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Finlândia lidera ranking mundial de


felicidade; Brasil aparece em 32º
João Perassolo
6-8 minutos

Pelo segundo ano seguido, quem vive na Finlândia é mais feliz do


que na maioria dos outros países do mundo. Este é o resultado do
World Happiness Report (relatório mundial da felicidade), divulgado
no último dia 20, data que a Organização das Nações Unidas
declarara como o dia internacional da felicidade.

Questionados que nota dariam para as suas vidas, em uma escala


de 0 (pior) a 10 (melhor), os finlandeses chegaram a uma média de
7,7. O segundo lugar ficou com a Dinamarca (7,6), e o terceiro, com
a Noruega (7,5).

A pesquisa, de acadêmicos das universidades British Columbia


(Canadá), London School of Economics (Inglaterra) e Columbia
(Estados Unidos), mediu os índices de satisfação de vida de quase
meio milhão de pessoas em 156 países nos últimos três anos.

Se os ganhadores não chegam a ser uma surpresa —afinal, os


estados escandinavos sempre aparecem no topo de listas de
qualidade de vida—, a metodologia do estudo, baseada em critérios
subjetivos sobre bem-estar, é uma novidade.

Fatores como renda per capita e expectativa de vida saudável foram

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considerados como possíveis indicadores para o nível de felicidade,


mas não determinantes.

O resultado mostra que os habitantes da Finlândia, um dos países


mais frios do mundo, são felizes no longo prazo, explica John
Helliwell, 80, um dos editores do relatório, que chega à sua sétima
edição.
“Os finlandeses são especiais em coisas mais profundas e
duradouras, felizes com as suas vidas como um todo”, diz.

Nas palavras de Helliwell, um dos motivos para o bem-estar longevo


dos finlandeses é que eles “não se orgulham”, “não falam de si
mesmos” e “não ostentam”. “Ter hábitos de consumo chamativos é
visto como falta de educação no país. Exibir uma Lamborghini pode
gerar ciúmes e ressentimento em outras pessoas.”

A depender dos primeiros colocados deste ano, o segredo da


felicidade não está em objetos de desejo, e sim em conectar-se com
os outros, tanto no nível mais próximo (familiares e amigos) quanto
em uma escala estendida (estranhos, comunidade em geral e
governo).

Em outras palavras: a alegria de viver está diretamente vinculada a


quão confiáveis são as pessoas que compõem a sociedade do país
em que se mora.

“A Finlândia tem laços comunitários amplos. A confiança nos


vizinhos, no governo e em qualquer pessoa é muito mais alta na
Escandinávia do que na América Latina. As pessoas gostam de viver
em um lugar assim”, diz Helliwell.

Por outro lado, são os fortes laços afetivos com familiares que
colocam os latinoamericanos em posições altas no ranking, apesar
da falta de confiança na sociedade em geral.

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A nação mais feliz da região é a Costa Rica, que aparece em 12º


lugar, antes mesmo de Luxemburgo (14º) e do Reino Unido (15º). O
Brasil está na posição 32, atrás do México (23º), do Chile (26º) e do
Panamá (31º), mas antes de Uruguai (33º) e Argentina (47º).

O estudo também aponta que os níveis de felicidade na América


Latina estão decrescendo, em parte graças à Venezuela (108º), que
puxa a tendência para baixo. O país em crise despencou 85
posições do ranking de 2015 para este, o que a coloca próxima ao
Senegal (111º), onde cerca de metade da população vive abaixo da
linha da pobreza.

“Os dez países com as maiores quedas na avaliação média de vida


tipicamente sofreram uma combinação de estresses econômico,
político e social”, afirma o relatório.

Outro dado interessante é que os imigrantes se declaram, em geral,


tão felizes quanto as populações nativas. No caso da Finlândia,
estrangeiros são ligeiramente mais felizes do que os locais.

“Embora os países de origem deixem marcas, os imigrantes tendem


a adotar os valores locais. Isso mostra que o ambiente onde se vive
é o que conta em como as pessoas avaliam as suas vidas. Não se
trata de genética”, afirma Helliwell.

O título de país mais feliz do mundo pode soar estranho para uma
nação que já foi conhecida por suas altas taxas de suicídio: 1.200
pessoas se mataram em 1990, o pico histórico. A cifra caiu para 824
em 2017, deixando a Finlândia um pouco acima da média anual da
União Europeia.

Porém, de acordo com estudos anteriores de Helliwell, o número de


mortes autoinfligidas não influenciam na medição do bem-estar das
pessoas.

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Ranking da felicidade

1º Finlândia
2º Dinamarca
3º Noruega
4º Islândia
5º Holanda
6º Suíça
7º Suécia
8º Nova Zelândia
9º Canadá
10º Áustria
11º Austrália
12º Costa Rica
13º Israel
14º Luxemburgo
15º Reino Unido
16º Irlanda
17º Alemanha
18º Bélgica
19º Estados Unidos
20º República Tcheca (...)
23º México
24º França (...)
32º Brasil
33º Uruguai (...)
36º Itália (...)
43º Colômbia (...)

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82º Grécia (...)


85º Nigéria (...)
91º Líbano (...)
93º China (...)
108º Venezuela (...)
110º Territórios Palestinos (...)
112º Somália (...)
115º Burkina Faso (...)
117º Irã (...)

Fonte: World Happiness Report

Outros resultados do ranking

Os americanos estão cada vez mais infelizes, apesar do aumento


contínuo da renda per capita. O estudo vincula o resultado a uma
‘epidemia de vícios’: em compras, em ‘junk food’, em opioides e no
uso excessivo de telas

Quem está satisfeito com a própria vida tende a ter maior


engajamento político. Há evidências em pesquisas nos EUA e no
Reino Unido

É mais provável que quem se sente frustrado eleja líderes


populistas. Pessimistas com o futuro votaram na conservadora
Marine Le Pen nas eleições francesas de 2017 e escolheram pela
saída do Reino Unido da União Europeia

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