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Pontuação, a princípio é o recurso que permite expressar na língua escrita um

espectro de matizes rítmicas e melódicas características da língua falada, pelo


uso de um conjunto sistematizado de sinais gráficos e não gráficos.

Existem alguns sinais básicos de pontuação. São eles:

Ponto (.) — Usa-se no final do período ou fechamento de um pensamento,


indicando que o sentido está completo e no encerramento de uma frase
declarativa e imperativa. Também usado nas abreviaturas (Dr., Exa., Sr.).

Existem três classes de ponto: ponto e seguido, o ponto e à parte e o ponto


final.

Ponto e seguido, separa enunciados dentro de um parágrafo. Quer


dizer que se continua escrevendo a seguir do ponto, a primeira palavra
escrita neste caso irá em maiúsculas, exceto no caso das abreviaturas.

Exemplos: Eu desisti. Mas não pense que foi por não ter coragem de
lutar, e sim por não ter mais condições de sofrer.

Ponto e à parte, separa dois parágrafos com conteúdo diferente dentro do


texto. A seguir há que começar a escrever em linha diferente. Para seguir
as normas deve-se de "sangrar" a primeira linha de texto do novo parágrafo.

Ponto final, sempre se coloca afinal fechando um texto.

Exemplo: Ele foi ao médico e levou uma injeção.

O ferro é um dos metais mais úteis.

(Como se vê o ponto final indica o fim duma frase ou o fecho dum pensamento,
com inflexão de voz que denota pausa absoluta.)

Vírgula (,) — Marca uma pequena pausa no texto escrito, nem sempre
corresponde às pausas do texto falado. E separar elemento que exerçam a
mesma função sintética.

Ex: “Tivera pai, mãe, marido, dois filhos. Todos aos poucos tinham morrido.”
(nesse exemplo a vírgula separa uma série de objetos diretos do verbo “ter”.)

Não se usa vírgula: para separar termos que se ligam diretamente do ponto
sintático.

EX: Todos os alunos da sala    foram advertidos. 


             Sujeito                            predicado
O trabalho custou          sacrifício    aos realizadores
                  V.T.D.I.            O.D.             O.I

Usa-se vírgula:

• Para indicar que uma palavra, geralmente verbo, foi suprimida.


Ex: Patrícia, a todos os seus irmãos, deu um presente de Natal; ao marido,
apenas um beijo. (A vírgula após “marido" está indicando a supressão do verbo
“dar”.)

• Isolar vocativo.
Ex: - E agora, meu marido, aceito ou não o emprego?

• Isolar aposto.
Ex: Goiânia, capital de Goiás, é uma cidade que tem belas mulheres.

• Isolar complemento verbal ou nominal antecipados.


Ex: Um medo terrível, eu senti naquele momento. (inversão do objeto direto)
De cobra, eu morro de medo! (inversão do complemento nominal)

• Isolar adjunto adverbial antecipado.


Ex: “Dizem muito que, no Brasil, os corruptos ficam soltos enquanto os ladrões
de galinha vão para a cadeia.”
    ( Luis Fernando).                                          
  
• Isolar nome de lugar, quando se transcrevem datas.
Ex: Goiânia, 21 de janeiro de 2001.

• Isolar conjunções intercaladas.


Ex: A ferida já foi tratada. É preciso, porém, cuidar para que não infeccione.

• Intercalar expressões como “em suma”, “isto é”, “ou seja”, “vale dizer”, “a
propósito”.
Ex: Preciso dar uma maquiada no texto, ou seja, subentender algumas idéias.

Uso da vírgula entre orações

A vírgula é usada para:

• Separar as orações coordenadas assindéticas e as sindéticas que não sejam


introduzidas pela conjunção e:
Ex: Cheguei, peguei o livro, voltei correndo para o curso.
       Há aqueles que se esforçam muito, porém nunca são reconhecidos.

É aconselhável usar a vírgula quando a conjunção e:

- aparece repetida no período:


Ex: Passaram aqui para perguntar, e questionar, e amolar, e comprometer.

- aparece entre orações de sujeitos diferentes:


Ex: O tempo estava nublado, e o piloto desistiu do vôo.

- não tem sentido de adição:


Ex: A senhora apertou a campainha, e ninguém veio atender. (o e tem valor de
conjunção adversativa)

• Isolar orações intercaladas.


Ex: E o ladrão, perguntei eu, foi condenado ou não?

