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CONCORRÊNCIA IMPERFEITA
E TEORIA DOS JOGOS
Índice
UFPel/DECON1
EXERCÍCIOS DE CONCORRÊNCIA IMPERFEITA/TEORIA DOS JOGOS
2016.I
Exercícios selecionados por Cláudio D. Shikida2
NÍVEL DE FACILIDADE
Os índices de facilidade dos exercícios são codificados da seguinte forma:
(*) - Absurdamente fácil
(**) - Muito fácil
(***) - Fácil
(****) - Não tão fácil
RESPOSTAS
A maioria dos exercícios apresenta respostas, porém essas quase sempre não são completas ou
auto-explicativas. Isto é, essa não é a forma que você deve responder as questões formuladas em um exame
de avaliação. As respostas aqui apresentadas são apenas referências . Obviamente, caso você encontre erros
de qualquer espécie, agradeço a indicação.
RECOMENDAÇÕES DE USO
Antes de tentar resolver qualquer exercício o aluno deve sempre ler (e entender) por completo o
respectivo material referenciado no material didático indicado (livro-texto, notas de aula, etc). O aluno deve
sempre tentar resolver sozinho o exercício antes de consultar as respostas. Caso encontre dificuldades, deve
retornar ao material didático. O aluno só deve procurar o auxílio do(a) monitor(a) ou professor(a) quando
tiver dúvidas específicas a respeito da resolução de certos exercícios. O(A) monitor(a) ou professor(a) não
irá resolver os exercícios para você se você não tiver tentado primeiro.
OBJETIVO
O objetivo dessa apostila é auxiliar a compreensão da teoria pelo aluno através da compreensão e
resolução de exercícios baseados nas aulas e no material didático. A realização de exercícios “em si” não é
o objetivo da disciplina (ou mesmo do curso como um todo). Ou seja, esses exercícios não são
padronizados, de forma que nas provas o aluno poderá encontrar questões diferentes das formuladas aqui.
DECORAR A RESOLUÇÃO DE EXERCÍCIOS NÃO MELHORARÁ EM NADA SUA
PERFORMANCE NAS PROVAS!!
CONTRA-INDICAÇÕES
Esta apostila é contra-indicada para aquele que não lê o material antes de resolver exercícios.
1
Prezado estudante, esta versão da apostila de exercícios tem um caráter transitório, preliminar e não se
encontra totalmente revista. Acrescentei alguns novos exercícios, mas não espere que esta versão seja a
mesma no próximo semestre. Possivelmente não o será. Lembre-se de que indicarei a você que exercícios
fazer.
2
Agradeço ao prof. Marcus Xavier (Ibmec Minas e Usiminas) por alguns dos exercícios da seção de
informação assimétrica e agente-principal.
Don-Don
Bam-Bam Ignorar ( ) Telefonar ( 1 )
Ignorar ( ) 0, 0 10, 7
Telefonar ( 1 ) 7, 10 7, 7
a) Existe(m) equilíbrio(s) em estratégia dominante? Se sim, qual(is) é (são)?
b) Pergunta similar para equilíbrios de Nash em estratégias puras e não se esqueça
de indicar qual(is) é (são).
Pergunta similar para equilíbrios de Nash em estratégias mistas e não se esqueça de
indicar qual(is) é (são)?
2. (*) O jogo abaixo ocorre entre duas firmas, é repetido infinitamente, e a estratégia do
gatilho é tal que:
A.2
A.1 Sair do cartel (S) Ficar no cartel (F)
S 1, 1 5, 0
F 0, 5 4, 4
1
Por definição, você sabe que . Existe um título, no mercado financeiro, que
1 r
paga um rendimento fixo de “r” (ou, em percentual, 100*r%) e o jogador A.1 deseja sair
do cartel (“furar o olho” de A.2). Para que valor de “r”vale a pena para A.1 (ou, o que dá
na mesma, A.2) fica indiferente para a firma permanecer no cartel ou sair?
4. (*) No jogo anterior, suponha que a Sistemas Inc decide, primeiro, se desenvolve ou
não uma nova ferramenta em seus sistema operacional e, em seguida, a Borton Antivirus
decide se atualiza ou não o antivirus que fabrica. Encontre o equilíbrio de Nash perfeito
em subjogos e verifique se há alguma diferença com relação ao feito no exercício 5.
O jogo considera dois atores. Primeiro, há o governo, que deseja ajudar o pobre
desempregado que se mostra responsável e procura trabalho. Por sua vez, existe o pobre
desempregado que possui orgulho e só procura emprego sem ajuda do governo. O jogo é
conhecido como “O Dilema do Bom Samaritano”.
GOLEIRO
E D
E 6,-6 3,-3
COBRADOR
D 2,-2 9,-9
As únicas estratégias possíveis para o jogador são: chutar à esquerda (E) ou chutar à
direita (D). O goleiro, por sua vez, pode pular para a direita (D) e pular para a esquerda
(E). Encontre o equilíbrio deste jogo em estratégias mistas.
10. (*) Dois dos alunos da faculdade brigaram no corredor, destruindo mesas e cadeiras.
Foram imobilizados pela segurança e levados à direção. Considere o jogo abaixo onde os
payoffs já foram convertidos para R$ (reais):
José João
Coopera Não coopera
Coopera 1, 1 -1, (2 – x)
Não coopera (2 – x), -1 (0 – x), (0 – x)
11. (*) Explique a estratégia do gatilho (trigger strategy) citada no estudo de jogos
repetidos.
12. (*) Suponha que, inicialmente, Bolívia e Brasil se encontram em uma situação
pacífica, dividindo os benefícios de sua parceria na produção de gás natural pela metade
(pode-se pensar nisto como percentual). Esta é a situação na qual ambos vivem sob uma
situação na qual a Bolívia (cujas estratégias são denominadas em cor vermelha 3) não
expropria o Brasil4.
3
Se você imprimiu a apostila, consulte-a, novamente, em sua versão online.
4
Este exercício foi elaborado em conjunto com o prof. Ari F. Araujo Jr do Ibmec-MG.
Caso a Bolívia decida expropriar o Brasil, o governo deste último deve decidir se retalia
ou não retalia (em azul, na figura acima). Se não retaliar, perde tudo. Caso contrário,
enfrenta uma nova rodada com a Bolívia escolhendo entre ceder à retaliação brasileira ou
não. Se ceder, o jogo termina e volta-se à situação inicial. Caso contrário, o governo
brasileiro poderá responder com um conflito militar, no qual ambos perderão ativos
petrolíferos, ou através da diplomacia, novamente gerando uma última rodada na qual a
Bolívia cede ou não. No último caso, ela fica com todos os ativos e no caso de cessão,
ambos retornam à situação inicial.
b) Suponha uma pequena alteração neste jogo de forma que temos a configuração abaixo:
Uma outra forma de ver o problema seria pensar que, em caso de retaliação, há uma
desvalorização dos ativos (máquinas paradas), o que diminui a fatia que cada um leva.
Neste caso, o único jeito é ele não expropriar (estratégias dominadas pulam fora).
13. (*) Encontre o(s) equilíbrio(s) do jogo abaixo (o trecho pontilhado indica informação
incompleta) em estratégias puras.
14. (*) Considere o seguinte jogo entre o banqueiro central e o setor privado de uma
economia: no primeiro momento do jogo, o setor privado forma uma expectativa de
inflação, e, no segundo, o banqueiro central observa esta expectativa e escolhe o nível
e
de inflação, . Uma vez que as escolhas sejam feitas, pode-se determinar o nível de
desemprego que prevalecerá nesta economia. A curva de Phillips é dada por:
u u e .
Resolva o jogo e verifique se é correto o que disse um aluno sobre este exercício: “é
óbvio que, após resolver o jogo, o equilíbrio se dá fora do pleno emprego”. Cheque esta
afirmação com o que encontrou na resolução do jogo.
15. (*)1. Considere o jogo abaixo entre o jogador Deus e o jogador “Adão e Eva”, criado
por Steven J. Brams em Biblical Games: Game theory and the Hebrew Bible, MIT Press.
a) Resolva o jogo abaixo e verifique se existe algum (ou mais de um) equilíbrio de Nash
em estratégias puras e em estratégias mistas. Note, no último caso, que já especifiquei
os símbolos para as probabilidades 5.
