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CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS

PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL


PROFESSOR PEDRO IVO

AULA 06 – PRISÃO – PARTE II / SIMULADO

Olá, Pessoal!

Hoje finalizaremos o tema prisão com a análise da prisão temporária.


Posteriormente apresentarei um resumo sobre este assunto que é questão
certa em sua PROVA.
Por fim, apresentarei um simulado a fim de que possamos fazer uma rápida
revisão dos assuntos abordados em nosso curso.

Vamos começar!

Bons estudos!!!

**********************************************************************

6.1 PRISÃO TEMPORÁRIA

Esta prisão encontra base na Lei nº. 7.960/89 e é definida por Fernando
Capez como a “prisão cautelar de natureza processual destinada a
possibilitar as investigações a respeito dos crimes graves, durante o
inquérito policial”.
Trata a lei das seguintes hipóteses de decretação da prisão temporária:

Artigo 1° - Caberá prisão temporária:

I - quando imprescindível para as investigações do


inquérito policial;

II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não


fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua
identidade;

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III - quando houver fundadas razões, de acordo com


qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou
participação do indiciado nos seguintes crimes:

a) homicídio doloso
b) seqüestro ou cárcere privado
c) roubo
d) extorsão
e) extorsão mediante seqüestro
f) estupro
g) atentado violento ao pudor

UMA PEQUENA PAUSA PARA UMA RELEVANTE OBSERVAÇÃO:


Foi publicada a Lei nº 12.015, que alterou sensivelmente a disciplina dos
crimes sexuais no Código Penal, criando novas figuras, modificando outras
e, por fim, extinguindo algumas.
Até então, tínhamos dois crimes bem distintos no CP: estupro e atentado
violento ao pudor.
O primeiro consistia em “constranger mulher à conjunção carnal, mediante
violência ou grave ameaça”, ao passo que no segundo descrevia a conduta
de “constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a praticar
ou permitir que com ele se pratique ato libidinoso diverso da conjunção
carnal”.
No estupro, portanto, a conduta era a prática de conjunção carnal (coito
vaginal) e a consequência lógica disso é que somente mulheres poderiam
ser vítimas desse delito. No atentado violento ao pudor, ao reverso,
previa-se o cometimento de qualquer ato libidinoso que não se
enquadrasse na hipótese de conjunção carnal (sexo oral e anal, por
exemplo).
A partir da Lei nº 12.015/2009, as duas descrições típicas foram fundidas
na previsão do art. 213, que manteve o nomem iuris de estupro. Eis a
nova conduta delituosa: “Constranger alguém, mediante violência ou
grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com
ele se pratique outro ato libidinoso”.
Houve fusão de dois crimes que em muito se assimilavam e tinham as
mesmas penas, ampliando-se o espectro de incidência da norma do art.
213, de modo que, a partir de agora, homem também pode ser vítima do
crime de estupro, que engloba não mais apenas a conjunção carnal, mas
“outros” atos libidinosos. Assim, quem constrange alguém a praticar sexo
oral, pratica, doravante, estupro, e não mais atentado violento ao pudor.

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h) rapto violento
i) epidemia com resultado de morte
j) envenenamento de água potável ou substância
alimentícia ou medicinal qualificado pela morte
l) quadrilha ou bando;
m) genocídio em qualquer de sua formas típicas;
n) tráfico de drogas;
o) crimes contra o sistema financeiro.

Em uma primeira e desatenta leitura, parece ser bem objetiva a lei,


entretanto é ela alvo de inúmeras discussões doutrinárias e
jurisprudenciais. Uns dizem ser necessário o cumprimento dos incisos I, II
e III cumulativamente. Outros, que pode ser efetivada quando cumprir
qualquer dos três incisos. E A DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA
MAJORITÁRIA, QUE É O QUE IMPORTA PARA SUA PROVA, ENTENDEM
QUE:

A PRISÃO TEMPORÁRIA É CABÍVEL APENAS QUANDO SE TRATAR


DE UM DOS CRIMES DO ART. 1º, III, E DESDE QUE CONCORRA PELO
MENOS UMA DAS HIPÓTESES CITADAS NOS INCISOS I E II.

6.1.1 LEGITIMIDADE E PRAZO

Segundo a Lei nº. 7.960/89:

Art. 2º A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em


face da representação da autoridade policial ou de
requerimento do Ministério Público [...]
§ 1° - Na hipótese de representação da autoridade policial,
o Juiz, antes de decidir, ouvirá o Ministério Público.
§ 2° - O despacho que decretar a prisão temporária deverá
ser fundamentado e prolatado dentro do prazo de 24 (vinte
e quatro) horas, contadas a partir do recebimento da
representação ou do requerimento.

Sendo assim, podemos dizer que a legitimidade da decretação da


prisão temporária é do Juiz, que deverá prolatá-la e fundamentá-la em

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um prazo de 24 horas após representação da autoridade policial


(ouvido o Ministério Público) ou requerimento do MP.

STJ, RHC 20.410/RJ, DJ 09.11.2009


É evidente o constrangimento ilegal se a prisão temporária for
determinada tão somente para uma melhor apuração do delito, sem
a demonstração concreta da imprescindibilidade da medida,
ressaltando-se que o despacho que decretar a prisão temporária
deverá ser fundamentado

Há divergência jurisprudencial quanto à possibilidade de o magistrado


poder decretá-la de ofício, entendendo a doutrina majoritária não ser
possível.
Com relação ao prazo, a lei discorre que será, regra geral, de 05 dias
prorrogável por igual período em caso de EXTREMA e COMPROVADA
necessidade.

Artigo 2° - A prisão temporária [...] terá o prazo de 5


(cinco) dias, prorrogável por igual período em caso de
extrema e comprovada necessidade.

Observação: Caso se trate de suspeito de crime hediondo, pratica de


tortura, tráfico ilicito de substâncias entorpecentes e drogas afins e, de
terrorismo, a prisão temporária poderá durar trinta dias, prorrogáveis
pelo mesmo prazo.

6.1.2 PROCEDIMENTOS

Caro aluno, neste ponto a lei é extremamente clara quanto aos


procedimentos que devem ser adotados. Observe:

Art. 2º

[...]

§ 4° - Decretada a prisão temporária, expedir-se-á


mandado de prisão, em duas vias, uma das quais será
entregue ao indiciado e servirá como nota de culpa.

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§ 5° - A prisão somente poderá ser executada depois da


expedição de mandado judicial.
§ 6° - Efetuada a prisão, a autoridade policial informará o
preso dos direitos previstos no artigo 5° da Constituição
Federal.
§ 7° - Decorrido o prazo de cinco dias de detenção, o preso
deverá ser posto imediatamente em liberdade, salvo se já
tiver sido decretada sua prisão preventiva.
Artigo 3° - Os presos temporários deverão permanecer,
obrigatoriamente, separados dos demais detentos.