• Isolar orações adjetivas explicativas.


Ex: As frutas, que estavam maduras, caíram no chão.

• Isolar orações adverbiais.


Ex: “Fiquei tão alegre com esta idéia, que ainda agora me treme a pena na
mão.”
                                                                
• Isolar orações reduzidas.
Ex: “Para serenar a roda, propus novo chope.” (Cyro dos Anjos)

Ponto e vírgula (;) — É usado para marcar uma pausa maior que a vírgula e
menor que o ponto no texto escrito.
É usada em frase com várias orações, alguma que já contêm uma ou mais
vírgulas; também para separar frases subordinadas dependentes de uma
subordinante; como substituição da vírgula na separação da oração
coordenada adversativa da oração principal.

Para separar itens em uma enumeração (comuns em leis).

Ex:
Art. 1º A locação de imóvel urbano regula-se pelo disposto nesta Lei.
Parágrafo único. Continuam regulados pelo Código Civil e pelas leis especiais:
a) as locações:
1. de imóveis de propriedade da União, dos Estados dos Municípios, de suas
autarquias e fundações públicas;
2. de vagas autônomas de garagem ou de espaços para estacionamento de
veículos;
3. de espaços destinados à publicidade;

Ponto de exclamação (!) — Usa-se no final de qualquer frase que exprime


sentimentos, emoções, dor, ironia, surpresa e estados de espírito.
Ex: Estefano! –Trínculo gritou, reconhecendo-o.
Chamamento

Vou-me embora, já, já!


Emoção

Saia do meu quarto!


Ordem

Reticências (…) — Para indicar suspensão de pensamento. Indicando que o


sentido da oração ficou incompleto, ou uma introdução de suspense, depois da
qual o sentido será completado.

Ex: Essa incapacidade de atingir, de entender, e que faz com que eu, por
instinto de...

Para indicar duvida, surpresa ou hesitação:


Ex: E as obras de Tormes? A igreja... já haverá igreja nova?
Para indicar ironia:

Ex:O Torres virá mesmo desta vez? Ate parece...

No contexto, é lida como etecétera, que provém do latim: etcætera = e algo


mais.

Aspas (“ ”) — Usam-se para delimitar citações; para referir títulos de obras;


para realçar uma palavra ou expressão.São usadas geralmente como dois
sinais gráficos no início da parte de texto destacado, e dois sinais gráficos no
fim da parte do texto destacado. Quando é necessário destacar uma parte
dentro de uma parte já destacada usa-se um sinal gráfico no início, e um sinal
gráfico no fim.

Para indicar o inicio e o fim de uma citação:

Ex: Dizem as escrituras sagradas: ”Para tudo há o seu tempo. Há tempo para
nascer e tempo para morrer”.

Para destacar uma palavra ou expressão:

Ex: O verbo “ficar” vem adquirindo novo significado.

Para dar outra conotação a determinar palavras ou expressão:


Ex Os “anjinhos” já estão prontos? O ônibus escolar chegou.

Para marcar o dialogo, em substituição ao travessão:

Ex: “Aquela moça da rua larga?”, perguntou Marialva


Parênteses ( ( ) ) —Os parênteses ocorrem aos pares e devem ficar unidos ao
enunciado que delimitam. A função básica dos parênteses é delimitar
intercalações dentro de um período.

Para intercalar uma idéia ou uma oração acessória num texto:

Ex: Macabêa começou (explosão) a tremelicar toda por causa do lado penoso
que há na excessiva felicidade.

Também usa-se os parênteses em alguns casos para delimitar o segundo item


de uma aposição.

Ex: Acontece hoje a sessão inaugural da Organização das Nações Unidas


(ONU).

Nas referências bibliográficas:

Ex: Mas quando olhar a mancha viva na minha camisa, talvez faça uma careta
e me deixe passar. (Chico Buarque De Holanda)

Indicar possibilidades alternativas de leitura.

Prezado(a) usuário(a).

Se o enunciado contido entre parênteses não for uma frase completa, o sinal
de pontuação ficará externo.

O rali começou em Lisboa (Portugal) e terminou em Dacar (Senegal).

Travessão (—) — Marca: o início e o fim das falas em um diálogo, para


distinguir cada um dos interlocutores; as orações intercaladas; as sínteses no
final de um texto. Também usado para substituir os parênteses.

Para indicar a fala (começo ou fim) e a mudança de interlocutor, nos diálogos:

Ex: — Você não precisa de pílulas?


