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AULA 01

DIREITO ADMINISTRATIVO

Profª Tatiana Marcello


Direito Administrativo

AULA 01

Olá, pessoal! Eu sou a Tatiana Marcello, professora de Direito Ad-


ministrativo aqui da Casa do Concurseiro; e hoje teremos a nossa
primeira aula do curso para Técnico do Seguro Social do INSS!!
A nossa aula é focada para o nível médio, então não se
preocupem, pois irei facilitar o entendimento dos ter-
mos jurídicos para vocês!

Não temos aqui a possibilidade de acompanhar a Lei 8.112 artigo por artigo pois isso tomaria
muito tempo. O que fazemos então é direcionar os estudos para aquilo que tem maior probabi-
lidade de ser pedido em prova. Claro que às vezes é possível que a banca mude seu perfil, po-
rém isso é pouco provável para esse concurso, tendo em vista que a banca será a CESPE, ou al-
guma outra no padrão CESPE, bancas que se pode traçar um perfil. Não vamos ler aqui artigo
por artigo porém, é importante que você aluno veja em casa artigo por artigo, como uma lei-
tura complementar.
Outra etapa muito importante para a preparação para um concurso
público é a realização de questões, sobretudo quando se trata de uma
banca cujo perfil é possível tratar. Assim sendo, além daquelas cons-
tantes na apostila do curso, veremos em aula outras questões para
ajudar na fixação no conteúdo.
Teremos, como eu já disse a vocês, cinco aulas sobre a Lei 8.112, sendo quatro aulas só de
conteúdo e uma aula de resolução de questões sobre a dita lei. Os outros conteúdos tomarão
menos aulas para serem abordados, desse modo, haverá resolução de questões juntamente
com a exposição do conteúdo.
Primeiro, vamos começar com uma parte introdutória do Direito Administrativo, que vai servir
para entendermos o restante das próximas aulas e que também poderá ser cobrado na nossa
prova!!
É importante entendermos que a nossa Administração Pública é composta por Administração
Direta e Indireta. A Administração Direta é constituída pelos órgãos da União, dos estados ou
dos municípios. Por exemplo: um ministério faz parte da Administração direta da União; o Tri-
bunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul ou a Polícia Civil do Rio Grande do Sul são
órgãos públicos da administração direta estadual, ou seja, os próprios órgãos públicos de cada
uma dessas entidades (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) constituem a Administra-
ção Direta.

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Mas temos também a chamada descentralização, pois, em algum momento, a Administração
Direta passou a criar novas entidades para as quais distribuiu competências, serviços e etc, e
essas novas entidades formam a Administração Indireta, constituída pelas Autarquias, Funda-
ções Públicas, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista.
Por exemplo: INSS é uma Autarquia, uma entidade própria, e não um órgão público federal, ele
faz parte da Administração Pública, porém é uma pessoa jurídica nova e não apenas um órgão
da União; o BACEN (Banco Central do Brasil) também é uma autarquia, e não apenas um órgão
da União; o IBGE se trata de uma fundação pública, é uma pessoa jurídica, e não um órgão Fe-
deral, assim com a FUNAI; temos também as Empresas Estatais, que são como empresas mas
são do Governo como por exemplo a Caixa Econômica Federal; temos ainda as Sociedades de
Economia Mista, sendo que o maior exemplo é o Banco do Brasil.
A nossa Constituição previu o que iria acontecer com as pessoas que trabalham na Administra-
ção Pública: temos gente trabalhando nos órgão públicos e também nas entidades da Adminis-
tração Indireta e essas pessoas têm de ser regidas por um regime jurídico. E o que é um regime
jurídico? Um conjunto de normas que vai disciplinar a vida dessa pessoa enquanto trabalhado-
ra ali. Na administração pública como um todo, nós temos basicamente dois regimes jurídicos
aplicados, quais sejam, o estatutário e a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), ou seja, den-
tro da Administração Pública temos Estatutários e Celetistas.
“Quem é regido pela CLT e quem é regido pelo Estatuto? Por que está escrito regime jurídico
único no edital?”
Porque a Constituição diz o seguinte: toda a administração direta, autárquica e fundacional,
ou seja, toda a Administração Pública Direta e metade da Indireta deve ter um regime jurídico
único para o pessoal que ali trabalha.
“O que significa isso?”
Que ou todos devem ser Celetistas ou todos devem ser Estatutários, não se pode ficar mistu-
rando os regimes jurídicos e então, quando a Constituição determinou isso, praticamente todos
os entes da Administração Pública Direta, autárquica e fundacional instituíram o regime Esta-
tutário para seus trabalhadores, ao passo que o restante dos entes utiliza o regime típico das
pessoas jurídicas de direito privado: a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
Se vocês fossem trabalhar num órgão público federal, como por exemplo o MPU (Ministério
Público da União) ou a Polícia Federal, seriam servidores públicos estatutários porque vocês

