática d) em todos os períodos da história colonial brasilei-
por meio da qual: ra, passando a figura do índio para o imaginário
social como “o bom selvagem e forte colaborador
a) os portugueses trocavam com os indígenas merca-
da colonização”.
dorias européias de baixo custo por pau-brasil.
PV2D-07-HIS-14

e) sobretudo pelo governo colonial, que tomou várias


b) os portugueses substituíram progressivamente o
medidas para impedir o genocídio e a escravi-
trabalho dos nativos por negros escravizados nas
dão.
tarefas de corte do pau-brasil.

73
62. Vunesp d) os sambaquis, vestígios datados de 20 mil anos,
O ouro é o tesouro e aquele que o possui tem tudo o comprovam o desconhecimento da cerâmica en-
de que necessita no mundo; com ele tem, também, tre os indígenas da região, técnica desenvolvida
o meio de resgatar as almas do Purgatório e de as apenas entre povos andinos, maias e astecas.
chamar ao Paraíso. e) os sítios arqueológicos da ilha de Marajó são pro-
Cristóvão Colombo, Jamaica, 1503 vas da existência de importantes culturas urbanas
A partir desse texto, no qual está clara a avidez e a com sociedades estratificadas que mantinham
demasiada importância atribuída ao ouro no despertar relações comerciais com povos das Antilhas e da
da Época Moderna: América Central.
a) discorra sobre os objetivos da empresa de Colom- 66. UFSM-RS
bo;
Sobre a organização econômica, social e política
b) explique por que ele foi alijado do empreendimen- das comunidades indígenas brasileiras, no período
to. inicial da conquista do território pelos portugueses, é
correto afirmar:
63. Fuvest-SP
I. Os nativos viviam em um regime de comunidade
Os portugueses, esses criavam todas as dificuldades
primitiva, em que a terra era de propriedade priva-
às entradas terra a dentro, receosos de que com isso da dos casais e os instrumentos de trabalho eram
se despovoasse a marinha (…). Ao contrário da co- de propriedade coletiva.
lonização portuguesa, que foi antes de tudo litorânea II. A divisão das tarefas era por sexo e por idade; as
e tropical, a castelhana parece fugir deliberadamente mulheres cozinhavam, cuidavam das crianças,
da marinha preferindo as terras do interior e os pla- plantavam e colhiam; os homens participavam
naltos. de atividades guerreiras, da caça, da pesca e da
Raízes do Brasil, Sérgio Buarque de Holanda derrubada da floresta para fazer a lavoura.
Quais os motivos desses dois procedimentos? III. A sociedade era organizada em classes sociais,
sendo o excedente da produção controlado pelos
64. FGV-SP chefes das aldeias, responsáveis pela distribuição
Com relação aos indígenas brasileiros, pode-se afir- dos bens entre os indígenas.
mar que: IV. Os indígenas brasileiros não praticavam o co-
a) os primitivos habitantes do Brasil viviam na etapa mércio, pois tudo o que produziam destinava-se
paleolítica do desenvolvimento humano. à subsistência, realizando apenas trocas rituais e
presentes.
b) os índios brasileiros não aceitaram trabalhar para Está(ão) correta(s):
os colonizadores portugueses na agricultura não
a) apenas I e II. d) apenas IV.
por preguiça, e sim porque não conheciam a agri-
cultura. b) apenas I e III. e) apenas II e IV.
c) os índios brasileiros falavam todos a chamada c) apenas III.
“língua geral” tupi-guarani.
67. UFSM-RS
d) os tupis do litoral não precisavam conhecer a
agricultura porque tinham pesca abundante e
muitos frutos do mar e conchas, que formaram os
“sambaquis”.
e) os índios brasileiros, como um todo, não tinham
homogeneidade nas suas variadas culturas e
nações.

65. Fuvest-SP
Nos últimos anos, apoiada em técnicas mais avan-
çadas, a arqueologia tem fornecido pistas e indícios
sobre a história dos primeiros habitantes do território
brasileiro antes da chegada dos europeus. Sobre esse
período da história, é possível afirmar que:
a) as práticas agrícolas, até a chegada dos europeus,
eram desconhecidas por todas as populações
nativas que, conforme os vestígios encontrados,
sobreviviam apenas da coleta, caça e pesca.
b) os vestígios mais antigos de grupos humanos fo- DOMINGUES, J. & FIUSA. História – O Brasil em foco. São Paulo:
ram encontrados na região do Piauí, e as datações FTD, 1996. p. 36.

sobre suas origens são bastante controvertidas, A charge trata de aspectos históricos importantes.
variando entre 12 mil e 40 mil anos. Quais sejam?
c) os restos de sepulturas e pinturas encontrados em a) As diferentes nações européias negociavam seus
cavernas de várias regiões do país indicam que os conflitos diplomaticamente.
costumes e hábitos desses primeiros habitantes eram b) Os habitantes da América percebiam a civilização eu-
idênticos aos dos atuais indígenas nas reservas. ropéia como um modelo de relação entre os povos.
74
c) A civilização européia propunha negociações c) a tese de que não se pode resolver os problemas
que envolviam guerras entre os adeptos de uma dos índios à custa dos trabalhadores rurais, pro-
religião e os ateus. pondo que os novos assentamentos sejam feitos
d) Os habitantes da América aguardavam que os com base em cooperativas.
colonizadores resolvessem suas contendas. d) a integração lenta, gradativa e progressiva dos
e) A civilização vivida pelos europeus significava índios à sociedade brasileira, com condição de se
disputa entre as nações. evitar sua marginalização.
e) a integração como decisão autônoma das comuni-
68. Umesp dades indígenas, garantindo-lhes, enquanto isso,
(...) Na história das relações entre os nativos do Brasil a posse de suas terras por meio da criação de
e os portugueses, é possível perceber duas etapas dis- “reservas”.
tintas: uma primeira, amistosa, quando os indígenas,
em troca de quinquilharias (miçanga, tecidos etc.), 70. UFSM-RS
trabalharam na extração do pau-brasil, uma exploração
lucrativa para os portugueses que destruiu parte signi-
ficativa da vegetação litorânea, mas que não resultou
na apropriação das terras indígenas, uma vez que se
caracterizou como uma atividade econômica nômade;
já na segunda etapa, tem-se o conflito.
PREZIA, Benedito. A saga tupinambá: uma vida de luta. São Paulo:
FTD, 1991. p. 28.
O “conflito”, isto é, a oposição e a resistência da popula-
ção indígena nativa contra os portugueses, identificadas
pelo autor numa “segunda etapa” da colonização portu-
guesa no Brasil, teve como fator preponderante:
a) o interesse dos portugueses em ocupar o território A charge:
com a indústria do açúcar, o que representou a I. ilustra a maneira formal dos navegantes portugue-
expropriação das terras ocupadas pelos silvícolas ses frente à ingenuidade dos índios.
e a ameaça constante de escravidão. II. refere-se a uma passividade dos índios diante dos
b) a invasão do litoral brasileiro por outros povos navegantes portugueses.
europeus, como franceses e holandeses, que pas- III. assinala, de maneira cômica, o encontro de duas
saram a adotar sistematicamente a escravização civilizações, que resultaria em etnocídio.
e a destruição das aldeias indígenas.
IV. anuncia a disposição bélica do expansionismo
c) o abandono das práticas de escambo vigentes na português e a resistência indígena.
primeira etapa, e sua substituição pela catequiza-
Está(ão) correta(s):
ção do indígena, o que implicava um desequilíbrio
econômico para as populações indígenas. a) apenas I. d) apenas II e IV.
d) a chegada de escravos negros trazidos da África, b) apenas II. e) apenas III e IV.
vistos pelos silvícolas como “concorrentes” e como c) apenas I e III.
ameaça de perda dos privilégios conquistados
71. UFR-RJ
durante a primeira etapa da colonização lusa.
e) a influência de grupos indígenas mais evoluídos Erro de português
tecnicamente, o que significou uma maior capaci- Quando o português chegou
dade de resistência contra o português, que não Debaixo duma bruta chuva
estava preparado para o confronto militar contra Vestiu o índio
o índio. Que pena!
Fosse uma manhã de sol
69. Fuvest-SP
O índio tinha despido
O isolamento não pode ter características permanen-
O português.
tes, visando à manutenção do índio em seu estado
Andrade, O. In: Faraco & Moura. Língua e Literatura. vol. 3. São
primitivo. Com o avanço das frentes pioneiras, esse Paulo: Editora Ática, 1995. pp. 146-147.
contato é inevitável e o índio deve ser preparado para
esse contato sem choques bruscos que possam trazer Os autores mostram que o poema de Oswald de Andra-
desquilíbrios à comunidade. de traz como hipóteses a inversão de um fato histórico
Esse depoimento do general Bandeira de Mello, pre- e sintetiza o seguinte trecho da Carta de Pero Vaz de
sidente da Funai nos anos 1970, defende: Caminha: Na noite seguinte, ventou tanto sudeste, com
a) a integração por intermédio de projetos econômi- chuvaceiros, que fez caçar as naus, e especialmente a
cos comuns entre os grupos privados e as comu- capitânia (registro do dia 23 de abril, relativamente ao
PV2D-07-HIS-14

nidades indígenas, sem interferência estatal. contato entre ameríndios e portugueses na época).
b) o direito de as empresas extrativas e pastoris a) Cite duas das principais conseqüências para os
adquirirem a posse das reservas de importância índios do seu contato com os portugueses no
estratégica, utilizando mão-de-obra indígena. século XVI.
75
b) Explique o fato de o governo português não ter enxergou e analisou os homens da terra e a que
iniciado imediatamente o processo de colonização conclusão chegou sobre sua própria sociedade, a
das terras encontradas a oeste do oceano Atlântico européia, ao observar essa nova gente?
pela esquadra comandada por Cabral.
73. PUC-SP
72. UFSCar-SP Para um homem se ver a si mesmo são necessárias três
O primeiro documento escrito sobre o “achamento coisas: olhos, espelho e luz. Se tem espelho e é cego, não
do Brasil” pelos navegantes portugueses assim se se pode ver por falta de olhos; se tem espelho e olhos e é
refere, numa passagem, aos costumes da população de noite, não se pode ver por falta de luz. Logo há mister
nativa: luz, há mister espelho e há mister olhos. Que coisa é a
Eles não lavram, nem criam, nem há aqui boi, nem conversão de uma alma senão entrar um homem dentro
vaca, nem cabra, nem ovelha, nem galinha, nem outra em si e ver-se a si mesmo? Para esta vista são necessá-
nenhuma alimária, que acostumada seja ao viver dos rios olhos, é necessária luz, e é necessário espelho. O
homens; nem comem senão desse inhame que aqui pregador concorre com o espelho, que é doutrina; Deus
há muito e dessa semente e fruitos que a terra e as concorre com a luz, que é a graça; o homem concorre
árvores de si lançam. E com isto andam tais e tão rijos com os olhos, que é o conhecimento.
e tão nédios, que o não somos nós tanto com quanto VIEIRA, Pe. Antônio. Sermão da Sexagésima, 1655.
trigo e legumes comemos. No trecho acima, padre Antônio Vieira reflete sobre a
Carta a el-rei dom Manoel sobre o achamento do Brasil. Lisboa: importância da conversão dos índios ao cristianismo,
Imprensa Nacional/Casa da Moeda, 1974, pp. 73-75. para que atinjam a “luz, representada pela graça de
a) Qual é o nome do autor desse documento? Deus”. Tal trabalho de conversão de indígenas foi reali-
b) O pequeno trecho apresentado demonstra que zado pela Igreja durante o período colonial. Identifique
o contato entre os europeus e os habitantes da e comente o papel da Igreja durante a colonização e a
América não deveria limitar-se a uma relação estri- defesa dos índios, muitas vezes feita pelos religiosos,
tamente econômica. A partir de que critérios o autor contra a escravização.

Capítulo 2
74. c) o bandeirismo de apresamento para ataque das
Defina o que eram as capitanias hereditárias. missões jesuíticas espanholas.
d) o estabelecimento de feitorias no litoral e a reali-
75. UFOP-MG zação do escambo de pau-brasil.
A principal cousa que me moveu a mandar povoar e) o estímulo à emigração de portugueses para a
as ditas terras do Brasil foi para que a gente dela se região mineradora.
convertesse à nossa santa fé católica.
Trecho da carta de D. João III, rei de Portugal, a Tomé de Sousa,
primeiro Governador-Geral
77. USU-RJ
De acordo com o fragmento citado e seus conheci- A partir do século XVI, várias potências européias inva-
mentos, é correto afirmar: diram a América portuguesa; entre elas destacamos a
a) Os africanos escravizados que fossem batizados invasão francesa no Rio de Janeiro entre 1555 e 1567.
seriam considerados livres. O objetivo da França era:
b) A colonização do Brasil originou-se da aliança a) o interesse no comércio açucareiro, organização e
entre a monarquia portuguesa e a Igreja Católi- montagem de engenhos e intensificação do tráfico
ca.
negreiro.
c) Os indígenas catequizados poderiam ser escravi-
zados. b) a disputa pelo comércio colonial, isto é, a explo-
d) O interesse da Coroa portuguesa, nas primeiras ração do pau-brasil e a criação da França Antárti-
décadas da colonização, esteve voltado para a ca.
exploração dos produtos asiáticos. c) a aceitação dos indígenas à dominação francesa
76. PUCCamp-SP e o conflito entre colonos e jesuítas pelo domínio
A solução escolhida pelo governo português ao e controle da mão-de-obra indígena.
decidir-se pela colonização do Brasil, para garantir d) a possibilidade de formação de novas classes
tanto a posse das terras brasileiras contra a ameaça sociais vindas da França, mas empobrecidas pelas
estrangeira quanto à sua valorização, foi: lutas religiosas.
a) a proibição de que a criação de gado fosse feita
no sertão, fora da área canavieira. e) a cobiça dos franceses pelas terras das capitanias
b) a doação de sesmarias para a instalação de en- hereditárias e exploração das “drogas do sertão”
genhos de produção açucareira. e do açúcar.

76
78. d) introdução de técnicas e instrumentos agrícolas
Aponte três causas do fracasso do sistema de capi- europeus nas aldeias indígenas, desestruturando
tanias hereditárias. a economia comunal dos grupos nativos.

79. Uniso-SP 82. Fuvest-SP


Durante a maior parte do período colonial, a participa- Eu, el-rei D. João III, faço saber a vós, Tomé de Sousa,
ção nas câmaras das vilas era uma prerrogativa dos fidalgo da minha casa que ordenei mandar fazer nas
chamados “homens-bons”, excluindo-se desse privilé- terras do Brasil uma fortaleza e povoação grande e
gio os outros integrantes da sociedade. A expressão forte na Baía de Todos-os-Santos.(…) Tenho por bem
“homem-bom” dizia respeito a: enviar-vos por governador das ditas terras do Brasil.
Regimento de Tomé de Sousa,1549
a) homens que recebiam a concessão da Coroa
portuguesa para explorar minas de ouro e de
diamantes. As determinações do rei de Portugal estavam rela-
b) senhores-de-engenho e proprietários de escra- cionadas:
vos. a) à necessidade de colonizar e povoar o Brasil para
c) funcionários nomeados pela Coroa portuguesa compensar a perda das demais colônias agrícolas
para exercerem altos cargos administrativos na portuguesas do Oriente e da África.
colônia. b) aos planos de defesa militar do império português
d) homens considerados de bom caráter, indepen- para garantir as rotas comerciais para a Índia,
dentemente do cargo ou da função que exerciam Indonésia, Timor, Japão e China.
na colônia. c) a um projeto que abrangia conjuntamente a ex-
ploração agrícola, a colonização e a defesa do
80. Fuvest-SP território.
A divisão do Brasil em capitanias hereditárias não d) aos projetos administrativos da nobreza palaciana
seria apenas a primeira tentativa oficial de coloni- visando à criação de fortes e feitorias para atrair
zação portuguesa na América, mas também a pri- missionários e militares ao Brasil.
meira vez que europeus transportaram um modelo e) ao plano de inserir o Brasil no processo de coloni-
civilizatório para o Novo Mundo. A esse respeito, é zação escravista semelhante ao desenvolvido na
correto afirmar que: África e no Oriente.
a) o modelo implantado era totalmente desconhecido
dos portugueses e cada donataria tinha reduzidas 83.
dimensões. Oficialmente o Brasil foi “descoberto” em 1500, mas
b) representava uma experiência feudal em terras o governo português só iniciou a colonização de sua
colônia americana em 1549. Por que Portugal demorou
americanas, sem nenhum componente econômico
tanto tempo para iniciar a colonização do Brasil?
mercantilista.
c) atraiu sobretudo a alta nobreza pelas possibilida- 84. UEL-PR
des de lucros rápidos. A centralização político-administrativa do Brasil Colônia
d) a Coroa, com sérias dívidas, transferia para os foi concretizada com a:
particulares as despesas da colonização, temendo a) criação do Estado do Brasil.
perder a colônia para os estrangeiros que amea- b) instituição do governo-geral.
çavam nosso litoral.
c) transferência da capital para o Rio de Janeiro.
e) o sistema de capitanias fracassou e não deixou
d) instalação do sistema das capitanias hereditá-
como conseqüências a questão fundiária e a rias.
estrutura social excludente.
e) política de descaso do governo português pela
81. UFRN atuação predatória dos bandeirantes.
A implantação do sistema colonial transformou as 85. UEL-PR
relações amistosas existentes entre indígenas e por- A instalação do governo-geral em 1549 contribuiu para
tugueses no início da ocupação do Brasil. que a colonização do Brasil passasse de transitória
Essa transformação se deveu à: para efetiva. Havia um forte motivo que alimentava
a) grande inabilidade dos indígenas para a agricultu- as esperanças dos portugueses: os espanhóis, nas
ra, recusando-se a trabalhar nas novas plantações terras vizinhas, encontraram o que buscavam. Ao
açucareiras, atitude que desagradou aos portugue- tomar medidas procurando assegurar a posse sobre
ses. o vasto território, a Coroa portuguesa estava motivada
b) crescente ocupação das terras pelos portugue- pelas notícias sobre:
ses e à necessidade de mão-de-obra, levando a) o modelo de colonização dependente da iniciativa
à escravização dos índios, que reagiram aos privada que se revelava pouco eficaz nos Açores
PV2D-07-HIS-14

colonos. e na Madeira.
c) importação de negros africanos, cuja mão-de-obra b) as feitorias que vinham dando provas de eficiên-
acabou competindo com a dos indígenas, excluin- cia como fortificações sólidas para a defesa da
do estes do mercado agrário. terra.
77
c) as semelhanças das culturas pré-cabralinas do 89. UFPE
Brasil e pré-colombianas da América Central. Em 1534, o rei D. João III ordenou que se instalas-
d) os negócios da Índia em crescente lucratividade, sem capitanias hereditárias na colônia portuguesa
sem riscos de prejuízos e decepções. da América. Sobre este tema, leia as proposições a
e) a descoberta de metais preciosos nas terras altas seguir e assinale V (verdadeiro) e F (falso).
sul-americanas, voltadas para o Pacífico. 0. O sistema criado por D. João III, chamado capi-
tanias hereditárias, tinha por base a divisão do
86. Cesgranrio-RJ território colonial português da América a partir de
Ao instituir o governo-geral como forma de administrar linhas paralelas ao Equador.
suas possessões no Brasil, o rei de Portugal, dom 1. Documento muito utilizado na época, o Foral con-
João III, mandou fazer “uma fortaleza e povoação cedia apenas a posse de uma capitania hereditária
grande e forte em lugar conveniente, para daí se dar a um capitão-donatário.
favor e ajuda às outras povoações”. Esta determinação 2. Entre os direitos e deveres dos donatários, quando
justifica-se porque: se instalaram as capitanias hereditárias, consta-
a) interessava ao “rei colonizador” desenvolver nas va o direito de escravizar índios e de vendê-los
áreas coloniais uma estrutura administrativa que a colonos, como também o de mandá-los para
absorvesse os militares sem ocupação efetiva serem vendidos em mercados de escravos em
na Europa, após o término das guerras contra os Portugal.
mouros. 3. Os capitães-donatários formavam um grupo so-
b) havia a necessidade de se imprimir rumos diversos cialmente heterogêneo, composto por pessoas
ao processo de exploração colonial, optando-se da pequena nobreza, burocratas e comerciantes
então por uma ocupação de caráter mais urbano, ligados à Coroa.
em substituição às estruturas agrárias que marca- 4. As capitanias hereditárias formaram o primeiro
ram os primeiros tempos da colonização. conjunto de propriedades privadas da História do
c) os comerciantes portugueses exigiram do rei a Brasil, visto que foram doadas ou vendidas pelo
abolição das capitanias hereditárias, consideradas rei D. João III a particulares.
como onerosas do ponto de vista administrativo
para os interesses mercantis. 90. PUC-PR
d) o rei pretendia constituir no território brasileiro a Durante o período colonial brasileiro, os forais eram
base de suas operações militares contra a Espa- documentos que estabeleciam direitos e deveres aos
nha, cujas colônias em áreas americanas pretendia donatários. Os principais deveres eram:
incorporar. a) respeitar o monopólio real sobre o pau-brasil, as
e) havia a necessidade de se criar um centro ad- drogas e especiarias, pagar o dízimo sobre a renda
ministrativo que combatesse as tribos indígenas e o quinto sobre o ouro.
rebeladas, realizasse expedições em busca de b) explorar o interior, desenvolver a economia cana-
riquezas e organizasse a defesa da colônia contra vieira e escravizar os indígenas.
ataques externos. c) cobrar impostos, exercer justiça e pagar o quinto
sobre os metais.
87. Fuvest-SP
d) respeitar os direitos aduaneiros da metrópole,
Comente os problemas do regime de capitanias here- conceder sesmarias e fundar povoados.
ditárias e sua relação com a criação do governo-geral e) aumentar a exploração do pau-brasil, desenvolver as
em 1548. atividades mineradoras e catequizar os indígenas.
88. Mackenzie-SP 91. UFMS
O sistema de capitanias hereditárias, criado no Brasil Nas últimas décadas do século XVI, o Brasil não mais
em 1534, refletia a transição do feudalismo para o se parecia com as feitorias comerciais das colônias
capitalismo, na medida em que apresentava como portuguesas, existentes na África Ocidental e na Ásia.
característica: Dentre os motivos que causaram essa diferença, é
a) a ausência do comércio internacional, aliada ao correto mencionar:
trabalho escravo, e economia voltada para o mer- a) o papel desempenhado pela Coroa portuguesa
cado interno. na conquista, na exploração e na colonização da
b) uma economia de subsistência, trabalho livre, con- costa do Brasil.
vivendo com forte poder local descentralizado. b) a criação, na década de 1830, do sistema de
c) ao lado do trabalho servil, uma administração capitanias.
rigidamente centralizada. c) o completo rompimento, em 1549, com o controle
d) embora com traços feudais na estrutura política e real.
jurídica, desenvolveu uma economia escravista, d) a adoção de uma política de proteção a todos os
exportadora, muito distante do modelo de subsis- povos indígenas que habitavam o litoral brasileiro.
tência medieval.
e) a manutenção da economia baseada na extração
e) uma reprodução total do sistema feudal, transpor- do pau-brasil, em vez de mudá-la para a lavoura
tada para os trópicos. de cana-de-açúcar.

78
92. PUCCamp-SP III. O modo que os padres da Companhia tiveram
Os governos-gerais foram instituídos como a única sempre [...] foi ajudá-los assim no temporal como
solução político-administrativa viável para a coloniza- no espiritual [...] Ensinavam-lhes os padres todos
ção efetiva do Brasil, na segunda metade do século os dias pela manhã a doutrina, esta geral, e lhes
XVI, porque: dizem missa para os que a quiserem ouvir antes
a) a instituição do sistema, em 1548, suprimiu de- de irem para suas roças; depois disto ficam os
finitivamente a divisão da colônia em capitanias meninos na escola, onde aprendem a ler e escre-
hereditárias. ver, contar e outros bons costumes pertencentes
à política cristã.
b) o governo-geral representava a centralização
político-administrativa da colônia, que se tornava IV. E de modo como se avier com [eles] depende o
imperativa, pelo sucesso da maioria das capitanias tê-los bons ou maus para o serviço. Por isso é
hereditárias. necessário comprar cada ano algumas peças, e
reparti-las pelos partidos, roças, serrarias e barcas.
c) o risco crescente, criado com a autonomia exces-
E porque comumente são de nações diversas, e
siva das capitanias hereditárias, levou o Estado
uns mais boçais que outros, e de figuras muito
metropolitano a organizar o governo-geral para
diferentes, há de fazer-se repartição com reparo
substituí-las.
e escolha, e não às cegas.
d) o governo centralizado na colônia correspondia
Nos trechos I, II, III e IV, faz-se referência, respecti-
melhor à definição absolutista do próprio governo
vamente:
metropolitano.
e) o governo-geral constituía-se, em nível político, a) ao Tratado de Tordesilhas, ao estabelecimento do
como um regime descentralizado e, em nível governo-geral, à catequese do gentio e à escravi-
econômico, como uma grande empresa particular, dão negra.
estando à frente o governador, o único responsável b) à expansão ultramarina portuguesa quatrocentista,
pelo investimento inicial e pelo incentivo à produ- à fundação da França Antártica, aos fundamentos
ção. cristãos dos colégios da América portuguesa e à
diversidade econômica do Brasil colonial.
93. UEL-PR c) à separação do Condado Portucalense de Castela,
Durante o período colonial, havia atritos entre os pa- à divisão da América portuguesa em capitanias
dres jesuítas e os habitantes locais porque os: hereditárias, às escolas coloniais de primeiras
a) colonos eram ateus belicosos, e os jesuítas, pací- letras e ao apresamento de índios tapuias.
ficos católicos. d) ao financiamento da frota de Colombo, à trans-
b) religiosos pretendiam escravizar tanto o negro ferência da sede da América portuguesa para o
como o índio, e os colonos lutavam para receber Rio de Janeiro, à cristianização dos negros e às
salários dos capitães donatários. reduções jesuíticas.
c) colonos desejavam escravizar o negro, e os jesu-
95. UFBA
ítas se opunham.
Assinale as proposições corretas, some os números a
d) religiosos preocupavam-se com a integração dos
elas associados e marque no espaço apropriado.
indígenas no mercado de trabalho assalariado, e
Sobre o sistema administrativo do Brasil colonial, é
os colonos queriam escravizá-los.
possível afirmar:
e) colonos pretendiam escravizar os indígenas, e os
padres eram contra, pois queriam aldeá-los em
missões.

94. UFMG
Leia estes trechos de documentos.
I. E logo os ditos procuradores dos ditos senhores
reis e rainha de Castela, de Leão, de Aragão,
de Sicília, de Granada [...] e do dito senhor rei
de Portugal e Algarves [...] disseram: que visto
como entre os ditos senhores seus constituintes
há certa divergência sobre o que a cada uma das
ditas partes pertence do que até hoje [...] está por
descobrir no Mar Oceano.
01. O sistema administrativo representado no or-
II. Irá diretamente à Bahia, e logo que chegue deve ganograma foi montado por D. João III, com o
apossar-se da cerca ou fortificação que havia feito duplo objetivo de ocupar a terra e valorizá-la
o donatário Francisco Pereira Coutinho [...] Toda- economicamente.
via, como consta que esse local não é dos mais
02. Com a instalação das capitanias hereditárias,
apropriados, o estabelecimento que fizer nele será
o Estado português assumia financeiramente o
PV2D-07-HIS-14