Adão e Eva
Deus Adere às restrições Não aderem às
divinas restrições divinas
(δ) (1-δ)
Impõe restrições (β) (3,2) (2,3)
Não impõe (4,1) (1,4)
restrições (1 – β)
Obs:
i) 4 é preferível a 3 que é preferível a 2 que é preferível a 1.
ii) (x,y) = (Deus, Adão e Eva)
b) Construa o jogo entre Deus e Adão e Eva na forma extensiva considerando que Deus
age primeiro e a informação é perfeita. Verifique se existe algum (ou mais de um)
equilíbrio de Nash perfeito em subjogos.
5
É possível resolver a estratégia mista pelo método da maximização (mais intuitivo para quem está
acostumado com os problemas típicos da microeconomia, ou pelo método da igualação dos payoffs (payoff-
equating method). Contudo, no jogo acima, há um problema que vários(as) leitores(as) já se defrontaram:
uma das probabilidades resulta em um valor maior do que um! Quanto a isto, diz-nos Rasmusen (2007):
When a mixing probability is calculated to be greater than one or less than zero, the implication is either
that the modeller has made na arithmetic mistake or, as in this case, that he is wrong in thinking that the
game has a mixed-strategy equilibrium. (…).The absurdity of probabilities greater than one or less than
zero is a valuable aid to the fallible modeler because such results show that he is wrong about the
qualitative nature of the equilibrium – it is pure, not mixed. Or, if the modeller is not sure whether the
equilibrium is mixed or not, he can use this approach to prove that the equilibrium is not in mixed
strategies”. [Rasmusen (2007), p.75] Desta forma, agradeço aos alunos que me chamaram a atenção para
este problema e, para não perder a piada, deixemos a Deus o título de o grande modelador.
17. (*) [Dixit e Nalebuff, 1994]. A figura abaixo ilustra as posições e opções entre dois
navios em conflito no Oriente Médio. Um navio iraquiano, localizado no ponto I, está
prestes a disparar um míssil para atingir um navio americano localizado em A. O míssil
pode viajar em linha reta ou fazer curvas de 90 graus a cada 20 segundos. Se o míssil
viajar em linha reta, as baterias antimísseis dos americanos neutralizam o ataque
facilmente. Assim, os iraquianos tentarão trajetórias em zigue-zague. Cada segmento
como IF, por exemplo é percorrido em 20 segundos (a figura é auto-explicativa, cada
segmento é percorrido em 20 segundos: BC, BE, IF, etc).
B
F
E
A I
D
H
combustível, de forma que sua autonomia de vôo é de apenas 60 segundos. Se, neste
período, o antimíssel encontrar o míssel, a ameaça iraquiana é neutralizada. Caso
contrário, o míssil atinge o navio norte-americano.
Concorrência Perfeita
1. (*) A curva de demanda de mercado para um bem é dada por Q( p) 120 p , na qual
p é o preço de mercado e Q é a quantidade comprada pelos consumidores. Suponha que o
bem é produzido por um único fator, trabalho, representado por “L”. Assuma que cada
firma “i” possa empregar qualquer quantidade de trabalho ao salário dado w, tal que
w 0 . A função de produção de cada firma é dada por qi Li , onde Li é a quantidade
de trabalho empregada pela firma i.
Monopólio
1. (*) Deus é um indivíduo especial: ele faz milagres (Q). Vamos caracterizar isto como o
fato de que, para ele, o milagre tem custo zero: TC Q 0 para qualquer valor de Q. Seja
a curva de demanda de milagres dada por: P(Q) a bQ . Calcule o número ótimo de
milagres (suponha que Deus seja racional) e a elasticidade-preço da demanda no ponto
ótimo. Feito isto, responda: Deus opera no ramo elástico de sua curva de demanda?
2. (*) Em conversas do dia-a-dia você já ouviu os seguintes fatos sobre o narcotráfico: (1)
a demanda é altamente preço-inelástica, de forma que os consumidores são praticamente
obrigados a comprarem drogas, não importa o quão alto seja o preço e, ao mesmo tempo,
(2) a oferta do mercado é dominada por um cartel (ou um monopólio) que consiste de
poucos ofertantes.
a) Seja a demanda inversa dada por p(Q) a bQ e o custo total dado por
TC (Q) F cQ 2 . Considere a, b, F , c 0 . Suponha que o custo fixo é suficientemente
baixo de forma a garantir uma quantidade produzida positiva no ponto de máximo.
Resolva o problema do monopolista e calcule a expressão da elasticidade-preço no ponto
de máximo. O equilíbrio se dá no ramo elástico ou inelástico da curva de demanda?
b) Use o que for relevante do item anterior para explicar, em 3 linhas, porque há uma
contradição entre (1) e (2).
c) Suponha agora que se trata de um cartel ( N 1 , onde N é o número de membros do
cartel). Assim, mantida a demanda de mercado, temos TCi (qi ) F c qi para cada
2
Você pode fazer comentários sobre o narcotráfico e os resultados fora da questão, mas
eles não valem pontos.
3. (*) Uma editora sabe que a função demanda para um famoso livro-texto de Introdução
a Economia é dada por: p(Q) 100 0.005Q . O acordo com o autor é tal que a editora
deve lhe pagar R$ 20.00 para cada livro vendido. Além disso, a editora paga R$ 20.00
por custos de impressão e distribuição, independentemente da quantidade produzida.
Suponha que não existem outros custos.
A) Qual é a quantidade produzida que maximiza lucros da editora? Qual o lucro obtido?
Quanto o autor receberá? Qual será o preço de venda deste livro?
B) Você, membro do DECOPON (uma consultoria-júnior hipotética) foi contratado como
consultor para rever a relação entre o autor e a editora. Seu conselho foi: “esqueçam este
acordo de R$ 20.00 por livro vendido. Façam o seguinte: a editora fica com 60% dos
lucros e o autor com 40%”. O autor concordará com este novo contrato? E a editora?
Quanto aos alunos que compram este livro, ficarão mais felizes se a editor e o autor
adotarem este novo arranjo contratual? Ou não? Sua resposta é impossível sem que você
faça as contas necessárias. [máximo: 6 (seis) linhas + contas e/ou gráficos]
5. (*) Suponha um monopolista que vende maços de cigarros. O governo impõe à esta
empresa um imposto ad valorem na esperança de diminuir seu lucro. A maximização do
monopolista, com o imposto é dada por: Max p(Q)Q TC (Q) (1 t )Q , na qual “(1+t)” é
Q
o imposto ad valorem. Considere, para simplificar, que a demanda inversa seja dada por:
p(Q) 100 Q e que a função de custo total seja dada por: TC (Q) Q3 2Q 2 10 .
Considere duas situações: antes do imposto e depois do imposto (com 10% de imposto, o
que significa que t = 0,10)
a) Preencha o quadro abaixo [use, se for o caso, apenas uma casa decimal.]
Do que você encontrou, é possível afirmar que a política do governo diminui o lucro do
monopolista?
Teorema de Euler para responder a esta pergunta. Em caso de dúvida, veja o livro de
Microeconomia de Varian, 5ª edição, p.580-1, ou as páginas pertinentes na edição que
você tiver em mãos]
7. (*) A partir do que foi visto em sala (e no livro), cheque a veracidade da seguinte
afirmação: “um monopolista com várias plantas produz, em equilíbrio, no ponto onde os
custos marginais de cada planta se igualam”.
10. (**) Algumas pessoas se perguntam se o resultado encontrado para monopólios que
vendem bens duráveis (visto em sala e no livro) se mantém quando o monopolista
desconta o futuro ou quando os consumidores formam expectativas quanto ao futuro. É
fácil responder estas perguntas com um exemplo. Assim, considere uma demanda mais
1 6
simples D( p) 1 p e o fator de desconto .
1 r
1 1
a) Mostre que, no caso do aluguel, temos: q1 , p1 e o lucro total é dado por:
2 2
1 1 1
r 1 .