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iriam trabalhar num órgão público da União. Vocês irão trabalhar no INSS, que não é um órgão
público, mas é integrante da administração pública e é considerado uma Autarquia, então, te-
rão o regime jurídico estatutário.
Agora, o pessoal que trabalha na Caixa ou no Banco do Brasil, eles fazem concurso para ali en-
trar, porém, ao ingressar eles têm carteira assinada, eles são celetistas, seu regime jurídico é a
CLT.
Porém, não é a mesma coisa trabalhar na Caixa ou no Itaú por exemplo, no entanto, há o mes-
mo regime jurídico (que é a CLT) havendo, nos bancos públicos, normas de direito público além
daquelas de direito privado que são predominantes.
Os celetistas não têm todas as garantias dos servidores estatutários como por exemplo a de
estabilidade, entretanto, o Banco do Brasil ou a Caixa observam certas regras para demitir um
funcionário, regras estas que são diferentes daquelas observadas pelo Itaú ou outros bancos
privados, resultando que os servidores de bancos públicos possuem uma maior segurança em
relação à dispensa.

Lei 8.112/90

“Onde eu aplico a Lei 8.112/90?”

Essa lei é o Estatuto que eu vou aplicar para o servidor público Federal, então será aplicado
para as pessoas em regime estatutário em entes da administração direta, autárquica e
fundacional ligadas à União, porque os Estados, o Distrito Federal e os Municípios possuem
estatutos próprios. Aqui no Rio Grande do Sul temos a Lei nº 10.098/98 que é o Estatuto do
Servidor Público Estadual. Aqui na cidade de Porto Alegre temos o Estatuto do Servidor Público
Municipal e são coisas diferentes, se pegarmos o estatuto do estado, é muito parecido com o
Estatuto Federal, porém os detalhes são totalmente diferentes.

Lembrar: Administração Pública Direta, Autarquias e Fundações > servidores são, em


regra, estatutários.

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Agente Público: toda pessoa que desempenha atividade administrativa seja temporária ou não,
com ou sem remuneração. É a expressão mais ampla para designar de forma genérica aqueles
sujeitos que exercem funções públicas. Quem quer que exerça funções estatais é um agente
público enquanto as exercita.
Agente público é a denominação mais genérica para designar quem trabalha na Administração
Pública.
O técnico do seguro social é servidor público estatutário, ocupando cargo público.
Há mais pessoas trabalhando na Administração Pública:
•• agentes políticos;
•• agentes militares;
•• particulares em colaboração e os
•• agentes administrativos (categoria que engloba os servidores públicos estatutários).
No Direito Administrativo, houve uma época em que se utilizava o termo funcionário público
que era o agente público, não se sabia se essa pessoa trabalhava na Caixa, no Banco do Brasil,
no MPU ou se era deputada, só se sabia que ela fazia alguma “função pública” e se denominava
essa pessoa como funcionária pública. No entanto, essa terminologia não deve mais ser
utilizada.
Dentro dos Agentes Públicos temos os Agentes Políticos que são geralmente os detentores de
mandato eletivo, ou seja, deputado, vereador, presidente da República. Há entendimentos que

