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ACESSIBILIDADE PARA CADEIRANTES

Kátia Caroba dos Santos da Silva1

Magda Simone De Toni2

Resumo

O objetivo desse estudo é verificar a possibilidade de melhoria da qualidade de vida dos


cadeirantes por meio da acessibilidade em locais públicos. Para a concretização dos objetivos
propostos foi realizada uma pesquisa bibliográfica em livros, periódicos, artigos e legislações
que abordam sobre a inclusão e acessibilidade. A pesquisa foi elaborada entre os meses de
janeiro e fevereiro de 2016. Dos resultados encontrados verificou-se que é possível melhorar a
qualidade de vida dos cadeirantes e isso quando se fizer valer de fato as leis sobre
acessibilidade que preveem as adequações necessárias nos ambientes públicos deforma que os
cadeirantes possam ter livre acesso, de maneira autônoma e segura. Entretanto, não se pode
dizer que os cadeirantes possuem qualidade de vida na atualidade, já que são privados do
acesso à educação, saúde e lazer de forma autônoma, já que muitos espaços públicos como:
escolas, faculdades, hospitais, parques, museus, dentre outros não estão devidamente
adaptados para receber essa parcela da sociedade.

Palavras-chave: Cadeirante. Acessibilidade. Espaços públicos. Inclusão.

WHEELCHAIR ACCESSIBILITY

Abstract

The aim of this study is to assess the possibility of improving the quality of life of wheelchair
through accessibility in public places. To achieve the proposed objectives a literature search
was conducted in books, journals, articles and laws that address on inclusion and accessibility.
The survey was developed between the months of January and February 2016. The results
found it was found that it is possible to improve the quality of life for wheelchair users and
that when they do actually enforce the laws on accessibility which provide the necessary
adjustments in public environments so that the wheelchair can have free access autonomously
and safely. However, one can not say that wheelchairs have quality of life today, since they
are deprived of access to education, health and leisure autonomously, as many public places
as schools, colleges, hospitals, parks, museums, among others are not properly adapted to
receive that portion of society.

1
Pós graduanda do Curso de e Educação Especial Inclusiva oferecido pelo NEAD - Núcleo de Educação a
Distância do Grupo UNIASSELVI –: katia_santos07@yahoo.com.br
2
Professora Orientadora do Curso de Pós-Graduação Especialização em Educação Especial Inclusiva –
UNIASSELVI – e-mail: m.magdadetoni@gmail.com
2

Keywords:Wheelchair. Accessibility.Public spaces.Inclusion.

1 INTRODUÇÃO

Com o movimento inclusivo se espalhando por todo o mundo o Brasil precisou


também iniciar o movimento inclusivo e para que ela fosse promovida passou a adotar
medidas inclusivas e também a criar legislações voltadas para a inclusão e acessibilidade.
A acessibilidade passou a fazer parte da sociedade atual que percebeu a necessidade
de se construir um mundo mais, justo, mais humano, mais incluso, sem segregação. Está,
portanto, relacionado ao direito de todos de ir e vir. No caso das pessoas com deficiência essa
liberdade não é possível sem a promoção da acessibilidade, para colocá-la em prática é
preciso mudanças tantos estruturais como sociais. Está relacionado ao respeito as diferenças e
a não segregação das pessoas com deficiências físicas.
Dentre as leis de acessibilidade tem-se a Norma NBR 9050 da Associação Brasileira
de Normas Técnicas (ABNT/NBR 9050, 1994) que foi reformulada em 2004 com o intuito de
estabelecer critérios e parâmetros técnicos a serem observados em projetos, construções,
instalações e adaptações de edificações, mobiliários, espaços e equipamentos urbanos às
condições de acessibilidade.
A pessoa com deficiência (PCD), pela sua própria condição já passa por inúmeras
dificuldades no seu dia a dia. A falta de acessibilidade tende agravar a situação dessas pessoas
que se tornam muito mais dependentes de amigos e familiares, principalmente quando
precisam sair de casa.
No que se refere aos entraves na garantia do direito à educação, direito de transitar
em vias públicas e permanência nas escolas setores públicos e privados as crianças e
adolescentes, jovens, idosos com deficiência observa-se, que as dificuldades relativas à
acessibilidade, em função das barreiras arquitetônicas presentes no ambiente, têm
comprometido a inserção e a permanência das pessoas que apresentam uma deficiência física
ou mobilidade reduzida na transitação em ruas, avenidas, escolas em lugares públicos e
privados.
As barreiras arquitetônicas e ambientais – elementos naturais, instalados ou
edificados que impedem a aproximação, transferência ou circulação no mobiliário ou
equipamento urbano (Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, 2004), constituem-
se em diversas dificuldades que comprometem a mobilidade e acentuam limitações.
3

Planejar e melhorar a acessibilidade arquitetônica apresenta não apenas como


desafio, mas um dever dos órgãos públicos e privados, cujas preocupações recaem
principalmente sobre o conforto e a acessibilidade que o ambiente físico oferece ao usuário.
Assim, o objetivo desse estudo é verificar a possibilidade de melhoria da qualidade
de vida dos cadeirantes por meio da acessibilidade em locais públicos.