4 4 4
6
O exemplo é de Tirole (1988). Entretanto, note que, na p.81 do livro, há um erro de digitação. A
quantidade produzida pelo monopolista no período 2 (futuro) é ½ e não zero. Ver p.81, coluna da direita,
11ª linha de cima para baixo.
11. (**) Carraro Enterprises é a única empresa da Econolândia que produz tangerinas ao
custo marginal “c”. Por algum motivo, ela não pode vender diretamente ao consumidor:
deve revender as tangerinas para uma cadeia de pequenas empresas que são monopólios
nas diversas regiões da Econolândia (existem i = 1, ...., I regiões).
12. (**) Uma indústria monopolizada tem uma demanda tal que Q p , com e 1 . O
e
13. (**) Seja um monopolista cuja função custo seja TC (Q) aQ 2 bQ e , onde todos
os parâmetros são positivos. Considere que não existam estoques e, portanto, Q é a
quantidade demandada pelo monopólio. Supõe-se que exista uma relação entre a
dP
quantidade e o preço, ao longo do tempo, t, dada por: Q f gP t h , onde
dt
f , g 0, h 0 .
dP
a) Qual é a função lucro da firma? Mostre que ela é função de P, .
dt
b) Resolva o seguinte problema de maximização do monopolista:
dP
T
Max P P, dt sujeito às seguintes condições: P(0) Po , P(T ) PT , nas
0 dt
quais P0 , PT são dados. [dica: Veja Chiang, A. Dynamic Optimization, seção2.4]
genéricos: px du qpx . Se o aluno não ajusta “x” para maximizar seu lucro,
x 0 x
qual o valor da última expressão do lado direito?
W
b.1.) Dado o que você respondeu acima, verifique que o sinal de fica indeterminado.
x
b.2.) Mostre que um aluno pouco preocupado com a qualidade da monografia seguirá:
q q
1
0 x
p du qp x 0
q 0
px du px .
15. (*) A função de demanda por um certo livro-texto é dada por P(Q) 20 0.0002Q .
A função custo marginal da editora é: MC (Q) 6 0.00168Q . O autor recebe royalties
de 20%.
16. (*) Considere um problema ligeiramente distinto ao problema 14. Neste caso,
perguntamo-nos o seguinte: dado que o editor fixa o preço do livro, que o valor do
royalty, , deveria ser negociada pelo autor? Em outras palavras, o autor deseja
maximizar sua receita, Ra, dada por: TRa TR P(Q)Q .
a) Usando as mesmas funções do exercício 14, qual o valor de que satisfaz o autor? O
que isto significa em termos de preço e quantidade no equilíbrio?
b) E se o editor escolher ?O que acontece? [Dica: qual é a receita do editor, dado que,
agora, é negociado?]
17. (*) Um produtor gaúcho de vinho tem sua demanda doméstica protegida da
concorrência internacional. Sua demanda doméstica é Pd 120 qd /10 . Sua firma é
muito pequena no mercado mundial e, portanto, é tomadora de preços e este, atualmente,
q qe
é de Pe 80 . Sua estrutura de custos é tal que: CMg qd qe 50 d . Calcule
10
as quantidades de vinho que suprem a demanda doméstica, a externa e mostre que o
monopolista cobra um preço maior no mercado menos elástico.
18. (***) Seja uma economia dividida entre “g”compradores governamentais e “n”
compradores privados de uma determinada mercadoria Q. A demanda inversa dos
ag Q
compradores governamentais é dada por: P (Q ) . De forma similar, a demanda
bg
an Q
inversa dos compradores privados é: P(Q) . O custo marginal de se produzir Q é
bn
igual ao custo médio e é constante no nível “C”.
a ( g n) Q
a) Mostre que a demanda inversa agregada é igual a: P (Q )
( g n)b
b) Faça o gráfico representando: a curva de demanda de mercado, sua correspondente
curva de receita marginal, a curva de demanda dos compradores governamentais e o
custo marginal. Encontre a quantidade de equilíbrio (chame-a de q̂ ) e o preço de
monopólio (chame-o de Pm ).
ag Q
Qc
19. Define-se o índice de Lerner de poder de monopólio como: L(Q) P CMg (Q) / P
. A demanda de mercado é dada por: p Q a bQ , onde a, b 0 . Suponha que a
função de custo total do monopólio seja tal que: CT (Q) F cQ 2 , com F , c 0 .
20. (*) Uma editora sabe que a função demanda para um famoso livro-texto de
Introdução a Economia é dada por: p(Q) 100 0.005Q . O acordo com o autor é tal que
a editora deve lhe pagar R$ 20.00 para cada livro vendido. Além disso, a editora paga R$
20.00 por custos de impressão e distribuição, independentemente da quantidade
produzida. Suponha que não existem outros custos.
“esqueçam este acordo de R$ 20.00 por livro vendido. Façam o seguinte: a editora
fica com 60% dos lucros e o autor com 40%”. O autor concordará com este novo
contrato? E a editora? Quanto aos alunos que compram este livro, ficarão mais
felizes se a editor e o autor adotarem este novo arranjo contratual? Ou não? Sua
resposta é impossível sem que você faça as contas necessárias. [máximo: 6 (seis)
linhas + contas e/ou gráficos]
CTMe
CMg(Q)
PM
Preço
máximo
QM Qn
21. [para
você pensar] Lembre-se do ano de 2006, quando o presidente Evo Morales criou um
gigantesco monopólio estatal do gás na América Latina. Na época, governos latino-
americanos viram-se diante de um potencial aumento de preços7. Como podemos
entender – e propor soluções – para este problema? Uma opção é o governo propor um
preço máximo para pagamento ao governo boliviano 8. Veja o gráfico abaixo.
7
Segundo uma notícia, a Argentina pagava, na época, US$ 3,4 por milhão de BTU. A Bolívia
pretendia aumentar o preço para US$ 5,4. [http://ultimosegundo.ig.com.br/materias/economia/2411501-
2412000/2411678/2411678_1.xml]
8
Esta seção se baseia no exemplo, para a OPEP, ilustrado por McCloskey (1985).
Este preço é fixado abaixo do preço PM. A idéia seria conter o excesso de
demanda através de impostos ou simplesmente deixando que filas se formassem nos
postos de gasolina. Ao longo do tempo, o governo boliviano seria obrigado a aumentar a
quantidade produzida de gás para Qn e o preço cairia para o nível máximo.
A proposta depende, obviamente, de uma posição firme do governo, em relação
ao monopolista, pagando apenas o preço menor e, claro, há o problema de inconsistência
temporal do próprio governo: ele teria de se comprometer com a queda do imposto ao
longo do tempo, conforme a diminuição da diferença entre P M e o preço máximo.
Uma outra solução é formar um cartel de compradores que adote esta política em
bloco. Contudo, seria difícil coordenar a ação dos governos componentes deste cartel,
conforme veremos no capítulo sobre cartéis.
Em outras palavras, sua vida pode ficar melhor quando o governo impõe um
preço máximo sobre um monopolista.
22. (*) [baseado em: Brook, Is the Dorfman-Steiner rule always optimal?, American
Economist, 2005] Derive a condição de Dorfman-Steiner para um monopolista que gasta
em publicidade tal como no livro-texto. Guarde os resultados. Agora, use as seguintes
funções de demanda e custo: P(Q, A) a bQ cA , C (Q, A) eQ f A , nas quais as
letras minúsculas são parâmetros, que respeitam as seguintes relações:
2b(d 1)Q
a, b, c, e, f 0, 0 d 1, a e, dcAd 1 . Mostre que, neste caso, o
A
monopolista maximiza lucro, mas a condição de Dorman-Steiner não passa de uma
identidade.
máximo, 20 linhas.
24. (**) [Rasmusen] Uma forma de discriminação de preços consiste em cobrar uma
quantia fixa, L, para que o consumidor tenha o direito de comprar o bem e, então, cobrar
uma taxa, p, por unidade de consumo do bem. O exemplo padrão é o parque de diversões
no qual a firma cobra uma entrada e depois preços para cada diversão do parque. Esta é a
chamada tarifa em duas partes. Suponha que todos os consumidores tenham funções de
utilidade idênticas, u(x), e que o custo de produção seja cx (c vezes x). Se o monopolista
utiliza a estratégia da tarifa em duas partes, ele produzirá x em um nível ótimo, muito alto
ou muito baixo?