de natureza provisória – e deve escolher outro mais


empreendimento, concedendo aos donatários a
pela baía dentro [...] com que pelo tempo adiante
posse das terras e repartindo com eles as terras
venha a povoação a ser a cabeça de todas as
decorrentes da exploração do subsolo.
capitanias.
79
04. Com a implantação das capitanias hereditárias, 98. UFRJ
a metrópole passou da fase de circulação de Eu, o rei, faço saber a vós, Tomé de Sousa, fidalgo de
mercadorias para a de produção de gêneros minha Casa, que vendo quanto serviço de Deus e meu
agrícolas, destinados ao mercado externo. é conservar e enobrecer as capitanias e povoações das
08. Como as capitanias hereditárias não cumpriram Terras do Brasil (…); ordenei ora de mandar nas ditas
os objetivos esperados por Portugal, D. João III terras fazer uma fortaleza e povoação grande e forte,
decidiu extingui-las, instalando o governo-geral. em um lugar conveniente, para daí se dar favor e ajuda
16. Com a instalação dos governos-gerais, a metró- às outras povoações(…); e por ser informado que a
pole conseguiu efetivar a centralização adminis- Bahia de Todos os Santos é o lugar mais conveniente
trativa na colônia, contando com o apoio da elite da costa do Brasil (…), que na dita Bahia se faça a dita
local, a quem cabia indicar os ocupantes dos povoação e assento, e para isso vá uma armada com
cargos mais representativos. gente (…) e tudo o mais que for necessário. E pela
32. Com a finalidade de sediar o governo-geral, a muita confiança que tenho em vós (…) vos enviar por
metrópole ordenou que a capitania da Bahia de governador às ditas terras do Brasil (…).
Todos os Santos fosse transformada em capitania Regimento de Tomé de Sousa, 17 de dezembro de 1548.
real e que aí fosse fundada a cidade de Salva- A política administrativa do Estado português no início
dor. da colonização estruturou-se a partir da adoção do
64. As câmaras municipais eram órgãos integrados sistema de capitanias hereditárias e, posteriormente,
por representantes dos vários segmentos sociais, da criação do governo-geral. No entanto, o verdadeiro
eleitos pelo sufrágio universal. poder político na colônia encontrava-se nas câmaras
Some os números dos itens corretos. municipais, dominadas pelos “homens-bons”.
a) Explique uma razão para o sistema de capitanias
96. Unirio-RJ hereditárias na colonização do Brasil.
A colonização brasileira no século XVI foi organizada b) Apresente dois objetivos da criação do governo-
sob duas formas administrativas, capitanias hereditá- geral pelo Estado português.
rias e governo-geral. Assinale a afirmativa que expres- c) Cite uma razão da concentração do poder político
sa corretamente uma característica desse período. colonial nas câmaras municipais.
a) As capitanias, mesmo havendo processo de explo-
ração econômica em algumas delas, garantiram 99. Vunesp
a presença portuguesa na América, apesar das Um cronista do período colonial escreveu que os
dificuldades financeiras da Coroa. povoadores do Brasil, por mais ricos que sejam, tudo
b) As capitanias representavam a transposição para pretendem levar a Portugal e, se as fazendas e bens
as áreas coloniais das estruturas feudais e aristo- que possuem souberam falar, também lhe houveram
cráticas européias. de ensinar a dizer como os papagaios, aos quais a
primeira coisa que ensinam é: papagaio real para
c) As capitanias, sendo empreendimentos privados,
Portugal, porque tudo querem para lá.
favoreceram a transferência de colonos europeus,
Frei Vicente do Salvador, História do Brasil, 1500-1627.
assegurando a mão-de-obra necessária à lavoura. O texto do cronista revela que:
d) O governo-geral permitiu a direção da Coroa na a) os colonizadores procuravam usufruir as riquezas da
produção do açúcar, o que assegurou o rápido colônia, não manifestando nenhum apego à terra.
povoamento do território.
b) os povoadores objetivaram preservar a fauna e a
e) O governo-geral extinguiu as donatarias, interrom- flora exóticas da nova terra, como os papagaios.
pendo o fluxo de capitais privados para a economia c) o Brasil era visto pelos portugueses como região
do açúcar. desprovida de interesse comercial ou econômico.
97. Unicamp-SP d) o Brasil, no entender dos colonizadores, deveria
fornecer mão-de-obra barata para as indústrias
Leia com atenção os dois comentários abaixo sobre
portuguesas.
a colonização.
e) os portugueses ocuparam o Brasil com a finalidade
A colonização foi um meio de consolidação da domina-
de defendê-lo e de fundar uma nova pátria.
ção romana e a única medida político-social de longo
alcance com que o Estado romano conseguiu atenuar 100. UFOP-MG
os desequilíbrios que afetavam o seu corpo social.
A economia colonial teve início seguindo o modelo
Adaptado de M. Weber, História agrária romana.
usado na ilha da Madeira: cultivo de cana-de-açúcar,
O esforço de colonização dos portugueses distingue-se construção de engenhos e uso de mão-de-obra es-
principalmente pela predominância do seu caráter de ex- crava. Começava, assim, a rendosa empresa de caça
ploração comercial, antes de tudo litorânea e tropical. ao indígena e com ela o tráfico de ‘negros da terra”
Adaptado de S. Buarque de Hollanda, Raízes do Brasil, 1936 – termo utilizado para diferenciá-los dos negros africa-
a) Quais os principais objetivos da colonização ro- nos, então chamados de ‘negros da Guiné’, que, aliás,
mana? começaram a chegar em profusão a partir de 1550 –,
b) Compare o processo da colonização portuguesa a fim de abastecer os núcleos de colonização.
com o processo da colonização romana, apontan- Priore, Mary Del e Venâncio, Renato Pinto. O livro de ouro da história
do Brasil. Rio de Janeiro: Ediouro, 2001. p 34.
do as diferenças.
80
De acordo com o texto anterior, assinale a alternativa b) trabalho livre, cultura de subsistência, pequena
correta: propriedade e produção para o consumo interno.
a) O trabalhador indígena não se adaptou ao trabalho c) mão-de-obra compulsória, produção manufatureira
nos engenhos de cana-de-açúcar. comercializada com a metrópole e latifúndio.
b) A experiência portuguesa na África foi fundamental d) mão-de-obra escrava, produção para o mercado
para a instalação dos engenhos no Brasil. externo, grande propriedade e monocultura.
c) No primeiro século da colonização, o sistema de
105. Cesgranrio-RJ
feitorias predominou em toda a costa litorânea
brasileira. O senhor de engenho é título a que muitos aspiram,
porque traz consigo o ser servido, obedecido e res-
d) As diferentes nações indígenas ficaram mais peitado de muitos. O comentário de Antonil, escrito
sujeitas à ação de catequese dos jesuítas do que no século XVIII, pode ser considerado característico
as africanas. da sociedade colonial brasileira porque:
a) a condição de proprietário de terras e de homens
101. garantia a preponderância dos senhores de enge-
Além do solo de massapé do nordeste brasileiro, quais nho na sociedade colonial.
outros fatores foram responsáveis pelo sucesso da b) a autoridade dos senhores restringia-se aos escra-
produção canavieira? vos, não se impondo às comunidades vizinhas e
a outros proprietários menores.
102. Mackenzie-SP c) as dificuldades de adaptação às áreas coloniais
Constituiu(Constituíram) importante(s) fatore(s) para o levaram os europeus a organizar uma sociedade
sucesso da lavoura canavieira no início da colonização com mínima diferenciação e forte solidariedade
do Brasil: entre seus segmentos.
a) o domínio espanhol, que possibilitou o crescimento d) as atividades dos senhores de engenho não se
do mercado consumidor interno. limitavam à agroindústria, pois controlavam o
comércio de exportação, o tráfico negreiro e a
b) o predomínio da mão-de-obra livre com técnicas
economia de abastecimento.
avançadas.
e) o poder político dos senhores de engenho era assegu-
c) o financiamento, o transporte e a refinação nas rado pela metrópole através da sua designação para
mãos da Holanda e a produção a cargo de Portu- os mais altos cargos da administração colonial.
gal.
d) a expulsão dos holandeses, que trouxe a imediata 106. Mackenzie-SP
recuperação dos mercados e a ascensão econô- Em 1711, Antonil em sua obra Cultura e opulência do
mica dos senhores de engenho. Brasil, afirmava que os escravos eram as mãos e os
e) a estrutura fundiária, baseada na pequena proprie- pés dos senhores de engenho, porque, sem eles no
dade, voltada para o consumo interno. Brasil, não é possível conservar, aumentar fazenda
nem ter engenho corrente.
103. ESPM-SP Sobre o trabalho e a resistência do negro à escravidão,
A empresa de plantação teve nítido cunho capitalista, assinale a alternativa correta.
dentro do capitalismo mercantil e politicamente orien- a) Os escravos negros constituíam uma minoria nos
tado do século XVI português. canaviais, já que índios e trabalhadores livres eram
Raymundo Faoro. Os donos do poder. Porto Alegre: responsáveis pelas plantations açucareiras.
Editora Globo, 1979.
b) O engenho tinha no escravo negro a base de toda
Considerando o trecho citado no enunciado e levando a produção; qualquer reação era punida violen-
em conta a economia canavieira praticada no Brasil tamente. As fugas, os quilombos e a prática de
colonial, é correto afirmar que essa apresentava como suicídio eram evidências da resistência dos negros
característica(s) típica(s): à escravidão.
a) a pequena propriedade monocultora e a produção c) O negro só foi utilizado como mão-de-obra para
voltada para o mercado externo. a economia açucareira, não participando da
b) o latifúndio monocultor voltado para o abasteci- mineração ou da criação de gado que usaram,
mento interno. prioritariamente, trabalhadores livres.
c) o latifúndio monocultor cuja produção se destinava d) A escravidão no Brasil se revestiu de grande tole-
ao mercado externo. rância, mestiçagem e grandes oportunidades de
d) a pequena propriedade que trabalhava com mão- ascensão social para o negro após a abolição.
de-obra escrava e cuja produção abastecia o e) O negro era submisso, resignado, não reagia à
mercado interno.
escravidão, ao contrário dos indígenas; o tráfico
e) o livre-cambismo e a produção voltada para o negreiro não tinha importância para a economia
mercado externo. da metrópole.
104. PUC-MG 107. Cesgranrio-RJ
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Foram características marcantes do processo de Uma das bases do conjunto de práticas mercantilistas
colonização do Brasil no período colonial: era a criação do chamado Antigo Sistema Colonial.
a) trabalho livre, produção comercializada com outras Assinale a única das características a seguir que não
colônias, pequena e média propriedades. corresponde a esse sistema.
81
a) Produção colonial com caráter complementar à 110. Unifor-CE
metropolitana. No Brasil, a predominância da economia açucareira
b) Colônia servindo como mercado consumidor para na vida colonial:
os produtos metropolitanos. a) gerou amplo mercado interno consumidor, abas-
c) Proibição da entrada de manufaturados não-me- tecido com produtos originários de outras regiões
tropolitanos nas colônias, o que vigorou até a crise brasileiras.
do sistema. b) favoreceu o surgimento de ampla camada social
d) Colônias com autonomia política, apesar de a admi- intermediária entre os grandes proprietários de
nistração colonial ser controlada pela metrópole. terra e os escravos.
e) Monopólio metropolitano sobre o abastecimento c) decorreu da crise da economia portuguesa, resul-
de mão-de-obra para as colônias. tante dos gastos com a Guerra da Restauração.
d) gerou uma sociedade cujos valores dominantes
108. UFR-RJ estavam sedimentados na propriedade da terra e
Leia o texto sobre o tráfico de escravos. do escravo.
O Brasil se distinguiu por ter sido o maior receptor de e) criou um núcleo de integração das atividades pro-
africanos escravizados, em toda a história mundial. dutivas de todas as demais regiões brasileiras.
O historiador Robert Conrad propôs a cifra de 5,5
milhões de africanos introduzidos no Brasil de um 111.
total calculado por Philip Curtin de 9,4 milhões que A economia colonial teve início seguindo o modelo
sobreviveram à travessia atlântica e chegaram vivos usado na ilha da Madeira: cultivo de cana-de-açúcar,
a algum porto no continente americano. (...) O tráfico construção de engenhos e uso de mão-de-obra es-
se prolongou por tanto tempo e ganhou tão enor- crava. Começava, assim, a rendosa empresa de caça
me volume porque do outro lado do atlântico havia ao indígena e com ela o tráfico de “negros da terra”
produtores de gêneros tropicais de exportação, que – termo utilizado para diferenciá-los dos negros africa-
precisavam comprar a força de trabalho necessária nos, então chamados de “negros da Guiné”, que, aliás,
ao escravismo colonial. começaram a chegar em profusão a partir de 1550 –,
a fim de abastecer os núcleos de colonização.
GORENDER, Jacob. Brasil em preto e branco: o passado escravista
PRIORE, Mary del e VENÂNCIO, Renato Pinto. O livro de ouro da
que não passou: São Paulo: SENAC, 2000, pp. 32-3; 43-4.
História do Brasil. Rio de Janeiro: Ediouro, 2001, p. 34.
Em relação ao trabalho e à vida do escravo na área Apesar de o indígena ter sido escravizado em vários
colonial portuguesa na América, é correto afirmar momentos no período colonial, houve a preferência
que: pela mão-de-obra negra africana. Por quê?
a) devido a uma propensão dos negros à promis-
112. UFSCar-SP
cuidade sexual, os escravos não constituíram
famílias. Sobre a economia e a sociedade do Brasil no período
colonial, é correto relacionar:
b) nas áreas mais dinâmicas da produção agrário-
a) economia diversificada de subsistência, grande
exportadora, predominou o trabalho de origem
propriedade agrícola e mão-de-obra livre.
africana.
b) produção para o mercado interno, policultura e
c) o emprego de escravos impunha custo de vigilân- exploração da mão-de-obra indígena no litoral.
cia menos elevado do que ocorre no emprego de c) capitalismo industrial, exportação de matérias-primas
trabalhadores assalariados. e exploração do trabalho escravo temporário.
d) nos primeiros séculos da colonização, tanto o es- d) produção de manufaturados, pequenas unidades
cravo quanto o trabalhador livre recebiam salário. agrícolas e exploração do trabalho servil.
e) em geral, o escravo era um trabalhador qualificado, e) capitalismo comercial, latifúndio monocultor expor-
apropriado a tarefas de uma agricultura baseada tador e exploração da mão-de-obra escrava.
em tecnologias exigentes.
113. UFBA
109. UFTM-MG
Julgue os itens numerados de I a V e assinale a alterna-
A produção de açúcar, desenvolvida no Nordeste tiva correta, utilizando a chave de resposta a seguir.
brasileiro a partir do século XVI:
a) Apenas as afirmativas II e III são corretas.
a) priorizou o uso de mão-de-obra indígena, graças
b) Apenas as afirmativas I, II e V são corretas.
ao domínio da técnica de cultivo.
c) Apenas as afirmativas I, IV e V são corretas.
b) promoveu a organização de uma sociedade aris-
tocrática, patriarcal e escravista. d) Apenas as afirmativas II, III, IV e V são corretas.
c) foi financiada por capitais da Coroa e da burguesia e) Todas as afirmativas são corretas.
lusitanas. Os senhores poucos, os escravos muitos; os senhores
d) gerou economia monocultora e voltada para o rompendo galas, os escravos despidos e nus; os se-
mercado interno. nhores banqueteando; os escravos perecendo a fome;
e) realizou-se em latifúndios, favorecendo o povoa- os senhores nadando em ouro e prata; os escravos
mento do sertão. carregados de ferros; os senhores tratando-os como

82
brutos, os escravos adorando-os e temendo-os como A partir do texto, pode-se concluir que:
deuses; os senhores em pé apontando para o açoite, a) a diferenciação clássica e medieval entre clero,
como estátua da soberba e da tirania, os escravos nobreza e campesinato, existente na Europa, foi
prostrados com as mãos atadas atrás, como imagem transferida para o Brasil por intermédio de Portu-
vilíssima da servidão e espetáculo da extrema misé- gal e se constituiu no elemento fundamental da
ria. Oh Deus! Quantas graças devemos à Fé que nos sociedade brasileira colonial.
destes, (...) para que à vista destas desigualdades
b) a presença de índios e negros na sociedade bra-
reconheçamos com tudo vossa justiça e providência!
sileira levou ao surgimento de instituições como
(...)
Vieira apud Avancini, p. 46 a escravidão, completamente desconhecida da
sociedade européia nos séculos XV e XVI.
Com base no sermão de Padre Vieira, pode-se in-
ferir: c) os índios do Brasil, por serem em pequena
I. A posição do jesuíta referente à escravidão reflete o quantidade e terem sido facilmente dominados,
pensamento da Igreja Católica no período colonial. não tiveram nenhum tipo de influência sobre a
II. As denúncias da Igreja se limitavam ao repúdio, às constituição da sociedade colonial.
torturas e aos maus tratos, não havendo, porém, d) a diferenciação de raças, culturas e condição social
questionamento da escravidão enquanto instituição. entre brancos e índios, brancos e negros tendeu a
III. As desigualdades terrenas são reconhecidas no diluir a distinção clássica e medieval entre fidalgos
discurso do jesuíta, que elege como espaço de e plebeus europeus na sociedade colonial.
julgamento o fórum divino. e) a existência de uma realidade diferente no Brasil,
IV. A dominação colonialista se fazia pelo poder como a escravidão em larga escala de negros,
econômico, jurídico, político e ideológico sobre a não alterou em nenhum aspecto as concepções
classe trabalhadora escravizada. medievais dos portugueses durante os séculos XVI
V. O negro ingressou na sociedade brasileira como e XVII.
cultura dominada, e as marcas da escravidão
persistem no Brasil de hoje. 116. Unicamp-SP
Os primeiros escravos negros chegaram ao Novo
114. Mundo bem no início do século XVI. Por três séculos
Um mercantilista inglês escreveu: Os meios ordinários e meio as principais potências marítimas competiram
para aumentar nossa riqueza e tesouro são pelo co- entre si em torno do lucrativo tráfico de escravos, que
mércio exterior, para o que devemos obedecer sempre levou aproximadamente dez milhões de africanos para
a esta regra: vender mais aos estrangeiros em valor as Américas.
do que consumimos deles.
Adaptação de David Brion Davis, O problema da escravidão na cultura
Thomas Mun, Discourse on England’s Treasure by Foreing Trade, ocidental. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001, p. 24.
1664.
a) Cite uma das principais potências européias que
a) O autor desse fragmento exprime um princípio
traficavam escravos nos séculos XVII e XVIII.
essencial da política mercantilista. Era através
dele que os mercantilistas explicavam a origem b) Caracterize o comércio triangular entre Europa,
da riqueza dos Estados. Que princípio era este? África e América nesse período.
b) Por que as áreas coloniais da América foram c) Quais as conseqüências, para a África, do tráfico
fundamentais para a satisfação desse princípio negreiro?
mercantilista?
117. Mackenzie-SP
115. Fuvest-SP As relações escravistas de produção marcaram o pe-
A sociedade colonial brasileira herdou concepções ríodo colonial brasileiro. Sobre a utilização do trabalho
clássicas e medievais de organização e hierarquia, escravo, podemos afirmar que:
mas acrescentou-lhe sistemas de graduação que se a) o trabalho negro era de baixa produtividade, mas
originaram da diferenciação das ocupações, raça, cor a forte procriação remunerava os investimentos
e condição social. (...) As distinções essenciais entre realizados na compra de escravos.
fidalgos e plebeus tenderam a nivelar-se, pois o mar de b) a organização tribal dos negros africanos evitava o
indígenas que cercava os colonizadores portugueses seu aprisionamento, constituindo-se em empecilho
tornava todo europeu, de fato, um gentil-homem em po-
para as trocas comerciais.
tencial. A disponibilidade de índios, como escravos ou tra-
balhadores, possibilitava aos imigrantes concretizar seus c) articulava-se numa estrutura comercial em que a
sonhos de nobreza (...) Com índios, podiam desfrutar de aquisição de escravos permitia o barateamento da
uma vida verdadeiramente nobre. O gentio transformou- produção de produtos tropicais.
se em um substituto do campesinato, um novo estado, d) o trabalho escravo era economicamente menos
que permitiu a reorganização de categorias tradicionais. rentável que o trabalho indígena, que possibilitava
Contudo, o fato de serem aborígines e, mais tarde, os a existência de mercado interno na colônia.
africanos, diferentes étnica, religiosa e fenotipicamente
PV2D-07-HIS-14

e) os senhores de engenho brasileiros e a burguesia


dos europeus, criou oportunidade para novas distinções comercial intermediária favoreceram a acomo-
e hierarquias baseadas na cultura e na cor. dação inter-racial existente no Brasil Colônia,
Stuart B. Schwartz. Segredos internos. possibilitando a organização dos negros.
83
118. PUCCamp-SP ordem, constância e exatidão, que no europeu formam
No período colonial brasileiro, a implantação do traba- como uma segunda natureza e parecem requisitos
lho escravo dos africanos deveu-se: fundamentais da existência social e civil.
Holanda, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. 26. ed. São Paulo:
a) ao desconhecimento de técnicas de produção Companhia das Letras, 1995, p. 48.
agrícola pelos indígenas, à fácil adaptação do O argumento de Holanda tenta justificar a inadequação
negro às condições de trabalho e à necessidade dos povos indígenas ao trabalho sistemático e “se-
de se ocupar o território. dentário”, exigido pela empresa colonial no Brasil. Tal
b) à passividade do negro, à facilidade de produzir argumento, entretanto, tem sido bastante contestado
tabaco e aguardente e à aceitação por parte dos pela historiografia brasileira como modo de explicar a
jesuítas do trabalho compulsório. opção da empresa colonial pelo trabalho escravo dos
c) à pouca distância entre o Brasil e a África, à beli- negros. A utilização dos negros e não dos indígenas,
como forma predominante de trabalho compulsório na
cosidade dos grupos indígenas e ao desinteresse
colônia lusa, explica-se:
dos portugueses na produção agrícola.
I. pela característica mercantilista da exploração
d) ao pequeno crescimento demográfico da metrópo-
colonial portuguesa, que, em função de disputas
le, à proteção dos indígenas nas missões jesuítas
comerciais com a Inglaterra, sobretudo a partir do
e à facilidade de extração do ouro de aluvião.
século XVIII, tornou sua colônia americana um
e) à abundância de terra, à necessidade de produzir espaço de produção de mercadorias para a venda
em alta escala um produto de grande aceitação no no mercado europeu. Tal produção só poderia ser
mercado europeu e à alta lucratividade do tráfico. lucrativa se realizada pelo trabalho escravo dos
negros, pois esses reuniam características étni-
119. UFMG
cas e culturais que combinavam com o trabalho
Todas as alternativas apresentam características sistemático nas lavouras extensivas.
de plantation, unidade produtora do Brasil colonial,
II. pelo desinteresse luso que não viu, pelo menos até o
exceto:
desenvolvimento da atividade mineradora, no início
a) A articulação do setor escravista dominante com do século XVIII, nenhum benefício mercantil na ocu-
um setor camponês de economia natural. pação e colonização do Brasil. Esse fato dispensou
b) A colocação de seus produtos nos mercados o trabalho dos chamados indígenas, já que esses
locais, regionais ou intercoloniais. grupos humanos haviam se voltado economicamente
c) O emprego extensivo dos recursos naturais e da para a lavoura açucareira nordestina.
força de trabalho. III. por duas razões inteiramente relacionadas: a
d) A presença de um grau relativamente baixo das produção em larga escala para o mercado euro-
forças produtivas. peu, exigida da colônia pela metrópole lusa, fato
e) A presença de um nível considerável de investi- que tornava necessário um grande número de
mentos em mão-de-obra e equipamentos. trabalhadores compulsórios; e os altos lucros que
o tráfico internacional de escravos negros oferecia
120. aos comerciantes metropolitanos. Desse modo, é
No início do século XVIII, o jesuíta André João Antonil correto afirmar que se constituiu no Brasil Colônia
transcrevia um provérbio, segundo ele corrente na um modo escravista de produção.
Colônia: a) Apenas I está correta.
O Brasil é o inferno dos negros, o purgatório dos bran- b) Apenas I e II estão corretas.
cos e paraíso dos mulatos e das mulatas. c) Apenas III está correta.
Explique, separadamente, as condições vividas na
d) Apenas II e III estão corretas.
Colônia que permitiram cada uma das associações:
e) Apenas I e III estão corretas.
a) negro – inferno;
b) branco – purgatório; 122. Fuvest-SP
c) mulatos/mulatas – Paraíso. A gravura apresentada foi publicada na Holanda, em
1648. Que situações típicas da realidade colonial
121. Unisinos-RS brasileira ela ilustra?
Pode-se dizer que a presença do negro representou
sempre fator obrigatório no desenvolvimento dos lati-
fúndios coloniais. Os antigos moradores da terra foram,
eventualmente, prestimosos colaboradores da indús-
tria extrativa, na caça, na pesca, em determinados
ofícios mecânicos e na criação do gado. Dificilmente se
acomodaram, porém, ao trabalho acurado e metódico
que exige a exploração dos canaviais. Sua tendência
espontânea era para as atividades menos sedentárias
e que pudessem exercer-se sem regularidade forçada
e sem vigilância e fiscalização de estranhos. Versáteis
ao extremo, eram-lhe inacessíveis certas noções de

84
123. Vunesp
Com a grande propriedade monocultural, instalou-se no Brasil colonial o trabalho escravo ... estes elementos
são correlatos e derivam das mesmas causas.
Caio Prado, História econômica do Brasil

Apoiando-se na empresa colonial açucareira do litoral nordestino, faça uma análise dos principais fatores que
contribuíram para a forte correlação entre os três elementos básicos indicados no texto acima.

Capítulo 3
124. Unicamp-SP d) a expulsão dos holandeses do Nordeste, a
Entre 1580 e 1640, Portugal enfrentou uma delicada intensificação da escravização indígena e a
situação política: de um lado, passou a pertencer à introdução das companhias de comércio mo-
União Ibérica e, de outro, viu os holandeses domina- nopolistas.
rem Pernambuco, através da Companhia das Índias e) a expansão da ocupação interna pela pecuária, a
Ocidentais, a partir de 1630. expulsão dos franceses e o incremento do bandei-
a) O que foi a União Ibérica? rismo.
b) Dê três motivos para a invasão holandesa no
Brasil. 128. UFMG
O interesse dos holandeses em ocupar áreas no Brasil
125. Fuvest-SP está relacionado com:
A dominação espanhola (1580-1640) provocou mu- a) a conquista territorial de pontos estratégicos visan-
danças no império colonial português; por isso mesmo, do a quebrar o monopólio da rota da prata.
D. João IV, que subiu ao trono com a Restauração
ocorrida em 1640, teria dito que “o Brasil é a vaca b) as barreiras impostas pela Espanha à participação
leiteira de Portugal”. flamenga no comércio açucareiro.
a) Quais mudanças do Império derivaram da domi- c) os contratos preferenciais firmados entre Portugal
nação espanhola? e Inglaterra.
b) Que relação há entre as mudanças e a idéia de que d) as solicitações de senhores de engenho, insatis-
o Brasil se tornou a “vaca leiteira” de Portugal? feitos com o supermonopólio metropolitano.
e) a instalação de técnicas mais avançadas, visando
126. à elevação da produtividade.
A decisão das Cortes de Tomar, aceitando a união das
monarquias ibéricas (1580-1640), teve como uma de 129. UEL-PR
suas conseqüências: (...) As conseqüências da ruptura do sistema co-
a) a consolidação do domínio brasileiro no trecho do operativo anterior serão, entretanto, muito mais
litoral entre Cananéia e Itamaracá, anteriormente duradouras que a ocupação militar. Durante sua
ameaçado pelos espanhóis. permanência no Brasil, (...) eles adquiriram o
b) a aquisição pelo Brasil do domínio manso e pacífico conhecimento de todos os aspectos técnicos e or-
da região do Tape, no centro do Rio Grande do Sul. ganizacionais da indústria açucareira. Esses conhe-
c) o término dos ataques ao Brasil pelos inimigos da cimentos vão constituir a base para a implantação e
Espanha, tendo em vista antigas alianças e boas o desenvolvimento de uma indústria concorrente, de
relações comerciais. grande escala, na região do Caribe. A partir desse
d) a perda do monopólio do comércio brasileiro por momento, estaria perdido o monopólio, que nos
Portugal, pois o Brasil deixou de ser considerado três quartos de século anteriores assentara-se na
uma colônia. identidade de interesse entre os produtores portu-
e) a suspensão temporária dos efeitos do Tratado de gueses e os grupos financeiros (...) que controlavam
Tordesilhas, o que possibilitou ao Brasil promover o comércio europeu (...).
sua expansão territorial.
O texto descreve um fenômeno ligado, no Brasil:
127. Fuvest-SP a) aos reflexos da Abertura dos Portos e às revoltas
Entre as mudanças ocorridas no Brasil Colônia durante nativistas.
a União Ibérica (1580-1640), destacam-se:
b) aos resultados da invasão francesa e à expulsão
a) a introdução do tráfico negreiro, a invasão dos dos jesuítas.
holandeses no Nordeste e o início da produção
de tabaco no Recôncavo Baiano. c) ao domínio espanhol e à expulsão dos holandeses
b) a expansão da economia açucareira no Nordeste, do Nordeste.
o estreitamento das relações com a Inglaterra e a d) aos tratados de comércio e aos privilégios da
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expulsão dos jesuítas. burguesia inglesa.


c) a incorporação do Extremo-Sul, o início da explo- e) ao Bloqueio Continental e à transferência da Corte
ração do ouro em Minas Gerais e a reordenação portuguesa.
administrativa do território.

85
130. Unifor-CE d) quase inexistência de quilombos no Sul do Brasil
No século XVII, os holandeses ocuparam boa parte se relaciona à pequena porcentagem de negros na
do Nordeste brasileiro. A primeira invasão ocorreu região, o que também permitiu que lá não ocorres-
na Bahia (1624-1625), mas foi a partir do domínio de sem questões ligadas à segregação racial.
Pernambuco que os holandeses conseguiram uma e) população dos quilombos também era formada por
ocupação mais prolongada (1630-1654). Essas inva- indígenas ameaçados pelos europeus por brancos
sões estão ligadas: pobres e por outros aventureiros e desertores, embo-
a) à posição assumida pelo grupo mercantil portu- ra predominassem africanos e seus descendentes.
guês que, receando perder mercado na Europa
com a União Ibérica, manteve sua aliança com as 133. FGV-SP
Províncias Unidas. Com relação ao domínio holandês no Brasil, no período
b) ao interesse holandês em manter o controle sobre colonial, pode-se afirmar que:
a distribuição do açúcar na Europa, rompido desde a) os limites das suas conquistas ficaram restritos a
a União Ibérica. Pernambuco, então a capitania que mais produzia
c) ao interesse da Holanda que desejava controlar o açúcar na colônia.
aparelho fiscal do governo português no Brasil. b) o governo de Nassau, de acordo com a Companhia
d) à Companhia das Índias Ocidentais, criada no das Índias Ocidentais, procurou, juntamente com
século XV, que tinha por objetivo interferir dire- os produtores locais, incrementar ainda mais a
tamente na produção e na aquisição das terras produção do açúcar.
produtoras de cana-de-açúcar. c) a partir de suas bases no Nordeste, os holandeses
e) à necessidade de Antuérpia e Amsterdã mante- ampliaram o raio de sua dominação, chegando, em
rem-se como centros urbanos desinteressados 1645, a conquistar a Amazônia peruana.
em comercializar açúcar na Europa. d) oriundo de uma Holanda dividida pelas guerras de
religião, o protestante Nassau fez do seu governo,
131. PUC-RS em Pernambuco, um regime teocrático de protes-
As invasões holandesas no Brasil, no século XVII, esta- tantismo radical.
vam relacionadas à necessidade de os Países Baixos e) nas regiões que dominaram, os holandeses trans-
manterem e ampliarem sua hegemonia no comércio do formaram a economia numa atividade igualmente
açúcar na Europa, que havia sido interrompido: lucrativa para Portugal e Espanha.
a) pela política de monopólio comercial da Coroa por-
tuguesa, reafirmada em represália à mobilização 134. Mackenzie-SP
anticolonial dos grandes proprietários de terra. Acerca da presença dos holandeses no Brasil, durante
b) pelos interesses ingleses que dominavam o co- o período colonial, assinale a alternativa correta.
mércio entre Brasil e Portugal. a) Garantiram a manutenção do direito e da liberdade
c) pela política pombalina, que objetivava desenvol- de culto.
ver o beneficiamento do açúcar na própria colônia, b) Perseguiram judeus e católicos por meio do Tribu-
com apoio dos ingleses. nal do Santo Ofício.
d) pelos interesses comerciais dos franceses, que
c) Aceleraram o processo de unificação política entre
estavam presentes no Maranhão, em relação ao
Espanha e Portugal.
açúcar.
e) pela Guerra de Independência dos Países Baixos d) Criaram, no Brasil, instituições de crédito, finan-
contra a Espanha e seus conseqüentes reflexos ciando a industrialização contra os interesses
na colônia portuguesa, devido à União Ibérica. ingleses.
e) Visavam à ocupação pacífica do Nordeste.
132. Cesgranrio-RJ
135.
No Brasil, o quilombo foi uma das formas de resistência
O governo de Nassau, durante a ocupação holan-
da população escrava. Sobre os quilombos, é correto
desa no Nordeste brasileiro, foi caracterizado pelo
afirmar que o(a):
crescimento da produção açucareira e pela produção
a) maior número de quilombos se concentrou na região
artística e cultural. Como podemos explicar isso?
Nordeste do Brasil, em função da decadência da la-
voura cafeeira, já que os fazendeiros, impossibilitados 136.
de sustentar os escravos, incentivavam-lhes a fuga. A expulsão dos holandeses do Nordeste brasileiro
b) maior dos quilombos brasileiros, Palmares, foi começou quando Nassau foi substituído por um
extinto a partir de um acordo entre Zumbi e o triunvirato, nomeado pela WIC, que passou a forçar
governador de Pernambuco, que se comprometeu os senhores de engenho a quitarem suas dívidas. O
a não punir os escravos que desejassem retornar movimento armado, feito pelos pernambucanos, ficou
às fazendas. conhecido como:
c) existência de poucos quilombos na região Norte a) Revolução Pernambucana.
pode ser explicada pela administração diferencia- b) Confederação do Equador.
da, já que, no estado do Grão-Pará e Maranhão, c) Insurreição Pernambucana.
a Coroa portuguesa havia proibido a escravidão d) Guerra dos Mascates.
negra. e) Revolta dos nativistas pernambucanos.
86
137. UFPE judeus – fato estranhável, pois a Companhia das Índias
Em relação às conseqüências do domínio espanhol contava muito com eles, como acionistas ou em postos
sobre Portugal, que durou 60 anos – de 1580 a 1640 –, eminentes). Pensou no povo. Dando-lhes diversões,
analise as proposições a seguir. melhorando as condições do porto e do núcleo urbano
1. A França, inimiga da Espanha, ocupou Pernam- (...), fazendo museus de arte, parques botânicos e
buco, área de atuação dos portugueses. zoológicos, observatórios astronômicos.
Francisco Iglésias
2. As relações comerciais dos portugueses com a
Esse texto refere-se:
Ásia sofreram grandes perdas.
a) à invasão holandesa no Brasil, no período da
3. Portugal, para enfrentar a crise, tornou-se depen-
dente da Holanda, assinando com esta o Tratado União Ibérica, e à fundação da Nova Holanda no
da Paz de Holanda. Nordeste açucareiro.
4. A marinha portuguesa foi quase aniquilada e Por- b) às invasões francesas no litoral fluminense e à
tugal subordinou-se à Inglaterra, assinando com instalação de uma sociedade cosmopolita no Rio
essa nação vários tratados. de Janeiro.
5. Portugal centralizou a administração colonial e c) ao domínio flamengo nas Antilhas e à criação
estabeleceu monopólios na economia. de uma sociedade moderna, influenciada pelo
Estão corretas: Renascimento.
a) 2, 3, 4 d) 2, 4, 5 d) ao estabelecimento dos sefardins, expulsos na
Guerra da Reconquista Ibérica, nos Países Baixos,
b) 3, 4, 5 e) 1, 3, 5
e à fundação da Companhia das Índias Ocidentais.
c) 1, 2, 3
140. UFRGS-RS
138. FGV-SP
O mapa a seguir apresenta dados relativos à guerra
Guerreado por Madri e pela Holanda, posto em quaren- pelo tráfico de escravos entre Holanda e Portugal,
tena pela Santa Sé, Portugal busca o apoio de Londres, ocorrida na primeira metade do século XVII.
preferindo a aliança com os distantes hereges à asso-
ciação com os vizinhos católicos. Dando seguimento
a vários tratados bilaterais, os portugueses facilitam o
acesso dos mercadores e das mercadorias inglesas às
zonas sob seu controle na Ásia, África e América.
ALENCASTRO, L.F. de. “A economia política dos descobrimentos”. In:
NOVAES, A. (org.), A descoberta do homem e do mundo. São Paulo:
Cia das Letras, 1998, p. 193.
O trecho do texto de Alencastro refere-se:
a) ao período inicial da expansão marítima portugue-
sa, no qual as rivalidades com a Espanha em torno
da partilha da América levaram a uma aproximação
diplomática entre Portugal e Inglaterra.
b) à época da Restauração, que se seguiu à união di- PUNTONI, Pedro. A guerra dos holandeses.
nástica entre as monarquias ibéricas e que obrigou São Paulo: Ática, 1995, p. 21.
a Coroa portuguesa a enfrentar tropas espanholas Com base nos dados do mapa e levando em conta
na Europa e holandesas na África e na América. a conjuntura internacional, considere as seguintes
c) à época napoleônica, que acabou por definir o início afirmações.
da aproximação diplomática de Portugal com a Ingla- I. Os ataques holandeses às possessões africanas
terra, em virtude da articulação franco-espanhola que de Portugal se deveram à necessidade de controle
ameaçava as colônias portuguesas na América. desses importantes centros de fornecimento de
d) ao período de guerras de religião, durante o qual escravos, fundamentais para a reprodução física
a monarquia portuguesa, por aproximar-se dos da mão-de-obra dos engenhos brasileiros.
calvinistas ingleses, passou a ser encarada com II. Apesar da Trégua dos Dez Anos (1641–1651) na
suspeitas pelo poder pontifício. Europa, o governo holandês no Brasil não inter-
e) à época das primeiras viagens portuguesas às rompeu seu processo expansionista, ampliando
Índias, quando muitas expedições foram orga- seus domínios com a ocupação de São Luís do
nizadas em conjunto por Inglaterra e Portugal, o Maranhão, ponto vital de apoio logístico ao tráfico
que alijou holandeses e espanhóis das atividades negreiro internacional.
mercantis realizadas na Ásia. III. A retomada de Luanda foi comandada pelo gover-
nador do Rio de Janeiro, Salvador Correia de Sá,
139. UFMG sendo um projeto financiado pelos comerciantes
Nassau chegou em 1637 e partiu em 1644, deixando e proprietários de terras locais, gravemente pre-
a marca do administrador. Seu período é o mais judicados pela interrupção do tráfico negreiro.
brilhante de presença estrangeira. Nassau renovou Quais estão corretas?
PV2D-07-HIS-14

a administração (...) Foi relativamente tolerante com a) Apenas I. d) Apenas II e III.


os católicos, permitindo-lhes o livre exercício do culto.
b) Apenas I e II. e) I, II e III.
Como também com os judeus (depois dele não houve a
mesma tolerância, nem com os católicos e nem com os c) Apenas I e III.

87
141. ENEM d) durante o período da dominação holandesa no
Rui Guerra e Chico Buarque de Holanda escreveram Nordeste brasileiro, a população foi obrigada
uma peça para teatro chamada Calabar, pondo em dú- a trocar o catolicismo pelo calvinismo, por ser
vida a reputação de traidor que foi atribuída a Calabar, esta a religião do príncipe Maurício de Nas-
pernambucano que ajudou decisivamente os holande- sau.
ses na invasão do Nordeste brasileiro, em 1632. e) a forma pela qual se deu a expulsão definitiva
dos holandeses explica o surgimento posterior
– Calabar traiu o Brasil que ainda não existia? Traiu de vários movimentos nativistas, como a Re-
Portugal, nação que explorava a colônia onde Calabar volta de Beckman (1684-1685), a Guerra dos
havia nascido? Calabar, mulato em uma sociedade Mascates (1710-1714) e a Revolução Praieira
escravista e discriminatória, traiu a elite branca? (1848).

