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Os Métodos e as Descobertas Científicas

Foi no século XVII que assistimos à afirmação da ciência experimental, onde a atividade científica não mais se
resumia a observar os fenômenos – partindo de dados empíricos para os princípios eternos (Deus) –, mas em
tentar descobrir e explicar os fenômenos e as leis que constituíam a Natureza.
Sendo assim, pode-se afirmar que no referido século assistimos – de fato – a explicações racionais do Universo,
submetido a leis físicas e naturais e não a princípios metafísicos e divinos. Essa ruptura deveu-se muito a três (3)
filósofos:
Francis Bacon: Escreveu “O Progresso do Conhecimento” que defendia o valor das experiências de laboratório e
do método indutivo, em que o conhecimento é adquirido partindo-se da observação a fim de atingir uma
verdade. Embora não fosse o descobridor do método indutivo, ele valorizou-o como fundamental para a exatidão
do conhecimento.
René Descartes: Autor de “Discurso Sobre o Método” que demonstrava que tanto a opinião tradicional como as
experiências comuns da humanidade eram guias de mérito duvidoso. Diante disso, adotou novo método isento
da influência de ambos que consistia em começar com verdades simples – como as da Geometria – e depois
raciocinar com base nelas, até chegar a conclusões particulares.
Isaac Newton: Escreveu “Princípios Matemáticos de Uma Filosofia da Natureza”, partindo de estudos de Galileu e
Kepler e demonstrando matematicamente que as leis físicas aplicáveis na Terra também se aplicavam a todo o
Universo. Estava dado o golpe final à concepção medieval de um Universo guiado por intenções benévolas.
Baseada na experimentação e na dedução matemática, a ciência fez grandes progressos na física, na matemática,
astronomia, química e biologia. Pois foi no século XVII que se construiu a física moderna que, através de Newton,
sistematizou-se a interpretação física do Universo (Teoria da Gravitação Universal), elaborou conceitos básicos
(massa, força, inércia, movimento, tempo) e pesquisas para o estudo da luz (análise espectral), além de ter
lançado as bases da astronomia.

Dessa forma, William Gilbert descobriu as propriedades do IMÃ, o alemão Gottfried Leibnitz provou que o
tempo e o espaço eram relativos e o dinamarquês Roemer calculou a velocidade da luz.
Na Astronomia, o italiano Galileu Galilei construiu o 1º telescópio e descobriu os satélites de Júpiter, as manchas
solares, os anéis de Saturno e as fases de Vênus, deduzindo que a Terra gira sobre si mesma. Johann Kepler usou
métodos comparativos – e conhecimentos matemáticos – para comprovar e ratificar a Teoria Heliocêntrica (onde
os planetas descrevem órbitas elípticas em que o Sol é o centro de todo o sistema).
As Ciências Matemáticas sofreram enormes transformações, quando surgiu a Geometria Analítica com Descartes,
o Cálculo Diferencial com Newton, o Cálculo das Probabilidades com Pascal e o Cálculo Infinitesimal com Leibnitz.
A Química foi desenvolvida principalmente por Robert Boyle, apontado como fundador da química moderna,
pois iniciou a Química Orgânica e estabeleceu uma nova distinção dos compostos, classificando-os em “ácidos” e
“sais”.
Portanto, pode-se afirmar que essas descobertas romperam com as concepções de Aristóteles – ainda vigentes e
defendidas pela Igreja – e o cosmo, hermético e hierarquizado, foi substituído pelo Universo, aberto e infinito,
porém, ligado pela unidade de suas leis.
Em última análise, a concepção de um mundo imóvel foi suplantada pela concepção de que o Universo estava em
movimento; isto é, contra os princípios baseados na tradição e que serviam de base à imobilidade das
instituições, firmavam-se as noções de que a Natureza – e tudo o que nela se encontrava – estava em movimento,
este significando progresso.

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