1. (*) Em uma indústria existem três firmas produzindo um bem homogêneo. A demanda
de mercado é dada por p(Q) 100 Q . A tecnologia de cada firma é dada por:
TCi qi ci qi , na qual c1 c2 c3 2 .
4. (*) Suponha que existam duas firmas no mercado, com as seguintes funções de custo:
TC1 (q1 ) 5q1 e TC2 (q2 ) 0.5 q2 . A demanda de mercado é dada por:
2
5. (*) Conforme visto em sala sobre Cournot e Stackelberg, considere duas firmas com
estruturas de custos idênticas TCi (qi ) cqi e uma demanda inversa, como sempre, linear:
P(Q) a bQ . Os valores dos parâmetros são os usuais (e a c 0 ). Suponha, no caso
da seção 6.2, o jogo em duas etapas, com a firma 1 agindo primeiro. É possível dizer se o
bem-estar é maior sob uma estrutura de mercado a la Stackelberg relativamente a uma
estrutura de configuração Cournot? Sim, não? Em qualquer caso, explique sua resposta
usando os cálculos necessários.
6. (*) Considere um problema similar ao anterior, mas agora temos TCi (qi ) ci qi e, mais
ainda, c1 c2 . Suponha, no caso de Stackelberg, que a firma 1 se move primeiro, seguida
da firma 2. Compute o equilíbrio. Agora, suponha que a firma 2 age primeiro, seguido da
firma 2 (o inverso do que você acabou de fazer). Há alguma diferença no equilíbrio por
conta da mudança da ordem seqüencial dos jogadores? O bem-estar social é maior no
primeiro, no segundo caso, ou não há diferença? Explique algebricamente e dê uma
intuição para o resultado.
Após o Parecer da SDE recomendando sua condenação por fechar o mercado varejista
aos concorrentes, a AmBev confirmou a compra da Cintra por US$ 140 milhões,
conforme informou Guilherme Barros, da Folha. A AmBev não estaria interessada nas
marcas da empresa adquirida, mas em expandir a produção para atender à demanda.
O que está em jogo nesse negócio é o mercado carioca. Segundo dados Nielsen de
fevereiro, a Cintra tem uma participação nacional de apenas 1,12%. Em janeiro último
tinha 1,08% e em fevereiro de 2005, 1,26%. Mas na Grande Rio sua participação é de
5,9% e na área que abrange Espírito Santo, interior do Rio e Minas Gerais sua fatia é de
2,1%. Já na Grande São Paulo, a Cintra tem 0,14% e no interior paulista, 0,71%.
Considerando os mais de 65% de participação de mercado da AmBev, o acréscimo do
HHI (índice de concentração) em decorrência da operação é certamente superior a 100,
o que a torna preocupante, em princípio, para as autoridades de defesa da concorrência.
Caso houvesse um aumento dos preços das mercadorias vendidas pela Internet, você
deixaria de comprá-las, substituindo esse tipo de comércio pelo tradicional? Essa é uma
questão crucial para o caso Submarino - Lojas Americanas, cuja sociedade na maior
empresa de comércio eletrônico do Brasil está aguardando análise pelo Cade.
Após ler o trecho acima, responda: “o que um carro Flex Power e a notícia acima têm em
comum”? A resposta deve conter ao menos uma vez o termo “elasticidade” (fácil, não?).
Novamente, reflita sobre a definição geográfica de mercado da questão anterior
adaptando-a a este novo contexto.
9. (*) Qual a diferença entre concentração vertical e horizontal? Defina cada uma em, no
máximo, cinco linhas. Comente brevemente sobre a diferença entre elas.
Suponha duas firmas com estruturas de custos idênticas TCi (qi ) cqi e uma demanda
inversa, novamente, linear: P(Q) a bQ . No caso do duopólio de Cournot, a tributação
ad valorem transforma a função de lucro da firma “i” em:
c 9
i Q 1 P(Q) q .
1 i
a) O que aconteceria, em um duopólio de Cournot, se ambos os jogadores pagam a
mesma alíquota de imposto? Compute a receita de imposto dada por G P(Q*)Q * .
Após fazer isto, calcule o equilíbrio, mas com 0 , ou seja, o governo não interfere na
competição das firmas cobrando impostos.
b) Vamos seguir o anseio do economista que mora no fundo de seu coração, muitas vezes
sufocado por sua consciência, e tentar entender o que aconteceria em uma situação mais
interessante, mais complexa, menos abstrata (e todos estes sinônimos que surgem quando
você quer fugir do problema simples)........sem se lembrar que deve resolver o problema
mais rico, complexo, menos abstrato, “da vida real”, etc. Bem, é sua chance.
9
Seguindo Anderson, Palma & Kreider (2000), note que reescrevi o imposto ad valorem.
Normalmente, expressa-se este em forma de (1+s) do preço do produtor. Assim, se definimos τ = s/(1+s),
apenas tornamos mais simples o problema. O texto é: The efficiency of indirect taxes under imperfect
competition.
seja, quando o governo não interfere na competição das firmas cobrando impostos.
(b.2) Agora, imagine que, com c1 c2 , o governo resolva tributar apenas a firma 2. O que
acontece com a receita do governo, relativamente ao encontrado em (b.1)? E se o governo
mudar de idéia e apenas tributar a firma 1? Se o objetivo do governo é maximizar sua
receita de impostos, em qual caso ele ganha mais com a adoção do imposto ad valorem:
quando tributa apenas a firma mais eficiente (menor custo marginal) ou a segunda? Por
que? Mostre algebricamente.
12. (***) [inspirado em: Zikos, V. (2007) Stackelberg mixed oligopoly with asymmetric
subsidies] Suponha um jogo seqüencial que envolve uma empresa pública, estatal (vamos
chamá-la de firma 1) e duas firmas privadas (firmas 2 e 3), membros de uma mesma
indústria. A demanda de mercado é linear, dada por p(Q) a Q , no qual Q é a soma da
produção das três firmas. Todas as firmas possuem idênticas funções de custo dadas por:
1
Ci qi k qi . Vamos considerar k 1 para facilitar as contas. O jogo se desenvolve
2
2
da seguinte forma: no primeiro estágio o governo se compromete com um subsídio por
produto apenas para as empresas privadas (ou seja, cada função de lucro das firmas
privadas é acrescida do termo sqi , onde s é o subsídio). No segundo estágio, a firma
pública decide o nível de produção que maximiza seu lucro e, finalmente, as firmas
privadas decidem o quanto produzir no último estágio do jogo.
a) Resolva este jogo e encontre o nível de bem-estar. [Dica: o bem-estar é dado por:
3 3
W (1/ 2)Q 2 i s i ]
i 1 i 2
b) Suponha o mesmo jogo acima, com uma única alteração: a firma estatal também
3 3
recebe subsídios. Note que o bem-estar será dado por: W (1/ 2)Q 2 i s i .
i 1 i 1
Compare o nível de bem-estar com o encontrado em (a) e comente.
13. (*) Suponha duas firmas que competem em um duopólio de Cournot. Contudo, suas
estruturas de incentivos são distintas. Na firma 1, os acionistas são ao mesmo tempo os
gerentes e, assim, seguem uma maximização distinta da tradicional, vale dizer,
maximizam uma combinação linear da receita e do lucro da firma. Para a firma 2, vale a
maximização de lucros tradicional. Compare as condições de primeira ordem das duas
firmas e comente.
Para ajudá-lo, encontram-se abaixo as funções objetivo das firmas. O “*” diz respeito aos
dados da firma 1. Supõe-se que as funções custo sejam estritamente convexas em todos
os seus argumentos. [ 0 1]
16. (*) Como podemos aplicar o que sabemos de oligopólios para entender a realidade
econômica de países com abundância de recursos naturais? Em Samman, Bank &
Shahnawaz (2005) [Services Liberalization and the Role of Natural Resources, publicado
nos anais do 2006 Proceedings of the Middle East Economic Association], temos um bom
exemplo que pode, inclusive, ser adaptado para se pensar casos como o da Bolívia ou
Venezuela dos anos recentes.