Os textos referem-se também a essa personagem. 143. Fuvest-SP


É característica da economia holandesa, na primeira
Texto I: “... dos males que causou à Pátria, a História, a metade do século XVII:
inflexível História, lhe chamará infiel, desertor e traidor, a) a preponderância das atividades comerciais e
por todos os séculos.” financeiras, com a formação de importante frota
Visconde de Porto Seguro, In: SOUZA JÚNIOR, A. Do Recôncavo aos naval.
Guararapes. Rio de Janeiro: Bibliex, 1949.
b) o predomínio do setor industrial na economia, em
Texto II: “Sertanista experimentado, em 1627 procurava detrimento das atividades comerciais.
as minas de Belchior Dias com a gente da Casa da c) a formação de companhias de comércio, dando
Torre; ajudara Matias de Albuquerque na defesa do início ao liberalismo econômico.
Arraial, onde fora ferido, e desertara em conseqüência
d) o aproveitamento exclusivo de rotas fluviais,
de vários crimes praticados...” (os crimes referidos são
consolidando a hegemonia econômica na Europa
o de contrabando e roubo).
Oriental.
CALMON, P. História do Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio, 1959.
e) a inexistência de agricultura e pesca, conduzindo
Pode-se afirmar que: à dependência dos países fornecedores.
a) a peça e os textos abordam a temática de maneira
parcial e chegam às mesmas conclusões. 144. UEL-PR
b) a peça e o texto I refletem uma postura tolerante Se determinais Deus meu dar estas mesmas terras aos
com relação à suposta traição de Calabar, e o piratas de Holanda, por que não as destes enquanto
texto II mostra uma posição contrária à atitude de eram agrestes e incultas, senão agora? Tantos serviços
Calabar. vos tem feito essa gente pervertida e apóstata, que
c) os textos I e II mostram uma postura contrária à nos mandastes primeiro cá por seus aposentadores,
atitude de Calabar, e a peça demonstra uma po- para lhe lavrarmos as terras, para edificarmos as
sição indiferente em relação ao seu suposto ato cidades e depois de cultivadas e enriquecidas lhes
de traição. entregardes? Assim se hão de lograr os hereges, e
d) a peça e o texto II são neutros com relação à inimigos da fé, dos trabalhos portugueses e dos suores
suposta traição de Calabar, ao contrário do texto católicos (...).
I, que condena a atitude de Calabar. VIEIRA, A. Obras completas. Porto: Lello & Irmãos, 1951. v. XIV, p. 315.

e) a peça questiona a validade da reputação de traidor Com base no texto e em seus conhecimentos sobre
que o texto I atribui a Calabar, enquanto o texto a presença holandesa no Brasil, é correto afirmar
II descreve ações positivas e negativas dessa que:
personagem. a) o domínio holandês no Brasil constituiu o episódio
central dos conflitos entre Portugal e Países Baixos
142. UFV-MG pelo controle do açúcar brasileiro, do tráfico de
A respeito das invasões holandesas que ocorreram escravos africanos e das especiarias asiáticas.
durante o século XVII no Nordeste brasileiro, é correto
b) senhores de engenho, escravos e índios converte-
afirmar que:
ram-se ao calvinismo e recusaram-se a participar
a) foram iniciativas de grupos de aventureiros holan-
do movimento de expulsão dos holandeses da
deses, sem nenhuma vinculação com as disputas
Bahia e de Pernambuco.
internacionais entre os Estados-nação do perío-
do. c) a intolerância religiosa holandesa com os católi-
cos, impedindo as tradicionais festas religiosas,
b) com a expulsão definitiva dos invasores holan-
procissões e missas, determinou a expulsão dos
deses em 1654, pela qual lutaram lado a lado
calvinistas do Brasil.
índios, negros e portugueses, saíram reforçados
d) os portugueses renderam-se aos holandeses
os vínculos entre a metrópole e a colônia naquela
por acreditarem que os batavos fundariam mais
região.
cidades no Brasil.
c) nas batalhas de resistência à invasão dos holande-
ses em Pernambuco, destacou-se a figura heróica e) para os portugueses, o domínio holandês no Brasil
de Domingos Fernandes Calabar. representou uma disputa religiosa sem implicações
políticas e econômicas para Brasil e Portugal.
88
145. UFRN 149. UEL-PR
No Brasil colonial, a ocupação holandesa da costa Durante todo o século XVI, os portugueses não se
nordeste está inserida num contexto de disputa mer- preocuparam com a ocupação da Amazônia, princi-
cantilista entre as potências européias. palmente devido à grande distância entre o extremo
Nesse sentido, é correto afirmar que o Rio Grande norte do Brasil e os principais centros de colonização,
do Norte: que na época eram:
a) mesmo sendo um pequeno produtor açucareiro, a) Pernambuco e Bahia.
contribuiria com grande produção algodoeira, b) Rio de Janeiro e São Paulo.
importante para as trocas mercantis. c) Minas Gerais e Mato Grosso.
b) apesar de sua produção açucareira pouco expres- d) Rio Grande do Sul e Alagoas.
siva, foi tomado pelos holandeses para assegurar
e) Espírito Santo e Santa Catarina.
o controle estratégico da nova colônia.
c) por ter grandes rebanhos de gado, atraiu a co- 150. Fuvest-SP
biça de franceses e holandeses que disputavam A expansão da colonização no Brasil acentua-se na
o controle da pecuária bovina para o mercado segunda metade do século XVII, caracterizando-se
europeu.
pela ocupação do território. Quais os fatores que
d) por sua posição geográfica privilegiada, interessa- contribuíram para a expansão da colonização para
va muito aos holandeses, pois facilitaria o apoio a além do litoral?
seus navios no caminho para as Antilhas.
151. Unisa-SP
146. Mackenzie-SP
O movimento das Bandeiras e a criação extensiva
(...) o número de refinarias, na Holanda, passara de 3 do gado, no período colonial, contribuíram para
ou 4 (1595) para 29 (1622), das quais 25 encontravam- o(a):
se em Amsterdã, que se transformara no grande centro
a) declínio da exploração de metais preciosos.
de refino e distribuição do açúcar na Europa.
Elza Nadai e Joana Neves
b) desenvolvimento da cana-de-açúcar.
A respeito do aumento de interesse, por parte dos ho- c) ampliação territorial do Brasil.
landeses, não apenas na refinação do açúcar brasilei- d) manutenção do Tratado de Tordesilhas.
ro, mas também no transporte e na distribuição desse e) fixação do homem no litoral brasileiro.
produto nos mercados europeus, acentuadamente no
século XVII, é correto afirmar que: 152. UFU-MG
a) com a União Ibérica (1580-1640), os holandeses A atividade bandeirante marcou a atuação dos habi-
desejavam conquistar militarmente o litoral nordes- tantes da capitania de São Vicente entre os séculos
tino para obter postos estratégicos na luta contra XVI e XVIII.
a Espanha. A esse respeito, assinale a alternativa correta.
b) a ocupação de Salvador, em 1624, por tropas fla- a) Buscando capturar o índio para utilizá-lo como
mengas, foi um sucesso, do ponto de vista militar, mão-de-obra ou para descobrir minas de metais
para diminuir o poderio de Filipe II, rei da Espanha. e pedras preciosas, o chamado bandeirismo
c) a criação da Companhia das Índias Ocidentais foi apresador e prospector foram importantes para a
responsável pela conquista do litoral ocidental da ampliação dos limites geográficos do Brasil colo-
África, do Nordeste brasileiro e das Antilhas, visando nial.
a obter mão-de-obra para as lavouras antilhanas.
b) As bandeiras eram empresas organizadas e
d) o domínio holandês, no Nordeste brasileiro, busca- mantidas pela metrópole, com o objetivo de
va garantir o abastecimento de açúcar, controlando conquistar e povoar o interior da colônia, assim
a principal região produtora, pois foi graças ao
como garantir, efetivamente, a posse e o domínio
capital flamengo que a empresa açucareira pôde
do território.
ser instalada na colônia.
e) a Companhia das Índias Ocidentais, em 1634, na c) As chamadas bandeiras apresadoras tinham uma
luta pela conquista do litoral nordestino, propõe a organização interna militarizada e eram compostas
proteção das propriedades brasileiras submetidas exclusivamente por homens brancos, chefiados
à custódia holandesa, porém, em troca, os brasilei- por uma autoridade militar da Coroa.
ros não poderiam manter sua liberdade religiosa. d) O que explicou o impulso do bandeirismo no século
XVII foi a assinatura do tratado de fronteiras com
147. Fuvest-SP a Espanha, que redefiniu a linha de Tordesilhas e
Indique as principais razões da Insurreição Pernambuca- abriu as regiões de Mato Grosso até o Rio Grande
na contra os holandeses, ocorrida entre 1645 e 1654. do Sul, possibilitando a conquista e a exploração
portuguesa.
148. Vunesp e) Derivado da bandeira de apresamento, o serta-
A solução dada à questão dinástica portuguesa, após nismo de contrato era uma empresa particular,
PV2D-07-HIS-14

o desaparecimento de D. Sebastião em Alcácer-Quibir organizada com o objetivo de pesquisar indícios


(1578), repercutiu na Europa e no ultramar. Considere de riquezas minerais, especialmente nas regiões
a fase de união das monarquias ibéricas (1580-1640) de Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais.
e relacione as conseqüências no Brasil.
89
153. Mackenzie-SP 158. Fuvest-SP
A historiografia tradicional atribui ao bandeirismo Qual destas definições expressa melhor o que foram
o alargamento do território brasileiro para além de as bandeiras?
Tordesilhas. a) Expedições financiadas pela Coroa que se propu-
Sobre esta atividade, é correto afirmar que: nham exclusivamente a descobrir metais e pedras
a) jamais se converteu em elemento repressor, ata- preciosas.
cando quilombos ou aldeias indígenas. b) Movimento de fundo catequético, liderado por
b) as missões do Sul foram preservadas dos ataques jesuítas para a formação de uma nação indígena
paulistas, devido à presença dos jesuítas espa- cristã.
nhóis. c) Expedições particulares que apresavam os índios
e procuravam metais e pedras preciosas.
c) na verdade, o bandeirismo era a forma de so-
brevivência para mestiços vicentinos, rudes e d) Empresas organizadas com o objetivo de conquis-
pobres, e a expansão territorial ocorreu de forma tar as áreas litorâneas e ribeirinhas.
inconsciente como subproduto de sua atividade. e) Incursões de portugueses para atrair tribos indí-
genas para serem catequizadas pelos jesuítas.
d) eram empresas totalmente financiadas pelo gover-
no colonial, tendo por objetivo alargar o território 159. Unicamp-SP
para além de Tordesilhas.
O escravo no Brasil é geralmente representado como
e) era exercida exclusivamente pelo espírito de aven- dócil, dominado pela força e submisso ao senhor. Po-
tura dos brancos vinculados à elite proprietária rém, muitos historiadores mostram a importância da
vicentina, cujas lavouras de cana apresentavam resistência dos escravos aos senhores e o medo que
grande prosperidade. os senhores sentiram diante de quilombos, insurrei-
ções, revoltas, atentados e fugas de escravos.
154. UFSC
a) Descreva o que eram os quilombos.
Foi(foram) muito importante(s) na expansão bandei-
b) Por que a metrópole portuguesa e os senhores
rante:
combateram os quilombos, as revoltas, os aten-
I. a riqueza das terras de São Paulo. tados e as fugas de escravos no período colonial
II. os rios perenes e navegáveis que correm para o brasileiro?
interior.
III. a busca de mão-de-obra na própria colônia. 160. Fuvest-SP
IV. a crescente prosperidade de São Vicente. Personagem atuante no Brasil Colônia, foi “fruto social
a) I e II estão corretas. de uma região marginalizada, de escassos recursos
b) II e III estão corretas. materiais e de vida econômica restrita (...)”, teve suas
c) I e IV estão corretas. ações orientadas “ou no sentido de tirar o máximo
proveito das brechas que a economia colonial eventu-
d) II e IV estão corretas.
almente oferecia para a efetivação de lucros rápidos e
e) III e IV estão corretas. passageiros em conjunturas favoráveis – como no caso
da caça ao índio – ou no sentido de buscar alternativas
155.
econômicas fora do quadro da agricultura voltada para
Estabeleça a relação entre o insucesso econômico da
o mercado externo (...)”.
capitania de São Vicente em relação aos interesses
Carlos Henrique Davidoff, 1982.
da metrópole portuguesa, com o desenvolvimento da
atividade bandeirante. O personagem e a região a que o texto se refere são,
respectivamente:
156.
a) o jesuíta e a Província Cisplatina.
O ciclo de preação ou caça ao índio foi incentivado
b) o tropeiro e o vale do Paraíba.
principalmente:
c) o caipira e o interior paulista.
a) pela falta de mão-de-obra escrava, uma vez que
d) o bandeirante e a capitania de São Paulo.
a Espanha não fornecia mais escravos ao Brasil.
e) o caiçara e o litoral baiano.
b) pela expansão da cana-de-açúcar para o interior
de São Paulo.
161. Mackenzie-SP
c) pela mineração, que exigia mão-de-obra escrava em
Como decorrência do caminho, constituiu-se a civiliza-
muito maior quantidade do que a cana-de-açúcar.
ção paulista (...). Na faina sertaneja e predadora dos
d) pelo tabaco, que exigia mão-de-obra indígena para paulistas, desenvolveram-se hábitos próprios, tributá-
sua plantação. rios dos indígenas e incorporados mesmo por aqueles
e) pela falta de mão-de-obra escrava, uma vez que que haviam nascido na Europa, como o alentejano
os holandeses tomaram os centros fornecedores Antonio Raposo Tavares.
dos portugueses na África e só forneciam escravos Laura de Mello e Souza
para seus territórios no Nordeste.
O texto reporta-se às características da vida paulista
157. no período colonial e a seu significado. Sobre esses
Explique qual era a relação que os padres jesuítas fatos, não podemos dizer que:
mantinham com os bandeirantes paulistas.
90
a) o isolamento e a reduzida importância econômica b) Contribuíram para a implantação de uma nova polí-
da região resultaram num forte senso de autono- tica colonizadora, aproximando índios e colonos.
mia entre a gente paulista. c) Iniciaram o aproveitamento verdadeiro das terras
b) casas de taipa, móveis rústicos, tendo com idioma agrícolas do oeste, mudando a situação econômica
dominante o tupi-guarani até o século XVIII, esta da colônia.
era a vila de São Paulo. d) Por razões políticas e econômicas, contribuíram
c) mestiços rudes, os mamelucos paulistas vagavam para a mudança da capital do vice-reino, do Rio
pelos sertões apresando índios, buscando ouro ou de Janeiro para a Bahia.
atacando quilombos. e) Respeitaram o meridiano de Tordesilhas, evitan-
d) o alargamento da fronteira foi uma conseqüência do, assim, conflitos armados entre portugueses e
inconsciente da luta destes homens pela sobre- espanhóis.
vivência.
e) o prestígio do bandeirante deve-se à integração dos 165. Fuvest-SP
vicentinos à economia exportadora açucareira. ... gente acostumada a penetrar sertões e tolerar
as fomes, sedes e inclemência dos climas e dos
162. Vunesp tempos...
A história das monções em Cuiabá é, de certa forma, D. Frei Manuel da Ressurreição, 1689.
um prolongamento da história das bandeiras paulistas, ...só o valor e a muita experiência da guerra dos ser-
em sua expansão para o Brasil Central. Desde 1622, tões com que os paulistas se acham podem destruir
numerosos grupos armados, procedentes de São e conquistar os bárbaros cujo sossego depende das
Paulo, Parnaíba, Sorocaba e Itu, trilharam constan- armas dos paulistas sempre vitoriosos dos bárbaros
temente terras hoje mato-grossenses, preando índios do Brasil...
ou assolando povoações de castelhanos. D. João de Lencastre, 1697.
Sérgio Buarque de Holanda. Monções.
Como se explicam as características especiais dos
Baseando-se no texto, responda ao que se pede. bandeirantes paulistas e a sua opção pelas atividades
a) Quais foram os objetivos das bandeiras paulis- sertanistas durante os séculos XVI e XVII?
tas?
b) O que foram as monções e qual foi a sua impor- 166.
tância histórica? Na minha primeira carta disse a V. Rev. a grande
perseguição que padecem os índios, pela cobiça dos
163. Fuvest-SP portugueses em os cativarem. Nada há de dizer de
Durante o período colonial, o Estado português deu novo, senão que ainda continua a mesma cobiça e
suporte legal a guerras contra os povos indígenas do perseguição, a qual cresceu ainda mais.
Brasil, sob diversas alegações; derivou daí a guerra No ano de 1649 partiram os moradores de São Paulo
justa, que fundamentou: para o sertão, em demanda de uma nação de índios
a) o genocídio dos povos indígenas, que era, no distantes daquela capitania muitas léguas pela terra
fundo, a verdadeira intenção da Igreja, do Estado adentro, com a intenção de os arrancarem de suas
e dos colonizadores. terras e os trazerem às de São Paulo, e aí se servirem
deles como costumam.
b) a criação dos aldeamentos pelos jesuítas em toda a
Pe. Antônio Vieira – Carta ao padre provincial, 1653, Maranhão.
colônia, protegendo os indígenas dos portugueses.
c) o extermínio dos povos indígenas do sertão, Esse documento do padre Antônio Vieira revela:
quando, no século XVII, a lavoura açucareira aí a) que tanto o padre Vieira como os demais jesuítas
penetrou, depois de ter ocupado todas as áreas eram contrários à escravização dos indígenas
litorâneas. e dos africanos, posição que provocou conflitos
d) a escravidão dos índios, pois, desde a Antigüidade, constantes com o governo português.
reconhecia-se o direito de matar o prisioneiro de b) um dos momentos cruciais da crise entre o governo
guerra ou escravizá-lo. português e a Companhia de Jesus, que culminou
e) uma espécie de “limpeza étnica”, como se diz hoje, com a expulsão dos jesuítas do território brasileiro.
para garantir o predomínio do homem branco na c) que o ponto fundamental dos confrontos entre os
colônia. padres jesuítas e os colonos referia-se à escravi-
zação dos indígenas e, em especial, à forma de
164. Univali-SC atuar dos bandeirantes.
As expedições chamadas de entradas e bandeiras d) um episódio isolado da ação do padre Vieira na
tinham como objetivo a procura de riquezas minerais luta contra a escravização indígena no estado do
e/ou a caça ao índio, para escravizá-lo e vendê-lo no Maranhão, o qual se utilizava da ação dos bandei-
litoral. O papel histórico das entradas e bandeiras pode rantes para caçar os nativos.
ser assim resumido: e) que os padres jesuítas, em oposição à ação dos
PV2D-07-HIS-14

a) Determinaram a ocupação efetiva do interior do colonos paulistas, contavam com o apoio do


Brasil e deram ao nosso país sua atual configura- governo português na luta contra a escravização
ção geográfica. indígena.

91
167. Fuvest-SP 170. UFMT
Entre as várias formas de resistência do negro ao A historiadora Luíza Volpato, no livro Entradas e ban-
regime escravista no Brasil colonial, encontramos deiras (São Paulo: Global, 1985, p. 14), ao se referir
os quilombos. Palmares, o maior exemplo de grande à imagem produzida pelos livros didáticos sobre o
quilombo, possuía uma organização econômica que bandeirante, assim se expressa:
apresentava as seguintes características: Nos capítulos referentes à expansão territorial, o ban-
a) agricultura policultora como principal ativi- deirante é apresentado na grande maioria das vezes
dade, organizada com base num sistema de como o herói responsável pelas dimensões territoriais
sesmarias semelhante ao dos engenhos, que do país. [...] No texto é passada a visão heróica do
visava ao consumo local e à comercialização bravo que, vencendo dificuldades sem fim, conquistou
do excedente. áreas imensas para a colônia e descobriu riquezas no
b) agricultura monocultora, que visava à comercia- interior do Brasil.
lização, e caça, pesca, coleta e criação de gado A partir do texto, julgue as assertivas.
para o consumo interno. ( ) Essa é uma visão mítica elaborada pela historio-
c) agricultura policultora realizada em pequenos grafia que permeia praticamente toda produção
roçados das famílias e um sistema de trabalho a respeito, dificultando uma interpretação crítica
cooperativo que produzia excedentes comercia- sobre o fenômeno bandeirantista.
lizados na região, além da extração vegetal e da ( ) A capitania de São Vicente, desde o início
criação para a subsistência. da colonização, despontou como uma região
d) atividades extrativas, pecuária bovina e caprina privilegiada para o plantio da cana-de-açúcar,
para atender o consumo local e fabricação de portanto de exportação de açúcar e importação
farinha, aguardente e azeite para a comercializa- de mão-de-obra escrava africana.
ção. ( ) A expansão territorial e o sacrifício de centenas
e) criação de animais, caça, pesca e coleta para a de milhares de índios são o resultado da trans-
subsistência e agricultura monocultora que con- formação da luta cotidiana dos bandeirantes pela
corria com a produção dos engenhos. sobrevivência em campanhas de conquista.
( ) Contrariando a imagem do texto citado, é pos­sível
168. Unicamp-SP visualizar o fenômeno bandeirantista como ge-
Em 1694, tropas comandadas pelo paulista Domingos rado pelas condições sociais de vida do planalto
Jorge Velho destruíram o quilombo de Palmares, que de Piratininga e o bandeirante como um homem
havia se formado desde o início do século XVII. Pou- do seu tempo.
cos sobreviveram ao ataque final, refugiando-se nas
matas da Serra da Barriga sob a liderança de Zumbi, 171. UFBA
morto em 20 de novembro de 1695, depois de resistir Tido como um dos mais brutais caçadores de índios,
por quase dois anos. o bandeirante paulista Domingos Jorge Velho foi o
a) O que foi o quilombo de Palmares? precursor da exploração e conquista do Piauí. Nascido
na vila de Parnaíba, São Paulo, em 1614, ele estava
b) Além de realizar ataques a quilombos, que outros
no Nordeste, em 1670, quando foi convocado para
interesses tinham os paulistas em suas expedições
esmagar os índios da região do São Francisco, acu-
pelos sertões?
sados de atacarem as fazendas de criação de gado
c) Explique por que o dia da morte de Zumbi é consi- naquela área. A atividade também atraía o bandeirante,
derado atualmente o “dia nacional da consciência que chegou a ter uma fazenda de gado no oeste de
negra”. Pernambuco, onde fundou a povoação de Sobrado.
Entre 1674 e 1680, explorou o Piauí, o Maranhão e o
169. Fuvest-SP
Ceará. Foi a partir dessa expedição que começou a
Segundo as pesquisas mais recentes, pode-se afir- ocupação do Piauí.
mar, em relação aos quilombos coloniais brasileiros,
Brasil 500 anos, p. 204.
que eles:
Com base na análise do texto e nos conhecimentos so-
a) distinguiam-se pelo isolamento, pela marginaliza-
bre a expansão territorial brasileira, pode-se afirmar:
ção, sem nenhum vínculo com os arredores que
os cercavam. 01. O texto indica uma das formas de desbravamento,
ocupação e expansão territorial utilizadas pelos
b) eram de caráter predominantemente agrícola, so- colonizadores à época do Brasil colonial.
brevivendo do que plantavam e do que teciam.
02. A ação de “esmagar índios” foi julgada legítima
c) eram habitados exclusivamente por escravos no Brasil colonial, sobretudo em épocas de crise
fugidos, constituindo-se em verdadeiros Estados no tráfico negreiro e em regiões onde não havia
teocráticos. disponibilidade de recursos para a compra de
d) dedicavam-se, alguns, à agricultura, outros, à escravos africanos.
mineração, outros, ainda, ao pastoreio, articu- 04. A violência contra o índio, sugerida no texto, foi
lando-se com os núcleos vizinhos através do um dos fatores preponderantes para o extermínio
comércio. de nações indígenas inteiras, do que resultou a
e) existiram apenas durante o século XVII, tendo baixa densidade dessas populações no Brasil
Palmares como eixo central. atual.

92
08. A expansão da pecuária constituiu fator de desta- c) a ação missionária dos jesuítas vinculada também
que para a ocupação e o povoamento do interior à extração de drogas do sertão.
das capitanias do Maranhão, Piauí e Ceará, d) a União Ibérica, que possibilitou maior liberdade
ao contrário do litoral dessas regiões, ocupado de circulação no território além de Tordesilhas.
militarmente, por necessidade de defesa. e) o apoio de jesuítas e índios dos Sete Povos das
16. A ação bandeirante a que se refere o texto, além Missões, confirmando os termos do Tratado de
de estar relacionada ao apresamento de índios, Madri em 1750.
voltou-se também para o combate à resistência
negra, sobretudo quando organizada sob a forma 176.
de quilombos. A pecuária foi pouco incentivada pela metrópole por-
32. A capitania de São Vicente, local de origem do tuguesa porque:
referido bandeirante, destacou-se na economia a) representava um negócio interno da colônia, e seus
colonial por abrigar, no seu território, as principais lucros eram diretamente incorporados ao país.
minas de prata e de diamantes. b) representava uma atividade tipicamente exporta-
Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. dora.
c) os fazendeiros de gado insistiam em criá-lo no
172. Vunesp litoral.
As interpretações a respeito da ação dos jesuítas no d) não promoveu a ocupação do território colonial.
período colonial têm sofrido consideráveis alterações
177. UFMG
ao longo do tempo.
Todas as alternativas apresentam afirmações corretas
a) Indique as duas versões básicas a respeito do
sobre a atividade pecuária no processo de colonização
assunto.
no Brasil, exceto:
b) Cite dois problemas enfrentados pelas nações
a) Constituiu-se numa atividade subsidiária de grande
indígenas contemporâneas.
lavoura.
b) Criou núcleos urbanos destinados ao comércio do
173. Fuvest-SP
couro.
A maior parte das representações atuais do paulista do c) Destinou grande parte da produção de charque
século XVII, seja na pintura, seja na escultura, mostra- para o mercado externo.
o como uma espécie de Pilgrim Father, em seu traje, d) Foi um dos elementos importantes na interioriza-
com botas altas. Mas, na verdade, eles muito pouca ção da colonização.
coisa usaram além do chapelão de abas largas, bar- e) Produziu a figura do vaqueiro, um trabalhador livre
bas, camisas e ceroulas. Caminhavam quase sempre geralmente pago em espécie.
descalços, em fila indiana, ao longo das trilhas do
sertão e dos caminhos dos matagais, embora muitas 178. Unifesp
vezes levassem várias armas. Sua vestimenta incluía,
Com relação à economia do açúcar e da pecuária
igualmente, gibões de algodão, que se mostraram úteis
no Nordeste, durante o período colonial, é correto
contra as flechas ameríndias...
afirmar que:
C.R. Boxer. A idade do ouro do Brasil.
a) por serem as duas atividades essenciais e comple-
a) A que figura da capitania de São Vicente corres- mentares, portanto as mais permanentes, foram
ponde essa descrição? as que mais usaram escravos.
b) A que se deve sua existência nessa região? b) a primeira, tecnologicamente mais complexa,
recorria à escravidão, e a segunda, tecnologica-
174. FAAP-SP
mente mais simples, ao trabalho livre.
O Brasil estava sob domínio ibérico de 1580 a 1640.
c) a técnica era rudimentar em ambas, na agricultura
Nesse período, os criadores de gado e os bandeiran- por causa da escravidão e na criação de animais
tes, que buscavam metais e pedras preciosas, atra- por atender ao mercado interno.
vessaram a linha imaginária do Tratado de Tordesilhas,
d) tanto em uma quanto em outra, desenvolveram-se
incorporando ao território brasileiro:
formas mistas e sofisticadas de trabalho livre e de
a) Minas Gerais, Amazonas e Pará. trabalho compulsório.
b) Ceará, Piauí e Alagoas. e) por serem diferentes e independentes uma da
c) Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. outra, não se pode estabelecer nenhuma tentativa
d) Maranhão, Pernambuco e Bahia. de comparação entre ambas.
e) Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
179. UEL-PR
175. Mackenzie-SP Como não se tratava de regiões aptas para a produção
A partir do século XVII, uma série de fatores provocou de gêneros tropicais de grande valor comercial, como
a expansão da colônia e a ocupação do interior do o açúcar ou outros, foi-se obrigado para conseguir
Brasil, exceto: povoadores (...) a recorrer às camadas pobres ou
PV2D-07-HIS-14

a) a pecuária desenvolvida no sertão nordestino e na médias da população portuguesa e conceder gran-


região Sul. des vantagens aos colonos que aceitavam irem-se
b) a busca de riquezas minerais liderada pelos ban- estabelecer lá. O custo do transporte será fornecido
deirantes de São Paulo. pelo Estado, a instalação dos colonos é cercada de

93
toda sorte de providências destinadas a facilitar e a) Diego de Mendonça Corte Real.
garantir a subsistência dos povoadores; as terras a b) Francisco Pereira Coutinho.
serem ocupadas são previamente demarcadas em c) Luís Antônio de Sousa.
pequenas parcelas, (...) fornecem-se gratuitamente ou
d) Alexandre de Gusmão.
a longo prazo auxílios vários (instrumentos de trabalho,
sementes, animais etc.). e) João VI.

PRADO JÚNIOR, C. História econômica do Brasil. 27 ed. São Paulo : 183. Fatec-SP
Brasiliense, 1982, pp. 95-96.
No estado do Maranhão, Senhor, não há ouro nem
Com base no texto, é possível afirmar que o autor prata mais que o sangue e suor dos índios: o sangue
se refere: se vende nos que cativam e o suor se transforma em
a) à colonização do sertão nordestino através da tabaco, no açúcar e nas demais drogas que os ditos
pecuária. índios se lavram e fabricam. Com este sangue e suor
b) à ocupação da Amazônia através das drogas do se medeia a necessidade dos moradores; e com este
sertão. sangue e suor se enche e enriquece a cobiça insaciável
c) à expansão para o interior paulista pelas entradas dos que vão lá governar.
e bandeiras. Vieira, Padre Antônio. Obras escolhidas. In: Alencar, Carpi & Ribeiro.
História da sociedade brasileira. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico,
d) à colonização do sul através da pecuária. 1979, pp. 210-1.
e) ao povoamento das capitanias hereditárias. O texto acima foi escrito por volta de 1653. As principais
riquezas do Maranhão, naquela época, eram:
180. Fuvest-SP a) o ouro e a prata.
No século XVIII, o governo português incorporou a b) o ouro, a prata e o comércio de escravos.
maior parte da Amazônia ao seu domínio. A ampliação
c) o tabaco, o açúcar e as drogas.
dessa fronteira da colônia portuguesa deveu-se:
a) aos acordos políticos entre Portugal e França. d) o ouro, a prata, o tabaco e o açúcar.
b) às lutas de resistência das populações indíge- e) os metais preciosos, o comércio de escravos e o
nas. açúcar.
c) ao início da exploração e exportação da borra-
184. Cesgranrio-RJ
cha.
A ocupação do território brasileiro, restrita, no século
d) à expulsão dos jesuítas favoráveis à dominação
XVI, ao litoral e associada à lavoura de produtos
espanhola.
tropicais, estendeu-se ao interior durante os séculos
e) à exploração e comercialização das drogas do XVII e XVIII, ligada à exploração de novas atividades
sertão. econômicas e aos interesses políticos de Portugal em
definir as fronteiras da colônia.
181. Cesgranrio-RJ As afirmações a seguir relacionam as regiões ocupadas
Apesar do predomínio da agromanufatura açucareira a partir do século XVII e suas atividades dominantes.
na economia colonial brasileira, a pecuária e a extração 1. No vale Amazônico, o extrativismo vegetal – as
das “drogas do sertão” foram fundamentais. A esse drogas do sertão – e a captura de índios atraíram
respeito, podemos afirmar que: os colonizadores.
a) ocorreu uma grande absorção da mão-de-obra 2. A ocupação do Pampa gaúcho não teve nenhum
escrava negra, particularmente na pecuária. interesse econômico, estando ligada aos conflitos
b) a presença do indígena na extração das “drogas luso-espanhóis na Europa.
do sertão” foi essencial pelo conhecimento da 3. O Planalto Central, nas áreas correspondentes
geografia da região Nordeste.
aos atuais estados de Minas Gerais, Goiás e Mato
c) por serem atividades complementares, a força de Grosso, foi um dos principais alvos do bandeirismo,
trabalho não se dedicava integralmente a elas. e sua ocupação está ligada à mineração.
d) ambas foram responsáveis pelo processo de 4. A zona missioneira no sul do Brasil representava
interiorização do Brasil colonial. um obstáculo tanto aos colonos, interessados na
e) possibilitaram o surgimento de um mercado interno escravização dos indígenas, quanto a Portugal,
que se contrapunha às flutuações do comércio dificultando a demarcação das fronteiras.
internacional.
5. O sertão nordestino, primeira área interior ocupada
182. FGV-SP no processo de colonização, foi um prolongamento
da lavoura canavieira, fornecendo novas terras e
O princípio do Uti possidetis esteve presente como
mão-de-obra para a expansão da lavoura.
base da solução dos conflitos de fronteira entre Por-
tugal e Espanha no século XVIII. O resultado efetivo As afirmações corretas são:
dessa negociação foi o Tratado de Madri (1750), que a) somente 1, 2 e 4. d) somente 2, 3 e 4.
definiu, no caso brasileiro, limites territoriais muito b) somente 1, 2 e 5. e) somente 2, 3 e 5.
próximos dos atuais. Foi o principal articulador desse
tratado/princípio: c) somente 1, 3 e 4.

94
185. Fuvest-SP a) Com o Tratado de Utrecht, assinado em 1713, a
Observando o mapa a seguir, explique: Inglaterra renunciou às terras situadas à margem
esquerda do rio Amazonas e aceitou o rio Oiapo-
que como limite entre Brasil e Guiana Inglesa.
b) Com o Tratado de Utrecht, assinado em 1715, a
Espanha reconheceu a posse de Portugal sobre
a colônia de Sacramento; os espanhóis, incon-
formados, fundaram o Forte de Rio Grande, e os
portugueses, em resposta, fundaram a cidade de
Montevidéu.
c) Com o Tratado de Santo Ildefonso, assinado em
1777, Portugal ficou com a Ilha de Santa Cata-
rina, perdendo a maior parte do território do Rio
Grande do Sul; a Espanha, ficou com a maior
parte do Rio Grande do Sul e com a colônia do
Sacramento.
d) Com o Tratado de Madri, assinado em 1750,
anulou-se o Tratado de Tordesilhas; entre outras
alterações, Portugal renunciou à colônia de Sacra-
mento em troca de Sete Povos das Missões.
e) Com o Tratado de Badajós, assinado em 1881, a
a) dois fatores que contribuíram para a configura- Espanha renunciou ao território de Sete Povos das
ção territorial alcançada pelo Brasil no século Missões.
XVIII;
188.
b) o princípio que norteou o Tratado de Madri.

186. ENEM
O mapa a seguir apresenta parte do contorno da
América do Sul destacando a bacia Amazônica. Os
pontos assinalados representam fortificações militares
instaladas no século XVIII pelos portugueses. A linha
indica o Tratado de Tordesilhas, revogado pelo Tratado
de Madri apenas em 1750.

Adaptado de Carlos de Meira Mattos,


Geopolítica e teoria de fronteiras.

