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Universidade Federal do Ceará

Centro de Ciências
Departamento de Matemática
2019.1

Notas de Aula - 20/03/2019


Diferencial, Vetor Gradiente e Regra da Cadeia

Dados de Identicação
Disciplina: Cálculo Integral e Dif. de Funções de Várias Variáveis - CB0606
Professor: Victor Gomes
Diferencial
Para funções de uma variável y = f (x), denimos o diferencial dx como uma variável
independente. A diferencial de y é dada por:

dy = f 0 (x)dx.

Seja z = f (x, y) uma função diferenciável. É natural denir:


∂f ∂f
dz = (x, y)dx + (x, y)dy.
∂x ∂y

Seja o plano tangente T dado por:


∂f ∂f
T (x, y) = f (x0 , y0 ) + (x0 , y0 )(x − x0 ) + d (x0 , y0 )(y − y0 ).
∂x ∂y

Fazendo x = x0 + h e y = y0 + k , vem:
∂f ∂f
T (x, y) − f (x0 , y0 ) = (x0 , y0 )h + (x0 , y0 )k .
∂x ∂y
| {z }
L(h,k)

Temos L(h, k) como sendo a variação que T sofre quando se passa do ponto (x0 , y0 ) para
(x0 + h, y0 + k).

Por outro lado,


∂f ∂f
f (x0 + h, y0 + k) − f (x0 , y0 ) ∼
= (x, y)h + (x, y)k
∂x ∂y

Daí,
∆z ∼
= dz.

1
Vetor Gradiente
Seja z = f (x, y) uma função que admite derivadas parciais em (x0 , y0 ). O vetor gradiente é
denido por:
∂f ∂f
∇f (x0 , y0 ) + h (x0 , y0 ), (x0 , y0 )i.
∂x ∂y

Veja que
∂f ∂f
f (x, y) = f (x0 , y0 ) + (x0 , y0 )(x − x0 ) + (x0 , y0 )(y − y0 )
∂x ∂y
pode ser reescrita como

f (x, y) = f (x0 , y0 ) + ∇f (x0 , y0 ) · [(x, y) − (x0 , y0 )] + E(h, k).

Fazendo (x, y) = X e (x0 , y0 ) = X0 , temos

f (X) = f (X0 ) + ∇f (X0 ) · [X − X0 ] + E(h, k).

Portanto, denimos

f 0 (x0 , y0 ) = ∇f (x0 , y0 ).

Regra da Cadeia
Lema: Se f : A ⊂ R2 → R, A aberto, for diferenciável em x0 ∈ A, então existe uma função
ϕ(x) denida em A tal que

f (x) − f (x0 ) = ∇f (x0 )(x − x0 ) + ϕ(x)(x − x0 )

com

lim ϕ(x) = ϕ(x0 ).


x→x0

Demonstração:

 E(x) , x 6= x

0
Dena ϕ(x) = |x − x0 |
0, x = x0

Teorema: Sejam f : A ⊂ R2 → R, A aberto e γ : I → R2 , tais que γ(t) ∈ A, ∀t ∈ I . Se γ


for diferenciável em t0 e f em x0 = γ(t0 ), então F (t) = f (γ(t)) é diferenciável em t0 e

F 0 (t0 ) = ∇f (γ(t0 )).γ 0 (t0 ).

Demonstração:
Pelo Lema, ∀x ∈ A temos

2
f (x) − f (x0 ) = ∇f (x0 )(x − x0 ) + ϕ(x)|x − x0 |

Daí,

f (γ(t)) − f (γ(t0 )) γ(t) − γ(t0 ) |γ(t) − γ(t0 )|


= ∇f (γ(t0 )) + ϕ(γ(t)) .
t − t0 t − t0 t − t0

Reescrevendo, vem

f (γ(t)) − f (γ(t0 )) γ(t) − γ(t0 ) |t − t0 | γ(t) − γ(t0 )


= ∇f (γ(t0 )) + ϕ(γ(t)) k k.
t − t0 t − t0 t − t0 t − t0

Pela denição de derivada, resulta nalmente

F (t) − F (t0 ) f (γ(t)) − f (γ(t0 ))


F 0 (t0 ) = lim = lim = ∇f (γ(t0 )) · γ 0 (t0 ).
t→t0 t − t0 t→t0 t − t0

Fazendo γ(t) = (x(t), y(t)), temos


∂f ∂f dx dy
∇f (x0 , y0 ) = h (x(t), y(t)), (x(t), y(t))i e γ 0 (t) = h , i
∂x ∂y dt dt

Logo,

dF ∂f dx ∂f dy
= + .
dt ∂x dt ∂y dt

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