Assim, após decretada a prisão será expedido mandado de prisão em


duas vias. Uma via será entregue ao preso e servirá como nota de
culpa. É importante citar que com relação à prisão temporária,
SEMPRE SERÁ NECESSÁRIO O MANDADO JUDICIAL, sendo este
condição objetiva de procedibilidade da prisão.
Após a prisão, como manda a Carta Magna, o preso será informado de
seus direitos e, após passados 05 dias de detenção será
imediatamente libertado, SALVO SE JÁ TIVER SIDO DECRETADA A
PRISÃO PREVENTIVA.
Finalizando, os presos temporários não deverão ficar com os demais
detentos, ou seja, serão colocados em celas separadas a fim de
cumprir o mandamento legal.

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Passemos, agora, a um resumo do tema PRISÃO.

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PRISÃO

1. Conceito de prisão: é a privação de liberdade de


locomoção determinada por ordem escrita da autoridade
judiciária.

2. Espécies de prisão:
 Extrapenal: não tem natureza de pena, mas o intuito de obrigar o
agente a cumprir uma obrigação.

I) Prisão civil: a prisão civil, como todas as formas de prisão


extrapenal, constitui uma medida excepcional e é utilizada como um
meio de coerção para o devedor cumprir a obrigação. É aplicada no
Brasil ao responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de
obrigação alimentícia (CF/1988, art. 5º, LXVII).

Obs.: é ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a


modalidade do depósito (STF, RE 272.955/RS, DJ 23.10.2009).

II) Prisão administrativa: é um meio coativo para compelir


alguém ao cumprimento de certa obrigação. Praticamente não
encontra mais aplicabilidade no Brasil.

Obs.: a atual ordem constitucional não revogou a prisão


administrativa para fins de deportação, devendo, no entanto, sua
necessidade, como medida excepcional de restrição da liberdade e
acautelatória do procedimento de deportação, ser plenamente
demonstrada e fundamentada mediante decisão da autoridade
judiciária, e não mais da autoridade administrativa, apontando fatos
concretos hábeis a justificá-la (TRF 3ª Região, HC 46.037/SP, DJ
07.07.2011).

III) Prisão disciplinar: é admissível nos casos de crime


propriamente militar ou transgressão disciplinar militar (CF/1988, art.
5º, LXI). Essa espécie de prisão não depende de autorização judicial.

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Obs.: com relação às punições disciplinares militares, não cabe


Habeas Corpus quanto ao mérito da punição, o que, no entanto, não
impede a impetração do remédio, questionando aspectos relacionados
à legalidade da prisão.

 Prisão Penal: é a restrição da liberdade individual em razão da


aplicação de uma pena ou sanção definitiva ao infrator da lei penal,
decorrente do legítimo exercício do direito punitivo do Estado. Tem
como premissa maior a proteção da sociedade, livrando-a dos maus
cidadãos transgressores da norma penal e, num segundo plano, a busca
pela reintegração desses cidadãos à vida social.

 Prisão Processual: é aquela decretada para assegurar a eficácia do


processo principal, sem que se tenha ainda sentença condenatória com
trânsito em julgado. Divide-se em:

I) Prisão em flagrante delito;

II) Prisão preventiva; e

III) Prisão temporária.

3. Momento da prisão: a prisão poderá ser efetuada em


qualquer dia e a qualquer hora, respeitadas as restrições
relativas à inviolabilidade do domicílio (art. 283, § 2o).

4. Restrições relativas à inviolabilidade do domicílio: a


casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo
penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de
flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou,
durante o dia, por determinação judicial (CF/1988, art. 5º,
XI).

5. Se o executor do mandado verificar, com segurança, que o


réu entrou ou se encontra em alguma casa, o morador será
intimado a entregá-lo, à vista da ordem de prisão. Se não for
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obedecido imediatamente, o executor convocará duas


testemunhas e, sendo dia, entrará à força na casa, arrombando
as portas, se preciso. Sendo noite, o executor, depois da
intimação ao morador, e não sendo ela atendida, fará guardar
todas as saídas, tornando a casa incomunicável, e, assim que
amanhecer, arrombará as portas e efetuará a prisão (art. 293).

Obs.: desde os cinco dias antes da eleição e até 48 horas


depois, não poderá ser preso o eleitor, salvo em caso de
flagrante, sentença condenatória por crime inafiançável e
desrespeito a salvo conduto (CE, art. 236). Por sua vez, os
membros das mesas receptoras, os fiscais de partido e os
candidatos, nos 15 dias anteriores à eleição, só poderão ser
presos em caso de flagrante delito (art. 236, § 1º).

6. Emprego de força: é medida de caráter excepcional,


devendo ser limitada àquilo que seja indispensável para vencer
a resistência ativa do preso ou sua tentativa de fuga.

7. Uso de algemas: só é lícito o uso de algemas em caso de


resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à
integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de
terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena
de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da
autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que
se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado
(STF, Súmula Vinculante nº 11).

8. Mandado de prisão:

 Será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade judiciária;

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 Designará a pessoa que tiver de ser presa, por seu nome, alcunha ou
sinais característicos;

 Mencionará a infração penal que motivar a prisão;

 Declarará o valor da fiança arbitrada, quando afiançável a infração;

 Será dirigido a quem tiver qualidade para dar-lhe execução.

9. O mandado será passado em duplicata e o executor


entregará ao preso, logo depois da prisão, um dos exemplares
com declaração do dia, hora e lugar da diligência. Da entrega,
deverá o preso passar recibo no outro exemplar. Se recusar,
não souber ou não puder escrever, o fato será mencionado em
declaração, assinada por duas testemunhas.

10. Se a infração for inafiançável, a falta de exibição do

mandado não obstará a prisão, e o preso, em tal caso, será


imediatamente apresentado ao juiz que tiver expedido o
mandado (art. 287).

11. Prisão em território pertencente a outra jurisdição:

se o réu, sendo perseguido, passar ao território de outro


município ou comarca, o executor poderá efetuar-lhe a prisão
no lugar onde o alcançar, apresentando-o imediatamente à
autoridade local, que, depois de lavrado, se for o caso, o auto
de flagrante, providenciará a remoção do preso. Considera-se
que o executor segue em perseguição quando:
 Tendo avistado o réu, for perseguindo-o sem interrupção, embora
depois o tenha perdido de vista.

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 Sabendo, por indícios ou informações fidedignas, que o réu tenha


passado, há pouco tempo, em tal ou qual direção, pelo lugar em que o
procure, for no seu encalço.

12. Prisão para averiguação: é ilegal, pois ninguém pode ser

recolhido ao cárcere para, posteriormente, ter sua situação


esclarecida.

13. Prisão especial: é concedida às pessoas que, pela


relevância do cargo, função, emprego ou atividade
desempenhada na sociedade nacional, regional ou local, ou pelo
grau de instrução, estão sujeitas à prisão cautelar, decorrente
de infração penal.

14. Abrange autoridades civis e militares dos três poderes da

República. Pode ser relacionada com a natureza do crime, a


qualidade da pessoa e a fase do processo.