Pode-se afirmar que a construção dos fortes pelos


portugueses visava, principalmente, a dominar: Adaptado de REZENDE, Maria Eugênia Lage de; MORAES, Ana
Maria de. Atlas histórico do Brasil. Belo Horizonte: Vigília, 1997, p. 37.
a) militarmente a bacia hidrográfica do Amazonas.
O mapa acima retrata o importante papel desempe-
b) economicamente as grandes rotas comerciais.
nhado pela pecuária na conquista do interior.
c) as fronteiras entre nações indígenas. Sobre a pecuária, responda:
d) o escoamento da produção agrícola. a) Por que é considerada um subciclo do ciclo do
e) o potencial de pesca da região. açúcar?
b) Que produtos eram originados da pecuária?
187. UPF-RS
c) Qual a importância dessa atividade para a colô-
Sobre os tratados que estabeleceram algumas das
PV2D-07-HIS-14

nia?
fronteiras brasileiras, a alternativa correta é:

95
189. UFS-SE b) os lavradores de cana e mandioca detinham a
O texto abaixo refere-se à atividade pecuarista no maior parte das propriedades e dos escravos da
Brasil Colônia. região.
O gado podia penetrar o Sertão. Não tinha o proble- c) a região de Paraíba do Sul apresentava um baixo
ma seriíssimo do transporte, porque transportava a índice de trabalhadores escravos em relação ao
si mesmo. A mão-de-obra exigida era pouca. Sem a total de mão-de-obra utilizada.
complexidade da agricultura, principalmente da cana- d) a atividade econômica da região estava centrada
vieira, tinha na amplitude do sertão o caminho de sua no plantio da mandioca com baixa utilização de
expansão, acompanhando os rios rumo ao interior. trabalhadores escravos.
Assinale a única alternativa não contida no texto. e) dos criadores de gado da região, a maioria usava
escravos, mas em pouca quantidade se compa-
a) A criação do gado era pouco exigente com respeito
rada às outras atividades econômicas.
à mão-de-obra.
b) A agricultura açucareira era atividade mais com- 191. Cesgranrio-RJ
plexa do que a criação de gado. A pecuária, apesar de ter desempenhado importante
c) A penetração do gado no sertão não envolvia papel na ocupação de determinadas áreas do território
custos no transporte. brasileiro, conservou seu caráter complementar na
d) A pecuária não tinha maior produtividade do que economia colonial especializada para a exportação,
as atividades agrícolas. disso decorrendo:
e) O sertão apresentou-se como caminho adequado a) seu equilíbrio em relação às atividades agrícolas
para a expansão e criação de gado. e extrativas na ocupação efetiva do território.
b) sua subordinação ao capital comercial europeu.
190. UFRJ
c) a exportação da produção de abastecimento, o
A colônia brasileira – economia e diversidade que gerou superávit no comércio colonial.
Posse de escravos de acordo com a d) a direção estatal da metrópole sobre a pecuária por
atividade produtiva – Capitania da força do monopólio régio sobre o sal e a carne.
Paraíba do Sul – ano de 1785 e) constantes crises de abastecimentos dos alimen-
tos, cuja produção era preterida pelas culturas de
exportação.
escravos por propriedade
Percentual de produtores
Produtores escravistas
(escravistas + outros)

192. UFSM-RS
Total de produtores

A Guerra Guaranítica foi a revolta dos missionei-


Número médio de
Total de escravos

Atividade ros guaranis contra as imposições do Tratado de


produtiva Madri, que os obrigava a abandonar suas terras,
escravistas

moradias, plantações e rebanhos. O acordo de 1750


favorecia as monarquias ibéricas, defendendo seus
interesses na região, mas prejudicava gravemente
os indígenas.
QUEVEDO, Júlio. A Guerra Guaranítica.
Donos de São Paulo: Ática, 1996, p. 29.
217 213 98% 7.352 35
engenho Com base no texto, é correto afirmar que:
Lavradores a) os índios reagiram à dominação colonial, porque
429 357 83% 2.196 6 defendiam exclusivamente o Império Teocrático
de cana
organizado pela Igreja Católica, que se sobres-
Lavradores
486 281 58% 1.311 5 saía na América, através da Companhia de
de mandioca
Jesus.
Criadores de b) os missioneiros guaranis estavam desaculturados
69 29 42% 203 7
gado do “ser” índio devido à tirania jesuíta, portanto
Total 1.201 880 73% 11.062 13 defendiam somente os interesses dos padres.
c) a guerra expressou a luta dos missioneiros
Adaptado de Reis, Manoel Martins do Couto. Descrição geográfica, guaranis que não queriam se transformar numa
política e cronológica do distrito de Campos do Goitacazes. Campo,
arquivo (particular) de Arthur Soffrati, 1785. (Manuscrito) espécie de “sem-terra” do século XVIII, visto
que suas terras foram doadas aos soldados
O quadro anterior permite compreender a utilização espanhóis.
da mão-de-obra escrava na atividade agropecuária d) a guerra representou um dos raros momentos
no Brasil Colônia. Lendo-o atentamente, conclui-se de reação indígena, organizada contra as im-
que: posições da Coroa e dos colonizadores luso-
a) a importância dos engenhos de cana-de-açúcar espanhóis.
demonstrava-se na região do Paraíba do Sul e) os missioneiros guaranis enfrentaram os exércitos
pela maior utilização proporcional e total de luso-espanhóis, porque estavam organizando uma
escravos. confederação indígena antiespanhola.

96
193. UEM-PR 195. UEMG
Na questão a seguir, escreva no espaço apropriado a Observe o mapa do Brasil colonial.
soma dos itens corretos.
Sobre a pecuária na vida brasileira durante o período
colonial, é correto afirmar que:
01. no século XVIII, a pecuária no sul do Brasil não
teve nenhuma relação com o surto minerador das
Minas Gerais.
02. a atividade pecuária foi muito importante para a
expansão do território brasileiro.
04. era realizada desde o século XVI na costa nor-
destina, coexistindo lado a lado com a produção
açucareira.
08. graças à pecuária, a existência de carne e leite
no sertão nordestino amenizava a dura vida dos
sertanejos, e o couro lhes era matéria-prima fun-
damental.
16. cidades como Feira de Santana, na Bahia, e So-
rocaba, em São Paulo, eram importantes centros
de comercialização de gado.
32. no Rio Grande do Sul, o charque tornou-se grande
fonte de renda.
Some os números dos itens corretos. Campos, Raymundo. Grandezas do Brasil no tempo de Antonil (1681-
1716). São Paulo: Atual, 1996, p. 13.
194. UFSCar-SP
Acerca dos espaços socioeconômicos construídos
Observe o mapa. nas áreas destacadas no mapa, é correto afirmar
que, exceto:
a) em termos cronológicos, o espaço socioeconômico
localizado na área litorânea foi o primeiro a ser
construído pela metrópole portuguesa.
b) pelo menos dois espaços conheceram a escravidão
africana como sistema de trabalho predominante.
c) o espaço socioeconômico cuja área se espalha de
norte ao extremo sul do Brasil manteve com os outros
dois espaços uma relação de complementaridade.
d) os dois espaços foram implantados pela ação (con-
flituosa) de dois sujeitos históricos: os bandeirantes
e os jesuítas.

196. Cesgranrio-RJ
A formação do território brasileiro no período colonial
resultou de vários movimentos expansionistas e foi
NOVAIS, Fernando. História da vida privada no Brasil.
consolidada por tratados no século XVIII. Assinale a
Vol. I. São Paulo: Companhia das Letras, 1997, p. 19. opção que relaciona corretamente os movimentos de
A respeito da ocupação do território brasileiro, foram expansão com um dos tratados de limites.
feitas as quatro observações seguintes: a) A expansão da fronteira norte, impulsionada pela
I. Iniciou-se pela nascente do rio Amazonas. descoberta de minas de ouro, foi consolidada no
II. Seguiu os cursos dos rios em direção ao interior. Tratado de Utrecht.
III. Foi decorrência da penetração do gado, da busca b) A região missioneira do Sul constituiu um caso
de metais preciosos e da exploração de drogas do à parte, só resolvido a favor de Portugal com a
sertão. extinção da Companhia de Jesus.
IV. Significou a criação de vilas e cidades na região c) O Tratado de Madri revogou o de Tordesilhas e deu
do Planalto Central. ao território brasileiro conformação semelhante à
Pode-se afirmar que estão corretas: atual.
a) I e II, apenas. d) O Tratado do Pardo garantiu a Portugal o controle
b) I, II e III, apenas. da região das Missões e do rio da Prata.
PV2D-07-HIS-14

c) I, II, III e IV. e) Os Tratados de Santo Ildefonso e Badajós conso-


d) II e III, apenas. lidaram o domínio português no Sul, passando a
incluir a região platina.
e) III e IV, apenas.
97
197. UFES 201. Fuvest-SP
O processo de expansão da conquista territorial que No processo histórico de Portugal, o Tratado de Me-
culminou com a incorporação da Amazônia ao domínio thuen consolidou a:
português esteve vinculado a diferentes situações. Não
faz(em) parte desse contexto: a) subordinação econômica de Portugal à Inglaterra.
a) a iniciativa de colonos que se aventuravam na cole- b) prosperidade da indústria nacional portuguesa.
ta de recursos naturais da região, como as drogas c) liberdade de comércio entre as colônias portugue-
do sertão, ou formavam as “tropas de resgate”. sas e inglesas.
b) a implantação da grande lavoura canavieira com d) posse das terras situadas além do meridiano de
base no latifúndio e no trabalho escravo negro,
Tordesilhas.
voltada para o mercado externo.
c) os conflitos entre colonos e missionários, que e) supremacia da França como principal parceira
tinham, a respeito da população indígena, inte- comercial de Portugal.
resses diversificados.
202. Vunesp-SP
d) a prática de uma política oficial adotada pela Coroa,
que incentivava o movimento expansionista e fazia Já se verificando nesta época a diminuição dos produ-
realizar expedições para o reconhecimento da área. tos das Minas, viu-se o capitão Bom Jardim obrigado
e) a ação das ordens religiosas, que buscavam os a voltar suas vistas para a agricultura (...)
indígenas para nucleá-los e catequizá-los, esta- Seus vizinhos teriam feito melhor se tivessem segui-
belecendo missões ou aldeamentos. do exemplo tão louvável em vez de desertar o país,
198. Unicamp-SP quando o ouro desapareceu.
A conquista e a posse das terras no Brasil colonial John Mawe. Viagens ao interior do Brasil,
foram feitas por particulares que deviam lealdade ao principalmente aos distritos do ouro e diamantes.

rei de Portugal. Segundo as observações do viajante inglês, os efeitos


a) Comparando os dois mapas, identifique a mudança imediatos da decadência da extração aurífera em
territorial do Brasil entre os séculos XVI e XVII. Minas Gerais foram:
b) Quais as principais atividades econômicas que a) a esterilização do solo mineiro e a queda da pro-
promoveram tal mudança? dução agropecuária.
c) Qual foi a política utilizada pela metrópole para a b) a crise econômica e a consolidação do poder
distribuição das terras no Brasil colonial? político das antigas elites mineiras.
c) a instalação de manufaturas e a suspensão dos
impostos sobre as riquezas.
d) a conversão agrícola da economia e o esvazia-
mento demográfico da província.
e) a interrupção da exploração do ouro e a decadên-
cia das cidades.

203. Fuvest-SP
199. UFPR Na mineração, como de resto em qualquer atividade
No final do século, por volta de 1695, os rumores primordial da colônia, a força de trabalho era basi-
sobre a existência de ouro no interior do país, nas camente escrava, havendo entretanto os interstícios
chamadas Minas Gerais, confirmaram-se com acha- ocupados pelo trabalho livre ou semilivre. Dificilmen-
dos de ótima qualidade, feitos por Borba Gato, no te o homem livre destituído de recursos vultosos
sertão do rio das Velhas, onde surgiria Vila Rica, poderia se manter como proprietário, sobretudo em
hoje Ouro Preto. Minas, região que, apesar de tida tradicionalmente
Silva, F.C.T. Conquista e colonização da América portuguesa. In: como rica e democrática, apresentava possibilida-
Linhares, M.Y. (org) História geral do Brasil. Rio de Janeiro, Editora
Campus, 1990, p. 61.
des favoráveis apenas a um pequeno número de
pessoas.
Destaque algumas das linhas mais importantes do Desclassificados do ouro, Laura de Mello e Souza
impacto da mineração sobre a economia colonial
brasileira. Qual o conceito expresso pela historiografia tradi-
cional sobre o poder político e econômico nas áreas
200. UFV-MG de mineração? Como esse conceito é contestado no
O ouro brasileiro deixou buracos no Brasil, templos em trecho anterior?
Portugal e fábricas na Inglaterra.
Eduardo Galeano 204. Cesgranrio-RJ
Explique de que forma os fatos contidos na frase an- A atividade mineradora, realizada no século XVIII, no
terior estão relacionados historicamente. Brasil, relaciona-se:

98
I. à ocupação do litoral nordestino, onde predo- 207. PUC-RJ
minava o elemento negro, base do trabalho O declínio da mineração do ouro e dos diamantes foi
escravo. resultado principalmente:
II. à ocupação do centro do território, onde era a) do aparecimento de outras atividades mais lucra-
utilizado o trabalho assalariado de origem indí- tivas na própria região das Minas.
gena. b) do encarecimento da mão-de-obra escrava impor-
III. à rápida ocupação do centro do território, onde tada.
surgiram núcleos urbanos em que predominava a c) da exploração fiscal excessiva exercida pela Coroa
população branca. portuguesa.
IV. à ocupação do extremo sul e do vale amazônico, d) do esgotamento das jazidas e declínio da produ-
regiões periféricas na economia colonial, pois ção.
forneciam gado à região das minas. e) do isolamento dos núcleos mineradores em relação
V. ao deslocamento da capital da colônia de Salvador aos grandes centros.
para o Rio de Janeiro, porto escoador da produção
208. PUC-SP
aurífera.
Foram os jesuítas os principais responsáveis pela
a) I e III introdução da cultura européia no Brasil, visando a:
b) II e IV a) ampliar os conhecimentos dos novos súditos da
c) III e V Coroa para que participassem da administração
d) IV e V colonial.
e) IeV b) educar os colonizados para ler, escrever e falar o
português, a fim de que assimilassem os hábitos,
205. Vunesp os costumes e a religião do colonizador.
Se bem que a base da economia mineira também seja c) assimilar os comportamentos e práticas nativas,
o trabalho escravo, por sua organização geral ela se tendo em vista a formação de uma cultura que
diferencia amplamente da economia açucareira. respeitasse os valores indígenas.
Celso Furtado, Formação econômica do Brasil. d) permitir que, através da educação formal, os co-
A referida diferenciação se expressa: lonizados pudessem freqüentar as universidades
a) na relação com a terra, que, por ser abundante no européias.
Nordeste, não se constituía fator de diferenciação e) contribuir para a ampliação dos princípios da livre
social. escolha da religião.
b) na imposição de controle rígido das exportações
209. UERJ
de açúcar, medida não tomada em relação ao
ouro. E sentado no meu cais
Descalço, roto e despido
c) na pequena lucratividade da economia açucareira
Sem trazer mais cabedal
e na rapidez com que os senhores de engenho se
Que piolho e assobios
desinteressaram pela mesma.
MATOS, Gregório de. Apud WEHLING, A.; WEHLING, M. J. C. de.
d) no isolamento da região mineradora, que não man- Formação do Brasil colonial. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1994.
tinha relações comerciais com o resto da colônia,
tal como ocorria no Nordeste. Os versos acima, escritos por Gregório de Matos no
século XVII, adquiriram um status de maior importância
e) na existência de possibilidades de ascensão social
na região das minas, uma vez que o investimento na sociedade.
inicial não era, necessariamente, elevado. Até essa época, um dos aspectos da sociedade colo-
nial brasileira era definido pela seguinte afirmativa:
206. PUC-RJ a) Os proprietários de terra, especialmente os se-
Aparecem como características do Grande Ciclo do nhores de engenho, representavam a “nobreza
Ouro e Diamantes: da terra”.
a) o surgimento de vilas e cidades no litoral sulino e b) A alta burocracia colonial, complemento das elites
o fortalecimento da monarquia portuguesa. locais, era ocupada necessariamente por indivíduos
b) o desbravamento e o despovoamento do centro nascidos em Portugal.
do território brasileiro. c) Os setores médios da sociedade, principalmente
c) a rápida ocupação do centro do território e o sur- os grandes comerciantes do litoral, formavam um
gimento de núcleos urbanos. conjunto homogêneo de indivíduos.
d) o ataque às missões jesuítas espanholas do Itatim d) Os ricos mineradores de ouro e diamantes, ape-
e os conflitos constantes com os emboabas. sar de discriminados pela aristocracia da terra,
PV2D-07-HIS-14

e) o surgimento de núcleos urbanos ao longo do curso ocupavam os cargos mais importantes na admi-
do rio São Francisco e a expansão da atividade nistração.
criatória.

99
210. PUC-SP paisagem. Nenhum rigor, nenhum método, nenhuma
(...) esta Minas dos árcades e da Inconfidência, que providência, sempre esse significativo abandono que
constitui a culminância e o fecho dos três séculos exprime a palavra desleixo.
da existência brasileira anteriores à transladação do HOLANDA, Sérgio Buarque de. O semeador e o ladrilhador.
estado português, esta mesma Minas ainda possui In: Raízes do Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio, 1956.

mais um título a proclamar, entre os que mais alto a A urbanização no Brasil colonial, até o século XVII,
colocam na história de nossa sociedade: o de haver é vista como sendo provisória e acanhada. Um dos
desenvolvido uma cultura, cujo avanço e cujo requinte motivos pelos quais Portugal deixou, em segundo
podem ser avaliados com exatidão, pela capacidade de plano, a questão da urbanização foi:
assimilar inteiramente os padrões europeus para, em a) a inutilidade dos centros urbanos, já que na colônia
profunda reelaboração, formular seus próprios valores a administração ficava a cargo dos donatários.
e conceitos no que apresentam de mais básico, isto é, b) as dificuldades para contratar técnicos especiali-
na própria estrutura mental que os gera e sustém (...) zados que pudessem organizar as cidades.
[obrigando-nos] a reconhecer a especificidade mineira
deste barroco. c) as lutas com os espanhóis para a manutenção das
terras coloniais que impediram o desenvolvimento
MACHADO, L.G. Barroco mineiro. São Paulo: Perspectiva, 4. ed.,
1991, p. 170.
da colônia do Brasil.
d) o predomínio da vida rural, nos engenhos e nas
A partir do fragmento anterior, leia e avalie as seguintes
fazendas de criação, o que diminuiu a importância
afirmações.
das cidades.
I. O autor identifica três contribuições das Minas à
formação do Brasil, ainda no período colonial: o 213. UFRN
trovadorismo, o nativismo dos inconfidentes e o Ao comentar a arte brasileira, Benedito L. de Toledo
Barroco. faz a seguinte descrição:
II. Os fenômenos culturais e políticos vividos pela
E se olharmos para o teto, veremos o próprio céu retra-
sociedade mineira, ao longo do século XVIII, ex- tado em pintura ilusionística no forro, que foi rompido
pressam com certa fidelidade, segundo o autor, para mostrar o Paraíso com a Virgem, os anjos e os
as atitudes mantidas pela colônia em relação às santos. A talha usará colunas torcidas recobertas de
influências metropolitanas, ou seja, assimilação e vinhas e povoada de querubins, aves, frutos, cada
transformação. elemento procurando vibrar e tomar todo o espaço
III. O autor demonstra, no texto, como a capacidade possível. As colunas tortas serão as grandes eleitas
da arte mineira de reproduzir os padrões estéticos porque sua estrutura helicoidal é o próprio movimento
europeus somente pôde ser reconhecida após a sem fim.
instalação da corte portuguesa no Brasil, no início À noite, os interiores das Igrejas revelam novas sur-
do século XIX. presas. A iluminação à vela produz uma luz vacilante
IV. Se há algo que singulariza o estilo barroco mineiro que faz vibrar o ouro da talha, dramatiza as pessoas
do século XVIII, esse elemento é a originalidade e as imagens.
Sente-se que se está num espaço consagrado pelo
de sua manifestação, que está relacionada direta-
perfume do incenso vindo do altar-mor, onde é mais
mente ao fato de revelar, através de suas formas,
intenso o brilho do ouro na luz incerta das velas.
a estrutura mental local.
[adaptação] TOLEDO, Benedito Lima de. Apud FERREIRA, Olavo
Indique quais das afirmações anteriores são corre- Leonel, História do Brasil. São Paulo: Ática, 1995, p. 166.
tas. O autor da descrição se refere ao caráter essencial
a) I, II e III. d) II e IV. do estilo:
b) II e III. e) I, III e IV. a) barroco – lirismo, apelo à emoção, busca de uma
c) I, II e IV. dinâmica infinita, solicitação de todos os senti-
dos.
211. b) naturalista – solidez, despertar da fé pela contem-
Nos centros urbanos do Brasil colonial, a arquitetura plação da natureza, quer do reino animal, vegetal
e as artes caracterizavam-se pelo estilo: ou mineral.
a) rococó. c) gótico – grandiosidade e leveza, que se tornaram
b) renascentista. possíveis graças ao emprego de arcos em forma
c) art nouveau. de ogiva e de inúmeros vitrais.
d) modernista. d) neoclássico – ênfase na harmonia e no equilíbrio,
apelo às faculdades racionais do homem e realce
e) barroco.
para os elementos estruturais da construção.

212. UFMG 214.


A cidade que os portugueses construíram na América Gregório de Matos foi um dos maiores expoentes
não é produto mental, não chega a contradizer o qua- da literatura colonial, no século XVII. Qual foi a sua
dro da natureza, e sua silhueta se enlaça na linha da principal característica?

100
215. UFPE O índio não tem posição ideológica, é a posição de
Textos e imagens sobre o período colonial brasileiro quem tem necessidades concretas, não intuídas por
são ricos em informações históricas. Sobre esses do- um europeu que tem ar-condicionado ou (que fica) ao
cumentos, é incorreta uma destas afirmações: lado da lareira em um país alpino.
Adaptado da Folha de S. Paulo, 17 abr. 2000.
a) A partir de pinturas e desenhos sobre o período
colonial brasileiro, é possível identificar culturas As duas situações anteriores configuram a relação
indígenas diferentes. dos indígenas com os brancos, em tempos históricos
diferentes.
b) Em muitas cenas, foram retratados rituais de
Em relação às sociedades indígenas, as duas situa-
canibalismo, mas também nativos como bons
ções retratadas têm como elemento comum:
selvagens.
a) influências religiosas ditadas pelos europeus.
c) No curso dos séculos reservados ao período
b) valores culturais impostos por agentes sociais
colonial, desenhos e também pinturas privi-
externos.
legiaram, como tema, paisagens e acidentes
geográficos. c) atitudes políticas sugeridas por organizações de
defesa do índio.
d) A quantidade e a qualidade dos desenhos e
d) preconceitos raciais assimilados pelas autoridades
das pinturas sobre o Novo Mundo revelam a
governamentais.
importância dada à produção de informação na
época. 218. Fuvest-SP
e) O Brasil ficou conhecido na Europa moderna Em 1703, é assinado o tratado de Methuen entre
devido apenas aos textos e imagens produzidos Portugal e Inglaterra. Esse acordo, segundo Celso
pelos ibéricos. Furtado, “significou para Portugal renunciar a todo o
desenvolvimento manufatureiro e implicou transferir
216. Vunesp
para a Inglaterra o impulso dinâmico criado pela pro-
A pecuária, além de contribuir para a interiorização dução aurífera no Brasil”.
da colonização, complementava as atividades econô- Explique o que foi o tratado de Methuen e discuta a
micas açucareira do litoral nordestino e aurífera das afirmativa de Celso Furtado.
Minas Gerais. Indique o fator natural que contribuiu
para a multiplicação do rebanho bovino no extremo sul 219. PUC-SP
da colônia e esclareça a razão de seu relacionamento Assim confabulam os profetas, numa reunião
com as Minas Gerais. fantástica, batida pelos ares de Minas. Onde mais
poderíamos conceber reunião igual, senão em terra
217. UERJ mineira, que é o paradoxo mesmo, tão mística que
transforma em alfaias e púlpitos e genuflexórios a
Situação 1: Vieira protetor dos índios, 1746 febre grosseira do diamante, do ouro e das pedras
de cor?
Andrade, C. Drummond de. Colóquio das estátuas. In: Mello, S. Barro-
co mineiro. São Paulo: Brasiliense, 1985.

A origem desse traço contraditório que o poeta afirma


caracterizar a sociedade mineira remete a um contexto
no qual houve:
a) a reafirmação bilateral do Tratado de Tordesilhas
entre Portugal e Espanha e o crescimento da
miscigenação racial no ambiente colonial.
b) o relaxamento na política de distribuição de terras
na colônia e a vigência de uma concepção racio-
nalista de planejamento das cidades.
c) a diversificação das atividades produtivas na
colônia e a construção de um conjunto artístico e
arquitetônico que singularizou a principal região
de mineração.
d) o deslocamento do eixo produtivo do Nor-
deste para as regiões centrais da colônia e
o desenvolvimento de uma estética que pro-
Arquivo Ultramarino, Lisboa
curava reproduzir as construções românicas
Situação 2 européias.
O novo ministro da Justiça, José Gregori, fez uma
e) a expansão do território colonial brasileiro e a
PV2D-07-HIS-14

crítica velada às organizações não-governamentais


ao afirmar que é melhor conversar com índio do que introdução, em Minas, da arte conhecida como
com branco amigo de índio. gótica, especialmente na decoração dos interiores
[continua o ministro:] das igrejas.

101
220. Unicamp-SP a) Caracterize a mineração no século XVIII em termos
O francês Saint-Hilaire, ao visitar, no século XIX, a de região geográfica, organização do trabalho e
região do Distrito dos Diamantes (Minas Gerais), desenvolvimento urbano.
explicou da seguinte maneira como ela fora criada no b) Cite e caracterize duas outras atividades econômi-
século XVIII: cas do Brasil colonial que não eram voltadas para
Tendo o governo reconhecido que a extração de
o comércio externo.
diamantes por arrendadores era freqüentemente
acompanhada por fraudes e abusos, resolveu explo- 223. Unicamp-SP
rar por sua própria conta as terras diamantinas (…). O português entrou em contato íntimo e freqüente
O Distrito dos Diamantes ficou como que isolado do com a população de cor. Mais do que nenhum povo
resto do Universo; situado em um país governado por da Europa, cedia com docilidade ao prestígio comuni-
um poder absoluto, esse distrito foi submetido a um cativo dos costumes, da linguagem e das seitas dos
despotismo ainda mais absoluto. indígenas e negros. Americanizava-se ou africanizava-
Auguste de Saint-Hilaire. Viagem pelo Distrito dos Diamantes e litoral se, conforme fosse preciso.
do Brasil. Belo Horizonte: Ed. Itatiaia/ São Paulo: Editora Universidade
São Paulo, 1974, vol. 5, p. 14. Adaptado de Holanda, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil.
São Paulo: Cia. das Letras, 1995, p. 64.
a) Quais as razões pelas quais era importante para
a Coroa portuguesa que o Distrito Diamantino fi- Simetria: (do grego symmetria, ‘justa proporção’)
casse “como que isolado do resto do Universo”? S. m. 1. Correspondência em grandeza, forma e
posição relativa de partes situadas em lados opos-
b) Como se dava a exploração das minas por parte
tos (...)
da Coroa portuguesa?
Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, 1986, p. 1586.

221. Fuvest-SP De acordo com os enunciados acima, responda às


Discorra sobre o impacto provocado pela descoberta questões abaixo.
do ouro das Minas Gerais na organização interna da
a) Quais os componentes culinários, lingüísticos e
colônia.
musicais da cultura brasileira que revelam a ado-
222. Unicamp-SP ção de costumes negros e indígenas por parte do
No Brasil colonial, além da produção açucareira escra- branco europeu?
vista, o historiador Caio Prado Júnior (em Formação b) Você concordaria com a afirmação de que houve
do Brasil contemporâneo) enumera outras atividades
uma relação de simetria entre a cultura branca e
econômicas importantes como, por exemplo, a mine-
ração do século XVIII, que era também uma atividade a dos negros e índios durante o período colonial?
voltada para o comércio externo. Justifique por que sim ou por que não.

Capítulo 4
224. UFPE 226. FCC-SP
O termo “nativismo” é utilizado pelos historiadores O antecedente imediato mais importante da Revolta de
para designar “revoltas ou movimentos de resistência Vila Rica, movimento ocorrido em 1720, foi:
contra a dominação portuguesa”. Foram movimentos a) a modificação do sistema tributário sobre o
nativistas ocorridos no Brasil: ouro.
a) Mascates, Emboabas, Revolta de Beckman. b) a abolição do monopólio do gado.
b) Guerra dos Bárbaros, Mascates. c) a implantação de medidas de tributação sobre o
c) Revolução de 1817, Confederação do Equador. fumo.
d) Revolução Praieira, Canudos, Quilombo dos Pal- d) o aumento do contingente militar, reforçado por
mares. dragões da cavalaria portuguesa.
e) Confederação dos Tamoios, Guerra dos Bárbaros. e) a nomeação do conde de Assumar para governar
225. Unama-PA a região das Minas.
A Guerra dos Mascates (Pernambuco, 1710-12)
exprime: 227. UFPA
a) um movimento coordenado em busca da indepen- A chamada Revolta de Beckman, no Maranhão (1684),
dência. ilustra uma realidade produzida pelas peculiaridades
b) um sentimento de animosidade contra os holan- do sistema colonial no Brasil. Sustenta-se, nesse
deses invasores. sentido, que:
c) a insatisfação com a política do marquês de Pombal. a) o movimento revelou os sérios problemas de mão-
d) o interesse da burguesia agrária em alcançar os de-obra enfrentados pelo Maranhão, à época,
limitando as próprias possibilidades econômicas
cargos dos Conselhos Municipais.
da capitania.
e) o declínio das lavouras canavieiras.
102
b) tratou-se de um movimento nascido no interior da 231.
crise da política pombalina para o Brasil, traduzi- A Revolta de Vila Rica, ou Revolta de Filipe dos Santos,
da, no caso, pelo fechamento da Companhia de envolveu mineradores e a Intendência das Minas, ór-
Comércio do Grão-Pará e Maranhão. gão que representava os interesses de Portugal. Qual
c) a revolta revelou o descontentamento das elites foi a causa principal que levou a essa revolta?
locais diante da proibição, estabelecida pelo
governo de D. João IV, para o funcionamento das 232. Vunesp
manufaturas no Maranhão. A Guerra dos Mascates, no princípio do século XVIII,
analisada segundo uma perspectiva econômica, pode
d) o movimento buscou, contrariando os interesses
ser interpretada como um:
de Portugal, o concurso de capitais holandeses
para a agricultura maranhense, recursos esses a) episódio na luta para a consolidação dos holande-
não proporcionados por Lisboa. ses no domínio da exploração dos engenhos.
b) conflito entre colonos produtores de açúcar e
e) o contexto da revolta foi o da marginalização eco-
comerciantes reinóis favorecidos pelo monopólio
nômica do Maranhão, produzida pela decadência
comercial.
da sua mineração, o que afastou Portugal da
capitania. c) esforço realizado pelos brasileiros com vistas à
penetração das terras situadas no Norte.
228. UFRN d) momento de disputa entre portugueses e brasileiros
A Guerra dos Emboabas, a dos Mascates e a Revolta para o domínio do comércio das drogas do sertão.
de Vila Rica, verificadas nas primeiras décadas do e) choque ocorrido entre duas frentes expansionistas
século XVIII, podem ser caracterizadas como: em conflito no interior do Nordeste: a dos bandei-
a) movimentos isolados em defesa de idéias liberais, rantes e a dos baianos.
nas diversas capitanias, com a intenção de se
criarem governos republicanos. 233.
Explique o que foi a Guerra dos Emboabas.
b) movimentos de defesa das terras brasileiras, que
resultaram num sentimento nacionalista, visando 234.
à independência política.
Aponte dois fatos que desencadearam a Revolta de
c) manifestações de rebeldia localizadas, que Beckman.
contestavam aspectos da política econômica de
dominação do governo português. 235.
d) manifestações de rebeldia das camadas populares O combate conhecido como “Capão da Traição” está
das regiões envolvidas, contra as elites locais, relacionado à(a):
negando a autoridade do governo. a) Revolta de Beckman.
b) Revolta de Filipe dos Santos.
229. FAAP-SP
c) Guerra dos Mascates.
A Revolta dos Irmãos Beckman, a Guerra dos
d) Guerra dos Emboabas.
Mascates, a Guerra dos Emboabas e a Revolta de
e) Palmares.
Filipe dos Santos são movimentos denominados
nativistas. Cite duas características básicas desses 236.
movimentos.
Quais foram os grupos envolvidos na Revolta de Vila
230. Fuvest-SP Rica e quais suas intenções ao realizarem tal revolta?
A chamada Guerra dos Mascates, ocorrida em Per- 237. Mackenzie-SP
nambuco em 1710, deveu-se: A fome já me tem mudo
a) ao surgimento de um sentimento nativista brasi- que é muda a boca esfaimada
leiro, em oposição aos colonizadores portugue- mas se a frota não traz nada
ses. por que razão leva tudo?
b) ao orgulho ferido dos habitantes da vila de Olinda, Os versos críticos de Gregório de Matos descrevem a crise
menosprezados pelos portugueses. na colônia no final do século XVII, cujas raízes eram:
c) ao choque entre comerciantes portugueses do a) a tradicional dependência econômica em relação
Recife e a aristocracia rural de Olinda pelo controle à Holanda, sócia na produção açucareira.
da mão-de-obra escrava. b) a centralização administrativa e o rígido monopólio
d) ao choque entre comerciantes portugueses do Re- impostos por Portugal, para superar a crise eco-
nômica após o domínio espanhol.
cife e a aristocracia rural de Olinda, cujas relações
comerciais eram, respectivamente, de credores e c) a ascensão do açúcar brasileiro no mercado inter-
devedores. nacional, derrotando o concorrente holandês.
d) a extinção de companhias de comércio particula-
e) a uma disputa interna entre grupos de comercian-
PV2D-07-HIS-14

res, devido à pressão colonial que desorganizava


tes, que eram chamados depreciativamente de
o comércio externo.
mascates.
e) as pressões inglesas diante da independência
econômica e da concorrência de Portugal.
103
238. FGV-SP 240. UFS-SE
A confrontação entre a loja e o engenho tendeu Os textos I e II tratam da Revolta de Beckman, uma
principalmente a assumir a forma de uma contenda das primeiras manifestações contra o domínio metro-
municipal, de escopo jurídico-institucional, entre politano no Brasil.
um Recife florescente que aspirava à emancipação I. Os jesuítas no Brasil tomaram desassombrada-
e uma Olinda decadente que procurava mantê-lo mente a defesa dos índios contra os colonos ávidos
numa sujeição irrealista. Essa ingênua fachada de escravos.
municipalista não podia, contudo, resistir ao em- Mal chegado ao Maranhão, o Padre Vieira defendia
bate dos interesses em choque. Logo revelou-se no púlpito os pontos de vista da Companhia de
o que realmente era, o jogo de cena a esconder Jesus sobre a escravização indígena. Em 1680,
uma luta pelo poder entre o credor urbano e o
a Companhia de Jesus conseguiu a promulgação
devedor rural.
de uma lei que dava liberdade aos indígenas e es-
Evaldo Cabral de Mello. A fronda dos mazombos.
São Paulo: Cia. das Letras, 1995, p.123. tabelecia penalidades a quem os escravizasse.
O autor refere-se: II. Manuel Beckman, rico e prestigiado fazendeiro, foi
a) ao episódio conhecido como a Aclamação de o cabeça da revolução maranhense. Em sua casa,
Amador Bueno. reuniram-se os colonos, tramando a expulsão dos
b) à chamada Guerra dos Mascates. jesuítas, a prisão do governador e a abolição do mo-
c) aos acontecimentos que precederam a invasão nopólio da Companhia de Comércio do Maranhão.
holandesa de Pernambuco. A partir dos textos acima, pode-se afirmar que:
d) às conseqüências da criação, por Pombal, da a) I foi a única causa de II.
Companhia Geral de Comércio de Pernambu-
co. b) I foi uma das causas de II.
e) às guerras de independência em Pernambu- c) II foi a única causa de I.
co. d) II foi uma das causas de I.
e) I e II são eventos independentes.
239. UFG-GO
O conde de Sabugosa, vice-rei entre 1720 e 1735, 241.
apoiou a comunidade de negociantes baianos em Contra a escravidão os negros reagiram de várias
seus esforços em preservar o monopólio do tráfico formas. Explique.
negreiro com a África em oposição aos interesses
dos comerciantes de Lisboa, que tinham o apoio de 242. Unicamp-SP
D. João V. [...]
Em 1734 houve um protesto contra o monopólio do Comentando a Guerra dos Emboabas (1709), o histo-
sal e contra os preços exorbitantes; o juiz de fora de riador Antônio Sérgio escreveu:
Santos liderou um ataque contra o depósito de sal, Cedo no Brasil se buscaram as minas. Para isso se
colocando o produto à venda com preço reduzido. organizavam expedições (bandeiras) que se inter-
RUSSEL-WOOD, Jonh. Centro e periferia no mundo brasileiro, 1500- navam pelo sertão. Enfim, a descoberta fez-se e a
1508. Revista Brasileira de História. São Paulo: Anpuh/Humanitas. notícia atraiu muita gente. Os habitantes de São Paulo
18:36 (1988), pp. 232-233.
consideravam como inimigos todos os que pretendiam,
Os relatos indicam a especificidade da relação colonial
como eles, enriquecer com o ouro.
na América portuguesa no contexto do capitalismo
Adaptado de Antônio Sérgio, Breve interpretação da história de
comercial e absolutista. Da leitura dos relatos, con- Portugal.
clui-se que:
a) Quem eram os emboabas e por que os paulistas
a) o sistema colonial português na América baseava-
entraram em guerra contra eles?
se na relação de respeito, entre as partes, derivada
do pacto colonial. b) Explique as transformações econômicas que a
mineração provocou no Brasil.
b) a especificidade do sistema colonial português na
América vinculava-se à subordinação política e 243.
econômica da colônia à metrópole. A chamada Guerra dos Mascates decorreu, entre
c) a transgressão do princípio da autoridade abso- outros fatores, do fato de:
luta do rei efetivou-se nos atos praticados pelos a) Recife não possuir prestígio político, apesar de sua
representantes da Coroa e pela população admi- expressão econômico-financeira.
nistrada. b) Pombal promover a derrama, para a cobrança de
d) a organicidade do sistema colonial estava asse- todos os quinhões atrasados.
gurada pelas formas de domínio político-adminis- c) Olinda não se conformar com o papel que a aris-
trativo da metrópole. tocracia rural exercia na capitania.
e) a rigidez do domínio metropolitano impediu o d) Portugal intervir na economia das capitanias, isen-
tando os portugueses do pagamento de impostos.
atendimento às demandas políticas e econômicas
e) Pernambuco não apoiar a política de tributação fiscal
da população colonial.
do governador Félix José Machado de Mendonça.