Neste modelo existem uma firma estrangeira e várias firmas nacionais. A firma
estrangeira opera no setor doméstico de serviços. Existem barreiras à entrada para esta
firma, na forma de impostos ou de exigências burocráticas.
O setor de serviços é regulado pelo governo e existem, nele, “n” firmas domésticas
idênticas. O objetivo de qualquer firma, estrangeira ou não, é maximizar lucros. O
governo, por sua vez, maximiza seu poder. Como ele faz isto?
O governo controla o oligopólio local, usando a receita que obtém dos recursos naturais
para conquistar votos através de subsídios ao emprego de indivíduos. Isto significa que as
firmas locais podem ter um excesso de pessoal empregado em função desta intervenção
direta do governo em seu processo de produção. Estes custos – unemployment costs (ui) -
são, para efeitos didáticos, divididos em custos altos (i = H) e baixos (i = L). Este caráter
estocástico do custo é derivado da hipótese de que os preços do recurso natural são
aleatórios. Pense no caso da Arábia Saudita e em seu petróleo. Quando o preço do
petróleo está alto, as receitas com vendas de petróleo aumentam e o custo de se empregar
gente nas firmas domésticas diminui, o que é bom para a maximização do poder saudita.
Assim, temos:
qf
Max f a b nqh u H q f (c t ) q f
(1 ) a b nqh u L q f
(c t ) q f T
P * c t 1
e de
*f
0.
P* *
17. (*) [Shy, 6.8.] Duas firmas produzem um bem homogêneo cujo preço denominaremos
por “p”. O nível produzido pela firma 1 é q1 e, o da firma 2 (não surpreendentemente),
q2 . O nível de produto da indústria é denominado “ Q “, sendo que, obviamente,
Q q1 q2 . A curva de demanda agregada da indústria é dada por p Q . Assuma
que o custo unitária das firmas 1 e 2 sejam tais que: c2 c1 0 .
Pede-se:
2. (*) Seja a demanda por carros usados, D, dada pela seguinte função: D D( p, ) ,
onde p é o preço do carro usado e μ é a qualidade média dos carros usados negociados.
Assuma que: D2 0, D1 0 . Suponha que exista uma relação entre a qualidade média
dos carros usados negociados e o preço, tal que: ( p) , com ' 0 . A oferta de
carros usados é dada por: S S ( p) , com S ' 0 .
encontrar a função de reação do agente ao incentivo oferecido pelo principal que é igual a
e / k . Interprete esta expressão. (Se o principal conhece esta função, basta que ele
ofereça um * tal que ele obtenha e * )
b) Assuma, na seqüência do item anterior, que o agente tenha a liberdade de escolher se
aceita ou não a oferta. Explique porque a restrição de participação dele será
k
r e e2 A . Mostre que o lucro líquido do principal, neste caso, será:
2
Q l ( íquido )
(1 )e r . [suponha que A 0 ]
k
c) Resolva, então, o problema do principal: Max Q l s.a. e , r e e2 A .
r , k 2
Considere, para simplificar, apenas a igualdade na última restrição. Você deverá
encontrar * 1. Interprete este resultado (já respondendo à seguinte questão: “neste
caso, o agente se tornou o único reivindicador residual sobre os lucros da firma”?)
1
d) Mostre que r* e interprete. [dica: o agente está, na verdade, fechando um
2k
contrato de franquia com o principal....certo?]
e) Ache também: e*, Q*, w*, Ql *
f) Qual era mesmo o nome desta firma? Se você não se lembra, provavelmente se
concentrou em aprender os cálculos e a lógica do problema. Parabéns.
410. O Sr. Alfredo tem uma empresa de revenda com um pico de vendas no verão. Por
isso está considerando a possibilidade de contratar Bernardo - estudante de economia –
para trabalhar como vendedor durante o verão. Dada a experiência passada, sabe-se que o
valor das vendas obtido por Bernardo pode ser igual a 2, 5 ou 10, com probabilidades 0.5,
0.2 e 0.3, respectivamente. De acordo com o contrato coletivo de trabalho, o salário de
Bernardo deve ter uma componente fixa no montante de 1 e comissões de 50% sobre o
valor das vendas.
a. Suponha que Bernardo tenha uma função utilidade U=ln W e uma riqueza
igual a 5. Qual é o equivalente certo do contrato acima descrito?
b. O Sr. Alfredo é muito mais rico, tendo uma riqueza de 1000. Por isso, o
risco envolvido neste contrato é relativamente pequeno e o seu
comportamento é neutro ao risco. Sabendo isso, e Bernardo percebeu que
seria melhor que negociassem um salário fixo. O Sr. Alfredo pediu então
que o jovem lhe apresentasse uma proposta de salário fixo em que os
ganhos monetários fossem igualmente divididos pelos dois. Qual o salário
que Bernardo pediu?
10
Agradeço ao professor Marcus Xavier pela cessão dos exercícios 4, 5, 6 e 7 desta seção.
e portanto
5. Suponha que o produto y de uma firma dependa apenas do esforço, e, de seu único
trabalhador.
y = 100e – e2 para e 50
Resolução
i) O produto da firma é y = 100e – e2 e 50.
2 para y 1000
i) w=
0 caso contrário
Neste caso é claro o trabalhador terá uma escolha entre 2 níveis de esforço:
trabalhar zero e obter salário 0 ( u = 0) ou trabalhar o mínimo possível para
atingir o nível de produto y = 1000.
No segundo caso ele tem que empreender um esforço e tal que 1000 = 100e – e2.
Mas precisamos nem mesmo resolver para e uma vez que no máximo ele obtém w
= 2, o que implica que no máximo ele empreenderá um esforço e= 2, o que não
dá os y = 1000 necessários. (Para ser exato dá 196).
ii) w = y / 2
49 – e* = 0 e* = 49
iii) w = y – 100
max100e e 2 e 100
s.a.
0 e 50
6. Considere um agente que possa escolher entre dois níveis de esforço x A = 1 > xB = 0.
Suponha que existam três estados da natureza:
1.Receita é $1000
2.Receita é $100
3.Receita é 0
E que garanta u 0 trabalhando em algum outro lugar (note que isso não é de todo
ruim para ele considerando-se que ele tem uma utilidade negativa se não ganhar
salário algum).
De forma similar, para o alto nível de esforço (agora o esforço custa 1 para o
agente)
Vemos então que o lucro é mais alto quando o nível de esforço alto é empregado.
Dessa maneira o nível de esforço s1= s2 = s3 = w*A = e.
ii) Podemos ver que o trabalhador obtém maior utilidade exercendo esforço baixo
que esforço alto sendo esse o esquema de salário. Assim a restrição de
compatibilidade de incentivos não é satisfeita.
7. Considere o seguinte modelo de ação oculta com três possíveis ações E = {e1, e2, e3}.
Existem 2 resultados de lucro possíveis: A = 10 e B = 0. As probabilidades de A
condicionais aos 3 níveis de esforço são f(A|e1) = 2/3, f(A|e2) = ½ e f(A|e3) = 1/3. As
funções de custo do esforço para o agente são g(e1) = 5/3, g(e2) = 8/5, g(e3) = 4/3.
Finalmente, v(w) = w 0,5 e a utilidade de reserva do agente é u = 0.
Resolução
H
pi f ( )
a) Seja ei
de modo que p1 = 2/3, p2 = ½, e p3 = 1/3. Quando o esforço é
observável, o principal pagará exatamente g(e) pelo nível de esforço e, de maneira
que
2 1 25
(e1 ) 10 0 3,
3 3 9
1 1 64
(e2 ) 10 0 3,
2 2 25
1 2 16
(e3 ) 10 0 2
3 3 9
1 1 8
(i ) v A vB 0,
2 2 5
1 1 8 2 1 5
(ii ) v A vB v A vB
2 2 5 3 3 3
1 1 8 1 2 4
(iii ) v A vB v A vB
2 2 5 3 3 3
2 8
Não é difícil ver que (ii) implica vA vB e (iii) implica vA vB . Também
5 5
não é difícil ver que elas não podem ser simultaneamente satisfeitas.