15. Considerando a gravidade das circunstâncias do crime e

ouvido o representante do Ministério Público, é possível que o


juiz autorize a prisão domiciliar do réu ou indiciado (acusado)
nas localidades em que não haja estabelecimento prisional
adequado ao recolhimento dos beneficiários da prisão especial
(STF, Rcl 7.872/RJ, DJ 18.02.2009).

16. Cabimento da prisão especial: serão recolhidos a


quartéis ou a prisão especial, quando sujeitos à prisão antes de
condenação definitiva:
 Os ministros de Estado;

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 Os governadores ou interventores de Estados ou Territórios, o


prefeito do Distrito Federal, seus respectivos secretários, os prefeitos
municipais, os vereadores e os chefes de Polícia;

 Os membros do Parlamento Nacional, do Conselho de Economia


Nacional e das Assembleias Legislativas dos Estados;

 Os cidadãos inscritos no "Livro de Mérito";

 Os oficiais das Forças Armadas e os militares dos Estados, do Distrito


Federal e dos Territórios;

 Os oficiais das Forças Armadas e do Corpo de Bombeiros;

 Os magistrados;

 Os diplomados por qualquer das faculdades superiores da República;

 Os ministros de confissão religiosa;

 Os ministros do Tribunal de Contas;

 Os membros do Ministério Público;

 Os advogados;

 Os cidadãos que já tiverem exercido efetivamente a função de


jurado, salvo quando excluídos da lista por motivo de incapacidade para
o exercício daquela função;

 Os delegados de polícia e os guardas-civis dos Estados e Territórios,


ativos e inativos.

17. O Presidente da República, quando submetido a


julgamento por prática de infração penal comum, não estará
sujeito à prisão, sendo preso apenas após a sentença penal
condenatória proferida pelo Supremo Tribunal Federal
(CF/1988, art. 86, § 3º).

18. O preso especial não será transportado juntamente com o

preso comum (art. 295, § 4º).

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19. PRISÃO EM FLAGRANTE (arts 301 a 310).

20. Conceito: é uma constrição da liberdade, independente de

ordem judicial, possuindo natureza cautelar, aplicada ao


cidadão que, em conflito com a lei, apresente-se em estado
flagrancial.

21. A expressão flagrante vem do verbo flagrare, que significa

queimar, arder. Refere-se ao fato que está acontecendo ou que


acabou de acontecer.

22. Qualquer um do povo poderá e as autoridades policiais e

seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado


em flagrante delito (art. 301).

23. Espécies de flagrante:

 Flagrante próprio (art. 302, I e II): também é chamado de


verdadeiro, real ou flagrante propriamente dito. Ocorre quando o agente
está cometendo a infração ou acaba de cometê-la.

 Flagrante impróprio (art. 302, III): também chamado de irreal


ou quase flagrante. Ocorre quando o agente comete o ato ilícito e é
perseguido, logo após.

Obs. 1: a expressão “logo após” compreende todo o espaço de tempo


necessário para a polícia chegar ao local, colher as provas elucidativas
da ocorrência do delito e dar início à perseguição do autor. Não tem
qualquer fundamento a regra popular de vinte e quatro horas de prazo
entre a hora do crime e a prisão em flagrante, pois, no caso do flagrante
impróprio, a perseguição pode levar até dias, desde que ininterrupta.

Obs. 2: não se exige que a perseguição esteja ocorrendo com a


percepção visual do agente. Por perseguição ininterrupta entendem-se
as constantes diligências, sem longos intervalos, realizadas pela
autoridade competente a fim de localizar e prender o criminoso.

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 Flagrante presumido (art. 302, IV): também chamado de ficto ou


assimilado. Ocorre quando o agente é preso com objetos que façam
presumir ser ele o autor da infração.

 Flagrante compulsório: é aquele que deve ser realizado pelas


autoridades policiais, sob pena de sanção disciplinar e, conforme o caso,
responsabilidade penal.

 Flagrante facultativo: é aquele que pode ser realizado por


qualquer do povo (art. 301).

 Flagrante esperado: é aquele em que a autoridade policial,


sabendo por fontes confiáveis que um ilícito será praticado, desloca-se
para determinado local e fica aguardando o início da execução do delito,
ou mesmo sua consumação, para efetuar o flagrante.

 Flagrante preparado ou provocado: é aquele em que o agente é


instigado a praticar determinado delito. Não há crime quando a
preparação do flagrante pela polícia torna impossível a consumação
(STF, Súmula 145).

 Flagrante forjado: é aquele em que uma situação é forjada com o


objetivo de incriminar alguém. Não há ocorrência do fato típico e a
autoridade responsável poderá responder por abuso de autoridade ou
denunciação caluniosa.

 Flagrante retardado (ação controlada): consiste na possibilidade


de a polícia não efetuar a prisão logo que verifica o delito, mas aguardar
ações posteriores visando obter maiores informações sobre a ação dos
criminosos e prendê-los em maior quantidade ou de maneira mais
efetiva. Tal tipo de flagrante só é aceito nas situações expressamente
previstas em nosso ordenamento jurídico, tais como:

I) Crimes cometidos por organizações criminosas, desde que


mantida sob observação e acompanhamento para que a medida legal
seja aplicada no instante mais eficaz (Lei nº 9.034/1995, art. 2º).

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Obs.: o artigo 2º, inciso II, da Lei nº 9.034/1995 não exige a prévia
autorização judicial para a realização da chamada "ação policial
controlada" (STJ, HC 119.205/MS, DJ 29.11.2009).

II) Crimes relacionados com o tráfico de drogas, desde que a ação


seja precedida de autorização judicial (Lei nº 11.343/2006, art. 53, §
2º).

24. Crimes permanentes: entende-se o agente em flagrante

delito enquanto não cessar a permanência (art. 303).

25. Crimes habituais: é cabível a prisão em flagrante, desde

que recolhidas provas da habitualidade.

26. Crimes de ação penal privada: não há impedimento para

a prisão em flagrante nos crimes de ação penal privada.


Todavia, caso o executor da prisão não seja o próprio ofendido,
deve este ratificá-la dentro do prazo de 24 horas.

27. Auto de prisão em flagrante: é o documento que


formaliza a prisão em flagrante.

28. Etapas para a elaboração do auto:

 Ouvir o condutor, confeccionar o termo com o que foi dito, colher a


assinatura (do termo pelo condutor) e entregar cópia do termo ao
condutor.

 Fornecer o recibo de entrega do preso ao condutor.

 Ouvir as testemunhas, reduzir o que foi dito a termo e colher as


assinaturas.

 Interrogar o acusado, alertando-o de seu direito ao silêncio e


observando-se, no que couber, os dispositivos do interrogatório judicial.
Reduzir a termo o exposto e colher a assinatura.

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 Lavrar o auto de prisão em flagrante (APF), que deverá ser assinado


pelo acusado.

29. Resultando da lavratura do auto a suspeita contra o


conduzido, a autoridade mandará recolhê-lo à prisão, exceto no
caso de livrar-se solto ou de prestar fiança, e prosseguirá nos
atos do inquérito ou processo, se para isso for competente; se
não o for, enviará os autos à autoridade que o seja.