104
244. 247. Unicamp-SP
A eclosão da chamada Guerra dos Emboabas (1708- No século XVII, o Rio de Janeiro era um dos principais
1709) decorreu de vários fatores, podendo ser relacio- pólos econômicos do Império Ultramarino Português.
nada, em parte, com a: Na segunda metade do século, a região era grande
a) nomeação de Manuel Nunes Viana, paulista de produtora e exportadora de açúcar e consumidora
grande prestígio, para a capitania das Minas de de escravos, sendo que seus comerciantes atuavam
Ouro. intensamente no tráfico negreiro com a África e no
acesso à prata das zonas espanholas na América,
b) proibição dos emboabas de exercerem atividades através do rio da Prata. A despeito de tudo, seus mo-
comerciais na região das minas. radores viviam oprimidos com as pesadas taxações
c) decisão da Câmara de São Paulo, que desejava que eram obrigados a pagar para a manutenção das
que as datas fossem exploradas apenas por ele- forças de defesa.
mentos dessa vila e seus arredores. Adaptado de Luciano Raposo de Almeida Figueiredo. “O império
d) separação político-administrativa da capitania de em apuros: notas para o estudo das alterações ultramarinas e das
práticas políticas no Império Colonial Português. Séculos XVII e
São Paulo e Minas do Ouro. XVIII”. In Júnia Ferreira Furtado (org). Diálogos oceânicos: Minas
e) convulsão social promovida pela intensificação da Gerais e as novas abordagens para uma história do Império Ultra-
marino Português. Belo Horizonte / São Paulo: UFMG / Humanitas,
atividade apresadora de índios pelos bandeirantes. 2001, p. 207.
a) Identifique os principais pólos que demarcam a
245.
extensão territorial do Império Ultramarino Portu-
A Revolta de Filipe dos Santos (1720), em Minas Ge- guês no século XVII.
rais, resultou, entre outros motivos, da: b) Quais atividades desenvolvidas na América por-
a) intromissão dos jesuítas no ativo comércio dos tuguesa sustentaram sua importância econômica
paulistas na região das Minas. durante o século XVII?
b) disseminação das idéias, oriundas dos filósofos c) Explique de que maneira o fisco era um problema
do iluminismo francês. na América portuguesa.
c) criação das Casas de Fundição e das Moedas, a
248.
fim de controlar a produção aurífera.
Entre os mais tradicionais movimentos nativistas ocor-
d) tentativa de afirmação política dos portugueses ridos no Brasil colonial, destacam-se as Revoltas de
sobre a nascente burguesia paulista. Beckman, dos Emboabas, dos Mascates e a de Vila
e) tensão criada nas minas, em virtude do monopólio Rica. Cite outro evento que também seja considerado
da Companhia de Comércio do Brasil. revolta nativista no Brasil.

246. UFMG 249. Fuvest-SP


Entre fins do século XVII e o início do século XVIII, As reformas pombalinas propuseram, em relação ao
as contradições entre os interesses metropolitanos e Brasil:
coloniais se manifestaram de diversas formas no Brasil, a) a expulsão dos mercenários e o afrouxamento das
especialmente nas chamadas rebeliões anticolonialis- práticas mercantilistas.
tas. Sobre essas rebeliões, é correto afirmar que: b) a expulsão dos jesuítas e uma política de liberdade
a) enquanto a Revolta de Beckman e a Guerra dos do indígena.
Mascates expressavam o conflito de interesses c) a criação de um sistema de intendências e a for-
entre os comerciantes brasileiros e a Coroa por-
mação de companhias privilegiadas.
tuguesa, devido ao aumento das taxas e impostos
cobrados, a Revolta de Vila Rica se dirigia contra d) a subordinação da Igreja ao Estado e a permissão
a perda de poder local acarretada pela extinção para o surgimento da imprensa.
das Câmaras Municipais. e) o fomento às atividades manufatureiras na colônia
b) foram movimentos de caráter popular, influen- e o combate aos espanhóis no sul.
ciados pelos ideais iluministas, e propunham a
emancipação política da colônia, o combate ao 250. PUC-MG
monopólio mercantilista e o fim da escravidão No Brasil Colônia, as reformas pombalinas da segun-
indígena. da metade do século XVIII tinham como um de seus
c) podem ser entendidas como resultado da reformu- objetivos:
lação da política colonial portuguesa, a partir de a) combater as idéias da Revolução Francesa trazi-
meados do século XVII, quando foi intensificada a das da Europa por estudantes brasileiros.
exploração da colônia, garantindo a transferência
b) adotar uma política administrativa baseada no
de boa parte da renda colonial para a metrópole.
centralismo.
d) a desagregação política e administrativa provocada
c) reestruturar o “pacto colonial”, concedendo privi-
pela União Ibérica e pelo domínio holandês no
PV2D-07-HIS-14

Nordeste enfraqueceu os laços entre metrópole e légios aos ingleses.


colônia, provocando o surgimento das rebeliões d) estimular a industrialização e o desenvolvimento
anticolonialistas, que lutavam contra a influência do mercado interno da Colônia.
espanhola e o domínio holandês.
105
251. Unirio-RJ a) V – V – F – V – F d) V – V – F – V – V
A liderança do governo português exercida pelo mar- b) V – V – V – F – F e) F – V – F – V – V
quês de Pombal repercutiu em vários aspectos da c) F – F – V – F – V
política colonial no Brasil, como o(a):
a) recuo das ações portuguesas de expansão terri- 254. UFC-CE
torial no Sul e Centro-Oeste. Em 1750, Sebastião José de Carvalho e Melo, o mar-
b) apoio à ação missionária da Igreja como forma de quês de Pombal, tornou-se primeiro-ministro português
consolidar a conquista do território. e procurou dinamizar a administração colonial. Dentre
c) subsídio à lavoura canavieira nordestina, reforçan- as medidas por ele adotadas, destaca(m)-se:
do o caráter monocultor da economia colonial. a) o controle do ensino e da política de aldeamento
d) incentivo ao ensino e sua liberalização sob a dire- entregue às ordens religiosas.
ção das ordens religiosas. b) a extinção do estado do Grão-Pará Maranhão, por
e) política de rigoroso fiscalismo sobre a economia ser o centralismo a tônica de sua administração.
mineradora. c) a reforma e a ampliação da justiça, possibilitando,
assim, o acesso da elite colonial aos cargos admi-
252. UECE nistrativos e fiscais.
Dentre as principais medidas tomadas pelo marquês de d) a expulsão dos jesuítas da colônia, favorecendo
Pombal com relação à colonização do Brasil, pode-se os povos indígenas, que passaram a ter maior
assinalar corretamente: autonomia sobre os aldeamentos.
a) permissão para a criação de manufaturas e e) a retomada do controle dos mecanismos comer-
indústrias no Brasil, liberalização dos impostos ciais e fiscais do mundo colonial por parte da
alfandegários sobre os produtos brasileiros e maior metrópole, o que resultou em autonomia para as
controle sobre as atividades religiosas. companhias de comércio.
b) criação de companhias de comércio, expulsão
dos jesuítas e maior pressão fiscal sobre as áreas 255.
produtoras de ouro. D. Maria I, a viradeira (ou “louca”), assumiu o trono
c) transferência da capital da colônia do Rio de português e demitiu o marquês de Pombal. O que ela
Janeiro para Salvador, expulsão da Companhia pretendia?
de Jesus dos territórios portugueses e criação de
mesas de negociação de impostos com os produ- 256. Unifesp
tores de ouro. Não foi espírito evangélico que armou de mosquetes
d) extinção dos monopólios comerciais estatais, 80 ou 100 mil índios e erigiu um poder intermediário do
assinatura de acordos com a Igreja sobre a ação rio da Prata ao Amazonas, que um dia poderá ser fatal
dos jesuítas e transferência da capital da colônia às potências dominantes da América do Sul.
Duque Silva Tarouca, 1758
de Salvador para o Rio de Janeiro.
O texto:
253. UFPE a) alerta para o perigo representado pela atuação dos
Sebastião José de Carvalho e Melo, marquês de Pombal jesuítas.
(1699-1782), dirigiu durante 27 anos a vida política e b) critica o uso da violência para desarmar os índios.
econômica de Portugal, como ministro do rei D. José c) elogia a ocupação de todos os territórios indígenas.
I. Em razão da atuação de Pombal, é correto fazer as
d) denuncia a ação política das potências protestantes.
seguintes afirmações:
e) defende a política religiosa das potências ibéricas.
( ) Durante o seu governo, foram criadas comissões
encarregadas de fazer a demarcação das fron-
257.
teiras entre terras do domínio português e terras
do domínio espanhol no território americano. Qual era o objetivo do marquês de Pombal com a
( ) Na sua luta contra os jesuítas, Pombal tentou expulsão dos jesuítas do Império Português?
atingi-los estendendo a lei de liberdade dos
índios (1755) a todo o Brasil. 258. Vunesp
( ) O antijesuitismo, desenvolvido na época, foi uma “Os filósofos adulam os monarcas e os monarcas
estratégia de Pombal para acusar a Companhia adulam os filósofos”. Assim se refere o historiador Jean
de Jesus de ser um Estado dentro de outro Es- Touchard à forma de Estado europeu que floresceu na
tado e, dessa maneira, justificar a expulsão dos segunda metade do século XVIII. Os “reis filósofos”,
jesuítas do Brasil. temendo revoluções sociais, introduziram reformas
( ) As rigorosas leis pombalinas acabaram por in- inspiradas nos ideais iluministas. Estas observações
centivar a “reforma geral no ensino”, tornando-o se aplicam:
mais complexo e multiplicando as escolas e as a) às monarquias constitucionais.
ordens responsáveis por elas. b) ao despotismo esclarecido.
( ) Os jesuítas não se submeteram às ordens c) às monarquias parlamentares.
de Pombal e reagiram apoiando o governo de
d) ao regime social-democrático.
D. José I.
e) aos principados ítalo-germânicos.
A ordem correta é:

106
259. Vunesp 262. UFMG
Por volta de 1750, Portugal recebia enormes re- Leia este trecho de documento:
messas de ouro do Brasil. A imensa riqueza da Mando que todos e quaisquer naturais ou moradores
colônia permitira ao monarca português dispensar dos meus reinos e domínios, de qualquer estado,
o concurso das Cortes e reforçar o poder absoluto sexo ou condição que seja que (na boa fé de que
da realeza. Em 1750, morre D. João V e sucede-lhe se trata somente de espiritualidade) se acharem ou
D. José I. O novo monarca promoveu à posição de incorporados na dita companhia chamada de Jesus
grande relevo o seu ministro cujas realizações, em ou nela professar ou associar a alguma confraria
conjunto, pretendiam o fortalecimento do Estado que haja sido estabelecida debaixo da direção da
e a autonomia de Portugal. O ministro era essen- mesma companhia, sejam obrigados debaixo de
cialmente um nacionalista, atribuindo os problemas penas a se manifestarem aos juízes e magistrados,
do país ao estado de dependência semicolonial depois dos quais serão as penas irremissivelmente
em que Portugal se encontrava em relação à Grã- neles executadas.
Bretanha. Palácio de Nossa Senhora D´Ajuda, 28 de agosto de 1767.
Maria Beatriz N. da Silva (org.) Esse trecho faz referência à conjuntura da:
O império luso-brasileiro – 1750-1822.
a) expulsão dos jesuítas das colônias portuguesas,
O texto refere-se ao período conhecido como: em razão da política do reino de reafirmar a su-
a) filipino. bordinação da Igreja ao Estado.
b) manuelino. b) guerra entre Portugal e França, devido ao avanço
c) pombalino. das idéias defendidas pelos huguenotes nos reinos
d) vicentino. portugueses.
e) joanino. c) proibição da presença de ordens religiosas regu-
lares nos países ibéricos, determinada pela bula
260. FGV-SP papal Animarum Saluti.
Entre as mudanças operadas no Brasil pela interven- d) visitação do Santo Ofício aos domínios ultramari-
ção do marquês de Pombal, estão a/o: nos de Portugal, em busca de hereges, integrantes
de confrarias e irmandades.
a) criação da Companhia Geral do Grão-Pará e Mara-
nhão, a exploração direta das minas de diamante e 263. Fuvest-SP
o incentivo à ampliação dos colégios jesuíticos. No período colonial, qual o papel da Companhia de
b) expulsão da Companhia de Jesus, a extinção das Jesus no campo da educação?
capitanias hereditárias e a redução dos impostos
264. Unirio-RJ
coloniais.
As reformas educacionais de Pombal visavam a três
c) exploração direta da minas de diamante, a extinção objetivos principais: trazer a educação para o controle
da Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão e do Estado, secularizar a educação e padronizar o
a criação do estado do Maranhão. currículo. Muitos dos experimentos iniciais pombalinos
d) apoio e financiamento da Companhia de Jesus, ocorreram no Brasil, influenciados pelos princípios ilu-
a redução de impostos coloniais e a extinção da ministas. Como decorrência das reformas pombalinas,
podemos citar a:
Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão.
a) decretação da expulsão da Companhia de
e) incentivo às instalações manufatureiras na
Jesus de todo o Império, proibindo qualquer
colônia, a expulsão da Companhia de Jesus e
comunicação verbal ou escrita entre jesuítas e
a criação da Companhia Geral do Grão-Pará e
portugueses.
Maranhão.
b) criação de escolas públicas que atendessem aos
261. PUC-SP jovens da Corte aqui chegados com a família real
A derrama, operação fiscal da Coroa portuguesa, (1808) e que necessitavam de educação leiga e
realizada nas Minas Gerais, no final do século XVIII, crítica.
correspondia: c) exigência de que a população, após a Indepen-
a) às exigências para completar o valor da cota mí- dência de Portugal (1822), se alfabetizasse, em
nima de 100 arrobas de ouro. virtude da consolidação de um Estado autôno-
b) ao pagamento da taxa correspondente ao número mo.
de escravos empregados na lavra. d) elevação do Brasil à categoria de Reino Unido
c) ao recolhimento às Casas de Fundição da quinta a Portugal e Algarves, o que possibilitou maior
parte de todo ouro extraído. controle do Estado português sobre a educação
d) à tentativa da metrópole de organizar e racionalizar na colônia.
a exploração do ouro. e) extinção do tráfico intercontinental de escravos,
PV2D-07-HIS-14

e) à intenção de atribuir aos mineradores a responsa- através da lei Eusébio de Queirós, atendendo às
bilidade pelos gastos da administração da Fazenda demandas liberais iluministas.
Real.

107
265. UFPR elaboradas pelos filósofos da época.
A partir de meados do século XVIII: c) foi uma tentativa bem intencionada, embora fra-
01. verificou-se o restabelecimento das relações entre cassada, das monarquias européias reformarem
estruturalmente seus Estados.
a Coroa portuguesa e os religiosos da Companhia
d) foram os burgueses europeus que convenceram
de Jesus, graças à atuação do papa Urbano II.
os reis a adotarem o programa de modernização
02. a Coroa portuguesa dividiu administrativamente proposto pelos filósofos iluministas.
o seu domínio americano em dois reinos, que, e) foi uma tentativa, mais ou menos bem sucedida, de
entretanto, permaneceram subordinados ao go- algumas monarquias reformarem, sem alterá-las,
vernador-geral do Brasil. as estruturas vigentes.
04. em relação à política colonial, o reinado de D.
José I caracterizou-se pela adoção de medidas 268. UEM-PR
voltadas à centralização administrativa, visando a O início do reinado de D. José I, em Portugal, foi
estabelecer maior controle econômico e político. marcado por uma série de reformas – as reformas
08. para aumentar os rendimentos da Coroa, foi pombalinas. A vida – tanto da metrópole quanto da
criada, em 1771, a Intendência dos Diamantes, colônia – sofreu, então, um forte impacto das mudan-
ças orquestradas pelo marquês de Pombal. A esse
que introduziu medidas severas e repressivas na
respeito, assinale a(s) alternativa(s) correta(s).
fiscalização das atividades extrativas no Distrito
Diamantino. 01. O marquês de Pombal criou companhias de co-
mércio, tentou restringir a importação de produtos
16. após a subida de D. Maria I ao trono, abrandou-se manufaturados e buscou estimular a produção
a opressão econômica exercida sobre o Brasil, per- desses produtos em Portugal.
mitindo-se a instalação de fábricas na colônia. 02. No Reino, as reformas pombalinas também foram
32. em relação a seus domínios sul-americanos, caracterizadas pela reativação de manufaturas,
Portugal e Espanha estabeleceram o Tratado pela reforma do ensino e pela criação de escolas
de Madri (1750), que formalmente revogou os técnicas de comércio.
limites estabelecidos pelo Tratado de Tordesilhas 04. Em 1759, os jesuítas foram expulsos de Portugal;
(1494). no entanto, permaneceram no Brasil até o início
da segunda metade do século XIX, quando, fi-
Some os números dos itens corretos.
nalmente, D. Pedro I cumpriu a determinação de
266. UFPR expulsá-los do Brasil.
Em 1776, o primeiro-ministro do reino português, 08. O liberalismo influenciou decisivamente as ações
marquês de Pombal, escrevia: “Para que prestem do marquês de Pombal que, prevendo as difi-
a utilidade desejada, as colônias não podem ter o culdades que ocorreriam no século XIX, tentou
necessário para subsistir por si sem dependência da impor, em 1761, a abertura dos portos brasileiros
metrópole. às nações amigas de Portugal.
LAPA, J. R. A. O antigo sistema colonial. Some os números dos itens corretos.
São Paulo: Brasiliense, 1982.
As palavras de Pombal denotam a “lógica colonialista” 269. UFRGS-RS
que comandava as relações Brasil–Portugal. A respeito Considere, a seguir, a nota de 1776 do marquês de
de tais relações, é correto afirmar: Pombal ao embaixador da França em Lisboa.
01. O comércio e a navegação da colônia não 1º) as colônias devem estar debaixo da imediata
dependiam das atividades comerciais da me- dependência de proteção dos fundadores;
trópole. 2º) o comércio e a agricultura delas devem ser exclu-
02. Cabia à colônia o papel de suprir a metrópole de sivos dos mesmos fundadores;
matérias-primas necessárias ao seu enriqueci- 3º) aos fundadores pertencem também privativamente
mento. ‘os úteis provenientes da agricultura, comércio e
04. A colônia deveria oferecer mercado consumidor navegação’ das colônias;
às manufaturas produzidas pela metrópole. 4º) para que prestem a utilidade desejada, as colônias
08. O sistema de monopólio comercial funcionava não podem ter o necessário para subsistir por si
como um dos eixos do mecanismo colonial. sem dependência da metrópole;
16. Para a satisfação do mercado externo, a produção 5º) quando entretém algum comércio com es-
colonial foi organizada com base na policultura e trangeiros, tudo o que importa esse comércio
nas pequenas propriedades. clandestino e essas mercadorias introduzidas
é um verdadeiro furto que se faz à respectiva
Some os números dos itens corretos. metrópole e um furto punível pelas leis dos
267. Fuvest-SP respectivos soberanos […];
Sobre o chamado despotismo esclarecido, é correto 6º) portanto, não atentam contra a liberdade do comér-
afirmar que: cio as potências que o restringem nas colônias a
a) foi um fenômeno comum a todas as monarquias favor dos seus vassalos, e todo o governo que por
européias, tendo por característica a utilização dos indiferença tolere nos seus portos a contravenção
princípios do Iluminismo. dos cinco princípios anteriores pratica ‘uma polí-
tica destrutiva do comércio e da riqueza de sua
b) foram os déspotas esclarecidos os responsáveis
nação’.
pela sustentação e difusão das idéias iluministas
Com relação a essa nota, são feitas as seguintes
108
afirmativas: sou-se pela sua condição de região colonial, o
I. A liberdade de comércio é a base de todo o antigo que não permitiu a entrada dos ideais iluministas,
sistema colonial. nem mesmo nas suas formas mais simples, como
II. A subordinação das colônias às metrópoles a defesa da intervenção estatal.
abrange a política, a agricultura, o comércio e a Com relação a estas afirmativas, conclui-se que:
navegação. a) apenas a I e a II são corretas.
III. O comércio entre as colônias e metrópoles não b) apenas a I e a III são corretas.
estabelece dependência, tornando a colônia livre c) apenas a II é correta.
em termos de política econômica. d) apenas a II e a III são corretas.
Quais estão corretas? e) apenas a III é correta.
a) Apenas I.
b) Apenas II. 272. Unirio-RJ
c) Apenas III. Entrevista:
d) Apenas II e III. (…)
e) I, II e III. Pergunta: Falemos do horizonte utópico do historia-
dor. Essa é uma orientação que deriva da figura
270. UFF-RJ de Marc Bloch e, de um modo geral, de toda a
No século XVIII, com o desenvolvimento dos valores escola dos Annales. Nesse sentido, o senhor
iluministas, vários estados europeus realizaram confere grande importância à educação, à utopia
educacional.
mudanças nas suas relações políticas e culturais.
Essas alterações acabaram por se associar ao Jacques Le Goff: O senhor tem razão. Acho que
fenômeno do “despotismo esclarecido”. Um dos na tradição do Iluminismo do século XVIII
seus exemplos foi o governo do marquês de Pombal temos procurado reafirmar a importância do
ensino. Mas enquanto os homens daquela
em Portugal.
época atribuíam importância central à filosofia,
A chamada época pombalina no Brasil possuiu algu-
às ciências naturais e à técnica, nós incluímos
mas características marcantes. Dentre elas, uma está
a história (…)
contida como opção de resposta. Assinale-a.
Folha de S. Paulo, Caderno Mais!, 28/09/97, p. 08.
a) A época pombalina representou um retrocesso nas
a) Caracterize o Iluminismo, utilizando a fala do
questões relativas ao ensino, com o fechamento
historiador Jacques Le Goff.
do seminário de Olinda.
b) Os pressupostos iluministas influenciaram Pombal,
b) A política de Pombal privilegiou a opção agrícola
que promoveu várias reformas no Brasil Colônia.
para a colônia brasileira e, por isso, incentivou o
Cite duas delas.
uso da mão-de-obra imigrante.
c) As medidas pombalinas, no tocante às suas 273. FGV-SP
relações com a Igreja Católica, demonstraram a Qual das alternativas abaixo não é uma conseqüência
preocupação em manter o domínio da Igreja sobre do “arrocho” na política colonial das metrópoles euro-
o Estado. péias ocorrido no final do século XVIII?
d) As reformas pombalinas propuseram a descentra- a) Um rigoroso controle fiscal sobre o chá que os
lização na área administrativa. súditos ingleses comerciavam.
e) A atuação de Pombal estimulou o fomento agrícola b) A proibição de manufaturas no Brasil.
e a criação de companhias de comércio. c) A independência dos Estados Unidos.
d) A expansão da agricultura açucareira.
271. UFF-RJ
e) A censura aos livros de proveniência france-
O Brasil, no período colonial, passou por transfor- sa.
mações que expressaram as dificuldades de ad-
ministração por parte da metrópole, especialmente 274. UFMG
no momento em que a Europa começou a criticar o As chamadas “rebeliões coloniais” no Brasil, situadas
Antigo Regime. na segunda metade do século XVIII, diferenciaram-se
Considere esse momento histórico e analise as afir- das “rebeliões nativistas” porque:
mativas. a) apresentavam um nível mais baixo de definição
I. A mudança da capital de Salvador para o Rio de ideológica.
Janeiro, em 1763, deveu-se ao desenvolvimento b) incluíam em seus objetivos o estabelecimento de
da economia mineradora e à crescente importância um pacto colonial.
das cidades da região Sudeste. c) adquiriam dimensões nacionais ao articularem
II. O século XVIII, no Brasil, poderia ser definido várias capitanias.
como o século da crise do Antigo Sistema d) constituíam movimentos de reação ao poder da
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Colonial, manifestada, sobretudo, pelas várias aristocracia territorial.


inconfidências. e) pretendiam o rompimento das relações políticas
III. A importância do Brasil no século XVIII expres- de dependência com a metrópole.

109
275. Univali-SC b) Guerra dos Mascates, Motim do Pitangui e Revolta
No ano de 1789, dois acontecimentos importantes dos Malês.
marcaram a História mundial e a História do Brasil: c) Conspiração dos Suassunas, Inconfidência Mineira
a Revolução Francesa e a Inconfidência Mineira. e Revolta do Maneta.
Estabelecendo uma relação entre estes dois aconte- d) Confederação do Equador, Revolta de Filipe dos
cimentos, podemos dizer que tiveram a mesma fonte Santos e Revolta dos Malês.
de inspiração, fato que justifica a necessidade de e) Guerra dos Mascates, Revolta de Filipe dos Santos
conhecer a nossa história no contexto global. Sobre a e Conjura dos Alfaiates.
Inconfidência Mineira, assinale o item correto:
a) Ela foi inspirada nas camadas mais pobres da 278. Uespi
colônia, exploradas pela metrópole. Leia as afirmações abaixo relacionadas com as rebe-
b) Inspirou-se nos princípios do socialismo utópico liões ocorridas no Brasil Colônia.
de Sant-Simon, bem como nos ideais absolutistas 1. A Inconfidência Mineira tinha ideais claramente
defendidos pelos pensadores iluministas. monarquistas.
c) Ela inspirou-se no pensamento iluminista forte- 2. A Inconfidência Mineira foi um movimento liderado
mente difundido pela Europa, que pregava idéias apenas pelo clero da época.
de liberdade, igualdade e fraternidade.
3. A Revolta dos Alfaiates contou com expressiva
d) Ela aconteceu devido à forte pressão exercida participação popular.
pela metrópole exigindo a emancipação política
4. Os movimentos libertários foram controlados por
do Brasil.
Portugal.
e) A vitória dos inconfidentes transformou a região
5. A escravidão dificultou uma maior mobilização
das Minas Gerais numa República, ainda que
contra Portugal.
temporariamente.
Estão corretas apenas:
276. UFC-CE a) 1 e 2. d) 2 e 4.
Texto 1 b) 1, 3 e 5. e) 2, 3 e 4.
Animai-vos, povo bahiense! Está por chegar o tempo c) 3, 4 e 5.
feliz da nossa libertação! O tempo que seremos todos
irmãos; tempo que seremos todos iguais. 279. Mackenzie-SP
Vamos lutar para que não haja mais diferença entre a A crise do sistema colonial gerou uma série de rebeliões,
cor branca, parda e preta. Seremos todos felizes, sem que refletiam as contradições internas e a ruptura de
exceção de pessoas. interesses entre metrópole e colônia. Neste quadro,
PAIVA, Miguel e SCHWARCZ, Lilia Moritz. Da Colônia ao Império: um está inserida a célebre Revolta dos Alfaiates ou Incon-
Brasil para inglês ver... e latifundiário nenhum botar defeito. fidência Baiana, cujo traço marcante foi:
Texto 2 a) a ausência de ligações com o movimento maçô-
... Cada um, soldado e cidadão, mormente os homens nico, responsável por quase todas as revoltas do
pardos e pretos que vivem ecornados e abandonados, período.
serão iguais, não haverá diferença, só haverá liberda- b) o combate às idéias da Revolução Francesa,
de, igualdade e fraternidade. defendidas nos meios intelectuais da colônia.
NADAI, Elza e NEVES, Joana. História do Brasil: c) o caráter eminentemente popular do movimento e
da Colônia à República. suas reivindicações, fato que desencadeou uma
Os textos 1 e 2 são parte integrante de panfletos de violenta repressão da metrópole contra os líderes
líderes revolucionários que expressam o ideário de populares.
um importante movimento social ocorrido no Brasil,
d) ter apenas combatido a política mercantilista da
no contexto da crise do sistema colonial, e que contou
metrópole, sem contudo pensar em separação
com expressiva participação popular. Estamos nos
política.
referindo à:
e) a apurada organização do movimento, que justifi-
a) Balaiada.
cou sua vitória sobre as tropas coloniais.
b) Sabinada.
c) Revolta dos Alfaiates. 280. FCC-SP
d) Revolta dos Cabanos. A Conjuração Baiana (1798) caracterizou-se por ser
e) Revolta dos Escravos Malês. um movimento que:
a) teve participação popular, com vista à concretiza-
277. Fuvest-SP ção de reivindicações sociais.
A elevação de Recife à condição de vila, os protestos b) atraiu a burguesia conservadora, que não desejava
contra a implantação das casas de fundição e contra a continuação do pacto colonial.
a cobrança de quinto, a extrema miséria e carestia c) envolveu, predominantemente, grupos militares
reinantes em Salvador, no final do século XVIII, foram influenciados pela Revolução Norte-Americana.
episódios que colaboraram, respectivamente, para as
d) visava a impedir a crescente influência da maçona-
seguintes sublevações coloniais: ria na política de Portugal em relação ao Brasil.
a) Guerra dos Emboabas, Inconfidência Mineira e
e) criou condições favoráveis à concretização da
Conjura dos Alfaiates.
“inversão brasileira” (1808-21).
110
281. Unifor-CE 284. FMTM-MG
Quando se analisa a Inconfidência Mineira, é correto No final do século XVIII, o Antigo Regime e o sistema
afirmar que: colonial estavam em crise. Nesse contexto, a Conju-
a) recebeu influências do positivismo, introduzido ração Mineira:
em Minas Gerais por uma burguesia intelectual e a) ocorreu na época de apogeu do ouro, quando a
alimentada por uma crise econômica. população revoltou-se contra a exploração portu-
b) revelou nuances de rebeldia contra os rigores guesa, marcada por altos impostos.
da política fiscal metropolitana sobre a capitania b) decorreu do abrandamento dos princípios mer-
das minas, executada pela Casa de Contrata- cantilistas de dominação, devido à administração
ção. pombalina inspirada no despotismo esclareci-
c) apresentou caráter nativista, ideologicamente ali- do.
mentado pelos princípios mercantilistas, difundidos
c) foi um movimento da elite econômica e cultural
pela maçonaria .
da região, que recebeu influências do Iluminismo
d) visava à independência da colônia e pretendia e da independência das Treze Colônias ingle-
concretizar-se quando da cobrança dos impostos
sas.
atrasados.
d) representou a primeira tentativa de emancipação
e) apresentou caráter separatista, visava à indepen-
da colônia, com propostas de adoção da república
dência da colônia, mantendo a monarquia e a
e abolição imediata da escravatura.
capital no Rio de Janeiro.
e) diferenciou-se das demais revoltas coloniais
282. UFCE porque contou com a participação de escravos e
Ao mesmo tempo em que se desenvolvia, em Portu- porque pretendia libertar o Brasil de Portugal.
gal, uma política de reforma do absolutismo, surgiram
conspirações na colônia. Elas estavam ligadas à novas 285. PUC-PR
idéias e a acontecimentos ocorridos na Europa e nos A Conjuração Baiana (1798) diferenciou-se da Conju-
Estados Unidos, mas também à realidade local. A idéia ração Mineira (1789), entre outros aspectos, porque
de uma nação brasileira foi se definindo à medida em aquela:
que setores da sociedade da colônia passaram a ter a) envolveu a alta burguesia da sociedade do Nor-
interesses distintos da metrópole ou a identificar nela a deste.
fonte de seus problemas. Uma dessas conspirações foi b) pretendia a revogação da política fiscal do marquês
a Inconfidência Mineira. Sobre o grupo que organizou de Pombal.
esse movimento, é correto dizer: c) aglutinou a oficialidade brasileira insatisfeita com
a) Era heterogêneo, de origem social variada, com seu soldo.
idéias diferentes sobre as transformações sociais d) teve um caráter popular, com preocupações so-
que o movimento deveria provocar. bretudo sociais.
b) Era um pequeno grupo de mineradores, pre- e) ficou também conhecida como “Revolta dos Mari-
ocupados unicamente em não pagar mais nheiros”.
impostos à metrópole, pois a extração do ouro
tinha diminuído, e a Coroa continuava a cobrar 286. UFPE
o quinto. A luta para construir a autonomia política do Brasil
c) Era um grupo homogêneo de intelectuais, inspira- contou com várias rebeliões, em que se destacaram re-
dos no Iluminismo e no liberalismo da Revolução flexões sobre a questão da escravidão, que tanto atingiu
Americana. a nossa história. Os escravos foram decisivos para a
produção da riqueza social e sofreram com a exploração
d) Eram todos jovens, filhos da elite colonial, que
política e física dos seus senhores. Sobre a luta contra
tinham ido estudar na Europa.
a escravidão no Brasil, podemos afirmar que:
e) Teve forte presença de homens pobres, livres,
a) não houve resistências dos grandes proprietários,
libertos e escravos e, por isso, o fim da escravidão
preocupados apenas com os lucros da exportação
era um de seus principais objetivos. de seus produtos.
283. UPF-RS b) a Revolta dos Alfaiates, na Bahia, mostrou-se
contra a escravidão e teve apoio da população
A partir da segunda metade do século XVIII, os movi-
mais pobre de Salvador.
mentos políticos de caráter emancipatório se difundi-
ram no Brasil Colonial. Assinale a alternativa em que c) todas as rebeliões políticas do século XVIII foram
o nome do movimento não corresponde ao tipo e ao claramente contra a escravidão, sobretudo as que
período em questão. ocorreram em Pernambuco.
a) Conspiração dos Suassunas d) a vinda das idéias liberais para o Brasil em nada
contribuiu para o fim da escravidão no século
b) Revolução Pernambucana
XIX.
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c) Conjuração Mineira
e) o fim do tráfico em 1850 não teve relação com a
d) Conjuração Baiana luta contra a escravidão, não abrindo, portanto,
e) Guerra Cisplatina espaços para novas reivindicações de liberdade.