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 ACESSIBILIDADE

Nas últimas décadas, registraram-se consideráveis avanços na conquista da igualdade


e do exercício de direitos, graças em grande parte a várias legislações que garantem as
pessoas com deficiência, direitos que antes eram negligenciados. A partir de então o desafio
tem sido o de trabalhar por uma sociedade inclusiva.
Com grande ênfase no processo de inclusão nas últimas décadas a ONU –
Organização das Nações Unidades desde 1975 quando a adotou a Declaração dos Direitos das
Pessoas Portadoras de Deficiência que proclamou a igualdade de direitos civis e políticos,
vem lutando e divulgando cada vez mais direitos às pessoas com deficiências (RESENDE,
VITAL, 2008).
No Brasil a Constituição Federal de 1988 no art. 227 § 2º confirmou amplas
garantias e regulamentou os direitos de igualdade e cidadania das pessoas com deficiências.
Incluindo entre esses direitos a construção de logradouros em edifícios públicos a fim de
garantir o acesso adequado às pessoas deficiência aos direitos no trabalho, locomoção e
acesso (BRASIL, 1988).
Como decorrência da abrangência social e da solidificação dos direitos das pessoas
deficientes, foi criada inicialmente a Lei nº 7853/89, regulamentada pelo Decreto 3298/99,
que constituiu os princípios fundamentais e os princípios de igualdade e não discriminação
entre os cidadãos brasileiros.
Apenas um ano depois foi instituída a Lei nº 10.098/00 (BRASIL, 2000), que em seu
texto expõe que todas as instituições escolares são obrigadas a promover ambiente acessível,
adaptando os espaços de forma a tender à diversidade humana extinguindo todas as barreiras
arquitetônicas existentes.
A Lei nº. 10.098, de 19 de dezembro de 2000, vem reafirmar o que ora já está
preconizado na Constituição Federal ao estabelecer normas gerais e critérios básicos para a
4

promoção da acessibilidade das pessoas com necessidades especiais físicas ou pessoas com
mobilidade reduzida, ditando regras para a eliminação de barreiras e obstáculos em espaços
públicos.

Esta Lei estabelece normas e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das
pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, mediante supressão de
barreiras e de obstáculos nas vias e espaços públicos, no mobiliário urbano, na
construção e reforma de edifícios e nos mios de transporte e de comunicação
(BRASIL, 2000. Art. 1º)

É importante frisar que a referida Lei em seu art. 2º considera acessibilidade como
possibilidade de utilização com segurança e autonomia pelas pessoas com deficiências ou
mesmo com mobilidade reduzida dos espaços, mobiliários, equipamentos urbanos,
edificações, transportes e meios de comunicação.
Pode-se perceber diante do que está elencado na Constituição Federal e na Lei
10.098 sobre os direitos de acessibilidade que a qualidade do ambiente físico é um dos fatores
de maior importância para projetos arquitetônicos novos e existentes.
Não diferente da Lei 10.098 a Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT
(NBR 9050) define a acessibilidade como: “a possibilidade e a condição de utilizar, com
segurança e autonomia, os edifícios, o espaço, o mobiliário e os equipamentos urbanos".
Outra Lei que merece destaque é o Decreto nº 5.296/04 que institui cláusulas gerais e
critérios fundamentais para o agenciamento da acessibilidade das pessoas com deficiência ou
com mobilidade reduzida. Prevê o ajustamento das ruas e de lugares públicos; no mobiliário
urbano; nos edifícios, os que já estão construídos devem passar por reforma e os que serão
construídos deverão necessariamente seguir as normas vigentes sobre a construção de
edifícios com acessibilidade; os meios de transporte e de comunicação e acesso a informação
também deverão passar por reformas estruturais.
A norma de acessibilidade NBR 9050/2004 foi elaborada para atender padrões
antropométricos de 90% da população brasileira. Subentende-se que área pública privada
deve seguir adequações para acessibilidade tendo acesso pessoas com deficiência física e
atendendo ainda idosos, gestantes, obesidade mórbida. A fim de permitir o acesso, circulação
e utilização por pessoas com necessidades especiais, os logradouros públicos e as edificações
deverão seguir as orientações previstas em regulamento, obedecendo à NBR 9050, da
Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT.
Associação Brasileira de Normas Técnicas estabeleceu normas exclusivas para
acessibilidade, baseadas nos instrumentos jurídicos, dão apoio a efetivação de projetos de
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intervenções arquitetônicas urbanísticas e nos meios de transportes. Assim a norma NBR


