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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

Faculdade de Filosofia D. Aureliano Matos – L. do Norte


Curso: Letras / Disciplina: Discursologia / Professor: Bento

ANÁLISE DO DISCURSO DE INTERNAUTA – 2

J. Bento

A propósito da liberação da posse de arma, no Governo Bolsonaro, o


internauta Antônio Henrique Moraes reportou (janeiro/2019):

Desde que essa quadrilha tomou as rédeas da nação, a partir do governo


Fernando Henrique, cidadão de bem, produtivo, trabalhador só tem sido
massacrado no Brasil. Tudo favoreceu o bandido, numa total inversão de
valores. A grande mídia só se preocupa com bandido. Quando o bandido mata
um cidadão, a culpa é do cidadão, que não tinha produto para ser roubado, ou
que se coçou esboçando reação. Sempre a culpa é do cidadão de bem. Se
alguém mata um bandido, é um alvoroço: quem foi? Precisamos identificar!
Todos empenhados em descobrir quem foi que matou o bandido, vítima da
sociedade, que não teve oportunidade de ser um trabalhador de bem. Hoje
estamos recuperando o direito à defesa, direito esse básico na Constituição.
Queremos também o fim da audiência de custódia, que coloca nas ruas o
bandido, ladrão, assassino, traficante. Fim, também, da prisão em flagrante.
Bandido não deve ter direito a se esconder por 24 horas e, depois, ficar livre;
fim da prescrição de crimes. Quem tiver ficha na polícia não deveria ter o
direito de responder em liberdade. Se você, cidadão de bem, é obrigado a
trabalhar para comer, por que o bandido preso não deveria pagar por sua
estadia na prisão?

Uma das teses do discurso de Antônio Moraes parece ser:

O bandido deve trabalhar para se sustentar, porque o cidadão de bem é obrigado a fazer assim.

Ou:

Premissa maior:
A roda maior (cidadão) não deve correr por dentro da roda menor (bandido).
Premissa menor:
O cidadão de bem, que exerce sua cidadania, é obrigado a trabalhar para sobreviver.
Conclusão:
Logo, o bandido, que sequer exerce alguma cidadania, também deve, no mínimo, ser obrigado a
trabalhar para sobreviver.

Obs.: Pela premissa maior, o discursista quer dizer que é inconcebível algo superior
se submeter a algo inferior. O cidadão de bem, por sua postura diante da sociedade,
como pessoa equilibrada, não poderia ter menos regalias do que o bandido, o
desagregador da sociedade.

E, para você, a tese do discursista é convincente, ou você acha que o vagabundo é


apenas vitima da sociedade e que, portanto, se há quem deva explicações, é a
sociedade, e não o vagabundo?

fim

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