111
287. UFPR-PR nos e demolir casas faziam parte do esforço de apagar a
Assinale F se for falso e V se for verdadeiro. memória do “criminoso” e reavivar a memória da punição
Sobre as rebeliões ocorridas no Brasil, durante o de seus crimes. Por estas práticas, afirmava-se o poder
período colonial, é correto afirmar que: do soberano e incutia-se temor em seus súditos.
( ) a Revolta de Beckman (1684), no Maranhão, Adaptado da série Registros, nº 15, DPH, 1992.
pode ser considerada a primeira rebelião de a) Por que as reivindicações dos participantes da
cunho social no país, pois, com o apoio dos Conjuração Mineira foram consideradas “crimes”,
jesuítas, uniu brancos, escravos, negros e índios em 1789?
contra os desmandos da Coroa lusitana.
b) O que quer dizer castigo exemplar?
( ) a Guerra dos Emboabas (1707-1709), em Minas
Gerais, é considerada precursora dos ideais da In-
290. Fuvest-SP
confidência Mineira, pois sua liderança tentava unir
mineradores paulistas e portugueses na luta contra O ideário da Revolução Francesa, que entre outras
a expoliação da riqueza aurífera pela metrópole. coisas defendia o governo representativo, a liberdade
( ) a Guerra dos Mascates (1710-1712), ocorrida em de expressão, a liberdade de produção e de comér-
Pernambuco, não pode ser entendida como uma cio, influenciou no Brasil a Inconfidência Mineira e a
revolta contra o jugo colonial, pois ela foi motivada, Inconfidência Baiana, porque:
principalmente, por causa da disputa pelo controle a) cedia às pressões de intelectuais estrangeiros que
econômico e político local entre comerciantes de queriam divulgar suas obras no Brasil.
Recife e senhores de engenho de Olinda. b) servia aos interesses de comerciantes holande-
( ) a Inconfidência Mineira (1789) teve maior conota- ses aqui estabelecidos que desejavam influir no
ção colonial do que social, porque foi movimento governo colonial.
de reação dos colonos contra as pressões exer-
c) satisfazia aos brasileiros e aos portugueses, que
cidas pela metrópole e porque o objetivo principal
de sua liderança era obter a separação política desta forma conseguiram conciliar suas diferenças
do Brasil de Portugal. econômicas e políticas.
( ) a Conjuração Baiana (1798) teve maior conota- d) apesar de expressar as aspirações de uma minoria
ção social do que colonial, porque sua liderança da sociedade francesa, aqui foi adaptado pelos
não propunha a separação política, além de positivistas aos objetivos dos militares.
defender a monarquia portuguesa. e) foi adotado por proprietários, comerciantes, pro-
fissionais liberais, padres, pequenos lavradores,
288. UFSM-RS libertos e escravos como justificativa para sua
Escravos, colonos, mineiros, padres, poetas, militares oposição ao absolutismo e ao sistema colonial.
e até senhores de engenho se revoltaram contra a
dominação portuguesa no Brasil dos tempos coloniais. 291. UFU-MG
Nesse sentido, pode-se considerar que a: No decorrer da segunda metade do século XVIII, o
I. Revolta de Filipe dos Santos, em 1720, refletia po- avanço da colonização portuguesa no Brasil provocou,
sições antagônicas, ou seja, a tentativa de Salvador como reação, o crescimento da resistência colonial.
continuar dominando o Rio de Janeiro e de o Rio Este movimento de reação à exploração portuguesa
de Janeiro tornar-se independente de Salvador. tendia a crescer, dinamizar-se e organizar-se. Assim,
II. Inconfidência Mineira de 1789 defendia o fim da do- esses movimentos coloniais apresentaram um nível
minação portuguesa, a proclamação da República, a mais alto de definição ideológica, não se limitando à
criação da universidade e a fundação de fábricas. simples resistência aos impostos ou taxações, mas sim
pelo rompimento das relações políticas de dependên-
III. Conjuração Baiana de 1789 pregava a luta pela cia em relação à metrópole. Pode-se concluir, portanto,
independência do Brasil e a defesa dos ideais de acerca das rebeliões coloniais, que:
liberdade, igualdade e fraternidade.
a) se tratava de manifestações esporádicas emergi-
IV. Guerra dos Mascates de 1710 objetivava o fim da das no seio das camadas populares da colônia.
dominação portuguesa, a independência do Brasil, b) foram movimentos liderados pela burguesia mer-
o fim das desigualdades sociais e a instalação de cantil portuguesa, aqui instalada, com o objetivo
um governo republicano. de romper com as pesadas peias econômicas
V. Revolução Pernambucana de 1817 visava à manuten- impostas pelo pacto colonial.
ção do poder de escravizar os índios e à exploração c) esses movimentos devem ser encarados como
igualitária das minas entre paulistas e mineiros. reflexo da reelaboração, na metrópole, de uma
Estão corretas: nova visão do Estado absolutista.
a) apenas I e III. d) apenas II e IV. d) o sentimento de nacionalismo, gerado na colônia,
b) apenas II e III. e) apenas II e V. deve ser entendido num quadro mais geral das
c) apenas I e V. próprias mudanças, que tendiam a alterar visivel-
mente a Europa, colocando em xeque o Antigo
289. Unicamp-SP Regime, sustentáculo da colonização.
A execução de Tiradentes teve um sentido bem mais e) esses movimentos de rebeldia contra a metrópole
amplo do que o de um enforcamento. Tratava-se de se manifestaram num momento em que o próprio
uma punição exemplar: esquartejar, exibir o corpo nos Estado português afrouxa seu poderio econômico
locais onde os “crimes” foram praticados, salgar terre- e político sobre a colônia.
112
292. Fuvest-SP futuramente, seja feita nesta cidade e seu termo a sua
Atrás de portas fechadas, revolução exterminando para sempre o péssimo jugo
à luz de velas acesas, ruinável na Europa...
entre sigilo e espionagem Manifesto de 12 de agosto de 1798, em que os envolvidos na Conjura-
acontece a Inconfidência. ção Baiana ou Revolução dos Alfaiates expunham suas posições.

Cecília Meireles. Romanceiro da Inconfidência. Apoiando-se no texto anterior, identifique as idéias


Explique: inspiradoras da conjura e caracterize o tipo de insa-
a) por que a Inconfidência, acima evocada, não tisfação social que ela expressava contra o sistema
obteve êxito; colonial vigente.
b) por que, não obstante seu fracasso, tornou-se o
movimento emancipacionista mais conhecido da 296. UFRN
história brasileira? Entre os movimentos que eclodiram no Brasil no final
do período colonial, destaca-se a Conjuração Baiana,
293. FGV-SP ocorrida em 1798. Nessa ocasião, em Salvador, foram
A respeito da Revolta dos Alfaiates de 1798, podemos divulgados panfletos manuscritos. Em um deles, cons-
afirmar que: tavam os seguintes dizeres:
a) se trata de uma revolução burguesa que tinha por Animai-vos Povo Bahiense que está para chegar o
objetivo eliminar o sistema colonial e estimular a tempo feliz da nossa liberdade... [...]
entrada de imigrantes no Brasil. Homens, o tempo é chegado para vossa ressurreição;
b) os rebeldes foram influenciados pelas idéias do co- sim, para ressuscitardes do abismo da escravidão,
munismo francês, que pregava a igualdade social para levantardes a sagrada Bandeira da Liberdade.[...]
e a distribuição de terras entre os mais pobres. E fazer uma guerra civil entre nós, para que não se
distinga a cor branca, parda e preta, e sermos todos
c) influenciados pelas doutrinas sociais da Igreja
felizes sem exceção de pessoa, de sorte que não
francesa, os líderes da revolta pretendiam garantir o
estaremos sujeitos a sofrer num homem tolo, que
ingresso, no clero, de homens de todas as raças.
nos governe, que só governarão aqueles que tiverem
d) o discurso rebelde era marcado pelo anticlerica- juízo e capacidade para mandar a homens. [...] ...
lismo e defendia uma reforma na ordem vigente, numa revolução, a fim de tornar esta Capitania num
de modo a eliminar as diferenças sociais. Governo democrático, nele seremos felizes; porque
e) o movimento foi liderado pela elite baiana, des- só governarão as pessoas que tiverem capacidade
contente com a falta de incentivos do governo para isso, ou sejam brancos ou pardos, ou pretos,
metropolitano com relação às necessidades da sem distinção de cor...
produção açucareira.
TAVARES, Luís Henrique Dias. Introdução ao estudo das idéias do
movimento revolucionário de 1798. Salvador: Liv. Progresso, 1959.
294. Vunesp pp. 7-13.
Leia o texto referente à Conjuração Baiana e responda No fragmento anterior, estão expressos os anseios
ao que se pede. dos(as):
Não eram os norte-americanos que serviam de exem- a) categorias marginalizadas (artesãos, mulatos, sol-
plo a João de Deus e aos seus companheiros. Eram dados, brancos, pobres e negros) que desejavam
os sans-culottes. A 12 de agosto de 1798, apareceram uma sociedade com direitos iguais para todos os
por toda a cidade manifestos manuscritos. Dirigidos ‘ao segmentos sociais da Bahia.
povo republicano da Bahia’ em nome do ‘supremo tri- b) membros da elite branca da Bahia, que preten-
bunal da democracia baiana’, apelavam ao extermínio diam a liberdade de comércio, o fim das impo-
do ‘detestável jugo metropolitano de Portugal’. sições da metrópole e a autonomia política da
Kenneth Maxwelll e Maria Beatriz N. da Silva, província.
O Império luso-brasileiro – 1750-1822.
c) grandes proprietários das decadentes lavouras ca-
a) Como pode ser caracterizada a Conjuração navieiras do Recôncavo Baiano, que temiam uma
Baiana? revolução feita pelos escravos negros e mulatos
b) Indique o nome da outra conjuração do século livres.
XVIII, cujos líderes conspiraram em segredo e, d) camadas médias de Salvador, constituídas de
tomando como exemplo os Estados Unidos, ad- homens livres, brancos e mulatos, temerosos de
vogaram governo republicano. um levante dos escravos ou, como diziam, daquela
“canalha africana”.
295. Vunesp
O poderoso e magnífico povo baiense republicano 297. Vunesp
(...), considerando nos muitos e repetidos latrocínios Durante os últimos anos do século XVIII, o Brasil co-
feitos com os títulos e imposturas, tributos e direitos lonial foi abalado por diversas revoltas e insurreições
que são cobrados por ordem da Rainha de Lisboa e, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro e na Bahia. Essas
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no que respeita à inutilidade da escravidão do mesmo revoltas e rebeliões se caracterizaram como questio-
povo tão sagrado e digno de ser livre, com respeito nadoras da ordem colonial em seus aspectos políticos,
à liberdade e igualdade, ordena, manda e quer que, sociais e econômicos.

113
a) Como ficaram conhecidas as revoltas ocorridas no maram a Coroa portuguesa e contribuíram para uma
final do século XVIII em Minas Gerais, no Rio de rediscussão da política no império luso-brasileiro.
Janeiro e na Bahia? a) Identifique os grupos sociais que participaram de
b) Quais foram as duas grandes influências políticas cada uma dessas inconfidências.
e intelectuais dos revoltosos desse período? b) Qual o significado da independência dos EUA,
de um lado, para o governo metropolitano
298. Unicamp-SP português e, de outro, para os inconfidentes
O final do século XVIII, no Brasil Colônia, é caracteri- mineiros?
zado pelas inconfidências ocorridas em Minas Gerais, c) Que outro processo revolucionário inspirou esses
na Bahia e no Rio de Janeiro. Esses movimentos alar- movimentos?

Capítulo 5
299. UPF-RS e) deu início à chamada “interiorização da metrópole” e
O filme Carlota Joaquina – Princesa do Brasil, dirigido permitiu uma aproximação entre os membros da bu-
por Carla Camurati, retrata um período da história rocracia imperial e grupos dominantes coloniais.
do Brasil sobre o qual podem ser feitas as seguintes
afirmações: 301. Fatec-SP
I. A vinda da Família Real Portuguesa para o Brasil, Incapaz de se defender contra o invasor e na iminência
em 1808, foi determinada pelo contexto da inva- de vir a perder a soberania, o regente D. João acaba
sões napoleônicas na Europa. por aceitar a sugestão insistente de seus conselheiros,
entre eles o Conde de Linhares, um elo com Lorde
II. A partir da instalação da Corte Portuguesa no
Strangford, plenipotenciário inglês em Lisboa e prin-
Brasil houve um processo de inversão político-
cipal patrocinador da idéia de transferência da família
econômica: a colônia brasileira passava a ser
real para o Brasil.
a sede política do Império português e Portugal
O autor se refere à vinda da Corte portuguesa, que,
tornava-se “colônia de uma colônia sua”.
na realidade, beneficiou principalmente:
III. Uma das primeiras medidas práticas que ocorrem a
a) a Portugal, pois o controle direto do governo da
partir da chegada da Corte é a queda do exclusivo
colônia possibilitou uma política econômica que
comercial português.
favoreceu as finanças portuguesas.
IV. A princesa Carlota Joaquina, uma vez instalada no
b) à Inglaterra, que passou a ter, no mercado da
Brasil, passou a ambicionar tornar-se “la reina del
colônia, privilégios especiais, fato que colocou o
Plata”, plano imediatamente abortado por D. João.
Brasil na sua total dependência econômica.
V. Com a permanência da Corte no Brasil, Portugal
c) ao Brasil, porque, após o profícuo período da
desenvolveu suas indústrias, tornando-se um dos
administração de D. João e sua volta a Portugal,
mais poderosos países da Europa.
a economia brasileira estava estabilizada.
Está correto o que se afirma em: d) a todas as nações, pois o decreto de abertura dos
a) I apenas. portos possibilitou a colocação de seus produtos
b) I, II, III e IV apenas. no mercado brasileiro a taxas mínimas.
c) II, III, VI apenas. e) a todas as nações européias que, beneficiando-
d) III, IV e V apenas. se da abertura de novos mercados na América,
e) I e II apenas. puderam reorganizar-se para destruir o exército
de Napoleão.
300. FGV-SP
302. Fuvest-SP
O estabelecimento da família real portuguesa no Brasil,
...quando o príncipe regente português, D. João, che-
a partir de 1808:
gou de malas e bagagens para residir no Brasil, houve
a) significou apenas o deslocamento do imenso um grande alvoroço na cidade do Rio de Janeiro. Afinal
aparelho burocrático português sem nenhum des- era a própria encarnação do rei [...] que aqui desem-
dobramento no processo de emancipação política barcava. D. João não precisou, porém, caminhar muito
brasileira. para alojar-se. Logo em frente ao cais estava localizado
b) interrompeu os vínculos entre os grupos estabeleci- o Palácio dos Vice-Reis.
dos em torno da Coroa portuguesa e aqueles dedica- Lilia Schwarcz. As barbas do imperador.
dos às diversas atividades econômicas coloniais. O significado da chegada de D. João ao Rio de Janeiro
c) deu início à campanha abolicionista, devido à atua- pode ser resumido como:
ção dos letrados portugueses junto aos integrantes a) decorrência da loucura da rainha Dona Maria I,
da aristocracia escravista colonial. que não conseguia se impor no contexto político
d) criou vínculos estreitos entre os grupos dominantes europeu.
da América espanhola e da América portuguesa, b) fruto das derrotas militares sofridas pelos portu-
unidos contra as agressões e usurpações patro- gueses ante os exércitos britânicos e de Napoleão
cinadas por Napoleão Bonaparte. Bonaparte.
114
c) inversão da relação entre metrópole e colônia, já 305. UFRGS-RS
que a sede política do Império passava do centro Embora a independência política do Brasil tenha
para a periferia. sido declarada somente em 1822, o início do pro-
d) alteração da relação política entre monarcas e cesso de emancipação pode ser relacionado com
vice-reis, pois estes passaram a controlar o mando uma conjuntura anterior, na qual um acontecimento
a partir das colônias. de grande impacto desencadeou as mudanças que
e) imposição do comércio britânico, que precisava levaram à separação entre o Brasil e Portugal.
do deslocamento do eixo político para conseguir Esse fato, que assinalou o final efetivo da situação
isenções alfandegárias. colonial, foi:
a) a Inconfidência Mineira, ocorrida em 1789, que
303. Fuvest-SP
introduziu no Brasil as idéias iluministas e repu-
A invasão da península Ibérica pelas forças de Napo- blicanas, minando a monarquia portuguesa.
leão Bonaparte levou a Coroa portuguesa, apoiada
pela Inglaterra, a deixar Lisboa e instalar-se no Rio b) a Inconfidência Baiana, ocorrida em 1798, que
de Janeiro. Tal decisão teve desdobramentos notáveis introduziu no Brasil as idéias jacobinas e revolu-
para o Brasil. Entre eles: cionárias, levando ao fim do domínio lusitano.
a) a chegada ao Brasil do futuro líder da independên- c) a transferência da Corte para o Brasil em 1808,
cia, a extinção do tráfico negreiro e a criação das que significou a presença do aparato estatal me-
primeiras escolas primárias. tropolitano na Colônia, a qual passou a ser a sede
b) o surgimento das primeiras indústrias, muitas da monarquia portuguesa.
transformações arquitetônicas no Rio de Janeiro d) a Revolução Pernambucana de 1817, que trouxe
e a primeira Constituição do Brasil. para o cenário político brasileiro o ideário maçônico
c) o fim dos privilégios mercantilistas portugueses, e republicano.
o nascimento das universidades e algumas e) a convocação das Cortes de Lisboa em 1820, que
mudanças nas relações entre senhores e es- exigiram o retorno de Dom João para Portugal e a
cravos. recolonização do Brasil.
d) a abertura dos portos brasileiros a outras nações,
a assinatura de acordos comerciais favoráveis 306. PUC-MG
aos ingleses e a instalação da Imprensa Ré- O mapa a seguir mostra a Europa Ocidental nos
gia. anos iniciais do século XIX. A situação assinalada
e) a elevação do Brasil à categoria de Reino Unido, resultou na vinda da Corte portuguesa para o Brasil,
a abertura de estradas de ferro ligando o litoral em 1808.
fluminense ao porto do Rio e a introdução do
plantio do café.

304. PUC-SP
Entre os eventos que antecederam a independência
política do Brasil e propuseram ou criaram condições
para a autonomia, podem-se mencionar:
a) as iniciativas da Coroa portuguesa no Brasil, no
início do século XIX, como a permissão do comér-
cio internacional sem mediação da metrópole e a
criação de sistema bancário oficial.
b) as revoltas ocorridas na região das Minas Gerais,
no decorrer do século XVIII, com características e
projetos, em todos os casos, emancipacionistas e
propositores de um Estado brasileiro autônomo.
c) as mudanças ocorridas no cenário europeu, entre o Portanto, o mapa retrata:
final do século XVIII e o início do XIX, com a ascen- a) o Tratado de Comércio e Navegação, assinado
são de Napoleão ao trono francês e a conquista, por D. João e Lorde Strangford, que garantia
por suas tropas, de toda a Europa Ocidental e de liberdade comercial para ingleses e portugue-
suas possessões coloniais. ses.
d) as ações de grupos de comerciantes da Colônia, b) o Tratado de Fontainebleau, assinado pela França
desde o início do século XIX, desejosos de ampliar e Espanha, que supunha a invasão de Portugal e
sua independência comercial e de estabelecer a divisão de suas colônias.
vínculos diretos com países do Ocidente europeu c) a Convenção Secreta, acordo entre Inglaterra e
e do Extremo Oriente. Portugal, que determinava a defesa marítima dos
e) as vitórias, no século XVIII, das lutas pela inde- lusitanos pelos ingleses.
PV2D-07-HIS-14

pendência nas regiões de colonização espanhola, d) o Bloqueio Continental determinado por Napoleão
francesa e inglesa das Américas, gerando um con- Bonaparte, que proibia os países europeus de
junto de impérios autônomos, possíveis parceiros comercializarem com os ingleses.
comerciais para o Brasil.

115
307. PUCCamp-SP d) pela crise do sistema colonial e pelos movimentos
Foram os dois principais movimentos a refletir a di- nativistas.
mensão da crise do sistema colonial. Contudo, seus e) pelo fracasso das capitanias hereditárias e pela
objetivos não se assemelhavam em tudo. Os dois ocupação litorânea.
apregoavam o fim do pacto colonial; mas somente um
311.
deles propunha o fim do escravismo e continha dentre
seus participantes pessoas pertencentes às camadas Com respeito à crise do sistema colonial, assinale a
mais humildes da população, como artesãos e solda- alternativa incorreta.
dos. O enunciado refere-se à Inconfidência: a) Foi gerada a partir da transformação das regras
básicas da economia da Idade Moderna, do mer-
a) Mineira e à Inconfidência Baiana.
cantilismo para o liberalismo.
b) Baiana e à Revolução Pernambucana. b) A Inglaterra, na busca de novos mercados necessá-
c) Mineira e à Revolução Praieira. rios para a demanda dos seus manufaturados, foi a
d) Baiana e à Confederação do Equador. principal responsável pela quebra do pacto colonial.
e) Mineira e à Confederação do Equador. c) O liberalismo pregava o livre-comércio e a ma-
nutenção do escravismo, a fim de perpetuar a
308. Cesgranrio-RJ alta concentração de renda, necessária para a
Entre as alterações que favoreceram a emancipação aquisição de artigos de luxo.
política de 1822, e que foram ocasionadas pela vinda d) Não foi apenas o sistema colonial mercantilista que
da família real para o Brasil, encontra-se: ruiu nos fins do século XVIII e no início do século
XIX, mas sim todo o Antigo Regime.
a) o estabelecimento do governo-geral em Salvador.
e) A Revolução Industrial, a Revolução Francesa e a
b) a instalação da Corte na cidade do Rio de Janeiro.
Independência dos Estados Unidos abrem a crise
c) o abandono das colônias no Oriente nas mãos de do Antigo Regime.
holandeses e espanhóis.
d) o enriquecimento da sociedade brasileira pela 312. UEM-PR
descoberta das Minas Gerais. Ao chegar ao Brasil, em 1808, D. João VI decretou
e) a implantação de uma Constituição liberal no Brasil a abertura dos portos. Sobre o(s) motivo(s) que
e em Portugal, por determinação real. explica(m) esse fato, assinale a alternativa correta.
a) O Bloqueio Continental imposto por Napoleão
309. Unifenas-MG Bonaparte e a influência da doutrina do liberalismo
econômico.
O Bloqueio Continental, em 1807, a vinda da família
real para o Brasil e a abertura dos portos em 1808 b) A descoberta do ouro, em Minas Gerais.
constituíram fatos importantes: c) A iniciativa da metrópole portuguesa, no final do
século XVIII, de abrir mão do monopólio de pro-
a) na formação do caráter nacional brasileiro.
dutos tropicais do Brasil.
b) na evolução do desenvolvimento industrial. d) O progresso nos sistemas de cultivo dos produtos
c) no processo de independência política. tropicais, com o aumento da produtividade agrícola e
d) na constituição do ideário federalista. com o uso de técnicas de conservação dos solos.
e) no surgimento das disparidades regionais. e) A procura por tecidos de linho e de algodão fabri-
cados no Brasil.
310. Unifor-CE
313. Fuvest-SP
...de qualquer modo, o simples crescimento já complica
Neste território não poderá haver escravos. A servidão
o esquema; a ampliação das tarefas administrativas
foi abolida para sempre. Todos os homens nascem,
vai promovendo o aparecimento de novas camadas
vivem e morrem livres...
sociais, dando lugar aos núcleos urbanos etc. As-
Todo homem, qualquer que seja sua cor, pode ser
sim, pouco a pouco vão se revelando oposições de
admitido em qualquer emprego.
interesse entre colônia e metrópole, e, quanto mais
Artigos 3 e 4 da Constituição do Haiti, assinada
o sistema funciona, mais o fosso se aprofunda. Por por Toussaint L’Ouverture, 1801.
outro lado, a exploração colonial, quanto mais opera, Lendo o texto anterior e associando-o ao processo de
mais estimula a economia central, que é o seu centro independência das Américas espanhola e francesa, é
dinâmico. A industrialização é a espinha dorsal desse possível concluir que:
desenvolvimento, e, quando atinge o nível de meca-
a) como no Haiti, em todos os demais movimentos,
nização da indústria (...), todo o conjunto começa a se
houve uma preocupação dominante com as aspi-
comprometer porque o capitalismo não se acomoda
(...) com as barreiras do regime... rações populares.
NOVAIS, Fernando. As dimensões da Independência. In: Guilherme b) a independência do Haiti foi um caso especial nas
Mota. 1822. Dimensões. São Paulo: Perspectiva, 1972. v. 67. Américas, pois foi liderada por negros e mulatos.
O texto descreve um fenômeno que identifica, no Brasil, c) na mesma década da independência do Haiti, as de-
fatores responsáveis: mais colônias do Caribe alcançaram a libertação.
a) pela implantação do monopólio comercial. d) o movimento de independência do Haiti foi inspi-
b) pelo êxito da política econômica do mercantilismo. rado pelo modelo dos Estados Unidos.
c) pela criação do governo geral e crise das câmaras e) a independência do Haiti foi concedida por Napoleão
municipais. Bonaparte, com base nos princípios liberais.
116
314. Cesgranrio-RJ b) tiveram início devido à pressão popular radical e
No período colonial, surgiram várias rebeliões e movi- terminaram sob o peso de execuções em massa.
mentos de libertação que questionaram a dominação c) conseguiram, com o apoio da burguesia ilustrada,
portuguesa sobre o Brasil. A respeito dessas rebeliões, viabilizar a Revolução Industrial.
podemos afirmar: d) adotaram idéias democráticas e defenderam a
I. Todos os movimentos de contestação visavam à superioridade do homem comum.
separação definitiva do Brasil de Portugal. e) sofreram influência das idéias ilustradas, mas varia-
II. Até a primeira metade do século XVIII, os movi- ram no encaminhamento das soluções políticas.
mentos contestatórios exigiam mudanças, mas 318. UFMG
não o rompimento do estatuto colonial.
Nos primeiros anos que se seguiram à chegada
III. Desde o final do século XVIII, os movimentos de da família real portuguesa ao Brasil, uma série de
libertação sofreram influência do Iluminismo e transformações político-econômica se processaram.
defendiam o fim do pacto colonial. Apresente o principal fator que impulsionou a família
VI. A luta pela abolição da escravatura era uma das real a deixar o continente europeu na primeira década
propostas presentes em basicamente todas as do século XIX, bem como uma conseqüência para o
rebeliões. Brasil.
V. Uma das razões de vários movimentos contesta-
319. Unicamp-SP
tórios era o abuso tributário da Coroa portuguesa
em relação aos colonos. A partir da década de 1790, a alta dos preços mundiais
Estão corretas as afirmativas: do açúcar após a revolução escrava de São Domingos
a) I, II e III. d) II, III e V. (hoje, Haiti) e a derrocada da economia de exportação
dessa ilha somaram-se à queda dos preços dos afri-
b) I, III e V. e) II, IV e V.
canos, provocando uma rápida expansão do açúcar
c) II, III e IV.
no “oeste velho” de São Paulo: isto é, no quadrilátero
315. UFMG compreendido entre os povoados de Sorocaba, Pira-
A Revolução Francesa continua sendo o grande cicaba, Mogi-Guaçu e Jundiaí.
modelo de um movimento político que abalou os Roberto Stenes. Senhores e subalternos no oeste paulista. In: Fer-
nando A. Novaes & Luís Felipe de Alencastro. História da vida privada,
costumes e as tradições da aristocracia e deu início vol. 2, São Paulo: Companhia das Letras, 1997, p. 239.
ao domínio burguês na modernidade. Napoleão Bo-
naparte foi exemplo de um governante que atuou, a) O que foi a Revolução de São Domingos?
consolidando aspirações da burguesia. Suas vitórias b) De que modo essa revolução repercutiu na Amé-
militares contribuíram para a divulgação das idéias rica escravista do ponto de vista da economia dos
liberais. senhores?
Entre suas medidas, o Bloqueio Continental, em c) Como essa revolução contribuiu para a luta dos
1806: escravos nas Américas?
a) visava a isolar a Inglaterra do comércio com suas
320. Uniube-MG
colônias, favorecendo Portugal e Espanha.
b) obteve êxito inicial com os exércitos franceses, Apesar da quantidade de ouro extraído das minas ter
ocupando os domínios portugueses e impedindo a correspondido a cerca de 70% da produção do Brasil
Inglaterra de influenciar no comércio com o Brasil no século XVIII, os mecanismos do sistema colonial
durante décadas. (...) fizeram com que a maior parte da riqueza se
c) tinha como objetivo isolar a Inglaterra do resto esvaísse (...). As minas do século XVIII foram uma
capitania pobre.
da Europa, trazendo prejuízos para as atividades
econômicas inglesas. Vergueiro, Laura. Opulência e miséria das Minas Gerais.

d) apenas atingiu Portugal, forçando a fuga da Corte Sobre os motivos que justificam as colocações do texto
acima, podemos apontar:
para o Brasil.
I. a dependência de Portugal à economia inglesa,
e) assegurou a supremacia francesa por um bom
consolidada pela assinatura do Tratado de Me-
período, trazendo o fracasso econômico para as
thuen, em 1703.
negociações inglesas com os países da Península
Ibérica. II. os mecanismos do sistema colonial que permitiam
o livre-comércio com as nações européias.
316.
III. a necessidade de Portugal de se utilizar das
A independência do Brasil foi conduzida por forças riquezas geradas pelo ouro, no processo de in-
conservadoras. Justifique essa afirmação. dustrialização do país.
317. Fuvest-SP IV. a necessidade de Portugal pagar suas dividas à
Da Independência dos Estados Unidos (1776), da Inglaterra, que o abastecia de produtos manufa-
Revolução Francesa (1789) e do processo de inde- turados.
pendência na América Ibérica (1808-1824), pode-se As alternativas corretas são:
PV2D-07-HIS-14

dizer que todos esses movimentos: a) III e IV. c) II e III.


a) decidiram implementar a abolição do trabalho b) I e II. d) I e IV.
escravo e da propriedade rural.

117
321. Vunesp b) ao Visconde de Cairu, homem de formação liberal.
Imprensa, universidades, fábricas – nada disso c) ao conselho do embaixador inglês Lord Stratford.
nos convinha, na opinião do colonizador. Temiam d) à reação contra as pressões da burguesia lusa.
os portugueses deixar entrar aqui essas novidades e) à necessidade de legitimar a representação por-
e verem, por influência delas, escapar-lhes das tuguesa no Congresso de Viena.
mãos a galinha dos ovos de ouro que era para eles
o Brasil. 327. UGF-RJ
Isabel Lustosa, O nascimento da imprensa brasileira. Por volta de 1820, a burguesia portuguesa inicia uma
Com base nas análises da autora, responda: revolução liberal. Controlando o poder, propõe-se
a) Que fato alterou a política metropolitana em re- a recuperar a economia do Reino e exige medidas
lação à colônia brasileira na primeira década do imediatas como:
século XIX? a) desligar-se da dependência inglesa e participar da
b) Por que a imprensa, as universidades e as fábricas Revolução Industrial.
eram tidas pelos colonizadores como uma amea- b) o regresso de D. João VI à metrópole e a recolo-
ça? nização do Brasil.
c) coroar D. Pedro, imperador de Portugal, e adotar
322. Unicamp-SP uma constituição liberal.
“Ó Celeste Guilhotina, d) a aplicação de leis protecionistas para a ampliação
Abrevias rainhas e reis,
do mercado interno português.
Por tua influência divina
Reconquistamos nossos direitos.” e) alianças com a Inglaterra e acordos para iniciar a
a) Identifique o acontecimento histórico ocorrido na industrialização.
Europa no final do século XVIII, ao qual esses
versos se referem. 328. UFJF-MG
b) Mencione duas características do poder do rei A transferência da Corte, em 1808, trouxe para a
numa sociedade do Antigo Regime. América portuguesa a família real e o governo da
c) Cite dois direitos assegurados pela Declaração metrópole. Trouxe também, e, sobretudo, boa parte
dos Direitos do Homem e do Cidadão. do aparato administrativo português. Personalidades
diversas, funcionários régios continuaram embarcando
323. PUC-SP para o Brasil atrás da Corte, dos seus empregos e dos
Considerando seu aprendizado sobre o sistema co- seus parentes, após o ano de 1808.
lonial no início do século XIX, identifique o contexto ALENCASTRO, Luiz Felipe de. “Vida privada e ordem privada no
histórico que deu origem à transferência da família real Império”. In: História da vida privada no Brasil: Império. São Paulo:
Companhia das Letras, 1997, p. 12.
portuguesa para o Brasil e discuta um dos aspectos
resultantes desse processo para a vida da Colônia. Leia as afirmações abaixo e assinale aquela que não
pode ser considerada uma repercussão da vinda da
324. Fatec-SP família real para o Brasil.
A Abertura dos Portos, realizada por D. João a) D. João VI organizou, no Rio de Janeiro, a es-
(1808), teve amplas repercussões, pois na prática trutura administrativa da monarquia portuguesa,
significou: mas criou elementos novos, como o Banco do
a) o aumento sensível das exportações sobre as Brasil.
importações, com a restauração da balança de b) O Rio de Janeiro passou por um intenso processo
pagamentos. de remodelação e muitas famílias perderam suas
b) o estabelecimento de maiores laços comerciais casas para abrigar a comitiva real. Além disso,
com Lisboa, conforme o plano de Manuel Nunes novas casas foram construídas e outras foram
Viana, paulista de grande prestígio. reformadas para atender às exigências portugue-
c) a manutenção da política econômica mercantilista, sas.
segundo defendia José da Silva Lisboa. c) D. João VI, para estabelecer definitivamente seu
d) o rompimento do pacto colonial, iniciando um novo poder em terras brasileiras, precisou também
processo que culminou com a Independência. conter a difusão dos ideais revolucionários e, para
e) a intensificação do processo da independência eco- isso, fechou a imprensa, proibindo a circulação de
nômica do Brasil, em face da liberdade industrial. jornais, livros e panfletos na Corte.
d) A abertura dos portos dinamizou a sociedade,
325. Fuvest-SP com inúmeros comerciantes, vindos sobretudo
Quais foram as condições desfavoráveis ao Brasil da Inglaterra e da França, que aqui instalaram
impostas pela Inglaterra nos tratados de 1810? lojas, oferecendo diversos tipos de artigos eu-
ropeus.
326.
e) D. João VI criou inúmeras instituições que con-
A elevação do Brasil a Reino Unido, a Portugal e tribuíram para transformar a cultura local, como
Algarves está intimamente ligada: a Biblioteca Real, o Museu Nacional, o Jardim
a) ao liberalismo de D. João, desejoso de agradar Botânico e as escolas de ensino superior.
aos brasileiros.