9050 substitui a norma NBR 9050:1994.
Esta norma tem a finalidade de proporcionar a mobilidade do maior número de
pessoas possível, independentemente de sua limitação a fim de que possam utilizar de forma
independente, autônoma e segura as edificações, os mobiliários e equipamentos. Assim, todos
os espaços, edificações comerciais e familiares como, por exemplo, condomínios e conjuntos
habitacionais mobiliário e equipamentos urbanos que vierem a ser projetados, construídos,
montados ou implantados, assim como as reformas e ampliações de edificações e
equipamentos urbanos, devem atender ao disposto na norma NBR 9050 para serem
considerados acessíveis.
A norma NBR 9050 ao estabelecer os critérios e parâmetros houve a preocupação em
respeitar as diversas categorias de mobilidade utilizadas pelas pessoas com deficiência, como
por exemplo, próteses, aparelhos de apoio, cadeiras de rodas, bengalas de rastreamento,
sistemas assistivos de audição e demais instrumento de mobilidade utilizados pelos
deficientes físicos.
O Decreto no 7.611/2011 assegura que o Ministério da Educação prestará apoio
técnico e financeiro para a adequação arquitetônica de prédios escolares, elaboração,
produção e distribuição de recursos educacionais para a acessibilidade, visando prover
condições de acesso, participação e aprendizagem no ensino regular aos estudantes público
alvo da educação especial. Promover condições de acessibilidade ao ambiente físico, aos
recursos didáticos e pedagógicos e à comunicação e informação nas escolas públicas de
ensino regular.
Recentemente foi criada a Lei 13.146 de julho de 2015, denominada de Estatuto da
Pessoa com Deficiência que traz várias garantias para os portadores de deficiência de todos os
tipos.O artigo 3º da referida lei define acessibilidade como:

Art. 3o Para fins de aplicação desta Lei, consideram-se:


I - acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para utilização, com
segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações,
transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem
como de outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privados
de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou
com mobilidade reduzida (BRASIL, 2015).

Acessibilidade, portanto, é a promoção da capacidade de todas as pessoas com


deficiência se deslocarem de sua casa para todos os ambientes em que houver necessidade,
seja na zona urbana ou rural, como: trabalho, lazer, escola, postos de saúde, dentre tantos
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outros, bem como o de poder utilizar os mais distintos mobiliários e equipamentos de maneira
confortável e segura, de maneira que não se sinta totalmente incluso na sociedade.
De acordo com a norma NBR 9050 (2004, p. 02) acessibilidade é a “Possibilidade e
condição de alcance, percepção e entendimento para a utilização com segurança e autonomia
de edificações, espaço, mobiliário, equipamento urbano e elementos”.
Segundo Almeida (2012) a acessibilidade constitui-se na inclusão social, em que se
oportuniza a todas as pessoas de praticar a sua opção individual, está centrada no indivíduo e
nas suas disposições e habilidades físicas, sociais e econômicas.
Entretanto, apesar das leis mencionadas e de outras existentes, das iniciativas do
governo sabe-se que os espaços públicos ainda não possuem de fato a acessibilidade como
deveria, como preconizam as Leis e como é almejado por toda a sociedade especialmente as
pessoas com deficiências. Poder público, arquitetos e engenheiros ainda não entenderam que a
acessibilidade é um direito e como tal devem ser cumpridos.

2.2 CADEIRANTES E A MOBILIDADE SEGUNDO A NBR 9050

Para que os espaços públicos se tornem essencialmente acessíveis faz-se necessário


que as construções estejam adequadas segundo o preconizado pela Associação Brasileira de
Normas técnicas (NBR 9050). A página 6 do referido documento traz elencado sobre o peso e
também as dimensões necessárias, como se pode perceber na figura 1 a seguir:

Figura 1: Dimensões de uma cadeira de rodas.

Fonte: NBR 9050 (2004, p. 06).