30. Ausência de testemunhas: não impedirá a lavratura do

auto de prisão em flagrante. Todavia, nesse caso, com o


condutor, deverão assiná-lo pelo menos duas pessoas que
tenham testemunhado a apresentação do preso à autoridade.

31. Recusa do acusado em assinar o APF: a falta poderá

ser suprida pela assinatura de duas testemunhas que tenham


ouvido a leitura na presença do conduzido.

32. Garantias do preso: a prisão de qualquer pessoa e o local

onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz


competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à
pessoa por ele indicada. (art. 306).

33. Buscando dar máxima aplicabilidade à garantia acima


apresentada, impôs a Lei nº 12.403/2011 que a autoridade
policial, dentro de 24 horas após a prisão, encaminhe ao juiz
competente o auto de prisão em flagrante, sem a necessidade
de que contenha as oitivas colhidas (art. 306, § 1º, 1ª parte).

34. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá

fundamentadamente:
 Relaxar a prisão ilegal;

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 Converter a prisão em flagrante em preventiva, quando


presentes os requisitos constantes do art. 312, e se revelarem
inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da
prisão; ou

 Conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.

35. Também dentro do prazo de 24 horas, caso o autuado não

informe o nome de seu advogado, deverá ser enviada cópia


integral do auto de prisão em flagrante para a Defensoria
Pública (art. 306, § 1º, 2ª parte).

36. Não constitui irregularidade apta a anular o auto de prisão

a comunicação tardia feita à família do paciente quando de sua


prisão em flagrante (STJ, RHC 10.520/SP, DJ 23.04.2001).

37. A ausência de comunicação da prisão em flagrante ao juiz

competente não ocasiona nulidade (STJ, HC 28.575/BA, DJ


28.10.2003).

38. Nota de culpa: deverá ser entregue ao preso no prazo de

24 horas.

39. O atraso na entrega da nota de culpa ao investigado preso

em flagrante, embora constitua irregularidade, não determina a


nulidade do ato processual regularmente válido. É princípio
basilar do processo penal a assertiva de que não se declara
nulidade de ato, se dele não resultar prejuízo comprovado para
o réu, nos termos do art. 563 (STJ, HC 108.821/PR, DJ
15.06.2009).

40. Na nota de culpa, a autoridade policial dará ciência ao

preso dos motivos pelos quais foi realizada a prisão, do nome

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do condutor que o trouxe à delegacia, bem como do nome das


testemunhas.

41. Entregue a nota de culpa, deverá o preso passar um recibo

para a autoridade policial. Caso o indiciado não queira, não


possa ou não saiba assinar, a autoridade policial providenciará
para que duas testemunhas assinem em seu lugar.

42. Impossibilidade de flagrante:

 Apresentação espontânea: quando o próprio agente se apresenta


à autoridade policial, não é possível a ocorrência da prisão em flagrante.

Obs. 1: A Lei 12.403/2011 suprimiu os artigos 317 e 318, que tratavam


da apresentação espontânea. Todavia, a impossibilidade da lavratura do
flagrante nos casos de apresentação espontânea continua presente, pois
tal circunstância não se enquadra em qualquer das hipóteses previstas
no artigo 302.

Prestação de socorro em acidentes de trânsito: quando o condutor


do veículo prestar pronto e integral socorro à vítima, no caso de
acidentes de trânsito, não poderá ser preso em flagrante (Lei nº
9.503/1997, art. 301).

 Infração de menor potencial ofensivo: não será cabível a prisão


em flagrante ao autor de infração de menor potencial ofensivo que, após
a lavratura do termo circunstanciado, se dirigir imediatamente ao
Juizado Especial Criminal ou assumir o compromisso de nele comparecer
quando intimado (Lei nº 9.099/1995, art. 69, parágrafo único).

43. PRISÃO PREVENTIVA (arts. 311 a 316).

44. Conceito: prisão cautelar de natureza processual,


decretada pelo juiz em qualquer fase da investigação policial ou
do processo penal, antes do trânsito em julgado, sempre que

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estiverem preenchidos os requisitos legais e ocorrerem os


motivos autorizadores.

45. Cabimento: a prisão preventiva poderá ser decretada nas

seguintes situações:
 Garantia da ordem pública;

 Garantia da ordem econômica;

 Conveniência da instrução criminal;

 Garantia da aplicação da lei penal.

Obs. 1: A prisão preventiva também poderá ser decretada em


caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas
por força de outras medidas cautelares.

46. Além do enquadramento da medida em uma das supracitadas


hipóteses, será necessário:

 Que se trate de crime doloso e punido com pena privativa de


liberdade máxima superior a 04 (quatro) anos; ou

 Que o agente tenha sido condenado por outro crime doloso, em


sentença transitada em julgado, ressalvada a hipótese de decretação da
prisão preventiva nos casos de crimes punidos com pena de detenção
quando se apurar que o indiciado é vadio; ou

 Que o crime envolva violência doméstica e familiar contra a mulher,


criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para
garantir a execução das medidas protetivas de urgência.

Obs. 1: Também será admitida a prisão preventiva quando houver


dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer
elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado
imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra
hipótese recomendar a manutenção da medida (art. 313, parágrafo
único).

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47. Necessidade de motivação: a decisão que decretar,


substituir ou denegar a prisão preventiva será sempre
motivada. (art. 315).

48. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no correr do

processo, verificar a falta de motivo para que subsista, bem


como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a
justifiquem (art. 316).

49. Prazo: não possui prazo para a sua duração determinado

em lei, mas deve atender aos princípios da proporcionalidade e


da necessidade.

50. A excepcionalidade maior da prisão preventiva direciona à

observação rígida dos prazos processuais. Extravasados, impõe


reconhecer a ilicitude da custódia, afastando-a (STF, HC
86.104/SE, DJ 23.03.2007).

51. Apresentação espontânea: não impedirá a decretação

da prisão preventiva nos casos em que a lei a autoriza.

52. Repercussão social: a mera afirmação de suposta


periculosidade, de gravidade em abstrato do crime e de clamor
social, por si só, não são suficientes para fundamentar a prisão
preventiva, sob pena de transformar o acusado em instrumento
para a satisfação do anseio coletivo pela resposta penal (STF,
HC 93.971/SP, DJ 20.03.2009).

53. PRISÃO DOMICILIAR

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54. A prisão domiciliar consiste no recolhimento do indiciado ou

acusado em sua residência, só podendo dela ausentar-se com


autorização judicial.

Obs. 1: a prisão domiciliar aqui tratada não se confunde com a


prevista no art. 117 da Lei de Execução Penal, que pode ser
determinada pelo magistrado por ocasião do cumprimento da
pena definitiva.

55. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar

quando o agente for:


 Maior de 80 (oitenta) anos;

 Extremamente debilitado por motivo de doença grave;

 Imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis)


anos de idade ou com deficiência;

 Gestante a partir do 7o (sétimo) mês de gravidez ou sendo esta de


alto risco.