— Que pílulas?
— Eu sou calma — disse Luciana com um meio sorriso.

Para enfatizar expressões ou frases:

Ex: Foi poeta — sonhou — e amou na vida.


Impossível escrever o poema — uma linha que seja — de verdadeira poesia.
Colchetes ([]) - O uso dos colchetes é apenas uma variante do emprego dos
parênteses. Sua aplicação limita-se aos escritos de natureza didática, técnica
ou científica.

O uso dos colchetes no modo de remissão das citações, em bibliografias:

ABREU, Caio Fernandes. O ovo apunhalado. Porto Alegre, Globo, 1975.


[Abreu, OA] (Celso Pedro Luft)

Nos verbetes de dicionários e enciclopédias, dá-se o uso dos colchetes:


desvelejar. [De des- + velejar.] V. int. Náut. Ant. Amainar as velas. [Conjug.:
v. pelejar.] (Aurélio)

Asterisco (*) — empregado para chamar a atenção do leitor para alguma nota.

Barra (/) — aplicada nas abreviações das datas e em algumas abreviaturas.

Hífen (−) — usado para ligar elementos de palavras compostas e para unir
pronomes átonos a verbos ( menor do que a Meia−Risca )

Exemplo: guarda-roupa.
BIBIGRAFIA

http://www.flip.pt/FLiPOnline/Gram%C3%A1tica/Sinaisdepontua
%C3%A7%C3%A3o/tabid/594/Default.aspx
(31/08/10 as 09h16min)

http://pt.wikilingue.com/gl/Ponto_(pontua%C3%A7%C3%A3o)

http://www.brasilescola.com/gramatica/uso-da-virgula.htm

http://www.mundoeducacao.com.br/gramatica/uso-virgula.htm

http://www.flip.pt/tabid/592/Default.aspx

http://umaquestaodepalavras.forumeiros.com/pontuacao-e-gramatica-f9/

BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. Rio de Janeiro: Lucerna,


1999.
Conclusão

Com a pontuação pode dar um novo sentido á frase. Também a ausência de


pontuação, ou seu emprego incorreto, pode comprometer o a compreensão do
texto. Por meio da pontuação é possível determinar as pausas, expressar a
entonação e certas reações. Como ela, a escrita se aproxima mais da fala e
permite uma assimilação mais clara e correta na leitura de um texto.
A pontuação indica na escrita as várias possibilidades de entonação da fala,
além de ajudar a expressão de pensamento, sentido e emoções, tornando mais
clara e precisa a o entendimento da escrita.
É importante destacar que o uso dos sinais de pontuação implica
também a supressão deles. Assim, não empregar os sinais esperados
também pode constituir efeito estilístico, permitindo, inclusive, mais
de uma leitura.
Introdução

Pontuação tem um papel muito importante no sentido de expressar o


pensamento do escritor e, por conseguinte, orientar o leitor durante o
processo de leitura. Levando isso em consideração, neste trabalho,
pretendemos, num primeiro momento, trazer algumas questões
teóricas relativas à pontuação, promover discussões acerca de seu
ensino e propor algumas explicações práticas para esse ensino, em
uma perspectiva textual.

Algumas considerações teóricas

Neste trabalho, vamos fazer um levantamento dos usos


recomendados de sinais de pontuação em gramáticas.
Tal aspecto pode ser facilmente pesquisado nesses materiais.
Consideramos que, neste momento, seja mais interessante trazermos
algumas questões relacionadas à função dos sinais de pontuação.

Situando historicamente a pontuação, Costa (1994, p. 13), citando


Catach, estabelece seu início com o cuidado de Zenódoto de Éfeso
(320-240 a. C.), responsável pela biblioteca de Alexandria, em
separar por espaços as cópias de textos de autores diferentes.
Naquela época a escrita era contínua. Só posteriormente, para tornar
os textos mais legíveis, os escribas passaram a separar as palavras
por espaços e a adicionar aos textos notas auxiliares indicativas de
como recitar um determinado verso, como pronunciar certa palavra,
qual a quantidade de determinada vogal, etc., chamados pontos. A
pontuação então designava todos os sinais auxiliares na compreensão
do texto, incluindo o que hoje denominamos acentuação.

Ressaltando a mudança constante com relação à pontuação, Costa


(1994, p. 14), citando Little, considera que sua sistematização só
começa a demonstrar certo grau de estabilidade a partir do século
XVII.

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