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colocam outros sujeitos como agentes políticos: os ministros, juízes e promotores. Em geral
estes outros membros seriam os que detém o “poder da caneta” ou seja, poder de decisão, o
que abrange basicamente a alta cúpula do governo.
Temos também uma categoria que era considerada servidor público e a Constituição lhes tirou
esse status de servidor público, passando a designá-los como agentes públicos com uma cate-
goria própria, que são os Agentes Militares, divisão que engloba os militares das forças arma-
das e das polícias e corpos de bombeiros militares dos estados. Antigamente quando eles eram
considerados servidores públicos a nossa Lei 8.112 era aplicável tanto para servidores do INSS,
por exemplo, quanto para os militares. Atualmente, a Lei 8.112 é o Estatuto do Servidor Públi-
co Civil porque não se aplica mais aos militares, já que estes têm agora uma categoria própria,
com estatuto próprio. Vocês poderão ver que a Constituição não usa mais o termo “servidores
militares” e sim a denominação “militares”que são agentes públicos, porém, não mais servido-
res, pois os servidores são apenas os civis.
Agente público particular em colaboração ou honoríficos: como melhor exemplo temos o me-
sário. Este não é agente público nenhum enquanto não está desempenhando essa função po-
rém, no momento em que está desempenhando a função de mesário é um agente público.
Lembrem-se que o conceito de agente público engloba o desempenho de uma função pública
com ou sem remuneração pois, como sabemos, o mesário nada recebe para tal, trabalha por
apenas um dia e mesmo assim é considerado agente público.
Ainda, temos os agentes administrativos que são ramificados em mais três categorias. Agentes
administrativos também são chamados de servidores estatais ou servidores públicos em senti-
do amplo.
Dentro dos agentes administrativos temos três categorias: servidores públicos estatutários
(como os técnicos do seguro social); empregado público que é aquele que trabalha sob o regi-
me da CLT nas empresas públicas ou Sociedades de Economia Mista como a Caixa ou o Banco
do Brasil por exemplo, esses não são servidores, seu nome adequado é empregado público .
O servidor público ocupa um cargo público, o empregado público ocupa um emprego público.
Temos também a figura do servidor temporário. A Constituição permite que a Administração
Pública, em situações de excepcional interesse público, contrate servidores públicos por prazo
determinado, sem a necessidade de concurso, há apenas um contrato temporário, o que não se
confunde com terceirização. Como exemplo, citamos o IBGE que contrata servidores públicos
temporários para realizar o Censo -pesquisa para determinar dados da população. Para a rea-
lização da dita pesquisa são necessárias milhares de pessoas, sendo, portanto, inviável realizar
concurso público para esse fim ou conferir estabilidade ao grande número de indivíduos que
trabalham nessa ocasião. Então, a Administração Pública, por conveniência, contrata tempora-
riamente os recenseadores, eles fazem o trabalho por um tempo previsto no contrato e rom-
pem o vínculo, não mais sendo considerados agente públicos.
Não há concurso público para isso, o que ocorre é um processo seletivo simplificado, pois há
mais demanda do que oferta de vagas. Outro exemplo de servidor temporário é o professor
contratado pela rede pública para suprir uma demanda emergencial pois não há tempo de
fazer um concurso público para nomear um novo professor concursado, então adota-se essa
providência, contratando-se um professor por período determinado (um ano ou um semestre,
por exemplo).

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O servidor temporário não tem cargo e sim função pública.

Na Administração Pública temos cargo público, emprego público e função pública.


Cargo Público é aquilo que um servidor público ocupa, emprego público é o que o empregado
público ocupa e função pública é desempenhada pelo servidor temporário.
Maria Silva de Pietro, que é uma doutrinadora muito utilizada pelas bancas de concurso, diz
que as pessoas que têm funções de confiança também desempenham uma função pública.
É importante que se entenda a diferença entre as três categorias de agentes administrativos
Em sentido estrito, servidor público é aquele que ocupa cargo público, empregado no regime
estatutário. Porém, há também quem diga que, em sentido amplo, todos os agente administra-
tivos são servidores públicos, portanto, em sentido amplo, eu poderia chamar o empregado da
Caixa Econômica de servidor público.
Recapitulando: Servidor Público é quem ocupa Cargo Público; Empregado Público é quem ocu-
pa Emprego Público e Servidor Temporário tem uma função Pública .
Servidor Público tem o regime estatutário (ou legal); Empregado Público tem regime Celetista
(ou trabalhista), ao passo que o Servidor Temporário não tem Estatuto nem CLT, haverá uma
Lei vigente em cada esfera administrativa e, orientada nessa lei será elaborado um contrato
temporário para esse indivíduo, de modo que as normas contratuais vão reger sua atividade
enquanto ela durar.
Servidor Público trabalha na Administração Pública Direta, Autarquias e Fundações Públicas;
Empregados Públicos trabalham nas Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista; e ser-
vidor temporário pode trabalhar tanto na Administração Pública Direta quanto na Indireta, des-
de que haja necessidade de contratação temporária.