56. PRISÃO TEMPORÁRIA (Lei nº 7.960/1989).

57. Conceito: é a prisão cautelar de natureza processual

destinada a possibilitar as investigações a respeito dos crimes


graves, durante o inquérito policial.

58. Cabimento: a prisão temporária poderá ser decretada nas

seguintes hipóteses:
 Quando imprescindível para as investigações do inquérito policial;

 Quando o indiciado não tiver residência fixa ou não fornecer


elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade;

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 Quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova


admitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos
seguintes crimes:

I) Homicídio doloso;

II) Sequestro ou cárcere privado;

III) Roubo;

IV) Extorsão;

V) Extorsão mediante sequestro;

VI) Estupro;

VII) Rapto violento;

VIII) Epidemia com resultado de morte;

IX) Envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou


medicinal qualificado pela morte;

X) Quadrilha ou bando;

XI) Genocídio em qualquer de suas formas típicas;

XII) Tráfico de drogas;

XIII) Crimes contra o sistema financeiro.

59. Fundamentação: é evidente o constrangimento ilegal se a

prisão temporária for determinada tão somente para uma


melhor apuração do delito, sem a demonstração concreta da
imprescindibilidade da medida, ressaltando-se que o despacho
que decretar a prisão temporária deverá ser fundamentado
(STJ, RHC 20.410/RJ, DJ 09.11.2009).

60. Legitimidade: a legitimidade da decretação da prisão

temporária é do juiz, que deverá prolatá-la e fundamentá-la em


um prazo de 24 horas após representação da autoridade policial
(ouvido o Ministério Público) ou requerimento do MP.

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61. Mandado de prisão: decretada a prisão temporária,


expedir-se-á mandado de prisão, em duas vias, uma das quais
será entregue ao indiciado e servirá como nota de culpa.

62. A prisão somente poderá ser executada depois da


expedição de mandado judicial.

63. Prazo: a prisão temporária terá o prazo de 05 (cinco) dias,

prorrogável por igual período em caso de extrema e


comprovada necessidade.

64. Decorrido o prazo de cinco dias de detenção, o preso

deverá ser posto imediatamente em liberdade, salvo se já tiver


sido decretada sua prisão preventiva.

65. Os presos temporários deverão permanecer,


obrigatoriamente, separados dos demais detentos.

*******************************************************************

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Caros Alunos,

Neste momento, chegamos ao final do nosso curso (pelo menos da parte


teórica) e queria que soubessem que para mim é uma grande felicidade
saber que, mesmo com uma pequena parcela, pude contribuir nesta busca
árdua pela aprovação.
Agora é seguir em frente com força total, pois, em breve, todo o esforço será
recompensado.
De agora em diante, deixo de ser simplesmente o “professor” e passo a ser
mais um “concurseiro de carteirinha” que sempre estará pronto a ajudá-los
no que for preciso de agora até a tão esperada APROVAÇÃO.

Abraços e bons estudos,

Pedro Ivo

“O futuro pertence àqueles que acreditam na beleza de seus sonhos.”


Eleanor Roosevelt

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PRINCIPAIS ARTIGOS TRATADOS NA AULA

LEI Nº 7.960, DE 21 DE DEZEMBRO DE 1989

Art. 1° Caberá prisão temporária:


I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial;
II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos
necessários ao esclarecimento de sua identidade;
III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na
legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes:
a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°);
b) seqüestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1° e 2°);
c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);
d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°);
e) extorsão mediante seqüestro (art. 159, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);
f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo
único);
h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 caput, e parágrafo
único);
i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°);
j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal
qualificado pela morte (art. 270, caput, combinado com art. 285);
l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal;
m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de outubro de 1956), em
qualquer de sua formas típicas;
n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de outubro de 1976);
o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16 de junho de 1986).
Art. 2° A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da representação da
autoridade policial ou de requerimento do Ministério Público, e terá o prazo de 5
(cinco) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada
necessidade.
§ 1° Na hipótese de representação da autoridade policial, o Juiz, antes de decidir,
ouvirá o Ministério Público.

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§ 2° O despacho que decretar a prisão temporária deverá ser fundamentado e
prolatado dentro do prazo de 24 (vinte e quatro) horas, contadas a partir do
recebimento da representação ou do requerimento.
§ 3° O Juiz poderá, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público e do
Advogado, determinar que o preso lhe seja apresentado, solicitar informações e
esclarecimentos da autoridade policial e submetê-lo a exame de corpo de delito.
§ 4° Decretada a prisão temporária, expedir-se-á mandado de prisão, em duas vias,
uma das quais será entregue ao indiciado e servirá como nota de culpa.
§ 5° A prisão somente poderá ser executada depois da expedição de mandado
judicial.
§ 6° Efetuada a prisão, a autoridade policial informará o preso dos direitos previstos
no art. 5° da Constituição Federal.
§ 7° Decorrido o prazo de cinco dias de detenção, o preso deverá ser posto
imediatamente em liberdade, salvo se já tiver sido decretada sua prisão preventiva.
Art. 3° Os presos temporários deverão permanecer, obrigatoriamente, separados
dos demais detentos.

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SIMULADO

1. (CESPE / Juiz - TJ-PB / 2011) O arquivamento do inquérito por


falta de embasamento para a denúncia pode ser ordenado pela
autoridade judiciária ou policial; nesse caso, a polícia judiciária, se
de outras provas tiver notícia, poderá proceder a novas pesquisas.

2. (CESPE / Juiz - TJ-PB / 2011) Nas comarcas em que houver mais


de uma circunscrição policial, a autoridade com exercício em uma
delas poderá, nos inquéritos que conduza, ordenar diligências em
circunscrição de outra, desde que por intermédio de carta precatória.

3. (CESPE / Juiz - TJ-PB / 2011) Permite-se a utilização de inquéritos


policiais em curso para agravar a pena-base do agente reincidente
que responda a processo criminal.

4. (CESPE / Delegado - PC-ES / 2011) Marcelo recebeu sentença


condenatória baseada, unicamente, em elementos coligidos na fase
do inquérito. Nessa situação, a jurisprudência do STF reconhece a
insubsistência do pronunciamento condenatório sob o fundamento de
violação ao princípio do contraditório.

5. (CESPE / Promotor - MPE-RO / 2010) Com o advento da CF, que


assegurou o contraditório e a ampla defesa nos procedimentos
administrativos, o IP atual deve observar tais princípios, apesar da
ausência de previsão no CPP.

6. (CESPE / Promotor - MPE-RO / 2010) O IP é um procedimento


sigiloso, não se estendendo o sigilo ao advogado, que poderá ter
amplo acesso aos elementos de prova que já estiverem
documentados nos autos e se refiram ao exercício do direito de
defesa.

7. (CESPE / Promotor - MPE-RO / 2010) A prova pericial, apesar de


colhida durante o IP, é prova técnica e se submete ao contraditório
diferido, razão pela qual tem valor probatório absoluto e não pode
ser desconsiderada pelo juiz no momento da sentença.