118
329. Vunesp Dentre as principais conseqüências dessa medida
Leia os itens a respeito da Revolução Pernambucana promovida por D. João, destaca-se:
de 1817. a) o aumento das importações de produtos fabricados
I. Possuiu forte sentimento antilusitano, resultante do por todas as nações, pois o decreto permitiu sua
aumento dos impostos e dos grandes privilégios entrada na colônia a taxas mínimas.
concedidos aos comerciantes portugueses. b) o fim definitivo do monopólio comercial português,
II. Teve a participação apenas de sacerdotes e elemento básico do pacto colonial.
militares, não contando com o apoio de outros c) a diminuição da preponderância inglesa nas rela-
segmentos da população. ções econômicas com o Brasil.
III. Foi uma revolta sangrenta que durou mais de dois d) o enfraquecimento da Coroa devido à diminui-
meses e deixou profundas marcas no Nordeste, ção das tarifas alfandegárias, que passaram, a
com os combates armados passando de Recife partir desse decreto, a ser de apenas 15% em
para o sertão, estendendo-se também a Alagoas, impostos.
Paraíba e Rio Grande do Norte.
e) o investimento em transportes, em comunicações
IV. A revolta foi sufocada apenas dois anos depois e no setor financeiro, favorecendo o surgimento de
por tropas aliadas, reunindo forças armadas por- um incipiente processo de industrialização.
tuguesas, francesas e inglesas.
V. Propunha a República, com a igualdade de direitos 333. Cesgranrio-RJ
e a tolerância religiosa, mas não previa a abolição A chegada da Corte portuguesa ao Brasil, em 1808, re-
da escravidão. presentou uma mudança significativa no que se refere
É correto apenas o afirmado em: à integração do Brasil no mercado mundial, porque:
a) I, II e III. d) II, III e IV. a) a diplomacia joanina insuflou rebeliões na Provín-
b) I, III e V. e) II, III e V. cia Cisplatina, favorecendo, assim, a exportação
c) I, IV e V. de couro sulino para a Europa.
b) foi extinto o tráfico de escravos negros para o
330. Uniderp-MS Brasil em troca do direito de os comerciantes
A principal nação estrangeira interessada na Indepen- lusos abastecerem, com exclusividade, algumas
dência do Brasil foi a: colônias inglesas, como a Guiana.
a) Áustria, que visava a implementar as teses da c) foram assinados os Tratados de Aliança e Amizade
Santa Aliança entre as colônias americanas. e de Comércio e Navegação com a Inglaterra,
b) Rússia, que buscava aliados para seu projeto de por meio dos quais se garantia a preponderância
anexação das terras da atual Califórnia. inglesa no comércio com o Brasil.
c) Holanda, interessada em manter sob seu controle o d) D. Rodrigo de Souza Coutinho, ministro de D. João,
monopólio da comercialização do açúcar brasileiro traçou e pôs em execução um projeto de cultivo
na Europa. e exportação do algodão, com vistas a substituir
d) Inglaterra, que objetivava aumentar sua prepon- a exportação norte-americana, prejudicada pela
derância no mercado brasileiro. Guerra de Independência.
e) Alemanha, que buscava diversificar seus investi- e) promoveu-se uma legislação visando à contenção
mentos na produção cafeeira. das importações de supérfluos, que, naquela
época, começavam a abarrotar o porto do Rio de
331. Mackenzie-SP Janeiro.
“Apesar de ter fracassado, este movimento, que ocor-
334. Uniceub-DF
reu em 1817, foi o mais importante de todos os outros
precursores da independência, pois ultrapassou a fase Assinale de acordo com o código.
de conspiração e os revoltosos chegaram ao poder.” I. A vinda da família real para o Brasil derivou do
O texto refere-se à: conjunto de circunstâncias históricas européias,
a) Conjuração Baiana. mas, em última análise, representou também hábil
manobra da diplomacia britânica.
b) Revolução Pernambucana.
II. Os primeiros atos de D. João no Brasil marcam
c) Inconfidência Mineira.
uma ruptura no processo colonial estabelecido em
d) Guerra dos Emboabas. três séculos.
e) Revolta de Filipe dos Santos. III. A abertura dos portos brasileiros ao comércio
internacional resulta da interrupção do comércio
332. Mackenzie-SP
ultramarino português pela ocupação inimiga.
...Que sejam admissíveis nas alfândegas do Brasil a) I, II e III corretas.
todos e quaisquer gêneros, fazendas e mercadorias b) I, II e III incorretas.
transportados em navios estrangeiros, vindos das
c) I e II corretas.
PV2D-07-HIS-14

potências que se conservam em paz e harmonia com


d) I e III corretas.
a minha real Coroa...
Príncipe D. João
e) II e III corretas.

119
335. Unicruz-RS entre brasileiros e europeus, todos se conhecem
Na América portuguesa, os fatores externos foram irmãos, descendentes da mesma origem, habitantes
determinantes para a independência. do mesmo país. (...) Um governo provisório iluminado,
A Inglaterra desempenharia nesse processo um papel escolhido entre todas as ordens do Estado, preside a
fundamental, porque: nossa felicidade.”
I. aos britânicos interessava que os portos brasi- Esses textos estão relacionados a revoltas ocorridas
leiros estivessem abertos para seus manufatu- antes da nossa independência. São elas, pela ordem:
rados. a) a Revolta de Beckman, em 1684; a Conspiração
II. aos proprietários de terra também interessava a Mineira, em 1789; a Revolta dos Alfaiates, em
venda de seus produtos diretamente aos ingleses, 1798; a Revolução Liberal, em 1817.
obtendo assim maiores lucros. b) a Aclamação de Amador Bueno, em 1642; a Guerra
III. para os ingleses a manutenção do monopólio dos Emboabas, em 1707; a Conjuração Baiana,
significava o fim do pacto colonial. em 1798; a Confederação do Equador, em 1824.
IV. a aliança entre o capitalismo industrial inglês e c) a Guerra dos Emboabas, em 1707; a Conspiração
os setores exportadores brasileiros buscava a Mineira, em 1789; a Guerra dos Mascates, em
anulação do pacto colonial. 1710; a Revolta dos Alfaiates, em 1798.
V. tentava-se substituir o livre-comércio pelo mono- d) a Revolta de Beckman, em 1684; a Sedição de Vila
pólio. Rica, em 1720; a Revolução Liberal, em 1817; a
Revolta dos Alfaiates, em 1798.
É correta a alternativa:
e) a Aclamação de Amador Bueno, em 1642; a Guerra
a) I – II – IV d) I – IV – V dos Mascates, em 1710; a Revolta dos Negros
b) II – III – IV e) II – III – IV Malês, em 1835; a Revolução Praieira, em 1848.
c) III – IV –V
338. Fuvest-SP
336. Cesgranrio-RJ Nos movimentos denominados Inconfidência Mineira,
As ruas estão, em geral, repletas de mercadorias de 1789, Conjuração Baiana, de 1798, e Revolução
inglesas. A cada porta, as palavras “Superfino de Pernambucana, de 1817, identifique:
Londres” saltam aos olhos: algodão estampado, panos a) os setores sociais neles envolvidos;
largos, louça de barro, mas, acima de tudo, ferragens b) os objetivos políticos que possuíam em comum.
de Birminghan podem-se obter um pouco mais caro
do que em nossa terra nas lojas do Brasil, além de 339. Mackenzie-SP
sedas, crepes e outros artigos da China. Adotar em toda a extensão os princípios do liberalismo
GRAHAM, Mary. “Diário de uma viagem ao Brasil.” in CAMPOS, Ray- econômico significaria destruir as próprias bases sobre
mundo. História do Brasil. São Paulo: Atual, 1991, 2. ed, p. 98.
as quais se apoiava a Coroa. Manter intacto o sistema
Esta descrição das lojas do Rio de Janeiro, feita por colonial era impossível nas novas condições. Daí as
uma inglesa que estava no Brasil em 1821, justifica-se contradições de sua política econômica.
historicamente pelo(a): Emília Viotti da Costa
a) Tratado de Maastricht. Sobre a política econômica adotada por D. João VI
b) Tratado de Fontainebleau. durante a permanência da Corte portuguesa no Brasil,
c) Tratado de Comércio e Navegação. é correto afirmar que:
d) Bloqueio Continental. a) permanecia a proibição à produção das manufatu-
e) criação do Nafta e da Alca. ras nacionais e o estabelecimento de fábricas no
Brasil, que representariam uma possível concor-
337. FIB-BA rência aos produtos ingleses.
Leia com atenção os textos a seguir. b) proibia a entrada e a venda de vinhos estrangeiros
“...Duas coisas são necessárias: a revogação do mo- no Brasil, estabelecendo tarifas favoráveis aos
nopólio e a expulsão dos jesuítas, a fim de recuperar a vinhos portugueses, que continuaram a ser os
mão livre no que diz respeito ao comércio e aos índios; mais consumidos.
depois haverá tempo de mandar ao Rei representantes c) a abertura dos portos às nações amigas, em 1808,
eleitos e obter a sanção dele.” concedia liberdade de comércio à colônia, mas
“...O fato de ser Alferes influi para transformar-me em não extinguia o monopólio português exercido em
conspirador, levado a tanto que fui pelas injustiças que nossa economia.
sofri, preterido nas promoções a que tinha direito. Uni as
d) com a assinatura dos Tratados de 1810, consolidou-
minhas amarguras às do povo, que eram maiores, e foi
se a dominação econômica inglesa sobre o nosso
assim que a idéia de libertação tomou conta de mim.”
“...Animai-vos, povo bahiense, que está para chegar o país, apesar de os súditos britânicos residentes no
tempo feliz da nossa liberdade! (...) Fazer uma guerra civil Brasil não terem garantia de liberdade religiosa.
entre nós, para que não se distinga a cor branca, parda e e) as medidas tomadas durante esse período acentu-
preta, e sermos felizes, sem exceção de pessoa.” aram as divergências entre os interesses da elite
“...Pernambucanos: estejam tranqüilos, apareçam nacional, as exigências britânicas e as necessida-
na capital, o povo está contente, já não há distinção des dos comerciantes metropolitanos.

120
340. Fuvest-SP a) dos altos índices de inflação da economia portu-
Quem furta pouco é ladrão guesa, que dificultavam as transações comerciais
Quem furta muito é barão com as colônias.
Quem mais furta e esconde b) da ocupação do território português pelos ingle-
Passa de barão a visconde ses, provocando a interrupção total das relações
Versos anônimos divulgados no Rio de Janeiro depois da instalação comerciais daquele país.
da Corte portuguesa no Brasil, em 1808.
c) da União das Coroas Ibéricas, quando a Espanha
Considerando as críticas neles contidas:
assume diretamente o monopólio do comércio das
a) explique as transformações políticas e administra-
colônias portuguesas.
tivas trazidas pela Corte portuguesa.
d) da guerra entre ingleses e franceses, que impedia a
b) É possível estabelecer um paralelo com a atual
saída dos navios comerciais do continente europeu.
situação do Brasil? Comente.
e) dos desdobramentos econômicos, em razão da
341. Mackenzie-SP transferência da Corte portuguesa para o Brasil.
A Abertura de Portos foi um ato historicamente pre-
343. UFRGS-RS
visível, mas ao mesmo tempo impulsionado pelas
circunstâncias do momento. Portugal estava ocupado “Um dos primeiros atos do Regente foi abrir os portos
por tropas francesas e o comércio não podia ser feito da terra e liberar o comércio da obrigação de só se
através dele. Para a Coroa, era preferível legalizar efetuar com a metrópole. Era inevitável que assim
o extenso contrabando existente entre colônia e a acontecesse. Invadido Portugal e talado pela força de
Inglaterra e receber os tributos devidos. Junot, não mais poderiam existir quer a navegação,
Boris Fausto
quer o comércio. Donde viriam as mercadorias que
A Abertura de Portos produziu inúmeras transforma- Portugal antes mandava à sua colônia? Para onde
ções, exceto: iriam os navios que transportavam as exportações
a) a escalada inglesa pelo controle do mercado colo- brasileiras? Estava no regaço das coisas inevitáveis,
nial brasileiro, consolidada nos Tratados de 1810. fatais como conseqüência da mudança da sede do
b) a necessidade do governo joanino de conciliar os governo, a abertura dos portos americanos.”
interesses dos grandes proprietários brasileiros e Segundo o texto acima, a abertura dos portos brasilei-
comerciantes reinóis. ros por carta régia, expedida por D. João (28 de janeiro
c) que a medida foi acompanhada da revogação dos de 1808), decorreu:
decretos de proibição da produção de manufaturas a) da simpatia do regente para com os interesses
na colônia. brasileiros.
d) que a presença inglesa não anulou nossos esfor- b) da imposição de Junot, que comandava as tropas
ços de industrialização, em virtude das tarifas pro- de ocupação em Portugal.
tecionistas e do pequeno volume de importações c) das necessidades militares para organizar a re-
inglesas. conquista de Portugal.
e) que a questão da escravidão, que interessava à d) da necessidade de atender aos interesses da
Inglaterra nesse momento, foi incluída nos tratados Coroa no comércio internacional.
e acordos entre Portugal e Inglaterra. e) das pressões brasileiras para a obtenção de maior
autonomia.
342. PUCCamp-SP
Movimento comercial – 1796-1811 344.
Portugal – Colônias: importação e exportação Do ponto de vista econômico, quais foram as mudan-
A queda abrupta do movimento comercial das impor- ças econômicas que o Brasil sofreu com a vinda da
tações e exportações entre Portugal e suas colônias, família real portuguesa em 1808?
em 1808, foi decorrência:
345. FEI-SP
O ato de D. João VI proclamar a abertura dos portos
do Brasil, na verdade, garantia direitos preferenciais
ao comércio inglês, que:
a) na época dependia economicamente de Portugal.
b) estava prejudicado pelo bloqueio imposto por
Napoleão Bonaparte.
c) assegurava o desenvolvimento econômico da
colônia.
d) pretendia favorecer os franceses, aliados tradicio-
nais da Inglaterra.
PV2D-07-HIS-14

e) era carente de produtos industriais e bom forne-


cedor de matérias-primas.

121
346. UFMT a) garantia a autonomia da colônia implementada duran-
Coloque (V) ou (F). te a permanência do governo português no Brasil.
A vinda da família real portuguesa, em 1808, revelou b) fortalecia os grupos liberais radicais, cada vez mais
o interesse britânico sobre os destinos do Brasil. ativos na colônia e articulados com os grandes
Comprova(m) esta afirmação: proprietários.
( ) A abertura dos portos (1808), exigência inglesa, c) impunha à colônia um programa de reformas
possibilitou a entrada dos produtos industrializa- liberais, com a proibição do tráfico negreiro.
dos no Brasil e pôs fim ao pacto colonial.
d) transferia à colônia o caráter reformista do capita-
( ) Os tratados de 1810 concederam privilégios lismo industrial e do liberalismo.
alfandegários aos produtos ingleses, que pas-
saram a ter facilidades no mercado brasileiro. e) ameaçava os interesses dos grupos brasileiros,
( ) O domínio de áreas em desenvolvimento era tentando reverter várias medidas tomadas por D.
necessidade da Inglaterra para fornecer força de João no Brasil.
trabalho a preços mais baixos do que aqueles
pagos aos operários europeus. 350. Cesgranrio-RJ
( ) O empenho inglês em civilizar as sociedades A transferência do governo português para o Brasil,
americanas objetivava demonstrar a superioridade em 1808, teve ligação estreita com o processo de
do homem branco a partir do controle político. emancipação política da colônia, porque:
a) introduziu as idéias liberais na colônia, incentivan-
347. UFU-MG do várias rebeliões.
Desde 1808 os ingleses não mais traficavam escravos b) reforçou os laços de dependência e monopólio do
para suas colônias. Em seguida, eles pressionaram sistema colonial, aumentando a insatisfação dos
o governo brasileiro para que fizesse o mesmo. Tal colonos.
pressão resultou em várias leis aprovadas no Brasil
c) incentivou as atividades mercantis, contrariando
proibindo o tráfico. Por que os ingleses queriam tanto
os interesses da grande lavoura.
o fim do tráfico negreiro da África para o Brasil? Os
historiadores analisam os fatores mais prováveis: d) instalou no Brasil a estrutura do Estado português,
reforçando a unidade e a autonomia da colônia.
I. A preocupação da Inglaterra com a concorrência
que o Brasil fazia às suas colônias açucareiras e ) favoreceu os comerciantes portugueses, preju-
nas Antilhas. Para os ingleses, o fim do tráfico dicando os brasileiros e os ingleses ligados ao
desarrumaria a economia brasileira, beneficiando comércio de importação.
as colônias britânicas.
II. Os interesses dos ingleses na África. Naquela 351. UPF-RS
época, eles estavam ocupando diversos territórios A Independência do Brasil, em 1822, foi fruto de uma
e fundando colônias. Não queriam que a mão de série de fatores cujo ponto de partida se pode loca-
obra africana fosse embora para o Brasil. lizar na vinda da família real para o Brasil, em 1808.
III. A crença da Inglaterra de que aos poucos a escra- Com a Corte no Brasil e a sede da monarquia para cá
vidão no Brasil seria substituída pelo trabalho livre. transmutada, deflagrou-se uma verdadeira inversão
Isso acarretaria uma ampliação do mercado con- de papéis, tornando-se Portugal uma “colônia de uma
sumidor beneficiando as exportações inglesas. colônia sua”. A tentativa de Portugal de reverter essa
IV. A convicção antiliberal de muitos ingleses, fruto das situação e tornar-se novamente metrópole do Brasil foi
idéias iluministas plantadas na Europa, sobretudo, revelada de forma mais contundente através da:
a partir do século XVIII. a) Inconfidência Mineira, de 1789.
Os fatores mais prováveis são: b) Revolução do Porto, de 1820.
a) I, II e III. c) I, III e IV. c) Revolução Pernambucana, de 1817.
b) I, II e IV. d) II, III e IV. d) Revolução Francesa, de 1789.
348. UFC-CE e) Revolução Praieira, de 1848.
(...) mais do que nunca a cidade mostrava-se o ponto de
encontro de burocratas e militares, de negociantes e ca- 352. Mackenzie-SP
pitalistas, de nobres e delegações diplomáticas; a todos O processo de independência do Brasil caracterizou-
eles se agregariam os plantadores de Saquarema. se por:
Ilmar R. Mattos. O tempo de Saquarema. São Paulo: Hucitec-INL, a) ser conduzido pela classe dominante, que manteve
1987, p.51. apud Mário Schmidt. Nova história crítica do Brasil. 7. ed. o governo monárquico como garantia de seus
São Paulo: Editora Nova Geração. 1996, p.85.
privilégios.
O texto anterior descreve a cidade do Rio de Janeiro após a
b) ter uma ideologia democrática e reformista, al-
chegada das Cortes portuguesas ao Brasil. Sobre isso:
terando o quadro social imediatamente após a
a) explique o motivo da transferência da família real
independência.
portuguesa para o Brasil;
b) dê dois (02) exemplos de mudanças político-admi- c) evitar a dependência dos mercados internacionais,
nistrativas no Rio de Janeiro com a chegada das criando uma economia autônoma.
Cortes. d) grande participação popular, fundamental na pro-
longada guerra contra as tropas metropolitanas.
349. Cesgranrio-RJ e) promover um governo descentralizado e liberal
A Revolução do Porto, em 1820, pode ser considerada através da Constituição de 1824.
decisiva para a independência do Brasil porque:
122
353. PUC-SP 356. Unifesp
A respeito da independência do Brasil, é válido con- Realizada a emancipação política em 1822, o Estado
cluir que: no Brasil:
a) as camadas senhoriais, defensoras do liberalismo a) surgiu pronto e acabado, em razão da continuida-
político, pretendiam não apenas a emancipação de dinástica, ao contrário do que ocorreu com os
política, mas também a alteração das estruturas demais países da América do Sul.
econômicas. b) sofreu uma prolongada e difícil etapa de consoli-
b) o liberalismo defendido pela aristocracia rural dação, tal como ocorreu com os demais países da
apoiava a emancipação dos escravos. América do Sul.
c) a independência brasileira se caracterizou por ter c) vivenciou, tal como ocorreu com o México, um
sido um processo revolucionário com a participa-
longo período monárquico e uma curta ocupação
ção popular.
estrangeira.
d) a independência brasileira foi um arranjo político que
preservou a monarquia como forma de governo e d) desconheceu, ao contrário do que ocorreu com
também os privilégios da classe proprietária. os Estados Unidos, guerras externas e conflitos
e) a independência brasileira resultou do receio de internos.
D. Pedro I de perder o poder aliado ao seu espírito e) adquiriu um espírito interior republicano muito
de brasilidade. semelhante ao argentino, apesar da forma exterior
monárquica.
354. Mackenzie-SP
A independência brasileira é fruto mais de uma classe 357. Mackenzie-SP
do que da nação tomada em seu conjunto. A nação independente continuaria subordinada à
Caio Prado Jr. economia colonial, passando do domínio português
Identifique a alternativa que justifica e complementa à tutela britânica. A fachada liberal construída pela
o texto. elite europeizada ocultava a miséria e a escravidão
a) A independência foi liderada pelas camadas po- da maioria dos habitantes do país.
pulares e acompanhada de profundas mudanças Emília V. da Costa
sociais.
A interpretação correta do texto anterior sobre a inde-
b) O movimento da independência foi uma ação da pendência brasileira seria:
elite, preservando seus interesses e privilégios.
a) a nossa independência caracterizou-se pelo pro-
c) Os vários segmentos sociais uniram-se em função
cesso revolucionário que rompeu socialmente com
da longa Guerra de Independência.
o passado colonial.
d) Os setores médios urbanos comandaram a luta,
b) a preservação da ordem estabelecida, isto é,
fazendo prevalecer o modelo político dos radicais
escravidão, latifúndios e privilégios políticos da
liberais.
elite, seria garantida pelo novo governo republi-
e) A aristocracia rural não temia a participação da
cano.
massa escrava no processo, extinguindo a escra-
vidão logo após a independência. c) a rápida transformação da economia foi comanda-
da pela elite política e econômica interessada na
355. UFSC superação da ordem colonial.
Assinale a(s) proposição(ões) verdadeira(s) em relação d) o espírito liberal de nossas elites não impediu
ao processo de independência do Brasil. que elas mantivessem as estruturas arcaicas da
01. A independência do Brasil, a sete de setembro de escravidão e do latifúndio, sendo a monarquia a
1822, atendeu aos interesses da elite social do Bra- garantia de tais privilégios.
sil Colônia e da burguesia portuguesa favorecida e) o rompimento com a dependência inglesa foi ine-
pelo decreto de Abertura dos Portos de 1808.
vitável, já que, após a independência, o governo
02. A revolta em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, passou a incentivar o mercado interno e a indus-
liderada pelo alferes Joaquim José da Silva Xavier, trialização.
apressou os planos de D. Pedro, apoiado pela
aristocracia. Forçado pelas circunstâncias, teve 358. PUC-MG
de proclamar a independência. Sobre a independência do Brasil, é incorreto afirmar
04. No período colonial, ocorreram numerosos motins que:
e sedições como: a Aclamação de Amador Bueno,
a) resultou de um processo político comandado pelos
em São Paulo, a Guerra dos Emboabas e a Revolta
grandes proprietários de terras.
de Vila Rica, em Minas Gerais.
b) girou em torno de D. Pedro I com o objetivo de
08. A maçonaria no Brasil, no século XIX, defendia os
garantir a unidade do país.
princípios liberais. As lojas maçônicas, em especial
as do Rio de Janeiro, tiveram papel importante no c) proporcionou mudanças radicais na estrutura de
movimento pela separação do Brasil de Portugal. produção para beneficiar as elites.
PV2D-07-HIS-14

16. A independência, proclamada por D. Pedro, foi acei- d) continuou a produção a atender às exigências do
ta incondicionalmente por todas as províncias. mercado internacional.
Some os números dos itens corretos.

123
359. UFSM-RS A presença no Brasil da Corte e do príncipe regen-
te, D. João, criou condições concretas para que
a separação do Brasil em relação a Portugal se
tornasse definitiva. A respeito dessa conjuntura, é
correto afirmar que:
01. D. João manteve a proibição de se instalarem
indústrias no Brasil.
02. a abertura dos portos brasileiros liquidou com o
elemento econômico essencial do sistema colonial
ibérico: o monopólio comercial.
04. a instalação da Corte portuguesa no Rio de Janeiro
significou a transferência das decisões políticas do
Nordeste para o Sudeste.
Teixeira, Francisco M.P. Brasil – História e sociedade.
08. ao liberalismo comercial, que interessava aos
São Paulo: Ática, 2000, p.162.
ingleses e às elites coloniais, corresponderia, no
O quadro Independência ou morte, de Pedro Américo, plano político, a instalação de um Estado Nacional
concluído em 1888, é uma representação do 7 de se- na antiga colônia.
tembro de 1822, quando o Brasil rompeu com Portugal. 16. o Brasil foi elevado à categoria de Reino Unido a
Essa representação enaltece o fato e enfatiza a bravura Portugal e Algarves.
do herói D. Pedro, ocultando que: Some os números dos itens corretos.
a) o fim do pacto colonial, decretado na Conjuração
Baiana, conduziu à ruptura entre Brasil e Portu- 362. UFRGS-RS
gal. Sobre o processo de emancipação política do Brasil
b) o processo de emancipação política se iniciara com em 1822, considere as afirmativas abaixo.
a instalação da Corte portuguesa no Brasil e que I. Para a aristocracia brasileira, era fundamental
as medidas de D. João puseram fim ao monopólio que o governo do Brasil emancipado mantivesse
metropolitano. o escravismo e as relações com a Inglaterra.
c) o Brasil continuara a ser uma extensão política e II. Pedro I negou publicamente sua disposição de
administrativa de Portugal, mesmo depois do 7 de indenizar Portugal pela separação, mas assinou
setembro. o compromisso que estabelece o Tratado de Paz
d) a Abertura dos Portos e a Revolução Pernambuca- e Aliança.
na se constituíram nos únicos momentos decisivos III. O Tratado de Paz com Portugal manteve a Provín-
da separação Brasil – Portugal. cia Cisplatina sob controle português.
e) a separação estava consumada, o processo es- Quais estão corretas?
tava completo, visto que havia, em todo o Brasil, a) Apenas I d) Apenas I e II
uma forte adesão militar, popular e escravista à b) Apenas II e) I, II e III
emancipação.
c) Apenas III
360. UFC-CE
363. Unifesp
A respeito da independência do Brasil, é correto
Sendo o clero a classe que em todas as convulsões
afirmar que:
políticas sempre propende para o mal, entre nós tem
a) implicou em transformações radicais da estrutura sido o avesso; é o clero quem mais tem trabalhado, e
produtiva e da ordem social, sob o regime monár- feito mais esforços em favor da causa, e dado provas
quico. de quanto a aprecia.
b) significou a instauração do sistema republicano Montezuma, Visconde de Jequitinhonha,
de governo, como o dos outros países da América em 5 de novembro de 1823.

Latina. O texto sugere que o clero brasileiro:


c) trouxe consigo o fim do escravismo e a imple- a) defendeu a política autoritária de D. Pedro I.
mentação do trabalho livre como única forma de b) aderiu com relutância à causa da recoloniza-
trabalho e o fim do domínio metropolitano. ção.
d) implicou em autonomia política e em reformas c) preferiu a neutralidade para não desobedecer ao
moderadas na ordem social decorrentes do novo Papa.
status político. d) viu como um mal o processo de independên-
e) decorreu da luta palaciana entre João VI, Carlota cia.
Joaquina e Pedro I, e teve como conseqüência e) apoiou ativamente a causa da independência.
imediata a abertura dos portos.
364.
361. O “Cumpra-se”, de maio de 1822, é considerado um
Na(s) questão(ões) a seguir, escreva no espaço apro- passo importante no processo de independência.
priado a soma dos itens corretos. Justifique.

124
365. FCC-SP e) Os republicanos, os monarquistas constituciona-
A 26 de abril de 1821, D. João VI embarcou para listas e os absolutistas lutaram lado a lado pela
Portugal, deixando no Brasil, como príncipe regente, independência, não deixando que as suas dife-
seu filho D. Pedro. Enquanto D. Pedro tentava uma renças dificultassem o processo revolucionário.
administração que atendesse às divergências entre
brasileiros e portugueses, as Cortes, em Lisboa, ini- 368. Unicamp-SP
ciaram uma série de medidas de recolonização, entre A respeito da Independência na Bahia, o historiador
as quais se destaca: João José Reis afirmou o seguinte:
a) a decisão de eleger deputados brasileiros para Os escravos não testemunharam passivamente a Inde-
participarem das Cortes. pendência. Muitos chegaram a acreditar, às vezes de
b) o desligamento de todos os governos provinciais maneira organizada, que lhes cabia um melhor papel
do governo do Rio de Janeiro. no palco político. Os sinais desse projeto dos negros
c) a transferência da sede de funcionamento das são claros. Em abril de 1823, dona Maria Bárbara Gar-
Cortes para Lisboa. cez Pinto informava seu marido em Portugal, em uma
d) a paridade entre militares brasileiros e militares pitoresca linguagem: “A crioulada fez requerimentos
portugueses. para serem livres”. Em outras palavras, os escravos
e) o juramento de D. Pedro às bases constitucionais, negros nascidos no Brasil (crioulos) ousavam pedir,
que davam ao Estado tendências liberais. organizadamente, a liberdade!
Adaptado de “O jogo duro do dois de julho: o ‘Partido Negro’ na Inde-
pendência da Bahia”, in João José Reis e Eduardo Silva. Negociação
366. Mackenzie-SP e conflito. A resistência negra no Brasil escravista. São Paulo: Cia. das
Está aí a explicação para a originalidade do Brasil na Letras, 1988, p. 92.
América Latina: manter a unidade e ser, durante o a) A partir do texto, como se pode questionar o este-
século XIX, a única monarquia da América. reótipo do “escravo ignorante”?
Caceres – História do Brasil. b) Identifique dois motivos pelos quais a atuação dos
Assinale a alternativa que justifica a frase anterior. escravos despertava temor entre os senhores.
a) A unidade e a monarquia interessavam à elite c) De que maneira esse enunciado problematiza a
proprietária que temia o fim do trabalho escravo versão tradicional da independência do Brasil?
e as lutas regionais, daí a independência feita de
cima para baixo. 369. UFSC
b) A forma de governo monárquico fora imposição da O navegador Dupperrey Lesson, que em 1822 estava
Inglaterra para reconhecer nossa independência. em Santa Catarina, assim descreveu a reação dos
c) Os líderes da aristocracia rural eram abolicionistas catarinenses à independência do Brasil:
e republicanos e relutavam em aceitar o governo ... Cheios de confiança em seus propósitos, os partidá-
monárquico. rios numerosos da independência estavam inspirados
d) O separatismo nunca esteve presente em nossa com um entusiasmo (...) que seu espírito ardente havia
história, nem na fase colonial e tampouco no im- reprimido há longo tempo. No excesso da sua alegria,
pério. eles haviam coberto de luzes as vilas de Nossa Senho-
e) Os liberais no Brasil da época não temiam a haitiza- ra do Desterro, de Laguna e de São Francisco, onde
ção do país, já que defendiam o fim da escravidão percorrendo as ruas entoavam canções em honra de
e amplos direitos à população. D. Pedro ...
DUPERREY, Louis Isidore. “Voyage autour du monde”. In: Ilha de
367. UFPE Santa Catarina, relatos de viajantes estrangeiros nos séculos XVIII e
XIX. Florianópolis: UFSC, 1984.
A independência do Brasil despertou interesses confli-
tantes tanto na área econômica quanto na área política. Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as proposi-
Qual das alternativas apresenta esses conflitos? ções com base no texto e nos seus conhecimentos
a) Os interesses econômicos dos comerciantes sobre o processo de independência do Brasil.
portugueses se chocaram com o “liberalismo eco- ( ) A declaração de independência do Brasil, feita por
nômico” praticado pelos brasileiros e subordinado D. Pedro I em 1822, foi aceita em Santa Catarina
à hegemonia da Inglaterra. e em todas as demais províncias brasileiras, com
b) A possibilidade de uma sociedade baseada na grande júbilo.
igualdade e na liberdade levou a jovem nação a ( ) Segundo o visitante, houve, nas ruas de algumas
abolir a escravidão. vilas de Santa Catarina, um conflito entre os
c) As colônias espanholas tornaram-se independen- partidários da independência (que eram muito
tes dentro do mesmo modelo brasileiro: monarquia numerosos) e os que eram contrários a ela.
absolutista. ( ) De acordo com o autor, os catarinenses de algu-
mas vilas cometeram tamanhos excessos que
d) A Guerra da Independência dividiu as províncias
tiveram de ser reprimidos pelas tropas portugue-
brasileiras entre o “partido português” e o “partido
sas.
brasileiro”, levando as províncias do Grão-Pará,
PV2D-07-HIS-14

Maranhão, Bahia e Cisplatina a apoiarem, por ( ) Ao contrário do que o autor presenciou em Santa
Catarina, em outras províncias, como a da Bahia,
unanimidade, a independência.
Pará e Cisplatina, ocorreram reações desfavorá-
veis ao ato de D. Pedro.
125
( ) Segundo o texto, a notícia da independência foi III. A busca de apoio militar britânico, por parte de
recebida com grande entusiasmo nas vilas de Portugal.
Desterro, Laguna e São Francisco. IV. A dissolução da Constituinte de 1823 por D. Pedro, de
( ) Não obstante as reações de alguns portugueses origem portuguesa, e hostilizado pelos deputados.
que temiam o fim dos seus privilégios, o governo V. Resistência militar portuguesa no Maranhão, Pará,
de Lisboa, forçado pela França, aceitou de pronto Piauí e Cisplatina.
o rompimento. Em outubro de 1822 foi assinado a) I, III e IV. d) Apenas II e V.
o tratado de reconhecimento, havendo grande
b) II, III e V. e) Apenas III e IV.
júbilo em todo o país, como bem atesta Dupperrey
Lesson. c) Apenas I e III.
372. Vunesp
370. UERJ
Continuamos a encontrar eleitores que se dirigem a
Que tardamos? A época é esta: Portugal nos insulta; a São Paulo. Estes senhores são ordinariamente (...)
América nos convida; a Europa nos contempla; o prín- seguidos de um ou dois escravos, a cavalo, que lhes
cipe nos defende. Cidadãos! Soltai o grito festivo... servem de criados e a quem aqui se costuma chamar
Viva o Imperador Constitucional do Brasil, o Senhor pajens (...). Tais homens, todos eles mais ricos da
D. Pedro I. região, estão em geral bem vestidos. A maioria ostenta
Proclamação. Correio Extraordinário do Rio de Janeiro. aquele orgulho e satisfação íntima que, muitas vezes,
21 de setembro de 1822.
se nota nos paulistas de certas categorias.
Este texto mostra o rompimento total e definitivo com Auguste de Saint-Hilaire. Segunda viagem do Rio de Janeiro
a antiga metrópole como necessário para a constru- a Minas Gerais e a São Paulo.
ção do Império brasileiro. Nele também está implícito Saint-Hilaire percorreu a província de São Paulo em
um dos fatores que contribuíram para o processo de 1822.
construção da independência do Brasil. A partir das informações deixadas pelo viajante fran-
Esse fator foi: cês, responda ao que se pede.
a) a ajuda das potências européias em função de a) Qual era a organização social da época?
seus interesses econômicos. b) A forma de participação política descrita no texto
b) a intransigência das Cortes de Lisboa na aceitação corresponde à de um regime democrático moder-
das liberdades brasileiras. no? Justifique.
c) o ideal republicano em consonância com o das 373. Unicamp-SP
antigas colônias espanholas. A independência do Brasil, proclamada por Pedro I, foi,
d) o movimento separatista das províncias do norte para Portugal, um fato gravíssimo porque destruía os
em processo de união com Portugal. alicerces da economia nacional. Ou voltava o Brasil
a ser colônia, alimentando a metrópole com suas
371. PUC-PR riquezas, ou tinha-se de organizar a metrópole para a
Portugal resistiu à nossa independência, procurando sua auto-suficiência.
revertê-la, inclusive pela via das armas. Com respeito O texto anterior, do historiador português Antonio
à oposição lusitana, quais das alternativas estão Sérgio, trata do aspecto econômico da independência
corretas? brasileira, que representou, para a metrópole, o fim
I. O envio ao Brasil de uma frota que bombardeou definitivo do pacto colonial.
o Rio de Janeiro em 1823, sendo rechaçada a a) Quais eram as bases do pacto colonial?
seguir. b) Por que, segundo o texto citado, a independência
II. A resistência, na Bahia, das tropas do Brigadeiro do Brasil foi um “fato gravíssimo” para a economia
Madeira de Melo, até 1823. portuguesa?