Importante destacar que o espaço ocupado pela cadeira de roda no ambiente é


distinto do apresentado na figura 1. A fim de construir um ambiente acessível faz-se
necessário seguir o que encontra-se determinado pela NBR 9050: projeção de 0,80m, por
1,20m no piso, de acordo com o que está apresentado na figura 2:
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Figura 2: Dimensões do módulo de referência.

Fonte: NBR 9050 (2004, p. 06).

Figura 3: Área para manobras de cadeiras de rodas sem deslocamento.

Fonte: NBR 9050 (2004, p. 08).

Tabela 1:Medidas necessárias para manobras de cadeiras de rodas sem deslocamento.

Ângulo de giro da cadeira Área ocupada


900 1,20 m X 1,20 m
1800 1,50 m X 1,20 m
3600 Diâmetro de 1,50 m
Fonte: NBR 9050 (2004, p. 08).

A rampa é outro aspecto a ser considerado quando se trata de mobilidade do


cadeirante. É um elemento da construção pública de extrema relevância e que tem por
objetivo primordial unir dois níveis de pavimento. Ela pode ser verificada tanto em rotas de
acesso para usuários de cadeiras de roda como também para indivíduos que possui a
mobilidade reduzida. A sua utilidade para o cadeirante é a mesma que se tem a escada para
uma pessoa com mobilidade normal.
A NBR 9050 (2004, p. 4) define rampa como “inclinação da superfície de piso,
longitudinal ao sentido de caminhamento. Consideram-se rampas aquelas com declividade
igual ou superior a 5%.”
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As rampas devem ser construídas de maneira que proporcione a mobilidade do


cadeirante de forma segura, portanto nunca deve terminar com degraus ou soleiras.
Assim, antes de construí-las deve-se fazer um planejamento deixando claro onde ela iniciará e
onde terminará, já que tanto o seu início como seu final deverão ser planos.
Dependendo do local público a rampa será o único meio de acesso que o cadeirante
dispõe para se locomover e, portanto, capaz de deixar o ambiente acessível, atendendo as
necessidades do usuário de maneira a possibilitar a sua locomoção de forma autônoma e
segura. Quando se fala em locomoção de forma autônoma deve-se ter claro que constitui-se
na capacidade que o cadeirante terá de fazer uso da rampa sem passar pelo constrangimento
de solicitar ajuda as demais pessoas que circulam pelo local.
A largura das rampas (L) deve ser estabelecida de acordo com o fluxo de pessoas. A
largura livre mínima recomendável para as rampas em rotas acessíveis é de 1,50 m, sendo o
mínimo admissível1,20 m.Quando não houver paredes laterais as rampas devem incorporar
guias de balizamento comaltura mínima de 0,05 m, instaladas ou construídas nos limites da
largura da rampa e na projeção dosguarda-corpos. Em edificações existentes, quando a
construção de rampas nas larguras indicadas ou asadaptações da largura foremimpossíveis,
podem ser executadas rampas com largura mínima de 0,90 m com segmentos de no máximo
4,00 m (NBR 9050, 2004).

Figura 4: Área para manobras de cadeiras de rodas sem deslocamento.


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Fonte: NBR 9050 (2004, p. 43).

Importante mencionar que as adequações apresentadas significam apenas uma


pequena parte do que precisa ser transformado em muitos ambientes públicos a fim de que os
locais se tornem essencialmente acessíveis. Além das barreiras físicas existem também muitas
barreiras sociais que precisam ser eliminadas para que haja de fato a inclusão da pessoa
cadeirante na sociedade.

2.3 ACESSIBILIDADE EM LOCAIS PÚBLICOS: A ESCOLA

Um dos locais públicos em que se coloca mais em evidência a questão da


acessibilidade para cadeirantes é a escola, entretanto, verifica-se que elas ainda deixam muito
a desejar.
A escola inclusiva é muito mais do que a inserção de alunos com deficiência em sala
de aula, portanto, exige uma reestruturação profunda na cultura, nas práticas da escola, na sua
estrutura física e nas políticas direcionadas para o atendimento dessa clientela
(GRANEMANN, 2016).
Para que uma escola tenha acessibilidade, é necessária a inserção de serviços de
apoio especializados na escola regular, atendendo as peculiaridades da clientela de educação
especial e a eliminação de barreiras arquitetônicas, seleção e adaptação de materiais e
mobiliários, bem como criação de condições para que o deficiente, com movimentos e
posturas favoráveis consiga realizar as tarefas escolares, tanto na sala de aula, como em
atividades extraclasse (GALLO, ORSO, FIÓRIO, 2011).
Sobre esse aspecto, o Art. 24 do Decreto 5.269/2004 expõe que:

Os estabelecimentos de ensino de qualquer nível, etapa ou modalidade, públicos ou


privados, proporcionarão condições de acesso e utilização de todos os seus
ambientes ou compartimentos para pessoas portadoras de deficiência ou com
mobilidade reduzida, inclusive salas de aula, bibliotecas, auditórios, ginásios e
instalações desportivas, laboratórios, áreas de lazer e sanitários (BRASIL, 2004, Art.
24).