8. (CESPE / Analista Judiciário - TRE-MT / 2010) Qualquer pessoa do


povo que tiver conhecimento da existência de crime de ação penal

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pública poderá comunicar o fato à autoridade policial, a qual fica


obrigada a instaurar o inquérito respectivo.

9. (CESPE / Analista Judiciário - TRE-MT / 2010) Nas ações penais


públicas condicionadas à representação, o inquérito policial pode ser
instaurado sem representação do ofendido ou de seu representante
legal, desde que a parte se comprometa a juntar a representação
antes da apresentação do relatório final.

10. (CESPE / Analista Judiciário - TRE-MT / 2010) O Ministério


Público não poderá repudiar ação penal privada subsidiária da
pública e, em seu lugar, oferecer denúncia substitutiva.

11. (CESPE / Polícia Federal – DPF / 2009) Não se admite a


acareação entre o acusado e a pessoa ofendida, considerando-se que
o acusado tem o direito constitucional ao silêncio, e o ofendido não
será compromissado.

12. (CESPE / Polícia Federal – DPF / 2009) Excepcionalmente, o juiz,


por decisão fundamentada, de ofício ou a requerimento das partes,
poderá realizar o interrogatório do réu preso por meio de
videoconferência.

13. (CESPE / Promotor – MPE/TO / 2004) O exame de corpo de


delito não se realiza nos domingos e feriados.

14. (CESPE / Promotor – MPE/TO / 2004) Desaparecendo os


vestígios da infração, a prova testemunhal pode suprir a falta do
exame de corpo de delito.

15. (CESPE / Promotor – MPE/TO / 2004) Ocorrido um furto


mediante arrombamento, a vítima solicitou a realização do exame
pericial ao delegado de polícia, que considerou que, nos autos do
inquérito policial, havia provas fartas indicando a autoria do fato.
Nesse caso hipotético, o delegado de polícia deve negar a perícia por
não ser necessária ao esclarecimento da verdade.

16. (CESPE / Delegado – DPF / 2002) Considere a seguinte situação


hipotética. Ana foi agredida fisicamente por Marcos com socos e
pontapés, sofrendo lesões corporais de natureza leve. Passados dois
meses do evento, Ana compareceu perante a autoridade policial e

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apresentou representação contra o agressor. Na ocasião, entretanto,


os vestígios das lesões tinham desaparecido. Nessa situação, será
possível o exame de corpo de delito de forma indireta por meio da
prova testemunhal.

17. (CESPE / Delegado – DPF / 2002) São inadmissíveis no processo


as provas obtidas por meios ilícitos. Adicionalmente, segundo o
Código de Processo Penal , decreta-se a nulidade das provas
subseqüentes obtidas com fundamento na ilícita (prova ilícita por
derivação).

18. (CESPE / Papiloscopista – DPF / 2004) O juiz responsável por


ação de crime cometido por funcionário público ficará vinculado ao
laudo pericial, não podendo rejeitá-lo.

19. (CESPE/ Perito Legista – AC / 2006) O exame de corpo de delito


constitui prova indireta.

20. (CESPE/ Perito Legista – AC / 2006) Diante dos sinais de certeza


da morte, bastará sempre o exame externo do cadáver para a
conclusão do laudo de exame cadavérico.

21. (CESPE / Analista Judiciário - TRE-MT / 2010) A prisão


temporária pode ser decretada de ofício pelo juiz, pelo prazo
improrrogável de cinco dias, presentes as condições legais.

22. (CESPE / Agente - Polícia Federal / 2004) A prisão temporária


não pode ser decretada de ofício pelo juiz.

23. (OAB-DF 2007) Em matéria de prisão processual, assinale a


alternativa INCORRETA:

A) A prisão administrativa, decretada pela autoridade administrativa, não foi


recepcionada pela Constituição Federal de 1988;
B) A prisão em flagrante não deverá subsistir nos casos de exclusão de
ilicitude.
C) A prisão temporária, em todos os casos legais, somente poderá ser
decretada por cinco dias, prorrogável por igual período em caso de extrema
e comprovada necessidade;

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D) A prisão em virtude de sentença condenatória recorrível não deverá ser


decretada se o acusado for primário e de bons antecedente, assim,
reconhecido na sentença penal condenatória.

24. (CESPE / Analista Administrativo - DPU / 2010) A prisão


preventiva e a prisão temporária possuem a mesma finalidade e
momento para decretação. A primeira ocorre nas ações penais
públicas e a segunda, nas ações penais privadas.

25. (CESPE / Agente de Investigação e Escrivão de Polícia – PC-PB /


2008) A prisão temporária só é cabível durante a fase de inquérito
policial, sendo vedada a sua decretação no curso da ação penal.

26. (CESPE / Agente de Investigação e Escrivão de Polícia – PC-PB /


2008) A prisão temporária é decretada pelo juiz, de ofício ou em face
de representação de autoridade policial ou de requerimento do
Ministério Público, e tem prazo de cinco dias, prorrogável por igual
período em caso de extrema e comprovada necessidade.

27. (CESPE / Agente - PC-TO / 2008) A prisão preventiva e a prisão


temporária, exemplos de prisão cautelar, antecipam o
reconhecimento de culpa com a conseqüente privação da liberdade
do indivíduo, pois o juízo que se faz, ao decretá-las, é de
culpabilidade.

28. (CESPE / Delegado - PC-PB / 2008) Pode ser decretada a prisão


temporária em qualquer fase do IP ou da ação penal.

29. (CESPE / Delegado - PC-PB / 2008) A prisão temporária pode ser


decretada por intermédio de representação da autoridade policial ou
do membro do MP, assim como ser decretada de ofício pelo juiz
competente.

30. (CESPE / Delegado - PC-PB / 2008) O prazo da prisão


temporária, que em regra é de 5 dias, prorrogáveis por igual período,
é fatal e peremptório, de modo que, esgotado, o preso deve ser
imediatamente posto em liberdade, não podendo ser a prisão
convertida em preventiva.

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31. (CESPE / Delegado - PC-PB / 2008) Quando a prisão temporária


for requerida pela autoridade policial, por intermédio de
representação, não haverá necessidade de prévia oitiva do MP,
devendo o juiz decidir o pedido formulado no prazo máximo de 24
horas.

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SIMULADO COMENTADO

1. (CESPE / Juiz - TJ-PB / 2011) O arquivamento do inquérito por


falta de embasamento para a denúncia pode ser ordenado pela
autoridade judiciária ou policial; nesse caso, a polícia judiciária, se
de outras provas tiver notícia, poderá proceder a novas pesquisas.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de
inquérito (art. 17).

2. (CESPE / Juiz - TJ-PB / 2011) Nas comarcas em que houver mais


de uma circunscrição policial, a autoridade com exercício em uma
delas poderá, nos inquéritos que conduza, ordenar diligências em
circunscrição de outra, desde que por intermédio de carta precatória.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Segundo o art. 22, do CPP, no Distrito Federal e nas
comarcas em que houver mais de uma circunscrição policial, a autoridade
com exercício em uma delas poderá, nos inquéritos a que esteja procedendo,
ordenar diligências em circunscrição de outra, independentemente de
precatórias ou requisições, e bem assim providenciará, até que compareça a
autoridade competente, sobre qualquer fato que ocorra em sua presença,
noutra circunscrição.