126
História do Brasil 1 – Gabarito

01. B 02. E 03. C poder político, uma vez que a crise 42. E 43. A 44. C
04. C 05. D 06. E do sistema implicava na progressiva 45. C 46. C
07. Foram as guerras empreen- perda de poder pelos senhores feu- 47.
didas entre os séculos XII e XV dais. Os renascimentos comercial
a) O aluno poderá citar, dentre
pelos reinos cristãos ibéricos contra e urbano, mais as crises de fome
outras, que os reis da Espanha
os muçulmanos que habitavam a e as epidemias, somadas à Guerra
e de Portugal deviam enviar
península Ibérica, conhecidos como dos Cem Anos e à formação da
missionários para as suas
“mouros”, a fim de expulsá-los da burguesia, foram minando as for-
conquistas, construir igrejas e
península. ças políticas descentralizadas dos
conventos, fundar paróquias
08. Foi no contexto das Guerras de senhores feudais e implicando a
e dioceses, subvencionar o
Reconquista que o Condado Portu- formação de novas alianças, como
culto, bem como remunerar
calense foi doado pelo rei de Leão a dos reis com suas respectivas
o clero diocesano, escolher
e Castela a Henrique de Borgonha, burguesias nacionais.
bispos, párocos e missionários,
um nobre francês que lutava contra 24. B 25. E 26. A financiar expedições evangeli-
os mouros na península Ibérica. 27. B 28. B 29. A zadoras, preencher cargos e,
Surgiu assim a dinastia de Borgo- 30. A 31. A 32. E em circunstâncias especiais,
nha, responsável pela formação do 33. A 34. E 35. A fornecer ajuda aos religiosos,
Estado português ainda na primeira 36. C 37. A 38. A como no caso dos aldeamentos
metade do século XII. indígenas.
39. Na verdade, todo dia era dia
09. A 10. D de índio, pois a terra era deles. Aqui b) O aluno deverá indicar o dízimo
11. Sob a dinastia de Borgonha, viviam sem a imposição cultural e como principal fonte de arregi-
a partir de 1139. Por essa época, econômica do português. Aos poucos mentação de recursos. A Coroa,
Portugal mantinha uma economia perderam tudo e hoje são lembrados mediante o padroado, passava a
agrária, mas já praticava pesca marí- apenas um dia em todo o ano. recolher e administrar o equiva-
tima e estava ligado ao comércio que lente à décima parte da riqueza
40.
vinha da Itália pelo mar Mediterrâneo social.
a) Refuta a idéia de que o descobri-
e passava pela costa portuguesa 48.
mento tenha ocorrido por acaso.
para atingir o norte da Europa. a) Séculos XV/XVI, período da
Portugal já sabia da existência de
12. E 13. E 14. C terras a ocidente do Atlântico sul. expansão marítimo-comer-
15. C 16. B 17. C cial.
b) Portugal temia a concorrência
18. 29 (01 + 04 + 08 + 16) e os ataques de outros países b) Pela baixa tecnologia de na-
19. A 20. D europeus. Procurava manter vegação e desconhecimentos
21. A Revolução de Avis significou suas descobertas sob “segredo geográficos. O Atlântico era um
a concretização da aliança entre de Estado”. mar tenebroso e desconheci-
o rei e a burguesia de Portugal, o do.
c) O interesse era, principalmente,
que, do ponto de vista econômico, econômico. Portugal queria c) Para consolidar o capitalismo
provocou a ampliação do comércio ter acesso direto a novos mer- comercial. Os mares eram rotas
português através das grandes cados e lucrar na venda de comerciais, e controlá-las era
conquistas marítimas, a partir de mercadorias valiosas, como as obter hegemonia.
fins do século XV. especiarias. Acrescentem-se 49. C
22. os interesses sociais, como os 50.
a) As revoltas camponesas foram da burguesia mercantil; os inte- a) Os indígenas
fruto do agravamento da explo- resses políticos, fortalecendo o b) Espelhos, facas, machados, cola-
ração sobre os servos no quadro Estado absolutista; e, finalmen- res e outros objetos. Escambo.
da deterioração do modo de te, os interesses religiosos, ou
c) Eram postos de resgate de ma-
produção feudal na Europa. seja, a difusão do cristianismo.
téria-prima, no caso pau-brasil.
b) Peste Negra e Guerra dos Cem 41. À aliança entre rei e burguesia, 51. C 52. B 53. A
Anos. ao avanço tecnológico e à existência
54. D 55. C
23. À medida que o sistema feudal de um Estado centralizado associado
56. Além do interesse em contra-
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entrou em crise, a partir do cresci- à burguesia, desejosa de lucros. Tam-


bandear o pau-brasil, era uma ma-
mento populacional ocorrido na Eu- bém a proximidade com o Atlântico
neira de o rei Francisco I contestar
ropa no referido século, lentamente é considerada fator que propiciou a
o Tratado de Tordesilhas.
a figura do rei voltou ao centro do supremacia portuguesa.
127
57. O comércio oriental das es- 74. As capitanias hereditárias 98.
peciarias proporcionava elevados foram um sistema de colonização, a) O interesse da metrópole em
lucros, comparando-se ao comércio já usado nas ilhas do Atlântico, que repassar a particulares os gastos
do pau-brasil. Além disso, não havia, consistia na divisão da colônia em com a colonização.
na época, expectativas de encontrar faixas de terra entregues a fidalgos b) Centralizar a administração na
metais preciosos na colônia. portugueses, que ficavam com colônia, buscar riquezas mine-
58. Portugal detinha o monopólio a obrigação de proteger e fazer rais no interior, coordenar esfor-
desenvolver, cada um, a sua res- ços para a defesa do território,
sobre as especiarias orientais que
pectiva capitania. desenvolver a construção naval,
davam altíssimos lucros, e o Brasil,
nesse período, não tinha perspec- 75. B 76. B 77. B visitar e fiscalizar as capitanias,
tivas econômicas. 78. A falta de recursos dos donatá- estabelecer a política de relação
59. A 60. E 61. B rios, a dificuldade de comunicação com as comunidades indígenas.
62. com a metrópole e os ataques c) O controle exercido pela classe
a) Atingir as Índias. indígenas. produtora escravista e o iso-
79. B 80. D 81. B lamento das vilas e seu afas-
b) Sua persistência em manter os
82. C tamento dos centros de poder
objetivos originais.
83. metropolitano.
63. Os espanhóis encontraram 99. A 100. B
prata e ouro na América, no interior. A demora na colonização do Brasil
se explica pelo sucesso alcançado 101. A participação holandesa por
Os portugueses, em busca deles e,
por Portugal com o comércio de meio de financiamento, transporte,
necessitando tomar posse do terri-
especiarias das Índias, e o Brasil, refino e distribuição do produto na
tório, foram itinerantes, explorando
de início, não apresentava lucros Europa.
o pau-brasil.
que levassem o governo português 102. C 103. C 104. D
64. E 65. B 66. E
a investir aqui. 105. A 106. B 107. D
67. E 68. A 69. D
84. B 85. E 86. E 108. B 109. B 110. D
70. C
87. O regime de capitanias, usado 111. Os índios eram protegidos
71.
inicialmente na ilha da Madeira, não pelos jesuítas, além de não terem
a) Destribalização, doenças e mor-
funcionou no Brasil devido a vários experiência em trabalho agrícola.
talidade fatores, como a grande extensão Além disso, o africano constituía
b) Inicialmente, essas terras ficavam territorial, os ataques indígenas, a uma mercadoria, gerando elevados
sob domínio espanhol e, além dis- descentralização administrativa e lucros para os traficantes de escra-
so, havia barreiras naturais (serra a falta de recursos de alguns dona- vos, em sua maioria, portugueses.
do Mar) e o desenvolvimento da tários. Em vista disso, a metrópole
112. E 113. D
economia açucareira no litoral que resolveu intervir no processo de co-
lonização, centralizando a adminis- 114.
desestimulou maior penetração
para o interior. tração e participando efetivamente a) O princípio em questão ficou co-
do processo colonizador. nhecido como “balança comercial
72.
88. D 89. V, F, V, V, F favorável” (exportação > impor-
a) Pero Vaz de Caminha tação = superávit/metalismo).
b) O autor pautou-se em critérios eco- 90. D 91. A 92. D
b) Foram fundamentais na medida
nômicos, estabelecendo que os 93. E 94. C
em que ampliaram os mercados
nativos viviam da caça e da coleta, 95. 37 (01 + 04 + 32) fornecedores e consumidores,
não sendo, portanto, conhecedo- 96. A acelerando a circulação mercan-
res da economia agropastoril. 97. tilista e promovendo a acumula-
O autor concluiu que a alimen- a) Assegurar a posse dos territórios ção de capital nas metrópoles
tação dava aos nativos a condi- conquistados e reduzir as tensões européias fundamentadas no
ção de mais saudáveis que os sociais na República romana. monopólio (“exclusivo metropo-
europeus, salientando ao rei a b) A colonização portuguesa foi litano”).
possibilidade de se aprender organizada em função da acu- 115. D
algo com essa “nova gente”. mulação primitiva de capitais 116.
73. A ordem dos padres jesuítas teve apoiada nas plantations de açú- a) Inglaterra
papel importante no processo colo- car e tabaco e na exploração de b) A América vendia rum e comprava
nial, pois serviu para a dominação metais preciosos. escravo africano. A Europa comer-
dos indígenas, tornando-os dóceis A colonização romana procurava cializava produtos industrializados
e resignados diante da exploração manter a dominação militar e a com a América e a África e com-
do colonizador. Ensinando-lhes romanização sobre os povos prava gêneros tropicais.
a língua, a religião e a cultura do conquistados, bem como asse- c) Desorganização de sua estrutura
português, os jesuítas destruíam o gurar riquezas e abastecimento social-tribal e indisponibilidade
universo simbólico do índio, colocan- para Roma. para o trabalho.
do-os à mercê do colonizador. 117. C 118. E 119. B
128
120. do, pela Coroa portuguesa, o vez que os bandeirantes atacavam
a) A escravidão, a mais perversa Conselho Ultramarino, com a missões jesuíticas para aprisionar
relação de trabalho, aproxima o finalidade de impor às colônias os índios e utilizá-los ou vendê-los
homem do inferno. Sem liberda- um rigoroso fiscalismo e o arro- como escravos.
de e com uma carga de trabalho cho econômico, sobretudo no 158. C
animalesca, parecia um animal Brasil, intensificando-se a busca 159.
e não um humano. do ouro e reduzindo-se o poder
a) Quilombos eram comunidades
b) O branco padece na eterna culpa das Câmaras Municipais.
de escravos fugidos dos enge-
da escravidão. É ator dos que ex- 126. E 127. E 128. B nhos ou das lavouras de cana,
ploram e precisam do perdão de 129. C 130. B 131. E tendo autonomia política, admi-
Deus, visto que a sociedade era
132. E 133. B 134. A nistrativa e econômica.
cristã, essencialmente católica.
135. Nassau era um homem do b) A metrópole e os senhores de
c) Mulatos e mulatas na sociedade
Renascimento e, como tal, tinha engenho combatiam os quilom-
colonial gozavam de privilégios.
interesse em explorar, também, as bos porque temiam a desarticu-
Ser “meio branco, meio negro”
paisagens, a flora e a fauna brasi- lação da economia açucareira
era ser aceito na sociedade. Pas-
leiras com objetivo científico. Por e o controle político sobre a
sava-se despercebido, inocente e
outro lado, isso foi possível graças colônia.
por demais livre de preconceitos,
ao acordo de interesses com os 160. D 161. E
ainda mais as mulatas, objetos de
senhores de engenho e a liberdade 162.
desejo da elite branca.
religiosa.
121. C a) Apresamento de índios para ven-
136. C 137. D 138. B dê-los como escravos e procura
122. Ela mostra um engenho movi-
139. B 140. C 141. E de metais preciosos.
do a força animal. Os cilindros cen-
trais esmagam a cana e produzem o 142. E 143. A 144. A b) As monções constituíam-se em
caldo, que, uma vez fervido, permite 145. B 146. D expedições fluviais, usando os
a produção de açúcar. O trabalho é 147. A substituição de Nassau por rios Tietê, Paraná e Paraguai,
feito por escravos negros. um triunvirato, que rompeu a tole- levando mercadorias para se-
123. O latifúndio monocultor de base rância com as dívidas contraídas rem comercializadas ao longo
escravista, voltado para o mercado pelos senhores de engenho, e desses rios, até Cuiabá.
externo, insere-se no quadro de passou a cobrá-las. 163. D 164. A
acumulação primitiva do capital. 148. Assumiu o trono o cardeal D. 165. Os moradores da capitania de
124. Henrique, que veio a falecer em São Vicente não tinham recursos
a) Foi a fusão dos reinos de Portugal 1580. Então assumiu o trono o por- para comprar escravos africanos,
e Espanha, com o término da di- tuguês Filipe II da Espanha. como também sua economia basea-
nastia de Avis após as mortes de Como Espanha e Holanda estavam va-se na subsistência. Usaram sua
D. Sebastião e cardeal D. Henri- em guerra, ocorreu o embargo experiência em escravizar índios
que, possibilitando a ascensão de espanhol; a Holanda, através da para caçá-los e vendê-los para as
Filipe II ao trono português, graças Companhia das Índias Ocidentais, regiões de lavoura canavieira que
aos laços de parentesco. invadiu o Nordeste, grande produtor estavam sem mão-de-obra africana
b) Divergências políticas entre de açúcar brasileiro.
devido à ocupação holandesa nos
Espanha e Holanda, embargo 149. A locais de fornecimento na África.
espanhol à continuidade do 150. A pecuária, as entradas, as 166. C 167. C
comércio açucareiro feito pelos bandeiras (mineração e sertanismo
holandeses e interesse holandês 168.
de contrato), comércio no sul e ex-
em dominar a produção para po- ploração das drogas de sertão na a) O quilombo de Palmares foi o mais
der continuar com o comércio. região amazônica. importante e duradouro reduto de
125. 151. C 152. A 153. C escravos fugidos que se formou
a) A União Ibérica (1580-1640) foi no Brasil colonial. Localizou-se no
154. B
prejudicial ao reino português atual estado de Alagoas.
155. Como os colonos de São
devido às guerras na Europa Vicente não conseguiram produzir b) Os paulistas realizavam expedi-
envolvendo os Habsburgos, que açúcar ou nenhum outro produto ções (bandeiras) de preação (ou
contribuíram para o declínio que interessasse a Portugal, eles caça ao índio), de comércio e de
político e a dependência econô- acabaram se embrenhando no mineração.
mica de Portugal em relação à interior da colônia em busca de c) O dia 20 de novembro, Dia da
Inglaterra, enfraquecendo o seu
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riquezas, fossem elas índios ou Consciência Negra, é conside-


poderio no continente e sobre metais e pedras preciosas. rado como um libelo contra o
suas colônias.
156. E preconceito racial.
b) Após a União Ibérica, foi cria-
157. Era uma relação tensa, uma 169. D 170. V, F, V, V
129
171. 31 (01 + 02 + 04 + 08 + 16) riorização da colônia, surgimento de panos portugueses) a Portugal sem
172. um mercado interno, transferência nenhuma taxa aduaneira. Com isso,
a) Os jesuítas, movidos pelo espí- da capital de Salvador para o Rio as manufaturas portuguesas não
de Janeiro, menor concentração de puderam suportar a concorrência
rito da Contra-Reforma, desen-
rendas e imigração. britânica. Conseqüentemente, o
volviam a catequese indígena
200. O Tratado de Methuen (1703) ouro brasileiro foi canalizado para
como forma de suprir as perdas
permitiu a drenagem de grande a Inglaterra, a fim de cobrir o déficit
que a Igreja Católica sofria na
parte do ouro brasileiro para a comercial português. Por todos es-
Europa. A catequese levou o ses aspectos, Celso Furtado conclui
Inglaterra, que já estava desenvol-
índio a afastar-se de sua cultura que o Tratado de Methuen criou
vendo a sua Revolução Industrial,
e assimilar a cultura européia em condições favoráveis à intensifica-
tendo seu processo acelerado.
benefício da colonização. Quanto a Portugal, tradicionalmente ção da acumulação capitalista que
b) Demarcações de terras religioso e ligado à Igreja Católica, colaborou com a Revolução Indus-
Marginalização cultural “investiu” o ouro em conventos trial inglesa do século XVIII.
173. (ex.: convento de Mafra) e o Brasil 219. C
a) Ao bandeirante “aplicou” em igrejas e teve seu solo 220.
esburacado. a) Garantir o total controle da ex-
b) À miséria e ao abandono da
201. A 202. D tração de diamantes por meio
região por parte de Portugal, à
203. A historiografia tradicional do monopólio estatal.
mestiçagem e à caça ao índio.
defende a prática democrática na b) Através do monopólio real rea-
174. C 175. E 176. A lizado por um contratador que,
região mineradora na medida em
177. C 178. B 179. D ao garanti-lo, ganhava uma
que qualquer pessoa poderia se
180. E 181. D 182. D parte.
tornar proprietária e enriquecer.
183. C 184. C 221. O ouro provocou a mudança
O trecho citado contesta esse ponto
da capital de Salvador para o Rio
185. de vista, afirmando que a força de
de Janeiro, a interiorização da co-
a) Bandeiras e extração de drogas trabalho era basicamente escrava
lonização, um mercado interno e a
do sertão. e que somente um pequeno grupo
urbanização.
de pessoas conseguia usufruir de
b) Uti possidetis. 222.
privilégios.
186. A 187. D a) A mineração desenvolveu-se nas
204. C 205. E 206. C
188. Minas Gerais e no Centro-Oeste,
207. D 208. B 209. A
a) Porque surgiu espontaneamen- apoiada sobretudo no trabalho
te, pois o gado foi introduzido 210. D 211. E 212. D escravo, mas também em mo-
para suporte à produção açuca- 213. A dalidades de trabalho livre.
reira. 214. Gregório de Matos foi um po- A população numerosa deman-
b) O charque, o couro, o chifre e eta extremamente satírico, fazendo dava grande quantidade de
o animal inteiro para tração, duras críticas à sociedade e aos produtos e serviços, permitindo o
principalmente o gado muar. costumes da época. Por isso foi intenso desenvolvimento de ati-
c) Permitiu a interiorização e gerou chamado de “Boca do Inferno”. vidades comerciais e urbanas.
fluxo de renda interna. 215. E b) A pecuária, que abastecia os
189. D 190. A 191. E 216. Após os ataques das bandeiras centros urbanos com o forne-
de preação às missões, o gado cimento de carne e de animais
192. D
bovino espalhou-se pelo Pampa empregados para o transporte,
193. Soma = 62 (2 + 4 + 8 + 16 + 32) gaúcho, encontrando condições e a agricultura de subsistência.
194. D 195. D 196. C naturais para o seu crescimento. O 223.
197. B seu relacionamento com as Minas a) Existe grande número de cidades
198. Gerais é representado pelo abas- e de rios com nomes indígenas,
a) A mudança corresponde a uma tecimento de charque à população e de alimentos tanto de origem
ocupação do interior do território, da região. africana como de origem indí-
destacando-se o Nordeste, a 217. B gena (a mandioca e sua farinha
Amazônia e o sul da colônia. 218. O Tratado de Methuen, também talvez sejam a herança indígena
b) Bandeiras, pecuária e explora- chamado de “Tratado dos Panos e de maior consumo na culinária
ção das drogas do sertão. Vinhos”, estabelecia que Portugal brasileira); a música brasileira é,
c) A distribuição de terras era feita poderia exportar vinhos para a In- em grande parte, herança africa-
por sesmarias a colonos, para glaterra pagando tarifas alfandegá- na, da qual surgiram o samba e
produzir ou para pagamento por rias preferenciais; em contrapartida, todas as suas variações.
serviços prestados à metrópole. a Inglaterra venderia seus tecidos b) A abordagem de Sérgio Buarque
(melhores e mais baratos que os
199. Crescente urbanização, inte-
130
de Holanda é polêmica, e a Uni- nhão; choque entre a elite agrária se rebelaram contra a corrupta
camp respeita esse fato em sua maranhense e os padres jesuítas administração portuguesa.
questão, permitindo que o aluno em função do desejo daqueles de 248. A aclamação de Amador Bue-
concorde com a opinião daquele escravizarem os índios. no, ocorrida em São Paulo, em
historiador ou discorde dela. O 235. D 1641.
que o aluno não pode deixar 236. Os organizadores da Revolta 249. B 250. B 251. E
de fazer é justificar de forma de Vila Rica foram mineradores 252. B 253. B 254. A
coerente a resposta sim ou a dessa região, aliados a tropeiros 255. Afastar a influência poderosa
resposta não. O gabarito oficial (comerciantes) que a abasteciam.
do ministro e fortalecer o poder da
da banca examinadora da Uni- Seu interesse comum era evitar a
camp informa que, ao responder Coroa, solidificando, dessa forma,
instalação das casas de fundição,
negativamente, o aluno deve jus- o absolutismo português, que foi
visando a acabar com o comércio
tificar alegando que a escravidão abalado no período pombalino.
movido a “ouro em pó” e com a
e a opressão sobre os índios não sonegação de impostos. 256. A
permitem falar em simetria (de 237. B 238. B 239. C 257. O objetivo era afastar a influên-
acordo com a definição presente cia da ordem jesuítica na Colônia,
240. B
no enunciado); ao responder sim, devido principalmente à questão
o aluno deve argumentar que os 241.
econômica, já que a Companhia de
portugueses adotaram muitos As mulheres negras provocavam
aborto; as negras domésticas en- Jesus administrava fortunas conse-
costumes indígenas e africanos
venenavam a comida dos senhores; qüentes da produção voltada para o
(conforme descrito na resposta
negros se suicidavam, fugiam e mercado interno que era realizada
do item a), o que nos permite falar
formavam quilombos. nas missões.
em simetria. Essa questão é um
bom pretexto para trabalhar com 242. 258. B 259. C 260. E
os alunos a possibilidade de aná- a) Os emboabas (forasteiros) eram 261. A 262. A
lises diferenciadas de um mesmo indivíduos vindos de várias re- 263. A Companhia de Jesus, no
assunto, sempre lembrando que giões da colônia e de Portugal, período colonial, incumbia-se da
não é qualquer análise que vale, interessados na mineração dos catequese e da educação formal
somente aquelas que podemos paulistas, que descobriram as dos colonos.
justificar com coerência, como minas e, por isso, sentiam-se 264. A
neste caso. legítimos proprietários e não
265. 44 (04 + 08 + 32)
224. A 225. E 226. A gostaram da chegada de milha-
res de forasteiros. 266. 14 (02 + 04 + 08)
227. A 228. C
b) Urbanização, formação de um 267. E
229. Tiveram caráter regional e
mercado interno, mudança da 268. 03 (01 + 02)
interesses econômicos.
capital da colônia de Salvador 269. B 270. E 271. A
230. D
para o Rio de Janeiro e aumento 272.
231. A implantação das casas de
demográfico. a) O Iluminismo se expandiu na Eu-
fundição.
243. A 244. C 245. C ropa do século XVIII, à medida
232. B
246. C que apontava para uma crítica
233. Conflito entre paulistas e os cha-
mados “emboabas”, ou seja, todos 247. aos pressupostos do Antigo Re-
aqueles que não eram da capitania a) Seria do meridiano de Tordesi- gime. Defendia, através de seus
de São Vicente e que vieram para lhas até as Filipinas (América, filósofos, a limitação do poder
a região das Minas Gerais a fim de África e Ásia). real e as liberdades individuais.
extrair ouro. Os paulistas alegavam b) A produção e a exportação do Fazia severas críticas às práticas
o direito de exclusividade sobre a ex- açúcar, bem como o comércio da Igreja e aos privilégios hierár-
tração aurífera, uma vez que tinham internacional de mão-de-obra quicos da sociedade do Antigo
sido eles os descobridores desse escrava. Regime. Apontava para a defesa
metal precioso no interior da colônia. c) A política fiscal impunha pesados da razão como instrumento do
Contudo, prevaleceram os interesses
impostos aos colonos, o que progresso e se insurgia contra
da Coroa portuguesa, para quem a
significava gastos excessivos, o mercantilismo, visto como en-
extração deveria ser feita pelo maior
muitas vezes levando-os à prá- trave às perspectivas inovadoras
número de pessoas possível, para
tica de sonegação. Podemos deste progresso. Nessa medida,
maior arrecadação de impostos.
citar também as revoltas de ca- contemplava as expectativas
234. Críticas em relação ao pacto
ráter nativista, como exemplo a
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colonial, especialmente em rela- burguesas na luta por ascensão


Revolta de Vila Rica, em que os
ção ao monopólio exercido pela política e ampliação de seus
habitantes ligados à mineração
Companhia de Comércio do Mara- horizontes econômicos.

131
b) Criação das Companhias de te, pelas camadas pobres, como a) O início do século XIX (1801/1900)
Comércio. alfaiates, pedreiros, soldados e foi marcado pela chegada da
Expulsão dos jesuítas. até escravos; e a Conjuração do família real portuguesa às ter-
Rio de Janeiro, também conheci- ras brasileiras, em razão das
Mudança da capital para o Rio
da como Conjuração Carioca, foi imposições político-militares do
de Janeiro. Império Napoleônico, que de-
formada por intelectuais e poetas
273. D 274. E 275. C cretara o Bloqueio Continental
da sociedade literária.
276. C 277. E 278. C (1806), no continente europeu,
b) Para Portugal, as revoltas reve-
279. C 280. A 281. D visando a impedir a entrada dos
lavam uma necessidade de alte-
282. A 283. E 284. C produtos ingleses. Para Portugal,
rações no relacionamento com a
a conseqüência direta da pressão
285. D 286. B colônia. Já para os inconfidentes
napoleônica foi a transferência da
287. F, F, V, V, F mineiros, a independência nor-
sede administrativa metropolita-
288. B te-americana representava um na para a colônia do Brasil, dando
289. exemplo a ser seguido, como início aos 13 anos (1808/1821) do
também um estímulo à indepen- chamado período joanino.
a) Porque eram insurgentes à Co-
dência.
roa portuguesa. b) A relação entre metrópole (Por-
c) A Revolução Francesa. tugal) e colônia (Brasil) funda-
b) Fazer de exemplo para evitar
outros movimentos iguais. 299. B 300. B 301. B mentava-se no pacto colonial,
302. C 303. D 304. A responsável pela tentativa de
290. E 291. D
305. C 306. D 307. A perpetuação da dependência da
292. colônia em relação à metrópole.
308. B 309. C 310. D
a) Os personagens envolvidos na Desta forma, na visão dos colo-
311. C 312. A 313. B
conspiração foram denuncia- nizadores portugueses, qualquer
314. D 315. C
dos e presos antes do início do avanço cultural ou fabril seria da-
movimento. 316.
noso e permitiria o rompimento
b) Trata-se do primeiro movimento Nota-se o caráter conservador na dessa dependência.
emancipacionista para o Brasil independência do Brasil se verificar-
322.
inteiro. Os anteriores tiveram mos que, mesmo com a emancipa-
ção política em relação a Portugal, a) Trata-se da Revolução Francesa.
caráter regional.
manteve-se o sistema monárquico b) O poder absoluto do rei (poder
293. D
de governo e a escravidão negra divino, monarquia absolutista,
294.
continuou sendo o alicerce do sis- concentração de poderes, elabo-
a) Movimento emancipacionista de ração e execução de leis); legiti-
tema econômico nacional.
caráter popular. mação desse poder pela nobreza
b) Inconfidência Mineira. 317. E
e pelo clero (Corte, presença da
295. O movimento teve influências 318. A invasão napoleônica de Por- nobreza); poder de concessão de
da Revolução Francesa, especial- tugal, em 1807, acelerou o processo privilégios e monopólios (leigos
mente da fase republicana, período de independência do Brasil. ou eclesiásticos) e o direito de
do terror controlado pelos jacobinos. 319. vida e morte sobre os súditos.
O movimento no Brasil teve nitida-
a) Foi a guerra de independência c) A representação política através
mente um caráter antilusitano e
implementada pelos escravos, do voto (ainda que não univer-
emancipacionista.
sob a liderança de Toussaint sal); a igualdade jurídica; a liber-
296. A Louverture. dade; o direito à propriedade; o
297. b) Contribuiu favoravelmente, direito à segurança; o direito de
a) Movimentos emancipacionistas pois a elevação dos preços do julgamento por seus pares; o di-
ou revoltas coloniais. açúcar no mercado mundial reito de resistir à opressão, ainda
b) Influência política: independência não só aumentou os lucros que praticada pelo Estado; e a
dos Estados Unidos. dos produtores como também defesa da soberania da nação.
Influência intelectual: idéias ilumi- possibilitou a expansão da área 323. A transferência da família real
nistas. cultivada. portuguesa para o Brasil deu-se no
A Conjuração Baiana foi também c) Estimulou os escravos e as contexto das guerras napoleônicas
influenciada pela fase popular (ja- camadas mais pobres da po- na Europa, principalmente com a
cobina) da Revolução Francesa. pulação a se revoltarem em Inglaterra. O decreto do Bloqueio
298. movimentos de liberdade e Continental foi o fator imediato.
independência, como foi o caso Um dos resultados desse processo
a) A Inconfidência Mineira foi com-
da Inconfidência Baiana, em foi a dependência econômica em
posta pela elite mineira, como pro-
1798. relação ao capitalismo britânico.
prietários e intelectuais; a Baiana,
por sua vez, teve sua composição 320. D 324. D
social representada, principalmen- 321. 325. Os tratados abortavam qual-
132
quer possibilidade de industria- 341. D 365. B 366. A 367. A
lização do Brasil e tornavam a 342. E 368.
economia brasileira dependente da 343. D a) Na visão da maioria da elite da
Inglaterra. época a que se refere o texto,
344.
326. E 327. B 328. C Em 1808, o comércio brasileiro foi era inconcebível a idéia de que
329. B 330. D 331. B aberto a outros países, sem a inter- os negros pudessem ser livres e
332. B 333. C 334. A mediação portuguesa. A cidade do iguais; por isso, a consideração
335. A 336. C 337. A Rio de Janeiro transformou-se no de que as reivindicações dos
338. mais importante centro de comércio negros eram descabidas.
a) Inconfidência Mineira: bacharéis, da colônia. O consumo de produtos b) A eventual liberdade dos negros
intelectuais, funcionários admi- importados superou o volume de levaria à ruptura das estruturas
nistrativos da colônia, elementos exportações nacionais, o que gerou vigentes, sobretudo as relações
do exército e do clero. déficit em nossa balança comercial, escravistas de trabalho, e era
acarretando maior dependência de temeroso também o fato de os
Conjuração Baiana: alfaiates e
empréstimos estrangeiros, princi- negros conquistarem a condição
soldados, muitos deles negros
e mulatos. de igualdade de direitos.
palmente da Inglaterra, pois o Brasil,
Revolução Pernambucana: aristo- para quitar suas dívidas, passou a c) A visão tradicional da indepen-
cracia açucareira em crise devido dência desconsidera a partici-
recorrer constantemente a emprés-
à perda de mercados. pação dos negros no processo,
timos.
b) Os objetivos políticos em comum enquanto o texto demonstra o
345. B 346. V, V, F, F
nos três movimentos foram: contrário.
347. A
republicanismo, separatismo e 369. F, F, F, V, V, F
contestação aos privilégios dos 348.
370. B 371. D
elementos ligados à Corte ou à a) Invasão de Napoleão após o
nobreza. Bloqueio Continental. 372.
339. E b) Alvará de produção industrial e a) A sociedade era formada pela
fim do pacto colonial. aristocracia rural e pelos escra-
340.
349. E 350. D 351. B vos, constituindo-se em senho-
a) O Brasil passou a ser sede da rial e patriarcal.
monarquia. Com a chegada de 352. A 353. D 354. B
b) Não, pois o sistema eleitoral
administradores e funcionários da 355. 12 (04 + 08)
era censitário, marginalizando a
Corte portuguesa, aumentou o ní- 356. B 357. D 358. C
maioria da população.
vel de corrupção dentro do novo 359. B 360. D
contexto político-administrativo. 373.
361. 26 (02 + 08 + 16)
b) Impunidade dos elementos per- a) Direito exclusivo da metrópole
362. D 363. E
tencentes à elite política bra- de explorar a colônia.
364. A partir desse fato, todas as leis
sileira que se apoderaram do b) Porque Portugal necessitava
e determinações vindas de Portugal
dinheiro público. da exploração colonial para
só teriam validade, no Brasil, com a
recuperar suas finanças, aba-
aprovação de D. Pedro.
ladas pelos domínios francês e
inglês.
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