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O Livro V das Ordenações do Rei Felipe traz uma ideia do que era o Direito Penal
no Brasil. Seu texto mostra nitidamente os defeitos apontados pelos teóricos da escola
clássica, como Beccaria.
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Como exemplo de infâmia, temos o caso da pena imposta a Tiradentes, pelo crime de lesa-majestade, o
qual também abrangeu seus descendentes.
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O português Pascoal José de Melo Freire dos Reis, professor da Universidade de Coimbra, viveu na
época em que apareceu o tratado de Beccaria quando, em toda parte, se discutiam os escritos de
Montesquieu, Rousseau e Voltaire. Melo Freire defendeu as idéias liberais, editando as Institutiones Juris
Criminalis Lusitani (1794), em latim e, ao tempo em que governava D. Maria I, executou um projeto de
código penal, o Código de Direito Criminal português, em que expressou as reivindicações progressistas de
Beccaria. Como era adiantado demais para a época, não veio a ser convertido em lei.
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Esse Código Penal de 1940 foi considerado eclético, podendo ser verificadas
influências tanto de Carrara (clássico) como de Ferri (positivista). Além disso, buscou
apresentar as mais modernas ideias doutrinárias e aproveitar o que de aconselhável
indicavam as legislações dos últimos anos. Também aumentou as penas em relação ao
diploma anterior. Como princípios básicos do Código Penal, observava-se a adoção do
dualismo culpabilidade - pena e periculosidade - medida de segurança; a consideração a
respeito da personalidade do criminoso; a aceitação excepcional da responsabilidade
objetiva.
Em 1984, surgiu uma nova estrutura legal atingindo a Parte Geral do Código Penal,
a qual teve início em 1980, com a instituição de uma comissão para a elaboração de um
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anteprojeto de lei de reforma da Parte Geral do Código Penal de 1940. Essa foi presidida
por Francisco e Assis Toledo e constituída por Francisco Serrano Neves, Miguel Reale
Junior, René Ariel Dotti, Ricardo Antunes Andreucci, Rogério Lauria Tucci e Helio
Fonseca. Ainda, consta uma comissão revisora formada por Dinio Garcia, Miguel Reale
Junior, Francisco Assis Toledo e Jair Lopes, deu forma final ao projeto, datado de 1983,
surgindo a citada Lei nº 7209, de 11 de julho de 1984.
Atualmente, temos o Código Penal, com a Parte Geral introduzida pela Lei nº 7209
de 1984, a Parte Especial na forma prevista pelo Decreto-lei nº 2848 (Código de 1940)
com algumas alterações de leis especiais posteriores; a Lei de Execução Penal (Lei nº
7210) e um grande número de leis especiais esparsas que tutelam uma série de bens
jurídicos considerados importantes a luz do Direito Penal (Ex: Lei de crimes ambientais,
Lei de drogas...).
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848compilado.htm