Para que e2 viesse a ser implementável, deveríamos ter ambas (ii) e (iii) satisfeitas.
Reescrevendo ambas:
1 1 2 1 5
(ii ) v A vB g (e2 ) v A vB
2 2 3 3 3
1 1 1 2 4
(iii ) v A vB g (e2 ) v A vB
2 2 3 3 3
ou
(ii )10 6 g (e2 ) vB vA
(iii )6 g (e2 ) 8 vB v A
c) Vimos em (b) que e2 não pode ser implementado. Para implementar e3 o melhor
contrato é pagar w = g(e3) = 14/9, e o lucro esperado do principal é:
1 2 16 14
(e3 ) 10 0
3 3 9 9
Isso dá (vA, vB) = (2, 1), em termos de salário, isso dá (wA, wB) = (4, 1). (Lembrem
que v(w) = w 0,5)
É fácil checar que os incentivos com relação a e2 são igualmente satisfeitos. O
lucro esperado do principal é:
2 1 2 1 33
(e1 ) 10 0 4 1
3 3 3 3 9
Discuta os possíveis contratos que o principal poderia oferecer ao agente e que cumprem
esta condição (se você não se esqueceu das aulas, eles são três!).
b) Suponha que haja uma alteração neste jogo, especificamente na ordem do mesmo.
Agora o agente se move primeiro. Assim: (i) o agente oferece ao principal um contrato
w(e); (ii) o principal decide se aceita ou se rejeita o contrato; (iii) se o principal aceita, o
agente exerce o esforço e; (iv) o produto é tal que q(e), q' (e) 0 .
Ache a condição de equilíbrio do jogo. Certifique-se de ter feito corretamente esta etapa.
Em seguida, resolva o problema para as mesmas funções especificadas no item anterior,
ou seja: q(e) 100 * ln(1 e) e U ( w, e) w e 2 .
c) Analise (a) e (b) sob a luz do Teorema de Coase (no máximo 5 linhas). [dica: os
ganhos da produção eficiente dependem de quem possui o poder de barganha nestas
negociações que você analisou?]
10. (*) [Shy, 15.6] Considere o problema do trabalho de alguns alunos que fizeram um
grupo de estudos para gerar um relatório para um professor de economia. A função de
N
produção é dada por: V ei . Suponha que a função utilidade de cada aluno “i” seja
i 1
relação ao esforço que exerce (bem parecido com o que você vê, não?). Responda os
seguintes itens.
a) Caso os estudantes se unam e monitorem os esforços uns dos outros, qual será o nível
de esforço ótimo de cada aluno?
b) Suponha que os estudantes não se unam como no item anterior (ou seja, suponha que
trabalham em grupo, mas cada qual cuidando apenas de si). Qual será o equilíbrio de
Nash para os esforços exercidos individualmente?
c) O aumento no número de alunos neste grupo geraria uma intensificação do problema
a) Seja a demanda inversa dada por p(Q) a bQ e o custo total dado por
TC (Q) F cQ 2 . Considere a, b, F , c 0 . Suponha que o custo fixo é suficientemente
baixo de forma a garantir uma quantidade produzida positiva no ponto de máximo.
Resolva o problema do monopolista e calcule a expressão da elasticidade-preço no ponto
de máximo. O equilíbrio se dá no ramo elástico ou inelástico da curva de demanda?
de demanda.
b) Use o que for relevante do item anterior para explicar, em 3 linhas, porque há uma
contradição entre (1) e (2).
Não é difícil entender a contradição. Pense em duas curvas de demanda, uma com b =
0.5 e outra com b = 2. A curva de demanda pode ser mais ou menos inclinada, mas isto
não é sinônimo de dizer que ela é mais ou menos elástica na mesma região.
Vimos que, no caso do cartel, a maximização é dada por: Max q1 ,..., qN . Para a
q1 ,..., q N
curva de demanda e para a função de custos deste item, isto se traduz em algo bem
similar ao visto em sala, obviamente:
Max q1 ,..., qN a b qi qi TCi qi . Faz-se a condição de primeira
q1 ,..., qN
ordem para uma firma genérica “i” e, explicitamente cita-se o fato de que a simetria da
tecnologia entre firmas implica em uma escolha simétrica q 1 q2 ...qN q .
Somente ao explicitar isto temos a permissão de reescrever a CPO (condição de primeira
ordem) da firma “i” como: a 2bNq 2cq . Isto nos dá:
a Na a (bN 2c)
q* , Q* , P* .
2(bN c) 2(bN c) 2(bN c)
O cálculo da elasticidade-preço do cartel se dá considerando Q* e P*. Ao fazer as
1 (bN 2c) c
contas, temos: p 1 2 . Como o enunciado nos garante
b N bN
que N > 1, é fácil ver, pelo mesmo raciocínio do item “b” desta questão que o equilíbrio
d) Use o que for relevante do item anterior para explicar, em 3 linhas, porque há uma
contradição entre (1) e (2).
Você pode fazer comentários sobre o narcotráfico e os resultados fora da questão, mas
eles não valem pontos.
2. Considere um duopólio no qual a firma 1 age como líder e a firma 2 como seguidora.
(ou seja, 1 age no primeiro período)
dp(Q) dR2 q1
p(Q) 1 q1 MC1 q1 , onde R2 q1 é a função reação da firma 2, Q
dq1 dq1
é a quantidade total de mercado e o restante da notação como usualmente vimos.
dP(Q) dP(Q)
Se p(Q) 1 0 q1 MC1 q1 p(Q) q1 MC1 q1 podemos ver que a
dq1 dq1
condição se reduz a um caso no qual as firmas escolhem a quantidade produzida
independentemente do que os outros escolhem (as escolhas são simultâneas). Ou seja,
estamos no modelo de Cournot. Por sua vez, se
dP(Q)
p(Q) 1 1 q1 MC1 q1 p(Q) MC1 q1 que é exatamente a condição de
dq1
primeira ordem para uma firma em concorrência perfeita.
Respostas:
a)
Incumbente
Luta Não luta (coalisão)
Entrante Entra -10,0 40,50
Não entra 0,300 0,300
O incumbente escolhe lutar. Assim, a entrante deve escolher entre entrar e ganhar 40 ou não
entrar e ganhar zero. O NE, neste caso, é {entra, não luta}.
4. Suponha um monopolista que vende maços de cigarros. O governo impõe à esta empresa um
imposto ad valorem na esperança de diminuir seu lucro. A maximização do monopolista, com o
imposto é dada por:
Max
p(
Q)
QTC
(
Q)
(
1t
)Q, na qual “(1+t)” é o imposto ad valorem.
Q
Considere, para simplificar, que a demanda inversa seja dada por: p(Q) a bQ e que a
função de custo total seja dada por: TC (Q) F cQ 2 . [dica: a c e todos os parâmetros são
positivos]
Calcule o equilíbrio do monopólio (é óbvio, mas vou lembrar: o equilíbrio deve conter valores
ótimos para preço, quantidade, lucro e bem-estar).
c. p.o.
p (Q)
Q p (Q) MC (Q) (1 t ) 0 bQ a bQ 2cQ (1 t ) 0
Q
a (1 t )
2Q(b c) (1 t ) a 2(b c)Q a (1 t ) Q*
2(b c)
a (1 t ) 2ab 2ac ab b(1 t ) ab 2ac b(1 t )
p *(Q*) a b
2(b c) 2(b c) 2(b c)
(Q*) TR(Q*) TC (Q*) (1 t )Q* aQ * b Q * F c Q * (1 t )Q*
2 2
a (1 t ) Q * F (b c) Q *
2
.