3. (CESPE / Juiz - TJ-PB / 2011) Permite-se a utilização de inquéritos


policiais em curso para agravar a pena-base do agente reincidente
que responda a processo criminal.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Nos atestados de antecedentes que Ihe forem solicitados,
a autoridade policial não poderá mencionar quaisquer anotações referentes a
instauração de inquérito contra os requerentes, salvo no caso de existir
condenação anterior.

4. (CESPE / Delegado - PC-ES / 2011) Marcelo recebeu sentença


condenatória baseada, unicamente, em elementos coligidos na fase
do inquérito. Nessa situação, a jurisprudência do STF reconhece a

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insubsistência do pronunciamento condenatório sob o fundamento de


violação ao princípio do contraditório.

GABARITO: CERTA
COMENTÁRIOS: Surge insubsistente pronunciamento condenatório
baseado, unicamente, em elementos coligidos na fase de inquérito (STF, HC
96.356).

5. (CESPE / Promotor - MPE-RO / 2010) Com o advento da CF, que


assegurou o contraditório e a ampla defesa nos procedimentos
administrativos, o IP atual deve observar tais princípios, apesar da
ausência de previsão no CPP.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: O IP é procedimento administrativo, não se aplicando tais
princípios.

6. (CESPE / Promotor - MPE-RO / 2010) O IP é um procedimento


sigiloso, não se estendendo o sigilo ao advogado, que poderá ter
amplo acesso aos elementos de prova que já estiverem
documentados nos autos e se refiram ao exercício do direito de
defesa.

GABARITO: CERTA
COMENTÁRIOS: Reproduz a súmula 14 do STF.

7. (CESPE / Promotor - MPE-RO / 2010) A prova pericial, apesar de


colhida durante o IP, é prova técnica e se submete ao contraditório
diferido, razão pela qual tem valor probatório absoluto e não pode
ser desconsiderada pelo juiz no momento da sentença.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: A prova não tem valor absoluto.

8. (CESPE / Analista Judiciário - TRE-MT / 2010) Qualquer pessoa do


povo que tiver conhecimento da existência de crime de ação penal
pública poderá comunicar o fato à autoridade policial, a qual fica
obrigada a instaurar o inquérito respectivo.

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GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Segundo o parágrafo 3º, do art. 5º, do CPP, qualquer
pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em
que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à
autoridade policial, e esta, VERIFICADA A PROCEDÊNCIA DAS
INFORMAÇÕES, mandará instaurar inquérito.

9. (CESPE / Analista Judiciário - TRE-MT / 2010) Nas ações penais


públicas condicionadas à representação, o inquérito policial pode ser
instaurado sem representação do ofendido ou de seu representante
legal, desde que a parte se comprometa a juntar a representação
antes da apresentação do relatório final.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de
representação, não poderá sem ela ser iniciado.

10. (CESPE / Analista Judiciário - TRE-MT / 2010) O Ministério


Público não poderá repudiar ação penal privada subsidiária da
pública e, em seu lugar, oferecer denúncia substitutiva.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Segundo o art. 29 do CPP, será admitida ação privada nos
crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao
Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer DENÚNCIA
SUBSTITUTIVA, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos
de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligênia do
querelante, retomar a ação como parte principal.

11. (CESPE / Polícia Federal – DPF / 2009) Não se admite a


acareação entre o acusado e a pessoa ofendida, considerando-se que
o acusado tem o direito constitucional ao silêncio, e o ofendido não
será compromissado.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: O artigo 229 do CPP prevê expressamente a possibilidade
de acareação entre o acusado e o ofendido. Observe:

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Art. 229. A acareação será admitida entre acusados, entre


acusado e testemunha, entre testemunhas, entre acusado ou
testemunha e a pessoa ofendida, e entre as pessoas ofendidas,
sempre que divergirem, em suas declarações, sobre fatos ou
circunstâncias relevantes.

12. (CESPE / Polícia Federal – DPF / 2009) Excepcionalmente, o juiz,


por decisão fundamentada, de ofício ou a requerimento das partes,
poderá realizar o interrogatório do réu preso por meio de
videoconferência.

GABARITO: CERTA
COMENTÁRIOS: O item está correto, pois reproduz o início do parágrafo 2º
do artigo 185. Veja:

§ 2o Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de


ofício ou a requerimento das partes, poderá realizar o
interrogatório do réu preso por sistema de videoconferência ou
outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens
em tempo real, desde que a medida seja necessária para
atender a uma das seguintes finalidades [...].

13. (CESPE / Promotor – MPE/TO / 2004) O exame de corpo de


delito não se realiza nos domingos e feriados.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Contraria o art. 161 do CPP.

Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito em


qualquer dia e a qualquer hora.

14. (CESPE / Promotor – MPE/TO / 2004) Desaparecendo os


vestígios da infração, a prova testemunhal pode suprir a falta do
exame de corpo de delito.

GABARITO: CERTA

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COMENTÁRIOS: Questão recorrente em prova. Atenção com o art. 167.


Veja:

Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por


haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal
poderá suprir-lhe a falta.

15. (CESPE / Promotor – MPE/TO / 2004) Ocorrido um furto


mediante arrombamento, a vítima solicitou a realização do exame
pericial ao delegado de polícia, que considerou que, nos autos do
inquérito policial, havia provas fartas indicando a autoria do fato.
Nesse caso hipotético, o delegado de polícia deve negar a perícia por
não ser necessária ao esclarecimento da verdade.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Contraria o art. 184 do CPP.

Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz


ou a autoridade policial negará a perícia requerida pelas partes,
quando não for necessária ao esclarecimento da verdade.

16. (CESPE / Delegado – DPF / 2002) Considere a seguinte situação


hipotética. Ana foi agredida fisicamente por Marcos com socos e
pontapés, sofrendo lesões corporais de natureza leve. Passados dois
meses do evento, Ana compareceu perante a autoridade policial e
apresentou representação contra o agressor. Na ocasião, entretanto,
os vestígios das lesões tinham desaparecido. Nessa situação, será
possível o exame de corpo de delito de forma indireta por meio da
prova testemunhal.

GABARITO: CERTA
COMENTÁRIOS: A alternativa está em conformidade com o art. 168 do CPP,
o qual dispõe sobre os casos de lesões corporais. Observe:

Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame


pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á a exame
complementar por determinação da autoridade policial ou
judiciária, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público, do
ofendido ou do acusado, ou de seu defensor.

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§ 1o No exame complementar, os peritos terão presente o auto


de corpo de delito, a fim de suprir-lhe a deficiência ou retificá-
lo.
§ 2o Se o exame tiver por fim precisar a classificação do delito
no art. 129, § 1o, I, do Código Penal, deverá ser feito logo que
decorra o prazo de 30 dias, contado da data do crime.
§ 3o A falta de exame complementar poderá ser suprida pela
prova testemunhal.