Atenção: se a banca da prova for a CESPE-UNB, ela entende que nem todos os empre-
gados das Empresas Públicas ou Sociedades de Economia Mista (como a Caixa Econô-
mica, por exemplo) são celetistas, uma vez que os dirigentes possuem regimes espe-
ciais (cargo de confiança ou cargo em comissão).

Em geral os contratos dos servidores temporários se assemelham aos contratos de prestação
de serviço, no entanto, há casos em que a Administração Pública assina a carteira de trabalho
dos servidores temporários para conferir atratividade para a vaga (como exemplo, pode-se citar
um município do interior que realizou concurso público para médico, porém, nenhum profissio-

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nal quis tomar posse ou sequer ser contratado por tempo determinado, então, o poder público
faz algumas concessões, como por exemplo assinar a carteira do profissional para conseguir
suprir aquela demanda emergencial). Isso dependerá também do âmbito em que ocorre o re-
ferido contrato, tendo em vista que a Constituição permite que cada ente federativo (União, es-
tados, Distrito Federal e Municípios) elabore uma lei que regulamente a contratação por tempo
determinado.

Lei 8.112/90

A lei 8.112/90 é o estatuto e regime jurídico único dos servidores públicos federais, ou seja,
quem trabalha nos órgãos da União, nas autarquias federais e nas fundações públicas federais,
sendo que cada ente federativo (município, estado, União) vai ter seu próprio estatuto.
“O estatuto do município precisa obedecer o estatuto do estado, ou o estatuto do estado pre-
cisa obedecer o estatuto da União?”
NÃO. Cada ente federativo pode estabelecer seu estatuto do jeito que quiser, desde que obede-
çam a Constituição.
A Lei 8.112 é aplicada nos órgãos da União, toda Administração Direta Federal, seja do poder
executivo, legislativo ou judiciário e também nas Autarquias e nas Fundações Públicas Federais.
“Onde eu não aplico a lei 8.112?”
Nos entes estaduais ou municipais e nas Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista de
qualquer esfera.
Agora trataremos dos servidores públicos estatutários. A lei 8.112 traz, nos artigos 2º e 3º, as
definições de Servidor e Cargo Público:
•• Art. 2º Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmente investida em cargo público.
•• Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura
organizacional que devem ser cometidas a um servidor.
Cargo Público é aquele ocupado por um servidor. O cargo público pode ser efetivo ou em
comissão.
O cargo efetivo é aquele em que só há uma porta de entrada: através de concurso público e
garante a estabilidade.
Mas há também o Cargo em Comissão, popularmente conhecido como “CC”. É de livre nome-
ação e livre exoneração, ou seja, não há concurso público para esse cargo, sendo o ocupante
nomeado de maneira simples, do mesmo modo que pode ser mandado embora então, não há
estabilidade, tudo fica no campo de discricionariedade da autoridade competente.
Mas atenção! O cargo em comissão é apenas para atribuições de direção, chefia e assessoramen-
to. É dizer: não se pode nomear uma pessoa para que seja técnico do INSS por exemplo; o cargo
em comissão é pra quem vai ser o diretor, a chefia de determinado setor, para quem vai assesso-
rar essa chefia ou essa direção. Então, reforçando, cargo em comissão não é para qualquer cargo.