1
CS (Q*) Q *(a p*)
2
Note que é importante que a (1 t ) ou o problema não faz sentido pois teríamos uma
quantidade negativa no ponto ótimo. Faça o gráfico para se certificar de que o excedente do
consumidor é exatamente o que especifiquei. Note que, agora, o governo leva uma parte dos
excedentes na forma de arrecadação. Neste caso, sob a hipótese de que o governo retornará esta
receita, o imposto também entra no cálculo do bem-estar (na primeira versão deste gabarito,
acostumado ao nosso bom Brasil, eu havia me esquecido de somar a arrecadação ao bem-
estar...). Assim, temos:
1.5a (1 t ) a (1 t ) 0.5 ab 2ac b(1 t ) a (1 t ) F (b c) a (1 t )
2(b c) 2(b c) 2(b c) 2(b c)
a (1 t )
(1 t )
2(b c)
2
1.5a a (1 t ) 0.5 ab 2ac b(1 t ) a (1 t ) F (b c) a (1 t )
2(b c) 2(b c) 2(b c) 2(b c)
O lucro com t > 0 você já achou no item anterior. Basta, agora, ver como fica com t = 0.
Se t = 0, fica:
a 12 F a 12 a 12 F
2
a 1 a 1
(Q*, t 0) a 1 F (b c)
2(b c) 2(b c) 2(b c) 4(b c) 4(b c)
Note bem: muita gente tenta enganar o professor fazendo contas e, com preguiça ou falta de
conhecimento, joga uma conversa do tipo “é fácil ver que...”. Na verdade, ele não sabe se é
verdade e tenta se esconder nas contas que não consegue interpretar. Péssima estratégia! A
resposta deve ser a mais completa possível! Como exercício, veja o que acabei de calcular e
tente explicar. Infelizmente, quem não faz isto na prova não poderá usar este argumento a
posteriori, mas pode aprender uma boa lição para a próxima prova.
b) Se t = 0, o que acontece com o bem-estar? Idem para t > 0 e diga em que situação os
consumidores ficam melhores.
1.5a a (1 t ) 0.5 ab 2ac b(1 t ) a (1 t ) F (b c) a (1 t )
2(b c) 2(b c) 2(b c) 2(b c)
2
a 1 ab 2ac b a 1 a 1
t 0 1.5a 0.5 F (b c)
2(b c ) 2(b c ) 2(b c ) 2(b c )
Se queremos saber como o bem-estar varia com t, podemos ver o que acontece com 1+t, já que
“1” é uma constante. Assim, será que o bem-estar aumenta com 1+t? É extremamente útil
simplificar ao máximo a expressão do bem-estar antes de se fazer a checagem (como sempre...).
Não fizemos isto no item anterior, teremos, inevitavelmente, de fazê-lo agora. Em seguida,
calculo a derivada.
Note que o bem-estar é maior que zero apenas se o primeiro termo é maior que o segundo:
a (1 t ) . Agora vejamos o que acontece com o
2
a (1 t ) 5ab 4ac b(1 t )
F
2(b c) 4(b c) 4(b c)
bem-estar se (1+t) varia. Obviamente, não valem afirmações genéricas sobre o bem-estar.
O lucro da firma 1, por exemplo, é dado por: 1 bQ a1 a 2 q1 a1 c1 q1 .
Erro conceitual grave é ignorar o enunciado. Se a firma gasta com propaganda, isto é
um custo. Cada firma tem duas variáveis de controle: o quanto produz e o quanto gasta
em propaganda. Portanto, cada firma tem duas condições de primeira ordem. Para a
firma 1, por exemplo: q1 2 a1 , 2bq1 bq2 a1 a 2 c1 . Para a firma 2,
temos: q 2 2 a 2 , 2bq2 bq1 a1 a 2 c2 . Note que temos q1 e q2 em função
dos respectivos gastos em propaganda. Há várias formas de se resolver o sistema.
Substituindo ambas na segunda CPO da firma 1 (a equação após a vírgula duas linhas
acima), temos: 4b a1 b2 a 2 a1 a 2 c1 . Da mesma forma, a firma 2
terá: 4b a 2 b2 a1 a 2 a1 c2 . O resultado da firma 1 pode ser reescrito:
c1 (2b 1) a 2
a1 . Joga-se este resultado em:
4b 1
4b a1 b2 a 2 a1 a 2 c1 e você terá encontrado a expressão de a2. Feito
isto, acha-se q2. Ambas estarão em função apenas dos parâmetros. Daí, basta derivar.
As únicas estratégias possíveis para o jogador são: chutar à esquerda (E) ou chutar à
direita (D). O goleiro, por sua vez, pode pular para a direita (D) e pular para a esquerda
Caso o cobrador chute para a esquerda e o goleiro pule para a esquerda, então o payoff
do goleiro é maximizado. Já se o goleiro pula para a esquerda e o cobrador chuta na
direita do gol, o payoff do cobrador é maximizado, pois aumenta a chance de gol.
Mas você não precisa de nada disto para resolver o jogo. Obviamente, estratégia mista
não é jogo na forma extensiva (o que é um sério erro conceitual), nem sinônimo de
estratégia pura (outro erro tão grave quanto). O que se deve fazer é atribuir
probabilidades às ações. O cobrador estará em seu equilíbrio com (0.6 , 0.4) e o goleiro
em (0.7 , 0.3), onde 0.6 significa que o “cobrador escolhe chutar à esquerda com 60% de
chance”. Analogamente para o resto.
Basicamente, o item “a” é fácil, basta resolver o problema de Cournot com várias firmas
com exatas funções de custo. Como as funções são as mesmas e os parâmetros das
funções de custo também são os mesmos (veja bem, está errado dizer que apenas uma
das duas condições é suficiente para garantir o que vamos enunciar), então, sim, as
quantidades produzidas são iguais. E são tais que, no equilíbrio de Cournot:
ac
qc , onde a = 100, b = 1, c = 2 e N = 3. Achar o lucro é fácil.
( N 1)b
Mas nem era preciso fazer isto. Bastava, para as duas firmas, 1 e 4, fazer N = 2 em
ac
qc . Com isto, calcular o lucro seria trivial. A quantidade total é a soma das
( N 1)b
quantidades produzidas, a curva de demanda dá o preço e, finalmente, o lucro pode ser
encontrado facilmente a partir disto.
As firmas 2 e 3 ganham com a fusão? Como elas devem dividir o lucro, percebe-se com
pouca conta que elas ficam piores.
8. (Anpec 2009) Considere uma indústria com 35 firmas, todas com a mesma função de custo
dada por c(qi) = 2qi, em que qi é a produção da firma i (i=1,...,35). Defina Q = q1 + ...+ q35. A
demanda de mercado é dada por p(Q) = 362 - 2Q. Supondo que as firmas se comportam como no
modelo de Cournot e dado que elas são idênticas, cada firma produzirá a mesma quantidade q*.
Determine q*.
Cartel! A solução é : lucro = (a-bq1 – Σqi)q1 – 2q1. Da CPO você tira que cada firma i tem a
seguinte função de reação (digamos, a firma 1):
Como todas as firmas têm o mesmo custo (função idêntica, parâmetros idem), podemos supor
que: q1 = q2 = ...=qn = q. Bem, o somatório de qi menos a firma 1, no caso, é (n-1). Logo n -1 =
34. Assim, q = 362-2/4 – 34q/2 cuja solução é q*=5.
3
neste ponto a elasticidade da demanda por seus produtos é igual a . Qual o valor do
2
lucro total do monopolista expresso em de unidades monetárias?
Esta aqui é fácil. Você tem o custo médio e acha o custo total. Em seguida, deriva e acha o custo
marginal. Fácil ver que este é cmg(q) = q + 10. A receita marginal, rmg, é, por definição, rmg
(q) = p(q) [1 + 1/elasticdemanda]. Ou seja, Rmg(q) = p(q) [1-2/3], Rmg(q) = p(q)/3. Como rmg
= cmg no máximo do monopólio, p(q) = 16 . (q+10 = p(q)/3 e o problema nos informa que q = 6
no ótimo.
O jogo acima é repetido infinitas vezes. Seja δ* o menor fator de desconto intertemporal que
permite implementar a lista de estratégias Pareto-eficientes como equilíbrio perfeito de subjogo,
em que a não-cooperação é punida com o equilíbrio de Nash Pareto dominado para sempre.
Calcule 100 × δ* (isto é, cem vezes δ*).
Aqui se compara o valor presente de dois payoffs: aquele em que o sujeito coopera e o
que não coopera. O aluno so precisa se lembrar (não é preciso deduzir) de como ficam
os fatores δ*. Alem disso, o jogo é simétrico. Se você resolver para 1, resolve para 2 por
analogia. Basta escolher um jogador. Digamos, o jogador 1.