17. (CESPE / Delegado – DPF / 2002) São inadmissíveis no processo


as provas obtidas por meios ilícitos. Adicionalmente, segundo o
Código de Processo Penal , decreta-se a nulidade das provas
subseqüentes obtidas com fundamento na ilícita (prova ilícita por
derivação).

GABARITO: CERTA
COMENTÁRIOS: Assim como as provas ilícitas não podem constar em um
processo, as derivadas também não encontram cabimento. Observe com
atenção no parágrafo 1º:

Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do


processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em
violação a normas constitucionais ou legais.
§ 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das
ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade
entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser
obtidas por uma fonte independente das primeiras.
§ 2o Considera-se fonte independente aquela que por si só,
seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios da
investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao
fato objeto da prova.

18. (CESPE / Papiloscopista – DPF / 2004) O juiz responsável por


ação de crime cometido por funcionário público ficará vinculado ao
laudo pericial, não podendo rejeitá-lo.

GABARITO: ERRADA

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COMENTÁRIOS: Segundo o art. 182, do CPP, o juiz não ficará adstrito ao


laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte.

19. (CESPE/ Perito Legista – AC / 2006) O exame de corpo de delito


constitui prova indireta.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: O exame de corpo de delito é uma prova direta. JOSÉ
FREDERICO MARQUES ensina que “a prova indireta é também chamada de
circunstancial, e JOÃO MENDES JÚNIOR assim a define: “prova circunstancial
é, pois, aquela que se deduz da existência de um fato ou de um grupo de
fatos, que, aplicando-se imediatamente ao fato principal, levem a concluir
que este fato existiu”.

20. (CESPE/ Perito Legista – AC / 2006) Diante dos sinais de certeza


da morte, bastará sempre o exame externo do cadáver para a
conclusão do laudo de exame cadavérico.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: A palavra “SEMPRE” contraria o parágrafo único do art. 162,
observe:

Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do
óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte,
julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que
declararão no auto.
Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o
simples exame externo do cadáver, quando não houver infração
penal que apurar, ou quando as lesões externas permitirem
precisar a causa da morte e não houver necessidade de exame
interno para a verificação de alguma circunstância relevante.

21. (CESPE / Analista Judiciário - TRE-MT / 2010) A prisão


temporária pode ser decretada de ofício pelo juiz, pelo prazo
improrrogável de cinco dias, presentes as condições legais.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Como vimos, o prazo não é improrrogável.

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22. (CESPE / Agente - Polícia Federal / 2004) A prisão temporária


não pode ser decretada de ofício pelo juiz.

GABARITO: CERTA
COMENTÁRIOS: Mais uma questão que exige o conhecimento do
entendimento da jurisprudência majoritária segundo a qual não é possível a
decretação de ofício da prisão temporária.

23. (OAB-DF 2007) Em matéria de prisão processual, assinale a


alternativa INCORRETA:

A) A prisão administrativa, decretada pela autoridade administrativa, não foi


recepcionada pela Constituição Federal de 1988;
B) A prisão em flagrante não deverá subsistir nos casos de exclusão de
ilicitude.
C) A prisão temporária, em todos os casos legais, somente poderá ser
decretada por cinco dias, prorrogável por igual período em caso de extrema
e comprovada necessidade;
D) A prisão em virtude de sentença condenatória recorrível não deverá ser
decretada se o acusado for primário e de bons antecedente, assim,
reconhecido na sentença penal condenatória.

GABARITO: C
COMENTÁRIOS: A única alternativa incorreta é a “C”, pois, caso se trate de
suspeito de crime hediondo, pratica de tortura, tráfico ilicito de substâncias
entorpecentes e drogas afins e, de terrorismo, a prisão temporária poderá
durar trinta dias, prorrogáveis pelo mesmo prazo

24. (CESPE / Analista Administrativo - DPU / 2010) A prisão


preventiva e a prisão temporária possuem a mesma finalidade e
momento para decretação. A primeira ocorre nas ações penais
públicas e a segunda, nas ações penais privadas.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: A prisão preventiva pode ser decretada tanto na fase do
IP, quanto na fase processual; já a prisão temporária somente poderá ser
decretada na fase do IP.

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25. (CESPE / Agente de Investigação e Escrivão de Polícia – PC-PB /


2008) A prisão temporária só é cabível durante a fase de inquérito
policial, sendo vedada a sua decretação no curso da ação penal.

GABARITO: CERTA
COMENTÁRIOS: Perfeito comentário sobre a prisão temporária.

26. (CESPE / Agente de Investigação e Escrivão de Polícia – PC-PB /


2008) A prisão temporária é decretada pelo juiz, de ofício ou em face
de representação de autoridade policial ou de requerimento do
Ministério Público, e tem prazo de cinco dias, prorrogável por igual
período em caso de extrema e comprovada necessidade.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: MAIS UMA!!! Prisão temporária não pode ser decretada de
ofício.

27. (CESPE / Agente - PC-TO / 2008) A prisão preventiva e a prisão


temporária, exemplos de prisão cautelar, antecipam o
reconhecimento de culpa com a conseqüente privação da liberdade
do indivíduo, pois o juízo que se faz, ao decretá-las, é de
culpabilidade.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Completamente errada com base no princípio da presunção
da inocência que persiste até a sentença judicial transitada em julgado. A
prisão cautelar não pressupõe CULPABILIDADE.

28. (CESPE / Delegado - PC-PB / 2008) Pode ser decretada a prisão


temporária em qualquer fase do IP ou da ação penal.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Atenção!!! Prisão temporária só no inquérito.

29. (CESPE / Delegado - PC-PB / 2008) A prisão temporária pode ser


decretada por intermédio de representação da autoridade policial ou

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do membro do MP, assim como ser decretada de ofício pelo juiz


competente.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Segundo a Lei nº. 7.960/89: Art. 2º A prisão temporária
será decretada pelo Juiz, em face da representação da autoridade policial ou
de requerimento do Ministério Público [...]. Assim, segundo a doutrina
majoritária, não pode ser decretada de ofício.

30. (CESPE / Delegado - PC-PB / 2008) O prazo da prisão


temporária, que em regra é de 5 dias, prorrogáveis por igual período,
é fatal e peremptório, de modo que, esgotado, o preso deve ser
imediatamente posto em liberdade, não podendo ser a prisão
convertida em preventiva.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Como vimos, ele poderá permanecer preso se decretada a
prisão preventiva.

31. (CESPE / Delegado - PC-PB / 2008) Quando a prisão temporária


for requerida pela autoridade policial, por intermédio de
representação, não haverá necessidade de prévia oitiva do MP,
devendo o juiz decidir o pedido formulado no prazo máximo de 24
horas.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Dispõe o Art. 2º, § 1° da Lei 7.960/89: Na hipótese de
representação da autoridade policial, o Juiz, antes de decidir, ouvirá o
Ministério Público.

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GABARITO

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16-C 17-C 18-E 19-E 20-E

21-E 22-C 23-C 24-E 25-C

26-E 27-E 28-E 29-E 30-E

31-E ***** ***** ***** *****

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