O referido Decreto profere que o estabelecimentos de ensino necessitam demonstrar


que põe à disposição de alunos e funcionários com deficiência ou com mobilidade reduzida
auxílio técnico que possibilitam o acesso às atividades escolares e administrativas em
igualdade de condições com as demais pessoas.
Constata-se por meio do artigo 24 do Decreto 5.269/2004 que todos os ambientes
escolares deverão se encontrar devidamente preparados, ou seja, acessível á pessoa com deficiência,
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principalmente quando se trata de pessoas com deficiências físicas. Entretanto, não tem havido
mudanças significativas nos espaços educacionais pesquisados, pois normalmente as escolas
ficam esperando o aluno com deficiência física ou mobilidade reduzida se matricular para
fazer as modificações necessárias e quando o fazem são fora das normas estabelecidas, em
alguns casos impossíveis de serem usadas por um portador de deficiência.
Assim, verifica-se a necessidade de que haja maior engajamento por parte do poder
público, da própria gestão escolar e, principalmente da comunidade, por meio da cobrança de
mais efetividade do poder público, visto que a inclusão não pode se limitar tão somente ao
papel.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Verificou-se por meio desse estudo que a acessibilidade é uma realidade e uma
conquista não só das pessoas com deficiência, mas de toda a sociedade e que busca por fim a
séculos de segregação dessa parcela da população.
Conseguiu-se por meio desse estudo alcançar os objetivos propostos já que
foramapresentadas alternativas que facilitassem a acessibilidade dos cadeirantes sendo uma
delas e sem dúvida a principal: a adequação dos locais públicos seja por meio da construção
de prédios acessíveis ou mesmo a adequação das construções já existentes segundo as normas
NBR 9050.
Constatou-se que as legislações internacionais e nacionais criadas têm contribuído
para que as autoridades proporcionem mudanças estruturais visando à acessibilidade.
Entretanto, esta ainda constitui um desafio, principalmente quando se refere aos espaços
públicos, em que se verifica pouca ou nenhuma adequação do espaço físico para atendimento
a pessoa com deficiência, principalmente o cadeirante.

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Acessibilidade de pessoas portadoras


de deficiências a edificações, espaço, mobiliário e equipamentos urbanos: NBR 9050. Rio de
Janeiro, 1994.

BRASIL. Constituição Federal de 1988.In: ANGHER, Anne Joyce (Org). VadeMecum:


acadêmico de direito. 10. ed. São Paulo: Rideel, 2010, p. 23-83.

________. Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Estabelece normas gerais e critérios


básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com
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mobilidade reduzida, e dá outras providências. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L10098.htm> Acesso em: 16 set. 2015.

_______. Decreto nº 5.296, de 2 de dezembro de 2004. Regulamenta as Leis nos 10.048, de


8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e
10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a
promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade
reduzida, e dá outras providências. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/decreto/d5296.htm> Acesso em:
16 set. 2016.

________. Decreto nº 7.611, de 17 de novembro de 2011. Dispõe sobre a educação especial,


o atendimento educacional especializado e dá outras providências. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/decreto/d7611.htm> Acesso em:
31 out. 2015.

________. Lei 13.146 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm> Acesso em:
14 out. 2015.

GALLO, Emanuela Cerutti; ORSO, Kelen Daiane; FIÓRIO, Franciane Barbieri. Análise da
acessibilidade das pessoas com deficiência física nas escolas de Chapecó-SC e o papel do
fisioterapeuta no ambiente escolar. Revista O Mundo da Saúde, São Paulo: v. 35, n. 2, p.
201-207, 2011.

GRANEMANN, Jucélia Linhares. Inclusão de alunos com necessidades educacionais


especiais na escola: uma proposta necessária e em ascensão. Disponível em:
<http://30reuniao.anped.org.br/trabalhos/GT15-3634--Int.pdf> Acesso em: 31 out. 2016.

RESENDE, Ana Paula Crosara; VITAL, Flavia Maria de Paiva. A Convenção sobre Direitos
das Pessoas com Deficiência Comentada. Brasília: Secretaria Especial dos Direitos
Humanos. Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, 2008.

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