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Por exemplo, todos os técnicos do INSS aprovados no concurso serão servidores públicos con-
cursados, porém, não existe concurso para chefia do INSS, sendo que esse cargo é então preen-
chido por um ocupante de cargo em comissão.
De mais a mais, o “CC” pode ser alguém de “fora” do órgão em questão ou pode ser ocupado
por um servidor efetivo/de carreira, nos casos em que a lei prever tal circunstância.
O cargo em comissão é de livre nomeação e livre exoneração; na hipótese de nomeação de um
cidadão que não faz parte do quadro efetivo da entidade, quando da sua exoneração, essa pes-
soa “vai para casa” mas, em se tratando de nomeação de um servidor efetivo para exercer um
cargo em comissão, quando da sua exoneração, ele retoma o seu cargo efetivo.
Outra coisa que não se pode confundir: costumamos chamar a pessoa de “CC” entretanto, esse
é o nome do cargo (cargo em comissão) ao passo que a pessoa ocupante dele não deve ser as-
sim denominada, de modo que a definição correta é servidor público tendo em vista que essa
pessoa em questão ocupa um cargo público. Ademais, esse cidadão ocupante do cargo em co-
missão (que é cargo público) é servidor público estatutário.
Atenção, quando tratamos da Lei 8.112, tratamos do servidor efetivo e do servidor ocupante do
cargo em comissão.
Porém, podemos pensar que não é justo que um servidor nomeado para ocupar cargo em co-
missão tenha todos os direitos conferidos aos servidores efetivos é por isso que o estatuto pre-
vê, em várias ocasiões direitos exclusivos dos servidores públicos efetivos (utilizando também a
nomenclatura “servidor estável”) excluindo os ocupantes de cargo em comissão.
Exemplo de direito aplicado somente aos servidores efetivos: regime previdenciário próprio.
ATENÇÃO! Regime jurídico (estatutário) é igual para ambos; regime previdenciário é diferente
(servidores efetivos têm regime próprio, servidor ocupante de cargo em comissão contribui
para o INSS).
Há também a função de confiança (que no Rio Grande do Sul é chamada de Função Gratificada
“FG”) essa função é muito parecida com o cargo em comissão: também há livre nomeação e
exoneração; também é apenas para funções de direção, chefia e assessoramento; também não
há estabilidade; a grande diferença da função de confiança é que ela se destina EXCLUSIVA-
MENTE a servidor efetivo, é dizer, não posso dar essa função para uma pessoa de fora do órgão.
Então, pode haver hipóteses em que determinadas posições (chefia, direção ou assessoramen-
to) poderão ser ocupadas por um ocupante de cargo em comissão ou função de confiança, a
depender da organização de cada entidade.
Não é necessário que o servidor tenha estabilidade para exercer uma função de con-
fiança ou para que ocupe um cargo de confiança, um servidor nomeado há pouco tem-
po, ainda passando pelo estágio probatório, já pode ocupar uma dessas posições.
Os cargos públicos são acessíveis a todos os brasileiros (natos e naturalizados) e também aos
estrangeiros na forma da lei. Ainda não existe uma lei sobre isso, mas o Estatuto já prevê que
as Universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais (como uma Univer-
sidade Federal, por exemplo) podem prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas
estrangeiros.

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Cargo Público é sempre (sem exceção) criado por Lei, e é a lei também que diz quantos cargos
há. Então, é sempre o poder legislativo que criará os cargos, de modo que a instituição interes-
sada pode apenas solicitar a criação, porém ela depende do órgão legislativo da esfera federati-
va em questão (União, estados, distrito federal e municípios).
Os cargos têm uma denominação própria (Ex: Técnico do seguro social) eles têm os vencimentos
pagos pelos cofres públicos e são para provimento em caráter efetivo ou em comissão (“CC”) .
O estatuto prevê, ademais, que é proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os casos pre-
vistos em lei (mesário, por exemplo).
Requisitos básicos para investidura em cargo público – são os requisitos mínimos para todos os
cargos públicos, sendo que pode haver requisitos adicionais dependendendo da peculiaridade
do cargo:
I – nacionalidade brasileira (ATENÇÃO lembrar que o estrangeiro também pode ocupar cargo
público);
II – gozo dos direitos políticos; (direito de votar e ser votado)
III – quitação com as obrigações militares e eleitorais;
IV – nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo (prevista na lei que criou o cargo);
V – idade mínima de 18 anos (se for menor de 18 e emancipado NÃO pode);
VI – aptidão física e mental (as pessoas com deficiência só podem tomar posse se sua defici-
ência for compatível com as atribuições do cargo. Ex: um cadeirante pode ser técnico do INSS,
porém não poderá ser policial civil já que não poderá desempenhar as funções típicas de ope-
rações policiais);
Esses são os requisitos mínimos, há concursos com listas maiores de exigência. Ex: carteira de
motorista categoria B; Inscrição da Ordem dos Advogados do Brasil; tempo de prática jurídica.
Esses requisitos são sempre estabelecidos por LEI; o edital vai só reproduzir o que está dito na
lei. De mais a mais, os requisitos adicionais devem ser razoáveis Ex: concurso apenas para mu-
lheres para trabalhar em presídio feminino. É Razoável.
Todos os requisitos são exigidos no momento da posse no cargo. Isso implica dizer que eu
posso, por exemplo, realizar a prova do concurso com 17 anos, porém, na data da posse eu
tenho que ter completado 18 para poder exercer o cargo.
ATENÇÃO: o concurso pode cobrar jurisprudência na prova mesmo não estando no edital, já
que a jurisprudência é uma forma de interpretar o que está na lei.
“Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em con-
curso público para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a de-
ficiência de que são portadoras; para tais pessoas, serão reservadas até 20% das vagas
oferecidas no concurso.”
Nem sempre é evidente para o candidato se sua deficiência é ou não compatível com as atri-
buições do cargo, nesses casos, o candidato pode se inscrever, fazer as provas e, antes de tomar
posse, passará por exames de aptidão física e mental, momento em que a Administração Públi-
ca determinará se aquela deficiência é ou não compatível com as atividades do cargo.