Payoff de cooperar:
(1) * 1/1- δ
Payoff de não cooperar (no primeiro período desvia, depois é punido pela estratégia do
gatilho):
11. (ANPEC 2000) Considere o jogo sequencial abaixo, na forma extensiva. Responda se
Verdadeiro ou Falso e justifique cada afirmativa.
a b
1 1 2
(2,10) c
d
(0,1) (5,5)
Esta é uma questão da ANPEC. O gabarito da mesma nos força a analisar o jogo na
forma normal e extensiva também. (1 joga a,b x 2 joga c,d). Considerando a forma
normal, a,c e b,d são NE (eq Nash) , embora não seja um equilibrio perfeito em subjogos
(SPE). Logo, o item (0) é verdadeiro. O item (1) é falso pois não é um NE da forma
normal e nem é um SPE (que, aliás, é (5,5)). No item (2), também temos um F. se o jogo
for finito, jogador 2 joga sempre “d”. se infinito, depende do fator de desconto. No item
3, verdadeiro (o gabarito considera o SPE e os dois NE). Finalmente, (4) é falso,
12. ANPEC (1994) As firmas de uma dada indústria possuem uma mesma estrutura de
custo onde o CMg = $60 e o custo fixo é nulo. A demanda de mercado pelo produto desta
indústria pode ser representada por: P = 90 - Q, em que Q e P representam a quantidade e
o preço de mercado. Nestas condições determine o diferencial da produção total da
indústria entre um duopólio de Cournot e um regime de monopólio.
Monopólio:
É fácil ver que, para a firma 2,....q2 = R2(q1) = 15 – q1/2. Agora, resolve-se o sistema e
encontra-se: q1 = 15 – (15-q1/2)/2. Logo, q1 = 15/2 +q1/4, q1(3/4) = 15/2, q1 = 10 e, assim,
q2 = 10. Logo, o diferencial de produção entre cartel e monopolio é dado por: q monop = 15
e qcartel = 10+10 , a diferença é 5.
O San Diego Zoo é famoso pelos pandas. Milhares de pessoas vão lá ver um bicho que só come
bambu, meio paradão e - cá entre nós- está meio encardido. (Para falar a verdade, eu achei sem
graça. Eu preferia ver um Zoo mais integrado, com os bichos se relacionando mais. Por
exemplo: que tal por o leão na jaula do panda? Ou as focas junto com o urso polar? Poderia ser
um inicio de grandes amizades no mundo animal)
Bem, vendo aquela multidão indo ver o panda e pagando US$21, eu só pensava em duas coisas:
oferta inelástica e quase-rendas. Afinal, existem pouquíssimos fora da China e ele não tá muito
aí para se reproduzir. O curioso é que - segundo essa reportagem - não são os zoológicos que
se apropriam dessas rendas. Elas vão é para o governo chinês e seu programa de rent-a-panda.
[Leonardo M. Monasterio em www.degustibusblog.net , 27.11.05]
O trecho acima nos dá uma dimensão do uso econômico da vida natural. Um uso,
diga-se de passagem, privatizado pelo governo chinês11. A indagação acima foi motivada
pela observação de que: O curioso é que - segundo essa reportagem - não são os
zoológicos que se apropriam dessas rendas. Elas vão é para o governo chinês e seu
programa de rent-a-panda. Se você pesquisar um pouo, acha esta informação:
The founding of the People’s Republic of China ended the history of foreign plundering of giant
pandas. As friendly ambassadors, 23 giant pandas were sent as state gifts to nine countries from
1953 to 1982. (...) Up to 1992, those 23 giant pandas have produced eight offspring, including
five in Mexico, two in Tokyo, and one in Madrid. Meanwhile, 15 giant pandas in the above list
have died, but eight remain. Whether an overseas giant panda population can be set up depends
on those “gift” pandas and their descendants.
In the 1990’s, the China Wildlife Conservation Association (CWCA) and China Zoological
Association reached an agreement with the International Wildlife Conservation Agency to loan
giant pandas in pairs to overseas countries for 10 years for cooperative research with Chinese
scientists; these pandas and their offspring remain the property of China during the loan
period; annual fees of US$ 1 million should be paid to China. [grifos meus]
Pairs of giant pandas have been sent since the project came into effect to Kobe in Japan in 1994,
Seoul in South Korea in 1995, and San Diego and Atlanta in the United States in 1996 and 1999
11
A study estimates that the largest panda reserve in China has the potential to generate 29-42
million USD without exceeding the limits of sustainability for the reserve (…). This does not mean that all
current activity is sustainable or non-intrusive. Tourists at the same reserve can currently be photographed
holding a panda for 12 dollars (…). [http://www.american.edu/TED/panda-tour.htm]
respectively. Among them, Shi Shi and Bai Yun in the San Diego Zoo produced a baby on August
21, 1999. Mr. Li Zhaoxing, former Chinese Ambassador in the United States, named it “Hua
Mei” meant China-American. It played a critical role in improving the relationship between
China and the United States. In December 2000, giant pandas Mei Xiang and Tian Tian arrived
at the Washington National Zoo. Mei Xiang, two and a half years old, a female whose name
means "beautiful fragrance," and Tian Tian, three and a half years old, a male whose name
means "more and more," were taken to zoo on a Federal Express flight dubbed "Panda One."
Mei Xiang and Tian Tian were born at the Research and Conservation Center for the Giant
Panda in Wolong, in south China’s Sichuan Province. Under a deal meant to foster conservation,
the center will loan the pandas to the zoo for 10 years for US$10 million.
p
Cmg
G
CVme
C
D1
B D2
Rmg
0
A Q
Agora, vamos lá, o Leo falou de duas hipóteses: oferta inelástica e quase-renda. A
pergunta nos remete ao conceito de quase-renda. Segundo o bom e velho Stigler - numa
tradução algo sofrível de 1970 - a quase-renda seria: "...o rendimento para um específico
fator (= fator específico) durável. Se o fator produtivo for durável, ele será usado através
de sua vida, desde que proporcione uma produção superior ao seu valor como sucata.
Desde que esse fator é concretamente produtivo, digamos, uma casa ou uma máquina, ele
é em certo grau especializado, e não pode transformar-se em outra coisa se diminuir a
procura de seus serviços". [p.259]
12
http://en.wikipedia.org/wiki/Sunk_costs
"sunk", aquele tão especializado que não há custo alternativo para ele ao longo de sua
vida útil. Graficamente, a quase-renda seria dada pela área 0A x BG, considerando-se
uma firma monopolista (cujo equilíbrio de produção, 0A é dado pelo encontro de RMg e
CMg). No caso, a receita total é 0A x AG e o custo total 0A x AB. Desta receita total, a
parcela 0A x BG é a quase-renda (já incluindo a depreciação).
Além disso, note também que a quase-renda pode ser encarada como o retorno
dos fatores fixos já que se pode assumir com alguma confiança que, na maioria das vezes,
um fator fixo é sinônimo de um fator específico 13.
Bom, fica aí a sugestão para governos africanos: se for possível, alugar zebras e
direcionar os recursos para pesquisas ou para o combate à pobreza. Claro, há todo o
problema de se o governo fará mesmo o que está prometendo, mas este é um outro - e
importante - problema, digno de uma análise de Escolha Pública 15.
13
Ekelund & Hebert oferecem uma boa definição de quase-renda: “Quasi-rent, in Marshallian
terms, is a return to temporarily fixed factors devoted to production in the short run. It is of the nature of
“sunk capital”. [A History of Economic Theory and Method, McGraw-Hill, 1997, 4a edição, p.373]
14
Outra pergunta interessante diz respeito à escassez de pandas. Recentes estudos mostram que o
número de pandas é maior do que se imaginava. Ver, por exemplo, esta notícia:
http://news.bbc.co.uk/2/hi/science/nature/5085006.stm.
15
Mark Thoma tem um excelente comentário sobre o tema aqui:
http://economistsview.typepad.com/economistsview/2006/06/save_the_wails.html.