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“Até 20%” significa que não se pode reservar mais de 20% das vagas, mas é possível reservar
menos, porém deve-se observar o mínimo de 5% das vagas previsto do Estatuto da Pessoa com
Deficiência

Provimento

Geralmente é um dos assuntos mais cobrados nas provas.


Provimento é o ato administrativo pelo qual a pessoa física vincula-se à Administração Pública
ou a um novo cargo, para a prestação de um serviço.
Provimento significa preencher o cargo público. Cada órgão/entidade tem um número certo de
cargos, criado por lei, se há um cargo vazio, ele pode ser preenchido, por meio do provimento.
Mais adiante abordaremos a vacância de cargo público, que é quando uma pessoa sai do cargo
público e ele fica vago.
Não confundir Provimento com Investidura.
Temos diversos tipos de provimento: PANR4
Promoção
Aproveitamento
Nomeação
Readaptação
Reversão
Reintegração
Recondução

Nomeação é forma de provimento mais detalhada que temos; é a forma pela qual os candida-
tos que prestam concurso público ingressam no serviço público (como por exemplo os técnicos
do seguro social).
Prestar concurso e ser aprovado > ser nomeado > tomar posse > entrar em exercício (inicia
também o estágio probatório) > adquirir estabilidade.
Nomeação é quando sai o nosso nome no Diário Oficial, é quando a administração pública está
dizendo que o cargo X será ocupado pela pessoa Y, essa é a forma de provimento, aqui já se deu
o provimento, já foi destinado o cargo para a pessoa MAS a pessoa ainda não é servidora pú-
blica ali porque será marcada a data da posse e então a pessoa tem que tomar posse, ou seja,
aceitar aquele cargo. É nesse momento que a pessoa vira servidora.
CUIDADO: a forma de provimento não é posse; a forma de provimento é a nomeação (cargo X
para pessoa Y) mas a pessoa ainda não foi investida, e o que é a investidura no cargo público?
É no momento da posse.
A investidura em cargo público ocorrerá com a posse.

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Primeiro a pessoa é nomeada, no momento da nomeação ocorre o provimento (destinar cargo


X para pessoa Y) mas a pessoa ainda não manifestou que quer o cargo então só ocorreu o pro-
vimento e não a investidura. A investidura ocorre no momento em que a pessoa tomar posse.
OBS: ascensão (ex: trocar de técnico para analista) e transferência (ex: trocar de técnico do TRT
para técnico do TRE) não mais existem (revogadas em 1997). Até hoje isso é perguntado em
prova.
Hoje em dia só se pode trocar de carreira realizando novo concurso público.
Transferência também não existe mais.
ATENÇÃO não confundir com remoção (remoção é a realocação física do servidor que segue
trabalhando para o mesmo órgão). Mas transferência entre órgãos não há mais. Hoje em dia,
para ingressar como servidor de órgão diferente é necessário prestar um novo concurso.

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